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A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE

Stuart Hall
STUART HALL

Stuart Hall, sociólogo jamaicano e


importante teórico cultural, publicou,
em 1992, “The question of cultural
identity” (A identidade cultural na
pós-modernidade) que analisava,
como questão central, a identidade
cultural na era da globalização
A identidade em questão - Três concepções de identidade

• Para os propósitos desta exposição, irei distinguir três concepções muito


diferentes de identidade, a saber, as concepções de identidade:

S
Sujeito do Iluminismo Sujeito pós-moderno

Sujeito sociológico
I P
O caráter da mudança na modernidade tardia.
A globalização e o impacto
sobre a identidade.
✔ Anthony Giddens:

O ritmo e o alcance da mudança, na medida em que áreas diferentes do globo são postas
em interconexão umas com as outras, ondas de transformação social atingem virtualmente
toda a superfície da terra, e a natureza das instituições modernas.

✔ David Harvey:

Fala da modernidade como implicando não apenas um rompimento impiedoso com toda e
qualquer condição precedente, mas como caracterizada por um processo sem fim de
rupturas e fragmentações internas no seu próprio interior.

✔ Ernest Laclau:

As sociedades modernas, não têm nenhum centro, nenhum princípio articulador ou


organizador único e não se desenvolvem de acordo com o desdobramento de uma única
causa ou lei.
O que está em jogo na questão da identidade?

• As identidades quando contraditórias, elas se cruzam ou se deslocam mutuamente.

• As contradições atuam tanto fora, na sociedade, quanto dentro da cabeça de cada


indivíduo.

• Nenhuma identidade singular pode alinhar todas as diferentes identidades com uma
identidade mestra única, abrangente, na qual possa, de forma segura, basear uma
política.

• De forma crescente, as paisagens políticas do mundo moderno são fraturadas dessa


forma por identificações rivais e deslocantes.

• Uma vez que a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou
representado, a identificação não é automática, mas pode ser ganhada ou
perdida. Ela tornou-se politizada.
Nascimento e morte do sujeito
moderno
Descentrando o sujeito
Na concepção de sujeito da modernidade tardia ocorreu não só a
degradação do sujeito e sim seu deslocamento. Esse deslocamento ocorreu
através de uma série de rupturas nos discursos do conhecimento moderno.
Hall aborda cinco argumentos elaborados na modernidade tardia que validam sua
posição em relação ao deslocamento do sujeito moderno. São eles:

As releituras do pensamento Marxista nos anos 60;

A descoberta do inconsciente por Freud – que possibilitou a reflexão sobre a origem


contraditória da identidade;

Os pensamentos de Saussure acerca língua como um sistema social e


não individual;

A noção de “poder disciplinar” apresentada por Michel Foucault;

O impacto do feminismo ao abrir espaço para questões políticas e sociais.


AS Culturas Nacionais como
Comunidades Imaginadas
As Culturas Nacionais como Comunidades
Imaginadas

O que está acontecendo com a identidade cultural na


modernidade tardia? Especificamente como as identidades
culturais nacionais estão sendo afetadas ou deslocadas pelo
processo de globalização?
As Culturas Nacionais como Comunidades
Imaginadas
A condição do homem (sic) exige que o indivíduo, embora exista e aja como um ser
autônomo, faça isso somente porque ele pode primeiramente identificar a s mesmo
como algo mais amplo – como um membro de uma sociedade, grupo, classe, estado
ou nação, de algum arranjo, ao qual ele reconhece institivamente como seu lar
(Scruton, 1986, p. 156).

A ideia de um homem (sic) sem uma nação parece impor uma (grande) tensão à
imaginação moderna. Um homem deve ter uma nacionalidade, assim como deve
ter um nariz e duas orelhas. Tudo isso parece óbvio, embora, sinto, que não seja
verdade. Mas que isso viesse a parecer tão obviamente verdadeiro é, de fato, um
aspecto, talvez o mais central, do problema do nacionalismo. Ter uma nação não é um
atributo inerente da humanidade, mas parece, agora, como tal (Gellner, 1983, p. 6).
As Culturas Nacionais como Comunidades
Imaginadas
Nós só sabemos o que significa ser inglês devido ao modo como a
“inglesidade” (Englishness) veio ser representada como um conjunto de
significados pela cultura nacional inglesa.
Uma nação é uma comunidade simbólica e é isso que explica seu “poder
para gerar um sentimento de identidade e lealdade” (Schwarz, 1986, p. 106).
A formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de
alfabetização universais, generalizou uma única língua vernacular como o
meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura
homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como, por exemplo,
um sistema educacional nacional.
Narrando a nação: Uma comunidade imaginada
Narrando a nação: Uma comunidade imaginada
Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir
sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a
concepção que temos de nós mesmos.

Mas como é imaginada a nação moderna? Que estratégias


representacionais são acionadas para construir nosso senso
comum sobre o pertencimento ou sobre a identidade nacional?
Narrando a nação: Uma comunidade imaginada
⮚Em primeiro lugar a narrativa da nação, tal como é contada e recontada nas
histórias e nas literaturas nacionais, na mídia e na cultura.
⮚Em segundo lugar, há a ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na
intemporalidade.
⮚A terceira estratégia discursiva é constituída por aquilo que Hobsbawm e Ranger
chamam de invenção da tradição: “Tradição que parecem ou alegam ser antigas são
muitas vezes de origem bastante recente e algumas vezes inventadas.
⮚Um quarto exemplo de narrativa da cultura nacional é a do mito fundacional: uma
história que localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num
passado tão distante que eles se perdem nas brumas do tempo, não no tempo “real”,
mas de um tempo “místico”.
Narrando a nação: Uma comunidade imaginada
⮚E o quinto: a identidade nacional é também muitas vezes
simbolicamente baseada na ideia de um povo folk, puro, original.
Gellner observou que: “Quando [os ruritanos] vestiram os trajes do povo
e rumaram para as montanhas, compondo poemas nos clarões das
florestas, eles não sonhavam em se tornarem um dia também poderosos
burocratas, embaixadores e ministros” (1983, p.61).
Desconstruindo a “cultura nacional”: Identidade
GLOBALIZAÇÃO
O que é globalização?

• “Se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que


atravessam fronteiras nacionais integrando e conectando comunidades e
organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o
mundo, em realidade e em experiência, mais interconectada.”
Compreensão espaço-tempo e identidade

•Aceleração dos processos globais

•Distâncias mais curtas

•Impacto imediato dos eventos mesmo a grandes


distâncias.
Espaço-tempo x Identidade

O Tempo e o espaço são coordenadas


básicas de todos os sistemas de
representação, impactando assim na
identidade.

O que são meios de representação?

Escrita, pintura, desenho, fotografia,


simbolização através da arte e dos
sistemas de telecomunicação.
• Enfraquecimento das fomas nacionais de identidade cutural.

• as identidades locais,regionais e comunitárias têm se tornad mais


importantes e a identidade nacional tem sido apagada pelas iicações
“globais”.
“Aldeia global”

Jeans e abrigos - o “uniforme” do jovem na cutura juvenil ocidental...


Em direção ao pós-mderno global?

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Em direção ao pós-mderno global?

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Referências

A identidade cultural na pós-modernidade – Stuart Hall. Disponivel em:


<https://culturaecomunicacao.com.br/2015/03/31/a-identidade-cultural-na-pos-modernidade-stuart-
hall/>. Acesso em: 21 de jun de 2017.

HALL, Stuart. A identidade na pós-modernidade.11. ed., 1. reimp. - Rio de Janeiro: DP&A, 2011.
Obrigada!

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