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DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO EM
PERSPECTIVA HISTÓRICA
Perspectiva de Longuíssimo Prazo
1) Crescimento da economia mundial:
 Taxa de crescimento da renda per capita mundial:
muito lenta
 Ponto de Inflexã o: Revolução Industrial
 “Divisor de á guas” na histó ria do desenvolvimento

2) Desigualdade de renda per capita entre países:


 Crescimento contínuo desde a Revoluçã o Industrial
 Década de 1980: Pequeno recuo
3) Desigualdade de renda global (entre pessoas)
 Aumento contínuo desde o início do século XIX

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O Desenvolvimento Econômico na História
 99% da Histó ria: Padrã o de vida semelhante
no mundo todo
 Mundo de pobreza generalizada
 Thomas Hobbes: “estado natural”: vida “solitá ria, só rdida,
brutal e curta”
 Grandes monumentos do passado: templos,
palá cios etc. e vida luxuosa das elites
 Aparente incompatibilidade com um mundo de
pobreza
 Exploraçã o extrema de grandes massas populares
 Incapacidade de aumento do padrã o de vida da maioria da
populaçã o

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“Sociedades Agrárias”
 Combinaçã o perversa:
 Dependência extrema de um fator fixo (terra)

 Lento progresso técnico

 Crescimento econômico  Crescimento populacional


 Renda per capita inalterada
 Crescimento extensivo
 Retornos decrescentes de produçã o
 Crescimento econô mico  Crescimento Demográ fico  Pressã o
sobre os recursos produtivos  Retornos decrescentes de
produçã o  Reduçã o do crescimento populacional
 Este esquema lembra alguém???

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Thomas Robert Malthus

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“Regime Malthusiano”

 Crescimento “extensivo”
 Aumento da populaçã o e nã o dos padrõ es de vida
 Renda média pouco acima do nível de subsistência
 Controles ““positivos””
 Fome, doenças e guerras
 Controles “preventivos”
 Restriçã o de acesso ao casamento, celibato

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“Regime Malthusiano”
 Mundo pré-industrial era universal e
inescapavelmente malthusiano???
 Controvérsia:
 Forças estagnacionistas malthusianas
 Forças progressistas smithianas
 Ganhos de eficiência/produtividade:

 Especialização e aprendizado
 Holanda e Inglaterra a partir do século XVI
 Colô nias americanas no século XVIII

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Limites Energéticos
 Terra como fonte ú ltima de energia:
 Alimentos para seres humanos e animais
 Animais: arados, transportes, moinhos
 Lenha: produçã o de carvã o vegetal
 Aquecimento doméstico e processos industriais
 Crescimento demográ fico:
 Maior demanda de alimentos competia com a
produçã o de energia (animais e floresta)
 Soluçã o: Carvã o Mineral (Século XVI)

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Revolução Industrial
 Rompimento definitivo das amarras dos
limites energéticos e de produtividade
 Melhorias tecnológicas tornam-se comuns
 Não incorria em rendimentos decrescentes
 Sustentação no tempo
 Crescimento como condiçã o permanente
 Enorme prosperidade para parcela
significativa da populaçã o mundial

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Revoluçã o Demográ fica
 Populaçã o – crescimento:
 0 a 1750: 0,06% ao ano (250 para 770 milhõ es)
 1750-1950: 0,6% ao ano
 1800: 950 milhõ es habitantes (+40%)
 1900: 1,6 bilhã o (+70%)
 2000: 6 bilhõ es (+375%)
 Melhoria no sistema de transportes, na saú de
pessoal e pú blica
 Crescimento populacional com aumento da
renda per capita
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O Crescimento Econômico Moderno
 Século XIX: momento chave na histó ria do
desenvolvimento econô mico mundial
 1820 a 2008: Renda média mundial: ⇧ 11 vezes
 Média de 1,3% a.a. = dobrar a renda a cada 55 anos
 Desempenho diverso no tempo e no espaço
 Quais os fatores explicativos?
 Angus Maddison (http://www.ggdc.net/maddison/maddison-project/data.htm)
 Determinantes “pró ximos”: Acumulaçã o de Fatores
e Eficiência
 Determinantes “ú ltimos”: Geografia, Comércio
Internacional e Instituiçõ es
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Determinantes do Crescimento
 Determinantes “próximos”:
1) Acumulação de fatores: Crescimento extensivo
2) Eficiência: Crescimento intensivo  produtividade
 Determinantes “últimos”:
1) Geografia:
a) Diretamente: latitude, cursos de á gua, qualidade do
solo, clima, reservas de recursos naturais, doenças
b) Indiretamente: Acesso ao mar: possibilidade de
integraçã o ao mercado mundial
c) Colô nia de exploraçã o ou de povoamento
Diamond, Landes

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Determinantes “últimos”
2) Comércio internacional: benefícios e custos de participar dos
fluxos internacionais de mercadorias, serviços, capitais e mã o de obra
 Ganhos de especializaçã o, papel das importaçõ es no aumento da

produtividade
 Jeffrey Williamson: “Grande especializaçã o” do séc. XIX

3) Instituições: arranjos só cio-políticos formais e informais que


promovem ou retardam o crescimento econô mico
 Direito de propriedade, Poder Judiciário, Capacidade da burocracia

estatal (meritocracia)
 Douglass North

a

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Principais Períodos
 1820-1870:
 Disseminaçã o da Revoluçã o Industrial: Europa e
Estados Unidos
 Países retardatá rios: mundo “malthusiano”
 1870-1913:
 Avanços tecnoló gicos da Segunda Revoluçã o
Industrial
 “Primeira Onda de Globalizaçã o”
 Melhor alocaçã o dos recursos dentro das economias
 Difusã o de conhecimento tecnoló gico
 Consolidaçã o do Padrã o-Ouro

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Principais Períodos
 1870-1913 - Fatores negativos:
 Desindustrializaçã o de algumas economias (Índia,
China, México e Império Otomano
 Prá ticas de rent-seeking por parte dos proprietá rios
de terras e de minas
 Reforço do poder político e exclusã o do direito de voto e
do acesso à educaçã o
 Extrema volatilidade dos preços das commodities
 “Loteria das Commodities”
 Açú car/Café X Lã , Trigo e Carnes

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Principais Períodos
 1913-1950:
 Destruiçã o física trazida pelos conflitos
 Tentativa descoordenada de volta ao padrã o-ouro
 Grande Depressã o
 Políticas protecionistas e guerra cambial
 Processo de “Desglobalizaçã o”
 1950-1973: “Era de Ouro”
 Retomada dos fluxos de comércio
 Hegemonia norte-americana  Bretton Woods
 Exportaçã o de tecnologia e instituiçõ es norte-americanas
 Transferência de recursos da agricultura para a
indú stria e serviços  maior produtividade
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Principais Períodos
 1950-1973 – Crise:
 Colapso de Bretton Woods
 Choque do petró leo
 1973-1990:
 Esgotamento dos ganhos de produtividade
provenientes do deslocamento rural  urbano
 Retornos decrescentes do PSI
 Impactos diferenciados:
 Á frica: colapso
 América Latina: desaceleraçã o e crise
 Tigres Asiá ticos: continuidade do crescimento

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Principais Períodos
 1990-2008:
 Derrocada do comunismo
 Triunfo do ideá rio neoliberal
 Liberalizaçã o comercial e financeira
 Redefiniçã o do papel do Estado na economia
 Desempenho decepcionante:
 América Latina: baixo crescimento
 Países ex-socialistas: colapso e lenta recuperaçã o
 Economia desenvolvidas: crescimento razoá vel
 Grande destaque: China e Índia
 Benefício para a América Latina e Á sia: Commodities

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A Desigualdade de Renda na História
 Questão: Sociedades pré-industriais eram desiguais
ou a desigualdade de renda está associada ao
crescimento econômico moderno?
 Uso de “tabelas sociais” de diversos países e em diversos
períodos
 Estimativas de renda média e populaçã o de diferentes

classes sociais feitas pelos contemporâ neos


 Indicadores de distribuiçã o de renda para 28 economias pré-
industriais desde Roma Antiga até a Índia em 1947
 Grande variabilidade – Índice de Gini:
 China, 1880: 0,245 e Chile, 1861: 0,637

 Padrã o nã o muito diferente do atual


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A Desigualdade de Renda na História
 Questã o: E entre países?
 Três formas diferentes de medir:
1) Desigualdade internacional nã o ponderada
 Renda per capita ú nica para cada país e todos os países
têm o mesmo peso
2) Desigualdade internacional ponderada
 Renda per capita de cada país tem um peso proporcional à
sua populaçã o
3) Distribuiçã o de renda entre cidadã os do mundo
 Independentemente de sua nacionalidade
 Dois primeiros: Desigualdade Internacional
 Ú ltimo: Desigualdade Global
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A Desigualdade de Renda na História
 Conceitos 1 e 2: desigualdade internacional
 Grande divergência apó s a Revoluçã o Industrial
 Diferença da renda média: 4/1 em 1820 para mais
de 60/1 no início do século XXI
 Conceito 2: recuo modesto a partir dos anos 1980
 China e Índia
 “Clube Fechado”: Europa Ocidental e seus “ramos”
 “Intrusos”: Japã o e Tigres Asiá ticos
 Conceito 3: desigualdade global
 Aumento contínuo

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