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Introdução ao Livro dos Reis

Informações Básicas

O título em hebraico é MELAKIM - reis


Originalmente haviam um só Livro dos Reis.
A divisão foi introduzida pela LXX.
Alvo: Descrever a história política do reino dividido
Versículos ­chave: 1Rs 3:9 / 2Rs 17:13
Palavras-­chave: (1Rs) unidade / (2Rs) divisão
Autoria
1. O Talmude Baba Bathra diz que Jeremias
escreveu Reis, provavelmente pelas citações de
Reis que aparecem em Jeremias.
2. Não podemos identificar categoricamente o
indivíduo que produziu o livro de Reis em sua
presente forma. Se II Reis 25:27-30 forem
considerados como um pós-escrito, o editor
bem poderia ter sido Jeremias ou algum
seguidor seu.
Autoria

Os Livros dos Reis são mais uma compilação de


materiais selecionados agrupados por um editor, do que
uma produção original de um único autor. Contém
material histórico altamente valioso e confiável,
selecionado por homens inspirados em uma estrutura,
seguindo um padrão específico, com comentários que
indicam um propósito profundamente religioso.
Autoria

O livro menciona várias fontes usadas para sua


composição:
As crônicas de Salomão 1 Rs 11:41;
" dos reis de Israel, 1 Rs 14:19 e;
" dos reis de Judá, 1 Rs 14:29;
Autoria e Forma
Não obstante as diversas fontes usadas para a
compilação, há uma unidade em todo o livro.
As narrativas dos vários reis são apresentadas com
uma fórmula fixa para o começo e o final de cada
reinado. Julgamentos são pronunciados nos quais
os reis são comparados com os bons e os maus
monarcas.
Autoria e Forma

Certas peculiaridades de pensamento e de


expressão que percorrem os dois livros, apontam
definitivamente para um indivíduo particular que,
desempenhou uma parte proeminente em agrupar
este material em sua presente forma.
Autoria e Forma

1. O autor utilizou um formato mais ou menos


uniforme para registrar as histórias dos reis:
a) informações introdutórias;
b) informações de conclusão;
c) registros de incidentes importantes;
Autoria e Forma

2. As informações introdutórias frequentemente incluíam:


a) Data de entronização com referência ao ano do rei do
outro reino;
b) Idade do rei ao entronizar-se;
c) Duração de seu reinado;
d) Para os reis de Israel, também a capital real;
e) Linhagem: nome da mãe em Judá e nome do pai em Israel;
f) Avaliação teológica ou moral, seguida as vezes por uma
narrativa que ilustrou a avaliação;
Autoria e Forma
3. As informações de conclusão frequentemente incluíam:
a) A fonte da informação;
b) Uma menção de outros fatos interessantes;
c) A morte e, no caso dos reis de Judá, seu enterro;
d) A sucessão:
Por um filho em Judá;
Por um filho ou usurpador em Israel;

4. Entre a introdução e a conclusão, se registrava pelo menos um


incidente importante, frequentemente relacionado com alguma
ação militar.
A- Salomão e a monarquia unificada 1 Rs 1-11;
B- Separação do reino do Norte 1 Rs 12;
C- Reis de Israel e de Judá 1 Rs 13:1-16:20;
Estrutura concêntrica

D- Guerra civil: início da dinastia de Onri 1 Rs 16:21-34;


E- Elias, os profetas e din. Onri 1 Rs 17-2 Rs 1
1-2 Reis

F- Eliseu sucede Elias 2 Rs 2;


E’- Eliseu, os profetas e din. Onri 2 Rs 3:1-9:13;
D’- Guerra civil: fim da dinastia de Onri 2 Rs 9:14-11:20;
C’- Reis de Israel e de Judá 2 Rs 12-16;
B’- A queda do reino do Norte 2 Rs 17;
A’- O reino de Judá sozinho 2 Rs 18-25;
Esboço Simplificado
1Rs 1-11 O reino de Salomão Grandeza, templo,
sabedoria e
apostasia.
1Rs 12-2Rs 17 O reino dividido Instabilidade, divisão,
guerras e disciplina.

2Rs 18-25 O reino sobrevivente Tristeza, instabilidade,


desolação e
destruição.

Reis em uma sentença: Deus preservou Seu


povo, disciplinando-o com o exílio, mas
manteve-se fiel às alianças que tinha feito com
Abraão e Davi.
Israel: Reino Unido e Reino
Dividido

A divisão do reino
– No ano 935 a.C. houve a cisão do povo de Israel,
dividindo as doze tribos em dois reinos distintos. O Reino
do Sul incluía as tribos de Judá e Benjamim, e manteve a
dinastia de Davi. O Reino do Norte incluía 10 outras
tribos e foi marcado pela instabilidade no trono.
Israel: Reino Unido e Reino
Dividido

As causas da divisão
– Salomão foi um rei de obras grandiosas, gerando também
grandes despesas. Para pagamento destas despesas o povo
teve de arcar com mais impostos. Após a morte do rei o
povo se dirigiu ao sucessor Roboão pedindo a redução dos
pesados encargos colocados sobre eles.
Israel: Reino Unido e Reino
Dividido
As causas da divisão
Roboão seguindo o conselho de seus amigos jovens disse que em
seu reino o jugo seria mais pesado que o de seu pai. Após essa
decisão de Roboão o povo se negou a continuar sendo governado
por ele. Levantaram como rei de Israel, Jeroboão, ficando sob as
ordens de Roboão apenas a tribo de Judá e Benjamim (1 Rs 12).
Sendo assim o reino de Israel ficou dividido, formando Judá e
Benjamim o reino do Sul e o restante das dez tribos o reino do
Norte.
Visão Panorâmica dos Reinos de
Israel
Reino Unido Reino do Norte Reino do Sul

Dinastias 2 (Saul e Davi) 9 1 (Judá)

Súditos 12 tribos 10 tribos 2 tribos

Monarquia Reis fiéis e reis infiéis Reis infiéis Reis fiéis e reis infiéis

Profetas Atuaram junto aos reis Atuaram contra reis. Atuaram


Alguns abandonaram a confrontando reis
Deus para agradar aos
reis

Sacerdotes Serviam a Deus no Serviam ao rei de Israel e Serviram ao Senhor


templo desprezaram a Deus no templo

Idolatria Presente na vida de Baal e Astarore são os Dependendo do rei, o


Salomão principais povo praticava a
idolatria
O Reino do Norte
Na história do reino dividido o Reino do Norte, Israel, era
politicamente mais instável que o Reino do Sul, Judá. Alguns
fatores comprovam isso:
– Duração mais curta que o Reino do Sul, apenas 209 anos
– A violência sempre precedeu a sucessão real
– Todos os dezenove reis são considerados maus pelo autor de Reis,
pois são acusados de prestarem culto ao bezerro de ouro de
Jeroboão
– A duração média de um reinado era de 10 anos
– Nove famílias diferentes reivindicaram o trono de Israel
O Reino do Sul
O Reino do Sul, Judá, ainda sobreviveu por mais um século e meio,
chegando a 345 anos de existência, e abaixo estão relacionadas suas
principais características:
– A média de duração do governo de um rei foi de dezessete anos
– A família de Davi foi a única a reivindicar o trono de
Jerusalém, gerando estabilidade política
– A presença do templo e serviços sacerdotais;
– O reinado da rainha Atalia (2 Reis 11) foi a única interrupção da
sucessão davídica no trono de Judá
– Dos dezenove reis de Judá, oito são classificados
– como bons pelo autor de Reis
Destaques
Reis, um livro que enfatiza a fidelidade de Deus
– Na história dos reis de Judá e de Israel, uma lição é enfatizada:
não há sucesso na vida longe da palavra de Deus e de uma
caminhada de fé com Ele (Hb 11.6).
Um livro que destaca o início do ministério dos profetas
– Elias e Eliseu são os precursores do movimento profético,
que culminam com os profetas escritores. Estes se
caracterizam pela denúncia contra o povo e o anúncio do
juízo de Deus.
Destaques

O caráter de Deus
– Em Reis, Deus se mostra santo ao abominar toda a
forma de idolatria;
– Fiel, ao preservar a dinastia de Davi mesmo diante
do pecado de seus descendentes;
– Gracioso ao garantir que Sua vontade fosse
realizada apesar do pecado e do castigo de Israel.
Aplicações
● Deus odeia o pecado e não permitirá que continue
indefinidamente. Se pertencemos a Ele, podemos
esperar Sua disciplina quando Lhe desobedecemos. Um
Pai amoroso corrige seus filhos para o seu bem e para
provar que realmente pertencem a Ele. Deus pode, por
vezes, utilizar os incrédulos para trazer correção ao Seu
povo e Ele nos dá advertência antes de proferir
julgamento.
Perspectivas e Conclusão
Os livros dos reis, escritos durante o exílio na Babilônia
em torno do ano 560 a.C. mais ou menos, são a história
filosófico-teológica do Reino de Israel do ano de 965 -
560 a.C.. É uma filosofia da história, enquanto o autor
procura apontar as causas fundamentais para a queda do
Reino. É uma teologia da história porque são religiosas
as causas apresentadas: (1) Falharam os reis não
guardando fidelidade ao monoteísmo exigido na aliança
do Sinai; (2) houve os perigos resultantes da não
manutenção de um único Santuário de Jerusalém.
Perspectivas e Conclusão
Escrevendo durante o exílio babilônico para um povo
desiludido, o autor evidencia inquestionavelmente que a
catástrofe de 586 a.C. foi o castigo inexorável para a
maioria dos reis do Norte e do Sul, que não souberam
guardar o monoteísmo nem a unicidade do Santuário
em Jerusalém, unicidade exigida pela Lei (TORAH). A
consequência é que Israel e não Deus, foi infiel. Segue-
se também que Israel, para reassumir a missão recebida
de Deus devia se arrepender e deixar o futuro entregue à
inabalável fidelidade de Deus e ao Seu imutável amor.

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