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PRÁTICA CLÍNICA NA

PSICOLOGIA

Jeniffer Camargo
[...] E chegar a um fim é chegar a um
início. É do fim que começamos.

Clare Winnicott...
 PROCESSO FORMATIVO

 MERCADO DE TRABALHO

 ABORDAGENS – PSICANÁLISE E TERAPIA COGNITIVO


COMPORTAMENTAL
PROCESSO FORMATIVO

• O curso de psicologia é um curso denso e longo. Suados 5 anos de estudos para que
possamos tem uma compreensão da mente e do comportamento humano.

• Mas se você já se formou em Psicologia ou está próximo de se formar, você sabe


quais burocracias irá precisar providenciar logo após a conclusão do seu curso para
então conseguir começar a atuar na área?

• Registro no Conselho Regional de Psicologia

• Você só pode começar a atuar depois de ter o seu registro, o número do CRP, que
comprova que você fez a sua inscrição.

https://www.crpsp.org/
PROCESSO FORMATIVO

ATENDIMENTO ONLINE
Acompanhando a tendência tecnológica mundial, o Conselho Federal de Psicologia
(CFP), por meio da Resolução CPF 11/2018, regulamentou o atendimento psicológico
clínico online.
Mesmo antes da pandemia, esta modalidade já era bem aceita em nossa área, mas durante
a pandemia e atualmente é uma modalidade bem aceita tanto pelos pacientes quanto pelos
profissionais e percebemos que é tão eficaz quanto o atendimento presencial.

Alguns benefícios:
 Mantém o distanciamento: Em época de crise sanitária, o trabalho não precisa
ser suspenso;
 Oferece flexibilidade: Dias e horários mais adequados a rotina;
 Reduz custos: Diminuição das despesas de um consultório;
 Favorece quem tem dificuldade de locomoção.
Para que possamos atender de forma online, precisamos:
Realizar o cadastro na plataforma e-psi.
MERCADO DE TRABALHO EM
PSICOLOGIA
MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA

Psicologia Organizacional

Se a sua praia é o mundo empresarial, mas está com uma quedinha pela Psicologia, saiba
que é possível unir o útil ao agradável.

De que maneira?

Especializando-se em Psicologia Organizacional!


MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA

Psicologia Hospitalar

• Em 1.947 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”.

• Minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização;

• Abordagem pontual;

• Ambiente aberto;

• Terapia do luto;

• Treinamento de equipe

• Focos da Psicologia Hospitalar:


MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA

Psicologia Educacional

• A Lei 13.935/2019 determina que as redes públicas de educação básica de todo o país
contarão com serviço social e de psicologia em equipes multiprofissionais com o objetivo
de atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação.

• O que faz o Psicólogo na Escola?

Com a equipe administrativa;


Com o corpo docente;
Com os alunos;
Com a família e comunidade
MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA

Psicologia do Esporte ou Esportiva

• “temos que nos preparar psicologicamente para esta partida” ou “fisicamente o time está
bem, mas psicologicamente vem passando por dificuldades” ou, ainda, “temos que elevar
o moral para virarmos o jogo” (BECKER & SAMULSKI, 1998, p. 31).

• Na perspectiva biopsicossocial do ser humano, o atleta poderá se deparar com


necessidades em quaisquer das esferas acima citadas: biológica, psicológica ou social
(WEINBERG & GOULD, 2001).
MERCADO DE TRABALHO EM PSICOLOGIA

Psicologia Clínica

• A psicologia clínica é o segmento mais antigo da psicologia, afinal, ela trata pessoas que
sofrem com questões de mal-estar psicológico. Um exemplo de grandes e conhecidos
profissionais que atuam nesse segmento é Sigmund Freud e Carl Jung;

Objetivos:

 Restabelecer a saúde psíquica dos pacientes;


 Promover o autoconhecimento;
 Aliviar o sofrimento mental;
 Tratar transtornos mentais;
 Contribuir para promover a adesão medicamentosa e ao autocuidado;
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA

Como escolher uma abordagem para chamar de “minha”:

• Estude e Capacite-se;

• Não classifique as abordagens em certa ou errada

• Não tenha medo de mudar


ABORDAGENS DA PSICOLOGIA

Psicanálise
A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor.
Sigmund Freud

Aquele que olha para fora sonha. Mas o que olha para dentro acorda.
Carl Gustav Jung

Cada pessoa é um abismo. Dá vertigem olhar dentro delas.


Sigmund Freud

Você pode saber o que disse, mas nunca o que outro escutou.
Jacques Lacan
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA

Psicanálise

• Seu grande precursor foi Freud, que enfatiza processos mentais inconscientes.

• Sua teoria defende que a mente é composta por 3 instâncias:

Id: responsável por desejos inconscientes e primitivos;


Ego: parte que lida com as exigências da realidade e tenta nos forçar a satisfazermos
nossas necessidades de maneira socialmente aceitável);
Superego: responsável por nossos valores e regras morais. Algumas vezes, pode entrar
em conflito com o id.
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA
Psicanálise

• Mas para que a Psicanálise serve?

• Fale –me o que vem a mente;

• Algumas regras básicas do atendimento psicanalítico são:


Livre associação de ideias: Livre expressão de si mesmo;
Abstinência de opinar: opinar, sugerir ou direcionar, na concepção psicanalítica, é
reforçar ainda mais o sintoma, e afastar o indivíduo dos seus conteúdos. Análise é o
espaço de encontro – do analisando com ele mesmo. As respostas (se é que existem),
precisam vir dele próprio.
Neutralidade: enquanto psicanalistas, necessitamos exercitar a neutralidade. Não
estamos ali para “dogmatizar” ou instruir. Muito pelo contrário. Análise é escuta de si
mesmo. As intervenções do psicanalista são pontuais e quando ocorrem, têm um objetivo
claro: aprofundar ainda mais as reflexões da qual o analisando se aproxima.
Atenção Flutuante: o psicanalista precisa estar atento. Atento às palavras, ao silêncio,
ao que não foi dito e ao que é evitado.
Amor a verdade: Na psicanálise, amor está relacionado a capacidade de aceitação, por
parte do analista, do conteúdo que virá, indiferente de qual seja. Lembre-se sempre: o
setting analítico é o encontro do analisando com ele mesmo. Estamos ali para escutar,
provocar e pontuar – devolvendo à ele as reflexões. E não existe amor maior do que a
escuta!
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA

Terapia Cognitivo - Comportamental


Nem teus piores inimigos podem fazer tantos danos como teus próprios
pensamentos.
Buda

“Se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e reorganizar nosso


comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com nosso sofrimento
mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito dele surja”
Dalai Lama

Não são as coisas que nos perturbam, mas visão que temos
dessas coisas.
Epictetos I d. C
Terapia Cognitivo - Comportamental

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desenvolvida por Aaron Beck.


Orientada para o presente, empática, integrativa, estruturada e sensível ao tempo. Está
direcionada para solucionar problemas atuais e ensinar os clientes a desenvolverem
habilidades para modificar pensamentos conscientes e comportamentos disfuncionais.

Quais doenças ela pode tratar?


Mais de 300 estudos controlados da TCC para uma série de transtornos psiquiátricos
(Butler e Beck, 2000).
 Depressão
 Transtornos de ansiedade
 Transtornos alimentares
 Esquizofrenia
 Transtorno bipolar
 Dor crônica
 Transtornos de personalidade
 Abuso de substâncias.
Terapia Cognitivo - Comportamental

Como funciona a Terapia Cognitivo Comportamental?


• A conceituação de caso é realizada de acordo com o modelo cognitivo: propõe que o
pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento) seja
comum a todos os distúrbios psicológicos.

“Não são os acontecimentos em si a causa


de nossos sofrimentos, mas os
significados atribuídos a eles”.

Como são as sessões de TCC?


• As sessões da TCC possuem uma estrutura interna. A sessão começa com uma
recapitulação de eventos da semana anterior e das tarefas realizadas fora da sessão.
Essas tarefas ampliam o aprendizado nos intervalos entre as sessões e estão
relacionadas a um bom resultado.
Terapia Cognitivo - Comportamental

Benefícios da Terapia Cognitivo Comportamental

• A TCC apresenta eficácia equivalente ao tratamento medicamentoso para diversos


transtornos psiquiátricos;

• Os sujeitos aprendem novas habilidades;

• Comprovada cientificamente

• Promove o autoconhecimento;

• É objetiva;

• Promove a Psicoeducação.
AULA 2
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos

Psicologia clínica é a área da psicologia dedicada ao estudo dos transtornos


mentais, seus sintomas, causas, tratamentos e intervenções psíquicas.
Essa área inclui (prevenção, promoção, psicoterapia, aconselhamento,
avaliação, diagnóstico, encaminhamentos, dentre outros).

A psicologia clínica é uma prática que consiste na : escuta clínica. É um o espaço em


que o paciente\cliente se apoia para expressar seus conflitos, medos, inquietações e
sofrimentos a fim de buscar alívio emocional.
Desde o final do século passado e ainda no início deste século, presenciamos, no
País, um aumento considerável das áreas de atuação da Psicologia, o que evidencia
uma ampliação de seus locais de trabalho: o psicólogo torna-se presença cada vez
mais constante.
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos

Os objetivos gerais de intervenção na área da psicologia clínica são:

 Identificar os determinantes do aparecimento e manutenção dos comportamentos


de saúde, de forma a ser possível intervir precocemente em diferentes fases do
ciclo de vida, visando a promoção e manutenção da saúde;
 Identificar determinantes psicológicos dos comportamentos de risco para a saúde,
para intervir nos processos de mudança comportamental e implementar práticas
que contribuam para a prevenção das doenças;
 Facilitar os processos de confronto e adaptação às doenças e aos procedimentos
médicos de diagnóstico e tratamento, bem como reduzir o impacto da
incapacidade;
 Avaliar e intervir psicologicamente com pacientes em sofrimento psicológico ou
psicopatológico associado às doenças;
Psicologia Clínica: definição, introdução e objetivos

Os objetivos gerais de intervenção na área da psicologia clínica são:

 Contribuir para promover a adesão medicamentosa e aos autocuidados,


particularmente nas doenças crónicas;
 Desenvolver métodos psicológicos de avaliação e promoção da qualidade de
vida;
 Contribuir para a promoção da qualidade dos processos de informação, literacia e
comunicação em saúde, com a finalidade de influenciar a capacitação dos
utentes na gestão da saúde e das suas doenças e também a sua satisfação com
a qualidade dos serviços de saúde;
 Promover o ajustamento psicológico a acontecimentos de vida, bem como a
transição de fases do ciclo de vida individual e familiar;
 Tratar e/ou facilitar a recuperação de utentes com perturbações mentais
passíveis de melhoria por intervenção psicológica.
Funções da Psicologia Clínica

Atualmente são consideras funções da psicologia clínica:


• Avaliar
• Diagnosticar
• Tratar, intervir, reabilitar
• Aconselhar ou assessorar
• Promover a saúde e prevenir
• Pesquisar
• Ensinar e supervisionar
• Dirigir ou administrar sistemas de saúde
Funções e Ferramentas da Psicologia Clínica

Ferramentas da psicologia clínica

Técnicas e procedimentos como as entrevistas, onde o profissional pergunta com o


objetivo de reunir as informações necessárias para a avaliação. Essas entrevistas podem
ser mais ou menos guiadas. As informações também são coletadas através da
observação direta do profissional. Outra ferramenta são os testes, em geral, instrumentos
psicométricos consistentes e validados para medir desde sintomas até capacidades em
um paciente
Funções e Ferramentas da Psicologia Clínica

Existe um grande número e variedade de técnicas e procedimentos utilizados na


fase de intervenção. Algumas das mais comuns são:
• A terapia cognitivo-comportamental, que compreende diferentes técnicas cognitivas
(como, por exemplo, a terapia cognitiva de Beck) e técnicas de enfrentamento.
• As técnicas de psicanálise, que incluem a interpretação, o esclarecimento, o
confronto, a aliança, a transferência e a contratransferência que são aplicadas em
diferentes variantes da terapia psicanalítica.
• As técnicas da psicoterapia centrada na pessoa.
• As técnicas da psicoterapia fenomenológica e da existência, como por exemplo a
psicoterapia Gestalt.
Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Fazer terapia pode ser comparado a praticar exercícios físicos ou alimentar-


se da forma correta a fim de alcançar o bem-estar físico. Desse modo, a
finalidade do acompanhamento com um psicólogo é buscar auxílio para
recuperar ou preservar a saúde da mente, isto é, o bem-estar emocional.

A palavra psicoterapia tem origem grega.

A psicoterapia é um tratamento que busca


curar as doenças da mente, os transtornos
psicológicos e reestabelecer a saúde mental
das pessoas.
Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Objetivos da psicoterapia: pra que serve?


 O processo terapêutico tem por objetivo ampliar o campo perceptivo do paciente,
contribuindo para que ele adquira uma visão de mundo mais abrangente.
 A mudança no campo perceptivo, ou seja, na capacidade de perceber e compreender o
que acontece ao seu redor, em seu cotidiano, nas suas relações, é necessário para que
a pessoa possa ressignificar os fatos que estão lhe causando sofrimento, podendo
assim abrir-se para novas possibilidades existenciais.
 A psicoterapia poderá contribuir para que a pessoa consiga encontrar maneiras de
relacionar-se consigo e com o mundo de forma mais agradável, saudável e menos
sofrida. Também levará a pessoa a um maior conhecimento de si, tornando-a capaz de
perceber as suas qualidades, seu potencial individual e suas formas de viver diante
desse mundo, valorizando assim sua existência.
 Visa ainda promover o crescimento pessoal e cura de determinados sintomas. Através
da condução do tratamento adequado, é possível restabelecer a saúde emocional do
paciente e promover seu bem-estar.
 No caso de pessoas diagnosticadas com algum tipo de transtorno mental, tais como:
Ansiedade, Depressão, Transtorno alimentar, Síndrome do pânico, Fobias, Transtorno
bipolar, Transtorno obsessivo-compulsivo e outros.
Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Resolução de problemas da vida diária


Certos problemas que, aos olhos de alguns indivíduos, não parecem sérios podem
ser o fim do mundo para outros.
O estresse, ansiedade e preocupação tomam conta e não se consegue encontrar
soluções práticas e efetivas. É assim que as pessoas começam a ficar
sobrecarregadas com as suas próprias vidas.
O psicólogo pode ajudá-las a encontrar as respostas que tanto desejam obter
através do controle emocional e do confronto de medos e apreensões. O
profissional não fornece as respostas diretamente, como um conselheiro faria.
Em vez disso, encoraja o paciente a encontrá-las por meio de reflexões e
ferramentas psicológicas. Assim, ele desenvolve autonomia para lidar com
situações que antes considerava estressantes.
Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Tratamento de condições específicas


Além disso, a psicoterapia é indispensável para quem sofre de condições que
deterioram a saúde mental. Quando não tratadas, elas podem trazer uma série de
prejuízos para a vida diária e saúde do corpo, além de se tornar debilitantes.
A depressão, por exemplo, pode progredir para um quadro grave se tratada como
um pequeno “inconveniente” em vez de uma condição de saúde séria.
Embora praticar exercícios físicos, trabalhar e socializar com indivíduos alto-astral
ajudem a afastar o humor depressivo, a pessoa com depressão não consegue
aproveitar os seus benefícios por completo se não estiver em tratamento.
Mesmo sofrendo com sintomas desagradáveis, muitos não buscam a ajuda de um
psicólogo para cuidar da saúde mental. A psicoterapia é ainda vista com pré-
conceitos e desconfianças por uma parcela da população. Infelizmente, esses
estigmas afastam quem realmente precisa de terapia do consultório
dos psicólogos.
A psicoterapia também pode complementar o tratamento de vícios, como
dependência de álcool, cigarro, jogo, compras e até de comida. O apoio emocional
é proporcionado tanto ao paciente quanto à sua família.
Psicoterapia: para que serve? Quando procurar?

Autoconhecimento
Durante o processo psicoterapêutico, independente do seu objetivo, os pacientes adquirem
autoconhecimento. O grau é variável uma vez que a aquisição de conhecimento sobre si
mesmo depende do foco da psicoterapia e da disposição do paciente.
Enfrentar fragilidades não é fácil. Você pode acabar descobrindo que possui um
comportamento que critica em outras pessoas e ter dificuldade para lidar com a situação.
Entretanto, entender e aceitar que as pessoas são feitas de contradições é parte do
processo de autoconhecimento.
Ele não costuma ser linear, aliás. Você vai avançando à medida que acredita estar pronto e
pode voltar a questões aparentemente já resolvidas a qualquer instante.
Apesar disso, o ato de se autoconhecer traz esclarecimento e confiança para lidar melhor
com as situações. Quando você sabe quem é e sabe o que quer, críticas e comentários
maldosos, momentos de adversidade e aparentes ‘fracassos’ não conseguem te abalar.
A certeza inabalável que o autoconhecimento fornece conduz os pacientes de psicoterapia
à uma vida mais tranquila, feliz e equilibrada. Embora você tenha consciência de seus
defeitos e fraquezas, o seu principal foco passa a ser as suas qualidades, forças e vitórias.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

A Psicoterapia infantil é um espaço de acolhimento e cuidado com a saúde mental infantil, é


um caminho para auxiliar a criança a lidar com suas emoções, frustrações, medos,
inseguranças, além de um espaço para o aconselhamento de pais diante das demandas
infantis.
É durante a infância que os pais começam a identificar as primeiras necessidades de seus
filhos terem de ser atendidos por psicólogos, por diferentes motivos.
O atraso no desenvolvimento infantil, por exemplo, é um dos motivos mais comuns que
fazem com que os pais busquem atendimento de profissionais dessa área. Esses atrasos
fazem com que a criança tenha dificuldades em desenvolver certas habilidades, além de
poder significar um transtorno do neurodesenvolvimento, como o autismo, por exemplo.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Diferente da psicoterapia com adultos, a psicoterapia infantil possui dinâmicas e


técnicas específicas.

Utilizamos muitas técnicas lúdicas,


A brincadeira, desenhos e jogos são utilizados
como recursos de linguagem lúdica, onde a
criança poderá expressar suas emoções,
desenvolver habilidades de manejo e
enfrentamento de situações que geram
ansiedade, frustração, agressividade, medo,
entre outros sentimentos.
Esse lado lúdico faz com que o psicólogo se
aproxime da criança, aumentando suas
chances de conseguir um atendimento
especializado e de qualidade
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Nós psicólogos também temos o papel de orientar os pais a família a como se comportar e
agir diante das situações.
A primeira sessão de psicoterapia infantil é realizada com os pais ou responsáveis pela
criança. Nesse primeiro momento, buscamos entender os motivos que levaram a família a
buscar ajuda, a história de vida e a dinâmica familiar e social da criança. Dessa forma
conseguimos entender a queixa com maior clareza e elaborar estratégias de acordo com a
necessidade de cada caso.

Quando começar?
O cuidado com o estado emocional da criança é de grande importância para que ela
possa enfrentar as próximas fases no seu desenvolvimento e amadurecimento sem
prejuízo. Portanto, não há limite de idade para iniciar uma psicoterapia infantil.
Quanto antes identificada a necessidade desse cuidado, melhor. Afinal, cuidar da saúde
mental das crianças significa prevenir a saúde mental do adolescente e do adulto.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?

Dificuldades e transtornos psicológicos não ficam restritos ao mundo dos adultos. Diferente
de como se pensava tempos atrás, a infância não é isenta de dificuldades e transtornos
psicológicos, como ansiedade e depressão, por exemplo.

São vários os motivos que levam uma criança à terapia. Muitas vezes os pais percebem
alterações no comportamento dos filhos. Outras vezes, o encaminhamento é feito por
indicação de outros profissionais da saúde que acompanham a criança, como pediatras,
neurologistas, terapeutas ocupacionais ou fonoaudiólogos. E, em algumas situações, a
escola é a solicitante.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?

 Problemas no Sono: Quando a criança


apresenta dificuldades para dormir sem a
presença dos pais, medo de escuro
e enurese noturna.

 Comportamentos Agressivos: A criança tem


dificuldade em controlar a raiva,
apresentando comportamentos como
gritos, quebras de objetos, agressividade
contra terceiros ou comportamentos auto
lesivos.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?

 Ansiedade: Quando a criança apresenta a


emoção em situações que não
representam perigo ou atenção, gerando
respostas fisiológicas como taquicardia,
sudorese e tremores;

 Intolerância a Frustração: A criança


apresenta dificuldade em lidar com o “não”
e com frustrações geradas por situações
em que suas solicitações não são
prontamente atendidas, apresentando
comportamentos agressivos e grosseiros.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?

 Dificuldade na Adaptação: Quando a


criança não consegue se adaptar a
mudanças como: separação dos pais,
mudança de cidade ou escola, nascimento
do irmão mais novo.

 Fobia: A criança possui medo excessivo e


desproporcional diante de uma situação,
animal ou objeto.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia infantil

Quando procurar terapia? A quais sinais devo me atentar?

 Timidez Excessiva: Quando a criança


apresenta dificuldade para fazer amigos ou
se relacionar com outras crianças;

 Isolamento: A criança se distancia de


amigos e atividades que antes eram
prazerosas, apresentando tristeza e choro
repentino.

 Luto: Quando a criança passa pela perda


de animais de estimação ou entes
queridos.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes

A adolescência é, naturalmente, um período marcado por dúvidas, receios e


mudanças tanto físicas quanto psicológicas. Neste momento de transição, o jovem
começa a se questionar sobre o seu corpo, sobre suas ideias, sobre o seu futuro. E
em meio a tantos dilemas emocionais, não deixa de se auto avaliar constantemente,
destacando seus defeitos, ao mesmo tempo em que trava uma batalha interna de
comparação com outros adolescentes ao seu redor.

Como a psicoterapia pode ajudar a ultrapassar as turbulências da adolescência?


Diante de tantos conflitos internos, certas vezes o jovem tenta encontrar o seu conforto
longe da família, se inserindo em um meio que haja ideias e comportamentos
semelhantes ao seu. Onde ele consiga se sentir compreendido.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes

A adolescência é, naturalmente, um período marcado por dúvidas, receios e


mudanças tanto físicas quanto psicológicas. Neste momento de transição, o jovem
começa a se questionar sobre o seu corpo, sobre suas ideias, sobre o seu futuro. E
em meio a tantos dilemas emocionais, não deixa de se auto avaliar constantemente,
destacando seus defeitos, ao mesmo tempo em que trava uma batalha interna de
comparação com outros adolescentes ao seu redor.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes

O problema é que, quando esta busca por uma local de apoio


não é bem-sucedida, o adolescente pode tomar atitudes
incorretas, se entregando aos vícios para amenizar a gama
de sentimentos que o envolve e o sufoca, por considerar que
este caminho é o mais fácil.

Desta maneira, a psicoterapia tem um papel


fundamental em meio à essa turbulência. Em
uma fase na qual os pais, por muitas vezes,
não conseguem compreender os filhos e
apoiá-los, um profissional pode auxiliar neste
processo de estabilização na adolescência.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia de adolescentes

A partir do momento em que o adolescente se sente seguro e passa a confiar em nós,


o processo psicoterapêutico passa a acontecer fluidamente.
A participação dos pais/responsáveis é de grande importância para a melhora e/ou
mudanças do adolescente, inclusive, os encontros com o terapeuta têm o objetivo de orientá-
los em relação ao paciente.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos

O período do processo de amadurecimento do ser humano conhecido como


terceira idade compreende um momento que exige mudanças e
adaptações. Nessa etapa é comum lidar com ganhos e perdas, bem como
potencialidades e limitações. Passar por essa fase é delicado, uma vez
que, ao longo da vida construímos um imaginário para lidar com ela, seja
com o nosso envelhecimento ou com o das pessoas próximas.
O início da terceira idade é um período da vida marcado por diversas mudanças, tanto
nos aspectos físicos como na vida social e profissional da pessoa, além de afetar a
estrutura familiar:
É uma fase marcante na vida das pessoas:
 a idade normalmente é marcada pela aposentadoria, que implica em uma mudança na
rotina;
 a saída dos filhos de casa ao atingirem a idade adulta, conquistando estabilidade
profissional;
 as limitações físicas e mudanças no próprio corpo, como menopausa, andropausa,
perda de massa muscular, alterações na libido, etc.
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos

Como a psicoterapia pode colaborar com o as pessoas que estão na terceira idade?
O ”compartilhar”, o ”refletir” e o ”ser olhado” são fundamentais para qualquer pessoa,
em qualquer período da vida, mas olhando as características da Terceira Idade, através
dessa perspectiva, podemos validar a necessidade do processo de psicoterapia nesse
momento da vida do idoso, afinal, nunca é tarde para se viver, principalmente
quando renascemos para um novo ciclo de nossas vidas.
 a adaptação do idoso às alterações decorrentes nesta etapa da vida;
Psicologia clínica no ciclo da vida: Psicoterapia para idosos

 auxiliar na compreensão da importância


dos tratamentos médicos e uso de
medicamentos;

• favorecer seu processo de autoconhecimento

 auxiliar no desenvolvimento da
sua autonomia e independência, favorecer
também familiares e cuidadores;

 aliviar ansiedades, depressão e insegurança;


 favorecer a redução de comportamentos
inadequados, bem como de crenças irracionais.
Sou Psicólogo, Psicólogo Clínico ou sou um Psicólogo que atuo na clínica?
Sou Psicólogo, Psicólogo Clínico ou sou um Psicólogo que atuo na clínica?

É importante lembrar que a graduação em Psicologia é uma formação generalista, na medida


em que capacita a(o/e) profissional Psicóloga(o/e) a atuar em qualquer área da Psicologia,
mas esse entendimento não a(o/e) exime de refletir sobre a sua capacitação profissional para a
oferta de um serviço.

Conforme Resolução do CFP nº 013/2007


A(O/E) psicóloga(o/e) poderá divulgar e fazer referência apenas a títulos que de fato possua, ou
seja, somente poderá se divulgar “especialista”, “mestre”, “doutor(a/e)” caso de fato possua um
diploma de especialização, mestrado ou doutorado, ou possua o título de especialista.
Sou Psicólogo, Psicólogo Clínico ou sou um Psicólogo que atuo na clínica?

Os Cursos de Graduação em Psicologia no Brasil formam profissionais polivalentes,


ou seja, formam profissionais que após graduados podem exercer suas atividades
no campo da Psicologia como: Psicólogo Escolar, Psicólogo Organizacional ou da
Indústria, Psicólogo Clínico e Docente em Psicologia, entre outros.

Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil - Contribuição do Conselho Federal de


Psicologia ao Ministério do Trabalho para integrar o catálogo brasileiro de ocupações.

Psicólogo Clínico: Atua na área específica da saúde, colaborando para a


compreensão dos processos intra e interpessoais, utilizando enfoque
preventivo ou curativo, isoladamente ou em equipe multiprofissional em
instituições formais e informais. Realiza pesquisa, diagnóstico,
acompanhamento psicológico, e intervenção psicoterápica individual ou em
grupo, através de diferentes abordagens teóricas.
Sou Psicólogo, Psicólogo Clínico ou sou um Psicólogo que atuo na clínica?

Constituem categorias para registro de psicóloga(o/e) especialista o certificado de conclusão de cursos de


especialização reconhecidos pelo MEC e/ou a aprovação em provas de especialistas promovidas pelo
CFP. Dessa forma, poderão ser divulgadas como especialidade apenas formações comprovadas por
titulação acadêmica ou, como mencionado acima, aquela(s) decorrente(s) da prova de concurso ofertada
pelo CFP. No âmbito da experiência profissional, tão somente será possível a indicação de que a(o/e)
profissional possui experiência em área de atuação específica, evitando a indução da(o/e) usuária(o/e) a
erro.
Quais áreas de especialidades são reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia?

• Psicologia Escolar/Educacional;
• Psicologia Organizacional e do Trabalho;
• Psicopedagogia;
• Psicologia de Tráfego;
• Psicomotricidade;
• Psicologia Jurídica;
• Psicologia Social;
• Psicologia do Esporte;
• Neuropsicologia;
• Psicologia Clínica;
• Psicologia em Saúde; e
• Psicologia Hospitalar;
• Avaliação Psicológica.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

O psicólogo deve
mudar a mente das
pessoas.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

O executor da mudança é o PACIENTE. O psicólogo colabora.

O psicólogo colabora com o paciente no processo psicoterapêutico. Devemos deixar


alinhar com o paciente que ele é responsável pelo processo ao qual ele está inserido.
Para isto é preciso levar o paciente a modificar alguns pensamentos.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Psicólogo não pode


atender amigos e
familiares
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:


j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o
atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado;

O fato é que não existe lei que proíba o atendimento, no entanto não pode haver
relacionamento que afete negativamente o tratamento do paciente.

Desta forma, o Conselho Federal de Psicologia Orienta que:

"A decisão pelo atendimento é do(a)


psicólogo(a), que considerará se o
atendimento interferirá negativamente nos
objetivos do serviço prestado, uma vez que
não há nada na regulamentação que proíba
especificamente o atendimento de familiares
e/ou conhecidos(as).”
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Para ser Psicólogo você


não pode ter problemas
pessoais
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Falso.
Todos temos questões e problemas. Isto faz parte da nossa vida.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Psicoterapia é para vida


toda.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

• Somos seres únicos e cada caso é avaliado a partir de


suas especificidades;
• Há situações em que existe um prazo estabelecido de
início e fim das sessões;
• Em alguns caso por curto período e outros por longo
períodos. Somos diferentes, logo o tempo de psicoterapia
também é.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Psicoterapia substitui
medicação
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

• Pelo contrário, são tratamentos complementares;

• Muitas vezes iremos receber pacientes, já encaminhados


pelo psiquiatra com medicações. Nosso papel muitas
vezes é inclusive conscientizar os pacientes sobre a
importância do tratamento medicamentoso, pois há muitos
tabus com relação aos medicamentos psiquiátricos;

• A psicoterapia ajuda também no processo de redução e


suspensão do medicamento.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

O psicólogo deve sempre


guardar sigilo.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Além de guardar sigilo, temos que aliar com o paciente isto. Faz
parte do contrato terapêutico. que todas as informações que são
ditas na sessão e informações sobre o tratamento, uso de
medicação, pagamento, frequência, são sigilosas.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Porém, existem casos extremos, como risco iminente de suicídio de


paciente.
Neste caso, há a quebra parcial do sigilo.
Vamos ver o que diz o Conselho Federal de Psicologia sobre o
Sigilo Profissional:

Em algum momento o(a) psicólogo(a) pode quebrar o sigilo?

O artigo 10 do Código de Ética dispõe sobre a possibilidade do(a) psicólogo(a) decidir pela
quebra do sigilo, sendo que deverá estar pautado(a) pela análise crítica e criteriosa da
situação, tendo em vista os princípios fundamentais da ética profissional e a direção da
busca do menor prejuízo.

Quando o(a) psicólogo(a) precisar compartilhar informações com outros(as)


profissionais, o que pode ser dito?

O sigilo implica também que, quando houver necessidade de informar a respeito do


atendimento a quem de direito, deve-se oferecer apenas as informações necessárias
para a tomada de decisão que afete o(a) usuário(a) ou beneficiário(a).
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Todo mundo precisa de


Psicólogo?
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Nem todo o mundo!


Se pensarmos desta forma, estando afirmando que todo mundo está
adoecido emocionalmente ou psiquicamente e que nos dias de hoje
ninguém está em dia cm a saúde mental.
Por exemplo: Será que todo mundo precisa de um advogado? Quais seriam
o efeito dessa necessidade? Possivelmente se todos nós estivéssemos
precisando de um advogado, nossos direitos individuais ou coletivos
estariam sendo violados ou que o próprio sistema de garantia de direitos
está com falhas.
Sendo assim:

Algumas pessoas irão precisas de psicólogos


e vão passar pelo processo de psicoterapia
por um período breve ou longo e outras não
irão precisar
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

O Psicólogo só poderá
atender situações as quais
já vivenciou.
Mitos e verdades sobre Psicologia e sobre o Psicólogo

Jamais.
Se fosse assim, um médico só poderia tratar doenças das quais ele passou.
E isto é impossível.

Para nós Psicólogos o que é de extrema importância é nossa experiência


clinica e não pessoal.
AULA 3
MEU PRIMEIRO PACIENTE CHEGOU

• Lembre-se que a primeira consulta tem como principal objetivo que psicólogo e
cliente/paciente se conheçam. O acolhimento é fundamental neste momento.
• Não é hora de mostrar serviço, é hora de servir, de se colocar à disposição do outro
• Não é hora de parecer bom, mas de estar realmente presente.
• Seja respeitoso e acolhedor;
• Lembre-se que não deve ter sido fácil para aquela pessoa chegar na sua frente.
• Possivelmente também não vai estar sendo fácil para você. Afinal, é comum que o
primeiro atendimento gere ansiedade em nós. Já que não sabemos como será a
pessoa que iremos atender, nem qual será o tema da busca pela terapia, nem se
teremos condições de ajudá-la.
• Lembre-se que não é a sua performance que importa aqui. Na hora do atendimento,
tente se desconectar dos seus “deverias” ou “tenho que”. E busque, ao máximo, se
conectar com a pessoa que está na sua frente. Se conectar com o encontro que
você está tendo com a pessoa que está ali na sua frente.
MEU PRIMEIRO PACIENTE CHEGOU

• Se apresente, explique o objetivo e como funcionará a sessão;


No decorrer do atendimento, você deve manter o foco em alguns pontos pontos:
Relação terapêutica
Cuidar da sua postura para que facilite a expressão emocional e o acolhimento do
outro.
Demonstre abertura para o que é dito e o que é expresso para além da fala:
especialmente como é dito e quais emoções o paciente está expressando. Lembrem
que as emoções são sinais de alerta sobre alguma coisa.
Escute, deixe-se levar pelo caminho e ritmo do paciente.
Tenha empatia e curiosidade.
Faça perguntas que indiquem sua disposição para conhecê-lo.
Trabalhe o diálogo, com reciprocidade. Escute, mas também fale, deixe-se conhecer.
Isso não significa ficar falando de você mesmo. Mas sim, de deixar o outro acompanhar
a forma como você pensa e como se sente.
É preciso mostrar ao cliente como o compreende e como está tentando entender o que
ele está vivendo e pedindo.
MEU PRIMEIRO PACIENTE CHEGOU

A terapia não é oferecer uma solução prática para o que ele está
vivendo. Se apresente e apresente a terapia como um outro ponto
de suporte possível para ajudá-lo a alcançar a mudança que
deseja.

A psicoterapia tem o objetivo de fortalecer o


processo de descoberta de respostas e que é
construída na subjetividade de cada pessoa.
Como vincular o paciente

• Acolha bem o paciente;

• Deixe claro o papel da psicoterapia;

• Independentemente da pessoa retornar ou não, temos que tentar que o primeiro


encontro seja por si só terapêutico.

• O psicólogo sempre deverá acolher a demanda do paciente?


Caso a demanda identificada não seja de psicoterapia OU você não tenha a
competência técnica e teórica OU não tenha a disponibilidade emocional para o
atendimento, você NÃO deve dar continuidade aos atendimento.

• Caso vocês decidam pela psicoterapia, é importante realizar os acordos


iniciais. Para isso, você precisa ter claro quais são as condições mínimas
necessárias para a realização do trabalho. São essas condições que precisam ser
apresentadas e combinadas já no primeiro encontro: a frequência das sessões, a
duração, procedimento de faltas e remarcações, os dias, horários, os honorários.
Como vincular o paciente?

Lembre-se: as pessoas geralmente buscam a psicoterapia buscando uma solução. Você


não pode e não deve fazer promessas em relação aos resultados. Mas você
pode apresentar a psicoterapia como um caminho que tem o potencial de ajudá-la na
busca e construção da solução que ela precisa.
Como construir um bom rapport?

O rapport é uma técnica para criar empatia com as outras pessoas. Originário da palavra
francesa rapporter, o termo indica a conexão natural que se cria entre indivíduos. Assim é
possível gerar confiança durante a comunicação, fazendo com que quem a recebe interaja
e fique mais receptivo.

Entre as principais vantagens dessa técnica estão:


• Estabelecer confiança de forma instantânea;
• Se torna mais fácil dar sugestões para os pacientes, pois eles tendem a ter confiança
em indivíduos que se sentem bem;
• O paciente se sente mais à vontade em expor seus pensamentos e demonstrar de
verdade o que está sentindo, com isso é mais fácil conduzi-lo para o caminho
adequado.
Como construir um bom rapport?

O rapport é uma técnica para criar empatia com as outras pessoas. Originário da palavra
francesa rapporter, o termo indica a conexão natural que se cria entre indivíduos. Assim é
possível gerar confiança durante a comunicação, fazendo com que quem a recebe interaja
e fique mais receptivo.

Entre as principais vantagens dessa técnica estão:


• Estabelecer confiança de forma instantânea;
• Se torna mais fácil dar sugestões para os pacientes, pois eles tendem a ter confiança
em indivíduos que se sentem bem;
• O paciente se sente mais à vontade em expor seus pensamentos e demonstrar de
verdade o que está sentindo, com isso é mais fácil conduzi-lo para o caminho
adequado.
Como construir um bom rapport?

Os dois pilares fundamentais que se baseiam o rapport são:


Como construir um bom rapport?

Algumas técnicas se mostram eficazes para estabelecer um bom rapport e são elas:
 Escuta ativa: trata-se de escutar o que o paciente quer contar sem interromper;
 Receptividade: para existir um bom rapport é muito importante que o terapeuta se
mostre receptivo com seu paciente.
 Empatia: se colocar no lugar do outro é indispensável se queremos prestar alguma
ajuda. Apenas com empatia é possível gerar confiança para assim, ajudar as pessoas;
 Ausência de julgamento: um dos elementos mais importantes, que fazem com que haja
ainda mais facilidade para se estabelecer verdadeiramente o rapport é suspender todo
e qualquer tipo de julgamento com relação ao outro, pois se tentamos estabelecer uma
comunicação com alguém e colocamos nesta comunicação nossos preconceitos,
passando a julgar tudo o que a pessoa nos diz e o seu modo de ser, agir e levar a sua
própria vida, não conseguimos estabelecer uma conexão genuína
 Linguagem verbal e não verbal: deve-se ter cuidado na hora de comunicar com o
paciente, pois muitas vezes pode ser dito algo que pareça incoerente com suas
expressões ou gestos. A coerência entre linguagem verbal e não verbal é fundamental
na relação entre terapeuta e paciente, pois sem ela não é possível criar um “clima” de
colaboração e confiança.
Contrato com o paciente/cliente.

Preciso manter contratos por escrito com clientes/pacientes?

A Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) recomenda que antes de iniciar os


atendimentos a (o) profissional deve formalizar através do contrato por escrito os serviços que
serão prestados. O contrato é uma garantia para a(o) Psicóloga(o) e para a(o) cliente, uma
vez que estabelece os direitos e deveres das partes, regulamentando a forma como o trabalho
será desenvolvido evitando possíveis divergências. Por tanto a COF não recomenda que
esses acordos sejam realizados apenas verbalmente.
Quais informações precisam constar no contrato?
 Natureza do serviço: psicoterapia, avaliação psicológica estruturada,
perícia, etc.;
 Forma de atendimento: presencial, online;
 Duração do atendimento;
 Frequência do atendimento;
 Sigilo profissional;
 Cuidados com o ambiente para a prestação do serviço (no caso de o
atendimento ser online);
 Honorários: valor do atendimento, formas de pagamento, cancelamento
da sessão, falta; reajuste.
 Aspectos referenciando quebra de contrato;
 Demais questões pertinentes e peculiares a cada situação.
Prontuário – Registros das sessões

Conforme Resolução CFP nº 001/2009, art. 1º, é obrigatório que a(o) Psicóloga(o)
possua o registro dos serviços prestados, independentemente da área de atuação, de
ser atendimento individual ou grupal, ou da frequência dos atendimentos.

2º. Deve ser mantido permanentemente atualizado e organizado pelo psicólogo que
acompanha o procedimento.

Qual é a estrutura que um Prontuário deve ter?


Conforme disposto na Resolução CFP nº 001/2009, o Prontuário deve conter minimamente as
seguintes informações:
Art. 2°. Os documentos agrupados nos registros do trabalho realizado devem contemplar:
Prontuário – Registros das sessões

I. Identificação do usuário/instituição;
II. Avaliação de demanda e definição de objetivos do trabalho;
III. Registro da evolução do trabalho, de modo a permitir o conhecimento do mesmo e
seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados;
IV. Registro de Encaminhamento ou Encerramento;
V. Cópias de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição
do serviço de psicologia prestado deverão ser arquivadas, além do registro da data de
emissão, finalidade e destinatário;
VI. Documentos resultantes da aplicação de instrumentos de avaliação psicológica
deverão ser arquivados em pasta de acesso exclusivo do psicólogo. (Redação dada
pela Resolução CFP nº 5/2010).
O consultório – Alugar ou Sublocar
O consultório – Alugar ou Sublocar

• Deve ser um espaço agradável;


• Limpo;
• Com boa iluminação;

Agora, uma dúvida que é muito comum dos profissionais que estão começando é:
Devo montar meu espaço ou sublocar:

• Alvará para funcionamento do consultório*. O Alvará de Funcionamento é um documento


emitido pelo município que autoriza o Psicólogo a exercer seus serviços no consultório.
Além disso, é obrigatório, e sem esse documento o Psicólogo não poderá trabalhar no
local. Ou seja, a falta do Alvará de Funcionamento pode gerar multas e até o fechamento
do consultório. Por isso, antes de alugar ou comprar uma sala, por exemplo, é
necessário investigar se será possível emitir as licenças necessárias para trabalhar
legalmente.

• Solicitar licença sanitária na vigilância sanitária do seu município*. Para tanto, é


necessário que o local onde você irá estabelecer seu consultório já tenha alvará de
funcionamento e licença dos bombeiros. A licença da vigilância sanitária é pessoal.
Mesmo que outras pessoas atuem no mesmo espaço, você terá que ter a sua licença.
O consultório – Alugar ou Sublocar
Você será Pessoa Física Ou Jurídica?
No início de carreira o mais indicado é que se trabalhe como Pessoa Física.
• Existe um procedimento em se inscrever no INSS para recolhimento da aposentadoria
e para ter licença saúde, se necessário.
• Inscrição no seu município*. Como profissional liberal você deve se inscrever na
prefeitura do seu município, recolhendo o ISS (Imposto Sobre Serviço) anualmente.

Quais as vantagens de atuar como empresa? E será que o psicólogo precisa ter
CNPJ?
Além de pagar menos impostos e ficar em dia com o fisco, atuando como empresa, o
psicólogo tem outras vantagens. Uma delas é mostrar profissionalismo e maturidade,
depois vem a organização da vida financeira, a possibilidade de emissão de notas fiscais

EI (Empresário Individual)
Como empresário individual você pode abrir uma empresa onde o único funcionário será
você, não existindo a presença de nenhuma outra pessoa jurídica ou física.

Atenção: Psicólogo não pode Ser Mei.


AULA 4
Imagem Profissional
10 passos para construir uma boa imagem profissional

1. Autoconhecimento
Esse ponto diz respeito a você se conhecer, saber quais são suas qualidades,
capacidades e como explorar cada um deles da melhor maneira.
2. Organização
Um profissional organizado terá maior facilidade em lidar com prazos e entregas, até
mesmo as mais urgentes. Isso vai desde ter uma mesa arrumada até ter os trabalhos
em dia e com uma previsão de entrega.

3. Pontualidade
A organização, mencionada logo acima, anda de mãos dadas com a pontualidade. Tem
a ver com respeitar seu tempo e de seus colegas. Chegar no horário, cumprir
compromissos de agenda e entregar suas atividades no prazo fazem parte disso.

4. Qualificação
Toda área de atuação está em constante atualização, por isso é necessário se manter
por dentro das principais tendências para não ficar para trás.
Imagem Profissional

5. Cumprimento de acordos
Cuide com as palavras. Sua fala tem valor e sua equipe precisa saber que pode
confiar em você e no que foi prometido/acordado. Isso reflete comprometimento e
profissionalismo diante do time.

6. Visibilidade
Esse passo não tem a ver com expor-se de maneira negativa. Para ter visibilidade,
seja alguém que expõe suas ideias dentro da empresa em prol de melhorias,
participando de projetos e reuniões.

7. Networking
Essencial para qualquer área, o networking fará com que mais oportunidades
surjam na sua trilha profissional.
Imagem Profissional

8. Imagem pessoal
A sua aparência também faz parte do pacote para construir uma boa imagem
profissional.

Se há uma regra para se vestir, ... não vá contra si mesma, não vá contra sua própria
natureza. Isso ficará evidente.
DIANE VON FURSTENBERG

• A roupa precisa trazer nossa identidade;

• Precisa mostrar nossa essência;

• Precisa nos preservar


Imagem Profissional

9. Modo de falar
A linguagem falada também é de extrema importância.
Cuidado com gírias, erros de português e palavras de baixo calão! Todas devem ser
evitadas, lembrando que é necessário manter o profissionalismo e uma linguagem
adequada ao ambiente de trabalho.

10. Ética
Por último, mas não menos importante: ética.
Ser um profissional ético é o principal passo para conquistar a confiança de todos.
Publicidade dos serviços Psicológicos

De acordo com o disposto no Art. 20 do Código de Ética Profissional do Psicólogo:


Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios,
individual ou coletivamente:
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas
que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias
profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
Publicidade dos serviços Psicológicos

Como colocar o CRP no carimbo?

Nome Completo
Psicólogo(a)
CRP 06/nº de inscrição no Conselho
Anamnese x Avaliação Psicológica

• A anamnese ocorre no primeiro encontro, tem como objetivo entender pontos


iniciais que direcionarão o tratamento, como por exemplo, história de vida,
experiências e o que te fez procurar por terapia.
• Já a avaliação psicológica, pode ser considerada como um segundo passo, onde os
dados serão minuciosamente abordados, e a partir disto, seja definido um plano de
tratamento.
• A ficha de anamnese é o documento onde são registradas as informações obtidas
pelo profissional de saúde durante a conversa com seu paciente. Embora essa
entrevista possa ser aberta, deixando o paciente livre para falar de suas queixas,
algumas informações essenciais devem ser colhidas durante a conversa.
• Qual é o motivo da consulta?
• Desde quando está ocorrendo? Existe algo que poderia ter desencadeado isso?
• Aconteceu em alguma outra ocasião?
• Você já consultou com outros psicólogos?
• O que você tentou fazer para resolver o problema?
• Identificação: dados básicos do paciente: nome, idade, etc.
Anamnese x Avaliação Psicológica

Motivo de consulta
Trata-se da razão que te levou a iniciar uma terapia: uma ruptura amorosa, problemas
com os pais e mães, baixa autoestima...
Histórico do problema
Isto consiste na pessoa descrever quais são os sintomas do problema, quando
começou o problema, por que pensa que aconteceu, quando se acentua e quando
desaparece.
Impacto biográfico
Uma vez entendido o problema, procede-se para a realização para o segundo tipo de
anamnese mencionado. Isto é, pergunta-se à pessoa sobre outras áreas de sua vida
(trabalho, estudos, plano social, hobbies...) e se veria como o problema pode estar
prejudicando estas outras áreas.
Infância
Em alguns casos pode ser interessante perguntar ao sujeito sobre sua infância
Expectativas
Este ponto é importante já que, em alguns casos, o/a paciente pode chegar a ter
expectativas pouco compatíveis com a realidade.
Como falar sobre valores com o paciente?

Conforme o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP):


Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo:
a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do
usuário ou beneficiário;
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o
comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado;
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor
acordado”

O Conselho estipula uma tabela com todos os serviços que o Psicólogo pode
prestar e seus valores: Inferior, Médio e Superior
Como falar sobre valores com o paciente?

Dinheiro não é tabu


Primeiro, como saber qual valor colocar na minha sessão?
Pesquisa de mercado, uma ótima primeira opção, mas cuidado, cada pessoa tem sua
realidade e estratégia de negócio e trabalho;
Precificar por achismo – Não é correto;
Precificar igual o amigo – Não é o ideal;

É importante você ter um olhar do


empreendedor, para que você consiga ter o
seu retorno financeiro, além de investir
profissionalmente.
Como falar sobre valores com o paciente?

Divulgar os valores antes das sessão ou somente na sessão?


• Pergunte como ela soube de você ou de sua clínica;
• Explique brevemente sobre alguns pontos importantes que serão tratados na
psicoterapia;
• Monte uma mensagem padrão;
• E escolha o que pertinente ao seu modo de trabalho. Passar os valores ou agendar
um primeiro atendimento para falarem sobre isso.

O paciente faltou, devo cobrar?

Se você fez este acordo com ele no contrato terapêutico, sim. Você pode estabelecer
um período de remarcações. Às vezes pode surgir imprevistos.
Como falar sobre valores com o paciente?

E se o paciente não pagar?


Isso deve ser falado e o quanto antes. Não deixar que isso se estenda por muito
tempo. Isso pode atrapalhar até nossa prática profissional.

Reajuste na sessão:

Os reajustes existem. Adotar um critério é uma opção, por exemplo a inflação do ano,
o aniversário de contrato. Alinhar isso no contrato terapêutico. O bom vínculo colabora
para que este processo seja tranquilo.
Qual é a função do diagnóstico psicológico?

Diagnóstico. Afinal, o psicólogo fala ou não sobre diagnóstico em


sua prática?

Como o próprio nome já deixa a entender, esse diagnóstico tem o objetivo de identificar
qual é o quadro clínico do paciente. A partir dessa informação, é possível estabelecer a
melhor forma de abordar o problema. Dependendo da conclusão, pode ser necessário
tomar alguma atitude imediata ou apenas conduzir as sessões normalmente.

Como comunicar ao paciente o diagnóstico?

• Ter uma boa relação terapêutica irá colaborar com este processo de comunicar o
diagnóstico;
• Entender que o diagnóstico não estabelece quem a pessoa é. E devemos conscientizar
o paciente desta questão.
Qual é a função do diagnóstico psicológico?
Caso Clinico:
P
S
I
C
O
E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
Apresentação do modelo de psicoterapia

• Este tópico é bem interessante e conversa bastante com sua abordagem. Alguns
pacientes, as vezes mais antenados chegam até nos perguntar. Qual sua
abordagem terapêutica. Então é o momento que você vai explicar ao paciente o
que é a psicoterapia.

• Dentre os itens que você pode explanar sobre a psicoterapia, cabe falar sobre a
psicoeducação.
• A psicoeducação é um tipo de intervenção psicológica feita de forma sistemática e
estruturada que busca promover uma ampliação do conhecimento do paciente e das
pessoas próximas a ele a respeito de sua condição de saúde mental.

• Em origem, a psicoeducação surgiu como um tratamento para a esquizofrenia,


baseada na ideia de que pacientes com este transtorno poderiam ter um prognóstico
melhor se tivessem o apoio e o envolvimento de familiares e amigos próximos no
tratamento.
• Existem diversas formas de se fazer psicoeducação. Esta intervenção é muito falada
no contexto da terapia cognitivo-comportamental (TCC), mas qualquer ação que busca
promover a conscientização a respeito de transtornos mentais e do funcionamento
cognitivo pode ser considerada uma ação de psicoeducação.
O desligamento – Finalização do Processo de Psicoterapia

• Se entendemos que precisa existir o desejo do paciente em estar no processo


terapêutico, será que é decisão somente do terapeuta em dar alta ao paciente?

• Mas e se o paciente não falar, ele vai ficar para sempre?

• O processo da psicoterapia como um todo é realizado em conjunto.


Quando o profissional precisa de supervisão

A supervisão é entendida como um espaço, onde um profissional mais qualificado e


experiente auxilia o outro. É um espaço, onde o profissional pode compartilhar suas
dificuldades, medos, dúvidas, anseios relacionados a prática clínica aos casos que está
acompanhando, tem como objetivo transmitir ensinamentos básicos mas, também,
favorecer o olhar do profissional para si mesmo e para a relação que estabelece com seu
cliente e para o vínculo que desenvolve com seu supervisor.
AULA 5
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
Imagino que você seja recém-formada (o que não significa apenas recém-saída dos
bancos de sua faculdade, mas disso falaremos outra vez), prestes a começar a atender
seu primeiro paciente. Você poderia perder coragem, perguntando-se: mas quem me
escolherá como terapeuta, com tantos profissionais experientes e medalhões na praça?
Um kamikaze?
Pois é, deixe que lhe conte a história de meu primeiro paciente.
Resolvi me tornar psicanalista em 1974. Antes daquela data, eu ensinava (teoria literária) na
Universidade de Genebra, onde havia terminado minhas graduações. Não tinha a menor
ambição ou desejo de me tornar psicanalista. Mas, há anos, passava quatro dias por
semana em Paris , para me analisar. Da psicanálise eu esperava que curasse de minhas
assíduas angústias e uma gastrite crônica que, desde a adolescência, fazia do Buscopan
meu companheiro mais fiel.
As angústias se amenizaram, e a gastrite sumiu. Por isso mesmo a psicanálise começou a
me interessar seriamente; passei a frequentar, além do seminário de Lacan (a missa
semanal parisiense), cursos e grupos de estudo da de uma escola em Paris, que era a
instituição à qual pertencia meu analista.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
Na École Freudienne de Paris, para que um membro começasse a atender, não era
prescrito nenhum exame ou entrevista específica. Mas era preciso que, quando se
considerasse pronto para receber seu primeiro paciente, ele anunciasse a decisão ao seu
analista. O dito analista não daria nenhuma autorização, oral ou escrita que fosse; era
apenas esperado que ele se opusesse, caso necessário.

Quando chegou o dia da primeira entrevista do primeiro paciente, eu tinha uma preocupação
dupla: queria que o apartamento tivesse cara de consultório, mas também queria que não
tivesse cara de consultório no dia de sua inauguração. Afinal, eu pensava, qual paciente
gostaria de descobrir que o analista em que ele vem depositar uma esperança de cura é um
novato absoluto? Cuidei dos detalhes: uma certa desordem de papéis e notas na mesa, uma
pequena desarrumação do acolchoado do divã, para mostrar que alguém já deitara ali, três ou
quatro baganas no cinzeiro (na época não só eu, mas a França inteira fumava), para mostrar
que, naquela tarde, já me debruçara sobre outros destinos cabeludos.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
Esse primeiro paciente se analisou comigo durante sete anos. Era um jovem psiquiatra,
que se tornou analista por sua vez. Alguns anos depois de ele terminar sua análise,
quando eu já era um analista reconhecido e estabelecido, nos encontramos, por acaso,
num congresso e conversamos um pouco. De repente, ele me perguntou: “Eu fui seu
primeiro paciente, não fui?”.

Hoje, responderia imediatamente a verdade. Na época, eu ainda me preocupava em defender


a aura de mistério atrás da qual os terapeutas gostam de se esconder, sob pretexto de que o
paciente precisa idealizar seu terapeuta. Portanto, fiquei perplexo e calado, com aquela cara
de “Há!” que os analistas usam para fazer pensar que, primeiro, eles já estariam vendo a
razão verdadeira da pergunta que está sendo feita e que, segundo essa razão (desconhecida
por quem pergunta) é infinitamente mais interessante do que a resposta que eles deveriam
dar.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente
Mas meu ex-paciente (aparentemente sua análise tinha funcionado) não deixou para
menos e continuou:” Acho mesmo que fui seu primeiro paciente; não sei se você sabe,
mas é o que eu tinha pedido para Nicolle, que me deu seu endereço na época. ‘Quero
um analista’, eu lhe havia dito, ‘de quem serei o primeiro paciente’. E acho que ela
respeitou meu pedido.
Queria ser o primeiro paciente porque pensava que, como meus problemas eram meio
banais, só um analista debutante me escutaria com toda sua atenção”.

Gostaria de poder dizer que ele estava enganado, que, durante todos estes anos, escutei
meus pacientes com a mesma paixão, vontade de entender e de dizer a coisa certa que
eu sentia no começo daquela primeira análise. E é verdade que, até agora, consigo quase
sempre me surpreender com cada história.
Recebendo os
pacientes:
Cartas de um Jovem Terapeuta - Contardo Calligaris
O primeiro
paciente

Essa história deixa alguns ensinamentos:

• Nem sempre é verdade que os pacientes preferem terapeutas experientes.

• Como os caminhos pelos quais um paciente coloca sua confiança num terapeuta são
muitos, se não são inúmeros, o mais simples talvez seja que nos contentemos em ser
nós mesmos (não é preciso desarrumar colchas e deixar baganas nos cinzeiros).

• A experiência certamente ajuda na conduta das curas, mas, de qualquer forma seria bom
que guardássemos sempre alguns elementos do espírito do debutante: a curiosidade, a
vontade de escutar e, por que não, o calor de quem, a cada vez, acha extraordinário que
alguém lhe faça confiança.
Recebendo os
pacientes:

E aí? Como vocês acham que devem atender o primeiro paciente? Devem
cumprimentar com um bom dia, boa tarde ou boa noite, perguntar se está tudo
bem? Devo falar com meu paciente fora da sala, fora do setting? E aí o que
acham?

Cumprimento:

Após a pandemia o contato físico ficou mais restrito, mas não há problema nenhum
em cumprimentar os pacientes da forma que vocês acharem mais conveniente. Seja
com um aperto de mão ou só acenando com a cabeça.

No setting:

E dentro da sala, como você deverá direcionar o paciente?


É muito importante realizar este direcionamento. Informar em que local ele
deve se
sentar. Se há um local em que ele ou ela poderá deixar suas coisas.
Recebendo os
pacientes:

Início da sessão:

• Fazer perguntas gerais, de “quebra gelo” mesmo:

• Por exemplo: Se o paciente já passou por algum processo de psicoterapia.

• Uma pergunta chave e disparadora pode ser: O que o fez procurar ajuda
psicológica?

• A partir daí o paciente começará trazer suas questões e demandas.


Recebendo os
pacientes:

Parte intermediária da sessão

• Faça perguntas com relação a demanda que o paciente está trazendo: O que, quando
, onde, desde quando;
• Pedir exemplos da situação: Como isso ocorreu, a ultima vez, você pode me dar um
exemplo disto que você está me falando;
• Fazer perguntas abertas acerca de si mesmo ou do problema: O que você pensou a
última vez que isso ocorreu?
• Fazer perguntas abertas sobre os sentimentos apresentados: O que você sentiu
quando isso ocorreu? Você já havia experenciado este sentimento?
• Fazer perguntas para acessar a percepção sobre a causas do problema: Na sua
opinião, por que isto ocorre com você?
• Fazer perguntas para acessar o impacto do problema: o que este problema tem
causado na sua vida pessoal, familiar, afetiva?
Recebendo os
pacientes:

Parte intermediária da sessão

• Fazer perguntas para acessar enfrentamento: Como você tem feito para lidar com
esta situação?
• Perguntar sobre expectativas e conhecimentos do paciente sobre a psicoterapia:
Você já fez psicoterapia? O que sabe sobre este processo? Foi encaminhado por
algum profissional? O que espera do processo? Quais são seus objetivos?
• Fazer perguntas abertas para acessar recursos: Que coisas boas existem em sua
vida que pode te ajudar a mudar. Suas qualidades, pessoas amigas, lugares que
gosta, atividades que gosta.
• Explicar os benefícios da psicoterapia: os recursos, a aliança terapêutica, as
técnicas.
• Explicar que trata-se de um trabalho colaborativo, ou seja, nós psicólogos não temos
as respostas concretas para as perguntas dos pacientes.
Final da sessão: Contrato Terapêutico

• Fazer contrato: dias de atendimento, procedimentos em caso de falta, pagamento, sigilo.


Sempre procuro deixar para o final da sessão alinhar questões mais burocráticas.
Como falamos anteriormente, no contrato terapêutico é importante alinhar a frequência
das sessões, a duração, os dias, horários, os honorários.

• Lembrando que mesmo nos atendimentos com convênio, o único item que não entra
neste acordo são os honorários, uma vez que o paciente paga esta consulta através do
plano de saúde.

Além de apresentar esta parte mais teórica para vocês, achei importante exemplificar
através Caso Clínico. Vamos lá:
CASO CLÍNICO
Confirmação da
sessão

Uma ação bem personalizada é o envio de uma mensagem, um lembrete sobre a


psicoterapia. Hoje com as redes sociais, esta ação ficou bem simples e:

• Colabora com o vínculo entre e paciente e psicólogo;


• Personaliza o atendimento;
• Reduz a possibilidade de falta.
Meu paciente tem meu contato e se ele me ligar, devo atender?

Isso vai depender muito do que você estabeleceu de vinculo com o paciente,
sobretudo da demanda do paciente. Pacientes que estão com alguma situação de
risco, por exemplo suicídio ou automutilação veem no psicólogo alguém que faz parte
de sua rede de apoio. Mas é muito importante estabelecer regras.
Pacientes em situação de risco, são de extrema importância terem uma rede de
apoio. Nosso papel é ajuda-los a trazer alguém para perto.
Como passar os valores para o paciente?

• Como falamos anteriormente, muitas dúvidas giram em torno desta questão


de valores. Passo no início, no meio, no final;

• Importância num primeiro momento de acolher o paciente.

• Encontro;

Mas então como passar o valor para paciente?

Ao final da sessão, juntamente no momento do acordo terapêutico


A psicoterapia inicia no setting e termina no setting
A psicoterapia inicia no setting e termina no setting

• Mas não tem nenhum problema de falar com o paciente coisas aleatórias fora da sala
de atendimento: Por exemplo: Que frio ou está chovendo;
• Colegas, nem tudo que o paciente fala é conteúdo de análise.
• Agora, o conteúdo da psicoterapia inicia no momento que perguntamos ao paciente
• Como foi sua semana? Ou Como está? Ou dependendo da sua abordagem você terá
uma estrutura se sessão.
• As vezes acontece de encerrarmos a sessão e o paciente continuar trazendo aquele
assunto. Precisamos acolher da melhor maneira, mas de forma alguma abrir a porta e
acolher a demanda nos corredores.
• A finalização da sessão é algo também que tem a ver bastante com a abordagem do
psicólogo. De qualquer forma, é importante e faz parte do nosso trabalho sinalizar o
paciente.
A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica

Muitas vezes os pacientes têm uma visão equivocada de nós psicólogos. Alguns acham
que somos pessoas sem conflitos, sem angustias e completamente capazes de lidar com
todas nossas complexidades.

Por que precisamos fazer psicoterapia?


A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica

Devemos estar bem com as nossas dores para atender e ouvir sem julgamentos. Mais do que
isso, estarmos melhores emocionalmente que o paciente, para não ocorrer transferência
negativa das queixas“
Psicanalista, Gregor Osipoff

A terapia também ajuda os profissionais a evitar misturar a vida pessoal com a do paciente.
Luiz Gonzaga Leite, coordenador do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula, em
São Paulo
A Psicoterapia pessoal – Essencial para prática clínica

Cada profissional tem de ter um olhar para suas próprias questões, dores, angústias,
ansiedades. Não existe autoanálise, autocura, como se ele conhecesse a teoria e
aplicasse em si. Cada ser humano é único e não pode ser enquadrado, mas sim tratado
para seguir a vida com conforto e dentro de uma perspectiva de seus desejos".
Gregor Osipoff, psicanalista

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