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PSICOLOGIA
Jeniffer Camargo
[...] E chegar a um fim é chegar a um
início. É do fim que começamos.
Clare Winnicott...
PROCESSO FORMATIVO
MERCADO DE TRABALHO
• O curso de psicologia é um curso denso e longo. Suados 5 anos de estudos para que
possamos tem uma compreensão da mente e do comportamento humano.
• Você só pode começar a atuar depois de ter o seu registro, o número do CRP, que
comprova que você fez a sua inscrição.
https://www.crpsp.org/
PROCESSO FORMATIVO
ATENDIMENTO ONLINE
Acompanhando a tendência tecnológica mundial, o Conselho Federal de Psicologia
(CFP), por meio da Resolução CPF 11/2018, regulamentou o atendimento psicológico
clínico online.
Mesmo antes da pandemia, esta modalidade já era bem aceita em nossa área, mas durante
a pandemia e atualmente é uma modalidade bem aceita tanto pelos pacientes quanto pelos
profissionais e percebemos que é tão eficaz quanto o atendimento presencial.
Alguns benefícios:
Mantém o distanciamento: Em época de crise sanitária, o trabalho não precisa
ser suspenso;
Oferece flexibilidade: Dias e horários mais adequados a rotina;
Reduz custos: Diminuição das despesas de um consultório;
Favorece quem tem dificuldade de locomoção.
Para que possamos atender de forma online, precisamos:
Realizar o cadastro na plataforma e-psi.
MERCADO DE TRABALHO EM
PSICOLOGIA
MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA
Psicologia Organizacional
Se a sua praia é o mundo empresarial, mas está com uma quedinha pela Psicologia, saiba
que é possível unir o útil ao agradável.
De que maneira?
Psicologia Hospitalar
• Em 1.947 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.
• Abordagem pontual;
• Ambiente aberto;
• Terapia do luto;
• Treinamento de equipe
Psicologia Educacional
• A Lei 13.935/2019 determina que as redes públicas de educação básica de todo o país
contarão com serviço social e de psicologia em equipes multiprofissionais com o objetivo
de atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação.
• “temos que nos preparar psicologicamente para esta partida” ou “fisicamente o time está
bem, mas psicologicamente vem passando por dificuldades” ou, ainda, “temos que elevar
o moral para virarmos o jogo” (BECKER & SAMULSKI, 1998, p. 31).
Psicologia Clínica
• A psicologia clínica é o segmento mais antigo da psicologia, afinal, ela trata pessoas que
sofrem com questões de mal-estar psicológico. Um exemplo de grandes e conhecidos
profissionais que atuam nesse segmento é Sigmund Freud e Carl Jung;
Objetivos:
• Estude e Capacite-se;
Psicanálise
A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor.
Sigmund Freud
Aquele que olha para fora sonha. Mas o que olha para dentro acorda.
Carl Gustav Jung
Você pode saber o que disse, mas nunca o que outro escutou.
Jacques Lacan
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA
Psicanálise
• Seu grande precursor foi Freud, que enfatiza processos mentais inconscientes.
Não são as coisas que nos perturbam, mas visão que temos
dessas coisas.
Epictetos I d. C
Terapia Cognitivo - Comportamental
• Comprovada cientificamente
• Promove o autoconhecimento;
• É objetiva;
• Promove a Psicoeducação.
AULA 2
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos
Autoconhecimento
Durante o processo psicoterapêutico, independente do seu objetivo, os pacientes adquirem
autoconhecimento. O grau é variável uma vez que a aquisição de conhecimento sobre si
mesmo depende do foco da psicoterapia e da disposição do paciente.
Enfrentar fragilidades não é fácil. Você pode acabar descobrindo que possui um
comportamento que critica em outras pessoas e ter dificuldade para lidar com a situação.
Entretanto, entender e aceitar que as pessoas são feitas de contradições é parte do
processo de autoconhecimento.
Ele não costuma ser linear, aliás. Você vai avançando à medida que acredita estar pronto e
pode voltar a questões aparentemente já resolvidas a qualquer instante.
Apesar disso, o ato de se autoconhecer traz esclarecimento e confiança para lidar melhor
com as situações. Quando você sabe quem é e sabe o que quer, críticas e comentários
maldosos, momentos de adversidade e aparentes ‘fracassos’ não conseguem te abalar.
A certeza inabalável que o autoconhecimento fornece conduz os pacientes de psicoterapia
à uma vida mais tranquila, feliz e equilibrada. Embora você tenha consciência de seus
defeitos e fraquezas, o seu principal foco passa a ser as suas qualidades, forças e vitórias.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil
Nós psicólogos também temos o papel de orientar os pais a família a como se comportar e
agir diante das situações.
A primeira sessão de psicoterapia infantil é realizada com os pais ou responsáveis pela
criança. Nesse primeiro momento, buscamos entender os motivos que levaram a família a
buscar ajuda, a história de vida e a dinâmica familiar e social da criança. Dessa forma
conseguimos entender a queixa com maior clareza e elaborar estratégias de acordo com a
necessidade de cada caso.
Quando começar?
O cuidado com o estado emocional da criança é de grande importância para que ela
possa enfrentar as próximas fases no seu desenvolvimento e amadurecimento sem
prejuízo. Portanto, não há limite de idade para iniciar uma psicoterapia infantil.
Quanto antes identificada a necessidade desse cuidado, melhor. Afinal, cuidar da saúde
mental das crianças significa prevenir a saúde mental do adolescente e do adulto.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil
Dificuldades e transtornos psicológicos não ficam restritos ao mundo dos adultos. Diferente
de como se pensava tempos atrás, a infância não é isenta de dificuldades e transtornos
psicológicos, como ansiedade e depressão, por exemplo.
São vários os motivos que levam uma criança à terapia. Muitas vezes os pais percebem
alterações no comportamento dos filhos. Outras vezes, o encaminhamento é feito por
indicação de outros profissionais da saúde que acompanham a criança, como pediatras,
neurologistas, terapeutas ocupacionais ou fonoaudiólogos. E, em algumas situações, a
escola é a solicitante.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil
Como a psicoterapia pode colaborar com o as pessoas que estão na terceira idade?
O ”compartilhar”, o ”refletir” e o ”ser olhado” são fundamentais para qualquer pessoa,
em qualquer período da vida, mas olhando as características da Terceira Idade, através
dessa perspectiva, podemos validar a necessidade do processo de psicoterapia nesse
momento da vida do idoso, afinal, nunca é tarde para se viver, principalmente
quando renascemos para um novo ciclo de nossas vidas.
a adaptação do idoso às alterações decorrentes nesta etapa da vida;
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos
auxiliar no desenvolvimento da
sua autonomia e independência, favorecer
também familiares e cuidadores;
• Psicologia Escolar/Educacional;
• Psicologia Organizacional e do Trabalho;
• Psicopedagogia;
• Psicologia de Tráfego;
• Psicomotricidade;
• Psicologia Jurídica;
• Psicologia Social;
• Psicologia do Esporte;
• Neuropsicologia;
• Psicologia Clínica;
• Psicologia em Saúde; e
• Psicologia Hospitalar;
• Avaliação Psicológica.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
O psicólogo deve
mudar a mente das
pessoas.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
O fato é que não existe lei que proíba o atendimento, no entanto não pode haver
relacionamento que afete negativamente o tratamento do paciente.
Falso.
Todos temos questões e problemas. Isto faz parte da nossa vida.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
Psicoterapia substitui
medicação
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
Além de guardar sigilo, temos que aliar com o paciente isto. Faz
parte do contrato terapêutico. que todas as informações que são
ditas na sessão e informações sobre o tratamento, uso de
medicação, pagamento, frequência, são sigilosas.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
O artigo 10 do Código de Ética dispõe sobre a possibilidade do(a) psicólogo(a) decidir pela
quebra do sigilo, sendo que deverá estar pautado(a) pela análise crítica e criteriosa da
situação, tendo em vista os princípios fundamentais da ética profissional e a direção da
busca do menor prejuízo.
O Psicólogo só poderá
atender situações as quais
já vivenciou.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
Jamais.
Se fosse assim, um médico só poderia tratar doenças das quais ele passou.
E isto é impossível.
• Lembre-se que a primeira consulta tem como principal objetivo que psicólogo e
cliente/paciente se conheçam. O acolhimento é fundamental neste momento.
• Não é hora de mostrar serviço, é hora de servir, de se colocar à disposição do outro
• Não é hora de parecer bom, mas de estar realmente presente.
• Seja respeitoso e acolhedor;
• Lembre-se que não deve ter sido fácil para aquela pessoa chegar na sua frente.
• Possivelmente também não vai estar sendo fácil para você. Afinal, é comum que o
primeiro atendimento gere ansiedade em nós. Já que não sabemos como será a
pessoa que iremos atender, nem qual será o tema da busca pela terapia, nem se
teremos condições de ajudá-la.
• Lembre-se que não é a sua performance que importa aqui. Na hora do atendimento,
tente se desconectar dos seus “deverias” ou “tenho que”. E busque, ao máximo, se
conectar com a pessoa que está na sua frente. Se conectar com o encontro que
você está tendo com a pessoa que está ali na sua frente.
MEU PRIMEIRO PACIENTE CHEGOU
A terapia não é oferecer uma solução prática para o que ele está
vivendo. Se apresente e apresente a terapia como um outro ponto
de suporte possível para ajudá-lo a alcançar a mudança que
deseja.
O rapport é uma técnica para criar empatia com as outras pessoas. Originário da palavra
francesa rapporter, o termo indica a conexão natural que se cria entre indivíduos. Assim é
possível gerar confiança durante a comunicação, fazendo com que quem a recebe interaja
e fique mais receptivo.
O rapport é uma técnica para criar empatia com as outras pessoas. Originário da palavra
francesa rapporter, o termo indica a conexão natural que se cria entre indivíduos. Assim é
possível gerar confiança durante a comunicação, fazendo com que quem a recebe interaja
e fique mais receptivo.
Algumas técnicas se mostram eficazes para estabelecer um bom rapport e são elas:
Escuta ativa: trata-se de escutar o que o paciente quer contar sem interromper;
Receptividade: para existir um bom rapport é muito importante que o terapeuta se
mostre receptivo com seu paciente.
Empatia: se colocar no lugar do outro é indispensável se queremos prestar alguma
ajuda. Apenas com empatia é possível gerar confiança para assim, ajudar as pessoas;
Ausência de julgamento: um dos elementos mais importantes, que fazem com que haja
ainda mais facilidade para se estabelecer verdadeiramente o rapport é suspender todo
e qualquer tipo de julgamento com relação ao outro, pois se tentamos estabelecer uma
comunicação com alguém e colocamos nesta comunicação nossos preconceitos,
passando a julgar tudo o que a pessoa nos diz e o seu modo de ser, agir e levar a sua
própria vida, não conseguimos estabelecer uma conexão genuína
Linguagem verbal e não verbal: deve-se ter cuidado na hora de comunicar com o
paciente, pois muitas vezes pode ser dito algo que pareça incoerente com suas
expressões ou gestos. A coerência entre linguagem verbal e não verbal é fundamental
na relação entre terapeuta e paciente, pois sem ela não é possível criar um “clima” de
colaboração e confiança.
Contrato com o paciente/cliente.
Conforme Resolução CFP nº 001/2009, art. 1º, é obrigatório que a(o) Psicóloga(o)
possua o registro dos serviços prestados, independentemente da área de atuação, de
ser atendimento individual ou grupal, ou da frequência dos atendimentos.
2º. Deve ser mantido permanentemente atualizado e organizado pelo psicólogo que
acompanha o procedimento.
I. Identificação do usuário/instituição;
II. Avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho;
III. Registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo e
seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados;
IV. Registro de Encaminhamento ou Encerramento;
V. Cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição
do serviço de psicologia prestado deverão ser arquivadas, além do registro da data de
emissão, finalidade e destinatário;
VI. Documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica
deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Redação dada
pela Resolução CFP nº 5/2010).
O consultório – Alugar ou Sublocar
O consultório – Alugar ou Sublocar
Agora, uma dúvida que é muito comum dos profissionais que estão começando é:
Devo montar meu espaço ou sublocar:
Quais as vantagens de atuar como empresa? E será que o psicólogo precisa ter
CNPJ?
Além de pagar menos impostos e ficar em dia com o fisco, atuando como empresa, o
psicólogo tem outras vantagens. Uma delas é mostrar profissionalismo e maturidade,
depois vem a organização da vida financeira, a possibilidade de emissão de notas fiscais
EI (Empresário Individual)
Como empresário individual você pode abrir uma empresa onde o único funcionário será
você, não existindo a presença de nenhuma outra pessoa jurídica ou física.
1. Autoconhecimento
Esse ponto diz respeito a você se conhecer, saber quais são suas qualidades,
capacidades e como explorar cada um deles da melhor maneira.
2. Organização
Um profissional organizado terá maior facilidade em lidar com prazos e entregas, até
mesmo as mais urgentes. Isso vai desde ter uma mesa arrumada até ter os trabalhos
em dia e com uma previsão de entrega.
3. Pontualidade
A organização, mencionada logo acima, anda de mãos dadas com a pontualidade. Tem
a ver com respeitar seu tempo e de seus colegas. Chegar no horário, cumprir
compromissos de agenda e entregar suas atividades no prazo fazem parte disso.
4. Qualificação
Toda área de atuação está em constante atualização, por isso é necessário se manter
por dentro das principais tendências para não ficar para trás.
Imagem Profissional
5. Cumprimento de acordos
Cuide com as palavras. Sua fala tem valor e sua equipe precisa saber que pode
confiar em você e no que foi prometido/acordado. Isso reflete comprometimento e
profissionalismo diante do time.
6. Visibilidade
Esse passo não tem a ver com expor-se de maneira negativa. Para ter visibilidade,
seja alguém que expõe suas ideias dentro da empresa em prol de melhorias,
participando de projetos e reuniões.
7. Networking
Essencial para qualquer área, o networking fará com que mais oportunidades
surjam na sua trilha profissional.
Imagem Profissional
8. Imagem pessoal
A sua aparência também faz parte do pacote para construir uma boa imagem
profissional.
Se há uma regra para se vestir, ... não vá contra si mesma, não vá contra sua própria
natureza. Isso ficará evidente.
DIANE VON FURSTENBERG
9. Modo de falar
A linguagem falada também é de extrema importância.
Cuidado com gírias, erros de português e palavras de baixo calão! Todas devem ser
evitadas, lembrando que é necessário manter o profissionalismo e uma linguagem
adequada ao ambiente de trabalho.
10. Ética
Por último, mas não menos importante: ética.
Ser um profissional ético é o principal passo para conquistar a confiança de todos.
Publicidade dos serviços Psicológicos
Nome Completo
Psicólogo(a)
CRP 06/nº de inscrição no Conselho
Anamnese x Avaliação Psicológica
Motivo de consulta
Trata-se da razão que te levou a iniciar uma terapia: uma ruptura amorosa, problemas
com os pais e mães, baixa autoestima...
Histórico do problema
Isto consiste na pessoa descrever quais são os sintomas do problema, quando
começou o problema, por que pensa que aconteceu, quando se acentua e quando
desaparece.
Impacto biográfico
Uma vez entendido o problema, procede-se para a realização para o segundo tipo de
anamnese mencionado. Isto é, pergunta-se à pessoa sobre outras áreas de sua vida
(trabalho, estudos, plano social, hobbies...) e se veria como o problema pode estar
prejudicando estas outras áreas.
Infância
Em alguns casos pode ser interessante perguntar ao sujeito sobre sua infância
Expectativas
Este ponto é importante já que, em alguns casos, o/a paciente pode chegar a ter
expectativas pouco compatíveis com a realidade.
Como falar sobre valores com o paciente?
O Conselho estipula uma tabela com todos os serviços que o Psicólogo pode
prestar e seus valores: Inferior, Médio e Superior
Como falar sobre valores com o paciente?
Se você fez este acordo com ele no contrato terapêutico, sim. Você pode estabelecer
um período de remarcações. Às vezes pode surgir imprevistos.
Como falar sobre valores com o paciente?
Reajuste na sessão:
Os reajustes existem. Adotar um critério é uma opção, por exemplo a inflação do ano,
o aniversário de contrato. Alinhar isso no contrato terapêutico. O bom vínculo colabora
para que este processo seja tranquilo.
Qual é a função do diagnóstico psicológico?
Como o próprio nome já deixa a entender, esse diagnóstico tem o objetivo de identificar
qual é o quadro clínico do paciente. A partir dessa informação, é possível estabelecer a
melhor forma de abordar o problema. Dependendo da conclusão, pode ser necessário
tomar alguma atitude imediata ou apenas conduzir as sessões normalmente.
• Ter uma boa relação terapêutica irá colaborar com este processo de comunicar o
diagnóstico;
• Entender que o diagnóstico não estabelece quem a pessoa é. E devemos conscientizar
o paciente desta questão.
Qual é a função do diagnóstico psicológico?
Caso Clinico:
P
S
I
C
O
E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
Apresentação do modelo de psicoterapia
• Este tópico é bem interessante e conversa bastante com sua abordagem. Alguns
pacientes, as vezes mais antenados chegam até nos perguntar. Qual sua
abordagem terapêutica. Então é o momento que você vai explicar ao paciente o
que é a psicoterapia.
• Dentre os itens que você pode explanar sobre a psicoterapia, cabe falar sobre a
psicoeducação.
• A psicoeducação é um tipo de intervenção psicológica feita de forma sistemática e
estruturada que busca promover uma ampliação do conhecimento do paciente e das
pessoas próximas a ele a respeito de sua condição de saúde mental.
Quando chegou o dia da primeira entrevista do primeiro paciente, eu tinha uma preocupação
dupla: queria que o apartamento tivesse cara de consultório, mas também queria que não
tivesse cara de consultório no dia de sua inauguração. Afinal, eu pensava, qual paciente
gostaria de descobrir que o analista em que ele vem depositar uma esperança de cura é um
novato absoluto? Cuidei dos detalhes: uma certa desordem de papéis e notas na mesa, uma
pequena desarrumação do acolchoado do divã, para mostrar que alguém já deitara ali, três ou
quatro baganas no cinzeiro (na época não só eu, mas a França inteira fumava), para mostrar
que, naquela tarde, já me debruçara sobre outros destinos cabeludos.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
Esse primeiro paciente se analisou comigo durante sete anos. Era um jovem psiquiatra,
que se tornou analista por sua vez. Alguns anos depois de ele terminar sua análise,
quando eu já era um analista reconhecido e estabelecido, nos encontramos, por acaso,
num congresso e conversamos um pouco. De repente, ele me perguntou: “Eu fui seu
primeiro paciente, não fui?”.
Gostaria de poder dizer que ele estava enganado, que, durante todos estes anos, escutei
meus pacientes com a mesma paixão, vontade de entender e de dizer a coisa certa que
eu sentia no começo daquela primeira análise. E é verdade que, até agora, consigo quase
sempre me surpreender com cada história.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
• Como os caminhos pelos quais um paciente coloca sua confiança num terapeuta são
muitos, se não são inúmeros, o mais simples talvez seja que nos contentemos em ser
nós mesmos (não é preciso desarrumar colchas e deixar baganas nos cinzeiros).
• A experiência certamente ajuda na conduta das curas, mas, de qualquer forma seria bom
que guardássemos sempre alguns elementos do espírito do debutante: a curiosidade, a
vontade de escutar e, por que não, o calor de quem, a cada vez, acha extraordinário que
alguém lhe faça confiança.
Recebendo os
pacientes:
E aí? Como vocês acham que devem atender o primeiro paciente? Devem
cumprimentar com um bom dia, boa tarde ou boa noite, perguntar se está tudo
bem? Devo falar com meu paciente fora da sala, fora do setting? E aí o que
acham?
Cumprimento:
Após a pandemia o contato físico ficou mais restrito, mas não há problema nenhum
em cumprimentar os pacientes da forma que vocês acharem mais conveniente. Seja
com um aperto de mão ou só acenando com a cabeça.
No setting:
Início da sessão:
• Uma pergunta chave e disparadora pode ser: O que o fez procurar ajuda
psicológica?
• Faça perguntas com relação a demanda que o paciente está trazendo: O que, quando
, onde, desde quando;
• Pedir exemplos da situação: Como isso ocorreu, a ultima vez, você pode me dar um
exemplo disto que você está me falando;
• Fazer perguntas abertas acerca de si mesmo ou do problema: O que você pensou a
última vez que isso ocorreu?
• Fazer perguntas abertas sobre os sentimentos apresentados: O que você sentiu
quando isso ocorreu? Você já havia experenciado este sentimento?
• Fazer perguntas para acessar a percepção sobre a causas do problema: Na sua
opinião, por que isto ocorre com você?
• Fazer perguntas para acessar o impacto do problema: o que este problema tem
causado na sua vida pessoal, familiar, afetiva?
Recebendo os
pacientes:
• Fazer perguntas para acessar enfrentamento: Como você tem feito para lidar com
esta situação?
• Perguntar sobre expectativas e conhecimentos do paciente sobre a psicoterapia:
Você já fez psicoterapia? O que sabe sobre este processo? Foi encaminhado por
algum profissional? O que espera do processo? Quais são seus objetivos?
• Fazer perguntas abertas para acessar recursos: Que coisas boas existem em sua
vida que pode te ajudar a mudar. Suas qualidades, pessoas amigas, lugares que
gosta, atividades que gosta.
• Explicar os benefícios da psicoterapia: os recursos, a aliança terapêutica, as
técnicas.
• Explicar que trata-se de um trabalho colaborativo, ou seja, nós psicólogos não temos
as respostas concretas para as perguntas dos pacientes.
Final da sessão: Contrato Terapêutico
• Lembrando que mesmo nos atendimentos com convênio, o único item que não entra
neste acordo são os honorários, uma vez que o paciente paga esta consulta através do
plano de saúde.
Além de apresentar esta parte mais teórica para vocês, achei importante exemplificar
através Caso Clínico. Vamos lá:
CASO CLÍNICO
Confirmação da
sessão
Isso vai depender muito do que você estabeleceu de vinculo com o paciente,
sobretudo da demanda do paciente. Pacientes que estão com alguma situação de
risco, por exemplo suicídio ou automutilação veem no psicólogo alguém que faz parte
de sua rede de apoio. Mas é muito importante estabelecer regras.
Pacientes em situação de risco, são de extrema importância terem uma rede de
apoio. Nosso papel é ajuda-los a trazer alguém para perto.
Como passar os valores para o paciente?
• Encontro;
• Mas não tem nenhum problema de falar com o paciente coisas aleatórias fora da sala
de atendimento: Por exemplo: Que frio ou está chovendo;
• Colegas, nem tudo que o paciente fala é conteúdo de análise.
• Agora, o conteúdo da psicoterapia inicia no momento que perguntamos ao paciente
• Como foi sua semana? Ou Como está? Ou dependendo da sua abordagem você terá
uma estrutura se sessão.
• As vezes acontece de encerrarmos a sessão e o paciente continuar trazendo aquele
assunto. Precisamos acolher da melhor maneira, mas de forma alguma abrir a porta e
acolher a demanda nos corredores.
• A finalização da sessão é algo também que tem a ver bastante com a abordagem do
psicólogo. De qualquer forma, é importante e faz parte do nosso trabalho sinalizar o
paciente.
A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica
Muitas vezes os pacientes têm uma visão equivocada de nós psicólogos. Alguns acham
que somos pessoas sem conflitos, sem angustias e completamente capazes de lidar com
todas nossas complexidades.
Devemos estar bem com as nossas dores para atender e ouvir sem julgamentos. Mais do que
isso, estarmos melhores emocionalmente que o paciente, para não ocorrer transferência
negativa das queixas“
Psicanalista, Gregor Osipoff
A terapia também ajuda os profissionais a evitar misturar a vida pessoal com a do paciente.
Luiz Gonzaga Leite, coordenador do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, em
São Paulo
A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica
Cada profissional tem de ter um olhar para suas próprias questões, dores, angústias,
ansiedades. Não existe autoanálise, autocura, como se ele conhecesse a teoria e
aplicasse em si. Cada ser humano é único e não pode ser enquadrado, mas sim tratado
para seguir a vida com conforto e dentro de uma perspectiva de seus desejos".
Gregor Osipoff, psicanalista