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C.E.P.

– CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO

Definição: É um método sistemático de análise de dados e uso de informações para resolver


problemas e controlar operações.

Sistema de controle de qualidade:


- Sistema de detecção: atua sobre o resultado do processo.
- Sistema de prevenção: atua no processo.
Custo da não qualidade:
- Custo de prevenção.
- Custo de avaliação.
- Custo de reparação (custo de falhas internas e externas).

Especificação:
Definição: São os requisitos pré-estabelecidos do produto, que devem ser obedecidos a fim de que o
mesmo atenda às necessidades para as quais foi criado. Através das especificações é que
determinamos a qualidade do lote.

Tolerância:
Definição: É a faixa de variação admissível para a dimensão.

Processo:
Definição: É o sistema de trabalho adotado para se produzir determinado produto dentro das
especificações, sendo constituído de cinco fatores que influenciam no seu comportamento:
- Mão-de-obra.
- Máquina.
- Métodos.
- Material.
- Meio ambiente.

Ferramentas básicas para a utilização de C.E.P.:

Gráfico de Pareto
Definição: É um gráfico de barras onde cada barra representa um dos problemas existentes. A
altura de cada barra corresponde a incidência do problema que está sendo analisado e estes são
ordenados de modo decrescente em relação as freqüências de ocorrência.
Essa abordagem foi feita por J. M. Juran, que estabeleceu a “regra dos poucos vitais e dos
muitos triviais”. Através de sua utilização decide-se onde concentrar os esforços de modo a termos um
melhor retorno

Histograma
Definição: É um diagrama de barras de uma distribuição de freqüências. Eles auxiliam na
visualização da distribuição da característica que está sendo estudada.

Folhas de verificação
Definição: São folhas para coleta de dados que ajudam a garantir a qualidade dos mesmos. As
mais comuns são as folhas de verificação para distribuições do processo, para itens defeituosos, para
localização de defeitos e para causa e efeito.

Diagrama de fluxo
Definição: É um diagrama que mostra em qual ordem ocorrem os passos ou atividades de um
processo, facilitando a identificação dos pontos do processo onde o controle das atividades deve ser
iniciado.

Diagrama de causa e efeito ou diagrama de espinha de peixe


Definição: É um diagrama que tem como objetivo, pesquisar as relações entre causas e efeitos
que intervém no processo. As causas ou os fatores são representados por setas que concorrem para o
efeito que está sendo estudado.
Geralmente os processos são analisados a partir de cinco grupos de fatores, a saber: máquina,
método, material, mão-de-obra e ambiente.

Diagrama de dispersão
Definição: É um gráfico para duas características que ajuda a verificar a existência de relação
causal e a determinar a força e tendência desta relação.

Série Temporal
Antes de se estabelecer os limites de controle e de se calcular os índices é importante ter certeza
de que o processo está estável. Quando as amostras forem retiradas seqüencialmente, é necessário
fazer um gráfico dos dados em função do tempo, isto é, em função da ordem em que esses dados foram
coletados. Tendências e ciclos presentes no processo são facilmente detectados através do uso de tais
gráficos.

Carta de controle:
Definição: É uma ferramenta utilizada para verificar o comportamento do processo durante a sua
execução, a fim de se saber se o mesmo está ou não está sob controle. Esta ferramenta é constituída
de uma folha onde na frente aparecem os gráficos de controle e no verso o diário de bordo. Para se
controlar as variações do processo ao longo do tempo é conveniente retirar-se algumas amostras em
intervalos regulares de tempo de modo que estas sejam representativas do lote produzido naquele
intervalo de tempo. Os resultados da avaliação destas amostras devem ser registrados num gráfico
cartesiano denominado carta de controle.
Através da utilização das cartas de controle podemos detectar variações na centralização, na
dispersão ou em ambas.

Diário de bordo:
Definição: Diário de bordo é um complemento da carta de controle que traz em seu verso um
espaço próprio para se registrar todas as mudanças ocorridas durante o processo. Este instrumento é de
importância vital para a análise do comportamento do gráfico de controle, devendo ter em cada registro
a data, a hora e o comentário explicando claramente todas as informações possíveis a respeito das
mudanças ocorridas.

Estabilidade:
Definição: Diz-se que um processo está estável quando existe a repetibilidade de resultados. Só
há sentido de se tentar controlar estatisticamente um processo estável.

Coleta dos dados:


- Que dados devem ser coletados?
- Em que ponto do processo os dados devem ser coletados?
- Como os dados serão coletados? (tempo, custo X acurácia e precisão do processo de medida)

Para responder a estas perguntas devemos:


1) Selecionar amostras no início do processo e conhecer as limitações do operador.
2) Selecionar amostras separadamente para isolar as fontes de variação.
3) Minimizar mudanças dentro das amostras.
4) Decidir a freqüência de amostragem, levando em conta quão crítica é a característica estudada, qual
é o controle e a capacidade histórica do processo, o tipo do processo e o custo envolvido.

Para coletarmos os dados de forma correta é importantíssimo:


1) Saber o objetivo de se coletarem os dados.
2) Identificar os parâmetros específicos.
3) Saber se a utilização do C.E.P. duplicará algo que já foi ou está sendo feito.
4) Decidir quem coletará os dados, como será feita tal coleta e onde os dados se originarão.
5) Construir os formulários de coleta dos dados e decidir onde e por quanto tempo os dados serão
conservados.
6) Resolver quem coordenará o programa e decidir se há necessidade de algum treinamento.
7) Saber quem preparará o relatório final e para quem este será enviado.
8) Saber se já foi conseguida a autorização do orçamento para o projeto

CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS:

CARTAS DE CONTROLE PARA A MÉDIA ( X ) E PARA A AMPLITUDE ( R )

Limite de controle para média:

σ
LSC X = µ + 3
n
σ
LIC X = µ − 3
n

Estimativa da média = X

R
Estimativa do desvio padrão (se n < 8) = , onde:
d2
R= amplitude amostral
d2 é um fator tabelado que varia com o tamanho da amostra

Temos:

3R
LSC X = X +
d2 n

3R
LIC X = X −
d2 n

3
Se A2 = , então temos: LSC X = X + A2 R LIC X = X − A2 R
d2 n

Se n ≥ 8, estima-se σ por s e utiliza-se a carta de controle para X e s.

Limites de controle para a amplitude:

Estimativa da amplitude = R
Estimativa do desvio padrão da amplitude = d3σ, onde d3 é um fator de correção tabelado (para 2 ≤ n ≤
10).
Os limites de controle para a amplitude serão:

⎛ d3 ⎞ ⎛ 3d ⎞
LSCR = R + 3⎜⎜ ⎟⎟ R = ⎜⎜1 + 3 ⎟⎟ R = D4 R
⎝ d2 ⎠ ⎝ d2 ⎠

⎛ d3 ⎞ ⎛ 3d ⎞
LICR = R − 3⎜⎜ ⎟⎟ R = ⎜⎜1 − 3 ⎟⎟ R = D3 R se D3 > 0. Caso contrário não existirá LICR
⎝ d2 ⎠ ⎝ d2 ⎠

Após calcular os limites de controle é necessário verificar se o processo é estável.


Critérios mais utilizados: verificar em cada gráfico se:
-Não há ponto acima do limite superior de controle nem abaixo do limite inferior de controle.
-Não há uma seqüência de sete pontos acima ou abaixo da média.
-Não há uma seqüência de sete pontos subindo ou descendo.

Deve-se a seguir interpretar as cartas de controle do processo, se necessário identificando e corrigindo


as causas especiais, utilizando o diário de bordo. Caso seja necessário, calcular os novos limites de
controle, desconsiderando as amostras que deram origem a causas especiais.

Capacidade do processo

Definição: É a característica que nos indica se o processo é capaz de manter a reprodutibilidade,


isto é, se ele consegue manter o limite superior e o limite inferior de controle entre o limite superior e o
limite inferior de especificação. Só há sentido em calcular capacidade para processos estáveis.

tolerância ( LSE − LIE )


Cp = =
dispersão 6σ̂
Onde: LIE = limite inferior de especificação
LSE = limite superior de especificação

R
σˆ =
d2

Se Cp > 1 então o processo tem condições de produzir itens dentro da especificação, se o


mesmo estiver centralizado.

Z min
Cpk =
3
Onde Zmin = min(Zi ;Zs) com:

( X − LIE ) ( LSE − X )
Zi = e Zs =
σ̂ σˆ

Se Cpk ≥ 1 , o processo é dito capaz.


Se Cpk < 1, o processo é dito incapaz.
Se Cpk ≅ Cp, o processo está centralizado.

Se o processo for incapaz devemos determinar a porcentagem de itens fora da especificação,


utilizando a tabela da distribuição normal.

P(fora da especificação) = P(Z < –Zi) + P(Z > Zs)

DADOS PARA A CARTA DE CONTROLE PARA A MÉDIA ( X ) E PARA A AMPLITUDE ( R )

Especificação: 225 a 275 g


Atividade: produção de bolo industrial
Característica: peso do bolo (em g)
Tamanho da amostra: 5 peças
Freqüência média das retiradas de amostras: de ½ em ½ hora
Total de amostras: 25
horário 1 2 3 4 5 X R
07:00 266 267 266 268 282
07:30 260 272 258 262 283
08:00 288 270 280 270 282
08:30 255 266 264 266 272
09:00 276 274 284 272 276
09:30 257 280 280 270 272
10:00 272 280 264 264 284
10:30 282 268 272 261 275
11:00 264 270 269 258 260
11:30 266 257 262 263 265
12:00 260 263 266 265 258
12:30 268 270 274 269 260
13:00 278 278 278 278 280
13:30 254 272 274 268 265
14:00 270 261 255 263 271
14:30 258 272 272 280 265
15:00 280 272 268 270 265
15:30 264 270 278 264 270
16:00 260 266 258 270 269
16:30 269 274 269 286 268
17:00 281 275 283 274 279
17:30 281 278 277 274 282
18:00 285 275 276 280 275
18:30 267 272 276 275 270
19:00 262 268 276 274 260
GABARITO:
horário 1 2 3 4 5 X R
07:00 266 267 266 268 282 269,8 16
07:30 260 272 258 262 283 267,0 25
08:00 288 270 280 270 282 278,0 18
08:30 255 266 264 266 272 264,6 17
09:00 276 274 284 272 276 276,4 12
09:30 257 280 280 270 272 271,8 23
10:00 272 280 264 264 284 272,8 20
10:30 282 268 272 261 275 271,6 21
11:00 264 270 269 258 260 264,2 12
11:30 266 257 262 263 265 262,6 9
12:00 260 263 266 265 258 262,4 8
12:30 268 270 274 269 260 268,2 14
13:00 278 278 278 278 280 278,4 2
13:30 254 272 274 268 265 266,6 20
14:00 270 261 255 263 271 264,0 16
14:30 258 272 272 280 265 269,4 22
15:00 280 272 268 270 265 271,0 15
15:30 264 270 278 264 270 269,2 14
16:00 260 266 258 270 269 264,6 12
16:30 269 274 269 286 268 273,2 18
17:00 281 275 283 274 279 278,4 9
17:30 281 278 277 274 282 278,4 8
18:00 285 275 276 280 275 278,2 10
18:30 267 272 276 275 270 272,0 9
19:00 262 268 276 274 260 268,0 16

X =270,43 ; R = 14,64 ; n = 5
A2 = 0,577 ; D3 não existe ; D4 = 2,114 ; d2 = 2,326

R 14,64
σˆ = = = 6,29
d 2 2,326

µˆ = X = 270,43

LSC X = X + A2 R = 270,43 + 0,577 x 14,64 = 278,88

LIC X = X − A2 R = 270,43 − 0,577 x 14,64 = 261,98

LSCR = D4 R = 2,114 x 14,64 = 30,95

LICR não existe


Carta de controle para média e R para o peso do bolo industrial
280
UCL=278,9
Sample Mean

270 Mean=270,4

LCL=262,0
260
Subgroup 0 5 10 15 20 25

30 UCL=30,96
Sample Range

20
R=14,64
10

0 LCL=0

O processo está estável.

Especificação: 225 a 275 g


tolerância ( LSE − LIE ) 50
Cp = = = = 1,32 > 1
dispersão 6σˆ 6 x 6,29

( X − LIE ) 270,43 − 225


Zi = = = 7,22
σˆ 6,29

( LSE − X ) 275 − 270,43


Zs = = = 0,73
σˆ 6,29

Z min min(Z i , Z s ) 0,73


C pk = = = = 0,24 < 1 → o processo não é capaz.
3 3 3

C p ≠ C pk → O processo não está centralizado

P(fora da especificação) = P(Z < –Zi) + P(Z > Zs) = P(Z < –7,22) + P(Z > 0,73) = 0 + ( 1 – P(Z ≤ 0,73) ) =
1 – 0,7673 = 0,2327

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