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1- DADOS GERAIS:
A paciente é a Luiza, uma arquiteta que tem 27 anos, que apresenta humor deprimido e
irritável, desmotivação e desesperança com o futuro após seu pai ter falecido há
aproximadamente 2 anos, autocobrança exarcebada cansaço e choro frequente. Ela é
uma pessoa independente, atualmente mora nos Estados Unidos da América em um
quarto alugado. Está empregada em um emprego fixo e ainda possui alguns outros
freelancers.
2- QUEIXA:
Luiza relata que não apresenta esperança em relação ao futuro porque seu objetivo
em ter ido para os Estados Unidos foi pagar seu pai a faculdade que ele pagou de
Arquitetura para ela aqui no Brasil, então agora, ela não vê sentido em juntar dinheiro
porque não possui no que investir. Queixa-se pela sua mãe ter iniciado outro
relacionamento muito rápido após o falecimento do seu pai, com um homem que ela
não apoia porque tem passagem criminal e é usuário de drogas e eles sempre foram de
uma família tradicional.
3- HISTÓRIA DA QUEIXA:
Luiza deseja voltar a ser organizada e ter objetivos de vida que a faça feliz.
Luiza cresceu em uma família amorosa, seu pai sempre foi muito idoso, quando ela era
criança ele já possuía 65 anos, com isso, sempre precisou ser resolutiva e resolver
situações para eles que já não possuíam destreza suficiente para tal. Com 15 anos foi
agredida por um ex namorado em uma festa porque ele não aceitava o término do
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relacionamento e a viu beijando outro homem. Luiza nesse momento alega que sofreu
mais pelo que os outros poderiam pensar dela do que pela agressão em si. Casou-se
com 20 anos e atualmente é separada porque o marido não tinha os mesmos valores
religiosos que ela.
Luiza está buscando criar uma vida em que tenha mais segurança nas decisões que
toma e com objetivos pelos quais ela queira lutar e trabalhar diariamente para alcançar.
Após o falecimento do pai ela tem se afastado de coisas que são importantes para ela,
como igreja, mãe, lazeres e amigos, o que pode ter colaborado para seu humor
deprimido atual e a falta de sentido na vida. Paciente não consegue elencar de forma
clara quais objetivos ela deseja ter em sua vida, trazendo para terapia esse ponto como
objetivo “identificar qual é a vida que desejo viver.”
- Inflexibilidade: avalie a falta de engajamento (p. ex., valores pouco claros ou ação
comprometida limitada, refletida por inatividade, impulsividade ou persistência da
evitação):
Paciente evita contato com sua mãe, não vindo ao brasil para não lidar com o fato de
que ela começou um relacionamento logo após o falecimento de seu pai e também para
não encontrar o novo namorado da progenitora. Os valores da paciente são pouco
claros e ela tem mostrado comportamentos que são desconectados desses valores, o
que é provado inclusive pela evitação de contato presencial com sua mãe.
Quando Luiza se lembra que sua mãe iniciou um relacionamento após 5 meses do
falecimento do seu pai, ela se fusiona com pensamentos como “ela não podia esperar
mais um tempo por respeito a mim e minha irmã?”, “ela não poderia ter feito isso
com nossa família, colocando alguém que é um bandido”. Isso pode interferir na
relação de Luiza com sua mãe, visto que a faz evitar contato com a mesma. Luiza
também fica fusionada a pensamentos do tipo “no Brasil eu era muito mais útil, fazia
muito mais coisas que aqui” o que faz com que ela invalide todas as atitudes que ela
tem com as pessoas próximas dela nos EUA que ela ajuda, mesmo recebendo reforço
positivo dessas pessoas e reconhecimento pela sua ajuda. Inclusive Luiza mantém um
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relacionamento amoroso nos EUA porque o homem lhe faz lembrar das suas raízes no
Brasil e porque ele não é muito bom com tecnologia e inglês e ela se sente útil no
relacionamento o ajudando.
Luiza foca excessivamente em seu útil para as pessoas porque não possui objetivos
próprios pelos quais lutar, ela mesmo diz que “vive um dia de cada vez”.
Frequentemente ela fala que precisa se sentir útil e tem tido cada vez mais utilidade nos
EUA, pois acredita estar fazendo pouco perto do que ela fazia pelo seu pai quando
ele era vivo e idoso.
Luiza apresenta-se ser uma pessoa inteligente e dedicada para os outros. Acredito que
seja possível transferir essa dedicação também para o setting terapêutico. Seu amor
pela sua família pode ser usado como força motivadora para que seja traçado alguma
ação comprometedora que a aproxime dos seus valores familiares, além de faze-la
identificar o quanto estar fusionada em ser útil para o outro está sendo prejudicial para
ela alcançar uma vida valorosa.