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O P rim eiro Livro dos

Reis
Análise Autor
0 alvo desses livros em parte alguma é claramente afir­ O autor dos livros de Reis é desconhecido. Ele teve aces­
mado. Mas até mesmo uma leitura casual deixa claro que o es­ so a registros escritos tais como o “livro da história de Salo­
critor tinha em vista demonstrar o fato que, embora Israel mão” (1 Rs 11.41), ou o “livro da história dos reis de Israel”
estivesse em relação de aliança com Deus, a maioria dos seus (1 Rs 14.19, e noutros lugares), ou ainda como o “livro da his­
reis rejeitaram e ultrajaram as obrigações do pacto. tória dos reis de Judá” (1 Rs 14.29, e outros lugares), que
Tanto os reis de Judá como os de Israel são passados em provavelmente eram anais oficiais. E possível que ele também
revista e, até onde é viável, são tratados contemporaneamen- tenha usado compilações mais antigas, possivelmente prepa­
te. O valor de cada rei é determinado mediante uma compara­ radas por algum dos profetas.
ção com dois dos reis anteriores: o rei Davi, que se manteve O compilador final deve ter vivido depois da queda de Judá
apegado firmemente à aliança, e o rei Jerobão, de Israel, que em 586 a.C., pois registrou o livramento de Joaquim, em cer­
abandonou o pacto. ca de 560 a.C. (2 Rs 25.27-30).
Assim sendo, a comparação mostra se determinado rei Pelo interesse que o autor demonstrou na aliança, pode­
“andou nos caminhos de Davi, seu pai” ou se “andou nos ca­ mos especular que ele teria sido um profeta, mais ou menos
minhos de Jeroboão, filho de Nebate”. contemporâneo de Jeremias, e que escreveu na primeira m e­
É evidente que o escritor de Reis descobriu que, nessa tade do século sexto a.C.
base, bem poucos dos reis de Israel ou de Judá observaram a
aliança com Deus. Exceções notáveis foram Asa (1 Rs 15), Jo-
safá (1 Rs 22), Ezequias (2 Rs 1 8 -2 0 ) e Josias (2 Rs 22 -2 3 ),
e até esses tiveram alguns defeitos. Esboço
Davi percebeu o ideal mais claramente do que qualquer O REINADO DE SALOMÃO, 1 Reis 1.1 — 11.43

dos outros. O conselho final que deu a seu filho, Salomão, é A M orte de Davi e a Unção de Salomão,
1 . 1 - 2.11
que ele deveria guardar os mandamentos de Deus (1 Rs 2.3).
Salomão Elimina seus Oponentes, 2 .1 2 - 4 6
Exclusivamente disso dependia a esperança de prosperidade
Salomão Ora Pedindo Sabedoria; sua Primeira Sábia
e paz. Desviar-se desse caminho era arriscar-se ao juízo Decisão, 3.1 - 2 8
divino. A Administração do Reino, 4.1 - 34
A lealdade ao pacto com Deus era um a exigência antiga Planejamento e Ereção do Templo, 5.1 — 7.51
em Israel. Derivava-se de Abraão, mas encontrou expressão A Dedicação do Templo, Promessa de Deus a Salomão,
nacional no tempo do Êxodo, quando Israel, recentemente li­ 8 .1 — 9.9
bertado do Egito, esteve no monte Sinai e entrou em um sole­ Comércio e Programa das Edificações de Salomão,
9 .1 0 -2 8 ; 1 0 .1 4 -2 9
ne pacto com Deus (Êx 19.5; 24.3 -8 ). Dali por diante Israel
A Visita da Rainha de Sabá, 10.1 —13
seria o próprio povo de Deus, separado das nações, obediente
Fim do Reinado de Salomão, 1 1 .1 -4 3
aos Seus M andamentos e leal a Ele. Os israelitas foram proi­
O REINO DIVIDIDO , 1 Reis 1 2 .1 - 2 Reis 17.41
bidos de entrar em alianças com outras nações ou com outros Primeiro Período de Antagonismo entre |udá e Israel,
deuses. A aderência à aliança com Deus resultaria numa bên­ 12.1— 16.28
ção; o desviar-se da mesma resultaria em maldição e julga­ Revolta de Jeroboão I. A Primeira Dinastia de Israel,
mento. Esses princípios são claramente postos em vigor em 1 2.1— 14.20
2 Rs 17-23. Reoboão, de ]udá, 1 4 .2 1 -3 1
O escritor traça a história dos reis de Israel desde Salomão Abias e Asa, de judá, 15.1 - 2 4
Nadabe, de Israel, Filho de jeroboão 1 ,1 5 .2 5 -3 2
até o último dos reis de Judá. De modo franco e honesto, re­
Baasa e Elá, Segunda Dinastia de Israel, 1 5 .3 3 — 16.14
gistra a triste história da rejeição ao pacto pela maioria dos go­
Zinri, Único Rei da Terceira Dinastia de Israel,
vernantes. O colapso final de Israel, perante a Assíria (2 Rs
1 6 .1 5 -2 2
17), e de Judá, perante a Babilônia (2 Rs 25), foi uma demons­ Onri, de Israel, Fundador da Quarta Dinastia,
tração da verdade do princípio que sublinha o livro, e não acon­ 1 6 .2 3 -2 8
teceu como um a surpresa para indivíduos dotados de Período de Amizade entre Judá e Israel,
discernimento espiritual. 1 6 . 2 9 - 2 Reis 9.37
Em dias posteriores, os dois livros de Reis permaneceram Acabe, de Israel, Segundo Rei da Quarta Dinastia,
16.29— 22.40
como uma advertência para o remanescente do povo de Deus,
josafá, de judá, 22.41 - 5 0
e assim proviam uma lição prática sobre a verdade que a re­
Acazias de Israel, Terceiro Rei da Quarta Dinastia,
jeição ao pacto com Deus, sendo um ato pecaminoso e rebel­
2 2 .5 1 -5 3
de, só pode trazer como resultado, o juízo divino.
1 REIS 1.1 478
A velhice de Davi 1.3 0Js 19.18 os seus irmãos, os filhos do rei, e todos os
Sendo o rei Davi já velho e entrado em homens de Judá, servos do rei,

1 dias, envolviam-no com roupas, porém


não se aquecia.
10 porém a Natã, profeta, e a Benaia, e os
valentes, e a Salomão, seu irmão, não con­
vidou.
2 Então, lhe disseram os seus servos: Pro- 1.5 b2Sm 3.4
cure-se para o rei, nosso senhor, uma jovem
Natã e Bate-Seba advogam
donzela, que esteja perante o rei, e tenha cui­
a causa de Salomão
dado dele, e durma nos seus braços, para que
o rei, nosso senhor, se aqueça. 11 Então, disse Natã a Bate-Seba, mãe de
1.6 c2 S m 3.3-4;
3 Procuraram, pois, por todos os limites ICr 3.2 Salomão'’: Não ouviste que Adonias, filho de
de Israel uma jovem formosa; acharam Abisa- Hagite, reina e que nosso senhor, Davi, não o
gue, sunamita, e a trouxeram ao rei.° sabe?
4 A jovem era sobremaneira formosa; cui­ 12 Vem, pois, e permite que eu te dê um
dava do rei e o servia, porém o rei não a conselho, para que salves a tua vida e a de
possuiu.
1.7 Salomão, teu filho.
d 2Sm 20.25;
13 Vai, apresenta-te ao rei Davi e dize-
1Rs 2.22,28
lhe: Não juraste, ó rei, senhor meu, à tua
Adonias usurpa o trono
serva, dizendo: Teu filho Salomão reinará de­
5 Então, Adonias6, filho de Hagite, se pois de mim e se assentará no meu trono? Por
exaltou e disse: Eu reinarei. Providenciou car­ que, pois, reina Adonias?»
ros, e cavaleiros, e cinqüenta homens que cor­ 1.8<-2Sm 23.í 14 Eis que, estando tu ainda a falar com o
ressem adiante dele. 1 Rs 4.18
rei, eu também entrarei depois de ti e confir­
6 Jamais seu pai o contrariou, dizendo: marei as tuas palavras.
Por que procedes assim? Além disso, era ele 15 Apresentou-se, pois, Bate-Seba ao rei
de aparência mui formosa e nascera depois de na recâmara; era já o rei mui velho, e Abisa-
Absalão.0 gue, a sunamita, o servia.
1.11
7 Entendia-se ele com Joabe, filho de Ze­ f2Sm 12.24-25 16 Bate-Seba inclinou a cabeça e pros-
ruia, e com Abiatar, o sacerdote, que, se- trou-se perante o rei, que perguntou: Que
guindo-o, o ajudavam.d desejas?
8 Porém Zadoque, o sacerdote, e Benaia, 17 Respondeu-lhe ela: Senhor meu, ju ­
filho de Joiada, e Natã, o profeta, e Simei, e raste à tua serva pelo SENHOR, teu Deus, di­
1.1 3 9 lC r 22.9
Rei, e os valentes que Davi tinha não apoia­ zendo: Salomão, teu filho, reinará depois de
vam Adonias.e mim e ele se assentará no meu trono.h
9 Imolou Adonias ovelhas, e bois, e ani­ 18 Agora, eis que Adonias reina, e tu, ó
mais cevados, junto à pedra de Zoelete, que rei, meu senhor, não o sabes.
está perto da fonte de Rogel, e convidou todos 1.1 7 ^ IRs 1.13 19 Imolou bois, e animais cevados, e ove-

1.2 A moça havia de ser criada de confiança, e, além disso, exemplar, não soube disciplinar seus filhos, de m odo que,
teria de transmitir ao velho rei o calor da juventude, mas não quando um deles, Amnon, praticou o incesto, outro, Absa­
era considerada como uma esposa, veja v 4 e 2.17. lão, o assassinou. Acabe foi um rei totalm ente mau, cujo
exemplo pecaminoso corrompeu a seu filho Acazias, o qual
1.5 Adonias. 0 quarto filho de Davi (2 Sm 3 .3 -4 ). Amnom e
arrastou Israel às profundezas do pecado.
Absalão morreram (2 Sm 13.28,29; 1 8.14) e já que Quileabe
não aparece mais na narrativa bíblica, depois do registro do 1.7 joabe. Um dos personagens mais exóticos e mais parado­
seu nascimento, não devemos duvidar que Adonias se consi­ xais do Antigo Testamento. Embora fosse primo de Davi
derava herdeiro (2.15). (1 Cr 2 .1 5 -1 6 ), foi o seu próprio valor que o fez merecedor
da posição de general dos exércitos de Davi. Normalmente
• N. Hom . 1.6 jamais seu pai o contrariou. As conseqüências
era, leal a Davi, apesar de ser, às vezes, um homem traiçoeiro
da fraqueza dos pais em disciplinar seus filhos não tardam
e cruel.
em aparecer. Quatro exemplos disso: Eli, 1 Sm 3.13; Samuel,
1 Sm 8.3; Davi, e Acabe, 1 Rs 2 2 .5 2 -5 4 . A fraqueza de Eli 1.11 Natã. Note-se a lealdade deste mesmo profeta que fora
neste pormenor causou a destruição de sua inteira descen­ tão corajoso em repreender a Davi pelo seu duplo pecado
dência. Não se descrevem, exatamente, as falhas de Samuel contra Urias (2 Sm 1 2 .1 -1 5 ). Ser franco, comovendo alguém
como pai, mas o mau com portam ento de seus filhos era uma a abandonar o pecado, é devotar-lhe a melhor amizade
razão suficiente para os líderes de Israel escolherem o ca­ (Pv 2 7 .5 -6 ).
m inho desastroso, preferindo serem regidos por um rei, e não 1.19 Imolou. Trata-se de uma festa religiosa pala celebrar a
por um profeta de Deus. Embora Davi tivesse uma vida coroação. O lugar escolhido era um santuário que tinha uma
479 1 REIS 1.38
lhas em abundância. Convidou todos os filhos 1.19 'lRs 1.7-9 29 Então, jurou o rei e disse: Tão certo
do rei, a Abiatar, o sacerdote, e a Joabe, co­ como vive o Senhor , que remiu a minha
mandante do exército, mas a teu servo Salo­ alma de toda a angústia,;
mão não convidou.1 1 .2 1 /'Dt 31.16; 30 farei no dia de hoje, como te jurei pelo
20 Porém, ó rei, meu senhor, todo o Israel 1Rs 2.10 Senhor , Deus de Israel, dizendo: Teu filho
tem os olhos em ti, para que lhe declares Salomão reinará depois de mim e se assentará
quem será o teu sucessor que se assentará no no meu trono, em meu lugar.m
teu trono. 1.25 31 Então, Bate-Seba se inclinou, e se
21 Do contrário, sucederá que, quando o *1 Sm 10.24; prostrou com o rosto em terra diante do rei,
1Rs 1.19
rei, meu senhor, jazer com seus pais, eu e e disse: Viva o rei Davi, meu senhor, para
Salomão, meu filho, seremos tidos por cul­ sempre!"
pados./
22 Estando ela ainda a falar com o rei, eis 1 .2 9 '2Sm 4.9 Salomão é constituído rei
que entra o profeta Natã. 32 Disse o rei Davi: Chamai-me Zadoque,
23 E o fizeram saber ao rei, dizendo: Aí o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho
está o profeta Natã. Apresentou-se ele ao rei, 1.30 mIRs 1.17 de Joiada. E eles se apresentaram ao rei.
prostrou-se com o rosto em terra perante ele 33 Disse-lhes o rei: Tomai convosco os
24 e disse: O rei, meu senhor, acaso dis- servos de vosso senhor, e fazei montar meu
seste: Adonias reinará depois de mim e ele é 1.31 "Ne 2.3 filho Salomão na minha mula, e levai-o a
quem se assentará no meu trono? Giom.0
25 Porque, hoje, desceu, imolou bois, e 34 Zadoque, o sacerdote, com Natã, o pro­
animais cevados, e ovelhas em abundância e feta, ali o ungirão rei sobre Israel; então, toca-
1.33
convidou todos os filhos do rei, e os chefes do °2Sm 20.6; reis a trombeta e direis: Viva o rei Salomão IP
exército, e a Abiatar, o sacerdote, e eis que 2Cr 32.30 35 Subireis após ele, e virá e se assentará
estão comendo e bebendo perante ele; e di­ no meu trono, pois é ele quem reinará em meu
zem: Viva o rei Adonias !k lugar; porque ordenei seja ele príncipe sobre
26 Porém a mim, sendo eu teu servo, e a 1.34 Israel e sobre Judá.
Zadoque, o sacerdote, e a Benaia, filho de p1Sm 10.1; 36 Então, Benaia, filho de Joiada, respon­
Joiada, e a Salomão, teu servo, não convidou. 2Sm 2.4; deu ao rei e disse: Amém! Assim o diga o
IRs 19.16;
27 Foi isto feito da parte do rei, meu se­ 2Rs 9,3,13 Senhor , Deus do rei, meu senhor.
nhor? E não fizeste saber a teu servo quem se 37 Como o Senhor foi com o rei, meu
assentaria no teu trono, depois de ti? senhor, assim seja com Salomão e faça que o
28 Respondeu o rei Davi e disse: Chamai- trono deste seja maior do que o trono do rei
1.37 q|s 1.5;
me a Bate-Seba. Ela se apresentou ao rei e se ISm 20.13; Davi, meu senhor. í
pôs diante dele. 1Rs 20.47 38 Então, desceu Zadoque, o sacerdote, e

tonte sagrada, a fonte de Rogel. As forças armadas, a família 1.31 Viva o rei. Esta saudação era tão automática, que até na
real e a organização religiosa estavam todas ali representadas. hora de fazerem-se os preparativos para a m orte dele, foi
1.21 Seremos tidos por culpados. N o mundo inteiro a política empregada. Quantas vezes falta sinceridade em nossas sauda­
tem tratado todos os rivais vencidos como a criminosos, eli­ ções diárias!
minando os que poderiam ter pretensões ao poderio cívico.
1.32 Zadoque.. . N a tã .. . Benaia. O rei está convocando um
1 .24 Acaso disseste. Natã age como quem está pedindo infor­
tipo de quórum suficiente para a coroação oficial: o sacerdó­
mações respeitosas. Não tendo uma mensagem específica a
cio, o ministério profético e o exército. O ato, indiretamente,
entregar, da parte de Deus, mostra-se cortês e prudente.
inclui a deposição do sacerdote e do general que apoiavam a
1.27 Não fizeste saber. Dentro do respeito e da cortesia, há, Adonias, como logo se verá.
aqui, um pouco de estranheza da parte de Natã, pois houvera
atividades cívicas, as quais, os fiéis conselheiros do rei não 1.33 Giom. Uma fonte bem perto de Jerusalém, provavel­
haviam sido convidados, e uma suave indagação sobre as m ente a fonte da Virgem, no vale do Cedrom.
intenções prévias do rei, nas quais Salomão constava como
herdeiro. 1.35 Ordenei. A coroação de Salomão era legítima pela or­
1.28 Chamai-me. A chegada do profeta, pomposamente dem do monarca reinante; pela unção, através das mãos dos
anunciada (23), seria o sinal para a retirada da esposa do rei, líderes religiosos (34), que era símbolo do favor divino, o qual
conforme o costume oriental. Agora Davi a chamava de volta tam bém se manifestara claramente desde o nascimento de
para que participe da decisão solene e pública em favor do Salomão (2 Sm 1 2 .2 4 -2 5 ); pelo poder da guarda real (38); e
seu filho. pela aclamação do povo (39).
1 REIS 1.39 480
Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e,a 1.38 r2Sm 8.18 ram congratular-se com ele e disseram: Faça
guarda real, fizeram montar Salomão a mula teu Deus que o nome de Salomão seja mais
que era do rei Davi e o levaram a G iom / célebre do que o teu nome; e faça que o seu
39 Zadoque, o sacerdote, tomou do taber- 1.39 sEx 30.23; trono seja maior do que o teu trono. E o rei se
ISm 10.24;
náculo o chifre do azeite e ungiu a Salomão; inclinou sobre o leito.1'
1 0 29.22;
tocaram a trombeta, e todo o povo exclamou; Sl 89.20 48 Também disse o rei assim: Bendito o
Viva o rei Salomão!5 Senhor , Deus de Israel, que deu, hoje, quem
40 Após ele, subiu todo o povo, tocando se assente no meu trono, vendo-o os meus
gaitas e alegrando-se com grande alegria, de 1.42
próprios olhos.14'
maneira que, com o seu clamor, parecia fen­ '2Sm 18.27 49 Então, estremeceram e se levantaram
der-se a terra, todos os convidados que estavam com Ado­
nias, e todos se foram, tomando cada um seu
Adonias e seus adeptos alarmam-se 1.46 caminho.
41 Adonias e todos os convidados que «ICr 29.23
com ele estavam o ouviram, quando acaba­ Adonias pede indulto
vam de comer; também Joabe ouviu o sonido 50 Porém Adonias, temendo a Salomão,
das trombetas e disse; Que significa esse 1.47 ►Cn 47.31; levantou-se, foi e pegou nas pontas do altar.*
ruído de cidade alvoroçada? 1Rs 1.37 51 Foi dito a Salomão: Eis que Adonias
42 Estando ele ainda a falar, eis que vem tem medo de ti, porque pega nas pontas do
Jônatas, filho de Abiatar, o sacerdote; dissé altar, dizendo: Jure-me, hoje, o rei Salomão
Adonias; Entra, porque és homem valente e 1.48 wl Rs 3.6 que não matará a seu servo à espada.
trazes boas-novas.1 52 Respondeu Salomão: Se for homem de
43 Respondeu Jônatas e disse a Adonias; bem, nem um de seus cabelos cairá em terra;
Pelo contrário, nosso senhor, o rei Davi, cons­ 1.50*1 Rs 2.28 porém, se se achar nele maldade, morrerá.
tituiu rei a Salomão. 53 Enviou o rei Salomão mensageiros, e o
44 E Davi enviou com ele a Zadoque, o fizeram descer do altar; então, veio ele e se
sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia, prostrou perante o rei Salomão, e este lhe
1.52
filho de Joiada, e aos da guarda real; e o HSm 14.45; disse: Vai para tua casa.
fizeram montar a mula que era do rei. 2Sm 14.11

45 Zadoque, o sacerdote, e Natã, o pro­ Davi dá instruções a Salomão e morre


feta, o ungiram rei em Giom e dali subiram Aproximando-se os dias da morte de
alegres, e a cidade se alvoroçou; esse é o
clamor que ouviste.
2.1 ?Gn 47.29 2 Davi, deu ele ordens a Salomão, seu fi­
lho, dizendo:z
46 Também Salomão já está assentado no 2 Eu vou pelo caminho de todos os mor­
trono do reino.u 2.2 tais. Coragem, pois, e sê homem!0
47 Ademais, os oficiais do rei Davi vie­ oDt 17.19-20 3 Guarda os preceitos do Senhor , teu

1.39 Vivo o rei Salomão. Os primeiros onze capítulos de pontas do altar verifica-se somente neste versículo e no v 28
1 Rs descrevem o glorioso reino de Salomão. Este grande m o­ do capítulo seguinte. Mas a lógica do ato é cristalina. As pon­
narca era, ao mesmo tem po, sábio, negociante e imperador, tas (heb "chifres") serviam para atar o animal a se imolar, que
não obstante possuir um exército considerável, para proteger era oferta pelos pecados dos homens. Assim tam bém o crente
as fronteiras nacionais. O exército nunca entrou em ação, por apega-se à Cruz, confiando que o sacrifício de Cristo é a s m
causa das alianças amistosas que Salomão fazia com os vizi­ garantia da misericórdia de Deus, garantia esta que Jesus lhe
nhos de Israel, alianças condicionadas por casamentos que, deu à custa de Seu próprio sangue. Depois de rejeitar ao
eventualmente, levaram o rei à prática de pecados que provo­ ungido de Deus, o gesto de Adonias não era sinal de verda­
caram tremenda rebelião do povo contra a pessoa do seu deiro arrependimento (2.2 1), e por isso Salomão não levou a
herdeiro Roboão (11.1 - 1 3 ) . sério o seu gesto de pedir a misericórdia divina, pois era um
1.47 Estes últimos pormenores formam parte da narrativa, abuso da religião (2.25).
pois o relator deste acontecimento registra apenas as ordens 1.52 Se for homem de bem. A idéia do asilo religioso era parj
proferidas pelo rei Davi ( 3 3 -3 5 ). As palavras e o testemunho a proteção dos que estavam sendo perseguidos por crimes
ocular de Jônatas são razão suficiente para não se perder que não haviam sido cometidos deliberadamente (Êx 21.13),
tem po com mais descrições, ou seja, o desenrolar dos fatos, e mas, se houvesse cometido crime de traição premeditado,
as próprias personagens participantes se encarregam de bem "tirá-lo-ás até mesmo do m eu altar, para que morra'
o esclarecer. (Êx 21.1 4 ).
1.50 Pegou nas pontas do altar. O costume de se agarrar às • N. H om . 2 . 2 - 4 O Caminho da Verdadeira Prosperidade.
481 1 REIS 2.20
2.3 kDt 29.9; lhe hás de fazer para que as suas cãs desçam
Deus, para andares nos seus caminhos, para
ICr 22.12-13
guardares os seus estatutos, e os seus manda­ à sepultura com sangue.i
mentos, e os seus juízos, e os seus testemu­ 2.4
10 Davi descansou com seus pais e foi
nhos, como está escrito na Lei de Moisés, c2Sm 7.12-13; sepultado na Cidade de Davi.fc
para que prosperes em tudo quanto fizeres e IRs 8.25; 11 Foi o tempo que Davi reinou sobre Is­
2Rs 20.3;
por onde quer que fores ;fa Sl 132.12 rael quarenta anos': sete anos em Hebrom e
4 para que o Senhor confirme a palavra em Jerusalém trinta e três.
que falou de mim, dizendo: Se teus filhos 2.5 d2Sm 3.27 12 Salomão assentou-se no trono™ de
guardarem o seu caminho, para andarem pe­ e2Sm 20.10 Davi, seu pai, e o seu reino se fortificou so­
rante a minha face fielmente, de todo o seu bremaneira.
2.6 n Rs 2.9
coração e de toda a sua alma, nunca te faltará
sucessor ao trono de Israel.c Morte de Adonias
2.7
5 Também tu sabes o que me fez Joabe, 9 2Sm 17.27-29 13 Então, veio Adonias, filho de Hagite, a
filho de Zeruia, e o que fez aos-dois coman­
Bate-Seba, mãe de Salomão; disse ela: É de
dantes do exército de Israel, a Abnerd, filho 2.8
*2Sm 16.5-13
paz a tua vinda? Respondeu ele: É de paz."
de Ner, e a Amasae, filho de Jéter, os quais
'2Sm 19.16-23 14 E acrescentou: Uma palavra tenho que
matou, e, em tempo de paz, vingou o sangue
dizer-te. Ela disse; Fala.
derramado em guerra, manchando com ele o 2.9 ÍCn 42.38; 15 Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino
cinto que trazia nos lombos e as sandálias Jó 9.28
era meu, e todo o Israel esperava que eu rei­
nos pés.
nasse, ainda que o reino se transferiu e veio a
6 Faze, pois, segundo a tua sabedoria e 2.10 *2Sm 5.7;
1Rs 1.21 ser de meu irmão, porque do Senhor ele o
não permitas que suas cãs desçam à sepultura
em paz.f recebeu.0
2.11 16 Agora, um só pedido te faço; não mo
7 Porém, com os filhos de Barzilais, o '2Sm 5.4-5;
gileadita, usarás de benevolência, e estarão ICr 3.4 rejeites. Ela lhe disse: Fala.
entre os que comem à tua mesa, porque assim 17 Ele disse: Peço-te que fales ao rei Sa­
se houveram comigo, quando eu fugia por 2.12 lomão (pois não to recusará) que me dê por
m 1 Cr 29.23 mulher a Abisague, sunamita.P
causa de teu irmão Absalão.
8 Eis que também contigo está Simei, fi­ 18 Respondeu Bate-Seba: Bem, eu falarei
2.13
lho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, "1 Sm 16.4-5 por ti ao rei.
que me maldisse'1 com dura maldição, no dia 19 Foi, pois, Bate-Seba ter com o rei Sa­
em que ia a Maanaim; porém ele saiu a en­ 2.15 o1Rs 1.5; lomão, para falar-lhe por Adonias. O rei se
ICr 22.9-10; levantou a encontrar-se com ela e se inclinou
contrar-se comigo1 junto ao Jordão, e eu, Dn 2.21
pelo Senhor , lhe jurei, dizendo que o não diante dela; então, se assentou no seu trono e
mataria à espada. 2.17 P i Rs 1.3-4 mandou pôr uma cadeira para sua mãe, e ela
9 Mas, agora, não o tenhas por inculpável, se assentou à sua mão direita. 9
pois és homem prudente e bem saberás o que 2.19 <TÊx 20.12 20 Então, disse ela: Só um pequeno pe-

C om parando-se esta passagem bíblica com Js 1 . 8 - 9 e herdeiro recebesse, como herança, súditos rebeldes.
com Sl 1 .2 - 3 , fica claramente entendido que a plenitude 2.1 0 Cidade de Davi. É Jerusalém (2 Sm 5 .6 -7 ).
da verdadeira prosperidade da vida se reserva aos que lêem
2.11 Quarenta anos. Este foi o período do reinado de Saul
a Palavra de Deus, que a estudam num espírito de fé, e
(At 13.21) e tam bém o de Salomão (1 Rs 11.42).
obedecem aos princípios dela emanados.
2 .1 5 Bem sabes. Uma tentativa de mostrar que Bate-Seba
2.5 Devemos ler com atenção as referências bíblicas aos no­ lhe devia um favor. Até certo ponto, tinha algum direito ao
mes de Abner e Amasa para tom ar conhecimento de como trono, mas veja a nota de 1.35 sobre os direitos de Salomão.
Joabe foi um covarde assassino dos seus concorrentes à posi­ Do Senhor. O u Adonias se curvou perante a vontade de Deus,
ção de comandante do exército. Vingou o sangue. Quando que tem poder para dar o poderio cívico para quem quiser
Abner era comandante dos exércitos do filho de Saul, matou, (D n 4.32), ou estava fazendo uma declaração hipócrita ao
em combate livre, ao irmão de Joabe. afirmar que aceitava Salomão como rei legítimo, para poder

2 .9 És homem prudente. Salomão teria de apelar para a sua amotinar-se contra ele sem embaraços.
sabedoria, a fim de avaliar a aparente lealdade e obediência 2 .17 Não to recusará. Assim como Bate-Seba se prostrava
daquele que, em tempos difíceis, mostrara-se tão inimigo da perante o rei Davi, seu marido (1.1 6), assim tam bém Salomão
família real, e afastar o perigo de um traidor em potencial. se inclinava a ela como mãe (19). Se ela tinha poder para
Davi podia, como homem experimentado, usar de generosi­ influenciar a Davi, era claro que tam bém Salomão não se lhe
dade para com seus inimigos, mas não quis que o jovem oporia à vontade.
1 REIS 2.21 482
2.22 n Rs 1.7 Morte de Joabe
dido te faço; não mo rejeites. E o rei lhe disse:
Pede, minha mãe, porque to não recusarei. 28 Chegando esta notícia a Joabe (porque
21 Disse ela: Dê-se Abisague, a sunamita, Joabe se tinha desviado seguindo a Adonias,
a Adonias, teu irmão, por mulher. ainda que se não desviara seguindo a Absa­
2.23 sRt 1.17
22 Então, respondeu o rei Salomão e disse lão), fugiu ele para o tabemáculo do Senhor
a sua mãe: Por que pedes Abisague, a suna­ e pegou nas pontas do altar.w
mita, para Adonias? Pede também para ele o 29 Foi dito ao rei Salomão que Joabe ha­
reino (porque é meu irmão maior), para ele, 2.24 t2Sm 7.11; via fugido para o tabemáculo do Senhor ; e
digo, e também para Abiatar, o sacerdote, e ICr 22.10 eis que está junto ao altar. Enviou, pois, Salo­
para Joabe, filho de Z eruia/ mão a Benaia, filho de Joiada, dizendo: Vai,
23 E jurou o rei Salomão pelo Senhor , arremete contra ele.
dizendo: Deus me faça o que lhe aprouver, se 30 Foi Benaia ao tabemáculo do Senhor
não falou Adonias esta palavra contra a sua 2.26
"2Sm 15.24
e disse a Joabe: Assim diz o rei: Sai daí. Ele
vida.s respondeu: Não, morrerei aqui. Benaia tomou
24 Agora, pois, tão certo como vive o com a resposta ao rei, dizendo: Assim falou
Senhor , que me estabeleceu e me fez assen­ Joabe e assim me respondeu.
tar no trono de Davi, meu pai, e me edificou 2.27 31 Disse-lhe o rei: Faze como ele te disse;
casa, como tinha dito, hoje, morrerá vISm 2.27-36 arremete contra ele e sepulta-o, para que tires
Adonias.f de mim e da casa de meu pai a culpa do
25 Enviou o rei Salomão a Benaia, filho sangue que Joabe sem causa derramou.*
de Joiada, o qual arremeteu contra ele, de 32 Assim, o Senhor fará recair a culpa de
sorte que morreu. 2.28 >v1Rs 1.7
sangue de Joabe sobre a sua cabeça, porque
arremeteu contra dois homens mais justos e
Expulso o sacerdote Abiatar melhores do que ele e os matou à espada, sem
26 E a Abiatar, o sacerdote, disse o rei: que Davi, meu pai, o soubesse; isto é: a Ab­
2.31 *Ex 21.14;
Vai para Anatote, para teus campos, porque Dt 19.13 ner, filho de Ner, comandante do exército de
és homem digno de morte; porém não te ma­ Israel, e a Amasa, filho de Jéter, comandante
tarei hoje, porquanto levaste a arcau do do exército de Judá.)'
Senhor Deus diante de Davi, meu pai, e por­ 33 Assim, recairá o sangue destes sobre a
que te afligiste com todas as aflições de 2.32 y ) z 9.24; cabeça de Joabe e sobre a cabeça da sua des­
meu pai. 2Sm 3.27; cendência para sempre; mas a Davi, e à sua
2Cr 21.13;
27 Expulsou, pois, Salomão a Abiatar, SI 7.16 descendência, e à sua casa, e ao seu trono,
para que não mais fosse sacerdote do dará o Senhor paz para todo o sempre.7
Senhor , cumprindo, assim, a palavra que o 34 Subiu Benaia, filho de Joiada, arreme­
Senhorv dissera sobre a casa de Eli, em teu contra ele e o matou; e foi sepultado em
Siló. 2.33 *2Sm 3.29 sua casa, no deserto.

2.2 2 Por que pedes Abisague. Salomão compreende que este descendente de Eli ou seria afastado do sacerdócio, ou morre­
pedido nada tem a ver com os encantos da sunamita, mas ria na flor da idade (1 Sm 2.33).
sim é parte do plano de Adonias e seus amigos, para dar ao 2 .30 Sai daí. Benaia respeitava a santidade do tabemáculo, a
público a impressão de ser ele, Adonias, o verdadeiro rei, her­ lei de asilo de Êx 21.13. Voltou para o rei, que lhe autorizou
deiro, filho de quem se poderia considerar esposa do rei fale­ a aplicar a lei de Êx 21.14, que diz respeito aos assassinos.
cido. Compreende a necessidade imperiosa de destruir a
2.33 Paz para todo o sempre. Salomão não quis que os dois
qualquer trama contra o trono, pelo que, manda ao novo
mencionados em v 32 ficassem por conta da família real-
comandante do exército, executar ao criminoso. Daí, toma
• N. Hom . Joabe era o hom em que venceu em todas as bata­
medidas para executar a |oabe e Simei, e expulsar ao sacer­
lhas, a não ser a batalha contra sua própria pessoa. Vítima de
dote Abiatar.
ciúmes violentos, assassinou dois homens melhores do que
ele, perdendo assim esta luta, por causa de seu próprio espí­
2 .2 6 Vai para Anatote. Esta cidade pertencia aos Levitas
rito maldoso. A Bíblia nos acautela contra pecados espirituais
(|s 21.18). Entre os profetas que de lá surgiram, figura Jere­
tais como, a ira, os ciúmes, o ódio, etc. (Pv 16.32; Ef 4.31;
mias (|r 1.1). O rei é sábio demais para derramar sangue sa­
2 Co 7.1).
cerdotal.
2 .3 4 Foi sepultado em sua casa, no deserto. A norma israelita
2 .2 7 A caso de Eli. Abiatar era o único descendente da família para o enterro era um túm ulo dentro da propriedade da famí­
do sacerdote Eli, que escapou das mãos do rei Saul quando lia, não obstante existir um terreno perto de Jerusalém para se
matou os sacerdotes (1 Sm 22.20). A profecia era que todo enterrar aos pobres. A casa de Joabe ficava próxima a Belém.
483 1 REIS 3.5
35 Em lugar de Joabe constituiu o rei por 2.35 mento do Senhor , nem a ordem que te dei?
«Nm 25.11-13;
comandante do exército a Benaia, filho de 1 Sm 2.35; 44 Disse mais o rei a Simei: Bem sabes
Joiada, e, em lugar de Abiatar, a Zadoque por 1 Rs 24.27; toda a maldade que o teu coração reconhece
sacerdote.0 1Cr 6.53
que fizeste a Davi, meu pai; pelo que o
Senhor te fez recair sobre a cabeça a tua
Morte de Simei 2.36 maldade.e
f>2Sm16.5;
36 Depois, mandou o rei chamar a Simei e 45 Mas o rei Salomão será abençoado, e o
1 Rs 16.8
lhe disse: Edifica-te uma casa em Jerusalém, trono de Davi, mantido perante o Senhor ,
e habita aí, e daí não saias, nem para uma para sem pre/
2.37 cLv 20.9;
parte nem para outra.0 46 O rei deu ordem a Benaia, filho de
2Sm 1.16
37 Porque há de ser que, no dia em que Joiada, o qual saiu e arremeteu contra ele, de
saíres e passares o ribeiro de Cedrom, fica sorte que morreu; assim se firmou o reino sob
2.39 d l Sm 27.2
sabendo que serás morto; o teu sangue cairá, o domínio de Salomão. 9
então, sobre a tua cabeça.c
38 Simei disse ao rei: Boa é essa palavra; 2.44
Salomão casa com a filha de Faraó
e2Sm16.5;
como disse o rei, meu senhor, assim fará o teu
Salomão aparentou-se com Faraó, rei do
3
Ez 17.19
servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos
Egito, pois tomou por mulher a filha de
dias.
2 .4 5 'Pv 25.5 Faraó e a trouxe à Cidade de Davi, até que
39 Ao cabo de três anos, porém, dois es­
acabasse de edificar a sua casa, e a Casa do
cravos de Simei fugiram para Aquis, filho de
2.469lRs2.12;
Senhor , e a muralha à roda de Jerusalém.h
Maaca, rei de Gate; e deram parte a Simei,
2Crl.1 2 Entretanto, o povo oferecia sacrifícios
dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.d
sobre os altos, porque até àqueles dias ainda
40 Então, Simei se dispôs, albardou o seu
3.1 »>2Sm 5.7; não se tinha edificado casa ao nome do
jumento e foi a Gate ter com Aquis em busca
1Rs 6.1 Senhor .'
dos seus escravos; e trouxe de Gate os seus
escravos.
41 Foi Salomão avisado de que Simei de 3.2 'Lv 17.3-5; Salomão pede a Deus sabedoria
1Rs 22.43 2Cr 1.2-13
Jerusalém fora a Gate e já havia voltado.
42 Então, mandou o rei chamar a Simei e 3 Salomão amava ao Senhor , andando
lhe disse: Não te fiz eu jurar pelo Senhor e 3 .3 /Dt 6.5; nos preceitos de Davi, seu pai; porém sacrifi­
1Rs 8.6,14;
não te protestei, dizendo: No dia em que saí­ Rm 8.28;
cava ainda nos altos e queimava incenso./
res para uma ou outra parte, fica sabendo que 1Co 8.3 4 Foi o rei a Gibeão para lá sacrificar,
serás morto? E tu me disseste: Boa é essa porque era o alto maior; ofereceu mil holo­
palavra que ouvi. 3.4 *1Cr 16.39; caustos Salomão naquele altar.*
43 Por que, pois, não guardaste o jura­ 2Cr 1.3 5 Em Gibeão, apareceu o Senhor a Salo-

2.35 O ato de nomear o sacerdote criara o precedente peri­ contém as instruções de Davi sobre a maneira de exercer o
goso de submeter a autoridade religiosa à autoridade do rei. poder real, e os passos que Salomão tom ou para executá-los.
2 .38 Silvei. O Antigo Testamento registra 19 homens com 3.1 Aparentou-se. 0 hebraico quer dizer "tornou-se genro".
este nome. Aqui temos um m em bro da tribo de Benjamim, 3.3 Nos altos. Não somente trata-se de lugares altos (como
um parente de Saul (2 Sm 16.5). Era um hom em de riqueza colinas, etc.), mas tam bém de plataformas construídas para
e poder (36 e 39). A história de como tratou ao rei Davi, as cerimônias religiosas. Estes lugares, e inclusive os bosques,
quando este fugia do filho Absalão e como pediu perdão eram os pontos prediletos dos cananitas praticarem sua reli­
quando Davi voltou vitorioso, é narrada em 2 Sm 1 6 .5 -1 3 gião pagã, razão por que surgiu o desejo de se realizar o culto
e 1 9 .1 6 -2 3 . verdadeiro tão somente no Templo.
2.4 0 Cate. Era uma das cinco capitais dos filisteus, a moradia 3.4 Alto Maior. A idéia dupla da palavra "alto" revela-se aqui:
do gigante Golias, que fora vencido por Davi (1 Sm 17.49). Cibeom era o local de maior altura geográfica daquela região
Ainda não foram descobertos os restos daquela cidade. e tam bém era um santuário principal do culto israelita, ha­
2.4 4 A maldade. Um exame cuidadoso das passagens bíblicas vendo ali o próprio tabernáculo (2 Cr 1.3; 1 Cr 21.29). Não
que descrevem as atividades de Simei, leva-nos a pensar que há dúvida que este grande sacrifício em Gibeom era uma
seu arrependimento não foi sincero, e que ainda faria uso da continuação da cerimônia da coroação de Salomão.
primeira oportunidade, para trair a Salomão, cujo reino ainda • N. Hom . 3 .5 - 1 4 A oração é um tipo de conversa íntima
não poderia ser considerado firme, em vista da presença de com Deus, que é descrita nestes versículos. A verdadeira ora­
tais elementos. ção é a de adoração a Deus pelo Seu poder e grandeza
2.4 6 fírmou o reino. Esta expressão encerra esse capítulo, que ( 6 -7 ). Reconhece a fraqueza humana ( 7 - 8 ) . Não é egoísta;
1 REIS 3.6 484
3.5 'Nm 12.6; nho. Veio a Jerusalém, pôs-se perante a arca
mão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus:
1Rs 9.2; 2Cr 1.7
Pede-me o que queres que eu te dê.' da Aliança do Senhor , ofereceu holocaustos,
6 Respondeu Salomão: De grande bene­ apresentou ofertas pacíficas e deu um ban­
volência usaste para com teu servo Davi, meu quete a todos os seus oficiais.u
3.6 »>1 Rs 1.48;
pai, porque ele andou contigo em fidelidade,
2 Rs 20.3;
e em justiça, e em retidão de coração, perante 2Cr 1.8
Salomão julga a causa de duas mulheres
a tua face; mantiveste-lhe esta grande bene­ 16 Então, vieram duas prostitutas ao rei e
volência e lhe deste um filho que se assen­ se puseram perante ele.v
tasse no seu trono, como hoje se vê.m 3.7 "Nm 27.17;
17 Disse-lhe uma das mulheres: Ah! Se­
7 Agora, pois, ó Senhor , meu Deus, tu ICr 29.1 nhor meu, eu e esta mulher moramos na
fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu mesma casa, onde dei à luz um filho.
pai; não passo de uma criança, não sei como 18 No terceiro dia, depois do meu parto,
conduzir-me.n 3.8 °Gn 13.16
também esta mulher teve um filho. Estáva-
8 Teu servo está no meio do teu povo que mos juntas; nenhuma outra pessoa se achava
elegeste, povo grande, tão numeroso, que se conosco na casa; somente nós ambas estáva-
não pode contar.0 mos ali.
3.9 p2Cr 1.10;
9 Dá, pois, ao teu servo coração com­ Pv 2.3-9; Tg 1.5
19 De noite, morreu o filho desta mulher,
preensivo para julgar a teu povo, para que porquanto se deitara sobre ele.
prudentemente discirna entre o bem e o mal; 20 Levantou-se à meia-noite, e, enquanto
pois quem poderia julgar a este grande dormia a tua serva, tirou-me a meu filho do
3.11 <rStg 4.3
povo?P meu lado, e o deitou nos seus braços; e a seu
10 Estas palavras agradaram ao Senhor, filho morto deitou-o nos meus.
por haver Salomão pedido tal coisa. 21 Levantando-me de madrugada para dar
3.12
11 Disse-lhe Deus: Já que pediste esta de mamar a meu filho, eis que estava morto;
n Rs 4.29-31;
coisa e não pediste longevidade, nem rique­ 1|o 5.14-15 mas, reparando nele pela manhã, eis que não
zas, nem a morte de teus inimigos; mas pe­ era o filho que eu dera à luz.
diste entendimento, para discemires o que é 22 Então, disse a outra mulher: Não, mas
justo;1? o vivo é meu filho; o teu é o morto. Porém
3.13 sIRs 4.21;
12 eis que faço segundo as tuas palavras: Pv 3.16; Ef 3.20 esta disse: Não, o morto é teu filho; o meu é
dou-te coração sábio e inteligente, de maneira o vivo. Assim falaram perante o rei.
que antes de ti não houve teu igual, nem de­ 23 Então, disse o rei: Esta diz: Este que
pois de ti o haverá/ 3.14 tIRs 15.5;
vive é meu filho, e teu filho é o morto; e esta
13 Também até o que me não pediste eu te Pv 3.2 outra diz: Não, o morto é teu filho, e o meu
dou, tanto riquezas como glória; que não haja filho é o vivo.
teu igual entre os reis, por todos os teus 24 Disse mais o rei: Trazei-me uma es­
dias.s 3.15
pada. Trouxeram uma espada diante do rei.
14 Se andares nos meus caminhos e guar- "Cn 40.20; 25 Disse o rei: Dividi em duas partes c
dares os meus estatutos e os meus mandamen­ IRs 8.65; Dn5.1 menino vivo e dai metade a uma e metade s
tos, como andou Davi, teu pai, prolongarei os outra.
teus dias. > 26 Então, a mulher cujo filho era o vive
15 Despertou Salomão; e eis que era so­ 3.16 'N m 27.2 falou ao rei (porque o amor materno se agu-

pede segundo a vontade divina (9 e 11), e segundo as ser o exemplo clássico da sabedoria de Salomão. O própric
necessidades (9). fato de duas mulheres marginalizadas terem livre acesso ac
foro de justiça do rei Salomão, mostra até que ponto c h e g a i
3.9 Coração compreensivo. Q uer dizer "coração dócil, pronto
a sinceridade do rei, quando suplicou a sabedoria e discenr-
a ouvir".
m ento para julgar e dirigir tão grande povo.
3 .12 A oração de Salomão foi feita de m odo a merecer a
3.26 A chave desta decisão jurídica foi a psicologia aplicada
mais profunda comunhão com Deus. Q uem pede, antes de
Fica bem claro que não havia possibilidade de se obter teste­
tudo, as coisas do Reino de Deus ( M t 6.33), não tardará a
munhas (18). Persistiam, as mulheres, em suas declaraçõe
verificar que Deus lhe acrescenta, juntam ente com estas, to­
firmes, mas simultaneamente incompatíveis (23). Salomã:
das as outras coisas (Rm 8.32), assim como o fez no caso de
nada mais podia fazer, a não ser encontrar uma maneira drás­
Salomão (13). tica de aguçar a um instinto básico, o am or materno. Hi
3.16 Esta narrativa da disputa entre as duas prostitutas, am ­ pessoas que pensam que as palavras da outra mulher nãc
bas alegando direitos maternais sobre uma criancinha, veio a poderiam ter sido proferidas, mas que se trata de um meio c*
485 1 REIS 4.21
çou por seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, 3.26 9 Ben-Dequer, em Macaz, Saalabim,
»Gn 43.30;
dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o |r 31.20 Bete-Semes, Elom e Bete-Hanã;
mateis. Porém a outra dizia: Nem meu nem 10 Ben-Hesede, em Arubote; a este per­
teu; seja dividido.”' tencia também Socó e toda a terra de Héfer;
27 Então, respondeu o rei: Dai à primeira 11 Ben-Abinadabe tinha toda a cordi­
o menino vivo; não o mateis, porque esta é 3.28*1 Rs 3.9 lheira de Dor; Tafate, filha de Salomão, era
sua mãe. sua mulher.
28 Todo o Israel ouviu a sentença que o 12 Baaná, filho de Ailude, tinha a Taana-
rei havia proferido; e todos tiveram profundo que, e a Megido, e a toda a Bete-Seã, que está
respeito ao rei, porque viram que havia nele a 4.3 >'2Sm8.16 junto a Zaretã, abaixo de Jezreel, desde Bete-
sabedoria de Deus, para fazer justiça.* Seã até Abel-Meolá, até além de Jocmeão.
13 Ben-Geber, em Ramote-Gileade; tinha
Os oficiais de Sabm ão este as aldeias de Jair, filho de Manassés, as
4.4^1 Rs 2.27
0 rei Salomão reinou sobre todo o quais estão em Gileade; também tinha a re­
4 Israel.
2 Eram estes os seus homens principais:
gião de Argobe, a qual está em Basã, sessenta
grandes cidades com muros e ferrolhos de
Azarias, filho de Zadoque, o principal. 4.S o2Sm 8.18; bronze.c
3 Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, eram se­ 1Rs 4.7; 14 Ainadabe, filho de Ido, em Maanaim;
ICr 27.33 15 Aimaás, em Naftali; também este to­
cretários; Josafá, filho de Ailude, era o cro­
nista;)' mou filha de Salomão por mulher, a saber,
4 Benaia, filho de Joiada, era comandante Basemate.
do exército; Zadoque e Abiatar eram sacer­ 4.6 61 Rs 5.14 16 Baaná, filho de Husai, em Aser e
dotes;2 Bealote;
5 Azarias, filho de Natã, era intendente- 17 Josafá, filho de Parua, em Issacar;
chefe; Zabude, filho de Natã, ministro, amigo 18 Simei, filho de Elá, em Benjamim;
do rei;0 4.13 cNm 32.41 19 Geber, filho de Uri, na terra de Gi­
6 Aisar, mordomo; Adonirão, filho de leade, a terra de Seom, rei dos amorreus, e de
Abda, superintendente dos que trabalhavam Ogue, rei de Basã; e havia só um intendente
forçados.* nesta terra.d
7 Tinha Salomão doze intendentes sobre 4.19 <JDt 3.8
todo o Israel, que forneciam mantimento ao A prosperidade do reino de Sabmão
rei e à sua casa; cada um tinha de fornecer 20 Eram, pois, os de Judá e Israel muitos,
durante um mês do ano. numerosos como a areia que está ao pé do
4.20 «Cn 22.17;
8 São estes os seus nomes: Ben-Hur, nas 1Rs 3.8; mar; comiam, bebiam e se alegravam.e
montanhas de Efraim; Pv 14.28 21 Dominava Salomão sobre todos os rei-

o escritor tornar mais clara a situação das duas mulheres. 4 .7 Nota-se aqui, os doze provedores, com a responsabili­
Lembre-se, porém, que a destruição de toda virtude humana dade de providenciar o sustento para a casa real e tam bém
é a conseqüência lógica e imediata da imoralidade sexual, e para os servos e hóspedes, sendo este, um dever pesadíssimo,
que esta conseqüência ocasiona outras ainda piores segundo v 22 e 23.
(Rm 1 .2 4 -2 8 ).
3 .2 8 A sabedoria de Deus. A expressão hebraica tam bém , 4 .2 0 A areia que está ao pé do mar. Uma expressão que indica
pode ser interpretada como "um a sabedoria extraordinária". algo que não se pode contar nem medir, que se aplica à
Embora possa-se dizer que a sabedoria de Salomão era secu­ sabedoria de Salomão (29). Os descendentes de Abraão já
lar, forense e psicológica, sobre coisas bem normais no estavam desfrutando as promessas de Deus, feitas ao seu an­
mundo, mesmo assim não se pode negar que tivesse uma tepassado (Gn 12.2; Cn 13.16).
qualidade divina, pois o próprio Deus é fonte desta sabedoria.
Este caso é narrado imediatamente depois de escrever a pro­ 4.21 Este é o maior limite que o território de Israel atingiu,
messa de Deus (12); portanto, considere-se o cumprimento desde o m om ento em que Josué atravessou o Jordão com
prático desta promessa. • N. H om . Os degraus do caminho seus exércitos. Forma uma circunscrição geográfica bem pro­
da sabedoria: 1) A fonte da sabedoria (Pv 2 .6 ) é o próprio tegida. Apesar da glória do reino de Salomão, apesar das bên­
Deus; 2) A busca da sabedoria (Pv 4 .7 ) deve ser contínua, çãos descritas no v 20, podia se notar, já, as causas de uma
ainda que com sacrifício; 3) A aquisição da sabedoria é por facção posterior: o fato de Salomão exigir tributos e serviços
intermédio da oração com fé (Tg 1 .5 -6 ); 4 ) A aplicação da forçados mostrava o início da ação de um tirano, que o pro­
sabedoria deve produzir vidas puras, bondosas, úteis e frutífe­ feta Samuel descreveu como antipático aos ideais do povo de
ras (Tg 3 .1 3 -1 7 ). Deus (1 Sm 8 .1 1 -1 8 ).
1 REIS 4.22 486
nos desde o Eufrates até à terraf dos filisteus 4.21 fCn 15.18; mens, mais sábio do que Etã, ezraítam, e do
2Cr9.26
e até à fronteira do Egito; os quais pagavam que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e
tributo e serviram a Salomão todos os dias da correu a sua fama por todas as nações em
4.24 910 22.9
sua vida. redor.
22 Era, pois, o provimento diário de Salo­ 32 Compôs três mil provérbios, e foram os
4.25 b|z 20.1;
mão trinta coros de flor de farinha e sessenta Mq 4.4 seus cânticos mil e cinco."
coros de farinha; 33 Discorreu sobre todas as plantas, desde
23 dez bois cevados, vinte bois de pasto e 4.26'1 Rs 10.26; o cedro que está no Líbano até ao hissopo que
cem carneiros, afora os veados, as gazelas, os 201.14; 9.25 brota do muro; também falou dos animais e
corços e aves cevadas. das aves, dos répteis e dos peixes.
24 Porque dominava sobre toda a região e 4.27/1 Rs 4.7
34 De todos os povos vinha gente a ouvir
sobre todos os reis aquém do Eufrates, desde
a sabedoria de Salomão, e também enviados
Tifsa até Gaza, e tinha paz por todo o der- 4.29 MRs 3.12
de todos os reis da terra que tinham ouvido da
redor.s
sua sabedoria.0
25 Judá e Israel habitavam confiados, 4.30 IGn 25.6
cada um debaixo da sua videira e debaixo da
sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os 4.31 mSI 89, Salomão fa z aliança com Hirão
dias de Salomão.h título 2 C r 2 .1 -1 6
26 Tinha também Salomão quarenta mil Enviou também Hirão, rei de Tiro, os
cavalos em estrebarias, para os seus carros',
e doze mil cavaleiros.
4.32 nPv 1.1;
Ct 1.1 5 seus servos a Salomão (porque ouvira
que ungiram a Salomão rei em lugar de seu
27 Forneciam, pois, os intendentes provi­ pai), pois Hirão sempre fora amigo de Davi.P
4 .3 4 o1Rs 10.1;
sões, cada um no seu mês, ao rei Salomão e
2 0 9.1,23 2 Então, Salomão enviou mensageiros a
a todos quantos lhe chegavam à mesa; coisa
Hirão, dizendo:*!
nenhuma deixavam faltar./
5.1 p2Sm 5.11; 3 Bem sabes que Davi, meu pai, não pôde
28 Também levavam a cevada e a palha 1Rs 5.10;
1Q14.1; edificar uma casa ao nome do Senhor , seu
para os cavalos e os ginetes, para o lugar onde
2Cr 2.3 Deus, por causa das guerras com que o envol­
estivesse o rei, segundo lhes fora prescrito.
veram os seus inimigos, até que o Senhor
A sabedoria de Salomão 5.2 < ?20 2.3 lhos pôs debaixo dos pés.r
29 Deu também Deus a Salomão sabedo­ 4 Porém a mim o Senhor , meu Deus, me
ria, grandíssimo entendimento e larga inteli­ 5.3 n o 22.8 tem dado descanso de todos os lados; não há
gência como a areia que está na praia nem inimigo, nem adversidade alguma.5
do mar.* 5.4*1 Rs 4.24; 5 Pelo que intento edificar uma casa ac
2 0 22.9
30 Era a sabedoria de Salomão maior do nome do Senhor , meu Deus, como falou o
que a de todos os do Oriente e do que toda a Senhor a Davi, meu pai, dizendo: Teu fi­
5.5
sabedoria dos egípcios.' í2Sm 7.12-13; lho', que porei em teu lugar no teu trona
31 Era mais sábio do que todos os ho­ ICr 17.11-12 esse ediftcará uma casa ao meu nome.

4 .2 3 Os corços. São um tipo de veado m uito pequeno. dade. Logicamente, é no livro dos Provérbios que se achair
4 .2 6 Quarenta mil cavalos. Os destroços de edifícios identifi­ seus melhores provérbios; e dos cânticos mencionados nc
cados como estábulos, com o os que os arqueólogos desenter­ v 32, há uma seleção no livro Cantares de Salomão. Nâo de­
raram no sítio da antiga cidade de M egido, comportavam vemos deduzir do v 33, que Salomão fosse um cientista. A
pelo menos 4 5 0 cavalos. Com esta multiplicação de forças, o descrição que o rei faz da formiga em Pv 6 .6 - 1 1 , nos leva i
rei desobedecera completamente à lei de Deus sobre a natu­ entender que a natureza era, para Salomão, uma fonte ines­

reza do poderio real, pela qual se proibia o acúmulo de m ate­ gotável de princípios morais. Esta tam bém era a atitude de
rial bélico (D t 17.16; 1 Reis 10.29). |esus, como se vê em suas parábolas.

4 .2 9 - 3 4 Assim como a lei tem suas vinculações profundas 5.1 Amigo de Davi. Esta amizade de colaboração no comércx
com o nom e de Moisés, e os salmos com o nome de Davi, ao e na indústria, entre estes reis, é descrita em 2 Sm 5.11.
ponto de termos as expressões "Lei Mosaica", "Salmos Daví- 5 .3 Bem sabes. É provável que uma boa parte do matéria:
dicos", assim tam bém a Bíblia vincula o nome de Salomão à que Davi preparara para o Templo (1 Cr 29.2), |á provinh*
sabedoria, criando-se a expressão "Sabedoria Salomônica". ou das indústrias de Tiro, ou das importações feitas pela ma'»
Os escritos de Salomão tinham por base a sua qualidade de nha mercantil daquela cidade. Salomão pensava em intensfr
profundo observador de tudo o que acontece na vida hu­ car aquelas relações num a nova época de paz e «
mana, conseguindo, então, certos princípios gerais de morali­ prosperidade, w 4 - 1 1 .
487 1 REIS 6.2
5.6 “2Cr2.8 Os preparativos para edificar o templo
6 Dá ordem, pois, que do Líbano me cor­
tem cedros; os meus servos estarão com os 2Cr 2.17-18
teus servos, e eu te pagarei o salário destes 13 Formou o rei Salomão uma leva de tra­
segundo determinares; porque bem sabes que balhadores dentre todo o Israel, e se compu­
entre o meu povo não há quem saiba cortar a 5.9 >-20 2.16; nha de trinta mil homens.
Ez 27.17
madeira como os sidônios.u 14 E os enviava ao Líbano alternada­
7 Ouvindo Hirão as palavras de Salomão, mente, dez mil por mês; um mês estavam no
muito se alegrou e disse: Bendito seja, hoje, o Líbano, e dois meses, cada um em sua casa;
Senhor , que deu a Davi um filho sábio sobre e Adonirão dirigia a leva.)'
este grande povo. 5.11 *20 2.10 15 Tinha também Salomão setenta mil
8 Enviou Hirão mensageiros a Salomão, que levavam as cargas e oitenta mil que talha­
dizendo: Ouvi o que mandaste dizer. Farei vam pedra nas m ontanhas/
toda a tua vontade acerca das madeiras de 16 afora os chefes-oficiais de Salomão,
cedro e de cipreste. 5.12 ^1Rs 3.12 em número de três mil e trezentos, que diri­
9 Os meus servos as levarão desde o Lí­ giam a obra e davam ordens ao povo que a
executava.
bano até ao mar, e eu as farei conduzir em
17 Mandou o rei que trouxessem pedras
jangadas pelo mar até ao lugar que me desig­
grandes, e pedras preciosas, e pedras lavradas
nares e ali as desamarrarei; e tu as receberás. 5.14/1 Rs4.6
para fundarem a casa.0
Tu também farás a minha vontade, dando pro­
18 Lavravam-nas os edificadores de Salo­
visões à minha casa.v
mão, e os de Hirão, e os giblitas; e prepara­
10 Assim, deu Hirão a Salomão madeira vam a madeira e as pedras para se edificar a
de cedro e madeira de cipreste, segundo este 5.15 ^1Rs 9.21; casa.
queria. 2Cr 2.17-18
11 Salomão deu a Hirão vinte mil coros Salomão edifica o templo
de trigo, para sustento da sua casa, e vinte 2 C r3 .1 -9
coros de azeite batido; e o fazia de ano em No ano quatrocentos e oitenta, depois de
ano.w
12 Deu o Senhor sabedoria a Salomão,
5.17ol Cr 22.2
6 saírem os filhos de Israel do Egito, Salo­
mão, no ano quarto do seu reinado sobre Is­
como lhe havia prometido. Havia paz entre rael, no mês de zive (este é o mês segundo),
Hirão e Salomão; e fizeram ambos entre si começou a edificar a Casa do Senhor .*
aliança.x 6.1 <>2Cr 3.1-2 2 A casa que o rei Salomão edificou ao

5.6 Os sidônios. Este povo morava em duas cidades princi­ (3 .2 ) fossem a maneira de servir a Deus dentro das tradições
pais, Tiro e Sidom, com os seus territórios, nas adjacências, cananéias preservadas em Tiro.
estendendo-se sobremaneira para o interior. Na história da
5 .1 3 - 1 8 Temos que fazer, aqui, uma distinção entre as levas
civilização, são mais conhecidos como fenícios, nom e usado
de trabalhadores israelitas, por fins específicos durante um
pelos gregos, o qual vem da cor vermelha (gr phoinos), que
período limitado, e a escravidão dos cananitas que não foram
caracterizava os marinheiros da costa do Líbano. Além da púr-
exterminados ( 9 .2 0 -2 2 ). Sem dúvida, quem foi para o Lí­
pura, outros artigos que levavam aos mercados internacionais
bano foram os israelitas (14), e quem fez a m ão-de-obra pe­
era a madeira de cedro, cortada do Líbano, e lavrada por
sada foram os cananitas (15). Era proibido fazer dos israelitas
técnicos nacionais, para ter alto valor comercial.
escravos, e tam bém era proibido dar para os cananitas pa­
5.9 Em jangadas. Quer dizer que os próprios troncos lavra­
gãos, a liberdade de dominar.
dos foram amarrados uns aos outros formando balsas. Provi­
sões. Eles não primavam pela agricultura; viviam mais da 6.1 A Casa do Senhor. • N . H om . 1) É uma casa de oração
pesca. (Is 56.7); 2) É uma casa de adoração (Sl 5.7; Sl 138.2); 3) É
5.11 Coros. O coro era uma medida de 22 0 litros. uma casa de edificação (Ef 4.12; 1 Co 14.4).

5.12 Um resumo do conteúdo da narrativa sobre a sabedo­ 6 .2 O Templo de Salomão tinha três divisões principais: o
ria, o poder e a prosperidade de Salomão, a qual se acha em pórtico, que era o saguão de entrada; o santuário, que era o
3.1— 5.11, antes de proceder à descrição da construção do salão principal, e o Santo dos Santos, que era o santuário inte­
Templo, 5 .1 3 — 7.51. Aliança. Uma aliança internacional da­ rior, construído na forma de cubo perfeito (20). 0 corado é
quela época considerava como subentendido o reconheci­ uma medida de 4 6 cm , e daí calcula-se que o Templo, sem as
mento m útuo das religiões nacionais, que era o motivo câmaras laterais, media 28 metros de com prim ento e 9 de
principal de os profetas verem sempre com maus olhos largura. Este edifício tão pequeno, levando-se em considera­
aquele tipo de política. Talvez os sacrifícios sobre os altos ção o grande número de construtores empregados, não dei-
1 REIS 6.3 488
Senhor era de sessenta côvados de compri­ 6.2cEz41.1 tigo a minha palavra, a qual falei a Davi,
mento, vinte de largura e trinta de altura.c teu pai.h
3 O pórtico diante do templo da casa me­ 13 E habitarei no meio dos filhos de Israel
dia vinte côvados no sentido da largura do 6 .4 d f e 4 0 .1 6
e não desampararei o meu povo.'
Lugar Santo, contra dez de fundo.
4 Para a casa, fez janelas de fasquias fixas O Santo dos Santos
superpostas.d 14 Assim, edificou Salomão a casa e a
e1Rs 41.16;
6 .5 rematou./
5 Contra a parede da casa, tanto do santuá­ Ez41.6
rio como do Santo dos Santos, edificou anda­ 15 Também revestiu as paredes da casa
res ao redor e fez câmaras laterais ao redor.e por dentro com tábuas de cedro; desde o soa­
6 O andar de baixo tinha cinco côvados de lho da casa até ao teto, cobriu com madeira
largura, o do meio, seis, e o terceiro, sete; 6.7 fDt 27.5-6; por dentro; e cobriu o piso da casa com tábuas
porque, pela parte de fora da casa em redor,
1Rs 5.18 de cipreste.
fizera reentrâncias para que as vigas não fos­ 16 Da mesma sorte, revestiu também os
vinte côvados dos fundos da casa com tábuas
sem introduzidas nas paredes.
de cedro, desde o soalho até ao teto; e esse
7 Edificava-se a casa com pedras já pre­ 6.9 91 Rs 6.14
interior ele constituiu em santuário, a saber, o
paradas nas pedreiras, de maneira que nem
Santo dos Santos*.
martelo, nem machado, nem instrumento al­
17 Era, pois, o Santo Lugar do templo de
gum de ferro se ouviu na casa quando a edifi- 6.12 quarenta côvados.
cavam.f <>2Sm7.13; 18 0 cedro da casa por dentro era lavrado
8 A porta da câmara do meio do andar 1Rs 2.4;
1 0 22.10 de colocíntidas e flores abertas; tudo era ce­
térreo estava ao lado sul da casa, e por cara­ dro, pedra nenhuma se via.
cóis se subia ao segundo e, deste, ao terceiro. 19 No mais interior da casa, preparou o
9 Assim, edificou a casa e a rematou, co- Santo dos Santos para nele colocar a arca da
brindo-a com um tabuado de cedro. 9 6.13 ' Ex 25.8; Aliança do Senhor .
10 Os andares que edificou contra a casa Dt 31.6;
2Co 6.16 20 Era o Santo dos Santos de vinte côva­
toda eram de cinco côvados de altura, e os dos de comprimento, vinte de largura e vinte
ligou com a casa com madeira de cedro. de altura; cobriu-o de ouro puro. Cobriu tam­
11 Então, veio a palavra do Senhor a Sa­ bém de ouro o altar de cedro.
lomão, dizendo: 6.14/IRs 6.38 21 Por dentro, Salomão revestiu a casa de
12 Quanto a esta casa que tu edificas, se ouro puro; e fez passar cadeias de ouro pc*
andares nos meus estatutos, e executares os dentro do Santo dos Santos, que também co­
meus juízos, e guardares todos os meus man­ 6.16 brira de ouro.
damentos, andando neles, cumprirei para con­ *Êx 26.33-34 22 Assim, cobriu de ouro toda a casa, in-

xou de ser uma das obras públicas mais custosas da época humanas. Desde a m orte de Salomão, até o fim da história df
(20 - 22 ). Israel, a influência profética se deixava sentir a cada passe

6.5 Câmaras laterais. Estas câmaras cercavam o santuário e o como veremos nos livros dos Reis. Só no reino de Salomãc

Santo dos Santos, mas não o pórtico. não se menciona qualquer profeta; isto, porque Salomão ti­
nha a sabedoria do alto, cuja chave é a oração verdadeira
6.11 Veio a palavra do Senhor. A narrativa da construção do
( 3 .5 -1 4 ), não lhe sendo necessário consultar os profetas.
Templo interrompe-se para registrar aquela mensagem de
Deus (11.13). É possível que o trabalho da construção esti­ 6 .1 4 A rematou. Esta palavra inclui as obras de decoração t
vesse se tornando difícil, levando m uito tem po e ainda mais de mobiliários, que a Bíblia passa a descrever (6 .1 5 -3 8 ). Ser*
dinheiro, sendo necessário a Salomão, receber uma palavra interessante ler a descrição da construção do Tabemáculo n:
de encorajamento divino. Também é possível que Deus se deserto, com as notas que ali se encontram, nos capítulcs
interpusera para alertar ao rei no tocante àquelas despesas 3 6 - 3 9 do livro de Êxodo. O Templo nada mais é do que urr-«
como material destinado à causa da religião, que, por mais urbanização do Tabemáculo nômade, que agora passa a t s
custosa que fosse, nunca exoneram o doador da responsabili­ uma posição fixa, na cidade. O significado religioso do San­
dade de continuar a prestar completa obediência à vontade tuário permanece inalterado.
divina, revelada na Sua Palavra (os estatutos, juízos e manda­
mentos que são a Lei de Deus revelada e escrita). Como veio 6 .2 0 Ouro puro. Davi deixara cem mil talentos de ouro pwx
esta palavra que Salomão recebeu? Os livros de Samuel estão para Salomão em pregar na construção do Tempn
repletos de mensagens trazidas pelos profetas, que, obede­ (1 Cr 22.14). Se a interpretação do núm ero e do valor estiiar
cendo à vontade de Deus, sempre interferiam nas atividades certa, trata-se, então, de três mil toneladas de ouro.
489 1 REIS 7.3
6.22 <Ex 30.1-3 duas folhas e lavrou nelas entalhes de queru­
teiramente, e também todo o altar' que es­
tava diante do Santo dos Santos. bins, de palmeiras e de flores abertas; a estas,
como as palmeiras e os querubins, cobriu de
Os dois querubins ouro.
2Cr 3.10-13 33 Fez, para entrada do Santo Lugar, om­
23 No Santo dos Santos, fez dois queru­ 6.23 breiras de madeira de oliveira; entrada quadri-
mÊx 25.18-20
bins"1 de madeira de oliveira, cada um da lateral,
altura de dez côvados. 34 cujas duas folhas eram de madeira de
24 Cada asa de um querubim era de cinco cipreste; e as duas tábuas de cada folha eram
côvados; dez côvados havia, pois, de uma a dobradiças.0
outra extremidade de suas asas. 35 E as lavrou de querubins, de palmeiras
25 Assim, também era de dez côvados o 6.27 "Ex 25.20; e de flores abertas e as cobriu de ouro acomo­
2Cr5.8
outro querubim; ambos mediam o mesmo e dado ao lavor.
eram da mesma forma. 36 Também edificou o átrio interior de
26 A altura de um querubim era de dez três ordens de pedras cortadas e de uma or­
côvados; e assim a do outro. dem de vigas de cedro.
27 Pôs os querubins no mais interior da 37 No ano quarto, se pôs o fundamento da
casa; os querubins estavam de asas estendi­ 6.34 Casa do S e n h o r , no mês de zive.p
°Ez 41.23-25
das, de maneira que a asa de um tocava numa 38 E, no ano undécimo, no mês de bul,
parede, e a asa do outro tocava na outra pa­ que é o oitavo, se acabou esta casa com todas
rede; e as suas asas no meio da casa tocavam as suas dependências, tal como devia ser. Le­
uma na outra." vou Salomão sete anos para edificá-la.í
28 E cobriu de ouro os querubins.
6.37 Pi Rs 6.1 Salomão edifica palácios reais
Ornamentação das paredes e das portas Edificou Salomão os seus palácios, le­
29 Nas paredes todas, tanto no mais inte­
rior da casa como no seu exterior, lavrou, ao
7 vando treze anos para os concluir/
2 Edificou a Casa do Bosque do Líbano,
redor, entalhes de querubins, palmeiras e flo­ dê cem côvados de comprimento, cinqüenta
res abertas. 6.38 <?1 Rs 6.1 de largura e trinta de altura, sobre quatro or­
30 Também cobriu de ouro o soalho, tanto dens de colunas de cedro e vigas de cedro
no mais interior da casa como no seu exterior. sobre as colunas.
31 Para entrada do Santo dos Santos, fez 3 A cobertura era de cedro, abrangendo as
folhas de madeira de oliveira; a verga com as câmaras laterais em número de quarenta e
ombreiras formavam uma porta pentagonal. 7.1 M Rs 9.10; cinco, quinze em cada andar, as quais repou­
32 Assim, fabricou de madeira de oliveira 2 0 8.1 savam sobre colunas.

6.23 Querubins. A Bíblia não nos informa com exatidão sobre calendário, tendo seu começo em meados do nosso mês de
a natureza dos querubins. Trata-se de seres celestiais e angeli­ outubro.
cais de uma ordem bem alta, que são a revelação da majes­ 7.1 Por que Salomão levou treze anos para construir sua pró­
tade e da glória de Deus; Ezequiel teve uma visão de seres pria casa depois de ter gasto apenas metade deste tempo,
viventes que podiam ser querubins (Ez 1 .5 -1 4 ). Uma das fun­ sete anos (6.3 8), para edificar o templo? Em primeiro lugar,
ções dos querubins era a proteção das coisas sagradas temos de considerar todos os preparativos, já feitos pelo rei
(Cn 3.24). Aqui, a representação dos querubins é um símbolo Davi, antes de Salomão começar a obra (1 Cr 2 9 .1 - 2 ) . Em
de proteção da arca da Aliança. • N . H om . O Significado do segundo lugar, é necessário pensar nos 180 .000 homens que
Templo: Cristo é o Templo verdadeiro e eterno (J o 2 .2 1 ). Salomão contratou para a construção do tem plo ( 5 .1 3 -1 6 ). É
Quem nEle crê, tam bém faz parte do Santuário de Deus claro que esta leva de obreiros não trabalhou durante vinte
(1 Co 3.16), formando com seus irmãos um santuário dedi­ anos: sete foram suficientes, como se vê em 9.10. Palácios. A
cado ao Senhor (Ef 2.21). E, finalmente, os Céus serão um maneira mais acertada de entender-se o texto seria "casa",
Templo eterno, a moradia dos crentes, a Nova Jerusalém, pa­ no singular, compreendendo-se, então, que as várias "casas"
vimentada com ouro puro (Ap 21.21, 1 Reis 6.30). O ouro, mencionadas nos versículos 2,6,7 e 8, nada mais eram senão
aqui, é, naturalmente, uma expressão simbólica. o conjunto de aposentos que forma o palácio todo.
6 .38 No ono undécimo. É o ano 9 6 0 a.C. Salomão iniciara seu 7.2 A Casa do Bosque do Líbano. Seria a grandiosa sala espe­
reinado onze anos antes, em 971 a.C. Bul. O antigo nome do cial para festas cívicas, recebendo o nome de "Bosque do
mês de Marchesuan, o oitavo depois de Nisan, o mês da Pás­ Líbano", por ser totalm ente revestida com madeira de cedro
coa, que principia o ano religioso. Não coincide com o nosso vindo dali.
1 REIS 7.4 490
7.8 slRs 3.1 ciência para fazer toda obra de bronze. Veio
4 Havia janelas em três ordens e janela
oposta a janela em três fileiras. ter com o rei Salomão e fez toda a sua obra.v
5 Todas as portas e janelas eram quadra­
das; e janela oposta a janela em três fileiras. As duas colunas do templo
6 Depois, fez o Salão das Colunas, de cin­ 2Cr 3.15-17
qüenta côvados de comprimento e trinta de 7.12 tjo 10.23 15 Formou duas colunas de bronze; a al­
largura; e havia um pórtico de colunas de­ tura de cada uma era de dezoito côvados, e
fronte dele, um baldaquino. um fio de doze côvados era a medida de sua
7 Também fez a Sala do Trono, onde jul­ circunferência."'
gava, a saber, a Sala do Julgamento, coberta 16 Também fez dois capitéis de fundição
de cedro desde o soalho até ao teto. de bronze para pôr sobre o alto das colunas;
8 A sua casa, em que moraria, fê-la noutro 7.13 "2Cr 4.11 de cinco côvados era a altura de cada um
pátio atrás da Sala do Trono, de obra seme­ deles.
lhante a esta; também para a filha de Faraó5, 17 Havia obra de rede e ornamentos torci­
que tomara por mulher, fez Salomão uma dos em forma de cadeia, para os capitéis que
casa semelhante à Sala do Trono. estavam sobre o alto das colunas; sete para
9 Todas estas construções eram de pedras 7.14 *Ex 31.3;
um capitel e sete para o outro.
de valor, cortadas à medida, serradas para o 2Q 2.14 18 Fez também romãs em duas fileiras por
lado de dentro e para o de fora; e isto desde cima de uma das obras de rede, para cobrir o
o fundamento até às beiras do teto, e por fora capitel no alto da coluna; o mesmo fez com o
até ao átrio maior. outro capitel.
10 O fundamento era de pedras de valor, 19 Os capitéis que estavam no alto das co­
pedras grandes; pedras de dez côvados e pe­ lunas eram de obra de lírios, como na Sala do
7.15
dras de oito côvados; w2Rs 25.17;
Trono, e de quatro côvados.
11 por cima delas, pedras de valor, corta­ 2Cr 3.15 20 Perto do bojo, próximo à obra de rede.
das segundo as medidas, e cedros. os capitéis que estavam no alto das duas colu­
12 Ao redor do grande átrio, havia três nas tinham duzentas romãs, dispostas em fi­
ordens de pedras cortadas e uma ordem de leiras em redor, sobre um e outro capitel/
vigas de cedro; assim era também o átrio inte­ 21 Depois, levantou as colunas no pórtico
rior da Casa do S e n h o r e o pórtico daquela do templo; tendo levantado a coluna direita,
7 . 2 0 * 2 0 3.16 chamou-lhe Jaquim; e, tendo levantado a co­
casa.'
13 Enviou o rei Salomão mensageiros que luna esquerda, chamou-lhe Boaz.)'
de Tiro trouxessem Hirão.u 22 No alto das colunas, estava a obra de
14 Era este filho de uma mulher viúva, da lírios. E, assim, se acabou a obra das colunas.
tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de
Tiro que trabalhava em bronze; Hirão era O mar de fundição
7.21 /IRs 6.3;
cheio de sabedoria, e de entendimento, e de 2 0 3.17 23 Fez também o mar de fundição, re-

7.6 Salão das Colunas. Seria a sala de espera, um tipo de sala os sidônios. Os israelitas raras vezes tiveram técnicos e arts-
de estar pública, perto da Sala do Trono. tas. O seu nom e é citado em 2 Cr 2.13 como Hirão-Abi.

7.7 Sala do Trono. O auditório dos julgamentos, que serviria 7.15 Duas Colunas. Não exerciam a função de sustentácuüi
como sala das reuniões do rei com seus conselheiros. Eram ornamentais e simbólicas, como se verá pelos seus nc-
7.8 Sua casa. Os aposentos reais, a moradia da familia real, mes mencionados no v 21.
que não era uma casa separada, mas sim, ficava atrás da Sala 7.21 laquim, "Ele estabelecerá". Boaz, "Ele vem em pode''
do Trono. Para a filha de Faraó. Um apartamento particular As colunas apontam para a presença consoladora de Deu
para aquela que, aliás, é o penhor da aliança com o Egito. Foi entre Seus fiéis, e para a Sua futura vinda, encarnado na pe-
a única vez, na história de Israel, que o Faraó pôde considerar soa de Cristo.
ao rei local como um monarca em pé de igualdade com ele.
7.23 0 m ar de fundição. Lemos em 2 Cr 4.6 que "o mar era
Mais tarde, Salomão desenvolveu um harém tipo oriental,
para que os sacerdotes se lavassem nele". A sua altura era x
tentando imitar, em tudo, os grandes potentados da vizi­
cinco côvados, ou seja, mais de dois metros, e c o m p re e n *
nhança (1 Rs 11.3).
se que os sacerdotes não se lavavam dentro do mar, o o j
7.9 Átrio Maior. Três lados deste átrio davam para partes do era apenas um depósito de água para os serviços de lavagerm
palácio, e o quarto lado para o Templo. de onde se tirava a água necessária, donde vem o sentido ■
7.13 Hirão. Parece certo que se trata de um personagem expressão acima: "se lavassem por meio dele", o que está «
bem diferente do rei de Tiro. Talvez era nome comum entre acordo com o texto hebraico.
491 1 REIS 7.41
dondo, de dez côvados de uma borda até à 7.23 meio. Também nela havia entalhes, e os seus
^2Rs 25.13;
outra borda, e de cinco de altura; e um fio de 2 C r 4 .2
painéis eram quadrados, não redondos.
trinta côvados era a medida de sua circunfe­ 32 As quatro rodas estavam debaixo dos
rência.2 painéis, e os eixos das rodas formavam uma
24 Por baixo da sua borda em redor, havia peça com o suporte; cada roda era de um
colocíntidas, dez em cada côvado; estavam côvado e meio de altura.
em duas fileiras, fundidas quando se fundiu 33 As rodas eram como as de um carro:
o mar.° seus eixos, suas cambas, seus raios e seus
25 Assentava-se o mar sobre doze bois; cubos, todos eram fundidos.
três olhavam para o norte, três, para o oci­ 7.24 °2Cr 4.3 34 Havia quatro apoios aos quatro cantos
dente, três, para o sul, e três, para o oriente; o de cada suporte, que com este formavam uma
mar apoiava-se sobre eles, cujas partes poste­ peça.
riores convergiam para dentro.* 35 No alto de cada suporte, havia um ci­
26 A grossura dele era de quatro dedos, e lindro de meio côvado de altura; também, no
a sua borda, como borda de copo, como flor alto de cada suporte, os apoios e painéis for­
de lírios; comportava dois mil batos.c mavam uma peça só com ele.
36 Na superfície dos seus apoios e dos
Outros utensílios para o templo seus painéis, gravou querubins, leões e pal­
7.25 l>2Cr4.4-5
2Cr 4.6-22 meiras, segundo o espaço de cada um, com
27 Fez também de bronze dez suportes; festões ao redor.
cada um media quatro côvados de compri­ 37 Deste modo, fez os dez suportes; todos
mento, quatro de largura e três de altura; tinham a mesma fundição, o mesmo tamanho
28 e eram do seguinte modo: tinham pai­ e o mesmo entalhe.
néis, que estavam entre molduras, 38 Também fez dez pias de bronze d; em
29 nos quais havia leões, bois e querubins; cada uma cabiam quarenta batos, e cada uma
nas molduras de cima e de baixo dos leões e 7 .2 6 ^ 2 0 4 .5
era de quatro côvados; sobre cada um dos dez
dos bois, havia festões pendentes. suportes estava uma pia.
30 Tinha cada suporte quatro rodas de 39 Pôs cinco suportes à direita da casa e
bronze e eixos de bronze; os seus quatro pés cinco, à esquerda; porém o mar pôs ao lado
tinham apoios debaixo da pia, apoios fundi­ direito da casa, para o lado sudeste.
dos, e ao lado de cada um havia festões. 40 Depois, fez Hirão os caldeirões, e as
31 A boca dos suportes estava dentro de pás, e as bacias. Assim, terminou ele de fazer
uma guarnição que media um côvado de al­ toda a obra para o rei Salomão, para a Casa do
tura; a boca era redonda como a obra de um 7.38
Sen h o r :
pedestal e tinha o diâmetro de um côvado e dÊx 30.17-21 41 as duas colunas, os dois globos dos ca-

7 .2 3 - 5 0 Vale a pena estudar os utensílios do Tabemáculo dizer que a sua capacidade líquida seria de 3.000, e seu con­
descritos em Êx 37.1 - 3 8 .8 . Em muitos pormenores revela-se, teúdo normal de 2 .000 batos de água. Um cientista tomou
na descrição do Templo, uma semelhança às obras do Taber- por modelo uma bacia funda, da índia, m ontada em quatro
náculo, não obstante algumas diferenças. Há uma simples ba­ elefantes de madeira, e calculou que seria mesmo possível
cia de bronze no Tabemáculo (Êx 38.8), enquanto Salomão colocar 6 6.000 litros de água numa bacia de tal tipo, com
instalava no Templo o grande m ar de fundição e dez bacias uma circunferência de 13,8m , e que quatro dedos de bronze
menores, transportáveis. N o lugar de um único candelabro, agüentariam este conteúdo. Verificou tam bém a possibilidade
com as sete hastes, (inclusive a haste central), que se encon­ de fundi-la em terra barrenta (46).
trava no Tabemáculo (Êx 3 7 .1 7 -2 2 ), Salomão mandou con­ 7 .27 Suportes. Eram vagões para carregar as pias menciona­
feccionar 10 castiçais (49). O altar de ouro mencionado no das no v 38, que recebiam sua água do mar de fundição. A
v 48, deve ser o equivalente ao altar de incenso do Taberná- palavra hebraica é machon, a qual deu origem à palavra "m á­
culo, descrito em Êx 3 7 .2 5 -2 8 . Já que esta descrição dos mó­ quina", usando-se hoje a forma feminina para "ônibus", em
veis e utensílios do Templo não menciona nenhum altar de Israel.
bronze, para os sacrifícios, é de se concluir que, então, ainda
7 .36 Gravou. Note-se que, embora o Segundo M andam ento
havia o altar de bronze do Tabemáculo do tem po de Moisés,
(Êx 2 0 .4 - 6 ) proibisse fazer-se imagens para serem adoradas,
e que teria sido usado até à confecção do altar maior, men­
não havia razão para considerar-se ilícitos os adornos no
cionado em 2 Cr 4.1.
Templo. Judeus que viveram séculos mais tarde decidiram re­
7.26 Batos. O bato é uma medida de 22 litros. 2 Cr 4.5 men­ lacionar este m andamento com todo e qualquer tipo de arte
ciona que o mar comportava 3.000 batos. Talvez isto queira ou manufatura.
1 REIS 7.42 492
pitéis que estavam no alto das duas colunas; 7.41 rei Salomão para a Casa do Senhor ; então,
<-1Rs 7.17-18
as duas redes, para cobrir os dois globos dos trouxe Salomão as coisas que Davi, seu pai,
capitéis que estavam ao alto das colunas;e havia dedicado*; a prata, o ouro e os utensí­
7.45 'Ex 27.3;
42 as quatrocentas romãs para as duas re­ 2Cr4.16 lios, ele os pôs entre os tesouros da Casa do
des, isto é, duas fileiras de romãs para cada Senhor .
rede, para cobrirem os dois globos dos capi­ 7.46
téis que estavam no alto das colunas; gGn 33.17; Salomão traz para o templo a arca
43 os dez suportes e as dez pias sobre eles; 2 0 4.17 2Cr 5.2-14
44 o mar com os doze bois por baixo; Congregou Salomão os anciãos de Is­
45 os caldeirões, as pás, as bacias e todos
estes utensílios que fez Hirão para o rei Salo­
7.48 h 6x30.1-3
'Êx 25.23-30
8 rael, todos os cabeças das tribos, os prín­
cipes das famílias dos israelitas, diante de si
mão, para a Casa do Senhor , todos eram de em Jerusalém, para fazerem subir a arca' da
7.49
bronze polido/ Aliança do Senhor da Cidade de Davi, que é
/Êx 25.31-40
46 Na planície do Jordão, o rei os fez fun­ Sião, para o templo.
dir em terra barrenta, entre Sucote e Zaretã.s 2 Todos os homens de Israel se congrega­
7.51
47 Deixou Salomão de pesar todos os *2Sm 8.11; ram junto ao rei Salomão na ocasião da festa,
utensílios pelo seu excessivo número, não se 1018.11 no mês de etanim, que é o sétimo.m
verificando, pois, o peso do seu bronze. 3 Vieram todos os anciãos de Israel, e os
48 Também fez Salomão todos os utensí­ 8.1 sacerdotes tomaram a arca do Senhor "
lios do Santo Lugar do S en h o r: o altar de '2Sm 6.12-15; 4 e a levaram para cima, com a tenda da
1015.25-28
ouroh e a mesa de ouro', sobre a qual esta­ congregação, e também os utensílios sagrados
vam os pães da proposição; que nela havia; os sacerdotes e levitas é que
8.2 mLv 23.34;
49 os castiçais/ de ouro finíssimo, cinco à 2 0 7.8 os fizeram subir.0
direita e cinco à esquerda, diante do Santo dos 5 O rei Salomão e toda a congregação de
Santos; as flores, as lâmpadas e as espevita- Israel, que se reunira a ele, estavam todos
8.3 "N m 4-15;
deiras, também de ouro; js 3.3,6; diante da arca, sacrificando ovelhas e bois,
50 também as taças, as espevitadeiras, as ICr 15.14-15 que, de tão numerosos, não se podiam
bacias, os recipientes para incenso e os bra­ contar.P
seiros, de ouro finíssimo; as dobradiças para 8.4 o? Rs 3.4; 6 Puseram os sacerdotes a arca da Aliança
2Cr 1.3
as portas da casa interior para o Santo dos do Senhor no seu lugar, no santuário mais
Santos e as das portas do Santo Lugar do interior do templo, no Santo dos Santos, de­
templo, também de ouro. 8.5p2Sm 6.13 baixo das asas dos querubins, i
7 Pois os querubins estendiam as asas so­
As dádivas de Davi colocadas no templo 8.6 bre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca
<JÊX26.33-34;
2Cr 5.1 e os varais.
2Sm 6.17;
51 Assim, se acabou toda a obra que fez o 1Rs 6.19,27 8 Os varais sobressaíam tanto, que suas

7.51 Todas as dádivas recebidas que não foram diretamente no deserto, mas, por este parágrafo (9), ficamos sabendo que
empregadas na confecção de objetos para o Templo, eram a arca continha, na época de Salomão, apenas as duas tábuas
guardadas na tesouraria para as despesas de futuros concer­ de pedras. O Templo ficava um pouco fora da velha fortaleza
tos, e tam bém para se formar um tipo de Fundo Nacional, de Davi, onde a arca estava depositada (2 Sm 6 .1 6 -1 7 ).
para os tempos de emergência.
8 .4 A tenda da congregação. Ainda havia alguma tenda para
8.1 A narrativa da dedicação do Templo ocupa a totalidade
representar o Tabernáculo que Moisés construíra, mas ima-
deste oitavo capítulo e mais nove versículos do capítulo se­
gina-se não haver ali muita coisa valiosa dos utensílios sagra­
guinte, e divide-se em seis partes principais: 1) A arca toma
dos originais, depois de os israelitas haverem passado séculos
o seu lugar no Templo, 1 -1 1 ; 2) 0 discurso de Salomão,
difíceis, depois da época de juizes. Subir. O Templo estava
1 2 -2 1 ; 3) A oração de Salomão, 2 2 -5 3 ; 4 ) A bênção profe­
situado numa elevação, que culmina em uma grande rocha.
rida por Salomão 5 4 -6 1 ; 5) Os sacrifícios oferecidos em cele­
bração da festa, 6 2 -6 6 ; 6) A resposta que Deus deu a 8.8 Eram vistas do Santo Lugar. O sacerdote que entrava nc
Salomão, 9 .1 - 9 . Santuário para o culto recebia a consolação ao sentir a pre­
8.3 A arca do Senhor. Pertence ao Santo dos Santos no Taber- sença da arca, mas o povo nada podia ver de fora, no grande
náculo, e continha o Testemunho (as tábuas da Lei), e além átrio. Tem-se a impressão de que a dependência central dc
disso, segundo Hb 9.4, uma urna de ouro contendo o Maná Templo de Salomão constituía-se do santuário do Taberná­
(Êx 16.33) e a vara de Arão que floresceu (N m 1 7 .8 -1 0 ). Es­ culo, que era para o serviço dos sacerdotes. 0 povo partici­
tes dois objetos estavam ali, segundo a ordem divina, dada pava dos cultos do Templo pelo lado de fora.
493 1 REIS 8.23
pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte 8.8 casa a fim de ali estabelecer o meu nome;
/-Êx 25.14-15
do Santo dos Santos, porém de fora não se porém escolhi a Davi para chefe do meu povo
8.9 sDt 10.5
viam. Ali, estão até ao dia de h o je/ de Israel.
9 Nada havia na arca senão as duas tábuas 8.10 17 Também Davi, meu pai, propusera em
de pedra5, que Moisés ali pusera junto a Ho- (Êx 40.34-35; seu coração o edificar uma casa ao nome do
205 .13-14
rebe, quando o S e n h o r fez aliança com os S e n h o r , o Deus de Israel.0
filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito. 8.11 « ( 10- 11) 18 Porém o S e n h o r disse a Davi, meu
Êx 40.34-35
10 Tendo os sacerdotes saído do santuá­ pai: Já que desejaste edificar uma casa ao meu
rio, uma nuvem encheu a Casa do S e n h o r , 1 8 .1 2 ''Lv 16.2; nome, bem fizeste em o resolver em teu co­
2 0 6.1
11 de tal sorte que os sacerdotes não pude­ ração. b
ram permanecer ali, para ministrar, por causa 8.13 w2Sm 7.13 19 Todavia, tu não edificarás a casa, po­
da nuvem, porque a glória do S e n h o r en­ 8.14 *2Sm 6.18 rém teu filhoc, Que descenderá de ti, ele a
chera a Casa do S e n h o r . u 8.15 y2Sm 7.5; edificará ao meu nome.
Lc 1.68 20 Assim, cumpriu o S e n h o r a sua pala­
Salomão fala ao povo 8.16 vra que tinha dito, pois me levantei em lugar
2 C r 6 .1 - 1 1 z2Sm 7.4-11; de Davi, meu pai, e me assentei no trono de
ICr 17.3-10
1 2 Então, disse Salomão: O S e n h o r de­ Israel, como prometera o S e n h o r ; e edifiquei
clarou que habitaria em trevas espessas/ 8.17 °2Sm 7.2; a casa ao nome do S e n h o r , o Deus de
ICr 17.1
13 Na verdade, edifiquei uma casa para Israel.d
tua morada, lugar para a tua eterna habi­ 8.18 6(17-18) 21 E nela constituí um lugar para a arca,
2Sm 7.1-3;
tação." 1Cr 17.1-2
em que estão as tábuas da aliança que o
14 Voltou, então, o rei o rosto e abençoou S e n h o r fez com nossos pais, quando os tirou
8.19
a toda a congregação de Israel, enquanto se c2Sm 7.12-13;
da terra do Egito.e
mantinha toda em p é / ICr 17.11-12
15 e disse: Bendito seja o S e n h o r , o Deus Salomão ora a Deus
8.20
de Israel, que falou pessoalmente a Davi, meu rfl Cr 28.5-6 2 C r 6 .1 2 - 4 2

pai, e pelo seu poder o cumpriu, dizendo: y 8.21 eDt 31.26;


22 Pôs-se Salomão diante do altar do
16 Desde o dia* em que tirei Israel, o meu IRs 8.9 na presença de toda a congregação
Se n h o r ,
povo, do Egito, não escolhi cidade alguma de 8.22 ÍÊ X 9.33; de Israel; e estendeu as mãos para os céusf
todas as tribos de Israel, para edificar uma 2Cr 6.12; Is 1.15 23 e disse: O S e n h o r , Deus de Israel, não

8 .1 0 Repete-se a mesma manifestação da glória divina que tas das orações do Antigo Testamento. Pensa-se especial­
se revelara ao povo, no deserto, ao se completar o Taberná- m ente nas orações de Abraão, mencionadas em Cn 1 8 .2 2 -3 3
culo (Êx 40.3 4 ,3 5 ). e 20.17, e as de Moisés, que se encontram em Êx 3 2 .1 1 -1 3

8 .1 2 Trevas espessas. A ordem divina para construir o Taber- e 3 2 .3 0 -3 2 . A oração de Salomão inclui não apenas os israe­

náculo, que tam bém foi seguida por Salomão na construção litas mas tam bém os prosélitos, os estrangeiros que vêm

do Templo (a não ser no pormenor de uma construção maior, para adorar a Deus (41). Inclui não somente a época de

mais firm e e permanente, contendo, portanto, maior número Salomão, mas abrange todos os séculos da história de Israel

de móveis), tinha determinado tudo de m odo a que não fos­ (47). Divide-se em nove partes: 1) A oração em prol da família
sem construídas janelas no Santo dos Santos, o que provoca­ real ( 2 3 - 2 6 ) ; 2 ) A oração em favor de todas as petições que
ria, então, absoluta escuridão. viriam a ser feitas no Templo (2 7 -3 2 ); 3) A oração pela pro­
teção divina contra os invasores (3 3 -3 4 ); 4 ) Pela preservação
8 .1 4 Voltou, então, o rei o rosto. As palavras anteriores foram
do povo em época de seca (3 5 -3 6 ); 5) Pelo livramento de vá­
dirigidas à Presença Divina, revelada pela nuvem; agora Salo­
rias calamidades naturais, tristezas e problemas do íntimo
m ão fala à congregação do povo, no átrio do lado de fora do
(3 7 -4 0 ); 6) Pela bênção divina sobre os prosélitos (41 -4 3 );
Templo.
7) Pelo socorro divino em tem po de guerra (4 4 -4 5 ); 8) Pela
8 .1 8 Bem fizeste em o resolver. Deus aceitara a adoração que misericórdia divina quando o povo fosse levado cativo
Davi expressara, por meio daquele seu desejo de edificar a (4 6 -5 0 ); 9) A conclusão da oração que apresenta suas razões:
Casa de Deus, porém este privilégio foi reservado ao seu su­ estriba-se na misericórdia divina já revelada no passado (51 - 5 3 ).
cessor. Deus havia revelado seu poder ao seu povo em muitas Assim tam bém o crente se aproxima de Deus pela oração da
circunstâncias do passado, livrando-os do cativeiro, viajando fé, sabendo que Deus, tendo-nos dado Seu Filho Unigênito
com ele pelo deserto, levantando a Davi da posição de pastor (Jo 3.16), não nos negaria nenhum bem (Rm 8.32; M t 7.11;
de ovelhas à de pastor da nação, e não precisava de templo jo 14.13).
algum. Salomão que não era um homem de guerra, como
o fora Davi, teve a permissão para levantar o Templo. 8 .2 3 Guardas a aliança. Nenhum a oração pode ser dirigida a
• N. Hom. 8 .2 3 - 5 3 Esta longa oração pública é, antes Deus antes de haver o conhecimento da revelação que fez
de mais nada, um ato de intercessão, como é o caso de mui­ da Sua Natureza. Nenhum a esperança de resposta à oração
1 REIS 8.24 494
há Deus como tu, em cima nos céus nem 8.23 sGn 17.1; ficando ao justo, para lhe retribuíres segundo
Dt 7.9;
embaixo na terra, como tu que guardas a 2Sm 7.22; a sua justiça."
aliança e a misericórdia a teus servos que de TRs 3.6; 33 Quando o teu povo de Israel, por ter
2Rs 20.3; Dn 9.4
todo o coração andam diante de ti;9 pecado contra ti, for ferido diante do inimigo,
24 que cumpriste para com teu servo e se converter a ti, e confessar o teu nome, e
Davi, meu pai, o que lhe prometeste; pessoal­ 8.25 M Rs 2.4 orar, e suplicar a ti, nesta casa,0
mente o disseste e pelo teu poder o cumpriste, 34 ouve tu nos céus, e perdoa o pecado do
como hoje se vê. 8.26 /'2Sm 7.25 teu povo de Israel, e faze-o voltar à terra que
25 Agora, pois, ó Senhor , Deus de Israel, deste a seus pais.
faze a teu servo Davi, meu pai, o que lhe 35 Quando os céus se cerrarem, e não
8 . 2 7 /2 0 2.6;
declaraste, dizendo: Não te faltará sucessor'1 Jr 23.24; houver chuva, por ter o povo pecado contra ti,
diante de mim, que se assente no trono de 2Co 12.2 e orar neste lugar, e confessar o teu nome, e
Israel, contanto que teus filhos guardem o seu se converter dos seus pecados, havendo-o tu
caminho, para andarem diante de mim como 8.29 kDt 12.11 afligido, P
tu andaste. 36 ouve tu nos céus, perdoa o pecado de
26 Agora também, ó Deus de Israel, cum­ teus servos e do teu povo de Israel, ensi­
8.30 /2Cr 20.9
pra-se a tua palavra que disseste a teu servo nando-lhes o bom caminho em que andem, e
dá chuva na tua terra, que deste em herança ao
Davi, meu pai.1’ 8.31 22.11 teu povo.<)
27 Mas, de fato, habitaria Deus na terra?
37 Quando houver fome na terra ou peste,
Eis que os céus e até o céu dos céus não te
8.32 «Dt 25.1 quando houver crestamento ou ferrugem, ga­
podem conter, quanto menos esta casa que eu
fanhotos e larvas, quando o seu inimigo o
edifíqueiJ
8.33 oLv 26.17; cercar em qualquer das suas cidades ou hou­
28 Atenta, pois, para a oração de teu servo
Dt 28.25 ver alguma praga ou doença/
e para a sua súplica, ó Senhor , meu Deus,
38 toda oração e súplica que qualquer ho­
para ouvires o clamor e a oração que faz, mem ou todo o teu povo de Israel fizer, co­
8.35 pLv 26.19
hoje, o teu servo diante de ti. nhecendo cada um a chaga do seu coração e
29 Para que os teus olhos estejam abertos estendendo as mãos para o rumo desta casa.
noite e dia sobre esta casa, sobre este lugar, 8.36
<11Sm 12.23 39 ouve tu nos céus, lugar da tua habita­
do qual disseste: O meu nome estará alifc; ção, perdoa, age e dá a cada um segundo
para ouvires a oração que o teu servo fizer todos os seus caminhos, já que lhe conheces
neste lugar. 8.37 rLv 26.16;
Dt 28.21 -22,27, o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do
30 Ouve, pois, a súplica do teu servo e do 38,42,52; coração de todos os filhos dos homens ;s
teu povo de Israel, quando orarem neste lu­ 2 0 20.9 40 para que te temam todos os dias que
gar; ouve no céu, lugar da tua habitação; ouve viverem na terra que deste a nossos p a is/
e perdoa.' 8.39 sISm 16.7; 41 Também ao estrangeiro, que não for do
31 Se alguém pecar contra o seu próximo, ICr 28.9; teu povo de Israel, porém vier de terras remo­
|r 17.10
e lhe for exigido que jure, e ele vier a jurar tas, por amor do teu nome
diante do teu altar, nesta casa,m 42 (porque ouvirão do teu grande nome, e
32 ouve tu nos céus, e age, e julga teus 8.40 t S1130.4 da tua mão poderosa, e do teu braço esten­
servos, condenando o perverso, fazendo re­ dido), e orar, voltado para esta c a s a /
cair o seu proceder sobre a sua cabeça e justi­ 8.42 uDt 3.24 43 ouve tu nos céus, lugar da tua habita-

pode haver, sem o reconhecimento de que as promessas de • N. H om . 8 .3 8 O coração humano é enganoso e maligno,
Deus são fiéis, que Ele tem a vontade e o poder de cumprir desesperadamente corrupto, mas nem por isso Deus d á »
tudo (2 4 ) desde que seja do Seu agrado. de esquadrinhá-lo (Jr 1 7 .9 -1 0 ). Deus vê e compreende c
8 .2 7 Salomão compreende m uito claramente que não está íntim o do hom em , o coração (1 Sm 16.7, |o 2 .2 5 ), e por
construindo um tipo de hotel para hóspedes sobrenaturais, o causa desta divina compreensão, pode julgar retamente
que, aliás, sempre foi a idéia do paganismo, mesmo no seu a cada um (Gn 18.25; At 17.31). Se fôssemos enfrentar a jus­
aspecto mais sublime. 2 Cr 6.1 8 enfatiza o fato de que os tiça de Deus sem confiar no Seu perdão, nenhum ser humane
homens não merecem a benevolência divina. subsistiria (S11 3 0 .3 -4 ), mas esta compreensão divina indu
8 .2 9 M eu nome estará ali. A Lei revelada a Moisés, no de­ uma terna compaixão pelas nossas fraquezas (Lc 7.13 e
serto, apontava para uma situação ideal, na Terra Prometida, Hb 4.1 5 ), e por isso podemos confiar na Sua graça, para nos
com um Templo organizado (D t 12.11). socorrer no m om ento oportuno (Hb 4.16, 2.18, 7.25).
495 1 REIS 8.59
ção, e faze tudo o que o estrangeiro te pedir, 8.43 que tiraste da terra do Egito, do meio do forno
‘'ISm 17.46;
a fim de que todos os povos da terra conhe­ 2Rs 19.19 de ferro;0
çam o teu nome, para te temerem como o teu 52 para que teus olhos estejam abertos à
povo de Israel e para saberem que esta casa, súplica do teu servo e à súplica do teu povo de
que eu ediftquei, é chamada pelo teu nome.1' 8.46 "Lv 26.34; Israel, a fim de os ouvires em tudo quanto
44 Quando o teu povo sair à guerra contra Dt 28.36,64; clamarem a ti.
2Cr 6.36;
o seu inim igo, pelo cam inho por que o envia- Ec 7.20; 1|o 1.8,
53 Pois tu, ó S e n h o r Deus, os separaste
res, e orar ao S e n h o r , voltado para esta c i­ 10 dentre todos os povos da terra para tua he­
dade, que tu escolheste, e para a casa, que rança, como falaste por intermédio do teu
edifiquei ao teu nom e, servo Moisés, quando tiraste do Egito a nos­
45 ouve tu nos céus a sua oração e a sua 8.47 *Lv 26.40; sos pais.b
Sl 106.6
súplica e faze-lhe justiça.
46 Quando pecarem contra ti (pois não há Salomão abençoa ao povo
homem que não peque), e tu te indignares 54 Tendo Salomão acabado de fazer ao
8.48
contra eles, e os entregares às mãos do ini­ S e n h o r toda esta oração e súplica, estando
r\; 29.12-14
migo, a fim de que os leve cativos à terra de joelhos e com as mãos estendidas para
inimiga, longe ou perto esteja;"' os céus, se levantou de diante do altar do
47 e, na terra aonde forem levados cati­ 8.50 zld 7.6 Senho r,
vos, caírem em si, e se converterem, e, na 55 pôs-se em pé e abençoou a toda a con­
terra do seu cativeiro, te suplicarem, dizendo: gregação de Israel em alta voz, dizendo:c
Pecamos, e perversamente procedemos, e co­ 8.51 «Dt 4.20; 56 Bendito seja o S e n h o r , que deu re­
metemos iniqüidade-/ |r 11.4 pouso ao seu povo de Israel^, segundo tudo
48 e se converterem a ti de todo o seu o que prometera; nem uma só palavra falhou
coração e de toda a sua alma, na terra de seus de todas as suas boas promessas, feitas por
8.53 í>Ex 19.5 intermédio de Moisés, seu servo.
inimigos que os levarem cativos, e orarem a
ti, voltados para a sua terra, que deste a seus 57 O S e n h o r , nosso Deus, seja conosco,
pais, para esta cidade que escolheste e para a assim como foi com nossos pais; não nos de­
8.55 c2Sm 6.18
casa que edifiquei ao teu nome;y sampare e não nos deixe;e
49 ouve tu nos céus, lugar da tua habita­ 58 a fim de que a si incline o nosso cora­
ção, a sua prece e a sua súplica e faze-lhes ção, para andarmos em todos os seus cami­
8.56 àDt 12.10;
justiça, )s 21.4445 nhos e guardarmos os seus mandamentos, e
50 perdoa o teu povo, que houver pecado os seus estatutos, e os seus juízos, que orde­
contra ti, todas as suas transgressões que hou­ nou a nossos p a is/
verem cometido contra ti; e move tu à com­ 8.57 «Dt 31.6 59 Que estas minhas palavras, com que
paixão os que os levaram cativos para que se supliquei perante o S e n h o r , estejam presen­
compadeçam deles.z tes, diante do S e n h o r , nosso Deus, de dia e
51 Porque é o teu povo e a tua herança, 8.58 fSL 119.36 de noite, para que faça ele justiça ao seu servo

8 .4 6 Não há homem que não peque. "Todos pecaram e care­ M t6 .5 ; Lc 1 8 .1 1 -1 3 ; 4) Com as mãos erguidas, Sl 88.9;
cem da glória de Deus" é a declaração de Rm 3.23; "O salário 1 Tm 2.8.
do pecado é a M orte", ensina Rm 6.23. Mas ambas estas
• N . H om . 8 .5 6 As promessas de Deus formam o âmago
declarações trazem consigo, o antídoto, a cura; "Sendo justifi­
da mensagem bíblica, e, num sentido geral, normalmente
cados gratuitamente, por sua graça, m ediante a redenção
fazem parte das Suas Alianças. N o Antigo Testamento vemos
que há em Cristo jesus" (Rm 3.24); "Mas o dom gratuito
registradas as Alianças de: 1) Noé (C n 9 ,9 -1 7 ); 2) Abraão
de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor"
(Gn 1 2 .1 -3 ; 15.18; 1 7 .6 -8 ); 3) Moisés, que é a Aliança aqui
(Rm 6.23).
referida por Salomão (Êx 6 .6 - 8 ; D t 7 .8 -9 ); e 4) Davi (2 Sm
8 .4 7 N a terra do seu cativeiro. Há várias referências, nos versí­ 7 .1 2 - 1 7 e Sl 8 9 .3 - 4 ) . Mas a maior aliança de todos os tem ­
culos 4 6 - 5 3 , a um futuro cativeiro dos israelitas numa terra pos é a Nova Aliança ou Novo Testamento (M t 26.28;
estrangeira. Os acontecimentos descritos em 2 Rs 2 5 .8 -2 2 Hb 9.11 - 1 5 e 13.20). Esta Aliança representa a soma total de
comprovam que, muitas vezes, Salomão falava profetica­ toda a graça, a bênção e a verdade que se inclui na reden­
mente no decurso de sua oração. ção que jesus Cristo obteve para os homens, com o derrama­
8 .5 4 Estando de joelhos. A Bíblia menciona várias posições m ento de Seu próprio sangue. Em resumo, o pecador arrepen­
convenientes para a atitude de oração e adoração; 1) De joe­ dido que vem a Deus mediante jesus Cristo (Hb 7.25), nasce
lhos, Dn 6.10; Ed 9.5; Sl 9 5.6; Ef 3.14; 2) Prostrado, de novo (jo 3.7), tornando-se um filho de Deus (jo 1.12), re­
M t 26.39; L c 5 .1 2 , Ap 11.16; 3) De pé, Gn 1 8 .2 2 -2 3 ; cebendo o perdão divino (1 jo 1.9), e a vida eterna (|o 3.16).
1 REIS 8.60 496
8 .6 0 g D t 4.35;
e ao seu povo de Israel, segundo cada dia o 66 No oitavo dia desta festa, despediu o
|s 4.24;
exigir, IS m 17.46; povo, e eles abençoaram o rei; então, se foram
60 para que todos os povos da terra sai­ 2Rs 19.19 às suas tendas, alegres e de coração contente
bam que o Senhor é Deus e que não há por causa de todo o bem que o Senhor fizera
outro.s 8.61 M Rs 11.4; a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo.'
61 Seja perfeito o vosso coração para com 2Rs 20.3

o Senhor , nosso Deus, para andardes nos A aliança do Se n h o r com Salomão


seus estatutos e guardardes os seus manda­ 8 . 6 2 ' 2 0 7.4 2Cr 7.11-22
mentos, como hoje o fazeis.h Sucedeu, pois, que, tendo acabado Salo­

A conclusão da solenidade
8 .6 4 / 2 C r 4.1 9 mão de edificar a Casa do Senhor , e a
casa do rei, e tudo o que tinha desejado e
2Cr 7.4-10 8.6 5 kC n 15.18; designara fazer,m
62 E o rei e todo o Israel com ele oferece­ N m 34.5,8; 2 o Senhor tomou a aparecer-lhe, como
Jz 3.3; 1 Rs 8.2;
ram sacrifícios diante do Senhor .1 2Rs 14.25;
lhe tinha aparecido em Gibeão",
63 Ofereceu Salomão em sacrifício pací­ 2 0 7.8 3 e o Senhor lhe disse; Ouvi a tua oração
fico o que apresentou ao Senhor , vinte e dois e a tua súplica que fizeste perante mim; santi-
mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim, o 8.66 fiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o
rei e todos os filhos de Israel consagraram a ' 2 0 7.9-10 meu nome para sempre; os meus olhos e o
Casa do Senhor . meu coração estarão ali todos os dias.0
64 No mesmo dia, consagrou o rei o meio 9.1 m 1 Rs 7.1; 4 Se andares perante mim como andou
2 0 7.11 Davi, teu pai, com integridade de coração e
do átrio que estava diante da Casa do
Senhor ; porquanto ali preparara os holo­ com sinceridade, para fazeres segundo tudo o
caustos e as ofertas com a gordura dos sacrifí­ 9 .2 n IR s 3.5; que te mandei e guardares os meus estatutos
2 0 1 .7
cios pacíficos; porque o altar de bronze que e os meus juízos,p
estava diante do Senhor era muito pequeno 5 então, confirmarei o trono de teu reino
9.3 °D t 11.12;
para nele caberem os holocaustos, as ofertas sobre Israel para sempre, como falei acerca de
1 Rs 8.29;
de manjares e a gordura dos sacrifícios pací­ 2Rs 20.5 Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará suces-
ficos./ sorfl sobre o trono de Israel.
65 No mesmo tempo, celebrou Salomão 9 . 4 p G n 17.1;
6 Porém, se vós e vossos filhos, de qual­
também a Festa dos Tabemáculos e todo o IR s 11.4,6,38 quer maneira, vos apartardes de mim e não
Israel com ele, uma grande congregação, guardardes os meus mandamentos e os meus
desde a entrada de Hamate até ao rio do 9 .5 q IR s 2.4 estatutos, que vos prescrevi, mas fordes, e
Egito, perante o Senhor , nosso Deus; por servirdes a outros deuses, e os adorardes/
sete dias além dos primeiros sete, a saber, 9 . 6 r2Sm 7.14;
7 então, eliminarei Israel da terra que lhe
catorze dias.k 2 0 7.19-20 dei, e a esta casa, que santifiquei a meu nome.

8.6 3 Sacrifício pacífico, A lei das ofertas pacíficas, que se acha • N. H om . 9 . 1 - 9 Ouvi a tua oração. Deus, tendo misericór­
em Lv 7 .1 1 -1 8 . As pessoas que trouxessem a oferta come­ dia do seu povo, faz uma promessa incondicional de
riam da carne ofertada, o que esclarece a razão de haverem sempre estar pronto a atender a oração de fé, feita por qual­
sido efetuados tantos sacrifícios assim: a congregação inteira quer pessoa em nóm e dEle (que foi o teor da mesma oração
participava da festa religiosa. de Salomão em 8 .3 0 -5 2 ). Mas quanto à prosperidade par­
ticular, que Salomão pedira, para a família real (8 .2 5 -2 6 ).
8 .6 4 O meio do átrio. A grande rocha no méio do átrio pas­
dependia tão somente da responsabilidade individual dos
sou a servir como altar público. Hoje, aquela rocha está em ­
seus descendentes em andar em fé, obediência e fidelidade
butida numa mesquita, na parte árabe de Jerusalém. Muito
(9 .4 -7 ) . Da mesma maneira, o prédio físico não se poderia
pequeno. Veja a nota de 1 Rs 7 .2 5 -5 0 . considerar inviolável, se os freqüentadores vivessem no pe­
8 .6 5 A Festa do Tabernácuios. A data da festa, o sétimo mês cado (9 .8 ). Isto quer dizer que nenhum a descendência
(2), mostra que aqui se trata de uma festa religiosa, já pres­ física, nenhuma organização humana, nenhum lugar, pode
crita por Moisés em Lv 2 3 .3 9 -4 4 . A festa é essencialmente de ser detentor dos favores de Deus, mas cada um deve
ações de graças pela ceifa, durante a qual celebra-se a graça aproximar-se de Deus pela fé (Rm 4 .1 6 -2 5 ).
divina em resgatar o povo da escravidão, e de preservá-lo 9.2 Nota-se que a primeira manifestação foi concedida a Sa­
durante a peregrinação pelo deserto. O Templo é o lugar para lomão, a fim de prepará-lo para um longo reinado realizado
a mais íntima comunhão com Deus, e identificar-se com Suas segundo a vontade divina, e a segunda foi concedida so­
promessas, e ali adorá-IO pelo que fizera em prol do Seu m ente após longos anos de dedicação, coroados pela oraçâc
povo. Então a data de 15 de etanim foi bem escolhida. fervorosa transcrita em 8 .2 2 -5 3 .
497 1 REIS 9.26
9.7 sDt 4.26; cananeus que moravam nela, e com ela dotara
lançarei longe da m inha presença; e Israel
2Rs 17.23;
virá a ser provérbio e m otejo entre todos os Jr 7.14 a sua filha, mulher de Salomão.»'
p ovos.s 17 Assim, edificou Salomão Gezer, Bete-
8 E desta casa', agora tão exaltada, todo 9.8 i2Rs 25.9; Horom, a baixa,z
2Cr 36.19
aquele que por ela passar pasmará, e asso­ 18 Baalate, Tadmor, no deserto daquela
biará, e dirá: Por que procedeu o S e n h o r 9.10 terra,0
assim para com esta terra e esta casa? ul Ri 6.37-38; 19 todas as cidades-armazéns que Salo­
2Cr8.1 mão tinha, as cidades para os carros, as cida­
9 Responder-se-lhe-á: Porque deixaram o
S e n h o r , seu Deus, que tirou da terra do Egito 9.11 > 2 0 8.2
des para os cavaleiros e o que desejou enfim
os seus pais, e se apegaram a outros deuses, e edificar em Jerusalém, no Líbano e em toda a
os adoraram, e os serviram. Por isso, trouxe o 9.13 ^js 19.27 terra do seu domínio.b
S e n h o r sobre eles todo este mal. 20 Quanto a todo o povo que restou dos
9.15 *|s 16.10;
2Sm 5.9;
amorreus, heteus, ferezeus, heveus e jebu-
As demais atividades de Salomão 1Rs 5.13,24 seus, e que não eram dos filhos de Israel,c
2 Cr 8.1-18 2 1 a seus filhos, que restaram depois deles
9.16 y|s 16.10
10 Ao fim de vinte anos, terminara Salo­ na terra, os quais os filhos de Israel não pude­
mão as duas casas, a Casa do S e n h o r e a 9.17 zJs 16.3; ram destruir totalmente, a esses fez Salomão
casa do rei.u 2 0 8.5 trabalhadores forçados, até hoje.'*
11 Ora, como Hirão, rei de Tiro, trouxera 22 Porém dos filhos de Israel não fez Sa­
9.18 °Js 19.44;
a Salomão madeira de cedro e de cipreste e 2 0 8.4,6 lomão escravo algum; eram homens de
ouro, segundo todo o seu desejo, este lhe deu guerra, e seus oficiais, e seus príncipes, e seus
vinte cidades na terra da Galiléia.v 9.19 bIRs 4.1 capitães, e chefes dos seus carros e dos seus
12 Saiu Hirão de Tiro a ver as cidades que cavai ari anos.e
9.20 c2Cr 8.7
Salomão lhe dera, porém não lhe agradaram. 23 Os principais oficiais que estavam so­
13 Pelo que disse: Que cidades são estas 9.21 bre a obra de Salomão eram quinhentos e
que me deste, irmão meu? E lhes chamaram dGn 9.25-26; cinqüenta; tinham estes a seu cargo o povo
Jz 1.21,27-29;
Terra de Cabul, até hoje.lv Ne 7.57
que trabalhava na o b ra/
14 Hirão tinha enviado ao rei cento e vinte 24 Subiu, porém, a filha de Faraó da Ci­
talentos de ouro. 9.22 ctv 25.39 dade de Davi à sua casa, que Salomão lhe
15 A razão por que Salomão impôs o tra­ edificara; então, edificou a Milo.5
9 . 2 3 '2 0 8.10
balho forçado é esta: edificar a Casa do 25 Oferecia Salomão, três vezes por ano'1,
S e n h o r , e a sua própria casa, e Milo, e o 9.24 g2Sm 5.9; holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o al­
muro de Jerusalém, como também Hazor, e IRs 3.1; tar que edificara ao S e n h o r e queimava in­
2 0 8.11
Megido, e Gezer;* censo sobre o altar perante o S e n h o r . Assim,
16 porque Faraó, rei do Egito, subira, e 9.25 ^ Êx 23.17; acabou ele a casa.
tomara a Gezer, e a queimara, e matara os 34.23; Ot 16.16 26 Fez o rei Salomão também naus em

9 .1 0 Este versículo nos leva para o fim da primeira metade terra ao lado sul do Templo, para proteção da cidade de Jeru­
do reino de Salomão. Seguem-se algumas passagens para salém (2 Sm 5.9; 1 Rs 11.27).
mostrar a grandeza que ele galgara naquele abençoado pe­
9.1 6 Salomão recebera, com o presente de casamento, a ci­
ríodo, relatando, a seguir, como vivera nos vinte anos restan­
dade de Gezer, que fo a outrora destruída por Faraó, e depois
tes em que, abusando de sua própria sabedoria, do seu poder
reedificada e fortalecida. Este pormenor, junto à lista de obras
e das suas riquezas, transformou-se em um déspota oriental
públicas, bem como o relato do casamento do rei, foram
(capítulos 10 a 12).
registrados neste ponto desta narrativa, para evidenciar que
9 .1 1 - 1 4 Salomão já pagara a Hirão, com grande quantidade o reino (inclusive o território dos filisteus) estivera firme nas
de mantimentos, a madeira do Templo ( 5 .1 0 -1 1 ). Este paga­ mãos de Salomão (3.1).
m ento deve ter sido adicional pelo ouro mencionado nos
9 .2 2 Este versículo mostra que o trabalho forçado, na pior
w 11 e 14 e talvez fosse um empréstimo concedido a Salo­
das hipóteses, nada mais era senão requerer a assistência téc­
mão, para que pudesse entrar no comércio (1 0 .1 4 -2 9 ), pois
nica dos israelitas, os quais supervisionavam a mão de obra
as cidades lhe foram, mais tarde, devolvidas (2 Cr 8.2).
dos cananitas, 5 .1 3 - 1 8 (com as notas que ali se acham).
9 .15 Trabalho forçado. A explicação desta medida drástica:
9.2 5 Três vezes por ano. Durante as três grandes festas reli­
pôr o país em dia com as obras públicas. É como o problema
giosas, a Páscoa, o Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos,
dos impostos hoje em dia, ou outra qualquer medida de disci­
descritas em Lv 2 3 .4 - 8 , 15.25, e 33.43.
plina para o bem estar do país. Milo. Parece ser algum ba­
luarte de defesa, construído sobre um pequeno m onte de 9 .2 6 Eziom-Ceber. Arqueólogos escavaram, descobriram as
1 REIS 9.27 498
Eziom-Geber, que está junto a Elate, na praia 9.26 jas em sabedoria e prosperidade a fama que
'Nm 33.35;
do mar Vermelho, na terra de Edom.1 1Rs 22.48; ouvi.
27 Mandou Hirão, com aquelas naus, os 208 .17-18 8 Felizes os teus homens, felizes estes teus
seus servos, marinheiros, conhecedores do servos, que estão sempre diante de ti e que
mar, com os servos de Salomão./ ouvem a tua sabedoria !n
28 Chegaram a Ofir e tomaram de lá qua­ 9.27/1 Rs 10.11
9 Bendito seja o Senhor , teu Deus, que
trocentos e vinte talentos de ouro, que trouxe­ se agradou de ti para te colocar no trono de
ram ao rei Salomão.k Israel; é porque o Senhor ama a Israel para
sempre, que te constituiu rei, para executares
9.28 *]ó 22.24
A rainha de Sabá visita a Salomão juízo e justiça.0
2Cr 9.1-12 10 Deu ela ao rei cento e vinte talentos de
ouro, e muitíssimas especiarias, e pedras pre­
1 A Tendo a rainha de Sabá' ouvido a
10.1 'M t 12.42; ciosas; nunca mais veio especiaria em tanta
X U fama de Salomão, com respeito ao Lc 11.31 abundância, como a que a rainha de Sabá
nome do Senhor , veio prová-lo com pergun­
ofereceu ao rei Salomão, p
tas difíceis.
11 Também as naus de Hirão, que de Ofir
2 Chegou a Jerusalém com mui grande co­ transportavam ouro, traziam de lá grande
10.5
mitiva; com camelos carregados de especia­ ml Cr 26.16 quantidade de madeira de sândalo e pedras
rias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; preciosas, t
compareceu perante Salomão e lhe expôs 12 Desta madeira de sândalo, fez o rei ba­
tudo quanto trazia em sua mente. laústres para a Casa do Senhor e para a casa
10.8 "Pv 8.34
3 Salomão lhe deu resposta a todas as per­ real, como também harpas e alaúdes para os
guntas, e nada lhe houve profundo demais cantores; tal madeira nunca se havia trazido
que não pudesse explicar. para ali, nem se viu mais semelhante madeira
4 Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a 10.9
até ao dia de h o je /
o2Sm 8.15;
sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, IRs 5.7; Pv 8.15 13 O rei Salomão deu à rainha de Sabá
5 e a comida da sua mesa, e o lugar dos tudo quanto ela desejou e pediu, afora tudo o
seus oficiais, e o serviço dos seus criados, e os que lhe deu por sua generosidade real. Assim,
trajes deles, e seus copeiros, e o holocausto voltou e se foi para a sua terra, com os seus
10.10 pSI 72.10
que oferecia na Casa do Senhor , ficou como servos.
fora de sim
6 e disse ao rei: Foi verdade a palavra que As riquezas de Salomão
a teu respeito ouvi na minha terra e a respeito 10.11 <71Rs 9.27 2Cr 1.14-17; 9.13-28
da tua sabedoria. 14 O peso do ouro que se trazia a Salo­
7 Eu, contudo, não cria naquelas palavras, mão cada ano era de seiscentos e sessenta e
até que vim e vi com os meus próprios olhos. 10.12 seis talentos de ouro,
Eis que não me contaram a metade: sobrepu­ '2Cr9.10-11 15 além do que entrava dos vendedores, e

minas e usinas de cobre naquela localidade, e atribuíram-nas Na história da visita feita pela rainha de Sabá (ou lêmen, onde
a Salomão. os sabateus se concentravam) ao rei Salomão (10.1 - 1 3 ) , per­
9 .2 7 Marinheiros. Naquela época, os israelitas dependiam da cebe-se uma semelhança entre Salomão no reino terrestre e
civilização de Tiro para tudo aquilo que não era comércio ou jesus Cristo, o Rei da Glória. Compare-se a rainha à almj
agricultura. Depois de séculos de escravidão no Egito, qua­ aflita, sequiosa de perguntas e dúvidas, problemas e pecados,
renta anos no deserto, e mais quatro séculos de vida insegura, que vem buscando a Jesus, para dEle receber a resposta às
na época dos juizes, a "civilização" os despertara, e, gradati- indagações do seu íntimo e a solução dos seus problemas
vamente, foram assimilando o paganismo dos vizinhos mais ficando ofuscada ante a grandeza deste rei ( |o 7.46.
"adiantados". Salomão se entregara, então, à idolatria M c 15.39; |o 20.28); glorifica a Deus e traz-Lhe ofertas
(11.1 - 8 ) , e, 60 anos após a morte de Salomão, a rainha |eza- (v 9 - 1 0 ) . O rei, por sua vez, atende a todas as solicitações à*
bel vinda de Tiro, quase extirpou os adoradores de Deus visitante (v 13 e Fp 4.19).

(16.31; 19.14). 10.11 De lá. De Sabá. Significa que se construiu uma aliança
9 .2 8 Ofir. Pode ser Upara, perto de Bombaim, na índia, pois comercial m uito conveniente para Salomão, já que seus na­
que as viagens para aquela cidade demoravam nada menos vios teriam um posto de negócios e reabastecimento, entre
que três anos, sendo que mercadorias finas eram importadas Eziom-Geber e a índia.
da índia e de Társis (talvez na Espanha) (cf 10.22). (erônimo 10.15 Trata-se de impostos comerciais, direitos de alfâiv
e a Septuaginta interpretam Ofir como a índia. • N. Hom . dega, permissão para usarem o território de Salomão nas v i*
499 1 REIS 11.2
do tráfico dos negociantes, e de todos os reis 10.15 s2Cr 9.24 para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no
da Arábia, e dos governadores da terra.5 coração.
16 Fez o rei Salomão duzentos paveses de 10.17 fIRs 7.2 25 Cada um trazia o seu presente: objetos
ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou de prata e de ouro, roupas, armaduras, espe­
pesar para cada pavês; ciarias, cavalos e mulas; assim, ano após ano.
10.18
17 fez também trezentos escudos de ouro u2Cf 9.17 26 Também ^juntou Salomão carros e ca­
batido; três arráteis de ouro mandou pesar valeiros/, tinha mil e quatrocentos carros e
para cada escudo. E o rei os pôs na Casa do doze mil cavalarianos, que distribuiu às cida­
10.21 des para os carros e junto ao rei, em Jeru­
Bosque do Líbano.f v2Cr 9.20
18 Fez mais o rei um grande trono de mar­ salém.
fim e o cobriu de ouro puríssimo.u 27 Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse
10.22 prata como pedras e cedros em abundância
19 O trono tinha seis degraus; o espaldar wGn 10.4;
como os sicômoros que estão nas planícies.z
do trono, ao alto, era redondo; de ambos os 2 0 20.36
28 Os cavalos de Salomão vinham do
lados tinha braços junto ao assento e dois
Egito0 e da Cilícia; e comerciantes do rei os
leões junto aos braços. 10.23 recebiam da Cilícia por certo preço.
20 Também doze leões estavam ali sobre *1Rs 3.12-13
29 Importava-se, do Egito, um carro por
os seis degraus, um em cada extremo destes.
seiscentos siclos de prata e um cavalo por
Nunca se fizera obra semelhante em nenhum
1 0.2 6 /1 Rs 4.26 cento e cinqüenta; nas mesmas condições, as
dos reinos.
caravanas os traziam e os exportavam para
21 Todas as taças de que se servia o rei todos os reis dos heteus e para os reis da
Salomão para beber eram de ouro, e também 10.27 Síria.6
*2Cr 1.15-17
de ouro puro todas as da Casa do Bosque do
Líbano; não havia nelas prata, porque nos A idolatria de Salomão
dias de Salomão não se dava a ela estimação 10.28 Ora, além da filha de Faraó, amou
nenhuma.1'
22 Porque o rei tinha no mar uma frota de
oDt 17.16

Társis, com as naus de Hirão; de três em três 1 0 .2 9 &Js 1.4;


n Salomão muitas mulheres estrangei­
rasc: moabitas, amonitas, edomitas, sidô
e hetéias,
2 Rs 7.6
anos, voltava a frota de Társis, trazendo ouro, 2 mulheres das nações de que havia o
prata, marfim, bugios e pavões.w Senhor dito aos filhos de Israel: Não caseis
23 Assim, o rei Salomão excedeu a todos 11.1 cDt 17.17 com elasd, nem casem elas convosco, pois
os reis do mundo, tanto em riqueza como em vos perverteriam o coração, para seguirdes os
sabedoria.* 11.2 dEx 34.16; seus deuses. A estas se apegou Salomão pelo
24 Todo o mundo procurava ir ter com ele Dt 7.3-4 amor.

gens comerciais; lucros nos negócios de importação e boliza a riqueza e o poder. N o Antigo Testamento, é profeti­
exportação, e impostos arrecadados por reis e governadores zada a sua destruição (Sl 48.7; Is 2.16; Is 23.1 e 14).
de pequenos territórios com a permissão do rei Salomão. Is­
10.24,25 Salomão tornara-se um tipo de consultor interna­
rael, por uns poucos anos, fora um império comercial.
cional, como as grandes universidades da Europa, no fim da
10.16 Pavês. Eram escudos compridos, que protegiam o Idade M édia. Segundo o costume oriental, o pagamento efe-
corpo inteiro e pesavam c. 9 kg. tuava-se pela entrega de presentes. Salomão queria ter o
10.17 Escudo. Era m enor do que o pavês, a metade do tam a­ ouro como valor de referência.
nho, cf 2 Cr 9 .1 5 -1 6 . Tinha forma circular.
11.1 Mulheres estrangeiras. Deus proibira o casamento misto
10.18 De marfim. Compensado com placas finas de marfim, entre seu povo e outros povos estrangeiros (Êx 34.16;
tal com o nossas "mesas de m ogno", segundo descobertas D t 7 .3 -4 ). E possível que uma boa parte daquelas mulheres
arqueológicas. fosse penhor de alianças políticas. Mas de qualquer forma,
10.22 Uma frota de Társis. O nome Társis pode referir-se à elas ganharam uma preeminência tão grande sobre a cons­
cidade de Tarso, na Cilícia, ou a Tartesso, na Espanha. Este ciência e as emoções de Salomão, que, no decurso dos anos,
último lugar era tido, durante séculos, como o "fim do sua fé arrefeceu, pervertendo-lhe a consciência, e abalando
m undo". A referência em Jn 1.3 mostra que deve ser um àquela mesma fé que era fonte de tudo quanto ele era e
porto marítimo. Em )r 10.9 e Ez 27.12, consta como um local possuía ( 2 .3 - 4 e 3.11 - 4 ) , instigando à ira divina que não se
produtor de vários metais. Pode ser, ainda, que a expressão fez por esperar (1 1 .9 -1 1 ). Entre os santuários pagãos erigidos
"navio de Társis", refira-se a um navio para transporte de pelo rei, alguns perduraram ainda por mais de três séculos,
minerais, ou a um de porte e capacidade para enfrentar as até sua destruição por ocasião da reforma feita pelo rei Josias
maiores viagens então conhecidas. De qualquer maneira, sim­ (2 Rs 23.13).
1 REIS 11.3 500
11.4 eDt 17.17;
3 Tinha setecentas mulheres, princesas e amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o
1 Rs 8.61
trezentas concubinas; e suas mulheres lhe per­ tirarei.
verteram o coração. 13 Todavia, não tirarei o reino todo; darei
4 Sendo já velho, suas mulheres lhe per­ uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu
verteram o coração para seguir outros deuses; 11.5 fjz 2.13; servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi/
1Rs 11.33;
e o seu coração não era de todo fiel para com 2Rs 23.13
o Senhor , seu Deus, como fora o de Davi, Deus suscita adversários contra Salomão
seu pai.e 14 Levantou o Senhor contra Salomão
5 Salomão seguiu a Astarote, deusa dos um adversário, Hadade, o edomita; este era da
11.7
sidônios, e a Milcom, abominação dos amo­ 9Nm 21.29;
linhagem real de Edom /
n itas/ 2Rs 23.13 15 Porque, estando Davi em Edom e tendo
6 Assim, fez Salomão o que era mau pe­ subido Joabe, comandante do exército, a se­
rante o Senhor e não perseverou em seguir pultar os mortos, feriu todos os varões em
ao Senhor , como Davi, seu pai. 11.9 MRs 3.5
Edom.m
7 Nesse tempo, edificou Salomão um san­ 16 (Porque Joabe ficou ali seis meses com
tuário a Quemos, abominação de Moabe, so­ todo o Israel, até que eliminou todos os va­
bre o monte fronteiro a Jerusalém, e a rões em Edom.)
11.10 ''1 Rs 6.12
Moloque, abominação dos filhos de Amom.9 17 Hadade, porém, fugiu, e, com ele, al­
8 Assim fez para com todas as suas mu­ guns homens edomitas, dos servos de seu pai,
lheres estrangeiras, as quais queimavam in­ para ir ao Egito; era Hadade ainda muito
censo e sacrificavam a seus deuses. 11.11 jovem.
)1 Rs 11.31
18 Partiram de Midiã e seguiram a Parã.
A ira de Deus contra Salomão de onde tomaram consigo homens e chegaram
9 Pelo que o Senhor se indignou contra ao Egito, a Faraó, rei do Egito, o qual deu a
Salomão, pois desviara o seu coração do 11.13 Hadade uma casa, e lhe prometeu sustento, e
*Dt 12.11;
Senhor , Deus de Israel, que duas vezes lhe lhe deu terras.
2Sm 7.15;
aparecera.h 1Rs 12.20 19 Achou Hadade grande mercê por parte
10 E acerca disso lhe tinha ordenado que de Faraó, tanta que este lhe deu por mulher a
não seguisse a outros deuses. Ele, porém, não irmã de sua própria mulher,
guardou o que o Senhor lhe ordenara.1 20 a irmã de Tafnes, a rainha. A irmã de
11.14<lCr5.26
11 Por isso, disse o Senhor a Salomão: Tafnes deu-lhe à luz seu filho Genubate, o
Visto que assim procedeste e não guardaste a qual Tafnes criou na casa de Faraó, onde Ge­
minha aliança, nem os meus estatutos que te nubate ficou entre os filhos de Faraó.
mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu 11.15 21 Tendo, pois, Hadade ouvido no Egito
'"Nm 24.19;
servo./ 2Sm 8.14; que Davi descansara com seus pais e que
12 Contudo, não o farei nos teus dias, por ICr 18.12-13 Joabe, comandante do exército, era morto.

11.5 Astarote, deusa dos sidônios. Constava entre a mitologia o qual tais sacrifícios eram praticados. E tudo isto com o fito
dos cananitas como esposa de Baal; Sidom era o reduto de de agradar suas mil mulheres!
tudo o que restava da cultura de Canaã. A narrativa bíblica 11.13 Por amor de Davi. Aos que quisessem continuar na tra­
passa a ocupar-se mais de Sidom e menos dos cananitas após dição na fidelidade a Davi, não haveria senão o Templo e t
a destruição de Gezer (9 .1 6 ) e da escravização dos derradei­ cidade.
ros elementos das tribos cananéias ( 9 .2 0 -2 1 ). A tentação não
1 1.14 Hadade. Sabe-se de mais de três reis edomitas que
viria mais do povo pagão da terra, mas emanava agora de
tinham este nome. São descendentes de Esaú (Gn 36.43), po­
Sidom.
rém não consta que algum deles adorasse a Deus. Deus pode
fazer uso dos Seus instrumentos sem exigir que eles fiquem
11.7 Camos.. . Moloque. Estes nomes são divindades adora­ cônscios disso (Is 45.4). Q ue Deus pode dispor de um rei pari

das sob a forma de ídolos (abominações) em M oabe e em castigar a outro, isto não pode ser negado (Dn 2.21; 4.17,

Am om . A idolatria de Salomão torna-se mais repugnante 11.21 Deixa-me voltar. A m orte de Davi e do seu poderoso
quando se lembra que a ambos estes ídolos ofereciam-se sa­ general Joabe, criou em Hadade a coragem de reassumir suas
crifícios humanos (2 Rs 3.27; 2 Rs 23.10; Jr 7.31 e 32.35). funções reais em Edom. É claro que desde a infância fora u it
Embora não haja nenhuma indicação de que Salomão permi­ inimigo em potencial de Israel, mas, somente depois da ir&
tiria tais sacrifícios durante o seu reinado, sabe-se que erigira delidade de Salomão foi que Deus lhe permitiu tal possit»-
no próprio M onte das Oliveiras um santuário ao ídolo perante lidade.
501 1 REIS 11.37
disse a Faraó: Deixa-me voltar para a minha 11.21 "IRs 2.10 roboão de Jerusalém, o encontrou o profeta
terra.n Aías, o silonita, no caminho; este se tinha
22 Então, Faraó lhe disse: Pois que te falta 11.23 °2Sm 8.3
vestido de uma capa nova, e estavam sós os
comigo, que procuras partir para a tua terra? dois no campo.5
Respondeu ele: Nada; porém deixa-me ir. 30 Aías pegou na capa nova que tinha so­
23 Também Deus levantou a Salomão ou­ 11.24 p2Sm 8.3 bre si, rasgou-a em doze pedaços(
tro adversário, Rezom, filho de Eliada, que 31 e disse a Jeroboão: Toma dez pedaços,
havia fugido de seu senhor Hadadezer, rei de porque assim diz o S e n h o r, Deus de Israel:
11.26
Zobá.0 q2Sm 20.21; Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão,
24 Ele ajuntou homens e se fez capitão 1Rs 12.2; e a ti darei dez tribos.u
2Cr13.6
de um bando; depois do morticínio feito por 32 Porém ele terá uma tribo, por amor de
Davi, eles se foram para Damasco, onde habi­ Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a
taram e onde constituíram rei a Rezom.P 11.27 O Rs 9.24 cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.
25 Este foi adversário de Israel por todos 33 Porque Salomão me deixou e se encur-
os dias de Salomão, fez-lhe mal como Ha- vou a Astarote, deusa dos sidônios, a Que-
dade, detestava a Israel e reinava sobre a 11.29 JlRs 14.2 mos, deus de Moabe, e a Miicom, deus dos
Síria. filhos de Amom; e não andou nos meus cami­
11.30
nhos para fazer o que é reto perante mim, a
Aías prediz a Jeroboão (ISm 15.27 saber, os meus estatutos e os meus juízos,
que este reinará sobre Israel como fez Davi, seu pai.v
26 Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de 34 Porém não tomarei da sua mão o reino
11.31
Zereda, servo de Salomão, e cuja mãe era “ lRsll.11
todo; pelo contrário, fá-lo-ei príncipe todos
mulher viúva, por nome Zerua, levantou a os dias da sua vida, por amor de Davi, meu
mão contra o rei. 9 servo, a quem elegi, porque guardou os meus
27 Esta foi a causa por que levantou a mão 11.33 mandamentos e os meus estatutos.
*1Rs 11.5-7
contra o rei: Salomão estava edificando a 35 Mas da mão de seu filho tomarei o
Milo e terraplenando depressões da Cidade de reino, a saber, as dez tribos, e tas darei a ti.'v
Davi, seu p a i/ 11.35 36 E a seu filho darei uma tribo; para que
28 Ora, vendo Salomão que Jeroboão era »iRs 12.16-17 Davi, meu servo, tenha sempre uma lâmpada
homem valente e capaz, moço laborioso, ele o diante de mim em Jerusalém, a cidade que
pôs sobre todo o trabalho forçado da casa de escolhi para pôr ali o meu nome."
11.36
José. *1Rs 15.4;
37 Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo o
29 Sucedeu, nesse tempo, que, saindo Je- 2Rs 8.19 que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel.

11.23 Adversário. A palavra hebraica é satan, que quer dizer preceitos divinos (9.4 ). Ora, jeroboão, levantado por Deus
"inimigo" e "acusador" em geral, mas que somente em três para castigar a Salomão e a sua descendência (31), podia ter
partes do Antigo Testamento, se subentende o adversário so­ chegado a ser um grande rei, se tivesse observado os ensinos
brenatural das nossas almas: |ó 1 e 2; Z c 3 .1 - 2 ; 1 Cr 21.1. que Davi dera a Salomão, 2 .3 - 4 , cuja base era a de agir de
Rezom. A palavra significa "príncipe", mas Rezom tam bém foi conformidade com a Palavra de Deus. Mas Jeroboão, usando
um escravo que se tornou bandoleiro. O bando de marginais a sabedoria política e não aquela que vem do tem or a Deus,
crescera m uito ao ponto de apossar-se da cidade de Damasco escolheu o caminho da idolatria (1 2 .2 6 -2 8 ), perdendo as
(o que foi um importante acontecimento na história da bênçãos contidas nas promessas descritas no v 38.
época, pois aquela cidade existe desde o tem po de Abraão
(Cn 1 4.15) até ao dia de hoje dom inando, então, uma parte • N . Hom . 1 1.36 A fidelidade de Deus, quando o homem
da estrada real que estendia-se desde o Egito até à Assíria. é infiel, como no caso de Salomão, é como uma lâmpada
11.26 jeroboão. Se Deus não se indignasse contra Salomão que nunca se apaga. Assim a dinastia de Davi era como
(9), jamais teria permitido que jeroboão levantasse a mão uma lâmpada em Israel, porque era prova da absoluta infali­
contra o rei, isto é, que movesse a rebelião, não descrita aqui. bilidade da aliança divina (2 Sm 7 .1 4 -1 6 ; N m 23.19). Era cos­
tum e oriental, conservar na casa uma lâmpada acesa a noite
11 .S l A ti darei dez tribos. Cf este número, a tribo de Benja­
toda, a menos que não houvesse moradores na mesma.
m im , em cujo território está a cidade de jerusalém, é conside­
Assim, tam bém a luz que dimanava então da fidelidade de
rada absorvida pela tribo de |udá. Esta tribo é dupla, e ficará
Davi, apontava para o ideal de uma teocracia, um rei inteira­
nas mãos do filho de Salomão (32).
mente submisso à vontade de Deus, reinando sob a direção
11.33 Não andou nos meus caminhos. A continuação de toda divina (15.4; Pv 13.9). Concernente a este versículo acha-
promessa que Deus fizera a Davi e a Salomão, com referência se tam bém um pensamento sobre jesus, o m aior dos her­
à prosperidade real, dependia da fidelidade destes reis aos deiros do cetro de Judá (C n 49.10; Jo 1.9 e 8.12).
1 REIS 11.38 502
38 Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e 11.38 y)s 1.5; 4 Teu pai fez pesado o nosso jugo; agora,
2Sm 7.11,27
andares nos meus caminhos, e fizeres o que é pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o
reto perante mim, guardando os meus estatu­ seu pesado jugo que nos impôs, e nós te servi­
tos e os meus mandamentos, como fez Davi, remos. e
meu servo, eu serei contigo, e te edificarei 5 Ele lhes respondeu: Ide-vos e, após três
uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te 11.41 dias, voltai a mim. E o povo se foi.
darei Israel.)' n o 9.29 6 Tomou o rei Roboão conselho com os
39 Por isso, afligirei a descendência de homens idosos que estiveram na presença de
Davi; todavia, não para sempre. Salomão, seu pai, quando este ainda vivia,
40 Pelo que Salomão procurou matar a Je- dizendo: Como aconselhais que se responda a
roboão; este, porém, se dispôs e fugiu para o este povo?
Egito, a ter com Sisaque, rei do Egito; e ali 11.42 7 Eles lhe disseram: Se, hoje, te tomares
®2Cr9.30
permaneceu até à morte de Salomão. servo deste povo, e o servires, e, atendendo,
falares boas palavras, eles se farão teus servos
A morte de Salomão para sem pre/
2Cr 9.29-31 8 Porém ele desprezou o conselho que os
anciãos lhe tinham dado e tomou conselho
41 Quanto aos mais atos de Salomão, a 11.43
*2Cr9.31 com os jovens que haviam crescido com ele e
tudo quanto fez, e à sua sabedoria, porven­
o serviam.
tura, não estão escritos no Livro da História
9 E disse-lhes: Que aconselhais vós que
de Salomão?2
respondamos a este povo que me falou, di­
42 Foi de quarenta anos o tempo que rei­
zendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs?
nou Salomão em Jerusalém sobre todo o
12.1 c2Cr10.1 10 E os jovens que haviam crescido com
Israel.0
ele lhe disseram: Assim falarás a este povo
43 Descansou com seus pais e foi sepul­
que disse: Teu pai fez pesado o nosso jugo.
tado na Cidade de Davi, seu pai; e Roboão,
mas tu alivia-o de sobre nós; assim lhe fala­
seu filho, reinou em seu lugar.0 rás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que
12.2 tflRs 11.26 os lombos de meu pai.
Roboão causa separação entre as tribos 11 Assim que, se meu pai vos impôs jugo
2 0 10.1-15 pesado, eu ainda vô-lo aumentarei; meu pai
1 Foi Roboão a Siquém, porque todo o vos castigou com açoites, porém eu vos casti­
_L A* Israel se reuniu lá, para o fazer rei.c garei com escorpiões.
2 Tendo Jeroboão, filho de Nebate, ou­ 12.4
12 Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao
eISm 8.11-18;
vido isso (pois estava ainda no Egito, para 1Rs 4.7 terceiro dia, a Roboão, como o rei lhes orde­
onde fugira da presença do rei Salomão, onde nara, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
habitavad 13 Dura resposta deu o rei ao povo, por­
3 e donde o mandaram chamar), veio com que desprezara o conselho que os anciãos lhe
toda a congregação de Israel a Roboão, e lhe haviam dado;
falaram; 12.7 QCrlO.7 14 e lhe falou segundo o conselho dos jo-

1 1.40 Até à morte de Salomão. O Egito estava servindo como ( 4 .1 -2 8 ) e dos serviços forçados (5 .1 3 -1 4 ) fora suportado
asilo político para vários futuros inimigos de Israel. Quer dizer durante a campanha de Salomão para estabelecer a prosperi­
que, nas épocas da história do m undo, nas quais o Egito não dade nacional, e, bem logo, degenerou em prol da luxúria da
tivera poder para ascender como um grande império, foi a casa real.
sede de tramas latentes de golpes políticos. 1 2.10 Os jovens. A arrogância e a impaciência da juventude
11.41 Livro da História de Salomão. Trata-se, provavelmente, prefere umas horas de soberba desenfreada, a longos anos de
dos arquivos oficiais de Salomão, que talvez seriam bem co­ um reinado poderoso, em troca de alguns momentos de con­
nhecidos na época em que o livro dos Reis foi escrito. versação cortês e compreensiva (1 2 .7 ). Meu dedo mínimo. 0
12.1 Siquém. Um a cidade importante, no centro da Palestina, ato menos brutal de Roboão seria mais pesado do que o mais

e uma das grandes capitais das tribos do Norte. Talvez Ro­ despótico que seu pai Salomão chegara a cometer.
boão sentisse, já, algum declínio na lealdade daquelas tribos, 12.11 Escorpiões. A palavra aqui se refere a um tipo de chi­
ao planejar sua coroação ali visando a angariar a simpatia e a cote revestido de pedacinhos de metal cortante, para aumen­
lealdade daquela grande parte do povo que, aliás sempre foi tar a dor.
de difícil comportamento. 1 2 .1 4 Agravarei. E já havia passado dos limites
1 2.4 D ura servidão. 0 peso dos impostos dos mantimentos (1 Sm 8 .1 1 -1 7 ).
503 1 REIS 12.28
12.15 gjz 14.4; Deus proíbe que Roboão
vens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso
IRs 11.11,31;
jugo, porém eu ainda o agravarei; meu pai vos 2Cr 10.15 peleje contra as dez tribos
castigou com açoites; eu, porém, vos castiga­ 2Cr 11.1-4
rei com escorpiões. 21 Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, reu­
15 O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; 12.16 niu toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim,
í>2Sm 20.1
porque este acontecimento vinha do Senhor , cento e oitenta mil escolhidos, destros para a
para confirmar a palavra que o Senhor tinha guerra, para pelejar contra a casa de Israel, a
dito por intermédio de Aías, o silonita, a Jero- 12.17 fim de restituir o reino a Roboão, filho de
boão, filho de Nebate.9 'IRs 11.13 Salomão.m
22 Porém veio a palavra de Deus a Se-
maías, homem de Deus, dizendo:"
Dez. tribos seguem Jeroboão 12.18/TRs4.6
23 Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de
2Cr 10.16-19
Judá, e a toda a casa de Judá, e a Benjamim,
16 Vendo, pois, todo o Israel que o e ao resto do povo, dizendo:
rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: 12.19 24 Assim diz o Senhor : Não subireis,
‘ 2Rs 17.21
Que parte temos nósh com Davi? Não há nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos
para nós herança no filho de Jessé! As de Israel; cada um volte para a sua casa, por­
vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua 12.20 que eu é que fiz isto. E, obedecendo eles à
casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas 'IRs 11.13 palavra do Senhor , voltaram como este lhes
tendas. ordenara.0
17 Quanto aos filhos de Israel, porém, que
12.21
habitavam nas cidades de Judá, sobre eles ">20 11.1 A idolatria de Jeroboão
reinou Roboão.1 25 Jeroboão edificou Siquém, na região
18 Então, o rei Roboão enviou a Adorão, montanhosa de Efraim, e passou a residir ali;
superintendente dos que trabalhavam força­ 12.22 dali edificou Penuel.P
"2Cr11.2
dos; porém todo o Israel o apedrejou, e mor­ 26 Disse Jeroboão consigo: Agora, tomará
reu. Mas o rei Roboão conseguiu tomar o seu o reino para a casa de Davi.
carro e fugir para Jerusalém./ 12.24 27 Se este povo subir para fazer sacrifí­
19 Assim, Israel se mantém rebelado con­ olRs 12.15 cios na Casa do Senhor , em Jerusalém, o
tra a casa de Davi, até ao dia de hoje.k coração dele se tomará a seu senhor, a Ro­
20 Tendo ouvido todo o Israel que Jero­ boão, rei de Judá; e me matarão e tomarão a
12.25 P\Z S. 17
boão tinha voltado, mandaram chamá-lo para ele, ao rei de Judá. 9
a congregação e o fizeram rei sobre todo o 28 Pelo que o rei, tendo tomado conse­
Israel; ninguém seguiu a casa de Davi, senão 12.27 lhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao
somente a tribo de Judá.' Dt 12.5-6 povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui

12.16 /Às vossos tendas. Um estudo de 2 Sm 1 9 .4 1 -2 0 .2 nos feta desde o princípio. O povo obedece mais à mensagem
dá a impressão de que os fundamentos daquela rebelião já divina do que a suas próprias aspirações políticas.
Srtham sido assentados antes da revolta de Seba, o benja- 12.25 Penuel. Q uer dizer "a face de Deus"; foi ali que Jacó se
-nita. Naquela ocasião, só a tribo de judá ficara fiel a Davi, encontrara face a face com Deus (Gn 32.30). O lugar fica à
tendo depois absorvido a de Benjamim. Mas a união das doze margem do rio Jaboque, um pouco a leste de Siquém, a nova
•jibos nunca fora bastante coesa; dependia da energia de capital do rei Jeroboão. Fora, talvez, edificada para a defesa
Saul, do heroísmo de Davi e da glória de Salomão. contra qualquer invasor do oriente.
12.19 Até ao dia de hoje. Refere-se à época na qual o livro foi
• N. H om . 12.28 Assim como Roboão seguiu aos maus
sscrito.
conselhos que m uito o prejudicaram, (14), Jeroboão preferiu
12.20 Somente a tribo de judá. Versículos 21 e 23 mencio­ os conselheiros da corte, aos profetas de Deus (28), fazendo
nam, tam bém , Benjamim. De qualquer forma, a parte do o mesmo tipo de ídolo que Moisés tão violenta­
c o \o que permanece fiel a Davi, passa a se chamar "|udá", e m ente condenara (Êx 32.4 ,2 8 ,3 5 ) e que tanto castigo trou­
i palavra "Israel" refere-se às dez tribos que se separaram. xe aos israelitas. A religião de Jeroboão era como qualquer
~oc motivos religiosos, continuamente chegavam elementos outro tipo de falsa religião: 1) Tinha sua origem no seu
aas tribos de Israel para integrarem-se na de Judá (2 Cr 15.9). próprio pensamento (26); 2) Tinha motivos m eramente egoís­
12-24 Eu é que fiz. N o reinado de Salomão, o único profeta tas (27); 3) Alegava ser vantajosa para o povo (28); 4 ) Consis­
aue se destaca é Aías, arauto do plano de Deus para dividir o tia em rebelião contra Deus (30; comp Êx 20.4); 5) Era prati­
-“ ^o, 1! .2 9 -4 0 . No novo reino, sente-se a presença do pro­ cada por pessoas de baixo nível espiritual (31).
1 REIS 12.29 504
teus deusesr, ó Israel, que te fizeram subir da 12.28 rEx 32.4
3 Deu, naquele mesmo dia, um sinal, di­
terra do Egito! zendo: Este é o sinal de que o S e n h o r falou:
12.29
29 Pôs um em Betei e o outro, em Dã.5 sGn 28.19; Eis que o altar se fenderá, e se derramará a
30 E isso se tomou em pecado, pois que Os 4.15
cinza que há sobre e le /
0 povo ia até Dã, cada um para adorar o
12.30 4 Tendo o rei ouvido as palavras do ho­
bezerro/ tIRs 13.34; mem de Deus, que clamara contra o altar de
31 Jeroboão fez também santuários nos al­ 2Rs 17.21
Betei, Jeroboão estendeu a mão de sobre o
tos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes que
não eram dos filhos de Levi.u 12.31 altar, dizendo: Prendei-o! Mas a mão que es­
32 Fez uma festa no oitavo mês, no dia
"Nm 3.10; tendera contra o homem de Deus secou, e não
1Rs 13.32-33;
décimo quinto do mês, igual à festa que se 2Rs 17.32; a podia recolher.
fazia em Judá, e sacrificou no altar; seme­ 2Cr 11.14-15 5 O altar se fendeu, e a cinza se derramou
lhantemente fez em Betei e ofereceu sacrifí­ do altar, segundo o sinal que o homem de
12.32
cios aos bezerros que fizera; também em l v 23.33-34; Deus apontara por ordem do S e n h o r .
Betei estabeleceu sacerdotes dos altos que le­ 1Rs 8.2,5; 6 Então, disse o rei ao homem de Deus:
Am 7.13
vantara. v Implora o favor do S e n h o r , teu Deus, e ora
33 No décimo quinto dia do oitavo mês, por mim, para que eu possa recolher a mão.
12.33
escolhido a seu bel-prazer, subiu ele ao altar »Lv 23.33-34 Então, o homem de Deus implorou o favor do
que fizera em Betei e ordenou uma festaw
S e n h o r , e a mão do rei se lhe recolheu e
para os filhos de Israel; subiu para queimar 13.1
*1 Rs 12.32-33; ficou como dantes.0
incenso. 2Rs23.17 7 Disse o rei ao homem de Deus: Vem
13.2
comigo a casa e fortalece-te; e eu te recom­
Um profeta prediz contra o altar
k2Rs 23.15-16 pensarei. b
j O Eis que, por ordem do S e n h o r , veio 8 Porém o homem de Deus disse ao rei:
1 J de Judá a Betei um homem de Deus; 13 .3 -ris 7.14;
Ainda que me desses metade da tua casa, não
e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar 1Co 1.22
iria contigo, nem comeria pão, nem beberia
incenso.*
13.6 °Êx 8.8; água neste lu g ar/
2 Clamou o profeta contra o altar, por or­At 8.24
9 Porque assim me ordenou o S e n h o r
dem do S e n h o r , e disse: Altar, altar! Assim
diz o S e n h o r : Eis que um filho nascerá à 13.7 àISm 9.7; pela sua palavra, dizendo: Não comerás pão,
2Rs 5.15 nem beberás água; e não voltarás pelo cami­
casa de Davi, cujo nome será Josias)', o qual
sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que 13.8 cNm 22.18 nho por onde foste.d
queimam sobre ti incenso, e ossos humanos 10 E se foi por outro caminho; e não vol­
se queimarão sobre ti. 13.9 dICo 5.11 tou pelo caminho por onde viera a Betei.

12.32 Fez uma festa. Era uma cópia da Festa dos Tabernácu- Deus lhes indicara. Deus sempre teve mensageiros, que nem
los, somente que devia ser no dia quinze do sétimo mês. Jero­ sempre se tornavam famosos; o importante é entregar a men­
boão manipulara todos os preceitos religiosos o seu bel prazer sagem e viver fiel a ela. É interessante procurar saber quantos
(33). A posição dos novos "santuários" com seus bezerros foi deles são mencionados nos dois livros dos Reis, especialmente
escolhida segundo a própria conveniência geográfica (Betei porque o nome que os hebreus dão aos livros de Josué, Juizes,
ficava no sul do novo reino, 20km ao norte de Jerusalém; Dã 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis é "Profetas Anteriores", constando
ficava no extrem o norte do reino). com o “profetas Posteriores" aqueles cujas palavras são regis­
12.33 Betei. O lugar onde Abraão edificara seu primeiro altar tradas nos Livros que têm o seu nome; Isaías, Jeremias, etc.
depois de ter sido chamado por Deus (Cn 12.8). Ali Jacó ti­
13.2 josias. A profecia se referia a 621 a.C., e era bem especí­
vera uma visão de Deus (Cn 2 8 .1 0 - 2 2 ) e ali a Arca da Aliança
fica, embora fosse pronunciada três séculos antes, ou seja,
permanecera na época dos juizes (Jz 2 0 .2 6 -2 8 ). O profeta
entre 931 e 909 a.C. (a data da duração do reinado de Je­
Samuel usou o lugar como sede de suas atividades judiciárias
roboão).
(1 Sm 7.16). Jeroboão dá clara impressão de estar querendo
enfatizar sua apostasia, fazendo daquela cidade de memórias 13.6 Ficou como dantes. Esta já não é a primeira oração por
sagradas, o centro do novo culto. uma cura, que a Bíblia nos narra. Veja C n 20.17;
13.1 Um homem de Deus. Nenhum a passagem bíblica ofe­ N m 1 2 .1 1 -1 6 . e a declaração de que Deus sara as enfermida­
rece o seu nome. É um dos muitos profetas de Deus que des daqueles que andam nos Seus caminhos (Êx 15.26). O
transmitiram aos herdeiros do poder real, as mensagens divi­ ministério do profeta Elias inclui tam bém esta obra de miseri­
nas, quando estes andavam desviados dos caminhos que córdia (1 7 .1 7 -2 4 ).
505 1 REIS 13.30
A desobediência e o castigo do profeta 13.16 quanto foste rebelde à palavra do Senhor e
£ IR s 13.8-9
11 Morava em Betei um profeta velho; não guardaste o mandamento que o Senhor ,
vieram seus filhos e lhe contaram tudo o que teu Deus, te mandara,
o homem de Deus fizera aquele dia em Betei; 22 antes, voltaste, e comeste pão, e be-
as palavras que dissera ao rei, contaram-nas a beste água no lugar de que te dissera: Não
seu pai. comerás pão, nem beberás água, o teu cadáver
12 Perguntou-lhes o pai: Por que caminho não entrará no sepulcro de teus pais.s
se foi? Mostraram seus filhos o caminho por 23 Depois de o profeta a quem fizera vol­
onde fora o homem de Deus que viera de tar haver comido pão e bebido água, albardou
Judá. para ele o jumento.
13 Então, disse a seus filhos: Albardai-me 24 Foi-se, pois, e um leão o encontrou no
um jumento. Albardaram-lhe o jumento, e ele caminho e o matou; o seu cadáver estava ati­
13.17
montou. H Rs 20.35; rado no caminho, e o jumento e o leão, para­
14 E foi após o homem de Deus e, ITs 4.15 dos junto ao cadáver.^
achando-o sentado debaixo de um carvalho, 25 Eis que os homens passaram e viram o
lhe disse: Es tu o homem de Deus que vieste corpo lançado no caminho, como também o
de Judá? Ele respondeu: Eu mesmo. leão parado junto ao corpo; e vieram e o dis­
15 Então, lhe disse: Vem comigo a casa e seram na cidade onde o profeta velho ha­
come pão. bitava.
16 Porém ele disse: Não posso voltar con­
26 Ouvindo-o o profeta que o fizera voltar
tigo, nem entrarei contigo; não comerei pão,
do caminho, disse: E o homem de Deus, que
nem beberei água contigo neste lugar.e
foi rebelde à palavra do Senhor ; por isso, o
17 Porque me foi dito pela palavra do
Senhor o entregou ao leão, que o despeda­
Senhor : Ali, não comerás pão, nem beberás
çou e matou, segundo a palavra que o
água, nem voltarás pelo caminho por que 13.22ílR s 13.9
Senhor lhe tinha dito.
foste.f
18 Tomou-lhe ele: Também eu sou pro­ 27 Então, disse a seus filhos: Albardai-me
feta como tu, e um anjo me falou por ordem o jumento. Eles o albardaram.
do Senhor , dizendo: Faze-o voltar contigo a 28 Ele se foi e achou o cadáver atirado no
tua casa, para que coma pão e beba água. caminho e o jumento e o leão, parados junto
(Porém mentiu-lhe.) ao cadáver; o leão não tinha devorado o
19 Então, voltou ele, e comeu pão em sua corpo, nem despedaçado o jumento.
casa, e bebeu água. 29 Então, o profeta levantou o cadáver do
20 Estando eles à mesa, veio a palavra do homem de Deus, e o pôs sobre o jumento, e
Senhor ao profeta que o tinha feito voltar; o tomou a levar; assim, veio o profeta velho
21 e clamou ao homem de Deus, que viera 13.24
à cidade, para o chorar e enterrar.
de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor : Por­ d Rs 20.36 30 Depositou o cadáver no seu próprio se-

13.11 Um profeta velho. Mais um servo de Deus cujo nome Dn 4 .3 0 - 3 2 ) . Uns buscam a orientação divina; outros,
não aparece uma vez em toda a narrativa. deliberadamente, evitam o contato com a Palavra de Deus,
13.18 Deus não pode mentir, ou invalidar as Suas promessas sobre todas estas coisas é Deus quem permanece Soberano.
e leis, Nm 23.19; Cl 1 .8 - 9 . Não há explicação do porquê da 1 3.24 Um leão o encontrou. A punição parece ser severa para
mentira do profeta: estamos aqui na linha divisória entre o alguém que simplesmente caíra numa armadilha sedutora de
falso profeta e o verdadeiro. Que o profeta recebe verdadeiras um falso profeta. Mas o homem de Deus recebera ordens
mensagens de Deus, consta em 20.22; e que transmite às diretamente do Senhor (8 e 9), portanto nenhuma pretensa
vezes, suas próprias idéias; isto tam bém está claro, aqui. O revelação deveria fazê-lo duvidar da Palavra de Deus; tais
profeta preferia obedecer ao ato tradicional da hospitalidade conversações levaram Adão e Eva à perdição, juntamente
religiosa, do que ficar atento à Palavra de Deus. com seus descendentes (Cn 3.12,13). Semelhantemente, o
• N. H om . 13.21 Clamou. Foi a emoção pela revelação apóstolo Paulo invoca maldições sobre qualquer que ensinar
divina quebrando as barreiras do seu próprio eu, que fez com que Deus não cumpre Sua Promessa de Salvação Eterna, me­
que o profeta clamasse. Muitas vezes, a revelação de Deus diante a fé no Seu Filho jesus Cristo (Jo 3.16), mesmo se for
só se manifesta a alguém após anos de oração e obediên­ um anjo, que assim pregue (Gl 1 .8 -9 ).
cia (veja a nota de 9.2), mas há, tam bém , ocasiões em que 1 3.28 O milagre era patente: não se tratava de algum aci­
Deus interfere de maneira repentina e dramática para inter­ dente pelo caminho, mas sim, de um castigo divino, clara­
rom per os caminhos pecaminosos dos homens (C n 28.11 - 1 2 ; m ente demonstrado.
1 REIS 13.31 506
pulcro; e o prantearam, dizendo: Ah! Ir­ 1 3 .3 0 'Jr 22.18
seu filho, que está doente. Assim e assim lhe
mão meu!' falarás, porque, ao entrar, fingirá ser outra.
31 Depois de o haver sepultado, disse a 13.31
6 Ouvindo Aías o ruído de seus pés,
/2Rs 23.17-18
seus filhos: Quando eu morrer, enterrai-me quando ela entrava pela porta, disse: Entra,
no sepulcro em que o homem de Deus está mulher de Jeroboão; por que finges assim?
13.32
sepultado; ponde os meus ossos junto aos os­ * IRs 13.2; Pois estou encarregado de te dizer duras
sos dele.' 2Rs 23.16,19 novas.
32 Porque certamente se cumprirá o que 7 Vai e dize a Jeroboão: Assim diz o
por ordem do S e n h o r clamou contra o altar 13.33 S e n h o r , Deus de Israel: Porquanto te levan­
que está em Betei e contra todas as casas dos 'IRs 12.31-32;
tei do meio do povo, e te fiz príncipe sobre o
2Cr 11.15
altos que estão nas cidades de Samaria.* meu povo de Israel,?
8 e tirei o reino da casa de Davi, e to
13.34
A persistência de Jeroboão no pecado entreguei, e tu não foste como Davi, meu
mIRs 12.30
33 Depois destas coisas, Jeroboão ainda servo, que guardou os meus mandamentos e
não deixou o seu mau caminho; antes, de en­ 14.2 "IRs 11.31 andou após mim de todo o seu coração, para
tre o povo tomou a constituir sacerdotes para fazer somente o que parecia reto aos meus
lugares altos; a quem queria, consagrava para 14.3 olhos ;r
sacerdote dos lugares altos.' o ISm 9.7-í 9 antes, fizeste o mal, pior do que todos os
34 Isso se tomou em pecado à casa de que foram antes de ti, e fizeste outros deuses
Jeroboão, para destruí-la e extingui-la da 14.4p1Rs 11.29 e imagens de fundição, para provocar-me à
terra.m ira, e me viraste as costas;5
14.7 10 portanto, eis que trarei o mal sobre a
A profecia de Aías contra Jeroboão <)2Sm 12.7-8; casa de Jeroboão', e eliminarei de Jeroboão
IRs 16.2
1 A Naquele tempo, adoeceu Abias, filho todo e qualquer do sexo masculino, tanto o
i1 de Jeroboão. escravo como o livre, e lançarei fora os des­
14.8 n Rs 11.31
2 Disse este a sua mulher: Dispõe-te, cendentes da casa de Jeroboão, como se lança
agora, e disfarça-te, para que não conheçam fora o esterco, até que, de todo, ela se acabe.
14.9
que és mulher de Jeroboão; e vai a Siló. Eis sIRs 12.28; 11 Quem morrer a Jeroboão na cidade, os
que lá está o profeta Aías, o qual a meu res­ 2Cr 11.15; cães o comerão, e o que morrer no campo
peito disse que eu seria rei sobre este povo.n SI 50.17
aberto, as aves do céu o comerão, porque o
3 Leva contigo dez pães, bolos e uma bo­ S e n h o r o disse.u
tija de mel e vai ter com ele; ele te dirá o que 14.10
12 Tu, pois, dispõe-te e vai para tua casa;
tIRs 15.29
há de suceder a este menino.0 quando puseres os pés na cidade, o menino
4 A mulher de Jeroboão assim o fez; le­ morrerá.1'
14.11 ulRs 16.4
vantou-se, foi a Siló e entrou na casa de Aías; 13 Todo o Israel o pranteará e o sepultará;
Aías já não podia ver, porque os seus olhos já porque de Jeroboão só este dará entrada em
14.12
se tinham escurecido, por causa da sua v1Rs 14.17 sepultura, porquanto se achou nele coisa boa
velhice.p para com o S e n h o r , Deus de Israel, em casa
5 Porém o S e n h o r disse a Aías: Eis que 14.13 de Jeroboão.w
a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre »2Cr 12.12 14 O S e n h o r , porém, suscitará para si

13.33 Jeroboão estava se tornando outro Faraó: quanto mais apoio da parte de Aías (1 1 .2 9 -3 9 ), por causa da sua aposta­
sinais lhe eram dados presenciar, tanto menos se arrependia, sia. Se o rei pensava poder disfarçar-se perante os servos de
endurecendo seu coração contra Deus (Êx 7.22; 8.15). Deus, é porque já havia perdido todo e qualquer discerni­
14.1 Abias. Este nom e vem da palavra hebraica Abijah, que mento religioso. Se Deus conhece o íntimo do coração
significa "Deus é meu Pai". Duvida-se que Jeroboão tivesse (1 Sm 16.7), e inspira Sua vontade aos profetas (Am 3.7), as
motivos sinceros para dar esse nome a seu filho. Em vista do artimanhas humanas não têm nenhum valor.
que lemos sobre este rei em 13.33 e 14.9, não se pode atri- 14.3 Menino. A palavra hebraica na ar traduz-se melhor pela
buir-lhe uma verdadeira fé religiosa. É semelhante ao caso palavra "rapaz", em se tratando de um adolescente.
dos pais que dão ingenuamente (levianamente) o nome de 14.11 Os cães o comerão. A maldição sobre a casa de Jero­
"João" a seu filho recém-nascido, não sabendo que esse boão foi completa, pois considerava-se uma calamidade mo­
nome significa "Deus é misericordioso". Assim acontece com ral o não receber, na morte, os devidos funerais (13.22;
muitos nomes bíblicos. Jr 16.6). Era um sinal de total abandono dos parentes mais
14.2 Disfarça-te. É claro que Jeroboão já perdera qualquer próximos, a quem cabia o cuidado dos funerais.
507 1 REIS 14.31
um rei sobre Israel, que eliminará, no seu dia, 14.14 provocou a zelo, mais do que fizeram os seus
*1 Rs 15.27-29
a casa de Jeroboão. Que digo eu? Há de pais.*
ser já .* 14.15 23 Porque também os de Judá edificaram
yln 34.13;
15 Também o S e n h o r ferirá a Israel para js 23.15-16; altosf, estátuas, colunas e postes-ídolos no
que se agite como a cana se agita nas águas; 2Rs 15.29 alto de todos os elevados outeiros e debaixo
arrancará a Israel desta boa terra que dera a 14.16 de todas as árvores verdes.
seus pais e o espalhará para além do Eufrates, ;1Rs 12.30 24 Havia também na terra prostitutos-cul-
porquanto fez os seus postes-ídolos, provo­ tuais; fizeram segundo todas as coisas abomi­
14.17 olRs 6.12
cando o S e n h o r à ira.v
14.18 náveis das nações que o S e n h o r expulsara de
16 Abandonará a Israel por causa dos pe­
bIRs 14.13 diante dos filhos de Israel. 9
cados que Jeroboão cometeu e pelos que fez
14.19 c 2 0 13.2 25 No quinto ano do rei Roboão, Sisaque,
Israel cometer.2
17 Então, a mulher de Jeroboão se levan­ rei do Egito, subiu contra Jerusalém^
14.21
tou, foi e chegou a Tirza; chegando ela ao cf1Rs 11.31; 26 e tom ou os tesouros da C asa do
2 0 1 2 .1 3 S e n h o r e os tesouros da casa do rei; tomou
limiar da casa, morreu o menino.0
18 Sepultaram-no, e todo o Israel o pran­ 14.22 tudo. Tam bém levou todos os escudos de
eDt 32.21; ouro' que Salom ão tinha feito.
teou, segundo a palavra do S e n h o r , por in­
2Cr 12.1;
termédio do profeta Aías, seu servo.b ICo 10.22 27 Em lugar destes, fez o rei Roboão escu­
19 Quanto aos mais atos de Jeroboão, dos de bronze e os entregou nas mãos dos
14.23
como guerreou e como reinou, eis que estão f2Rs 17.9-10 capitães da guarda, que guardavam a porta da
escritos no Livro da História dos Reis de casa do rei.
14.24
Israel.c 90123.17; 28 Toda vez que o rei entrava na Casa do
20 Foi de vinte e dois anos o tempo que IRs 15.12; S e n h o r , os da guarda usavam os escudos
reinou Jeroboão; e descansou com seus pais; 2Rs 23.7
e tomavam a trazê-los para a câmara da
e Nadabe, seu filho, reinou em seu lugar. 14.25 guarda.
MRs 11.40;
2Q 12.2 29 Quanto aos mais dos atos de Roboão e
O reinado de Roboão, de Judá
a tudo quanto fez, porventura, não estão
2Cr 12.1-16 14.26
'1 Rs 10.16-17; escritos no Livro da História dos Reis de
21 Roboão, filho de Salomão, reinou em 2Cr9.15-16 Judá?/
Judá; de quarenta e um anos de idade era
14.29 30 Houve guerra entre Roboão e Jeroboão
Roboão quando começou a reinar e reinou /2Cr 12.15
dezessete anos em Jerusalém, na cidade que o todos os seus dias.*
S e n h o r escolhera de todas as tribos de Israel, 14.30 31 Roboão descansou com seus pais e
* IRs 12.24;
para estabelecer ali o seu nome. Naamá era o com eles foi sepultado na Cidade de Davi.
2Cr12.15
nome de sua mãe, amonita.d Naamá era o nome de sua mãe, amonita; e
14.31
22 Fez Judá o que era mau perante o <1Rs 12.21;
Abias, filho de Roboão, reinou em seu
S e n h o r ; e, com os pecados que cometeu, o 2 0 1 2 .1 6 lugar.'

14.15 0 espalhará para além do Eufrates. Este cativeiro, com muns em Sodoma e em Gomorra (Cn 1 9 .4 -1 4 ); não se trata,
a dispersão do povo, aconteceu no ano 721 a.C., quando os portanto, de um pecado recente. Neste caso, porém, trata-se
assírios invadiram a Israel (2 Rs 1 7 .3 -6 ). Judá, com Jerusalém, de prostitutos que serviam no culto cananeu. No paganismo,
foi milagrosamente preservada, para subsistir mais um século os piores pecados faziam parte da liturgia oficial dos templos!
e meio. Das tribos do norte nunca se descobriram os descen­ 14.25 Sisaque. Esta invasão, descrita com mais pormenores
dentes, que sumiram das páginas da história humana. Postes- em 2 Cr 1 2 .2 -1 1 , fora vitoriosa, apesar das fortalezas e arse­
ídolos. A palavra hebraica é asherím. A Bíblia não define nais que Roboão preparara (2 Cr 1 1 .5 -1 2 ). As nações moder­
exatamente o que seriam, apenas dizendo deviam ser corta­ nas devem compreender que os armamentos militares não
das, derrubadas e queimadas (D t 7.5). Tinham alguma rela­ têm poder para proteger o estado (ou cidade) que cai na
ção a Ashera, uma deusa dos cananitas. Entende-se que se corrupção moral.
trataria de algum poste de madeira (provavelmente escul­
14.29 Podemos ler em 2 Cr 12.12 que o rei se arrependera,
pido) para o culto que era oferecido àquela deusa da fertili­
ao menos em parte, antes de morrer.
dade. Era um tropeço para os israelitas.
14.31 Naamá. Duas vezes, neste capítulo, aparece o nome
14.19 Livro da História dos Reis. Deve ser o arquivo real do
da mãe de Roboão (21). Nas cortes orientais, a rainha-m ãe
reino do norte e não o livro das Crônicas, que descreve um
gozava do mais alto respeito e às vezes exercia uma grande
relatório mais breve da vida de Jeroboão (2 Cr 1 0 .1 6 -1 9 ). influência política (2.1 9). Daí o costume de registrarem seus
1 4.24 Prostitutos cultuais. As práticas homossexuais eram co­ nomes ao longo destes livros históricos.
1 REIS 15.1 508
0 reinado de Abias, de Judá 15.1 10 Quarenta e um anos reinou em Jerusa­
m2Cr 13.1-2
2Cr 13.1-22 lém. Era o nome de sua mãe Maaca, filha de
1 ^ No décimo oitavo ano do rei Jero- 15.2 Absalão.
X J boão, filho de Nebate, Abias come­ "2Cr 11.20-22 11 Asa fez o que era reto perante o
çou a reinar sobre Judá.m S e n h o r , como Davi, seu pai.u
15.3 o 1Rs 11.4
2 Três anos reinou em Jerusalém. Era o 12 Porque tirou da terra os prostitutos-
nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão.n 15.4P1RS 11.36 cultuais e removeu todos os ídolos que seus
3 Andou em todos os pecados que seu pai pais fizeram;v'
havia cometido antes dele; e seu coração não 15.5 13 e até a Maaca, sua mãe, depôs da digni­
í2Sm 11.1-27
foi perfeito para com o S e n h o r , seu Deus, dade de rainha-mãe, porquanto ela havia feito
como o coração de Davi, seu pai.0 ao poste-ídolo uma abominável imagem; pois
15.6 r 1Rs 14.30
4 Mas, por amor de Davi, o S e n h o r , seu Asa destruiu essa imagem e a queimou no
Deus, lhe deu uma lâmpada em JerusalémP, 15.7 vale de Cedrom;"
s2Cr 13.2-3 14 os altos, porém, não foram tirados; to­
levantando a seu filho depois dele e dando
estabilidade a Jerusalém. davia, o coração de Asa foi, todos os seus
15.8 <2Cr 14.1
5 Porquanto Davi fez o que era reto pe­ dias, totalmente do S e n h o r .*
rante o S e n h o r e não se desviou de tudo 15.11 15 Trouxe à Casa do S e n h o r as coisas
quanto lhe ordenara, em todos os dias da sua "2Cr 14.2 consagradas por seu pai e as coisas que ele
vida, senão no caso de Urias, o heteu1). mesmo consagrara: prata, ouro e objetos de
15.12
6 Houve guerra entre Roboão e Jeroboão ' I Rs 14.24
utilidade.
todos os dias da sua v id a/ 16 Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de
7 Quanto aos mais atos de Abias e a tudo 15.13 Israel, todos os seus dias.
W ÊX 32.20; 17 Porque Baasa, rei de Israel, subiu con­
quanto fez, porventura, não estão escritos no
2Cr 15.16
Livro da História dos Reis de Judá? Também tra Judá e edificou a Ramá, para que a nin­
houve guerra entre Abias e Jeroboão.5 15.14 guém fosse permitido sair de junto de Asa, rei
8 Abias descansou com seus pais, e o se­ *1Rs 15.3; de Judá, nem chegar a ele./
2Cr 15.17-18
pultaram na Cidade de Davi; e Asa, seu filho, 18 Então, Asa tomou toda a prata e ouro
reinou em seu lugar.1 15.17 y|s 18.25;
restantes nos tesouros da Casa do S e n h o r e
1Rs 12.27; os tesouros da casa do rei e os entregou nas
O reinado de Asa, de Judá 2Cr 16.1 mãos de seus servos; e o rei Asa os enviou a
2Cr 14.1-8; 15.16-16.14 Ben-Hadade, filho de Tabrimom, filho de He-
15.18
9 No vigésimo ano de Jeroboão, rei de *1 Rs 11.23-24; ziom, rei da Síria, e que habitava em Da­
Israel, começou Asa a reinar sobre Judá. 2Cf 16.2 masco, dizendo:2

15.1 Abias. O nome hebraico é Abij am, diferente do Abias rentemente, esses dois fatores trouxeram longos períodos de
que morreu, 14.1. Este outro era filho da segunda esposa de paz e de prosperidade para Judá (2 Cr 14.1; 15.9). Assim
Roboão. Pela preferência que tinha por Maaca, Roboão dei­ com o se narra a respeito de Davi, o coração de Asa foi total­
xou de lado os filhos da primeira esposa Maalate, dando o mente do Senhor (14), até seus dois lapsos mencionados em
trono ao primogênito da segunda esposa (2 Cr 1 1 .1 8 -2 2 ). 2 Cr 16.10 e 12, quando confiou em alianças políticas, e em
15.5 Urias, o heteu. O ato de Davi foi um ato de despotismo, médicos, quando de sua enfermidade; todavia seus deslizes
praticando adultério com a esposa de um soldado seu, não atingiram o grau do duplo pecado de Davi, de adultério
quando este estava ausente, lutando em favor do rei, e depois e assassínio. A vida de Asa é tam bém narrada em 2 Cr 1 4 -1 6 .
procedendo de maneira criminosa e covarde, elim inando-o 15.16 Baasa. Foi um rei de grande capacidade administrativa
na guerra para que não chegasse a ter conhecimento do ato que conseguiu firmar-se 24 anos no trono de Israel, conti­
que cometera. nuando, porém, nos pecados de seu pai (34).
15.7 Guerra. Em que pese o decurso do seu reinado ser tão 15.17 Ramá. Vários lugares na Palestina têm o nome de
curto, de três anos apenas, Abias alcançara uma vitória contra Ramá, de acordo com o Antigo Testamento. Porém o relato
Jeroboão (2 Cr 1 3 .1 4 -2 0 ), de onde teve início o desmorona­ está mencionando Ramá em Benjamim, a meio caminho da
mento da casa desse mau rei. estrada Jerusalém-Betel, e deduz-se, deste versículo, que se
15.8 Abias descansou. A causa da morte de Abias não é m en­ situava na fronteira entre Judá e Israel, um lugar excelente
cionada, mas presume-se que falecera antes da velhice, visto para um bloqueio militar.
que reinou somente três anos. 15.1 8 Ben-Hadade. Q uer dizer filho de Hadade (a divindade
15.9 Asa. Asa foi um dos mais destacados reis entre os que das tempestades segundo a mitologia síria); sabe-se de dois
reinaram em Judá e Israel. Seu reino foi uma época de pode­ ou três reis com este nome, que reinaram em Damasco, capi­
rosas reformas religiosas e de grandes vitórias militares e, apa­ tal da Síria.
509 1 REIS 16.2
19 Haja aliança entre mim e ti, como 15.20 tom, que era dos filisteus, quando Nadabe e
<J]Z 18.29;
houve entre meu pai e teu pai. Eis que te 2Sm 20.14; todo o Israel cercavam Gibetom.1
mando um presente, prata e ouro; vai e anula 2Rs 15.29 28 Baasa, no ano terceiro de Asa, rei de
a tua aliança com Baasa, rei de Israel, para Judá, matou a Nadabe e passou a reinar em
que se retire de mim. seu lugar.
15.22 b|s 18.26;
20 Ben-Hadade deu ouvidos ao rei Asa e 2Cr 16.6
29 Logo que começou a reinar, matou
enviou os capitães dos seus exércitos contra toda a descendência de Jeroboão®; não lhe
as cidades de Israel; e feriu a Ijom, a Dã, a deixou ninguém com vida, a todos extermi­
Abel-Bete-Maaca e todo o distrito de Quine- 15.23 nou, segundo a palavra do S e n h o r , por inter­
c2Cr 16.12
rete, com toda a terra de Naftali.0 médio do seu servo Aías, o silonita,
21 Ouvindo isso, Baasa deixou de edificar 30 por causa dos pecados que Jeroboão
a Ramá e ficou em Tirza. 15.24 cometera e pelos que fizera Israel cometer,
22 Então, o rei Asa fez apregoar por toda d2Cr 17.1 por causa da provocação com que irritara ao
S e n h o r , Deus de Israel/1
a região de Judá que todos, sem exceção,
trouxessem as pedras de Ramá e a sua ma­ 31 Quanto aos mais atos de Nadabe e a
15.26
deira, com que Baasa a edificara; com elas «•IRs 12.30
tudo quanto fez, porventura, não estão escri­
edificou o rei Asa a Geba de Benjamim e a tos no Livro da História dos Reis de Israel?
32 Houve guerra entre Asa e Baasa, rei de
Mispa.*
15.27 f|s 19.44; Israel, todos os seus dias.'
23 Quanto aos mais atos de Asa, e a todo IRs 14.14
o seu poder, e a tudo quanto fez, e às cidades 0 reinado de Baasa, de Israel
que edificou, porventura, não estão escritos
15.29 33 No ano terceiro de Asa, rei de Judá,
no Livro da História dos Reis de Judá? Po­
sIRs 14.10 Baasa, filho de Aías, começou a reinar sobre
rém, no tempo da sua velhice, padeceu
todo o Israel, em Tirza, e reinou vinte e quatro
dos pés.c
anos.
24 Descansou Asa com seus pais e com 15.30 MRs 14.9
34 Fez o que era mau perante o S e n h o r e
eles foi sepultado na Cidade de Davi, seu pai;
andou no caminho de Jeroboão e no seu pe­
e Josafá, seu filho, reinou em seu lugar.d
15.32 cado, o qual fizera Israel cometer./
<1Rs 15.16
O mau reinado de Nadabe, de Israel A profecia de Jeú contra Baasa
25 Nadabe, filho de Jeroboão, começou a 1 /T Então, veio a palavra do S e n h o r a
15.34
reinar sobre Israel no ano segundo de Asa, rei /1 Rs 12.28-29 X O Jeú, filho de Hanani, contra Baasa,
de Judá; e reinou sobre Israel dois anos. dizendo:k
26 Fez o que era mau perante o S e n h o r e 2 Porquanto te levantei do pó e te constituí
andou nos caminhos de seu pai e no pecado 16.1 M Rsl 6.7;
príncipe sobre o meu povo de Israel, e tens
2Cr 19.2
com que seu pai fizera pecar a Israel. e andado no caminho de Jeroboão e tens feito
27 Conspirou contra ele Baasa, filho de pecar a meu povo de Israel, irritando-me com
Aías, da casa de Issacar, e o feriu em Gibe- 1 6 .2 'IRs 14.7 os seus pecados/

15.2 0 Estas cidades ficavam a 150km para o norte de Ramá, de judá, pois este havia começado a reinar anteriormente. O
justamente na fronteira com a Síria. N o tem po do NT, esta plano do Livro, enquanto havia dois reinos, seria datar o prin­
região veio a ser conhecida com o Caliléia. Esse fato desviou a cípio do reinado do rei de uma destas duas nações pelo ano
atenção de Baasa para um ponto bem longe de Ramá e mais do rei da outra nação, o que já estava reinando.
perto dos centros do poderio sírio. 15.29 Segundo a Palavra do Senhor. Foi profecia de Aías,
15.21 Tirza. Uma capital temporária, perto de Siquém. A dada quando jeroboão enviou sua mulher disfarçada para
nova dinastia, depois da derrota do filho de Baasa, veio a consultar o profeta sobre a saúde de seu filho (1 4 .1 0 -1 4 ).
edificar uma nova capital, que recebeu o nom e de Samaria
16.1 jeú, filho de Hanani. O Antigo Testamento menciona
(16.24,2 9).
cinco homens que tiveram o nome de jeú. Este profeta teve
15.22 Não é mencionado se a cidade inteira foi, então, des­ uma carreira ativa e extensa. É o mesmo que escreveu crôni­
truída; o mais provável é que a leva de trabalhadores remo­ cas biográficas do rei josafá, de |udá (falecido em 848 a.C.,
veu todas as grandes instalações militares que Baasa edificara. quarenta anos depois do início do ministério profético de
15.2 8 M atou a Nadabe. É a primeira mudança de dinastia Jeú). Na história aparece com maior evidência, com esse
real em Israel onde muitas outras ocorreram. Em |udá, a fam í­ nome, o rei filho de Josafá (não o rei Josafá, de Judá, mencio­
lia de Davi firmara-se no poder pelo espaço de quatro sécu­ nado há pouco e em 24.4 1 ), que reinou em Israel durante 28
los. Baasa já fora mencionado na história do reinado de Asa, anos (2 Rs 9 .2 - 3 ; 1 0 .3 4 -3 6 ).
1 REIS 16.3 510
3 eis que te exterminarei a ti, Baasa, e os 16.3 culino, nem dos parentes, nem dos seus
ml Rs 14.10
teus descendentes e farei à tua casa como à amigos.s
casa de Jeroboão, filho de Nebate.™ 12 Assim, exterminou Zinri todos os des­
4 Quem morrer a Baasa na cidade, os cães 16.4 "IRs 14.11 cendentes de Baasa, segundo a palavra do
o comerão, e o que dele morrer no campo S e n h o r , por intermédio do profeta Jeú, con­
aberto, as aves do céu o comerão." tra Baasa,'
5 Quanto aos mais atos de Baasa, e ao que 16.S o2Cr16.1 13 por todos os pecados de Baasa, e os
fez, e ao seu poder, porventura, não estão pecados de Elá, seu filho, que cometeram, e
escritos no Livro da História dos Reis de pelos que fizeram Israel cometer, irritando ao
Israel?0 16.6p1Rs 14.17 S e n h o r , Deus de Israel, com os seus
6 Baasa descansou com seus pais e foi ídolos.u
sepultado em Tirza; e Elá, seu filho, reinou 14 Quanto aos mais atos de Elá e a tudo
em seu lugar.P 16.7
quanto fez, porventura, não estão escritos no
<í1Rs 15.27;
7 Assim, veio a palavra do S e n h o r , por
Os 1.4 Livro da História dos Reis de Israel?
intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani,
contra Baasa e contra a sua descendência; e O reinado de Zinri, de Israel
isso por todo o mal que fizera perante o 16.9 r2Rs 9.31
S e n h o r , irritando-o com as suas obras, para
15 No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de
ser como a casa de Jeroboão, e também por­ Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o
que matara a casa de Jeroboão. 1 povo estava acampado contra Gibetom, que
16.11
sISm 25.22 era dos filisteus.1'
O reinado de Elá, de Israel, 16 O povo que estava acampado ouviu di­
e a conspiração de Zinri zer: Zinri conspirou contra o rei e o matou.
8 No vigésimo sexto ano de Asa, rei de 16.12 fIRs 16.1 Pelo que todo o Israel, no mesmo dia, no
Judá, Elá, filho de Baasa, começou a reinar arraial, constituiu rei sobre Israel a Onri, co­
em Tirza sobre Israel; e reinou dois anos. mandante do exército.
16.13 17 Subiu Onri de Gibetom, e todo o Israel,
9 Zinri, seu servo, comandante da metade "Dt 32.21;
dos carros, conspirou contra ele. Achava-se ISm 12.21; com ele, e sitiaram Tirza.
Elá em Tirza, bebendo e embriagando-se em Jn 2.8; ICo 8.4 18 Vendo Zinri que a cidade era tomada,
casa de Arsa, seu mordomo em Tirza.r foi-se ao castelo da casa do rei, e o queimou
10 Entrou Zinri, e o feriu, e o matou, no sobre si, e morreu,
16.15 19 por causa dos pecados que cometera,
ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá; e Vl Rs 15.27
reinou em seu lugar. fazendo o que era mau perante o S e n h o r ,
11 Logo que começou a reinar e se assen­ andando no caminho de Jeroboão e no pecado
tou no trono, feriu todos os descendentes de 16.19
que cometera, fazendo pecar a Israel.w
Baasa; não lhe deixou nenhum do sexo mas­ "IRs 12.28 20 Quanto aos mais atos de Zinri e à cons-

16.7 Porque m atara a casa de jeroboão. • N. Hom . Aías pro­ 16.9 Embriagando-se. Naquela época, as forças de Israel esta­
fetizara a destruição daquela família com o punição divina vam em plena guerra contra os filisteus (1 5 -1 6 ); enquanto o
pela sua idolatria. Isto não quer dizer, porém, que quem a seu rei Elá estava descansando em casa, numa orgia alcoólica.
destruíra por motivos políticos, ficara livre da responsabili­ Por isso foi m uito fácil, para o oficial, assassiná-lo (10).
dade do crime de assassínio. A mais forte punição nesta vida
16.15 Reinou Zinri sete dias. Deus dera liberdade a Zinri, em
é simplesmente ser o culpado entregue às forças malignas,
suas ambições, para que lhe servissem de instrumento na exe­
que existem no mundo; a punição àquele que se recusa a
cução de Seu julgamento contra a casa de Baasa, mas não o
aceitar a revelação de Deus é o fato de ser-lhe permitido cair
constitui como um importante líder. Aqui nem é mencionado
na idolatria; a punição do idólatra é ser entregue às imoralida­
o nom e do genitor de Zinri.
des que o culto idolátrico traz consigo. Essas paixões trazem
a disposição mental de rejeitar as virtudes e assimilar o pe­ 16.18 Temos aqui um período caótico. Israel estava no
cado para viver em trevas tanto neste mundo como na eterni­ campo de batalha (1 5 ) quando o rei foi assassinado (10). O
dade (Rm 1 .1 8 -3 2 ). Isto quer dizer que Deus, deixando a usurpador, adentrando o palácio, incendeia-o e em seguida
casa de |eroboão cair nas mãos de Baasa, não inocentou a comete suicídio (18), por medo de um novo pretendente no­
Baasa de seus crimes. meado pelas tropas (16). Este comandante, Onri, depois so­
1 6.8 Reinou dois anos. O julgamento de Deus não demorou: frerá a oposição de uma metade do povo que seguia a Tibni.
depois deste breve período, cumpriu-se a profecia do v 7, Isto quer dizer que, em uma semana, houve três aspirantes ao
sobre a destruição de todos os descendentes de Baasa (11). trono.
511 1 REIS 17.1
16.24 O reinado de Acabe, de Israel.
piração que fez, porventura, não estão escritos
*1 Rs 13.32;
no Livro da História dos Reis de Israel? 2Rs 17.24 Seu casamento com Jezabel
29 Acabe, filho de Onri, começou a reinar
O reinado de Onri, de Israel sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa,
21 Então, o povo de Israel se dividiu em rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri,
dois partidos: metade do povo seguia a Tibni, 1 6 .2 5 /M q 6.16 sobre Israel, em Samaria, vinte e dois anos.
30 Fez Acabe, filho de Onri, o que era
filho de Ginate, para o fazer rei, e a outra
mau perante o S e n h o r , mais do que todos os
metade seguia a Onri.
que foram antes dele.
22 Mas o povo que seguia a Onri prevale­
16.26 31 Como se fora coisa de somenos andar
ceu contra o que seguia a Tibni, filho de Gi­
í l Rs 16.13 ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate,
nate. Tibni morreu, e passou a reinar Onri.
tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal,
23 No trigésimo primeiro ano de Asa, rei
rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o
de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel e
adorou.0
reinou doze anos. Em Tirza, reinou seis anos.
16.31 °D t 7.3; 32 Levantou um altar a Baal, na casa de
24 De Semer comprou ele o monte de Sa- 1Rs 21.25-26; Baal que edificara em Samaria.6
maria por dois talentos de prata e o fortificou; 2 Rs 10.18
33 Também Acabe fez um poste-ídolo, de
à cidade que edificou sobre o monte, chamou- maneira que cometeu mais abominações para
lhe Samaria, nome oriundo de Semer, dono irritar ao S e n h o r , Deus de Israel, do que
do monte.x todos os reis de Israel que foram antes dele.c
25 Fez Onri o que era mau perante o 16.32
34 Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou
í>2Rs 10.21
S e n h o r ; fez pior do que todos quantos foram a Jerico; quando lhe lançou os fundamentos,
antes dele.)' morreu-lhe Abirão, seu primogênito; quando
26 Andou em todos os caminhos de Jero­ lhe pôs as portas, morreu Segube, seu último,
boão, filho de Nebate, como também nos pe­ segundo a palavra do S e n h o r , que falara por
16.33
cados com que este fizera pecar a Israel, c1 Rs 17.30; intermédio de Josuéd, filho de Num.
irritando ao S e n h o r , Deus de Israel, com os 2Rs 13.6
seus ídolos.2 Elias prediz grande seca.
27 Quanto aos mais atos de Onri, ao que Corvos o sustentam
fez e ao poder que manifestou, porventura, Então, Eli a s o tesbita, dos morado­
não estão escritos no Livro da História dos
Reis de Israel?
16.34 dJs 6.26
n res de Gileade, disse a Acabe: Tão
certo como vive o S e n h o r , Deus de Israe
28 Onri descansou com seus pais e foi se­ perante cuja face estou, nem orvalho nem
pultado em Samaria; e Acabe, seu filho, rei­ chuva haverá nestes anos, segundo a minha
nou em seu lugar. 17.1 eTg 5.17 palavra.

16.22 Tibni morreu. Naqueles tempos de guerra civil, era des­ que reedificasse a cidade maldita: que o herdeiro, na hora de
necessário dizer de que morreu! Onri, o vencedor, historica­ o pai iniciar a construção, e que o caçula da família, na hora
mente tornou-se um grande rei, segundo a arqueologia. de se completar a obra, morreriam ambos (Js 6.26).
16.28 Na narrativa bíblica, Onri destacara-se por três coisas:
1) Construção da cidade de Samaria; 2) Por ser o pai de 17.1 Elias, o tesbita. O nome de Elias quer dizer "Jeová é
Acabe, o pior de todos os reis anteriores (33). Fora do âmbito Deus". É de se estranhar que nada se nos conta do passado
moral e religioso, Onri passou a ser tão famoso entre os povos deste profeta, nem de sua família. Veio de Gileade, uma área
vizinhos, que, por longo tem po, o nome dado a Israel pelos de poucos moradores, além do rio Jordão. A tradição conta
moabitas, edomitas e siros, foi "Casa de O nri". O ato estraté­ que havia uma pequena cidade chamada Tisbé, naquela área,
gico de construir Samaria, quase se equipara, em importância perto do vau de jaboque. Nem orvalho nem chuva. Por que
política, ao ato de Davi em construir a cidade de Jerusalém ao Deus decretou aquela seca? Era para punir Jezabel pelo seu
redor da fortaleza central de Sião, a qual conquistara dos je- crime contra os profetas que ela exterminara quase que total­
buseus (2 Sm 5 .6 - 1 0 ) . As muralhas, que os arqueólogos de­ mente (18.4; 19.4)? O u foi um castigo para levar Acabe ao
senterraram são as mais poderosas de todas as fortificações arrependimento? É por causa da atuação daquele grande pro­
feitas no oriente, na antiguidade; a paz que assim obteve, feta, e das mensagens que trazia, que a Bíblia nos relata mais
levou a cidade de Samana a se tornar, no decurso de um detalhadamente sobre o rei Acabe, do que qualquer outro rei
século apenas, num centro de riqueza, idolatria e luxúria de Israel. Sua história não se apresenta sempre em ordem
(cf Is 8.4; Am 6 .1 -1 1 ). cronológica, porque depende da ordem de descrição das ati­
1 6.34 Josué profetizara a desgraça que cairia sobre a família vidades do profeta.
1 REIS 17.2 512
2 Veio-lhe a palavra do S e n h o r , dizendo: ^ ^ há somente um punhado de farinha numa pa­
3 Retira-te daqui, vai para o lado oriental nela e um pouco de azeite numa botija; e, vês
e esconde-te junto à torrente de Querite, fron­ aqui, apanhei dois cavacos e vou preparar
teira ao Jordão. esse resto de comida para mim e para o meu
4 Beberás da torrente; e ordenei aos cor­ filho; comê-lo-emos e morreremos.
vos que ali mesmo te sustentem. 13 Elias lhe disse: Não temas; vai e faze o
5 Foi, pois, e fez segundo a palavra do que disseste; mas primeiro faze dele para mim
S e n h o r ; retirou-se e habitou junto à torrente um bolo pequeno e traze-mo aqui fora; de­
de Querite, fronteira ao Jordão. pois, farás para ti mesma e para teu filho.
6 Os corvos lhe traziam pela manhã pão e 14 Porque assim diz o S e n h o r , Deus de
carne, como também pão e carne ao anoite­ Israel: A farinha da tua panela não se acabará,
cer; e bebia da torrente. e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia
7 Mas, passados dias, a torrente secou, em que o S e n h o r fizer chover sobre a terra.
porque não chovia sobre a terra. 15 Foi ela e fez segundo a palavra de
Elias; assim, comeram ele, ela e a sua casa
Elias e a viúva de Sarepta muitos dias.
8 Então, lhe veio a palavra do S e n h o r , 16 Da panela a farinha não se acabou, e da
dizendo: botija o azeite não faltou, segundo a palavra
9 Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence do S e n h o r , por intermédio de Elias.
a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma 17 Depois disto, adoeceu o filho da mu­
mulher viúvaf que te dê comida. lher, da dona da casa, e a sua doença se agra­
10 Então, ele se levantou e se foi a Sa­ vou tanto, que ele morreu.
repta; chegando à porta da cidade, estava ali 18 Então, disse ela a Elias: Que fiz eu, ó
uma mulher viúva apanhando lenha; ele a homem de Deus? Vieste a mim para trazeres
chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, uma à memória a minha iniqüidade e matares o
vasilha de água para eu beber. meu filho??
11 Indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe 19 Ele lhe disse: Dá-me o teu filho; to­
disse: Traze-me também um bocado de pão mou-o dos braços dela, e o levou para cima,
na tua mão. ao quarto, onde ele mesmo se hospedava, e o
12 Porém ela respondeu: Tão certo como deitou em sua cama;
vive o S e n h o r , teu Deus, nada tenho cozido; 17.is «Lc 5.8 20 então, clamou ao S e n h o r e disse:

17.3 Torrente de Querite. Tecnicamente, a torrente, naquelas do sobrenatural. Deus tem 0 controle do universo nas Suas
bandas, seria um pequeno córrego, que apresentava corren­ mãos, mas para ensinar a beneficência e solidariedade à raça
teza somente em épocas de chuva. Devia localizar-se em lu­ humana, prefere instrumentos humanos; por isso mesmo, co­
gar deserto, para que Acabe não encontrasse 0 profeta. locou a mensagem do evangelho nas mãos dos fracos prega­
dores humanos para anunciar todas as coisas sobre a obra
• N. H o m . 1 7.6 Esta alimentação milagrosa que 0 profeta de |esus Cristo, 0 que até anjos anelam perscrutar
Elias recebeu durante a sua permanência naquela terra isolada, (1 Pe 1 .1 0 -1 2 ).
é 0 primeiro dos muitos milagres que se mencionam em
conexão com 0 seu ministério. Neste mesmo capítulo apa­ 17.12 O Senhor teu Deus. Esta mulher não era uma israelita,
recem mais dois, v 15 e v 22. Outros sinais seguiam-se, tanto e seria considerada uma pagã - não reconhece 0 Senhor
durante as atividades proféticas de Elias, com o durante as com o seu Deus. Mas sua obediência ao profeta, e a fé que
do seu sucessor Eliseu. Por que tantos milagres? 1) O estado revelara ter na promessa feita em nom e do "Deus de Elias"
de grave crise moral em Israel provocou a necessidade de (13.14), fez dela, não somente um instrumento da misericór­
manifestações excepcionais do poder divino; 2) Tais mila­ dia divina com relação ao profeta, mas tam bém o recipiente
gres eram as credenciais daqueles dois profetas (cf 24, dos cuidados divinos com respeito a ela mesma e a seu filho
"Nisto conheço agora que tu és hom em de Deus"); 3) Con­ (dar e receber sempre vêm juntos na vida religiosa), para no
siderando o terrível desafio que teria de enfrentar no monte fim ela receber a dádiva mais importante de todas: a fé verda­
Carmelo (1 8 .2 0 -4 0 ), Elias precisava robustecer a fé que deira na Palavra de Deus (24).
Deus lhe concedera, saturando a sua vida de milagres,
17.18 Para trazeres à memória. Naquelas regiões, a calami­
17.9 Ordenei a uma mulher. É fácil perceber, naquele m o­ dade era o fator que mais freqüentem ente despertava as
m ento dramático da vida do profeta, a mão de Deus m an­ consciências - a mulher pensara que um representante de
dando os corvos levarem o alimento milagrosamente para 0 Deus em sua casa traria à presença divina a memória de al­
Seu servo, mas é preciso reconhecer que Ele, na Sua provi­ gum pecado seu. Ela não possuía nenhuma noção da onipo­
dência e misericórdia, nem sempre é forçado a lançar mão tência de Deus.
513 1 REIS 18.17
Ó S e n h o r , meu Deus, também até a esta 17.21 7 Estando Obadias já de caminho, eis que
í>2Rs 4.34-35
viúva, com quem me hospedo, afligiste, ma- Elias se encontrou com ele. Obadias, reconhe­
tando-lhe o filho? cendo-o, prostrou-se com o rosto em terra e
21 E, estendendo-se três vezes sobre o disse: És tu meu senhor Elias?
menino, clamou ao S e n h o r e disse: 8 Respondeu-lhe ele: Sou eu; vai e dize a
Ó S e n h o r , meu Deus, rogo-te que faças a teu senhor: Eis que aí está Elias.
alma deste menino tomar a entrar nele.h 9 Porém ele disse: Em que pequei, para
22 O S e n h o r atendeu à voz de Elias; e que entregues teu servo na mão de Acabe, e
17.22
a alma do menino tomou a entrar nele, e 'Hb 11.35 ele me mate?
reviveu.'
10 Tão certo como vive o S e n h o r , teu
23 Elias tomou o menino, e o trouxe do
Deus, não houve nação nem reino aonde o
quarto à casa, e o deu a sua mãe, e lhe disse:
meu senhor não mandasse homens à tua pro­
Vê, teu filho vive.
cura; e, dizendo eles: Aqui não está; fazia
24 Então, a mulher disse a Elias: Nisto
conheço agora que tu és homem de Deus e jurar aquele reino e aquela nação que te não
que a palavra do S e n h o r na tua boca é haviam achado.
17.24 /|o 3.2
verdade./ 11 Agora, tu dizes: Vai, dize a teu senhor:
Eis que aí está Elias.
Elias apresenta-se diante de Acabe 12 Poderá ser que, apartando-me eu de ti,
1 Q Muito tempo depois, veio a palavra o Espírito do S e n h o r te leve não sei para
1 0 do S e n h o r a Elias, no terceiro ano, onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e
dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe, porque não te achando ele, me matará; eu, contudo,
darei chuva sobre a terra.k teu servo, temo ao S e n h o r desde a minha
18.1 *D t 28.12;
2 Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Tg 5.17 mocidade.'
Acabe; e a fome era extrema em Samaria. 13 Acaso, não disseram a meu senhor o
3 Acabe chamou a Obadias, o mordomo. que fiz, quando Jezabel matava os profetas do
(Obadias temia muito ao S e n h o r , S e n h o r , como escondi cem homens dos pro­
4 porque, quando Jezabel exterminava os fetas do S e n h o r , de cinqüenta em cinqüenta,
profetas do S e n h o r , Obadias tomou cem numas covas, e os sustentei com pão e água?
profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os es­
14 E, agora, tu dizes: Vai, dize a teu se­
condeu numa cova, e os sustentou com pão e
1 8 .1 2 '2Rs 2.16; nhor: Eis que aí está Elias. Ele me matará.
água.) Mt4.1
15 Disse Elias: Tão certo como vive o
5 Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a
S e n h o r dos Exércitos, perante cuja face es­
todas as fontes de água e a todos os vales;
pode ser que achemos erva, para que salve­ tou, deveras, hoje, me apresentarei a ele.
mos a vida aos cavalos e mulos e não perca­ 16 Então, foi Obadias encontrar-se com
mos todos os animais. Acabe e lho anunciou; e foi Acabe ter com
6 Repartiram entre si a terra, para a per­ Elias.
correrem; Acabe foi à parte por um caminho, 18.17 mjs 7.25;
17 Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturba­
e Obadias foi sozinho por outro. 1 Rs 21.20 dor de Israel?m

1 7.22 O Senhor atendeu. Um comentário importante sobre e 6). Segundo os costumes pagãos, que o rei adquiriu de
a vida de fé e de oração deste profeta encontra-se em Tiro, capital da religião cananéia, a morte do "feiticeiro" que­
Tg 5 .1 6 -1 8 . braria o "feitiço" (para os adoradores de Baal, era Baal que
18.3 Obadias. 0 nome quer dizer "Servo de Deus" e é co­ regia as forças da natureza; razão por que a luta contra al­
m um no Antigo Testamento, havendo até um profeta com guém que profetizara uma seca teria de prosseguir áté o fim).
idêntico nome. Ele, assim com o José e Daniel, conservou sua 18.12 O Espírito do Senhor te leve. Este tipo de arrebatamento
piedade, mesmo no meio de uma corte pagã. Deus preser­ não podia ser considerado improvável (2 Rs 2 .1 ,3 ,1 6 ;
vara Seus filhos até mesmo em ambientes pecaminosos, na At 8.39). Se o profeta escapasse por um milagre, Obadias
própria política, onde a luz do crente deve brilhar seria culpado de estar ajudando o profeta, e isto contra o rei.
(M t 5 .1 3 -1 6 ). Ele já se arriscara m uito (13).
18.10 Vê-se aqui a importância que o rei dava à procura de 18.17 Ó perturbador. • N. H om . O pecador nunca reco­
Elias, vendo nele a chave do problema da seca, que já se nhece que é ele mesmo quem perturba o seu próprio íntimo,
agravara demais. O próprio rei com seu m ordomo, estava sua própria saúde, e seu próprio ambiente social. Sempre
percorrendo a terra, em busca de erva para seus animais (5 culpa a quem lhe desperta a consciência. É por isso que a
1 REIS 18.18 514
18 Respondeu Elias: Eu não tenho pertur­ 18.18
0 nome de vosso deus; e não lhe metais fogo.
" 2 0 1 5 .2
bado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, 26 Tomaram o novilho que lhes fora dado,
porque deixastes os mandamentos do prepararam-no e invocaram o nome de Baal,
18.19 ojs 19.26;
S e n h o r e seguistes os baalins.n desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah!
1Rs 16.33
19 Agora, pois, manda ajuntar a mim todo Baal, responde-nos! Porém não havia uma
o Israel no monte Carmelo, como também os voz que respondesse; e, manquejando, se mo­
18.20 P l Rs 22.6
quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os vimentavam ao redor do altar que tinham
quatrocentos profetas do poste-ídolo que co­ feito.f
mem da mesa de Jezabel.0 18.21 q)s 24.15;
2Rs 17.41 27 Ao meio-dia, Elias zombava deles, di­
Elias e os profetas de Baal zendo: Clamai em altas vozes, porque ele é
no monte Carmelo 18.22 deus; pode ser que esteja meditando, ou aten­
rIRs 19.10 dendo a necessidades, ou de viagem, ou a
20 Então, enviou Acabe mensageiros a to­
dos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no dormir e despertará.
monte Carmelo. p 18.24
1
28 E eles clamavam em altas vozes e se
sl Rs 18.38; retalhavam com facas e com lancetas, se­
21 Então, Elias se chegou a todo o povo e ICr 21.26
disse: Até quando coxeareis entre dois pensa­ gundo o seu costume, até derramarem
mentos? S e o S e n h o r é Deus, segui-o; se é sangue.0
18.26 t$l 115.5;
Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe res­ 1Co 8.4 29 Passado o meio-dia, profetizaram eles,
pondeu. <? até que a oferta de manjares se oferecesse;
22 Então, disse Elias ao povo: S ó eu fiquei porém não houve voz, nem resposta, nem
18.28
dos profetas do S e n h o r , e os profetas de "Lv 19.28 atenção alguma.1'
Baal são quatrocentos e cinqüenta hom ens/ 30 Então, Elias disse a todo o povo: Che-
23 Dêem-se-nos, pois, dois novilhos; es­ 18.29 gai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele;
colham eles para si um dos novilhos e, divi­ *1 Rs 11.26; Elias restaurou o altar do S e n h o r , que estava
dindo-o em pedaços, o ponham sobre a lenha, 1Co 11.4-5
em ruínas. w
porém não lhe metam fogo; eu prepararei o 31 Tomou doze pedras, segundo o número
outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não 18.30
wlRs 19.10
das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a
lhe meterei fogo.
palavra do S e n h o r , dizendo: Israel será o teu
24 Então, invocai o nome de vosso deus, e
nome*.
eu invocarei o nome do S e n h o r ; e h á de ser 18.31
que o deus que responder por fogo esse é que *Gn 32.28; 32 Com aquelas pedras edificou o altar em
35.10 nome do S e n h o r ; depois, fez um rego em
é Deus. E todo o povo respondeu e disse: E
boa esta palavra.5 redor do altar tão grande como para semear
25 Disse Elias aos profetas de Baal: Esco­ 18.32 c d 3.17 duas medidas de sementes.)'
lhei para vós outros um dos novilhos, e prepa­ 33 Então, armou a lenha, dividiu o novi­
rai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai 18.33 ^Lv 1.6-8 lho em pedaços, pô-lo sobre a lenha2

psicologia pagã, vendo as pessoas perturbadas por um senso pelos cananitas e pelos seus sucessores, os fenícios. Esta ado­
de culpa, admite abolir toda a moralidade, julgando que com ração incluía os piores abusos sexuais e o sacrifício de vidas
a ausência da lei moral, o pecado jamais preocuparia, uma infantis (Jr 19.5). jezabel, filha de um sacerdote-rei de Tiro,
vez que o ilícito passaria a ser lícito. Mas sendo Deus justo e era a grande incentivadora do restabelecimento do culto de
o homem pecador, tal inversão seria uma aberração moral. O Baal na Palestina, tendo conseguido tal progresso no assunto,
próprio Deus nos deu o senso divino da realidade do pecado que provocara o desafio público e decisivo do profeta
e o escape eterno para dele nos libertar - a vida e a morte Elias (21).
do Seu próprio Filho Jesus Cristo, nosso Salvador (1 Jo 1.7 18.26 Manquejando. Aqui se descreve uma parte do ritual
e 2 .1 - 2 ). pagão em voga naquela época. Os falsos profetas caminha­
18.18 Seguistes os Baalins. A palavra hebraica 8a'al quer dizer vam ao redor do altar, ajoelhando-se a cada passo, fazendo
"Dono", "Senhor" e "Marido". No paganismo de Canaã, era uso alternado dos joelhos.
o nom e coletivo para expressar várias idéias que o povo fazia, 18.31 Doze pedras. Este ato é uma condenação simbólica e
das divindades da natureza, que seriam os protetores de cer­ profética da divisão das tribos, todas elas pertencentes a
tas regiões, especialmente de bosques e montanhas. Alguns Deus. A divisão do reino levara Acabe a fazer aliança com os
consideram-no deus das chuvas, outros um deus do fogo. pagãos. O altar que "Elias restaurou" (3 0 ) teria sido, talvez,
Gradualmente, o nome se tom ou um nom e próprio, o Baal, o um centro do culto a Jeová, até os tempos de Acabe e a
"grande" deus da fertilidade, e produção agrícola, adorado ascendência do paganismo.
515 1 REIS 19.4
34 e disse: Enchei de água quatro cântaros 18.35 porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encur-
°1Rs 18.32
e derramai-a sobre o holocausto e sobre a vado para a terraf, meteu o rosto entre os
lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o joelhos,
fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o 43 e disse ao seu moço: Sobe e olha para
fizeram terceira vez. 18.36 &Êx 3.6; 0 lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não
1Rs 8.43;
35 De maneira que a água corria ao redor 2Rs 19.19;
há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim
do altar; ele encheu também de água o rego.0 SI 83.18 por sete vezes.
36 No devido tempo, para se apresentar a 44 À sétima vez disse: Eis que se levanta
oferta de manjares, aproximou-se o profeta do mar uma nuvem pequena como a palma da
Elias e disse: Ó S e n h o r , Deus de Abraão, de mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize
18.38 cLv 9.24;
Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu 1 0 21.26; a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para
és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e 2 0 7.1 que a chuva não te detenha.
que, segundo a tua palavra, fiz todas estas 45 Dentro em pouco, os céus se enegrece­
coisas.* ram, com nuvens e vento, e caiu grande
37 Responde-me, S e n h o r , responde-me, 18.39
chuva. Acabe subiu ao carro e foi para
para que este povo saiba que tu, S e n h o r , és dl Rs 18.24 Jezreel.
Deus e que a ti fizeste retroceder o coração 46 A mão do S e n h o r veio sobre Elias, o
deles. qual cingiu os lombos e correu adiante de
38 Então, caiu fogo do S e n h o r , e consu­ Acabe, até à entrada de Jezreel.9
18.40 eDt 13.5;
miu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a 2Rs 10.25
terra, e ainda lambeu a água que estava no Elias no monte Horebe
rego.c 1 Q Acabe fez saber a Jezabel tudo
39 O que vendo todo o povo, caiu de rosto X y quanto Elias havia feito e como ma­
18.42 <Tg 5.18
em terra e disse: O S e n h o r é Deus! tara todos os profetas à espada.h
O S e n h o r é Deus!d 2 Então, Jezabel mandou um mensageiro a
40 Disse-lhes Elias: Lançai mão dos pro­ Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como
fetas de Baal, que nem um deles escape. Lan­ 18.46 ?2Rs 4.29 lhes aprouver se amanhã a estas horas não
çaram mão deles; e Elias os fez descer ao fizer eu à tua vida como fizeste a cada um
ribeiro de Quisom e ali os matou.e deles.'
19.1 MRs 18.40 3 Temendo, pois, Elias, levantou-se, e,
Elias ora para que chova para salvar sua vida, se foi, e chegou a Ber­
41 Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come seba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu
e bebe, porque já se ouve ruído de abundante moço.
19.2 'Rt 1.17;
chuva. IRs 20.10;
4 Ele mesmo, porém, se foi ao deserto,
42 Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, 2Rs 6.31 caminho de um dia, e veio, e se assentou

18.34,35 Nota-se a calma sustentada pela fé do profeta, ver­ viúva de Sarepta passou a ser o companheiro constante do
dadeiro dom de Deus, que simplesmente deixa o Senhor agir profeta (17.23).
em lugar da incapacidade humana (2 Co 12.9). Vê-se como 18.45 jezreel. Esta cidade, situada perto do m onte Cilboa,
o profeta fez os preparativos, sem sequer sombra de dúvida parece que era uma segunda capital de Acabe, ou talvez sua
da resposta divina, possuindo uma fé que, se necessário, po­ moradia de verão (21.1). A capital central era Samaria (16.24;
deria esperar horas sem tem or e já sentindo o júbilo da vitória 20.43).
(27). Nas coisas eternas, o esforço humano não tem valor,
18.46 Correu. A distância percorrida era de c. 25km , e tinha
mas sim a obra de Deus, aceita pela fé (Rm 4.5). Água. Teria
de ser percorrida em alta velocidade para acompanhar o
vindo de um poço ou do mar que fica perto do m onte
carro real. Trata-se de um milagre de sustento sobrenatural,
Carmelo.
um sinal da presença de Deus com Elias.
18.40 Ali os matou. Este ato ofenderia à sensibilidade do ho­ 19.2 A demonstração milagrosa que Deus fizera no monte
m em moderno, pois que já estamos na era da graça de Carmelo não quebrara a barreira da descrença daquela rainha
Cristo; mas para aquele povo, naquela situação histórica, se pagã.
justificava por vários motivos: 1) Vingava a morte dos profe­
19.3 Temendo. Não é medo o que se apoderou de Elias (no
tas do Senhor; 2) Era o cumprimento ao julgamento divino
v 4 ele pede a morte) mas desânimo, cansaço da vida. Preci­
contra os falsos profetas em Israel (D t 13.1 —5); 3) Era uma
sava, como Paulo (Cl 1.17,18), estar sozinho com Deus para
guerra autêntica, dos servos de Baal contra Deus e Seus segui­
meditação e reavivamento. Berseba ficava c. 160km ao sul de
dores.
Jezreel.
18.43 Seu moço. Há uma tradição que afirma que o filho da 19.4 Basta. Não parece ser o mesmo hom em descrito no
1 REIS 19.5 516
debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte 1 9 .4 /Nm 11.15 vento; depois do vento, um terremoto, mas o
e disse: Basta; toma agora, ó S e n h o r , a mi­ S e n h o r não estava no terremoto;m
nha alma, pois não sou melhor do que meus 12 depois do terremoto, um fogo, mas o
19.8 *Êx 3.1; S e n h o r não estava no fogo; e, depois do
pais./
Mt 4.2
5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; fogo, um cicio tranqüilo e suave.
eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta- 13 Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no
te e come. seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da ca­
19.10 (Rm 11.3
6 Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um verna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse:
pão cozido sobre pedras em brasa e uma bo­ Que fazes aqui, Elias?"
tija de água. Comeu, bebeu e tomou a dormir. 14 Ele respondeu: Tenho sido em extremo
19.11
7 Voltou segunda vez o anjo do S e n h o r , zeloso pelo S e n h o r , Deus dos Exércitos,
mÊx 24.12
porque os filhos de Israel deixaram a tua
tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, por­
aliança, derribaram os teus altares0 e mata­
que o caminho te será sobremodo longo.
ram os teus profetas à espada; e eu fiquei só,
8 Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, 19.13 "Êx 3.6;
1 Rs 6.9 e procuram tirar-me a vida.
com a força daquela comida, caminhou qua­
15 Disse-lhe o S e n h o r : Vai, volta ao teu
renta dias e quarenta noites até Horebe, o
caminho para o deserto de Damasco e, em
monte de Deus.*
19.14 °Rm 11.3 chegando lá, unge a HazaelP rei sobre a Síria.
9 A li, entrou numa caverna, onde passou a 16 A Jeú, filho de Ninsi, ungirásí rei so­
noite; e eis que lhe veio a palavra do S e n h o r bre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de
e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.
19.15
10 Ele respondeu: Tenho sido zeloso pelo P2RS8.7-13 17 Quem escapar à espada de Hazael, Jeú
S e n h o r , Deus dos Exércitos, porque os fi­ o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eli­
lhos de Israel deixaram a tua aliança, derriba- seu o m atará/
ram os teus altares' e mataram os teus 19.16 18 Também conservei em Israel sete
profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram t?2Rs 9.1-3 mils, todos os joelhos que não se dobraram a
tirar-me a vida. Baal, e toda boca que o não beijou.
11 D isse-lh e D eus: Sai e p õ e-te neste
m onte perante o S e n h o r . Eis que passava o 19.17 r2Rs 8.12 A vocação de Eliseu
S e n h o r ; e um grande e forte vento fendia os 19 Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu.
m ontes e despedaçava as penhas diante do filho de Safate, que andava lavrando com
S e n h o r , porém o S e n h o r não estava no 19.18 sRm 11.4 doze juntas de bois adiante dele; ele estava

último capítulo (1 8 .1 8 ,3 6 -3 8 ). Mas Deus, longe de o rejeitar, 1 9.14 Eu fiquei só. Pela segunda vez, veio esta queixa deses­
envia Seus anjos para ministrar conforto ao seu servo esgo­ perada. Elias aprendera a ter uma pura consciência do dever,
tado. Elias era um herói da fé, mas tam bém era um "vaso de vivendo a sós com suas meditações, mas agora sentia a falta
barro" (2 Co 4.7; Tg 5.17). de amigos e de apoio humano. Esquecera-se que a vitória da
causa de Deus não dependia dele, tão somente. Se Deus lhe
1 9.8 Horebe, o monte de Deus. É o mesmo m onte Sinai, concedesse, naquela hora, alguma doce consolação, Elias ali­
donde Moisés recebera a Lei (D t 4 .1 0 - 1 2 ) . O caminho, so­ mentaria ainda mais o hábito egoístico e destrutivo de ter
bremodo longo (v 7), era de mais de 300km , depois de pena de si mesmo. A melhor inspiração nas horas de depres­
Berseba. são é receber mais responsabilidades das mãos de Deus, para
ter sua vocação renovada. Elias tinha, ainda, de indicar dois
19.11 Eis que passava o Senhor. • N. H o m . Esta expressão é
reis e um profeta (1 5 - 1 6 ) , que cumpriram os propósitos divi­
quase idêntica à expressão em Êx 34.6, que descreve a oca­
nos da punição dos idólatras (17).
sião em que Deus falara a Moisés no mesmo m onte, a uns
quatro séculos passados. Há paralelismo impressionante entre 1 9.1 8 Conservei. Só depois da exortação vem a consolação
a obra de Moisés e a de Elias: aquele fundara a teocracia, e humana.
este a restaurou. Ambos tiveram um encontro especial com 19.19 Eliseu. O nom e quer dizer "Deus é Salvação". Se as
Deus, o que foi concedido a Moisés, na qualidade de legisla­ doze juntas de bois pertenciam a seu pai e o povo mencio­
dor, e a Elias, na posição de fundador do verdadeiro movi­ nado em 21 era o corpo de servos domésticos e agrícolas, sua
m ento profético. Ambos nos seus ensinamentos, no seu família deveria ser próspera. Lançou o seu manto. O ato de
ministério e nas suas vidas, apontavam para a Pessoa de jesus tom ar o jovem como sucessor. Aqui não se menciona o ate
Cristo, como o total cum prim ento dos seus mais altos ideais, de ungir (16), mas é claro que o ministério, a unção e i
o que ficou claramente provado, quando, séculos mais tarde, autoridade de Elias passaram para Eliseu, já que foi este que
num outro monte, ambos apareceram ao lado do Cristo cum prira a missão de 1 5 -1 6 , com o é descrito er
transfigurado (M t 17.3 e w paralelos). 2 Rs 8.13; 9 .1 - 3 .
517 1 REIS 20.17
com a duodécima. Elias passou por ele e lan­ 19.20 mandou exigir minhas mulheres, meus filhos,
íM t 8.21 -22
çou o seu manto sobre ele. minha prata e meu ouro, e não lho neguei.
20 Então, deixou este os bois, correu após 8 Todos os anciãos e todo o povo lhe dis­
Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a seram: Não lhe dês ouvidos, nem o consintas.
minha mãe e, então, te seguirei. Elias respon­ 9 Pelo que disse aos mensageiros de Ben-
deu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz Hadade: Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que
contigo.' primeiro demandaste do teu servo farei, po­
21 Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou rém isto, agora, não posso consentir. E se
a junta de bois, e os imolou, e, com os apare­ 19.21 foram os mensageiros e deram esta resposta.
u2Sm 24.22
lhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao 10 Ben-Hadade tomou a enviar mensagei­
povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu ros, dizendo: Façam-me os deuses como lhes
a Elias, e o servia.u aprouver, se o pó de Samaria bastar para en­
cher as mãos de todo o povo que me segue.''
Acabe derrota os siros 11 Porém o rei de Israel respondeu e
^ A Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou disse: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge
Á \ J todo o seu exército; havia com ele como aquele que vitorioso se descinge.
trinta e dois reis, e cavalos, e carros. Subiu, 20.10 rlRs 19.2 12 Tendo Ben-Hadade ouvido esta res­
cercou a Samaria e pelejou contra ela. posta, quando bebiam ele e os reis nas tendas,
2 Enviou mensageiros à cidade, a Acabe, disse aos seus servos: Ponde-vos de pronti­
rei de Israel, dão. E eles se puseram de prontidão contra a
3 que lhe disseram: Assim diz Ben-Ha- cidade."'
dade: A tua prata e o teu ouro são meus; tuas 13 Eis que um profeta se chegou a Acabe,
mulheres e os melhores de teus filhos são rei de Israel, e lhe disse: Assim diz o
meus. 20.12 S e n h o r : Viste toda esta grande multidão?
4 Respondeu o rei de Israel e disse: Seja •vIRs 20.16 Pois, hoje, a entregarei nas tuas mãos, e sabe-
conforme a tua palavra, ó rei, meu senhor; eu rás que eu sou o S e n h o r . *
sou teu, e tudo o que tenho. 14 Perguntou Acabe: Por quem? Ele res­
5 Tomaram a vir os mensageiros e disse­ pondeu: Assim diz o S e n h o r : Pelos moços
ram: Assim diz Ben-Hadade: Enviei-te, na dos chefes das províncias. E disse: Quem co­
verdade, mensageiros que dissessem: Tens de meçará a peleja? Tu! — respondeu ele.
entregar-me a tua prata, o teu ouro, as tuas 15 Então, contou os moços dos chefes das
mulheres e os teus filhos. 20.13 províncias, e eram duzentos e trinta e dois;
6 Todavia, amanhã a estas horas enviar- *1 Rs 20.28 depois, contou todo o povo, todos os filhos de
te-ei os meus servos, que esquadrinharão a Israel, sete mil.
tua casa e as casas dos teus oficiais, meterão 16 Saíram ao meio-dia. Ben-Hadade, po­
as mãos em tudo o que for aprazível aos teus rém, estava bebendo e embriagando-se nas
olhos e o levarão. tendas, ele e os reis, os trinta e dois reis que
7 Então, o rei de Israel chamou todos os o ajudavam, v
anciãos da sua terra e lhes disse: Notai e vede 17 Saíram primeiro os moços dos chefes
como este homem procura o mal; pois me 20.16 yl Rs 16.9 das províncias; Ben-Hadade mandou obser-

19.21 Os imolou. O sacrifício extemporâneo de Eliseu, signifi­ 2 0.1 0 É uma maneira de jurar pelos ídolos no sentido de que
cava estar pondo sua mão num outro arado, o espiritual destruiria totalm ente a cidade de Samaria (19.2; 15.22).
(Lc 9.61 -6 2 ); para seguir o profeta, tinha de fazer as despedi­
20.11 Acabe, vacilante e fraco, fez então uma declaração
das tradicionais; quem segue a Cristo deve desembaraçar-se
profunda e significativa; é melhor que ninguém se jacte antes
de todos os laços que o prendem ao m undo. Outros sacrifí­
de ter feito algo que mereça os aplausos, pois deve esperar
cios livres são descritos em 1 Sm 6.14 e 2 Sm 2 4 .2 2 -2 5 .
até vencer a batalha e, no fim, sobreviver ( M t 23.12).
20.1 Ben-Hadade. Era o vizinho mais próximo de Acabe, na
fronteira do Norte. O rei da Síria não duvidava de sua capaci­ 20.1 3 Um profeta. Mais um dos profetas anônimos que Deus
dade de conquistar o território de Israel, e exigiu a entrega continuava a m andar até para os reis perversos
incondicional de tudo quanto lhe aprazia (3 e 6). (M t 2 3 .3 7 -3 9 ).

2 0 .9 Acabe era um hom em fraco e mau, mas aqui temos 20.1 5 Sete mil. Não deve ser a congregação dos fiéis que
uma das poucas ocasiões em que mostrou um pouco de cora­ escutou a chamada do profeta de Deus (19.18), mas sim, os
gem e dignidade. soldados do exército mobilizado em Samaria.
1 REIS 20.18 518
vadores que lhe deram avisos, dizendo: Saí­ 20.22 sou revista aos siros e subiu a Afeca para
*2Sm 11.1
ram de Samaria uns homens. pelejar contra Israel.0
18 Ele disse: Quer venham tratar de paz, 27 Também aos filhos de Israel se passou
tomai-os vivos; quer venham pelejar, tomai- revista, foram providos de víveres e marcha­
os vivos. ram contra eles. Os filhos de Israel acampa­
19 Saíram, pois, da cidade os moços dos ram-se defronte deles, como dois pequenos
chefes das províncias e o exército que os rebanhos de cabras; mas os siros enchiam a
seguia. terra.
20 Eles feriram, cada um ao homem que 28 Chegou um homem de Deus, e falou ao
se lhe opunha; os siros fugiram, e Israel os rei de Israel, e disse: Assim diz o S e n h o r :
perseguiu; porém Ben-Hadade, rei da Síria, Porquanto os siros disseram: O S e n h o r é
20.26 o]s 13.4
escapou a cavalo, com alguns cavaleiros. deus dos montes e não dos vales, toda esta
21 Saiu o rei de Israel e destroçou os cava­ grande multidão entregarei nas tuas mãos, e
los e os carros; e feriu os siros com grande assim sabereis que eu sou o S e n h o r . b
estrago. 29 Sete dias estiveram acampados uns de­
22 Então, o profeta se chegou ao rei de fronte dos outros. Ao sétimo dia, travou-se a
Israel e lhe disse: Vai, sê forte, considera e vê batalha, e os filhos de Israel, num só dia,
o que hás de fazer; porque daqui a um ano feriram dos siros cem mil homens de pé.
subirá o rei da Síria contra ti.z 30 Os restantes fugiram para Afeca e en­
23 Os servos do rei da Síria lhe disseram: traram na cidade; e caiu o muro sobre os vinte
Seus deuses são deuses dos montes; por isso, e sete mil homens que restaram. Ben-Hadade
20.28
foram mais fortes do que nós; mas pelejemos flR s 20.13 fugiu, veio à cidade e se escondia de câmara
contra eles em planície, e, por certo, seremos em câmara.
mais fortes do que eles. 31 Então, lhe disseram os seus servos: Eis
24 Faze, pois, isto: tira os reis, cada um do que temos ouvido que os reis da casa de Israel
seu lugar, e substitui-os por capitães, são reis clementes; ponhamos, pois, panos de
25 e forma outro exército igual em nú­ saco sobre os lombos e cordas à roda da ca­
mero ao que perdeste, com outros tantos ca­ beça e saiamos ao rei de Israel; pode ser que
valos e outros tantos carros, e pelejemos ele te poupe a vida.c
contra eles em planície e, por certo, seremos 32 Então, se cingiram com pano de saco
mais fortes do que eles. Ele deu ouvidos ao pelos lombos, puseram cordas à roda da ca­
que disseram e assim o fez. 20.31
beça, vieram ao rei de Israel e disseram: Diz
26 Decorrido um ano, Ben-Hadade pas­ cCn 37.34 o teu servo Ben-Hadade: Poupa-me a vida.

2 0 .1 9 ,2 0 Da parte de Israel, a batalha fora ganha por inter­ equivalente de nossa palavra "fortaleza". Esta fica a leste da
m édio dos moços; da parte da Síria, foi perdida por meio da Galiléia.
embriaguez (16). Aprendamos pois, a aproveitar a mocidade 2 0 .2 8 N a Sírio, nada se sabia sobre o Deus criador de todo o
no trabalho do Reino de Deus, e a vedar todo uso de bebidas universo, o Deus que se revelou aos israelitas, mas aquela era
alcoólicas. a sua oportunidade para bem conhecê-IO (Gn 14.19,22;
2 0 .2 2 Daqui a um ano. As campanhas bélicas naquelas re­ D t 3.24; Dn 11.32).
giões tinham uma época quase tradicional: a primavera 2 0 .2 9 É difícil saber se o número de cem mil é apenas o
(2 Sm 11.1; 1 Cr 20.1). símbolo de uma grande vitória, ou se é um número real. As
2 0.23 Deuses dos montes. O pensamento que restringe as batalhas, naquela época, eram vencidas quando do aban­
atividades divinas a certos tempos e lugares, sempre fora tra­ dono e fuga da outra parte que era, quase sempre, total­
dicional no paganismo, inclusive a civilização pagã da Grécia mente dizimada.
e a de Roma, com seus deuses de amor, guerra, etc. O cos­ 2 0 .3 0 Caiu o muro. Sem dúvida, a queda da muralha era
tum e de se restringir a vida religiosa à hora e ao lugar do parte da atuação dos soldados israelitas, arrebanhando os res­
culto da igreja é, tam bém , do paganismo. tantes fugitivos para depois procederem à destruição coletiva
2 0 .2 4 Passa-se agora a um pensamento mais racional do que 20.31 Reis dementes. Se Deus não era conhecido entre os
aquele do último versículo: removendo os reis (meras figuras siros (28), estes ao menos conheciam a influência de Sua le
tradicionais), quando trata-se da parte técnica da batalha. revelada.
Pondo soldados profissionais e peritos, a Síria melhorou sua 2 0 .3 2 É meu irmão. Esta expressão significa que Acabe trata­
posição estratégica administrativa. ria a Ben-Hadade com as honras de um rei em pé de iguaí-
20.2 6 Afeque. O nom e era com um naquelas regiões, e a Bí­ dade com ele mesmo, apesar da vitória absoluta que as
blia menciona cinco cidades que assim se chamavam - é o israelitas alcançaram sobre os exércitos da Síria.
519 1 REIS 21.7
20.34 de sobre os seus olhos; e o rei de Israel reco­
Disse Acabe: Pois ainda vive? É meu irmão.
dl Rs 15.20
33 Aqueles homens tomaram isto por nheceu que era um dos profetas.
presságio, valeram-se logo dessa palavra; e 42 E disse-lhe: Assim diz o S e n h o r : Por­
disseram: Teu irmão Ben-Hadade! Ele disse: quanto soltaste da mão o homem que eu havia
Vinde, trazei-mo. Então, Ben-Hadade saiu a condenado, a tua vida será em lugar da sua
ter com ele, e ele o fez subir ao carro. 20.35 vida, e o teu povo, em lugar do seu povo.h
MRs 13.17-18; 43 Foi-se o rei de Israel para sua casa,
34 Ben-Hadade disse-lhe: As cidades que 2Rs 2.3,5,7,15
meu pai tomou a teu pai, eu tas restituirei; desgostoso e indignado, e chegou a Sa­
monta os teus bazares em Damasco, como maria.1'
meu pai o fez em Samaria. E eu, disse Acabe,
Nabote recusa vender a sua vinha a Acabe
com esta aliança, te deixarei livre. Fez com
ele aliança e o despediu.d
20.36 A 1 Sucedeu, depois disto, o seguinte:
H Rs 13.24
35 Então, um dos discípulos dos profetas Z* I Nabote, o jezreelita, possuía uma vi­
disse ao seu companheiro por ordem do nha ao lado do palácio que Acabe, rei de
S e n h o r : Esmurra-me; mas o homem recusou
Samaria, tinha em Jezreel.
2 Disse Acabe a Nabote: Dá-me a tua vi­
fazê-lo.e
20.39 nha, para que me sirva de horta, pois está
36 Ele lhe disse: Visto que não obedeceste
92Sm 12.1; perto, ao lado da minha casa. Dar-te-ei por
à voz do S e n h o r , eis que, em te apartando de 2Rs 10.24
ela outra, melhor; ou, se for do teu agrado,
mim, um leão te matará. Tendo ele se apar­
dar-te-ei em dinheiro o que ela vale./
tado, um leão o encontrou e o m atou/
3 Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-
37 Encontrando o profeta outro homem,
me o S e n h o r de que eu dê a herança de meus
lhe disse: Esmurra-me. Ele o esmurrou e o
20.42 pais.*1
feriu. AIRs 22.31-37 4 Então, Acabe veio desgostoso e indig­
38 Então, se foi o profeta e se pôs no ca­ nado para sua casa, por causa da palavra que
minho do rei, disfarçado com uma venda so­ Nabote, o jezreelita, lhe falara, quando disse:
bre os olhos. Não te darei a herança de meus pais. E dei­
39 Ao passar o rei, gritou e disse: Teu tou-se na sua cama, voltou o rosto e não co­
20.43(1 Rs 21.4
servo estava no meio da peleja, quando, vol­ meu pão.
tando-se-me um companheiro, me trouxe um 5 Porém, vindo Jezabel, sua mulher, ter
homem e me disse: Vigia este homem; se vier com ele, lhe disse: Que é isso que tens assim
a faltar, a tua vida responderá pela vida dele desgostoso o teu espírito e não comes pão?
ou pagarás um talento de prata. 9 21.2/1Sm 8.14 6 Ele lhe respondeu: Porque falei a Na­
40 Estando o teu servo ocupado daqui e bote, o jezreelita, e lhe disse: Dá-me a tua
dali, ele se foi. Respondeu-lhe o rei de Israel: vinha por dinheiro; ou, se te apraz, dar-te-ei
Esta é a tua sentença; tu mesmo a pronun- outra em seu lugar. Porém ele disse: Não te
ciaste. 21.3 H v 25.23; darei a minha vinha.
41 Então, ele se apressou e tirou a venda Ez 46.18 7 Então, Jezabel, sua mulher, lhe disse:

2 0 .3 4 Aliança. As condições amistosas da paz: a devolução equivalente a c. 35kg. Q uando o rei aprovara tão penosa im ­
dos territórios que no reinado anterior foram cedidos à Síria posição (40), estava tam bém aprovando (sem querer) a apli­
(15.20), e privilégios comerciais para os israelitas naquela cação de uma pena a si mesmo, por ter libertado um
grande capital, que controlava as estradas das caravanas para prisioneiro bem mais importante (42). Este ato, que tinha a
o norte e o leste. aparência de ser um gesto de misericórdia e de clemência
• N. H o m . 2 0 .3 6 Este hom em recusara-se a tom ar parte (34), nada mais era do que uma conveniência política, vi­
numa profecia de Deus, pela qual haveria de evidenciar a de­ sando a uma futura aliança com a Síria, contra o grande e
sobediência de Acabe aos oráculos divinos. O fim seria que poderoso império da Assíria, que, de fato, um século mais
um servo Seu se machucasse para desempenhar o papel de tarde, eliminaria o reino de Israel. O caso é igual ao da deso­
um soldado ferido, moral ou fisicamente para ser mais efetivo bediência que Saul mostrara, por respeito ao rei Agague
em levar a Mensagem; não que Deus se compraza no sofri­ (1 Sm 1 5 .8 -1 1 ).
m ento dos Seus filhos, mas sim, por ser o mundo tão ma­ 2 1.3 A herança de meus pais. A Lei mosaica decretara que as
ligno e a carne tão contrária ao Espírito, que o portador da heranças permaneceriam para sempre nas mesmas famílias
M ensagem da Luz sofra e seja perseguido (Tg 1 . 2 - 4 ; (Lv 2 5 .1 0 -3 4 ). O único tipo de negócio viável seria o do ar­
Jo 15.20; 2 Tm 3.12; 1 Co 4.12). rendamento.
2 0.39 Um talento de prata. Parecia uma multa exagerada, 2 1 .7 Governas tu? O velho apelo ao despotismo oriental, no
1 REIS 21.8 520
Governas tu, com efeito, sobre Israel? Le­ 21.10 jezreelita, recusou dar-te por dinheiro; pois
'Ê x 22.28;
vanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu At 6.11 Nabote já não vive, mas é morto.
te darei a vinha de Nabote, o jezreelita. 16 Tendo Acabe ouvido que Nabote era
morto, levantou-se para descer para a vinha
Jezabel ordena a morte de Nabote 21.12 mis 58.4 de Nabote, o jezreelita, para tomar posse dela.
8 Então, escreveu cartas em nome de
Elias ameaça a Acabe e Jezabel
Acabe, selou-as com o sinete dele e as enviou
aos anciãos e aos nobres que havia na sua 21.13 "2Rs9.26 17 Então, veio a palavra do S e n h o r a
cidade e habitavam com Nabote. Elias, o tesbita, dizendo:0
9 E escreveu nas cartas, dizendo: Apre­ 18 Dispõe-te, desce para encontrar-te
21.17oSI9.12 com Acabe, rei de Israel, que habita em Sa­
goai um jejum e trazei Nabote para a frente do
povo. maria; eis que está na vinha de Nabote, aonde
desceu para tomar posse dela.P
10 Fazei sentar defronte dele dois homens 21.18 19 Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o
malignos, que testemunhem contra ele, di­ P i Rs 13.32;
2Cr 22.9 S e n h o r : Mataste e, ainda por cima, tomaste
zendo: Blasfemaste contra Deus e contra o
a herança? Dir-lhe-ás mais: Assim diz o
rei. Depois, levai-o para fora e apedrejai-o,
S e n h o r : No lugar em que os cães lamberam
para que morra.1
21.19 o sangue de Nabote, cães lamberão o teu san­
11 Os homens da sua cidade, os anciãos e í l Rs 22.38 gue, o teu mesmo.'/
os nobres que nela habitavam fizeram como
20 Perguntou Acabe a Elias: Já me
Jezabel lhes ordenara, segundo estava escrito achaste, inimigo meu? Respondeu ele: Achei-
nas cartas que lhes havia mandado. 21.20 te, porquanto já te vendeste para fazeres o que
12 Apregoaram um jejum e trouxeram r1Rs 18.17;
é mau perante o S e n h o r /
2Rs 17.17
Nabote para a frente do povo.m 21 Eis que trarei o mal sobre ti, arrancarei
13 Então, vieram dois homens malignos, a tua posteridade e exterminarei de Acabe a
sentaram-se defronte dele e testemunharam todo do sexo masculino, quer escravo quer
21.21
contra ele, contra Nabote, perante o povo, slSm 25.22; livre, em Israel.5
dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e 1 Rs 14.10;
22 Farei a tua casa como a casa de Jero­
2Rs 9.8
contra o rei. E o levaram para fora da cidade boão, filho de Nebate, e como a casa de
e o apedrejaram, e morreu.n Baasa, filho de Aías, por causa da provocação
14 Então, mandaram dizer a Jezabel: Na­ com que me irritaste e fizeste pecar a Israel.'
21.22
bote foi apedrejado e morreu. fIRs 15.29 23 Também de Jezabel falou o S e n h o r :
15 Tendo Jezabel ouvido que Nabote fora Os cães devorarão Jezabelu dentro dos muros
apedrejado e morrera, disse a Acabe: Le- de Jezreel.
vanta-te e toma posse da vinha que Nabote, o 21.23 ^2Rs 9.36 24 Quem morrer de Acabe na cidade, os

qual Davi caíra uma única vez (2 Sm 1 1 .1 -2 7 ), e que lhe anciãos, que eram malignos e subservientes. A responsabili­
custara várias tragédias na família real e no governo, cau- dade na observância ao m ando da consciência e da justiça, é
sando-lhe a perda de toda autoridade moral sobre os filhos e maior do que a que se tem por um m andato do rei.
sobre o seu general joabe. jezabel não via problemas no as­
21.1 8 Acabe recebera mais do que esperava daquela transa­
sunto: era só eliminar a Nabote, ainda que não seria justo
ção: descera para tom ar posse de uma vinha de que não
fazê-lo (8 -1 4 ).
necessitava, mas, longe de ali gozar de um passeio divertido,
2 1.10 Blasfemaste contra Deus. Esta rainha fenícia não tinha deu-se face a face com a ira do profeta de Deus, que viera
respeito algum pela lei de Deus. Sua hipocrisia é revelada pronunciar-lhe a sentença.
quando acusa a Nabote do pecado que ela, mais do que
2 1.19 Com este ato, o rei tinha feito transbordar sua taça de
ninguém, cometia continuamente.
iniqüidade e o julgamento se tornara inevitável. Uma manifes­
2 1.13 A morte de um herói (juntam ente com seus filhos,
tação de arrependimento (29) ganhou mais três anos de vida
2 Rs 9.26) que, em contraste marcante com o casal real tão
para o rei (22.1 ss), antes do cum prim ento literal da profe­
maldoso e os anciãos e nobres moralmente tão fracos, m an­
cia (22.8).
teve sua própria integridade até ao seu doloroso fim.
2 1 .2 0 Te vendeste. Acabe, longe de ganhar uma vinha, tinha
2 1 .1 6 Esta história bíblica quase que sobrepuja a qualquer
vendido sua própria alma, seu futuro, e sua vida (cf M c 8.36).
outra narrativa sobre a maldade humana, pela sua quanti­
dade de malícia, de hipocrisia, de traição e de covardia. Ve­ 21.23 A lei eterna das conseqüências do pecado se acha err
mos, aqui, três tipos de pessoas malignas; 1) Acabe, que era Gl 6 . 7 - 8 . O seu cum prim ento inconteste se lê err
maligno e fraco; 2) jezabel, que era maligna e forte; 3) os 2 Rs 9 .3 0 -3 7 .
521 1 REIS 22.10
cães o com erão, e quem morrer no cam po, as 21.24 e nós hesitamos em tomá-la das mãos do rei
^1 Rs 14.11
aves do céu o com erão.1' da Síria? b
25 Ninguém houve, pois, como Acabe, 4 Então, perguntou a Josafá: Irás tu co­
que se vendeu para fazer o que era mau pe­ migo à peleja, a Ramote-Gileade? Respondeu
21.25
rante o S e n h o r , porque Jezabel, sua mulher, w1Rs 16.30-31 Josafá ao rei de Israel: Serei como tu és, o
o instigava;w meu povo, como o teu povo, os meus cavalos,
26 que fe z grandes ab om in ações, s e ­ como os teus cavalos.c
guindo o s ídolos, segundo tudo o que fizeram 21.26
os amorreus, o s quais o S e n h o r lançou de *Gn 15.16; As profecias dos falsos profetas
2Rs 21.11 2 C r 1 8 .4 - 1 1
diante dos filh os de I s r a e l/
27 Tendo Acabe ouvido estas palavras, 5 Disse mais Josafá ao rei de Israel: Con­
rasgou as suas vestes, cobriu de pano de saco sulta primeiro a palavra do S e n h o r .
21.27
o seu corpo e jejuou; dormia em panos de yCn 37.34 6 Então, o rei de Israel ajuntou os profe­
saco e andava cabisbaixo. Y tas, cerca de quatrocentos homens, e lhes
28 Então, veio a palavra do S e n h o r a disse: Irei à peleja contra Ramote-Gileade ou
Elias, o tesbita, dizendo: 21.29 ^2Rs 9.25 deixarei de ir? Eles disseram: Sobe, porque o
29 Não viste que Acabe se humilha pe­ Senhor a entregará nas mãos do rei.d
rante mim? Portanto, visto que se humilha 7 Disse, porém, Josafá: Não há aqui ainda
perante mim, não trarei este mal nos seus 22.2 ” 2 0 18.2 algum profeta do S e n h o r para o consul­
dias, mas nos dias de seu filho o trarei sobre tarmos l e
a sua casa.z 8 Respondeu o rei de Israel a Josafá: Há
22.3 f>Dt 4.43 um ainda, pelo qual se pode consultar o
Aliança entre Josafá, de Judá, e Acabe S e n h o r , porém eu o aborreço, porque nunca
2 C r 1 8 .1 - 3 profetiza de mim o que é bom, mas somente
^ Três anos se passaram sem haver 22.4 c2Rs 3.7 o que é mau. Este é Micaías, filho de Inlá.
guerra entre a Síria e Israel. Disse Josafá: Não fale o rei assim.
2 Porém, no terceiro ano, desceu Josafá, 9 Então, o rei de Israel chamou um oficial
rei de Judá, para avistar-se com o rei de 22.6 <*1Rs 18.19 e disse: Traze-me depressa Micaías, filho de
Israel.0 Inlá.
3 Disse o rei de Israel aos seus servos: 10 O rei de Israel e Josafá, rei de Judá,
Não sabeis vós que Ramote-Gileade é nossa, 22.7 e2Rs 3.11 estavam assentados, cada um no seu trono,

2 1 .2 7 - 2 9 A reação de Acabe continha mais medo do que dizendo aquilo que ele desejava ouvir.
arrependimento duradouro; talvez o mesmo m edo que o tor­
2 2 .7 Algum profeta do Senhor. Josafá era um homem justo, e
nara um instrumento nas mãos perversas de Jezabel, visto não
não se deixava enganar tão facilmente. Pode haver muitas
possuir a hombridade de resistir à sua influência pecaminosa.
pessoas no mundo que se dedicam à religião, à filosofia, à
Talvez um casamento com uma mulher virtuosa tivesse sido a
invocação de coisas sobrenaturais, mas um verdadeiro servo
sua salvação.
de Deus, guiado por Sua Palavra, vale mais que a total religio­
22.1 Período em que houve uma aliança entre a Síria e os sidade do m undo, quando esta não é vinculada à Pessoa de
israelitas, pela qual foi possível a Israel derrotar os assírios, em Jesus Cristo (Cl 2 .8 - 2 3 ) .
Carcar no ano 853 a.C.
• N. Hom . 22 .9 Micaías. Mais um verdadeiro servo de Deus,
2 2 .2 Para avistar-se. Uma visita oficial; o filho de Josafá já se que estava em seu posto num m om ento histórico. Sua
casara com a filha de Acabe (2 Rs 8.18 e 26). mensagem era fiel à vontade divina e não ao entusiasmo car­
2 2.3 Afastado o perigo de uma invasão imediata pelos assí­ nal, que proclama ir tudo m uito bem, mesmo quando mais
rios ( In ) . Acabe rompe sua aliança com Ben-Hadade (20.34), se acentua a desobediência às Leis de Deus. Esta passagem é
para levar a cabo uma disputa sobre a importante cidade, uma indicação da profundeza da separação que havia entre os
fortificada, de Ramote de Gileade, uma das cidades de refúgio falsos e os verdadeiros profetas. Os falsos profetas tentavam agra­
além do rio Jordão (D t 4.43). dar aos seus ouvintes com promessas de sorte e felicidade
(Jr 2 8 .8 - 9 ) . Os falsos profetas eram reconhecidos pelas profe­
2 2 .4 Parece que a cidade sempre fora um assunto de con­
cias que não se cumpriam (D t 18.21). Mesmo que um profeta
tenda entre as duas nações, mas agora Acabe obteve o apoio
opere milagres e prediga corretamente o futuro, deve ser re­
de uma terceira, |udá.
jeitado como falso, se pregar heresias contra a Lei de Deus
2 2 .6 Profetas. Não está escrito "profetas do Senhor"; a pala­ (D t 13.1). O verdadeiro profeta era íntegro na plena comu­
vra tam bém se aplicava a sacerdotes e curandeiros pagãos. nhão com o Senhor Deus e integrava-se com pletamente nos
Estes tinham a função de dar um apoio religioso a Acabe, Seus planos (Am 3.7).
1 REIS 22.11 522
vestidos de trajes reais, numa eira à entrada 22.14
vra do S e n h o r : Vi o S e n h o r assentado no
'Nm 22.38
da porta de Samaria; e todos os profetas pro­ seu trono, e todo o exército do céu estava
fetizavam diante deles. junto a ele, à sua direita e à sua esquerda.h
11 Zedequias, filho de Quenaana, fez para 20 Perguntou o S e n h o r : Quem enganará
si uns chifres de ferro e disse: Assim diz o a Acabe, para que suba e caia em Ramote-Gi-
S e n h o r : Com este escomearás os siros até de leade? Um dizia desta maneira, e outro, de
todo os consumir. 22.17 outra.
sMt 9.36;
12 Todos os profetas profetizaram assim, 21 Então, saiu um espírito, e se apresentou
Mc 6.34
dizendo: Sobe a Ramote-Gileade e triunfarás, diante do S e n h o r , e disse: Eu o enganarei.
porque o S e n h o r a entregará nas mãos Perguntou-lhe o S e n h o r : Com quê?
do rei. 22 Respondeu ele: Sairei e serei espírito
mentiroso na boca de todos os seus profetas.
A profecia de Micaías Disse o S e n h o r : T u o enganarás e ainda pre-
2Cr 18.12-27 22.19 h)ó 1.6; valecerás; sai e faze-o assim.'
Is 6.1; Zc 1.10;
13 O mensageiro que fora chamar a Mi­ Hb 1.7,14
23 Eis que o S e n h o r pôs o espírito menti­
caías falou-lhe, dizendo: Eis que as palavras roso na boca de todos estes teus profetas e o
dos profetas a uma voz predizem coisas boas S e n h o r falou o que é mau contra ti.i
para o rei; seja, pois, a tua palavra como a 24 Então, Zedequias, filho de Quenaana,
palavra de um deles e fala o que é bom. chegou, deu uma bofetada em Micaías e
14 Respondeu Micaías: Tão certo como disse: Por onde saiu de mim o Espírito do
22.22 'Jz 9.23; S e n h o r para falar a ti?*
vive o S e n h o r , o que o S e n h o r me disser,
Ez 14.9;
isso falarei/ 2Ts2.11 25 Disse Micaías: Eis que o verás naquele
15 E, vindo ele ao rei, este lhe perguntou: mesmo dia, quando entrares de câmara em
Micaías, iremos a Ramote-Gileade à peleja câmara, para te esconderes.
ou deixaremos de ir? Ele lhe respondeu: Sobe 26 Então, disse o rei de Israel: Tomai Mi­
e triunfarás, porque o Senhor a entregará nas caías e devolvei-o a Amom, governador da
mãos do rei. cidade, e a Joás, filho do rei;
2 2 .2 3 /Ez 14.9
16 O rei lhe disse: Quantas vezes te con- 27 e direis: Assim diz o rei: Metei este
jurarei, que não me fales senão a verdade em homem na casa do cárcere e angustiai-o, com
nome do S e n h o r ? escassez de pão e de água, até que eu volte
17 Então, disse ele: Vi todo o Israel dis­ em paz.
perso pelos montes, como ovelhas que não 28 D isse M icaías: Se voltares em paz, não
têm pastor9; e disse o S e n h o r : Estes não 22.24 falou o S e n h o r , na verdade, por mim. Disse
têm dono; tome cada um em paz para a sua *2Cr 18.23 mais: Ouvi isto, vós, todos os p ovos!'
casa.
18 Então, o rei de Israel disse a Josafá: A morte de Acabe
Não te disse eu que ele não profetiza a meu 2Cr 18.28-34
respeito o que é bom, mas somente o que 29 Subiram o rei de Israel e Josafá, rei de
é mau? 22.28 Judá, a Ramote-Gileade.
19 Micaías prosseguiu: Ouve, pois, a pala­ 'Nm 16.29 30 Disse o rei de Israel a Josafá: Eu me

22.11 Chifres de ferro. Rechaçar seus inimigos com o poder bém de agüentar a verdadeira mensagem que se seguiria
dos chifres do boi selvagem era o quinhão de José, pai de (1 7 ,1 9 -2 3 ).
Efraim e Manassés, e patriarca dessas tribos do norte
2 2 . 1 9 - 2 3 Houve uma cena sem elhante no caso de
(D t 3 3 .1 3 -1 7 ).
Jó (Jó 1 .6 -1 2 ), com a diferença que, naquele caso, imperava
2 2 .1 5 Triunfarás. Micaías já resolvera nada falar em nome do o desejo de Satanás, pondo à prova a integridade de um
Senhor, senão o que lhe era revelado, mas como o rei tomara verdadeiro homem de Deus, e aqui é o próprio Deus que
a resolução de rejeitar a mensagem divina (8), fala humana e escolhe o Seu mensageiro para cumprir Sua sentença contre
sarcasticamente; "Então vai lá e vence". É o caso semelhante Acabe.
ao de Balaão, um profeta contratado para "profetizar" uma
mensagem preparada de antemão, sem, contudo, se despre­ 2 2.25 É claro que Zedequias era um falso profeta, sem qual­
zar os seus dons proféticos (N m 22.38). quer contato com Deus. Pior ainda, encarregado oficialmente
para ser um despenseiro das coisas religiosas, sem ter religiãc
2 2 .1 6 Em nome do Senhor. O verdadeiro profeta fala: "Assim
diz o Senhor"; mas se Acabe exigia tal introdução teria tam ­ 2 2 .3 0 Acabe tentou fugir do julgamento divino, mas os seus
523 1 REIS 22.48
disfarçarei e entrarei na peleja; tu, porém, 2 2 .3 0
truiu, e a todas as cidades que edificou, por­
m2 0 35.22
traja as tuas vestes. Disfarçou-se, pois, o rei ventura, não estão escritos no Livro da
de Israel e entrou na peleja.™ História dos Reis de Israel?P
31 Ora, o rei da Síria dera ordem aos trinta 22.32 40 Assim, descansou Acabe com seus
e dois capitães dos seus carros, dizendo: Não f>2Cr 18.31
pais; e Acazias, seu filho, reinou em seu
pelejareis nem contra pequeno nem contra lugar.
grande, mas somente contra o rei de Israel. 22.38
32 Vendo os capitães dos carros Josafá, °1Rs 21.19
O reinado e a morte de Josafá
disseram: Certamente, este é o rei de Israel. E
2Cr 20.31-37
a ele se dirigiram para o atacar. Porém Josafá
22.39 pAm 3.15 41 E Josafá, filho de Asa, começou a rei­
gritou."
33 Vendo os capitães dos carros que não nar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de
era o rei de Israel, deixaram de o perseguir. 22.41 Israel.1?
34 Então, um homem entesou o arco e, q 2 0 20.31 42 Era Josafá da idade de trinta e cinco
atirando ao acaso, feriu o rei de Israel por anos quando começou a reinar; e vinte e cinco
entre as juntas da sua armadura; então, disse anos reinou em Jerusalém. Sua mãe se cha­
22.43
este ao seu cocheiro: Vira e leva-me para fora r i Rs 14.23; mava Azuba, filha de Sili.
do combate, porque estou gravemente ferido. 2Rs 12.3; 43 Ele andou em todos os caminhos de
35 A peleja tomou-se renhida naquele 2Cr 17.3
Asa, seu pai; não se desviou deles e fez o que
dia; quanto ao rei, seguraram-no de pé no era reto perante o S e n h o r /
carro defronte dos siros, mas à tarde morreu. 22.44 44 Todavia, os altos não se tiraram; neles,
O sangue corria da ferida para o fundo do s2Cr 19.2;
o povo ainda sacrificava e queimava
carro. 2Co 6.14
incenso.5
36 Ao pôr-do-sol, fez-se ouvir um pregão
45 Josafá viveu em paz com o rei de
pelo exército, que dizia: Cada um para a sua 22.46 Israel.
cidade, e cada um para a sua terra! tIRs 14.24
37 Morto o rei, levaram-no a Samaria, 46 Quanto aos mais atos de Josafá, e ao
onde o sepultaram. poder que mostrou, e como guerreou, porven­
38 Quando lavaram o carro junto ao açude 22.47 tura, não estão escritos no Livro da História
uGn 25.23;
de Samaria, os cães lamberam o sangue do dos Reis de Judá?f
2Sm 8.14;
rei, segundo a palavra que o S e n h o r tinha 2Rs 3.9 47 Também exterminou da terra os restan­
dito; as prostitutas banharam -se nestas tes dos prostitutos-cultuais que ficaram nos
águas.0 dias de Asa, seu pai.u
22.48
39 Quanto aos mais atos de Acabe, e a *1 Rs 9.26;
48 Então, não havia rei em Edom, porém
tudo quanto fez, e à casa de marfim que cons­ 2 0 20.35,37 reinava um governador.1'

disfarces jamais cancelariam a sentença pronunciada pelos paredes adornadas com placas de marfim, tendo móveis de
dois profetas de Deus (21.21 -2 4 ; 22.17). marfim compensado, segundo descobertas feitas por arqueó­
22.31 Contra o rei de Israel. O rei da Síria desejava vingança logos, na área que antigamente era Samaria. Durante um sé­
contra Acabe, por ter quebrado a aliança de maneira tão co­ culo foi esta a moda seguida pelos ricos, pois que os pobres
varde e traiçoeira (1 - 4 ) . não tinham sequer alimentação adequada (Am 3 .1 3 - 4 .1 - 3 )

2 2.32 josafá gritou. Era, pela astúcia de Acabe, o único ves­ 2 2 .4 0 Assim, descansou. • N. Hom . Depois de tantas obras
tindo trajes reais. O grito deve ter sido uma oração pelo so­ de construção (39), a glória deste rei se findou quando o
corro divino (2 Cr 18.31). O rei da Síria não quis tornar a sangue real se confundira com as águas do esgoto. Assim é
participação casual de Josafá numa causa de uma longa a obra daquele que não constrói segundo o plano divino
guerra contra judá. (Sl 127.1; 1 Co 3 .1 0 -1 5 ).
2 2.34 Ao acaso. Mais uma vez, um homem anônimo, foi ins­
trumento das mãos de Deus sem estar consciente de Qual a 22.41 losafá. O plano histórico exige que se anuncie o princí­
Mão que manejou o seu arco. Quanto mais anônimo é o pio do reinado de josafá, embora já se tenha dito algo a
instrumento, tanto mais glória tem Aquele que dispõe de to­ respeito, junto à história de Acabe, cujo reinado foi anterior
das as coisas, segundo a Sua soberana vontade (jo 3 .2 7 -3 0 ). ao dele. Era reto e tem ente a Deus (43).

2 2.36 Para a sua terra! É a derrota total, seguida pela fuga 2 2.4 8 Um governador. Edom ainda sob o dom ínio de judá;
em desordem segundo a profecia de Micaías (17). visto ter Davi conquistado aquele país, sua tribo ficou com
22.38 O Senhor tinha dito. Pela boca do profeta Elias (21.19). esta província. Só no tem po do filho de josafá foi que houve
2 2.39 À casa de marfim. Era um palácio em Samaria, com as rebelião contra Judá (2 Rs 8.20).
1 REIS 22.49 524
49 Fez Josafá navios de Társis, para irem 22.50
reinar sobre Israel em Samaria, no décimo
w2Cr 21.1
a Ofir em busca de ouro; porém não foram, sétimo ano de Josafá, rei de Judá; e reinou
porque os navios se quebraram em Eziom- dois anos sobre Israel.*'
Geber. 53 Fez o que era mau perante o S e n h o r ;
22.51
50 Então, Acazias, filho de Acabe, disse a *1 Rs 22.40 porque andou nos caminhos de seu pai, como
Josafá: Vão os meus servos embarcados com também nos caminhos de sua mãe e nos cami­
os teus. Porém Josafá não quis.”' nhos de Jeroboão, filho de Nebate, que fez
51 Josafá descansou com seus pais e foi pecar a Israel.z
22.52
sepultado na Cidade de Davi, seu pai; e Jeo- Kl Rs 15.26 54 Ele serviu a Baal, e o adorou, e provo­
rão, seu filho, reinou em seu lugar.*
cou à ira ao S e n h o r , Deus de Israel, segundo
tudo quanto fizera seu pai.
O reinado de Acazias, de Israel
22.53 ^Jz 2.11;
52 Acazias, filho de Acabe, começou a IRs 16.31

2 2 .4 9 Navios de Társis. Veja 2 Cr 2 0 .3 5 - 3 7 e a nota de 22.51 jeorão. Este rei tinha por esposa a filha de Acabe com
10.22 . Jezabel; conseqüentemente, a idolatria dom inante contami­
2 2 .5 0 josafá não quis. Já bastavam as alianças com os reis nara o reino de Israel, começando a imiscuir-se tam bém no
infiéis à sua religião. reino de Judá (2 Rs 8.18).

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