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Violência Obstétrica:Uma violação aos

direitos fundamentais da mulher


MARCIA CRISTINA TOLEDO DE ANDRADE
SIRLENE DE ARAUJO BARROS

Professora mestra Claudia Andrade


Linha de pesquisa:

Saúde da mulher

Área predominante:

Enfermagem na saúde da mulher


Como tema:

Violência obstétrica: uma violação aos direitos da mulher


Objeto de estudo:

Violência na gestante
Motivação

A motivação pela escolha na área surgiu ao cursar a disciplina no ensino clinico pratico de saúde da
mulher, nos despertou para essa área, o qual obtivemos os primeiros conhecimentos acerca da temática
e sendo marcante a influência da equipe de docentes, na maternidade Fernandes Magalhães, ali nos fez
refletir sobre a importância que o nascimento de um filho tem para uma mulher.
Justificativa

Justifica-se o estudo pelo fato de que a questão da violência na


assistência obstétrica vem ganhando a cada dia maior
visibilidade a partir de diferentes campos, a exemplo dos
movimentos de mulheres.
Questão norteadora

Qual o papel do enfermeiro nas principais violências obstétricas?


Objetivo específico

Descrever a atuação do enfermeiro nas principais violências


obstétricas
Metodologia

O presente estudo pretende ampliar os conhecimentos da


comunidade cientifica e dos profissionais de saúde sobre
violência obstétrica, esclarecer e propor uma assistência de
enfermagem otimizada interrogando como o enfermeiro deve
agir a fim de prestar uma assistência de qualidade. Dessa
forma trazemos como descritores para nossa busca: violência
contra a mulher; violência obstétrica; saúde da mulher
Para atingir o objetivo do estudo , utilizamos os métodos de pesquisa bibliográfica,
qualitativa e descritiva, tendo por intuito reunir e filtrar artigos bibliográficos nos
bancos de dado regionais que nos tragam embasamento para o conhecimento solido e
proveitoso sobre esse tema .(Fonseca, 2002)

A busca bibliográfica foi realizada mediante a questão norteadora nas seguintes


bibliotecas virtuais: Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), com acesso à Base de Dados Específica da Enfermagem (BDENF); Índice
Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS); Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Campus Virtual de Saúde Pública (CVSP - Brasil);
Index Psicologia - Periódicos técnico-científicos e demais bases de dados: Cumulative
Index to Nursing and Allied Health Literature(CINAHL); Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online (MEDLINE) via Pubmed; SciVerse Scopus; Web of Science.

(Aguiar, 2010; Milbrath et al., 2010) (Oliveira et al., 2010; Santos, 2012; Carneiro, 2015;
Oliveira, 2015; Regis, 2016)
Foi realizada uma pesquisa através do portal regional da biblioteca virtual em saúde (BVS) nas bases de dados Índice da Literatura Científica e
Técnica da América Latina e Caribe,.BASES 3 MEDLINE, BDENF E LILACS no período de MARÇO de 2019, utilizando os descritores: GESTANTE,
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA, ENFERMAGEM . Utilizamos como critérios e inclusão e exclusão artigos entre os anos de 2006 a 2017.
Foi realizada uma busca inicial, utilizando os descritores individualmente, apresentado na tabela 1.

MEDLINE BDENF LILACS

Descritores

GESTANTE 11749 3402 70

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA 101 76 9

ENFERMAGEM 512.521 37.368 4580


Devido a grande quantidade de publicações encontradas foi realizado um refinamento,
realizando o cruzamento dos descritores em pares que estão representados na tabela 2.

Descritores MEDLINE BDENF LILACS

7 5 5
GESTANTE+VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

GESTANTE+ENFERMAGEM 524 322 365

ENFERMAGEM+VIÔLENCIA OBSTÉTRICA 33 30 6

ENFERMAGEM+GESTANTE 524 360 46


O aperfeiçoamento da nomenclatura de referência permite a busca de informações
sobre determinado assunto e auxilia na descrição e organização tornando mais fácil o
acesso ao saber sobre um tema especifico. Dentro desse contexto, apresenta-se a tabela 3
onde foi realizado um novo refinamento utilizando os descritores em trio.

Descritores BDENF LILACS MEDLINE

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA+GESTANTE + ENFERMAGEM 3 1 1


De 04 publicações expressas na tabela 3 foi realizada a leitura dos resumos e selecionamos
os que mais aproximavam da temática proposta, eliminando publicações repetida e com
ano inferior 0 e com resultado de ....03.... artigos citados na tabela 3.1.
.

Ano Autor Titulo Base


2014  Violência obstétrica na visão de enfermeiras LILASC
Michelle Gonçalves da Silva, Michelle Carreira Marcelino, Lívia
Shélida Pinheiro Rodrigues, Rosário Carcaman Toro, Antonieta obstetras
Keiko Kakuda Shimo

2016 Sadler, Michelle; Santos, Mário Jds; Ruiz-Berdún, Dolores; Rojas, Indo além do desrespeito e abuso: abordando MEDLI
Gonzalo Leiva; Skoko, Elena; Gillen, Patricia; Clausen, Jette A. as dimensões estruturais da violência
obstétrica. NE

2017 Cardoso, Ferdinand José da Costa; Costa, Ana Carla Marques da; Violência obstétrica institucional no parto: BDENF
Almeida, Mayron Morais; Santos, Thiago Sampaio dos; Oliveira, Percepção de profissionais da saúde
Francisco Braz Milanez.
Revisão de Literatura

3.1 Fisiologia da mulher


3.2 Gestante
3.3 Trabalho de parto
3.4 Cuidados no trabalho de parto
3.5 Violência obstétrica
3.5.1 Tipos de violência Obstétrica
3.6 Manobras no trabalho de parto
3.6.1Manobra de Kristeller
3.7 Cuidados de enfermagem na manobra de kristeller
Discussão
Violência obstétrica

Com o decorrer dessa pesquisa, foi possível observar que diversas questões e situações históricas e que se repetem no cotidiano atual influenciam no tratamento recebido pela mulher gestante e parturiente nos hospitais, e que a violência obstétrica não é de
modo algum um fenômeno que ocorre sem relações ou bases externas ou que este é ainda, de responsabilidade apenas da área da saúde, tampouco é apenas uma questão social, se apresentando assim como um misto das questões que atravessam os dois
campos, a medicina e a sociedade, e pelas situações que pertencem ou transitam por ambas.
(Diniz, et al. 2015).

Gestante
A violência obstétrica se baseia são a já vista questão de gênero que naturaliza a violência sofrida pela mulher, a violação de direitos nas instituições como a privação ao acompanhante, a negligência dos cuidados em saúde e a diferença no cuidado oferecido de
acordo com a classe social do paciente, as hierarquias estabelecidas nas instituições que dificultam a realização de práticas humanizadas pelos profissionais que acreditam nelas, definições de Dalberg et al. (2007)
Violência obstétrica
É a prática de procedimentos e condutas que desrespeitem e agridam a mulher na hora do gestação, parto, nascimento ou pós-parto. Na prática, se considera violência obstétrica os atos agressivos tanto de forma psicológica quanto física.
(Hemmerson Magioni, 2014)

"Violência obstétrica ainda é um conceito em construção. Transita entre o desrespeito humano durante o cuidado ao nascimento até a prática de condutas médicas sem respaldo científico", explica (Hemmerson Magioni 2014), médico
obstetra fundador do Instituto Nascer.

As práticas violentas com gestantes e mães que estão dando a luz também podem consistir em rotinas e normas que já se sabe que são desnecessárias, mas são feitas mesmo que não respeitem os seus corpos.(Hemmerson Magioni, 2014).
Tipos de violência obstétrica

Não cumprimento dos padrões profissionais de cuidado (por exemplo, negligência durante o parto)
Discriminação com base em idade, etnia, classe social ou condições médicas.
Impedir livre posição e movimentação durante o trabalho de parto
Más condições do sistema de saúde (falta de recursos)
Abuso físico (bater ou beliscar, por exemplo)
Impedir que a mulher grite ou se expresse
Abuso verbal (linguagem rude ou dura)
Não oferecer métodos de alívio da dor
Restrição de alimentação e bebida
Episiotomia (ou "pique") de rotina
Manobra de Kristeller
Ocitocina sintética
Lavagem intestinal (hermerson Magioni, 2014)
Manobra de kristeller

A manobra de Kristeller é uma manobra obstétrica executada durante o parto que consiste na aplicação de pressão na
parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê. A manobra foi idealizada pelo ginecologista alemão
Samuel Kristeller (1820–1900), que a descreveu em 1867. É realizada por auxiliar do obstetra, juntando-se as duas mãos no
fundo do útero, sobre a parede abdominal, com os polegares voltados para frente, tracionando-se o fundo do útero em
direção à pelve, no exato momento em que ocorre uma contração uterina durante o parto natural. Pode também ser
utilizada durante a cirurgia cesárea. É importante ressaltar que "A manobra de Kristeller é reconhecidamente danosa à
saúde e, ao mesmo tempo, ineficaz, causando à parturiente o desconforto da dor provocada e também o trauma que se
seguirá indefinidamente”. (REIS, 2005)
Cuidados de enfermagem na manobra de kristeller

Promover suporte continuo (acompanhante, doula e profissionais de saúde)

Garantir liberdade de posição e incentivar posições verticalizadas

Monitorar a vitalidade fetal (ausculta intermitente a cada 5-15 minutos)

Manejar a dor (métodos não farmacológicos e farmacológicos)

Garantir liberdade de posição e incentivar posições verticalizadas

Informar à mulher e seus acompanhantes sobre a evolução do parto

Oferecer ingestão de líquidos

Musicoterapia
(enferm. Foco, 2018)
Conclusão

Este estudo partiu da inquietação a respeito da qualidade prestada às mulheres no


momento do parto. Quais os tipos de violências mais comuns que as mulheres sofrem, e o
que elas entendem que seja violência.

Achamos importante dar oportunidade para as mulheres que dependem do serviço, falarem
tudo que sentem e acham. Afinal, o período gravídico é repleto de dúvidas e inseguranças e
dar essa abertura para elas expressarem suas opiniões seria de tamanha importância.

Destacando que estas práticas precisam incluir todos os atores envolvidos nas situações de
violência, ou seja, as mulheres, os profissionais; a população como um todo e as instituições.
Dessa forma, para que possa transformar a forma de nascer não só no Brasil, mas em todo o
mundo. A mulher merecer parir com dignidade e o bebê merece nascer com tranquilidade e
segurança. (Michel Odent, 2017.)
Referências
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29744/2/DEIXAR%20DE%20FAZER%20MANOBRA%20DE%20KRISTELLER.pdf

FIOCRUZ. Nascer no Brasil: pesquisa revela número excessivo de cesarianas. 2014. GOMES, A. M. A.; NATIONS, M. K.; LUZ, M. T. Pisada como Pano de Chão:
experiência de violência hospitalar no
GUERREIRO, E. M. et al. O cuidado pré-natal na atenção básica de saúde sob o olhar de gestantes e enfermeiros. Rev. Min. Enferm.;16(3): 315-323, jul./set., 2012.
FIORETTI, Bia. Documentário: Nascer no Brasil: parto, da violência obstétrica

http://www.facene.com.br/wp-content/uploads/2010/11/5.-A-IMPORT%C3%82NCIA-DA-ENFERMAGEM-NO-PARTO_PRONTO.pdf

https://infomedicarascunho.fandom.com/pt-br/wiki/Fisiologia_da_Mulher

AGUIAR, J. M.; OLIVEIRA, A. F. P. L.; SCHRAIBER, L. B. Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29 (11):2287-2296

BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Brasília,
2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Violência Obstétrica é Violência Contra a Mulher. Mulheres em luta pela abolição da violência obstétrica. Rio de janeiro, 2019.

LEAL, Maria do Carmo et al . Intervenções obstétricas durante o trabalho de parto e parto em mulheres brasileiras de risco habitual. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro , v. 30, supl. 1, p. S17-S32, 2014 .

GALINDO, Rogério. Médicos pedirão a prefeito que vete divulgação de itens de violência obstétrica. Gazeta do Povo. Disponível em Acesso em 20 de maio
2019

Fundação Oswaldo Cruz e Agência Nacional de Saúde Suplementar. Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento. Rio de Janeiro. 2019.

SOUSA, Valéria. Violência Obstétrica: considerações sobre a violação de direitos

Rede Feminista de Saúde. Direitos sexuais e direitos reprodutivos. “Dossiê humanização do parto”São Paulo (SP); 2002.
Ministério da Saúde. Violência Obstétrica é Violência Contra a Mulher. Mulheres em luta pela abolição da violência obstétrica. Rio de janeiro,
2019.

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