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23º Congresso Brasileiro de Engenharia

e Ciências dos Materiais


ESTUDO DO REGIME DE ESPALHAMENTO DE
ONDAS ULTRASSÔNICAS
SIMULADAS EM DIFERENTES MEIOS HETEROGÊNEOS MODELADOS
V. O. Santos; P. P. Maia; F. Braga; E. P. Moura
Universidade Federal do Ceará, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Fortaleza, CE, Brasil

Introdução Resultados e discussão


A simulação da propagação da onda ultrassônica em um ensaio não Através da simulação de crescimento de grão pelo modelo de Potts,
destrutivo por pulso eco foi desenvolvida juntamente com a simulação do foram obtidos três diferentes tamanhos médio de grão, que são
crescimento de grão. Os grãos simulados foram utilizados para modelar apresentados na figura 3. A figura 4 mostra o resultado da simulação de
três modelos de material heterogêneo, representando um possível propagação da onda ultrassônica .
regime de espalhamento de onda em função do tamanho médio do grão
simulado. Os resultados obtidos foram pré-processados utilizando a
Análise de Flutuação sem Tendências, e em seguida analisados por
algoritmos de reconhecimento de padrões, para identificar a presença
dos regimes de espalhamento esperados.

Materiais e métodos
Figura 3: Meios com tamanho médio de grão (a) de 0,2905 mm (λ/5),
O material foi modelado como sendo uma peça de aço carbono com
dimensões 60 mm x 19mm. As pripriedades inerentes ao material que (b) de 1,1876 00mm (λ) e (c) de 2,0955 mm.(2λ)
foram utilizadas na simulação de propagação da onda são mostradas na
tabela 1.
Tabela 1: Propriedades do material
Propriedades Valores
Densidade do material 7800 kg/m³
Velocidade da onda longitudinal 5900 m/s
Velocidade da onda transversal 3200 m/s

Simulação numérica
No presente trabalho, a simulação foi realizada usando o Métodos dos Figura 4: Resultados obtidos pela simulação do ensaio ultrassônico
Volumes Finitos (MVF). O transdutor simulado foi considerado como
tendo sete cristais piezoelétricos. O equacionamento da onda O algoritmo utilizado para treino e classificação dos dados obtidos foi
ultrassônica utilizada é mostrada na equação (A), sendo e a frequência Karhunen-Loève Transformation (KLT). Após a transformação os sinais
e o período da onda ultrassônica, respectivamente. foram classificados através da regra da média da classe mais próxima.
Classificações utilizando redes neurais artificiais no modelo de
[{
𝐹 ( 𝑡 )= 1 − 𝑐𝑜𝑠 (
2 π 𝑓𝑡
3 )]
𝑐𝑜𝑠 (
2 π 𝑓𝑡
3 )
, 0 ≤𝑡 ≤
3
𝑓
(A)
multicamadas também foram realizadas para avaliação dos sinais
processados pelo DFA. As classificações obtidas pelos algoritmos são
0 , 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟 á 𝑟𝑖𝑜 mostradas nas matrizes de confusão mostradas nas tabelas 2 a 5.
A frequência utilizada na simulação foi de 5 MHz, o que resulta num Tabela 2: matriz de confusão média Tabela 3: matriz de confusão média
compromento de onda λ igual à 1,18mm. Restrições adicionais nos para os dados de treino obtida pela para os dados de teste obtida pela
classificação com KLT. classificação com KLT.
limites da peça modelada são impostas a fim de que a simulação seja o
mais fidedigna possível ao caso de um ensaio ultrassônico real. As Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
condições de contorno são apresentadas na figura 1. λ/5 λ 2λ λ/5 λ 2λ
Grupo 100 Grupo 96,50
λ/5 0 0 λ/5 0,00 0,00
(0) (12,76)
Grupo 100 Grupo 100
λ 0 0 λ 0,00 4,00
(0) (0)
Grupo 100 Grupo 96,00
2λ 0 0 2λ 3,50 0,00
(0) (13,56)
Taxa de acerto: 100% Taxa de acerto: 97,5%
Tabela 4: matriz de confusão média Tabela 5: matriz de confusão média
para os dados de treino obtida pela para os dados de teste obtida pela
Figura 1: Condições de contorno utilizadas na peça modelada classificação com redes neurais classificação com redes neurais.
Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
A malha utilizada na simulação utilizando MVF, considerando também λ/5 λ 2λ λ/5 λ 2λ
os tamanhos médios de grãos desejados para estudo, que são da
Grupo 100 Grupo
ordem de milímetros, decidiu-se por escolher uma malha refinada com 100
λ/5 0 0 λ/5
razão λ/420 para realização das simulações. Um total de 21355 x 6762 0,00 0,00
(0) (0)
volumes foram utilizados na simulação, dadas as dimensões utilizadas.
Grupo 100 Grupo
92,00
Simulação do crescimento de grão λ 0
(0)
0 λ 0,00 (18,31) 6,50

A simulação computacional do crescimento de grão foi concebida Grupo 100 Grupo


2λ 2λ 93,50
através do modelo de Potts, onde uma matriz m x n, sendo cada 0 0 0,00 8,00
(0) (16,81)
elemento uma orientação possível para o grão, é alterada de forma
aleatória com a finalidade de reduzir a energia livre do sistema Taxa de acerto: 100% Taxa de acerto: 95,16%
simulado.
Conclusão
O resultado obtido no trabalho, desde o desenvolvimento dos tamanhos
de grãos para representar os diferentes regimes de espalhamentos, até
a simulação do ensaio ultrassônico por pulso eco com a posterior
classificação dos resultados pelos algoritmos KLT e redes neurais foi
exitosa. Observou-se através dos resultados das classificações
Figura 2: Simulação do crescimento de grão pelo modelo de Potts mostradas pelas tabelas 3 e 5 que houve, de fato, o desenvolvimento
de um material que simulasse os regimes de espalhamento esperados.
Dessa forma, espera-se que o estudo desenvolvido neste trabalho
possa fomentar o desenvolvimento de simulações de ensaios não
destrutivos por ultrassom, tornando-as cada vez mais verossímeis com
ensaios reais.

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