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2 .

5 FORMAS DE ESTADO E SEPARAÇÃO DE PODERES


2 .6 FORMAS DE GOVERNO
2 .7 SISTEMAS DE GOVERNO
2 .8 REGIMES POLÍTICOS

3. IDEOLOGIAS POLÍTICAS E SEUS REFLEXOS NO ESTADO


3 .1 LIBERALISMO E CONSERVADORISMO
3 .2 SOCIALISMO E ANARQUISMO

Aula 7
2 . IDEOLOGIAS POLÍTICAS E SEUS REFLEXOS NO ESTADO
2 .3 NACIONALISMO E FASCISMO
2 .4 SOCIAL-DEMOCRACIA E NEOLIBERALISMO
Conceitos retirados dos verbetes do Dicionário de
Política.

Norberto Bobbio, Nicola Matteuccie Gianfranco


Pasquino.
Situação-problema:

A crise vivenciada pelos paradigmas da Modernidade e da


Globalização tem se convertido em campo propício para a emergência
de movimentos de protesto ou de propostas de redefinição da
institucionalidade estatal, que se apoiam em “releituras” de ideologias
políticas do passado, releituras estas que tentam dar conta do
entendimento da ambiência social, política, econômica, cultural de
nossa contemporaneidade. Assim, quais seriam alguns dos principais
aspectos de ideologias como o nacionalismo, o fascismo, a
socialdemocracia e o neoliberalismo e que, de alguma forma, ainda
influenciam nosso imaginário político?
 O vocábulo “ideologia” carrega certa carga de “ideologização”.

 Por ser considerado algo tão complexo, de muitas faces, os


estudos sobre ideologia originam-se numa - e abrangem - ampla
gama de disciplinas, com os mais variados objetivos e
interpretações.
 Nas ciências sociais, filosofia e áreas afins, o
termo ideologia é empregado com muita
frequência. A palavra ideologia esteve
vinculada à ciência das ideias, depois
abarcada como parte da disciplina sociologia
do conhecimento. Seu primeiro uso remete ao
filósofo francês iluminista Antoine Destutt de
Tracy, seu livro "Elementos de Ideologia", de
1801. para designar o "estudo científico das
ideias".
 As primeiras ideias que deram origem ao pensamento político
conservador são consequências de duas grandes revoluções
europeias: a Revolução Inglesa (1642-1649) e a Revolução
Francesa (1789-1789).

 As ideias do pensamento conservador são baseadas em valores


relacionados à família tradicional, a princípios morais já definidos, à
religião e à conservação de uma determinada ordem social. O
conservadorismo deseja garantir a preservação de instituições e
formações sociais e familiares tradicionais.
 Ele surgi como uma reação aos ideais que motivadores destas
revoluções, como uma resposta negativa ou desacordo com os
desejos revolucionários de mudança destes movimentos.

 O Edmund Burke (1729-1797), que viveu na época da Revolução


Francesa, é considerado por muitos uma das maiores influências do
pensamento conservador.

 Dentre outras ideias, ele defendia principalmente a existência de


políticas de caráter conservador e ideias de liberdade de mercado,
pontos que até hoje são fortes demandas sustentadas pelo
conservadorismo.
 Defendia também que, se os ideais revolucionários e a flexibilização
dos valores tradicionais ganhassem espaço na sociedade, eles teriam
poder suficiente para acabar com a estrutura social existente.

 O conservadorismo é uma corrente de pensamento político que


defende a valorização e conservação de instituições sociais, conceitos
e princípios morais que já estão determinados em uma sociedade.
 As ideias do pensamento conservador são baseadas em valores
relacionados à família tradicional, a princípios morais já definidos, à
religião e à conservação de uma determinada ordem social. O
conservadorismo deseja garantir a preservação de instituições e
formações sociais e familiares tradicionais.
 I. EM TORNO DE UMA DEFINIÇÃO:
O substantivo Conservadorismo implica a
existência de um conceito; o adjetivo
conservador qualifica simplesmente atitudes
práticas ou ideias. O fato de se usar muito
mais o adjetivo que o substantivo é devido à
variedade de significados atribuídos ao
primeiro e à dificuldade de determinar a
natureza e fins do segundo. Tanto é assim
que se chegou a negar sem mais que tal
termo existisse como conceito autônomo e
unitário.
 A inexistência de uma teoria política comum a que se possam
referir todos aqueles que se autodefinem ou são definidos
como conservadores, a pouca propensão dos conservadores a
sistematizar as próprias ideias e o abuso que se faz desse
termo na linguagem quotidiana, política ou não, fizeram com
que se reduzisse o Conservadorismo a uma atitude e se
estudasse desde o ponto de vista psicológico, na busca das
motivações que impelem certos indivíduos a assumir posições
consideradas na prática política como conservadoras.
 O que o conservadorismo defende?

 As ideias do conservadorismo são baseadas em conceitos


tradicionais enraizados em uma sociedade, sendo muitas vezes
influenciadas por princípios cristãos.

 De acordo com o lugar as ideias conservadoras podem variar,


ou seja, são ideias que podem ser diferentes de um lugar para outro,
mas que estarão sempre de acordo com as regras tradicionais da
sociedade em questão. Dessa forma, o conservadorismo pode ter
algumas diferenças ideológicas de acordo com o país.
 As ideias conservadoras também podem se
modificar conforme o período histórico, ou
seja, uma ideia que já foi conservadora em
uma época pode não ser mais considerada
conservadora atualmente.
 Principais ideias defendidas do conservadorismo

• No Brasil, por exemplo, estas são algumas das ideias que podem
resumir o pensamento político conservador:

 maior liberdade em relações às questões e decisões políticas;


 preservação de instituições políticas com modos de funcionamento
tradicionais;
 preservação da ordem moral já existente;
 mais liberdade de mercado;
 liberdade econômica;
 redução de impostos;
 defesa do direito à propriedade privada;
 limitação da interferência do Estado na regulamentação do
funcionamento do mercado;
 valores nacionalistas;
 limitação ou redução de gastos governamentais em programas ou
políticas públicas sociais e assistencialistas;
 continuação de costumes e hábitos tradicionais.
 Ainda que haja variações, o conservadorismo pode ser definido como a
defesa da manutenção da ordem social que já está tradicionalmente
estabelecida na sociedade. Mas é importante saber que o termo
conservadorismo se modificou ao longo da história.

 Hoje ele se refere ao conjunto de ideias que defende a manutenção


da ordem social predominante. Entretanto, quando surgiu, a
expressão era uma indicação de certos grupos ou pessoas que
desejavam a continuidade de um determinado grupo político no poder.
É o que se chama de conservadorismo político.
 TURMA 3023

 Conservadorismo liberal;
 Conservadorismo libertário;
 Neoconservadorismo;
 Conservadorismo Socialista.
 As críticas principais estão relacionadas com o conjunto de
princípios sociais e morais que são defendidos por boa parte
dos conservadores. A crítica se refere principalmente à ideia de
que toda a sociedade deve ter suas ações baseadas nos
mesmos valores, uniformizando as condutas sociais até mesmo
na esfera da vida privada.

 Ideias ligadas ao liberalismo econômico também são bastante


criticadas pois limitam a regulamentação feita pelo Estado.
 Outra crítica comum ao pensamento conservador se refere à
excessiva valorização de ideais nacionalistas e tradicionalistas,
que seriam responsáveis, segundo os críticos, por dificultar
alterações sociais necessárias.
 O Conservadorismo é um posicionamento político de direita.
 Para poder comparar as diferenças, das pautas defendidas pela
ideologia política esquerda:

 aumento do controle social pelo Estado para garantir mais


igualdade e bem-estar social;
 menos liberdade nas políticas econômicas, sendo do Estado a
responsabilidade pela regulamentação de normas de economia e
de tributação;
 aumento dos investimentos governamentais em programas sociais
e políticas públicas de assistência;
 taxas de impostos mais elevadas e proporcional à riqueza.
 Liberalismo

 é um conjunto de pensamentos que surgiu no


século XVII e ganhou destaque na Europa do
século XVIII. O seu apogeu ocorreu após a
Revolução Industrial, no início do século XIX.
Basicamente, a visão liberal de mundo
consiste em enxergar que todos os seres
humanos são dotados de capacidades para o
trabalho e intelectuais e que todos têm direitos
naturais a exercer a sua capacidade.
 Dessa maneira, o Estado não tem o direito
de interferir na vida e nas liberdades
individuais dos cidadãos, a menos que
esses atentem contra a ordem vigente. Esse
pensamento liberal norteou eventos como a
Revolução Francesa e a Revolução
Industrial, criando um Estado de Direito
liberal na modernidade, que visava
assegurar os direitos dos cidadãos e acabar
com o despotismo.
 Para os liberais, o ser humano era dotado de direitos naturais
(pensamento herdado do filósofo inglês John Locke) que
assegurariam o direito de todos os cidadãos de participar da
política e da economia, de trabalhar, acumular riquezas e
adquirir uma propriedade privada. Do mesmo modo, eram
direitos naturais à vida e à liberdade, sendo vedado ao
Estado qualquer forma autoritária e injustificada de restrição
da liberdade ou assassinato dos cidadãos.
• Comentário: antes a monarquia absolutista estava assentada no
ideal do direito divino, ou seja, os governantes eram pessoas eleitas
por Deus para guiar o povo. Não havia qualquer justificativa para o
controle da vida, do governo e da economia por parte dos monarcas.

• O pensamento moderno é altamente racional, para os modernos, é a


razão, distribuída entre as pessoas, a responsável por criar um
projeto de mundo capaz de impulsionar a sociedade e os indivíduos
ao crescimento. Esses ideais, que constituíam o Iluminismo,
geraram o centro do pensamento liberal: a capacidade
individual de trabalhar, criar e evoluir.
 Tipos de liberalismo

 O liberalismo clássico pode ser dividido em:


 liberalismo político;
 liberalismo econômico.
 Liberalismo clássico é aquele que surgiu dos ideais de filósofos
liberais do século XVII e XVII contra o Antigo Regime e a favor da
livre iniciativa individual na economia.
Comentário - existe a contraposição, o neoliberalismo doutrina
econômica do século XX que resgatou elementos do liberalismo,
adaptando-os à realidade econômica do mundo globalizado e do
capitalismo altamente desenvolvido.
 Liberalismo político
A concepção liberal, na sua maioria, visava a
acabar com a opressão estatal sobre a vida das
pessoas em seus aspectos políticos e econômicos.
Para tanto, era necessário abandonar a visão
medieval de governo, baseada no poder absoluto e
irrestrito de um governante e no severo controle da
economia por parte do Estado (como ocorreu no
mercantilismo, em que os governos promoviam as
ações da economia, baseadas no comércio e na
exploração de colônias, controlando absolutamente
tudo).
Ao abandonar a visão antiga de governo e economia, os liberais
modernos adotaram uma visão política baseada no
republicanismo ou no parlamentarismo. Esses sistemas políticos
permitiam a divisão dos poderes, retirando das mãos de um
monarca o poder absoluto.
O filósofo francês Charles de Montesquieu, um dos pensadores
que influenciaram o liberalismo e a Revolução Industrial, defendeu
a divisão dos poderes estatais em três partes:

 o Poder Legislativo (formado por um corpo de legisladores, que


criarão as leis);
 o Poder Executivo (formado por um corpo de governo
responsável por executar as leis e governar a cidade ou o
país);
 o Poder Judiciário, que atua quando algum cidadão infringe as
leis estabelecidas ou entra em conflito de interesses com
outros cidadãos ou com o Estado.
Insurgências liberais no fim do século XVII, com um pensamento
burguês que desafiava a ordem vigente do absolutismo. Na
Inglaterra, esse fator ocorreu com a Revolução Gloriosa, que
aboliu de vez com o absolutismo inglês e implantou um regime
parlamentar no país que manteve a monarquia, mas abriu um
Parlamento com a possibilidade de participação política de
pessoas que não pertenciam à nobreza.

Obs.: Revolução Gloriosa à deposição de Jaime II e à coroação


de Guilherme de Orange e Maria Stuart como rei e rainha da
Inglaterra. A Revolução Gloriosa ocorreu em 1688.
O pensamento liberal espalhou-se pela Europa, destacando-se
personalidades como o filósofo inglês John Locke, o filósofo e
jurista inglês Jeremy Bentham, além dos filósofos políticos
franceses pertencentes ao Iluminismo, como Voltaire,
Montesquieu e Diderot.

Em razão da influência do pensamento iluminista, que valorizava


a razão e a racionalidade em detrimento da antiga concepção
religiosa que tomava conta da vida política durante a Idade Média,
as pessoas atentaram-se para o fato de que a vida pública deve
ser regida pela racionalidade, e não pela religião.
Foi fundamental a percepção de que existem direitos básicos que
devem ser garantidos, o que John Locke chamou de naturais e
que os iluministas franceses chamaram de direitos do homem e
do cidadão. Dentre tais direitos, destacam-se a liberdade, a
igualdade (no caso, não a igualdade socioeconômica, mas a
extinção de um sistema de nobreza que privilegia as castas
nobres na política) e o direito à propriedade (nos regimes
absolutistas, a maior parte da propriedade concentrava-se nas
mãos da nobreza e do clero).
 UMA DEFINIÇÃO DIFÍCIL. — A definição de Liberalismo
como fenômeno histórico oferece dificuldades específicas, a
menos que queiramos cair numa história paralela dos
diversos Liberalismos (G. De Ruggiero, M. Cranston) ou
descobrir um Liberalismo "ecumênico" (T.P. Neill), que não
têm muito a ver com a história.
 Nacionalismo é uma ideologia surgida no século XIX quando se
afirmavam os Estados-Nações na Europa.

 O termo é utilizado para descrever o sentimento e a atitude que


os integrantes de uma nação têm quando forma a identidade
nacional.

 O Nacionalismo surge após Napoleão conquistar grande parte da


Europa. Contra a resistência ao general francês surge a ideia de
fortalecer características próprias de cada país a fim de se
diferenciar do invasor.
 Estado e Nação

Antes de entendermos o que é nacionalismo é preciso definir os


conceitos de Estado e Nação:

 Nação é uma comunidade étnica, cultural ou linguística de


indivíduos que são unidos por uma tradição comum.

 Estado é uma entidade administrativa que guardará o território.


Dentro de um estado podem coexistir diferentes nações.
 Estado e Nação
Para compreender melhor: Estado são nações em todos os sentidos,
mas há nações que não são estados soberanos.

Exemplo que facilita o entendimento: as nações indígenas brasileiras


mantêm sua cultura, língua e diferenças étnicas, mas não têm
autoridade e nem a soberania necessária para definir assuntos
externos. Esse papel cabe ao Estado brasileiro que é soberano.

 Mais um exemplo dos curdos, que vimos em nossa aula, são um


povo disperso entre países como Iraque, Síria e Turquia que não
possuem Estado.
 Nacionalismo Brasileiro

• O brasileiro foi usado pelos governos, intelectuais e artistas para


justificar certas atitudes políticas.

• Desta maneira, temos a República que constrói a ideia de um


"país moderno" frente a atrasada monarquia a fim de justificar o
golpe republicano.

No Estado Novo, mais tarde, (1937-1945), o nacionalismo será


usado para a construção de estatais como a Petrobras e a
Companhia Siderúrgica Nacional.
AS FORMAS DE ESTADO

 Quando se pensa em modelos de Estado na teoria constitucional certamente a visão corrente remete à
dualidade existente entre o paradigma do Estado Unitário e do Estado Federativo. Embora essas
referências sejam designadas em termos de tipos-ideias de Estado (Max Weber), sendo possível, portanto,
existirem modelos com predomínio de uma determinada estrutura com leve incidência da outra, estes dois
padrões demarcam as escolhas mais basilares sobre as quais um povo deseja organizar-se.
AS FORMAS DE ESTADO
 Na formação dos Estados, este poder político foi distribuído de diferentes formas no território nacional.
Em alguns, foi estruturado apenas um núcleo de poder em todo o espaço geográfico; em outros, houve uma
divisão, passando a haver vários polos de poder dentro do mesmo território. Essa diversidade deu origem
ao conceito de “formas de estado”, ou seja, ao modo como é distribuído geograficamente o poder político.
Classicamente, há três formas de estado: a unitária, a federação e a confederação.

 Quando só há um centro de poder, ou seja, apenas um órgão legislativo, executivo e judiciário, temos o
estado unitário.

 Quando este poder é fragmentado entre um ente central e vários entes regionais, sem que, no entanto, haja
a possibilidade dos Estados-membros serem soberanos e se separarem, temos a federação.

 Quando, além da fragmentação, o pacto de constituição fixa que os Estados-membros terão plenos
poderes, inclusive de soberania e, portanto, de se separarem, temos a confederação.
AS FORMAS DE ESTADO
 No entanto, esta é uma classificação superficial, pois não há, hoje, um estado federal padrão, mas sim
vários, com diferenças enormes entre si. Doutrinadores mais modernos, inclusive, trazem subdivisões do
federalismo, o que é mais preciso didaticamente. Do mesmo modo, hoje, não temos um estado unitário que
se enquadre no conceito clássico, havendo, pelo contrário, derivações que descaracterizam em muito o
modelo concebido.

 Diferentemente das Formas de Governo, em que vislumbramos os três modelos clássicos de exercício de
poder, quais sejam a Democracia, a Aristocracia e a Monarquia, quando se fala em Formas de Estado,
temos duas figuras típicas: o Estado Unitário e o Estado Federal.

 A forma adotada pelo Brasil foi a Federal, como expressa logo o artigo primeiro da Constituição, cabe a
nós estabelecer o ponto diferencial entre as duas estruturas.

De forma rápida podemos dizer que a diferença é que:

• Estado Unitário, há apenas descentralização administrativa, enquanto,


• Estado Federal vigoram as descentralizações política e administrativa.
AS FORMAS DE ESTADO
 A descentralização administrativa é necessária a qualquer Estado, dado que para executar os diversos
serviços públicos precisa-se de entidades dotadas de personalidade jurídica, capazes de contrair obrigações
e exigir direitos. O diferencial, é a existência, no Estado Federal, de Entes dotados de autonomia política e
organizacional a tal ponto que possuem Constituições próprias.

 Podemos dizer que a possibilidade de auto-organização, tendo uma Constituição própria, a autonomia
financeira e orçamentária, que são dadas aos Estados-membros, são o toque que marca a separação do que
seria um Estado Unitário, como a França, do que é um Estado Federal, como os Estados Unidos, o Brasil,
a Suíça, a Alemanha e outros.

 O estado unitário não se constitui de estados-membros: é um estado só, uno, ainda que se possa subdividir
em regiões (como a Itália), ou em províncias (como o Brasil na época do Império), ou em departamentos
(como a França). Pelo que, no estado unitário, apenas há uma constituição: a constituição nacional.
AS FORMAS DE ESTADO
 Não é nosso caso, mas Estado Unitário é mundialmente mais conhecido. Ele é caracterizado pela
concentração de poder político na figura de uma autoridade central, a qual assume a agenda decisória do
Estado e direciona os comandos desse núcleo convergente aos mais distantes espaços de penetração no
território daquele país. Apesar de existirem graus de centralidade estatal, uma restrição peculiar de
liberdade de ação para a periferia gerencia os fluxos decisórios nesse modelo, permitindo que a figura da
autoridade central concentre e gerencie todas as unidades daquela estrutura governamental.

 Obs. :
• lembrem que nos estados unitários – sejam eles quais forem, inclusive nos estados regionais – não se fala
federal, federativo, etc., pois não há federação. Mas sim nacional (por exemplo: lei nacional, guarda
nacional, Suprema Corte Nacional, etc.)

• No entanto, nos estados federais, ora se fala federal, ora se fala nacional (por exemplo: lei federal, polícia
federal, Distrito Federal, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional, Conselho Nacional de Educação,
etc.
SISTEMAS DE GOVERNO

O que são sistemas de governo?


É a forma como o poder político de um país é dividido e exercido. Basicamente, esses sistemas variam de
acordo com a distribuição de funções entre os poderes Executivo e Legislativo.

Obs.: não confundir sistemas de governo com formas de Estado (unitário, federado) ou formas de governo
(monarquia, república, etc.), mas tenha em mente que podem existir monarquias parlamentaristas,
repúblicas parlamentaristas e repúblicas presidencialistas.

As diferenças entre parlamentarismo, presidencialismo e semipresidencialismo,.


SISTEMAS DE GOVERNO

Parlamentarismo
Usado tanto em monarquias quanto em repúblicas. O chefe do Estado, seja ele rei ou presidente, não é o chefe
do governo e por isso não tem responsabilidades políticas. Ao invés dele, o chefe de governo é o Primeiro
Ministro (premiê, chanceler) , o qual é indicado pelo Parlamento. A aprovação do Primeiro Ministro e do seu
Conselho de ministros pela Câmara dos Deputados se faz pela aprovação de um plano de governo a eles
apresentado. A Câmara ficará encarregada de empenhar-se pelo cumprimento desse plano perante o povo.
Ele é o sistema de governo típico das Monarquias Constitucionais, e acabou por se estender às Repúblicas
Europeia. Na Inglaterra, França e Alemanha, esse ainda é o sistema em vigor. O Poder Executivo é exercido
pelo Gabinete dos Ministros, estes são indicados pelo primeiro ministro e aprovados pelo parlamento.

OBS.: O parlamentarismo esteve em vigor no Brasil do final do Império, de 1847 a 1889. Quando passou a
ser república o Brasil adotou o presidencialismo como sistema governamental. Entretanto, com a renúncia de
Jânio Quadros o Brasil passou por um crise política muito grande e o sistema acabou por ser adotado como
uma tentativa de solucionar a crise. Isso aconteceu, porém, durante um curto período: de setembro de 1961 a
janeiro de 1963.
SISTEMAS DE GOVERNO

Parlamentarismo
• O governo do país fica sendo exercido por um corpo coletivo de pessoas, de modo que todas as medidas
tomadas implicam na atividade de todos os ministros em seus respectivos ministérios.

• No Parlamentarismo o Poder Legislativo assume funções de maior relevância na administração do país,


transforma-se em Parlamento abrangendo também os membros do governo.

• O governo depende da confiança desse parlamento e do seu apoio para conseguir exercer seu cargo, se o
Parlamento retirar a confiança no governo ele cai, pois não tem mandato, mas apenas investidura de
confiança.

• Pode haver em outros casos a convocação de eleições para a dissolução da Câmara e formação de outro
Parlamento.
SISTEMAS DE GOVERNO

Parlamentarismo
• Diante dessa organização o governo do país fica sendo exercido por um corpo coletivo de pessoas, de
modo que todas as medidas tomadas implicam na atividade de todos os ministros em seus respectivos
ministérios.

• O Poder Legislativo assume, no Parlamentarismo, funções de maior relevância na administração do país,


transforma-se em Parlamento abrangendo também os membros do governo. O governo depende da
confiança desse parlamento e do seu apoio para conseguir exercer seu cargo, se o Parlamento retirar a
confiança no governo ele cai, pois não tem mandato, mas apenas investidura de confiança. Pode haver em
outros casos a convocação de eleições para a dissolução da Câmara e formação de outro Parlamento.
SISTEMAS DE GOVERNO
Presidencialismo
• O Presidencialismo é um sistema de governo criado nos Estados Unidos em 1787 para ser utilizado como
modelo em Repúblicas Democráticas. No presidencialismo cada um dos poderes (Poder Executivo, Poder
Legislativo e Poder Judiciário) deve fiscalizar e contrapesar os outros, sem que haja preponderância de
nenhum deles sobre os demais. Isso tudo, segundo o princípio da separação de poderes de Montesquieu
(1689 -1755).

• A característica principal do sistema político presidencialista é a separação entre os poderes Legislativo,


Judiciário e Executivo, eles mantêm uma interdependência funcional efetiva para o controle recíproco dos
poderes, apesar da evidente liberdade que estes gozam entre si.

• Os representantes são eleitos pelo povo por meio do voto direto (Brasil) ou pela representação indireta dos
colégios eleitorais (Estados Unidos) para cumprirem mandatos com período predeterminados pela
Constituição.

 Alguns países que possuem o sistema parlamentar são: Inglaterra – Suécia – Itália – Alemanha – Portugal -
Japão
SISTEMAS DE GOVERNO
Presidencialismo

• O Poder Executivo, é materializado na figura do Presidente da República, ele é, ao mesmo tempo, Chefe
de Governo e chefe de Estado, ou seja, uma pessoa jurídica de direito público externo (para representar seu
país em questões internacionais) e de direito público interno (autoridade administrativa máxima).

• O Presidente tem como funções: liderar a vida política nacional, chefiar as forças armadas, encaminhar
projetos de lei ao Congresso, escolher os Ministros de Estado, os quais podem ser nomeados e exonerados
livremente pelo poder executivo; além de firmar tratados internacionais.

• No Poder Legislativo, temos o Parlamento ou Congresso Nacional, uma assembleia de representantes


eleitos com a função de legislar, representar, bem como controlar o Poder Executivo.

• O Poder Judiciário esta materializado no Supremo Tribunal ou Suprema Corte, é responsável por todas as
questões judiciais.
SISTEMAS DE GOVERNO
Presidencialismo

• OBS.: ressalto que apesar da insubordinação do Presidente ao Parlamento, é possível demitir o Chefe de
Estado em casos extremos por meio de um processo de impeachment. Contudo, o contrário não pode
ocorrer, ou seja, o líder da República nunca pode dissolver a Assembleia Legislativa, ou corre o risco
transformar a República Presidencialista numa Ditadura.

• Alguns países presidencialistas:

• Argentina;
• Brasil;
• Chile;
• Estados Unidos;
• México.
SISTEMAS DE GOVERNO
 A principal diferença entre estes dois sistemas políticos é
que, no Presidencialismo, o Poder Executivo está
concentrado nas mãos do Presidente, enquanto no sistema
Parlamentarista, o primeiro-ministro e seu gabinete
ministerial dividem as atribuições administrativas e estão
subordinados ao Parlamento (Poder Legislativo).

 Outra diferença marcante é que no Parlamentarismo o líder


de governo recebe uma investidura para governar e pode
ser substituído facilmente em momentos de crise, o que, por
sua vez, não ocorre no Presidencialismo, pois o Presidente
recebe um mandato constitucional e não pode ser destituído
com facilidade.

 Ao mesmo tempo, o Parlamentarismo é compatível com


qualquer sistema democrático e o Presidencialismo é visto
somente em Repúblicas Democráticas
SOCIALISMO

Ele surgiu no século XVIII como forma de repensar o sistema vigente, neste caso, o capitalismo, o primeiro
estudioso a utilizar o termo socialismo foi Henri de Saint Simon (1760-1825), filósofo e economista francês. Propôs
a criação de um novo regime político-econômico, no qual os homens repartissem os mesmos interesses e
recebessem adequadamente pelo seu trabalho. Tudo isso, pautado no progresso industrial e científico.

Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) publicaram o “Manifesto Comunista” em 1848. O texto
apresenta:

• princípios do socialismo científico


• pensamento comunista
• conceito de luta de classes
• crítica ao modo de produção capitalista
• crítica aos três tipos de socialismo (utópico, reacionário, conservador)
• materialismo dialético e histórico
• o conceito de mais-valia
• a revolução socialista

• OBS.: O socialismo científico, muitas vezes é conhecido pelo nome de Marxismo, por estar associado ao Karl
Marx.
SOCIALISMO

O socialismo é um sistema político e econômico baseado na igualdade. Ele propõe a distribuição igualitária de
renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além disso, a
tomada do poder por parte do proletariado, visa uma sociedade sem classes, onde bens e propriedades passam a ser
de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre
pobres e ricos.

 Socialismo Utópico
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na mudança da consciência dos indivíduos das
classes dominantes. Isto acontece por meio de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”. Um dos
grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por
Conde de Saint-Simon (1760-1825). Outros levaram a cabo os estudos sobre este modelo são: Charles Fourier
(1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).

 Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico apresentava os ideais de uma sociedade
mais justa e igualitária mas não explorava as ferramentas nem o método para que os objetivos fossem atingido
SOCIALISMO

 Socialismo Científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual o método estava pautado na análise crítica
e científica do capitalismo. Diferente do Socialismo Utópico, a corrente teórica não buscava uma sociedade
ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da sociedade, daí o termo "científico".

• O socialismo científico foi cunhado por Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) no século
XIX. Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados e os exploradores. Por isso, a
proposta desta corrente esteve fundamentada na luta de classes, na revolução da classe proletária, no
materialismo dialético e o materialismo histórico e na doutrina da mais-valia. Note que o importante não era
extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis. Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo
seria substituído por outro modelo político econômico.
ANARQUISMO

 A palavra "anarquia" é de origem grega - “ánarkhos” - e quer dizer “sem governo” ou “sem poder”.

 O anarquismo surge no século XIX, proposto pelo filósofo e político inglês William Godwin (1756-1836), que
sugere um novo sistema político e econômico distinto do capitalista liberal que imperava desde a Revolução
Industrial; para ele, a sociedade poderia viver sem as leis e restrições de um governo. Para alcançar este
objetivo, propunha o fim da propriedade privada e da divisão de classes sociais. Também sugeria o fim do Estado
e das instituições em geral, como a religião, que segundo ele, eram a fonte do autoritarismo, opressão e
dominação.

 A regulação, para os anarquistas, da sociedade iria ocorrer através de assembleias ou talvez, essas nem seriam
necessárias. Afinal, o indivíduo seria consciente daquilo que prejudica a vida em comum e do que a favorece.

 Houve outros pensadores continuarão seus estudos e teorias sobre o Anarquismo. Entre eles estão: Max Stirner
(1806-1856), Joseph Proudhon (1809-1865), Leon Tolstoi (1828-1910), Mikhail Bakunin (1814-1876), dentre
outros. Em meados do século XX, há o declínio do movimento anarquista.
ANARQUISMO

 é um sistema político, filosófico e ideológico que defende a ausência de governo, o fim do capitalismo e de
qualquer autoridade. A sua origem está nas ideias iluministas de Rousseau e no socialismo de Marx e Engels.
Hoje, o termo adquiriu um significado negativo e equivocado, pois é associado à desordem ou à ausência de
regras. Ele lutava para construir uma sociedade onde ninguém precisaria de dirigentes para saber aquilo que se
deve fazer. Não é, em absoluto, sinônimo de caos.

As Características do anarquismo
 Liberdade e autonomia dos indivíduos
 Propriedade coletiva
 Autogestão como forma de governo
 Autodisciplina e responsabilidade
 Educação libertária
 Harmonia e solidariedade
ANARQUISMO

No Brasil as ideias anarquistas chegaram no século XX trazidas pelos imigrantes europeus, especialmente de
italianos. Os anarquistas favoreceram o desenvolvimento de movimentos sociais, organizaram os primeiros
sindicados nas fábricas e também promoveram greves de operários em São Paulo e no Rio de Janeiro.
NACIONALISMO

O nacionalismo consiste em uma ideologia e movimento político, baseados na consciência da nação, que exprimem
a crença na existência de certas características comuns em uma comunidade, nacional ou supranacional, e o desejo
de modelá-las politicamente.

Com precedentes na Idade Média, sobretudo nas monarquias absolutas, é a partir da Revolução Francesa que surge
o nacionalismo moderno, simultaneamente com o apogeu da burguesia industrial. Posteriormente, a luta frente a um
exército invasor (guerras napoleônicas) ou o desejo de independência (continente americano) deram ao
nacionalismo um novo impulso.

No século XIX se assistiu à afirmação, quer da burguesia, quer do nacionalismo, que triunfariam juntos nas
unificações italiana e alemã.

No século XX, o nacionalismo teve dois grandes momentos: o surgir de ideias nacionalistas de parceria com teorias
racistas, como na Alemanha (nacional-socialismo), na Itália (fascismo) e no Japão; e o nacionalismo, que surgiu nos
países colonizados, após a II Guerra Mundial, que se liga com o que atualmente se manifesta no Terceiro Mundo,
perante as formas neocolonialistas de exploração.
NACIONALISMO

Nacionalismo brasileiro

 O nacionalismo brasileiro é um movimento que valoriza o Brasil, a sua cultura, a sua diversidade e o seu povo.
Muitos consideram que a maioria do povo brasileiro não é nacionalista, ou só demonstra amor pela nação na
altura de grandes competições esportivas como a Copa do Mundo. Historicamente, o povo brasileiro nunca teve
que se unir contra uma ameaça externa, como aconteceu em outros países. Mesmo quando o Brasil conquistou a
independência, essa conquista foi alcançada para o benefício de um pequeno grupo que lutava pelos seus
interesses. Muitos acreditam que por esse motivo o nacionalismo não foi fomentado no Brasil.
NACIONALISMO

Nacionalismo romântico

 O nacionalismo romântico (também conhecido como nacionalismo da identidade ou orgânico) é um tipo de


nacionalismo que tem como base a noção de que o seu povo é único e criativo, e expressa a sua cultura através
de várias áreas como a língua, religião, costumes, etc. No caso do nacionalismo romântico, o poder do Estado e
as suas políticas são legitimadas graças à unidade do povo que está sob a sua governação.

Nacionalismo ufanista

 O nacionalismo ufanista também pode ser considerado como nacionalismo exagerado ou exacerbado é o caso de
um orgulho excessivo pelo país onde uma pessoa nasceu. Neste caso, é comum que um nacionalista ufanista se
considere superior aos outros. Este tipo de presunção pode levar a atos de discriminação contra pessoas de outro
país.
NACIONALISMO

Nacionalismo e separatismo

 O nacionalismo e separatismo são dois conceitos que em muitas culturas estão intimamente ligados.

 O separatismo consiste na intenção e reivindicação da independência política e econômica de um determinado


povo ou nação.

 No século XX surgiram vários conflitos que tiveram origem no nacionalismo de alguns grupos separatistas.
Alguns dos casos mais conhecidos são os conflitos em África, Iugoslávia, Chechênia, Caxemira, Timor Leste,
Irlanda do Norte e na zona Basca, na Espanha.
FASCISMO

Ele foi um sistema político nacionalista, antiliberal e antissocialista surgido na Itália, em 1919, no fim da Primeira
Guerra Mundial, e que durou até 1943. Liderado por Benito Mussolini, influenciou regimes políticos em vários
países da Europa, como a Alemanha e a Espanha no período entre guerras. Também inspirou movimentos políticos
de direita no Brasil, como o Integralismo.

A palavra fascismo vem do latim fascio (feixe), pois um dos símbolos fascistas era o fascio littorio. Este consistia
num machado envolvido num feixe de varas utilizado nas cerimônias do Império Romano como um símbolo de
união.

Depois os estragos causados por essa ideologia na Segunda Guerra Mundial, a palavra fascismo foi ganhando novos
significados. Agora, nas primeiras décadas do século XXI, é comum denominarmos "fascismo" ou "fascista" o
indivíduo ou movimento que defende a repressão violenta para resolver problemas da sociedade.

Porem, essa definição não tem relação com o que era o fascismo na Itália, nas décadas de 20 e 30. Para os fascistas,
a violência era um meio para alcançar o poder, e não um fim. Ainda que tenham usado de métodos violentos em
manifestações, não foram diferentes de outros grupos políticos na época.

O fascismo prometia restaurar as sociedades destruídas pela guerra prometendo riqueza, uma Nação forte e sem
partidos políticos que alimentassem visões antagônicas.
FASCISMO

 O fascismo é um movimento político, econômico e social. Ele se desenvolveu em alguns países europeus no
período após a Primeira Guerra Mundial. Principalmente naqueles que enfrentavam graves crises econômicas,
como a Itália e a Alemanha. Apesar disso, esse conceito é frequentemente mencionado em discussões políticas
atuais.

 Entre as principais características desse sistema estão a concentração do poder nas mãos de um único líder, o uso
da violência e o imperialismo.
FASCISMO

Características do Fascismo - o fascismo se caracterizava por ser um sistema político oposto ao socialismo e
também imperialista, antiburguês, autoritário, antiliberal e nacionalista.

 Estado totalitário: o Estado controlava todas as manifestações da vida individual e nacional.

 Autoritarismo: a autoridade do líder era indiscutível, pois ele seria o mais preparado e sabia
exatamente o que a população necessitava.

 Nacionalismo: a nação é um bem supremo, e em nome dela qualquer sacrifício devia ser exigido
e feito pelos indivíduos.

 Antiliberalismo: o fascismo concordava com algumas ideias capitalistas, como a propriedade


privada e a livre iniciativa das pequenas e médias empresas. Por outro lado, defendia a
intervenção estatal na economia, o protecionismo e, no caso de algumas correntes fascistas, a
nacionalização de grandes empresas.

 Expansionismo: alargar as fronteiras era visto como uma necessidade básica, pois era preciso
conquistar “espaço vital” para que a nação se desenvolvesse.
FASCISMO

 Militarismo: a salvação nacional viria por meio da organização militar, da luta, da guerra e do
expansionismo.

 Anticomunismo: os fascistas rejeitavam a ideia da abolição da propriedade, da igualdade social


absoluta, da luta de classes.

 Corporativismo: ao invés de defender o conceito de "um homem, um voto", os fascistas


acreditavam que as corporações profissionais deviam eleger os representantes políticos. Também
sustentavam que somente a cooperação entre classes garantia a estabilidade da sociedade.

 Hierarquização da sociedade: o fascismo valorizava uma visão do mundo segundo a qual


cabem aos mais fortes, em nome da "vontade nacional", conduzir o povo à segurança e à
prosperidade.
SOCIAL-DEMOCRACIA

Social-democracia e o socialismo

• A social-democracia, originalmente, era uma vertente do socialismo, pois foi desenvolvida no seio do movimento
operário do século XIX. Todavia, ao longo do processo histórico, passou a divergir dessa corrente. Ao contrário do
socialismo marxista, a social-democracia não é incompatível com o capitalismo, antes, procura mitigar seus efeitos
negativos por meio do sistema político. Portanto, é uma corrente política reformista, e não revolucionária, que, por
meio de políticas econômicas e sociais, promove modificações pontuais no modelo econômico capitalista, porém não
o substitui nem o reestrutura. Os socialistas revolucionários rechaçam esse posicionamento por acreditarem que o
capitalismo seja impassível de reforma.
SOCIAL-DEMOCRACIA

• Corrente política surgida na Europa, na segunda metade do século XIX. Ligada em sua gênese ao marxismo, ela se
metamorfoseou ao longo do tempo, firmando-se como uma concepção de centro-esquerda, no âmbito da democracia
representativa, com uma perspectiva de Estado voltada para reduzir as iniquidades sociais sem abolir o capitalismo.

• Popularizou-se no século XX, no continente europeu, especialmente no pós-Segunda Guerra Mundial, quando a
reconstrução dos países afetados pela guerra demandava uma participação mais ativa dos Estados. Também
denominada de “socialismo democrático”, a social-democracia prioriza as reformas sociais para redistribuir renda por
meio de acesso a serviços públicos gratuitos, tais como saúde, segurança, educação e previdência, bem como uma
política econômica que contemple também as populações mais desassistidas.

• Defende também a propriedade privada e o sistema representativo. Vários países europeus têm arraigada tradição de
partidos social-democratas, dentre os quais se destacam Alemanha, Suécia, França, Holanda e Espanha.
SOCIAL-DEMOCRACIA

• A social-democracia é uma corrente política pautada pelos ideais de liberdade e igualdade. Entre seus valores
básicos está a defesa da democracia representativa, das liberdades individuais, da propriedade privada e da justiça
social.

• Surgiu na Europa, ligada ao movimento operário, no século XIX. Como aponta Adam Przeworski, nesse período os
Estados limitavam-se à função de polícia e algumas poucas regulações. Sua atuação era limitada, mas voltada a
reprimir violentamente a classe operária no que reivindicavam. Então os operários perceberam que precisariam se
organizar e entrar na política, caso contrário, não conseguiriam combater a repressão policial e implantar o
socialismo.

• Por volta de 1860, formaram-se os primeiros partidos operários. Ao longo do tempo, foi crescendo sua densidade
eleitoral e eles passaram a ocupar bom número de cadeiras nos Parlamentos europeus, embora nunca ultrapassassem a
metade das vagas. Ao chegarem a esse patamar de influência nos governos, sua orientação mudou. Implantar o
socialismo traria altos custos políticos e sociais, então decidiram concentrar seus esforços em promover melhorias
de condições de trabalho e salário. Em vez de fazer a revolução do proletariado, a decisão política dos social-
democratas foi aprimorar no curto prazo a qualidade de vida dos eleitores que representavam.
SOCIAL-DEMOCRACIA

• Os social-democratas concluíram, então, que precisavam do investimento privado para melhorar as condições sociais
e econômicas da população, por isso decidiram reformar o capitalismo em vez de tentar implantar o socialismo. O
pacto social-democrata se dá nos seguintes termos: os operários abrem mão de socializar os meios de produção, e os
capitalistas abrem mão de um pouco do lucro para que seja investido na qualidade de vida das pessoas em geral. Dito
em outras palavras, a coletivização da propriedade privada foi substituída pela cooperação com o capital para
aumentar a produtividade e, assim, melhorar a distribuição dos ganhos.

• Desse modo, convencionou-se que seria possível regular a economia capitalista, alocando recursos públicos no
mercado conforme a inclinação da sociedade, sem perder de vista o critério da eficiência. Ao mesmo tempo, também
seriam garantidos direitos trabalhistas, proteção contra o desemprego, previdência social, saúde, educação e outros
serviços para os trabalhadores.
SOCIAL-DEMOCRACIA

• Já no século XX a social-democracia desenvolveu-se como contraponto ao marxismo revolucionário e ao liberalismo


clássico. Nesse período, foi fortemente influenciada pelas teses do economista John Maynard Keynes (1883-1946),
intelectual que concebeu o modelo do Estado de bem-estar social, em que o ente governamental assume o papel de
organizar a economia com a dupla missão de promover o progresso econômico e oferecer aos cidadãos redes de
proteção social para todas as fases da vida. O Estado de bem-estar social foi incorporado ao ideário social-democrata.

• Assim, o Estado concomitantemente era o garantidor da propriedade privada e o promotor de políticas econômicas e
sociais de interesse coletivo. O Estado de bem-estar social foi o modelo amplamente colocado em prática no mundo
ocidental até a década de 1970. Nesse período o Estado cresceu, ampliou suas atribuições, instituições, agências
regulatórias, de modo que o Estado hoje, mesmo em países de governos liberais, é expressivamente maior que o
Estado do século XIX, quando os operários europeus começaram a se organizar politicamente.
SOCIAL-DEMOCRACIA - NO BRASIL

• Surgida no século XIX e tendo galgado protagonismo na Europa e EUA do século XX, no Brasil a social-democracia
passou a ganhar destaque durante a transição democrática, no ocaso da ditadura militar iniciada em 1964. O partido
brasileiro que leva o nome de social-democrata é o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Ele foi formado
no período da redemocratização por intelectuais de esquerda inspirados, sobretudo, pela social-democracia alemã.

• Outro partido brasileiro que pode ser identificado como social-democrata é o PDT (Partido Democrático Trabalhista).
Fundado por Leonel Brizola, ele carrega o ideário do trabalhismo e integra a Internacional Socialista, órgão que reúne
partidos social-democratas de todo o mundo. Porém, esse partido não tem uma experiência enquanto governo federal
para que seja comparado aos dois anteriores.

• A diferença que se apresenta entre a experiência social-democrata no Brasil e nos países europeus é que, na Europa, o
caráter reformista é explorado de maneira mais contundente, ou seja, há reformas nas leis e no sistema tributário que
permitem uma distribuição mais equitativa da riqueza. No Brasil, o caráter reformista não foi preponderante, sendo
substituído por políticas focais para populações vulneráveis.
SOCIAL-DEMOCRACIA - NO BRASIL

• Se analisarmos as características pontuadas nos tópicos anteriores, veremos que sua origem não se encaixa com os
antecedentes históricos de um partido social-democrata. Os partidos com esse viés em seu início são operários, em
outras palavras, partidos formados por sindicalistas. Ao se formarem, comumente têm um discurso radicalizado,
porém, na medida em que participam de eleições e especialmente quando compõem um governo, tendem a se
moderar.

• É interessante observar a capacidade de moderação que o sistema representativo exerce sobre os partidos. Ao se
submeterem ao crivo da eleição e às regras do jogo do sistema representativo, eles necessitam abrir mão de suas
bandeiras mais radicais para alcançar um escopo de eleitores maior que o seu nicho inicial, o que implica representar
um grupo de interesses maior que o inicial. Portanto, como afirma o cientista político Alberto Carlos Almeida, o
partido brasileiro que pode ser denominado social-democrata é o PT (Partido dos Trabalhadores), que começou como
um partido operário, moderou-se para alcançar um eleitorado maior, mas não perdeu de vista a identificação com a
população pobre e, no governo federal, teve como características o intervencionismo na área econômica e a ampliação
de políticas sociais.
SOCIAL-DEMOCRACIA - NO BRASIL

• Notem que parte desses programas sociais foi realizada em parceria com a iniciativa privada, que também se
beneficiou da gestão. A gestão federal do PSDB também foi social-democrata no sentido de intervenção econômica,
estabilização da moeda, combate à hiperinflação, equilíbrio fiscal, implementação de medidas de transferência de
renda e, ainda que em menor grau, esforço político de erradicação do analfabetismo. Os governos petistas deram
continuidade à política econômica e um maior enfoque às questões sociais, como o combate à fome.
NEOLIBERALISMO

 A história - o termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX, mas começou a
aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos 1980, como uma forma de classificar o que seria
um ressurgimento do liberalismo como ideologia predominante na política e economia internacionais. A ideia é que
durante um certo período de tempo, o liberalismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo
trabalho de John Maynard Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem impulsionar a economia,
especialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao Estado de bem-estar social.

 A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado de bem-estar social, o que deu
espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter preferência na política. Uma das primeiras experiências
consideradas neoliberais no mundo foi levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou
em contato com acadêmicos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do mercado e
diminuição do Estado. Entre tais medidas estavam a drástica redução do gasto público, demissão em massa de
servidores públicos e privatização de empresas estatais. As eleições de Margareth Thatcher no Reino Unido e de
Ronald Reagan nos Estados Unidos no início dos anos 1980 também foram indicativos desse fenômeno. Ambos são
considerados até hoje líderes neoliberais
NEOLIBERALISMO

 Consenso de Washington e neoliberalismo - o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de
1989, quando o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto de regras econômicas
acordadas por economistas de grandes instituições financeiras. Essas regras, que ficariam conhecidas como Consenso
de Washington, seriam o mínimo denominador comum, os pontos com que todas as principais instituições financeiras
do mundo concordavam. Nos anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração das políticas econômicas
recomendadas por grandes agências internacionais, e de fato foram implementadas em vários países em
desenvolvimento a partir do início dos anos 1990 – inclusive no Brasil. O conjunto de regras neoliberais seria:

 Disciplina fiscal
 Redução dos gastos públicos
 Reforma tributária
 Juros de mercado
 Câmbio de mercado
 Abertura comercial
 Investimento estrangeiro direto
 Privatização de empresas estatais
 Desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas)
 Direito à propriedade intelectual
NEOLIBERALISMO

 A definição de “liberal” é ampla e abriga formas de pensamento bem diferentes entre si, a definição de neoliberal é
mais específica. Trata-se de uma doutrina prática, voltada a ações econômicas concretas, já que poucos acadêmicos de
fato se definem como neoliberais ou desenvolvem uma filosofia política ou econômica neoliberal. Também não
existem muitas tentativas de definição rigorosa do termo. Dessa forma, o artigo de Williamson e as políticas do FMI
e do Banco Mundial são o que temos de mais concreto sobre o que compõe o ideário neoliberal.

 As condicionalidades do FMI - o Fundo Monetário Internacional (FMI) talvez seja a organização mais atrelada ao
chamado Consenso de Washington. Esse fundo foi criado após a Segunda Guerra Mundial, junto com o Banco
Mundial, conta com recursos principalmente de países desenvolvidos e é responsável por supervisionar o sistema
monetário internacional. O FMI atende a países com problemas de instabilidade financeira – geralmente, países em
desenvolvimento. Os recursos aportados para esses países vêm quase sempre em caráter emergencial, para evitar que
o governo socorrido quebre definitivamente. Em troca desse socorro financeiro, o FMI exige de seus devedores o
cumprimento de condicionalidades, que nada mais são do que medidas alinhadas com o chamado receituário
neoliberal (ou seja, as medidas que listamos acima).

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