Você está na página 1de 65

Estratégias Bioclimáticas

Conforto, Desempenho Térmico e


Sustentabilidade em Edificações

CONFORTO TÉRMICO
 

 Me. Pedro Henrique Bruder Decker


1
Conhecimento prévio abordado na disciplina

• Trocas térmicas (radiação, condução e convecção);

• Conceitos de conforto térmico;

• Propriedades térmicas dos materiais


• Absortância solar; Importante compreender os fenômenos
• Capacidade térmica; físicos e parâmetros envolvidos nas
• Fator solar; trocas de calor para entender as
diferentes estratégias bioclimáticas
• Resistência térmica.

2
Objetivos da aula

Geral:
• Introduzir o tema da Arquitetura Bioclimática, demonstrar a
importância da consideração do clima no projeto de edificações
eficientes e sustentáveis, que promovam conforto com baixo
consumo energético e menor impacto ambiental possível;

Específicos
• Apresentar diferentes variáveis climáticas;
• Discutir características chave dos edifícios que impactam seu
desempenho: material, cor, orientação solar, áreas envidraçadas,
áreas para ventilação, proteções solares, vegetação, uso, etc.
• Conhecer as principais estratégias bioclimáticas aplicadas no
contexto brasileiro. 3
Arquitetura Bioclimática

• “É o estudo que visa a harmonização das construções com o


meio ambiente de forma a otimizar a utilização dos recursos
naturais disponíveis (como o luz solar e o vento), gerando
conforto”.
• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as
características do clima de cada local, o que interfere no
desempenho da edificação.

Clima Conforto Sustentabilidade Desempenho

4
Sustentabilidade

6
Edifícios sustentáveis

São aqueles que aplicam práticas de projeto e construção


visando reduzir seu impacto negativo no meio ambiente e seus
ocupantes

• Energia elétrica; • Mobilidade urbana


• Energia térmica; • Preservação do meio;
• Energia incorporada; • Conforto (térmico, acústico,
• Água; lumínico, ergonômico)
• Ciclo de vida útil
• Geração de resíduos e
poluentes
• Transporte de materiais
Edifícios sustentáveis
Fonte: Atem (2022)
Certificações ambientais e etiquetas

Um passo importante,
mas com limitações

9
Desempenho

Térmico Energético Acústico Lumínico


Desempenho: Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia
Nova (INI-C)
Já são obrigatórias
para edificações
públicas federais
desde 2014 Escala baseada no
consumo de energia
primária [kWh/ano]

Previsão de
consumo
[kWh/ano]
Contabiliza geração local
Uso racional de água e
emissões de CO2
(informativo)

11
Consumo energético

• 52% da energia elétrica consumida no país é utilizada em


edificações (BEN, 2020);

Estimativa de consumo para o setor residencial

12
Por que se preocupar com o desempenho
térmico?

• Ar condicionado representa quase metade do consumo de


edifícios comerciais e públicos no Brasil.

Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2013)


13
Clima

Temperatura Umidade relativa Radiação solar Precipitação Vento

Variações Variações
sazonais horárias
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as


características do clima de cada local.
Exemplo: Londrina
Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
15
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as características do


clima de cada local. Exemplo: Londrina

Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
Variações horárias
16
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as características do


clima de cada local.

Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
Variações horárias
17
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as características do


clima de cada local.

Exemplo: Londrina
Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
Variações horárias
18
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as características do


clima de cada local.
Exemplo: Londrina

Temperatura Ferramenta:
Umidade relativa Cartas solares
Radiação solar
Precipitação • Próximas aulas
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
Variações horárias
19
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as


características do clima de cada local.
Exemplo: Londrina

Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
20
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as características do


clima de cada local.
Exemplo: Londrina

Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
Variações horárias
21
Clima

• O projeto arquitetônico deve ser concebido conforme as


características do clima de cada local.

Temperatura
Umidade relativa
Radiação solar
Precipitação
Vento (intensidade, dir.)

Variações sazonais
22
Lira, et al. (2017, p.79)
Clima

Fonte: Mazzon (2019)

23
Identificação do clima

Carta psicrométrica
Carta bioclimática

va
lati
Umidade absoluta

re
de
ida
Um
Estratégias
bioclimáticas

26
Estratégias bioclimáticas

Carta de Givonni (1992)

20°C -> Sombreamento

Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2013)


Estratégias bioclimáticas para o calor

28
Estratégias bioclimáticas para o calor

29
Estratégias bioclimáticas para o frio

30
Zoneamento bioclimático brasileiro
NBR 15220-3: Existem propostas de revisão da norma, sugerindo a divisão em
até 24 zonas.

Clima muito diverso;

Ainda assim, duas estratégias se


destacam: sombreamento e ventilação
natural.

31
Fonte: Bioclimatismo
Zoneamento bioclimático brasileiro
• ZB1: Curitiba
Verão: Sombreamento
Inverno: Aquecimento solar e inércia térmica, permitir
sol nas aberturas.
ZB1 ZB3
• ZB3: Londrina
Verão: Ventilação cruzada, sombreamento
Inverno: Aquecimento solar, inércia térmica, permitir
sol nas aberturas.

• ZB4: Brasília
Verão: Resfriamento evaporativo, massa térmica para
resfriamento, ventilação seletiva, sombreamento
ZB4 ZB8 Inverno: Aquecimento solar, inércia térmica,
sombreamento

• ZB8: Belém
Ventilação cruzada e sombreamento ano todo;

32
Envoltória do edifício

Pela envoltória ocorrem as trocas térmicas da edificação com o ambiente

Parâmetros chave:
• Material
• Cor
• Orientação solar
• Proteções solares
Importância
• Área envidraçada
do Arquiteto
• Tipo de vidro
+
• Partido arquitetônico
• Condição de contato com o solo

33
Envoltória: Propriedades térmicas

Pela envoltória ocorrem as trocas térmicas da edificação com o ambiente

Parâmetros chave:
• Material -> Capacidade térmica,
transmitância, condutividade
• Cor -> Absortância solar
• Orientação solar -> Radiação solar incidente
• Proteções solares -> Ângulos de
sombreamento
• Área envidraçada
• Tipo de vidro -> Fator solar
+
• Partido arquitetônico
• Condição de contato com o solo

34
Retomada: Fluxo de calor pela envoltória

Os fluxos de calor que atravessam os


componentes construtivos dependem de:

• Diferença entre temperatura interna e


externa
• Incidência de radiação solar (onda curta)
• Radiação de onda longa
• Convecção

• Propriedades térmicas dos materiais

35
Sombreamento

Elementos transparentes são especialmente sensíveis à


radiação solar.
É comum dar prioridade
ao sombreamento das
janelas

Em elementos opacos é
possível usar superfícies
mais refletoras;

36
Sombreamento

Elementos transparentes são especialmente sensíveis à


radiação solar.
É comum dar prioridade
ao sombreamento das
janelas

Também é possível
sombrear toda uma
fachada:
Fachadas ventiladas
37
Sombreamento

Elementos transparentes são especialmente sensíveis à


radiação solar.
É comum dar prioridade
ao sombreamento das
janelas

Também é possível usar


coberturas para o
sombreamento:
Coberturas descoladas
38
Sombreamento

Brises: podem ser fixos ou móveis

39
Sombreamento

Fachada têxtil

Varandas, sacadas, muxarabis

40
Sombreamento

Vegetação como sombreamento

41
Sombreamento: alternativas

Cortinas, persianas, telas solares

Eficiência mais baixa

42
Sombreamento: nem sempre é possível

Nova Iorque São Paulo

Excesso de áreas envidraçadas em climas


quentes, uso de vidros especiais e películas 43
Sombreamento

Orientação solar:

• Fundamental conhecer o movimento


aparente do sol:
• Projeto dos sombreamentos
• Divisão dos ambientes internos

• próximas aulas.

44
Ventilação natural

Em climas com amplitude térmica


muito elevada, é comum a
aplicação da ventilação noturna.

• Qualidade do ar interno:
O propósito geral da ventilação é fornecer ar fresco para a respiração
(ETHERIDGE e SANDBERG, 1996).

Normas sobre taxas mínimas de ventilação:


ASHRAE 62.1, DIN 1946-2, EN 13799, SIA 382/1, ON6000-3
45
Ventilação natural

Principais estratégias:
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral
• Efeito chaminé
• Elementos direcionadores
• Captores de vento/Sheds

46
Ventilação natural
Cuidado com as direções predominantes

47
Fonte: Mazzon (2017)
Ventilação natural

Cuidado com obstáculos

Fonte: Sales (2016)


48
Ventilação natural

Obstáculos

49
Ventilação natural

Posicionamento das aberturas

Fonte: Sales (2012)


50
Ventilação natural

Principais estratégias:
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral
• Efeito chaminé
• Elementos direcionadores
• Captores de vento/Sheds

51
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2013)
Ventilação natural

Principais estratégias: 𝑇 𝑒
𝐴
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral 𝐻
𝑇 𝑖
• Efeito chaminé
𝐴
• Elementos direcionadores
• Captores de vento/Sheds
𝑄𝑐 ≈ 0,14 ∗ 𝐴 ∗ √ 𝐻 ∗

52
Ventilação natural

Principais estratégias:
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral
• Efeito chaminé
• Captores de vento/Sheds
• Elementos direcionadores

53
Ventilação natural

Principais estratégias:
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral
• Efeito chaminé
• Captores de vento/Sheds
Fonte: Lukiantchuki (2010)
• Elementos direcionadores

Fonte: Bittencourt e Cândido (2010)

54
Ventilação natural
Fonte: Olgyay (1963) apud Frota e Schiffer (2001)
Principais estratégias:
• Ventilação cruzada
• Ventilação unilateral
• Efeito chaminé
• Captores de vento/Sheds
• Elementos direcionadores

55
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2013)
Ventilação natural

Tipos e áreas de esquadria

56
Fonte: Lamberts, Pereira e Dutra (2013, p. 177)
Inércia térmica para resfriamento
A inércia térmica dos componentes pode ser utilizada
para aquecimento ou resfriamento

Promoção do atraso térmico


Proteção da incidência solar
Camadas vegetais
Cores claras
Água

57
Inércia térmica para resfriamento
A inércia térmica dos componentes pode ser utilizada
para aquecimento ou resfriamento

Promoção do atraso térmico


Proteção da incidência solar
Camadas vegetais
Cores claras
Água

58
Inércia térmica para aquecimento
A inércia térmica dos componentes pode ser utilizada
para aquecimento ou resfriamento

Exposição à incidência solar


Cores escuras

59
Resfriamento evaporativo

Microclima local
Microasperção de água
Cascatas
Espelhos d’água
Fontes

60
Resfriamento evaporativo

Microclima local
Microasperção de água
Cascatas
Espelhos d’água
Fontes

61
Arquitetura Bioclimática

•“

62
Arquitetura Bioclimática

•“

63
Bibliografia
• Básica:

LAMBERTS, R.; Dutra L.; Pereira, F. Eficiência Energética na Arquitetura. 3ªEdição. Florianópolis, 2013.

FROTA, Anésia Barros e SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. São Paulo: Editora Nobel.
1988.

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. 2. ed. São Paulo: Pro
editores, 2000. 123 p.

• Complementar:

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de


edificações. Rio de Janeiro, 2005.

INMETRO – INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Portaria nº 309, de 6 de


setembro de 2022. Disponível em: sistema-sil.inmetro.gov.br/rtac/ RTAC002989.pdf . Acesso em: 02 fev. 2023.

64
Referências

FROTA, Anésia Barros e SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. São Paulo:
Editora Nobel. 1988.

LAMBERTS, R.; Dutra L.; Pereira, F. Eficiência Energética na Arquitetura. 3ª edição. Florianópolis,
2013.

PROJETEEE. Estratégias Bioclimáticas. 2023. Disponível em: http://www.mme.gov.br/projeteee/


estrategias-bioclimaticas/. Acesso em: fev. 2023;
GIVONI, B. Comfort, climate analysis and building design guidelines. Energy and Buildings, v. 18, n.
1, p. 11–23, jan. 1992.
ETHERIDGE, D. SANDBERG, M. Building Ventilation: Theory and Measurement. 1ª edição. John
Wiley & Sons. 1996.
SALES, Gustavo de Luna. Ventilação Natural e Análise da Influência das aberturas no fluxo do
ar – estudo de caso : Secretaria de Cultura de Bragança/PA. 2012. Dissertação – UNB, 2012.
Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/10642>. Acesso em: 3 fev. 2023.

65

Você também pode gostar