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2. CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS


2.1. Introdução às cartas de controle para variáveis
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes ( X e R )
2.3. Cartas das Médias e Desvio-Padrão ( X e s )
2.4. Cartas das Medianas (X e R)
2.5. Cartas de Valores Individuais e Amplitude Móvel (X e AM)
3
2.1. Introdução ás cartas de controle para variáveis
Os gráficos de controle nos ajudam a identificar as causas, mas para isso, eles se valem de modelos estatísticos
específicos, dependentes dos tipos de variáveis.
4
2.1. Introdução ás cartas de controle para variáveis
Variáveis: são características de qualidade que são mensuráveis, como, por
exemplo: o diâmetro de um rolamento, uma resistência elétrica, o tempo de
atendimento de um pedido, o peso de um objeto.
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2.1. Introdução ás cartas de controle para variáveis

Utilidade das cartas para variáveis

 Uma medição (por exemplo: l = 16,54) contém muito mais informação do que
simples classificação da peça como “dentro ou fora de especificação”.
 Obter valor medido é mais caro do que simplesmente classificar uma peça
como boa/ruim. Contudo, as medições fornecem mais informações e, portanto,
exigem uma amostra menor. Assim, o custo total de amostragem pode ser
menor.
 Como exigem uma amostragem pequena, o tempo entre a produção das peças
e a ação corretiva pode ser encurtado.
 Quando se usa variáveis, a análise do desempenho do processo pode ser feita
mesmo se todas as unidades estão dentro dos limites de especificação. Isso é
importante na busca da melhoria contínua.
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2.1. Introdução ás cartas de controle para variáveis

Desenvolvimento e interpretação das cartas de controle por variáveis:

 Passo 1: Criação da carta e coleta de dados


 Passo 2: Cálculo dos limites de controle
 Passo 3: Interpretação da estabilidade do processo
 Passo 4: Interpretação da capacidade do processo
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2.2. Cartas das Médias e Amplitudes
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS

1. Tamanho, freqüência e número de amostras


2. Coletar dados e lançar no gráfico
3. Calcular a Média ( x ) e a Amplitude (R)
4. Calcular os limites de Controle para a média e amplitude
5. Marcar as Médias e Amplitude na Carta de Controle.
6. Interpretação da Estabilidade do Processo
7. Interpretação da Capabilidade do Processo
8
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes

1. Tamanho, freqüência e número de amostras

a.Tamanho da amostra – O processo sob investigação determina o modo como


o tamanho da amostra é definido. A variação dentro da amostra determina a
variação peça-a-peça e entre as amostras a variação do processo
b.Freqüência do amostra – A meta é detectar mudanças no processo no
decorrer do tempo, de tal forma, que as causas potenciais de mudança entre
turnos, operadores, matéria-prima, entre outras possam ser devidamente
identificadas.
c.Número de amostras – O número de amostras deveria assegurar que as
maiores fontes da variações tenham oportunidade de aparecer. Normalmente 25
amostras contendo 100 ou mais leituras individuais, oferece um bom teste para
avaliar a estabilidade.
9
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes R = ∑R / nR =

5,00

AMPLITUDE
4,00

2. Coletar dados e lançar no gráfico 3,00


2,00

As características são coletadas em 1,00


0,00
amostras e podem consistir em uma ou SUBGRUPO 1 2 3 4 5

mais peças. Em geral, uma amostra HORA


DATA
maior facilita a detecção de mudanças 1 5,40 4,80 7,20 4,70 4,50
2

Leituras
6,20 6,30 4,60 4,30 5,70
pequenas no processo 3 5,50 4,00 5,60 6,90 5,30
4 5,10 6,00 5,10 6,80 5,40 Média
5 4,80 4,10 6,60 4,40 5,30
Amostras Soma= 27,0 25,2 29,1 27,1 26,2
X= 5,40 5,04 5,82 5,42 5,24 Amplitude
R= 1,40 2,30 2,60 2,60 1,20
10
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R)
3. Calcular a Média do Processo (X) e a Amplitude Média (R)

Para cada amostra é calculado o valor da Média e da Amplitude

X1  X 2  X3  ...  XK R1  R 2  R 3  ...  RK
X R
K K
n n

 Xi  Ri
X i 1
R i1
n n
X = ∑x / nx 5,050 LSC: X + (A2 x R)=

11
8,00
7,50
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 7,00

6,50
LSC X =
4. Estabelecendo os Limites de Controle.

CARTA DA MÉDIA
6,00

5,50 X
Os limites de Controle são calculados para 5,00

4,50

mostrar a extensão na qual as médias e 4,00 LIC X =


3,50

amplitudes deveriam variar se apenas 3,00

2,50

causas comuns de variação estivessem R = ∑R / nR = 2,407 LSC: D4 x R =

presentes. 5,00 LSCR =

AMPLITUDE
4,00

LSCR  D 4  R 3,00
2,00 R
1,00

LICR  D3  R S UB GR UP O
HORA
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

DATA

LSC X  X  ( A 2  R) 1
2
### 4,80 7,20 4,70 4,50 5,70 4,90 6,00 5,90 3,50 3,90

Leituras
### 6,30 4,60 4,30 5,70 4,20 3,70 3,00 3,90 5,70 4,20
3 ### 4,00 5,60 6,90 5,30 2,70 4,30 5,30 6,50 3,20 6,20
4 ### 6,00 5,10 6,80 5,40 5,10 4,10 3,90 2,70 3,60 6,30

LIC X  X  ( A 2  R)
5 ### 4,10 6,60 4,40 5,30 5,90 5,40 5,30 4,60 5,20 4,00
Soma= ### 25,2 29,1 27,1 26,2 23,6 22,4 23,5 23,6 21,2 24,6
X= ### 5,04 5,82 5,42 5,24 4,72 4,48 4,70 4,72 4,24 4,92
R= ### 2,30 2,60 2,60 1,20 3,20 1,70 3,00 3,80 2,50 2,40
* Para tramanho d e amo s t ras meno res q ue 7 (set e), não há limite inferio r d e co ntro le p ara amp litud e.
X = ∑x / nx 5,050 LSC: X + (A2 x R)=
8,00
7,50 12
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 7,00
LSC X =
6,50

CARTA DA MÉDIA
6,00

5. Marcar as Médias e Amplitude na 5,50 X


5,00
Carta de Controle. 4,50

4,00 LIC X =
Isto deve ser feito logo após a
3,50

3,00

realização do cálculo da média e 2,50


R = ∑R / nR = 2,407 LSC: D4 x R =

amplitude e dos limites superior e 5,00 LSCR =

AMPLITUDE
inferior. Faça a união dos pontos com 4,00

3,00
uma linha, isto permitirá a análise de 2,00 R
tendência do gráfico que irá se 1,00
0,00

formando gradativamente. S UB GR UP O
HORA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

DATA
1 ### 4,80 7,20 4,70 4,50 5,70 4,90 6,00 5,90 3,50 3,90
2

Leituras
### 6,30 4,60 4,30 5,70 4,20 3,70 3,00 3,90 5,70 4,20
3 ### 4,00 5,60 6,90 5,30 2,70 4,30 5,30 6,50 3,20 6,20
4 ### 6,00 5,10 6,80 5,40 5,10 4,10 3,90 2,70 3,60 6,30
5 ### 4,10 6,60 4,40 5,30 5,90 5,40 5,30 4,60 5,20 4,00
Soma= ### 25,2 29,1 27,1 26,2 23,6 22,4 23,5 23,6 21,2 24,6
X= ### 5,04 5,82 5,42 5,24 4,72 4,48 4,70 4,72 4,24 4,92
R= ### 2,30 2,60 2,60 1,20 3,20 1,70 3,00 3,80 2,50 2,40
* Para tramanho d e amo s t ras meno res q ue 7 (set e), não há limite inferio r d e co ntro le p ara amp litud e.
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 13
7. Interpretação do Controle do Processo

Uma vez estabelecidos, os Limites de Controle representam o comportamento


do processo, é a voz do processo, é assim que se comportará ao longo do
tempo se, e somente se, ocorrerem apenas causas comuns de variação.
A presença de causas especiais de variação, ver indicação na Carta de
Controle, indicará uma situação indesejável e uma consequente oportunidade de
melhoria.
A habilidade em interpretar tanto a amplitude dos subgrupos, como as médias
dos subgrupos, depende da estimação da variabilidade peça-a-peça. A carta R é
analisada em primeiro lugar. Os pontos da carta são comparados com os limites
de controle da amplitude para verificar pontos fora, padrões anormais ou
tendências.
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 14
A avaliação dos sinais estatísticos
Primeiro na Carta das Amplitudes e depois na Carta das Médias
Pontos além dos Limites de Controle
Acima ou abaixo:
Ponto mal calculado ou mal marcado.
A variabilidade da peça-a-peça ou a dispersão da distribuição aumentou.
O sistema de medição mudou (inspetor – dispositivo).
Falta descriminação adequada no sistema de medição.
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 15

A avaliação dos sinais estatísticos


Sequências
7 pontos consecutivos acima ou abaixo da média ou tendência crescente ou
decrescente.
Mau funcionamento do equipamento
Fixação com folga.
Um novo lote de matéria-prima menos uniforme.
A menor dispersão dos dados, geralmente é uma boa condição, que deveria ser
estudada para aplicação mais ampla.

Mudança no sistema de medição.


2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 16
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 17
Tratamento das Causas especiais

Para cada indicação de uma causa especial nos dados da amplitude conduza
uma análise do processo para determinar a causa e melhorar a compreensão.
Corrija aquela condição e previna para que não se repita.

Nem todas as causas especiais são negativas, algumas podem resultar em


melhorias para o processo em termos de diminuição da variação na amplitude.
Estas causas especiais deveriam ser analisadas para a sua institucionalização
no processo, onde apropriado.
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 18
0,733 LSC: X + (A 2 x R)= 0,835 LIC = X - (A 2 x R)= 0,630

Encontrar e tratar
causas especiais Encontrar e tratar
causas especiais
Carta de Médias

0
0 0
0 0

0 0
0 0
0

0
0

Encontrar e tratar
causas especiais

R = média de R = 0,177 LSC: D4 x R = 0,373 LIC: D3 x R = 0,00


Amplitudes

0 0
0 0 0 0 0

0 0

0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 19

Recalculando os Limites de Controle


Quando for conduzido um estudo inicial de processo ou uma reavaliação da
capabilidade do processo, os limites de controle deveriam ser recalculados para
excluir os efeitos dos períodos fora de controle para os processos cuja causas
especiais tenham sido claramente identificadas e removidas ou
institucionalizadas.

Exclua o subgrupos afetados para recalcular os novos limites de controle.


Quando um subgrupo for retirado da carta R, deve também ser excluído da carta
das médias, para recalcular os Limites de Controle das médias, volte a formula
inicial ( X  A2.R ).
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 20
X = média X = 0,716 LSC: X + (A2 x R)= 0,81924 LIC = X - (A2 x R)= 0,613

1,00

0,95

0,90

0,85
0

0,80
0
0
0 0 0
0,75 0 0 0
0 0
0 0
0
0,70 0 0
0
0
0
0 0
0 0
0,65 0
0

0,60

0,55

0,50

R = média de R = 0,178 LSC: D4 x R = 0,376 LIC: D3 x R = 0,00


0,50

0,40 0

0,30 0

0 0
0,20 0 0 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0 0 0 0

0,10 0 0 0

0 0

0,00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 21
X = média X = 0,733 LSC: X + (A2 x R)= 0,835 LIC = X - (A2 x R)= 0,630

1,00

0,95

0,90

0,85

0,80
0
0
0 0 0
0,75 0 0
0 0
0 0
0
0,70 0
0
0

0,65

0,60

0,55

0,50

R = média de R = 0,177 LSC: D4 x R = 0,373 LIC: D3 x R = 0,00


0,50

0,40

0,30
0 0
0,20 0 0 0 0 0 0 0

0 0 0 0

0,10 0

0,00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 22
2.2. Cartas das Médias e Amplitudes (X e R) 23
Conceitos finais sobre o “Controle”
Quando os dados iniciais (ou históricos) estão consistentemente contidos dentro
dos limites de controle preliminares, poderão então, ser estendidos para cobrir
períodos futuros. Pode ser desejável ajuste do processo para o alvo se o centro do
processo estiver fora.
Os Limites de controle, uma vez definidos, devem ser utilizados para monitoração
contínua do processo com o operador e a supervisão local respondendo aos sinais
de condições fora de controle, com ação imediata.
Uma alteração do tamanho do subgrupo afetaria a amplitude, a média e os limites
de controle. Esta situação poderia acontecer, por exemplo, se fosse decidido que
amostras menores fossem tomadas e com mais frequência, para assim detectar
grandes mudanças no processo mais rapidamente sem aumentar o número total de
peças amostradas por dia. Neste caso, todos os cálculos deveriam ser refeitos,
incluindo o cálculo com o novo desvio padrão estimado ( = R/d2 )
Interpretação da capacidade do processo 24
Cp e Pp :Estes índices indicam a potencial capacidade do processo, que
poderia ser atingida se o processo estivesse centrado. Este índice só deve
ser utilizado para tolerâncias bilaterais.
Processo descentrado Processo centrado
Interpretação da capacidade do processo
25
Ppk e Cpk : Como podemos ver anteriormente o Pp e o Cp não avaliam a
capacidade real do processo pois não verificam se o processo está centrado ou
não. A capacidade real do processo é melhor estimada pelos índices Ppk e Cpk,
pois estes levam em conta a centralização do processo conforme indicado na
figura abaixo :

LIE Centro LSE

LIE Centro LSE LIE Centro LSE


Interpretação da capacidade do processo 26
a. Cálculo do Desvio Padrão do Processo
Desde que a variabilidade do processo dentro dos subgrupos é refletido nas
amplitudes dos subgrupos, a estimativa do desvio padrão do processo
^ pode ser baseada na amplitude média.
(sigma chapéu) 
Desvio padrão estimado

R
σˆ 
d2

n 2 3 4 5 6 7 8 9 10
d2 1,13 1,69 2,06 2,33 2,53 2,70 2,85 2,97 3,08
Interpretação da capacidade do processo 27
b. Calcular a Capabilidade do Processo

A capacidade do processo para características do tipo nominal é melhor é


estimada pelo Índice de Capabilidade Cp:

LSE  LIE
Cp 
6σˆ
Cp – Capabilidade do Processo
LSE – Limite Superior de Engenharia
LIE – Limite Inferior de Engenharia
^ – Desvio Padrão estimado
Interpretação da capacidade do processo 28
c. Calcular a Capabilidade do Processo

A capacidade real do processo para características do tipo nominal é melhor é


estimada pelo Índice de Capabilidade Cpk:
Sendo que o “Cpk min” decorre de uma das equações abaixo. (a que apresentar
menor valor).

X  LIE
Cpk min 
3σˆ Cpk – Capabilidade do Processo
Equações para LSE – Limite Superior de Engenharia
encontrar o “Cpk min”. LSE  X LIE – Limite Inferior de Engenharia
Cpk min  ^ – Desvio Padrão estimado

3σˆ =
X – Média do processo
Interpretação da capacidade do processo 29
Na tabela abaixo podemos verificar a relação do índice de capacidade do
processo com outro índice que mede a proporção de não conformidades e o
PPM, também utilizado para medir a qualidade dos produtos fornecidos aos
nossos clientes.

CPK Peças aprovadas Cpk = 1 = 1000 PPM


<0 0% Cpk = 1,33 = 100 PPM
0,50 50% Cpk = 1,6 = 1 PPM
1,00 99,97%
1,33 99,99997%
2,00 99,99999997%
3,00 99,999999999997%

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