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INTEGRALI

DADE
Ezequiel Fernandes
Israel Reis
FRAGMENTAÇÃO

https://cafecomsociologia.com/
FRAGMENTAÇÃO

“A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo


impacto no processo produtivo em nível econômico e social. (...) a máquina foi suplantando o
trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre
nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.”

Disponível em: https://cafecomsociologia.com/revolucao-industrial/. Acesso em: 22 mar. 2023


FRAGMENTAÇÃO
Trabalho

Tempos Modernos, 1936


FRAGMENTAÇÃO
Trabalho

“A gênese desta fragmentação do trabalho pode ser entendida nos processos de


alienação e estranhamento do ser social. Isto é, alienado no processo social de
produção e submetido a uma existência inautêntica e estranhada o ser social fica
impedido de viver a integridade da existência social.”

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999. 258 p.
FRAGMENTAÇÃO
Política, cultural, territorial
FRAGMENTAÇÃO
Política, cultural, territorial

• O neocolonialismo foi um ciclo imperialista que levou os países europeus a ocuparem a


África e a Ásia, transformando esses territórios em suas colônias. A ocupação desses
continentes aconteceu no processo de crescimento industrial vivenciado pela Europa
após a Segunda Revolução Industrial, no século XIX.

• Neocolonialismo representa a dominação política, econômica, cultura e social das


potências capitalistas europeias sobre algumas regiões do continente africano e asiático,
principalmente.
FRAGMENTAÇÃO
Artística

As damas d'Avignon, 1907

AIDAR, Laura. Cubismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/cubismo/. Acesso em: 22 mar. 2023
FRAGMENTAÇÃO
Artística

À esquerda, O poeta (1911), de Picasso. À direita, Violino e Castiçal (1910), de Braque.

AIDAR, Laura. Cubismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/cubismo/. Acesso em: 22 mar. 2023
FRAGMENTAÇÃO
Artística

• A fase analítica (1909 a 1912) caracterizou-se pela cor moderada, acentuando-se


tons de marrons, pretos, cinzas e ocres. Tal escolha das cores se deu pois o mais
importante era a exibição do tema fragmentado, disposto em todos os ângulos
possíveis.

• Esse esfacelamento das formas chegou a níveis tão elevados que, ao final, as
figuras acabaram por se tornarem irreconhecíveis.

AIDAR, Laura. Cubismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/cubismo/. Acesso em: 22 mar. 2023
FRAGMENTAÇÃO
Artística

O cubismo cinematográfico
FRAGMENTAÇÃO
Científica

• Modelos atômicos: de Dalton para Thomson.

• A formação de um currículo separado em disciplinas foi impulsionada


também pela política de fragmentação do processo de produção
industrial ocorrida no final do século XIX;
Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
FRAGMENTAÇÃO
Educação médica
Relatório de Flexner

Em 1910, foi publicado o estudo Medical Education in the United States and
Canada - A Report to the Carnegie Foundation for the Advancement of
Teaching1, que ficou conhecido como o Relatório Flexner (Flexner Report) e
é considerado o grande responsável pela mais importante reforma das
escolas médicas de todos os tempos nos Estados Unidos da América (EUA),
com profundas implicações para a formação médica e a medicina mundial.

“O estudo da medicina deve ser centrado na doença de forma individual e


concreta.”

“O social, o coletivo, o público e a comunidade não contam para o ensino


médico e não são considerados implicados no processo de saúde-doença.”

Pagliosa FL, Da Ros MA. O relatório Flexner: para o bem e para o mal. Rev bras educ med [Internet]. 2008Oct;32(Rev. bras. educ. med., 2008 32(4)):492–9.
DO biomédico
AO biopsicossocioespiritual,

a integralidade.
As crises e a emergência de novos paradigmas

“(...) diversas crises experimentadas pela humanidade nos tempos atuais:


crises financeiras, econômicas, sociais, ecológicas, éticas, ou seja, uma
crise civilizatória que também se reflete na saúde.”

“(...) novas formas de pensar os fenômenos da vida não mais na perspectiva


da dualidade e da fragmentação que afugenta a realidade —, mas da
integração.”

“A complexidade é, sem dúvida, um dos pilares de um novo paradigma


científico, convocando a uma nova forma de compreender o ser humano e a
própria realidade (...)”

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
“ (...) o todo é mais do que a soma das partes (...)”.

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
PARA VOCÊS, O
QUE É

integralidade?
Este princípio considera as pessoas como um todo,
atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é
importante a integração de ações, incluindo a promoção da
saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação.

PRINCÍPIO DO SUS
A promoção de saúde pressupõe uma concepção que não
restrinja a saúde à ausência de doença, mas que seja capaz
de atuar sobre seus determinantes que são as condições
sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Garantia de
acesso a diversos níveis de atenção, cuja característica
básica é a diferença nas densidades tecnológicas da
assistência à saúde.

ATRIBUTO DA APS
Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família. Rev Bras Enferm. 2013;66(esp):158-64
A Integralidade como:

Um traço da boa medicina

Modo de organizar as práticas

Respostas governamentais a problemas


específicos de saúde

PINHEIRO, R. & MATTOS, R. Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Cepesc/IMS/ Uerj/Abrasco, 2005a.
Traço da boa medicina

• Que a resposta ao sofrimento do paciente não seja reduzida ao aparelho ou sistema


biológico deste, pois tal redução cria silenciamentos;

• Atitude do médico que busca prudentemente reconhecer, para além das demandas
explícitas, as necessidades dos cidadãos no que diz respeito à sua saúde;

• Preocupação desse profissional com o uso das técnicas de prevenção, tentando não
expandir o consumo de bens e serviços de saúde, nem dirigir a regulação dos corpos.

PINHEIRO, R. & MATTOS, R. Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Cepesc/IMS/ Uerj/Abrasco, 2005a.
Modo de organizar as práticas

• “Horizontalização” nas articulação das práticas no interior das unidades de saúde


superando a fragmentação das atividades.

PINHEIRO, R. & MATTOS, R. Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Cepesc/IMS/ Uerj/Abrasco, 2005a.
Respostas governamentais a problemas específicos de saúde

• Políticas especialmente desenhadas para dar respostas a um determinado


problema de saúde ou aos problemas de saúde que afligem certo grupo
populacional.

PINHEIRO, R. & MATTOS, R. Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Cepesc/IMS/ Uerj/Abrasco, 2005a.
Fortalecendo a prática clínica da
integralidade do MFC.
Consultas terapêuticas

Linguagem

A narrativa

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
Consultas terapêuticas

“O fármaco mais usado e o menos conhecido no âmbito da clínica é


o próprio médico; é urgente e fundamental estudarmos as
propriedades e a farmacologia desse remédio.”

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
Linguagem

“O poder mágico da palavra está em que ela pode trazer à vida


aquilo que estava sepultado no corpo.”

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
A narrativa

• Escuta ativa;

• Desvelamento;

• Formulação de perguntas;

• Metáforas;

• Journaling.

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes
REFERÊNCIAS

Pagliosa FL, Da Ros MA. O relatório Flexner: para o bem e para o mal. Rev bras educ med [Internet].
2008Oct;32(Rev. bras. educ. med., 2008 32(4)):492–9.

PINHEIRO, R. & MATTOS, R. Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de
Janeiro: Cepesc/IMS/ Uerj/Abrasco, 2005a.

Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática de Gustavo Gusso, José
Mauro Ceratti Lopes.
Todos partimos do parto da parturiente A gente enxerga como um todo
Que pelas suas partes saímos por inteiro Só mesmo o cuidado
Caindo nas mãos do parteiro É que a gente a reparte
Nascemos e crescemos, Porque não existe isso
E como pessoas que somos De baixa complexidade
Precisamos de todo tipo de cuidado Eu quero é vê uma TC multislice
Se não dessa pra melhor Que divide o cabra em tudo que é parte
(Ou pra pior quem acredita) Resolver os problemas que a gente lida
Mais cedo partiremos Usando tecnologia de baixa densidade
Pra que isso, em alguns casos, evitemos Do átomo à sociedade
Aprendemos sobre cuidado integral A gente deve pensar a pessoa
Biopsicossocioespiritual E dela cuidar
Pois quem cuida só das partes Oferecendo o melhor que dispomos
É o especialista focal Primando pela sua dignidade
E num pense pelas caridade Estimulando sua autonomia
Que é medicina integrativa não E mantendo sua integridade
Que isso é coisa de charlatão
A gente tá falando é de integralidade
E num tem especialista que faz isso melhor
Do que o médico de família e comunidade
Ezequiel Fernandes

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