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ESTILO E

LINGUAGEM
QUEIROSIANO
Obra: Os Maias de Eça de Queiróz
Disciplina: Português
Eça de Queiróz Obras mais importantes:

 Crime do Padre Amaro(1875)


 O Primo Basílio (1878)
 A Relíquia (1887)
 Os Maias (1888)
Árvore genealógica da família Maia
Recursos expressivos
■ Adjetivo:
Adjetivação expressiva
(“sorriso mole”; “radiante figura”; “gritos medonhos”).

Dupla adjetivação
(“aquele belo e impetuoso rapaz”; “passos lentos e murchos”).

Tripla adjetivação
(“Dona Maria Eduarda Runa, filha do conde de Runa, uma linda morena, mimosa e um
pouco adoentada”; “que o traziam dias e dias mudo, murcho, amarelo”).
■ Advérbio:
Advérbio de modo

(“o Eusebiozinho foi então preciosamente colocado ao lado da Titi” (utilizado de forma
irónica e negativa)
Adverbiação dupla
(“Tu és simplesmente, como ele, um devasso, e hás de vir a acabar desgraçadamente
como ele, numa tragédia infernal!”)

Adverbiação tripla
(“ambos insensivelmente, irresistivelmente, fatalmente, marchando uma para o outro”)
■ Verbo:
O verbo é uma das classes de palavras utilizada por Eça, repleta de criatividade e
expressividade, como podemos comprovar com os seguintes exemplos:

 derivados de cor: “estátua de mármore(...) enegrecendo a um canto”


 uso metafórico: “os dois olhos do velho(...) caíram sobre ele, ficaram sobre ele,
varando-o até as profundidades da alma, lendo lá o seu segredo”
 verbos novos(neologismos): “na Havanesa fumavam também outros vadios, de
sobrecasaca, politicando”
 no gerúndio: “Mas Ega, esguio e magro, foi rompendo pela coxia tapetada de
vermelho. De ambos os lados se cerravam filas de cabeça, embebidas enlevadas,
atulhando os bancos de palhinha”
■ Diminutivo:
O diminutivo é, geralmente, utilizado de forma pejorativa e caricatural, como podemos
comprovar com os seguintes exemplos:

“perninhas flácidas”; “se dissesse os versinhos”; “perninhas moles”

Este recurso também é utilizado para transmitir afeto e carinho pela personagem central da
obra, Carlos Maia (“está-se fazendo tarde, Carlinhos”).

■ Estrangeirismos:
“anglicismo” (expressão de origem inglesa) como o “galicismo” ou “francesismo”
(expressão de origem francesa)
“jockey”, “sports-man”, “handicap” ou “dead-beat”. (corrida de cavalos)
Hipálage:
“Ega espalhava também pelo quarto um olhar pensativo”; “casarão de paredes severas”

Ironia:

“O Eusebiozinho com o craniozinho calvo de sábio curvado sobre as letras garrafais da boa
doutrina”; “É um canteirinho de camélias meladas”)

Sinestesia:

(“os olhos luminosos iluminavam-na toda”; “a friagem fazia-lhe mais pálida a encarnação
de mármore”)
Metáfora:
A metáfora, tal como outros recursos expressivos, serve para descrever de uma forma
sublime também os espaços, ambientes e as personagens.

(“um reflexo de cabelos de oiro”; “longa barba de neve”)

Comparação:

A comparação está ao serviço da descrição de ambientes, personagens e paisagens.

(“dias taciturnos, longos como desertos”; “apertando o leque fechado como uma arma”)
Reprodução do discurso no discurso
Discurso direto:
O discurso direto é bastante expressivo na obra, evidenciando a coloquialidade da
linguagem.

“- Que diabo, não me hão de esquecer as queijadas! -murmurou o Cruges”; “Carlos, outra
vez sereno, acabava a sua chávena de chá. Depois disse muito simplesmente:

– Meu querido Ega, tu não podes mandar desafiar o Cohen. […]”


Discurso indireto:
O discurso indireto é a modalidade de reprodução do discurso que mais abunda na obra.

(“Ega murmurou que a história se encarregaria um dia de retificar esse facto(...)e então o
Gouvarinho perguntou se os amigos tinham ouvido alguma coisa do Ministério e da crise”).

Discurso indireto livre:

O discurso indireto livre é uma modalidade de reprodução do discurso e é uma das


marcas do estilo queirosiano que é marcado pela sobreposição do discurso do
narrador e da personagem.

“depois, reclinando-se para as costas da cadeira e abrindo o leque, declarou, a


transbordar de ironia, que, talvez por ter a inteligência curta nunca compreendera a
vantagem dos “métodos” (...)era à inglesa.”;
Técnicas narrativas utilizadas na obra:
■ Analepse:
“Esta existência nem sempre assim correra com a tranquilidade larga e clara de um belo rio
de Verão (...) E então Carlos Eduardo partira para a sua longa viagem pela Europa.”(inicia
no capitulo I e termina no IV).

■ Elipse:
“Mas esse ano passou, outros anos passaram”; “Um ano passou, chegara esse outono de
1875”; “Outros anos tranquilos passaram sobre Santa Olávia”.

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