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SET 1987 NBR 10005


Lixiviação de resíduos

ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

Sede:
Rio de Janeiro
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Endereço Telegráfico:
NORMATÉCNICA

Procedimento

Origem: Projeto 01:063.02-002/1986


CB-01 - Comitê Brasileiro de Mineração e Metalurgia
CE-01:063.02 - Comissão de Estudo de Amostragem, Ensaios e Classificação de
Resíduos Industriais
Copyright © 1987, NBR 10005 - Waste lixiviation - Procedure
ABNT–Associação Brasileira Descriptors: Lixiviation. Solid waste
de Normas Técnicas
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil Palavras-chave: Lixiviação. Resíduos sólidos 7 páginas
Todos os direitos reservados

SUMÁRIO 3.1 Diluição


1 Objetivo
2 Documentos complementares Ato ou efeito de diminuir a concentração de uma substância
3 Definições mediante adição de um solvente adequado
4 Condições gerais
5 Condições específicas 3.2 Lixiviação
6 Interpretação dos dados
7 Controle de qualidade Operação de separar certas substâncias contidas nos
ANEXO - Procedimento para compactação de resíduo resíduos industriais por meio de lavagem ou percolação.

1 Objetivo 4 Condições gerais

Esta Norma fixa as condições exigíveis para lixiviação de 4.1 Equipamento


resíduos tendo em vista a sua classificação.
O equipamento a utilizar é o seguinte:
2 Documentos complementares
a) agitador do tipo utilizado no “jar-test” ou similar que
Na aplicação desta Norma é necessário consultar: seja capaz de,

NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação


- evitar estratificação da amostra durante a agita-
ção;
NBR 10007 - Amostragem de resíduos - Procedimento

AWWA-APHA-WPCI - Standard methods for the - submeter todas as partículas da amostra ao contato
examination of water and wastewater com o líquido extrator;

USEPA TEST METHODS FOR EVALUATING SOLID - garantir agitação homogênea‚durante o período de
WASTE - Physical/Chemical Methods SW 846 funcionamento do agitador.

3 Definições b) medidor eletrométrico de pH com subdivisões de


0,1 unidade da escala de leitura;
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições
3.1 e 3.2. c) aparelho de filtração a vácuo, com filtro de 0,45 µm;
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d) centrífuga para líquido de difícil filtração; - calcular a porcentagem de sólidos suspensos pela
fórmula:
e) peneira com abertura de 9,5 mm;
mrf − mf
Ss = 100
f) balança com precisão de ± 0,01 g mir

4.2 Amostragem de campo Onde:

Ss = porcentagem dos sólidos suspensos


Devem ser considerados os procedimentos da NBR 10007.
mrf = massa seca do conjunto filtro mais
4.3 Amostra de laboratório resíduo, em g

4.3.1 Na amostra de laboratório deve ser observada a Fi- = mf = tara do filtro, em g


gura 1.
= mir = massa inicial do resíduo, em g
4.3.2 Pesar a amostra de laboratório. Esta deve conter, no
- se o valor de Ss for menor que 0,5%, deve-se des-
mínimo, 100 g de massa úmida (mir = massa total inicial do
cartar o sólido e o líquido já obtidos, retirar uma no-
procedimento).
va amostra e enviá-la diretamente para análise.

4.3.3 Se a amostra de laboratório contiver fase líquida, esta f) o material obtido na alínea d) deve ser analisado
deve ser separada da amostra através de equipamento de quando a sua granulometria. Se o material possuir
filtração que permita a separação de todas as partículas de uma área específica igual ou superior a 3,1 cm2/g
diâmetro igual ou superior a 0,45 µm, obedecendo-se o se- de resíduo ou passar em peneira de malha de
guinte procedimento: 9,5 mm pode-se enviá-lo para a etapa de extração
descrita em 5.3. Caso possua uma área inferior ou
a) montar o conjunto de filtros e pré-filtros, colocando a não passar na peneira de 9,5 mm, a amostra deve
membrana de 0,45 µm no suporte e por sobre esta, ser cortada ou quebrada até que se atenda os
os filtros em ordem crescente de porosidade; requisitos acima.

b) deixar o resíduo decantar antes de passá-lo pelos 4.3.4 Se a amostra não contiver fase líquida, deve ser obe-
filtros; decido o procedimento de 4.3.3, alínea f).

4.3.5 Se a amostra a ser ensaiada for constituída de partes


Nota: Os resíduos que decantam vagarosamente devem
monolíticas ou material encapsulado, deve ser submetida
ser centrifugados.
previamente à compactação de acordo com o procedimento
descrito no Anexo.
c) passar pelo filtro a fase líquida obtida e transferir o
resto do material para o filtro e aplicar vácuo ou 5 Condições específicas
pressão (70 - 106 kPa) até que toda a fase liquida
remanescente passe pelo filtro. Essa situação 5.1 Caso haja suspeita da presença de sulfetos ou cianetos
será verificada quando o ar ou gás de pressurização na amostra, a lixiviação deve ser realizada após a deter-
passar pela membrana. Se esta situação não for minação destes compostos na amostra bruta e verificação
atingida, deve-se aumentar vagarosamente a pres- da inexistência de risco aos operadores.
são ou vácuo em incrementos de 70 kPa até atingir
528 kPa e parar a filtração quando não houver mais 5.2 Caso se pretenda utilizar este teste para determi-
passagem de líquido A fase líquida assim obtida nação de parâmetros de projeto, porém em condições dife-
deve ser manipulada de acordo com os métodos de rentes dos explicitados nesta Norma (pH ou tipo de ácido),
preservação de cada parâmetro a ser avaliado, de- os padrões constantes do Anexo G - listagem nº 7 de
vendo ser estocada a 4ºC para posterior utilização; NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação, não serão
válidos.
Nota: Se a fração líquida não filtrar, a amostra será envia-
da por inteiro para a extração. 5.3 A fase sólida obtida em 4.3.3, alínea d) deve ser passa-
da para o extrator, devendo ser adicionada água deionizada
d) remover a fase sólida e o meio filtrante e sem secar, à massa na proporção de 16:1. A massa do sólido é
pesar o conjunto. A massa sólida de resíduo é cal- calculada pela fórmula:
culada pela diferença entre a massa determinada
nesta etapa e a massa dos filtros; m = mf - mt

Onde:
e) se a massa sólida de resíduo obtida aparentar ser
superior a 0,5% da massa inicial, determinar o teor m = massa úmida dos sólidos a ser carregado no ex-
de sólidos suspensos (Ss) obedecendo o seguinte trator, em g
procedimento,
mt = massa úmida dos sólidos e filtros, em g
- secar o conjunto a 80ºC até que obtenha duas pe-
sagens sucessivas iguais; mf = tara dos filtros, em g
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Amostra de resíduo
Amostra de resíduo Amostra representativa úmido contendo > 0,5%
úmido contendo < 0,5% de resíduo de sólidos não



de sólidos não filtráveis > 100 gramas filtráveis


Resíduo sem fase
líquida aparente ou
não filtrável
▼ ▼
Separação Separação
sólido sólido


sólido - líquido sólido - líquido


▼ ▼
descarte
Tamanho da
partícula

líquido líquido

> 9,5 mm < 9,5 mm monolítico

▼ ▼
Procedimento
Redução do compactação
tamanho da (integridade
amostra estrutural)


Extração de

resíduos sólidos
Armazenar a 4ºC
pH = 2


Separação

sólido
sólido-líquido


descarte ▼
líquido


extrato


Métodos de análise

Figura 1 - Fluxograma da extração


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5.4 Após iniciar a agitação, ajusta o pH. Se este for inferior 5.11 Se o lixiviado possuir duas fases, a concentração de
ou igual a 5,0, não deve ser alterado; se for superior a 5,0 contaminantes será determinada em cada fase. A concen-
deve ser corrigido para (5,0 ± 0,2) mediante adição de tração final será obtida pela média ponderada (balanço de
ácido acético 0,5 N. massa) dos valores obtidos em cada fase, pela seguinte
fórmula:
Nota: 0 ácido acético foi utilizado para simular as condições
inadequadas mais comuns de deposição onde resíduos são
colocados em conjunto com resíduos orgânicos domiciliares
Cf =
(V1 Cf1) + (V2 Cf2 )
em lixões. Essa forma de deposição é uma condição de V1 + V2
periculosidade de resíduo conforme NBR 10004 - Resíduos
sólidos - Classificação
Onde:
5.5 Iniciada a agitação, o pH deve ser medido em três
etapas. A primeira após 15 min, a segunda após 30 min e a V1 = volume da fase 1, em 1
terceira após 60 min, contados a partir do final da etapa
anterior. Se houver variação do pH em qualquer uma das V2 = volume da fase 2, em 1
etapas, deve-se corrigir para (5,0 ± 0,2) e repetir essa etapa
até que a variação do pH seja igual ou inferior a 0,5 unidades.
Cf1 = concentração do contaminante na fase 1, em
Se não houver variações, são desnecessárias novas
mg/L
medições até o final da agitação.

Nota: A quantidade máxima de ácido a ser utilizado durante a ope- Cf2 = concentração do contaminante na fase 2, em
ração deve ser de 4,0 mL/g do material sólido da amos- mg/L
tra (m), mesmo que as condições de pH não sejam atingidas.
5.12 Os métodos de análise a serem empregados para
5.6 Após a correção inicial do pH, a mistura é agitada por determinação dos componentes do lixiviado estão contidos
um período de 24 h, que pode estender-se até 28 h. na AWWA-APHA-WPCI ou USEPA TEST METHODS
FOR EVALUATING SOLID WASTE, Physical/Chemical
5.7 Após 24 h de agitação, se a quantidade de ácido utili- SW 846.
zada for inferior a 4 mL/g da massa de sólido (m) e o pH da
solução for superior a 5,2; este pH deve ser ajustado para Nota: Para melhor avaliação dos resultados do ensaio, recomenda-
(5,0 ± 0,2), e a agitação deve ser prolongada por mais se que sejam determinados no resíduo bruto os mesmos
quatro horas, fazendo-se controle e correção de pH de parâmetros determinados no lixiviado
hora em hora.
6 Interpretação dos dados
Nota: Se a quantidade de ácido acético já utilizada for de
4,0 mL/g da massa de sólido (m), ou seja, o máximo per- 6.1 Os resultados e eventuais comentários dos ensaios e
mitido, o procedimento mencionado acima não deve ser análises devem constar de um laudo ou relatório emitido
realizado. pelo laboratório, com as seguintes informações:

5.8 Terminada a agitação, adicionar uma quantidade “m1” a) teor de sólidos suspensos (Ss), em percentagem;
de água deionizada calculada pela expressão:

b) pH medido (ver 5.4) antes da adição do ácido;


m1 = 4 m - m2

c) pH final;
Onde:

d) quantidade total de ácido utilizada, em mL;


m1 = massa de água deionizada, em g

e) tempo total de lixiviação;


m = massa da amostra submetida ao ensaio, em g

m2 = massa do ácido acético 0,5 N adicionado, em g f) volume de líquido obtido em 5.10.

Nota: Para fins desta Norma, as massas específicas da água 6.2 Para efeito de classificação de resíduo compare o dado
deionizada e da solução de ácido acético 0,5 N foram obtido com aqueles constantes do Anexo G - Listagem nº 7
consideradas iguais a 1 g/cm3. da NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação

5.9 Após a adição da água deionizada, a fase líquida da 6.3 Se o teste for realizado para determinação de cromo
mistura deve ser separada da fase sólida de acordo com o então:
procedimento descrito em 4.3.3.
a) se o pH inicial for inferior a 7, determinar no lixivia-
5.10 As fases líquidas obtidas segundo 4.3.3 e 5.9 devem do a concentração de cromo hexavalente e com-
ser misturadas e homogeneizadas. A solução assim obti- parar o resultado com o valor referente a cro-
da constitui o “lixiviado”, o qual deve ser submetido a aná- mo total constante do Anexo G - Listagem nº 7 da
lise química para verificação da periculosidade do resíduo. NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação;
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b) se o pH inicial for superior a 7 e o final também, de- 7 Controle de qualidade


terminar no lixiviado a concentração de cromo hexa-
valente e proceder conforme alínea a); 7.1 Deve ser estabelecido um programa para avaliar a qua-
lidade do ensaio.
c) se o pH inicial for superior a 7 e o final for inferior,
determinar no lixiviado a concentração de cromo to- 7.2 Para cada amostra deve ser realizada uma prova em
tal e proceder conforme alínea a). branco para verificar se não há contaminação

/ANEXO
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ANEXO - Procedimento para compactação de resíduo

A-1 O objetivo deste procedimento é submeter o resíduo a A-3 O material a ser compactado deve ser compatível
choques, de modo que sejam simulados esforços que com as dimensões do equipamento, como mostra a Figura.
possam ocorrer na disposição desse resíduo, provocando
eventuais desagregações na estrutura do material e Nota: As peças monolíticas devem ser esculpidas e os resíduos
consequentes alterações das condições de lixiviação. encapsulados, moldados.

A-4 Após a amostra ser colocada no equipamento, o mar-


A-2 O equipamento utilizado para este procedimento, telo é solto 15 vezes sucessivas, em queda livre, da altura
basicamente, consiste num martelo de 0,33 kg e curso livre de 152 mm.
de 152 mm, que se desloca ao longo de uma guia com
diâmetro de 32 mm (ver Figura 2). A-5 Logo depois, o material é removido e enviado para a
lixiviação.

Figura 2 - Martelo de compactação

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