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Variáveis psicológicas influentes do

comportamento vocacional:

dimensões estruturais da
personalidade, necessidades,
interesses, valores, aptidões e temas
de vida
Dimensões estruturais da personalidade
Estruturas psicopatológicas subjacentes a dificuldades
de decisão na carreira

Borderline
Todas as opções são possíveis mas imprevisíveis e
inconsistentes, tudo é inconsistentemente possível.

Psicótica
Nada interessa ou tudo é bizarramente possível
Dimensões estruturais da personalidade

 Estruturas psicopatológicas subjacentes a dificuldades


de decisão na carreira

Depressiva
Tudo é possível desde que com o apoio e o aconselhamento do
outro ou tudo é perigosamente possível

Obsessiva
Tudo é necessário porque tudo é imprescindível
A PROCURA DE UM PERCURSO PROFISSIONAL: O CASO SONDRA

Sondra tem 25 anos e concluiu há dois anos uma licenciatura com classificações um pouco
abaixo da média da turma especializou-se em gestão e vendas a retalho se bem que não
goste de marketing nem do comércio a retalho. Após a licenciatura estava indecisa quanto
aos objectivos de carreira. Esta indefinição de projectos mantém-se, pelo que há dois anos
deambula na tentativa de encontrar um percurso profissional que a satisfaça. Actualmente,
trabalha como Assistente de Bibliotecária, actividade que já exercia a tempo parcial no final
do curso. Os superiores hierárquicos estão muito satisfeitos com os seus desempenhos na
biblioteca.
Tem dificuldade em dizer o que gosta ou o que não gosta, no entanto, está decidida a deixar o
emprego, ir para outra cidade e exercer uma actividade que não se relacione com o curso que
tirou. Além de não saber que percurso da carreira seguir, também não sabe se deve procurar
trabalho numa cidade próxima de onde vive ou numa cidade mais afastada. Tem dificuldade
em escolher o modelo de carro a comprar, que livros ler ou que filmes ver.
É uma pessoa atraente e simpática, vive só num apartamento a cerca de 15km da casa dos pais.
Considera-se sem dificuldades de relacionamento interpessoal mas com dificuldades em
tomar decisões de carreira importantes. Acredita que as dificuldades de tomada de decisão
se prendem com grande superficialidade dos interesses, isto é, desinteressa-se de uma
actividade quando tem que a analisar em detalhe.
A PROCURA DE UM PERCURSO PROFISSIONAL: O CASO SONDRA

Na adolescência teve alguns trabalhos a tempo parcial enquanto estudava, nunca tendo ficado
sem emprego. O trabalho na biblioteca parece funcionar como base segura para explorar
outras alternativas profissionais. Está muito preocupada porque os amigos têm carreiras
definidas e em progressão, o que não acontece consigo.
Habitualmente, passa algum período de tempo sem pensar nas decisões de carreira, depois
envolve-se durante duas a três semanas a procurar emprego em anúncios de jornal, por fim
segue-se mais um período em que volta a não se preocupar com decisões da carreira. Na
exploração de alternativas profissionais dispersa-se por áreas muito diferentes (área
comercial de editoras, relações públicas, apoio a pessoas necessitadas), mesmo para
aquelas em que não tem formação.
Sondra é a mais jovem de seis irmãos que viviam numa zona suburbana de uma pequena cidade.
Os pais falavam pouco de assuntos pessoais e quando o faziam era de forma vaga e breve.
Nunca teve qualquer orientação de carreira dos pais ou outras pessoas próximas, no entanto,
os seus projectos nunca foram contrariados. Também não teve grande suporte, em termos de
orientação da carreira, durante o Ensino Secundário. Tem dificuldade em identificar um
professor que a tenha marcado.
A família ainda é uma importante fonte de suporte para as suas decisões de carreira pois não
consegue decidir sem obter a aprovação destes.
A PROCURA DE UM PERCURSO PROFISSIONAL: O CASO SONDRA

Na opinião de Sondra, a irmã mais velha, de 32 anos, é como se fosse um pai/mãe. Apesar de
todos os membros da família viverem muito perto e visitarem-se frequentemente, considera
que nenhum dos familiares funcionou como confidente ou figura orientadora. Gostava de viver
numa cidade longe de onde vive.
Tem um sistema de valores muito consistente que lhe orienta o comportamento. Veste-se e
comporta-se de forma a não permitir grande proximidade com colegas. Deste modo, vai ao
encontro das expectativas familiares de manter-se no seu lugar e “não dar nas vistas”.
Possivelmente, estas expectativas reduzem-lhe a originalidade de pensamento e
comportamento pelo que Sondra tem um estilo de vida muito convencional, consistente com o
comportamento da família.
Sondra tem ideias claras das expectativas sociais face ao desenvolvimento da carreira, no entanto, tem dificuldade
em concretizá-las. Recentemente, constatou que o seu vencimento não lhe permite sustentar o estilo de vida
que deseja, o que conduziu a mais uma fase de procura de emprego sem resultados. Note-se que tende a
assumir as aspirações e valores dos que a rodeiam. Esta característica não se reflecte apenas nas decisões
da carreira mas também nos hobbies e actividades de tempos livres. Por exemplo, a visita a uma exposição
de cerâmica é suficiente para se entusiasmar com cerâmica e pensar numa actividade relacionada. Algumas
horas depois, abandona a ideia que antes a empolgara tanto.
Sondra acha interessante fazer aconselhamento da carreira mas tem um conhecimento limitado de si que não lhe
permite tomar as decisões de carreira mais adequadas. Os esforços para descobrir o seu percurso
profissional apesar de infrutíferos ocupam cada vez mais o seu tempo.
The Human Voice
Work around the world…

When the worker is on the first shift [there are three shifts a day as the
mine runs 24 hours a day], we women have to get up at four in the
morning to prepare our compañero's breakfast. At three in the afternoon
he gets back from the mine and he has not eaten anything yet. There's
noway to take any food into the mine. It is not allowed…With only
breakfast in their stomachs, the miners go from five in the morning to
three in the afternoon, when they get back home. The average life
expectancy of a miner is 35 years. By then, he's totally sick with mine
sickness.

Blustein, 2008
As Necessidades

Sobrevivência
O trabalho permite os meios para obtenção dos bens e serviços essenciais à
alimentação, vestuário e abrigo.

Poder
O acesso aos recursos que permitem resolver as necessidades de
sobrevivência são a base para a resolução de necessidades de poder
Complexificação social
Propriedade privada
Diversificação do trabalho
Desigualdade social
As Necessidades

Contacto social
Estruturação de laços fortes com a cultura a que pertencem
Sentimentos de pertença

Estruturação de laços fortes com pessoas


Sentimentos de segurança, de ser amado e de valor
pessoal
As Necessidades

Auto-determinação
Factores que estimulam a resolução destas necessidades:
Autonomia – a experiência de livre vontade sem muita regulação
ou controlo externo;

Competência – ser capaz ou poder aprender as tarefas mais


relevantes de determinado trabalho permite sentimentos de sucesso e
de mestria

Relacionamento – a internalização pode ser facilitada quando os


contextos de trabalho permitem o estabelecimento de relações
significativas
Deci & Ryan (2000)

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