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DIREITO-FADISP
Este trabalho tem por objetivo principal relatar os marcos da pesquisa jurídica e
a pós-graduação no Brasil. Para tanto, foi dividido em etapas: o capítulo 1 trata
das fases vivenciadas para a formação de professores para o ensino superior de
Direito no Brasil; o capítulo 2 trata das instalações do curso de pós-graduação
no Brasil; o capítulo 3 trata das pesquisas jurídicas no Brasil; por fim, o capítulo
4 trata da Constituição da República de 1988.
1. Fases vivenciadas para a formação de professores para o ensino
superior de Direito no Brasil ¹
Com a lei de 11 de agosto de 1827 houve a criação dos cursos jurídicos, a qual em seu art.
9º estabeleceu: “Os que frequentarem os cincos anos de qualquer dos cursos (Olinda ou
Recife), com aprovação, conseguirão o grau de bacharéis formados. [...]” As reformas
sucessivas não modificaram substancialmente esse quadro. Esta orientação prevaleceu até a
República, cujas leis ou decretos sobre o ensino jurídico não destacaram a questão docente
ou do doutorado. ¹
A segunda fase, que sucede à Reforma de Francisco Campos (1931), sistematizou e
definiu o doutorado como um sistema de estudos de disciplinas predefinidas, com
duração determinada e com defesa de tese real, valor técnico ou puramente científico.
Ressalte-se que esse curso de doutorado não estava explicitamente vinculado ao acesso
à carreira docente, só em 1935 tornou-se uma disposição opcional para as faculdades,
pela enorme falta de professores e de novos docentes. ¹
I Plano Nacional de Pós- II Plano Nacional de Pós-graduação III Plano Nacional de Pós-graduação
graduação
(II PNPG 1982/85) (III PNPG 1986/89)
(I PNPG 1975/79)
Programa de Apoio ao Plano de Capacitação
Desenvolvimento Científico e Tecnológica
Tecnológico (PCT 1990)
(PADCT 1980/85)
Criação das Fundações de Amparo à
Pesquisa Estaduais
(FAP´s 1990)
Vieira ⁴ – "a pesquisa jurídica foi, de uma certa forma, compreendida como se
pudéssemos realizar investigação científica com metodologias e técnicas de pesquisa
diferente das adotadas tradicionalmente na área de ciências sociais."
Santos e Puga ⁶ ressaltam que para a área do Direito, o desafio está em tornar compreensível e até
mesmo natural, questões afetas à pesquisa e extensão jurídicas, em um curso apegado ao tradicionalismo
e, por vezes voltado apenas para uma compreensão de que o direito restringir-se-ia às leis e ao
ordenamento jurídico.
Engelman ⁷ ressalta que uma parte dos critérios de reconhecimento da comunidade dos “juristas”,
“pesquisadores de direito”, “cientistas do direito”, “jus-acadêmicos” etc., vem de valores socialmente
vigentes, e que filtram, de maneira desigual e injusta aliás, quem pode ou não pode ostentar essa honraria.