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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE PSICOLOGIA 6º PERÍODO


TEORIAS COMPORTAMENTAIS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS

PROFESSOR: Marcela Almeida Sousa de Morais


GRUPO: Lara Dietrich da Rocha
Ozias Figueiredo Gomes Freitas
Rayane Henriques Silva
Kristiny Vitória de Jesus Rocha
Raíra Cristina Cardoso da Rocha

PROPOSTA DO TRABALHO:
Análise Molecular do Caso Paula

Nome: Paula Cristina da Silveira Silva


Idade: 42 anos
Data de nascimento: 25/03/1979
Profissão: Corretora de Imóveis
Escolaridade: Superior incompleto

Paula já havia feito acompanhamento psicológico em 2018, a queixa era sobre sua
grande instabilidade emocional, alguns meses depois relatou episódios de parafilia,
grande necessidade de ser aceita,onde a mesma havia até realizado uma cirurgia
bariátrica e tinha bastante problema em lidar com as mudanças do corpo. Paula
apresentava uma grande dificuldade de dizer não e conflitos com o companheiro
ligados à parafilia também faziam parte de sua queixa.
A família de Paula seguia a religião católica e sobretudo seu pai, ele era alcoólico e
bastante absolutista, suas regras deveriam ser sempre seguidas e respeitadas. Já a
mãe de Paula era mais serena, não envolvia muito os sentimentos,
consequentemente se tornando mais distante de Paula, fazendo assim a mesma ter
mais proximidade do pai.

Paula se converte à religião evangélica e começa a basear a sua vida em torno


desta crença, se afastando da mãe que seguiu a religião espírita e indo morar com a
sua tia. Depois de casada, Paula volta para a casa da mãe. Seus problemas
conjugais não são superados e Paula se separa, começa a se relacionar com sua
psicóloga, Júlia, que virou também sua amiga. A relaçao não é o que Paula quer
para a vida e também abre o posicionamento de Paula para abuso de álcool,drogas
e relações sexuais desprotegidas.

A relação com a filha se torna cada vez mais difícil pois ela comete alienação
parental e muitas vezes a cobrança que faz do pai para que ele seja mais presente
não é a atitude da mesma. A filha Carolina de 10 anos a enfrenta e a questiona, o
que causa ainda mais atritos, ela acha que o problema é a filha e não suas atitudes
perante a mesma. Normalmente deixa a criança sozinha em casa para se encontrar
com sua namorada Júlia.
Paula se julga constantemente mas justifica suas ações impulsivas como
consequência do seu diagnóstico de Transtorno Bipolar, também justifica seus
abusos em álcool e drogas como algo que ela não pôde vivenciar na adolescência,
pela sua educação extremamente regrada e religiosa.
Sua dificuldade de lidar com a rejeição e a própria aceitação interferem
diretamente na vida de Paula, principalmente em seu relacionamento, fazendo
assim ela por medo de perder Júlia, e por sua dependência emocional, acabar
aceitando tudo, mesmo não concordando ou a deixando mal, Júlia tem o total poder
sobre Paula e sabe disso, usando assim para fazer o que bem entende da relação.

Quando se trata da parafilia, Paula conta que sempre teve muita libido mas seu
marido não a satisfazia, algo que a trazia uma frustração imensa, com certeza a
trazendo uma sensação de rejeição, para evitar esses sentimentos passou a se
esquivar das investidas do marido, isto aumentava sua privação.Mesmo tendo
adversidade a Parafilia isso acabava aumentando a possibilidade que a mesma
acontecesse.
Padrão: impulsividade
Análise molecular:
Paula era muito insegura, não sabia dizer não,buscava aprovação,não sabia lidar
com rejeição, foi diagnosticada com TAB e coloca a culpa de seus atos no
transtorno. Paula fez bariátrica, teve tentativa de autoextermínio após uma crise
compulsiva alimentar.
A família desestruturada, pais separados, pai traiu a mãe, teve filhos fora do
casamento. A mãe distante, filha saiu de casa por conta da religião da mãe e da
separação dos pais. A educação foi extremamente regrada. A relação com o
marido terminou, tinham problemas sexuais, o marido não buscou tratamento para
sua ejaculação precoce, não opinava na criação da filha, detinha as vontades da
esposa. O marido também não pagava o aluguel a anos e a deixou com inúmeras
dívidas. Outras relações em que se envolveu muito conturbadas,pois namorou um
jovem anos mais novo que ela com ações agressivas e controladoras, nesse
período os pararam.
Outro relacionamento que teve foi com sua antiga terapeuta e atual "companheira",
nunca definiram relação, esse relacionamento veio junto ao abuso de
álcool e drogas e o fato de não assumirem o relacionamento deixa Paula instável e
insegura.
O único relacionamento que não está em um bom momento, com a filha, pois ela se
afastou dela e de suas responsabilidades maternas e culpa o pai por ser ausente,
seria a única relação que ela diz que poderia fazer com que ela mudasse a situação.

Objetivos Terapêuticos (Habilidade que o sujeito deve desenvolver)

- Visto que a relação capaz de fazer Paula sair desse emaranhado, ir para a
superfície e respirar. É a filha. Portanto, a proposta seria Paula se dispor a
passar mais tempo de qualidade com a filha, observando e conhecendo mais
seu dia-a-dia e se mostrando mais à sua filha.

- Levar Paula a analisar como são suas relações, propondo que observe como
cuida das relações que para ela tem importância, como se dedica, como
depositar energia vital ali. Vendo que as relações externas são muito
importantes para ela. Retornando o olhar para si em como tem cuidado das
suas relações consigo. (O intuito desse movimento é levar Paula a voltar para
si e desenvolver senso crítico)
- Acompanhando psicoterapêutico de um bom profissional, alguém que ela não
tenha relações, possivelmente aliada a uma terapia grupal e
acompanhamento físico.

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