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COOPERATIVISMO

Prof. Me. Karina Kestring


Cooperação, economia solidária e
cooperativismo
■ A palavra cooperação vem do latim cooperari - que significa operar juntamente, associada
á prestação de auxílio mútuo para um fim comum
■ De maneira informal...
■ Já da maneira formal...
■ Cooperação na infância
■ Cooperação na produção agrícola
■ Lógica da competição passou a ser mais valorizada
■ Como forma de superar os problemas sociais e econômicos apostou-se na cooperação e no
associativismo;
Associativismo e economia solidária

■ O associativismo é o resultado da união legal de 2 ou mais pessoas para realização de


um objetivo em comum
■ A economia solidária é a junção dos fundamentos de cooperação e de associativismo -
onde todos trabalham e tomam decisões conjuntas
■ Sendo assim o COOPERATIVISMO é uma expressão da economia solidária;
■ Portanto as cooperativas são formas de associação, mas apresentam natureza jurídica
diferente das associações, o que lhes permite atuar como empresa.
Diferença entre associação e cooperativa
ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA
OBJETIVOS Sociais, amplos e menos definidos. Promove a melhoria Sociais, econômicos e culturais. Desenvolve atividades
técnica, profissional e cultural dos associados produtivas, integrando pessoas em busca de uma vida mais
justa.

PATRIMÔNIO Não possui capital social. O patrimônio é integralmente da Possui capital social. Cada associado é dono de parte do
associação. Quando um associado se afasta não recebe sua patrimônio. Quando se afasta da cooperativa, recebe as suas
parte. Em caso de dissolução todo o patrimônio deve ser quotas-partes corrigidas. Em caso de dissolução da
destinado a outra associação semelhante. cooperativa, parte do capital retorna para cada associado.

REMUNERAÇÃO Os diretores não podem ser remunerados. Na prática, os Os diretores podem ser remunerados com retirada pró-
DOS DIRETORES diretores tem suas despesas decorrentes do cargo, pagas labore, desde que conste no estatuto aprovado em assembleia
pela associação como despesas gerais. geral. As retiradas são controladas pelo conselho fiscal da
cooperativa.

DESTINO DAS Não podem ser distribuídas aos associados. Caso ocorram, Podem ser distribuídas aos associado, na proporção de suas
devem ser inteiramente aplicada nos objetivos da operações com a cooperativa. Isso após o desconto de todos
SOBRAS associação. Em geral, são usadas para festas ou compra de os fundos e destinações obrigatórias, conforme o estatuto.
vem para a associação. Em geral, as sobras são incorporadas ao capital da
cooperativa.
O que é economia solidária então?

■ Forma de produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano e


não do capital.
■ É voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços de modo
autogestionado.
■ Surgiu como resposta dos trabalhadores à exploração capitalista.
■ Paul Singer (2002) coloca que para a economia solidária o trabalho é um meio de libertação
humana, num processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão
alienante e assalariada das relações de trabalho capitalista.
■ Finalidade Multidimensional – social, econômica, política, ecológica e cultural.
■ Na economia solidária vemos a autogestão;
Doutrina cooperativista
■ Surgiu no século XIX – como resultado de um processo que procurava suprimir
os desequilíbrios econômicos e sociais originados na revolução industrial;
■ Por não haver legislação trabalhista existia uma enorme exploração da mão de
obra, chegando a turnos de 16h/dia;
■ O que levou muitos filósofos a questionar o sistema capitalista e a buscar uma
forma alternativa de organização para produzir, consumir e obter crédito;
Doutrina cooperativista
■ São 3 principais pensadores que influenciaram a formulação do cooperativismo:
■ Saint-Simon (1760-1825) – filósofo francês, defensor de uma organização industrial dinâmica que
atendesse as necessidades de todos, garantindo o pleno desenvolvimento social e minimizando a
exploração.
■ Robert Owen (1771-1858) – industrial inglês na área da fiação. Realizou diversas reformas em seus
empreendimentos, como a redução da jornada de trabalho para cerca de 10 horas diárias. Tentou em
vão convencer as autoridades de sua época da necessidade de reformar o setor produtivo, melhorando
a qualidade de vida dos trabalhadores e foi, por isso, hostilizado e até mesmo perseguido. Teve papel
fundamental na formação da primeira cooperativa e suas ideias influenciaram a elaboração de seu
Estatuto Social.
■ Charles Fourier (1772-1837) – filósofo francês, crítico do capitalismo, do processo de industrialização e da
própria urbanização. Acreditava que o processo de exploração sofrido pelos trabalhadores poderia ser superado
pela organização de comunidades autogestionadas, os falanstérios, e procurou incentivar a sua formação. Com
isso, concorreu para a formulação dos ideais cooperativistas.
Doutrina cooperativista

■ 1844 – na cidade de Rochdle, região de Manchester na Inglaterra - 28 tecelões


fundaram o que se considera a 1ª cooperativa – SOCIEDADE DOS PROBOS
PIONEIROS DE ROCHDALE;
■ Juntaram suas economias por um ano e mudaram a qualidade de vida do
grupo e de suas famílias;
■ O sucesso foi tamanho que se formou inúmeras cooperativas atraindo atenção
ate mesmo dos professores das universidades, como é o caso de Charles Gide
– que foi um dos responsáveis por formar a doutrina cooperativista;
Cooperativa
■ Define-se como:
– sociedade civil de pessoas com forma e natureza jurídica próprias, sem fins
lucrativos, não sujeita a falência, constituída para presta serviços a seus
associados, buscando atender as suas necessidades sociais, econômicas e
culturais.
■ Cenzi (2009) defini cooperativa como uma organização empresarial de caráter auxiliar,
por cujo intermédio uma coletividade de produtores, consumidores ou poupadores
promove, em comum, com base no associativismo e em uma serie de valores e
princípios, a defesa de suas economias individuais.
■ Cooperativa possui duplo caráter:
– A) Sociedade de pessoas
– B) Empresa
Cooperativa

■ Dinâmica de funcionamento da cooperativa como empresa – necessita de


ordem legal e estrutural, estando sujeita a encargos e obrigações (fiscais,
tributárias, previdenciárias ou trabalhistas).
■ O objetivo principal é melhorar a situação econômica dos seus membros,
porém existem também os objetivos sociais e culturais;
■ Por mais que a cooperativa se pareça com uma associação, não podemos
confundi-las pois a cooperativa apresenta uma natureza jurídica própria;
Cooperativismo
■ Podemos definir o cooperativismo como uma doutrina econômica e social que procura construir uma
nova maneira de processa a economia, baseando-se no:
– trabalho e não no capital;
– na ajuda mútua e não na concorrência e competição;
– nos valores e necessidades humanos e não na acumulação individual do dinheiro e na
exploração do trabalho de outras pessoas;
■ Cooperativismo se baseou na forma de vida e de
trabalho das formigas;
■ Busca construir uma sociedade mais equitativa, democrática e
sustentável.
■ Os valores fundamentais do cooperativismo são:
– Solidariedade
– Humanismo
– Liberdade
– Racionalidade
– Democracia
– igualdade
– justiça social.
Cooperativismo
■ O cooperativismo também pode ser definido como um sistema de organização
econômica que pode envolver várias formas de produção e de trabalho e que tem por
unidade básica a cooperativa.
■ Como tal, o cooperativismo está organizado no plano nacional e no plano
internacional.
■ No contexto nacional: formam federações e confederações e são
representadas pela Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB)
■ No contexto internacional: são representadas pela aliança cooperativa
internacional (ACI).
■ Podemos afirmar então que o cooperativismo apareceu com o capitalismo industrial,
devido aos seus problemas e disseminou-se pelo mundo todo e atua em todos os
setores da economia.
Ramos do
cooperativismo
Princípios do Cooperativismo
Simbologia
União do movimento
Imortalidade dos seus princípios
Fecundidade de seus adeptos

• Pinheiro – imortalidade e
fecundidade
• Círculo – vida eterna
• Verde – principio vital da
natureza
• Amarelo – sol, fonte de energia
e de calor.
Simbologia -Bandeira
Em 1923 é criada a 1 ª bandeira do cooperativismo,
durante uma reunião da ACI, no qual as cores
simbolizam os ideais e objetivos da paz universal, a
unidade que supera as diferenças políticas,
econômicas, sociais, raciais ou religiosas; a esperança
da humanidade em um mundo melhor onde reine a
liberdade, a dignidade pessoal, a justiça social e a
solidariedade".

• Vermelho - Coragem.
• Alaranjado - Visão de futuro.
• Amarelo - Desafio em casa, família e comunidade.
• Verde - Crescimento individual como pessoa e como
cooperado.
• Azul - Horizonte distante, a necessidade de ajudar
os menos afortunados, unindo-os uns aos outros.
• Anil - necessidade de ajudar a si próprio e aos outros
através da cooperação.
• Violeta - Beleza, calor humano e coleguismo.
Simbologia -Bandeira
■ Em Roma, no ano de 2001 a bandeira foi
alterada, pois muitos grupos não cooperativistas
estavam utilizando a mesma imagem, causando
confusão em alguns países;
■ A bandeira que substitui a tradicional do arco-íris
é de cor branca e tem o logotipo da ACI
impresso no centro, do qual emergem pombas
da paz, representando a unidade dos diversos
membros da ACI.
■ Em 2013, a ACI lançou sua nova marca, durante
a Conferência Mundial que aconteceu na Cidade
do Cabo, na África do Sul. A partir disso, a
bandeira passa a ser utilizada na cor violeta,
com o símbolo centralizado na cor branca.
COOPERATIVISMO
NO BRASIL
Primeiros Passos

■ Desde a época da colonização se tem observado


a cooperação ...

■ Oficialmente o movimento teve inicio em 1889 –


MG - Cooperativa Econômica dos Funcionários
Públicos de Ouro Preto, no qual o foco era o
consumo de produtos agrícolas.

■ A cooperativa mais antiga em funcionamento é a


Sicredi – Pioneira, fundada em Nova Petrópolis no
RS por um padre suíço que queria melhorar a
vida dos trabalhadores do município que não
tinham um banco até o momento;
Primeiros Passos
■ Em 1906 surgiram as primeiras cooperativas
agropecuárias, idealizadas por produtores rurais
e por imigrantes, especialmente de origem alemã
e italiana;

■ Surgiu em Minas Gerais por iniciativa do então


governador João Pinheiro, com o objetivo de
reduzir a intermediação de produtos agrícolas.

■ Entre o surgimento das primeiras cooperativas


agropecuárias no Brasil e o fim da década de
1960, o ideal cooperativista foi sendo
implementado e reforçado, mas ainda sem um
esquema profissional e aperfeiçoado.

■ O que víamos eram casos e mais casos de


cooperativas criadas por pessoas com
problemas, desejos e interesses em comum, mas
sem uma cultura cooperativista.
Representação do Sistema cooperativo
ACI

OCA

OCB

OCE

CONFEDERAÇÃO

CENTRAL OU CENTRAL OU CENTRAL OU


FEDERAÇÃO FEDERAÇÃO FEDERAÇÃO

COOPERATIVA COOPERATIVA COOPERATIVA


Aliança internacional de cooperativas - ACI
■ Fundada em 1895 – em Londres,
Inglaterra, ficou na mesma sede até os
anos 80, quando foi transferida para a
cidade de Genebra na Suíça e
atualmente encontra-se na cidade de
Bruxelas na Bélgica.
■ Existem mais de 328 organizações,
distribuídas em 112 países que fazem
parte.
■ 4 Escritórios regionais: África, Américas,
Ásia-Pacífico e Europa
■ 8 Organizações Setoriais: agricultura,
bancos, varejo, pesca, saúde, habitação,
seguros e indústria e serviços;
■ 5 Comitês de Rede: gênero, pesquisa,
direito, juventude e desenvolvimento.
Aliança internacional de cooperativas -
ACI
■ Em 1997, no dia 16 de setembro, foi eleito
o primeiro presidente da ACI não europeu
em 103 anos de existência da
organização: o brasileiro, produtor
agrícola e professor, Roberto Rodrigues.

■ As ações mais significativas da ACI são


voltadas para a promoção de intercâmbios
e melhores práticas cooperativistas.
Nesse sentido, existem viagens e eventos
frequentes de cooperativistas que visitam
outros países e vêm ao Brasil para
conhecer experiências.
Organização das Cooperativas da América - OCA
■ Fundada em 1963, na cidade de
Montevidéu, no Uruguai.
■ Atualmente, vinte países membros e
sua sede está localizada em Bogotá, na
Colômbia.
■ ACI Américas — ou Cooperativa para
as Américas — representava já em
2010, mais de 73 organizações
associadas, oriundas de países
diferentes, reunindo mais de 50 mil
cooperativas e mais de 300 milhões de
cooperados no continente.
Organização das Cooperativas Brasileiras -
OCB
■ Fundada em 1969 – IV Congresso
Brasileiro de Cooperativismo
■ Substituindo 2 entidades: ABCOOP e a
UNASCO, sendo decisão das mesmas;
■ Missão de representar e defender os
interesses do sistema nacional
■ Lei 5.764/71 - Define a Política
Nacional de Cooperativismo, institui o
regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências.
■ Órgão técnico consultivo do governo;
SESCOOP – Serviço nacional de aprendizagem do
cooperativismo
■ Criado em março de 1999
■ Monitorar e controlar a gestão de
cooperativas
■ Capacitação e promoção social dos
associados, dirigentes e funcionários
■ Assessorar o governo federal em
assuntos de formação profissional e
gestão de cooperativas
■ Principal fonte de renda – contribuição
mensal compulsória de 2,5% sobre o
montante da remuneração paga aos
funcionários;
Organização das Cooperativas Estadual -
OCE
■ No XII Congresso Brasileiro do
Cooperativismo foi aprovada uma
resolução que mudou a nomenclatura de
OCE para OCB, seguida da sigla do
Estado. No Paraná, por exemplo, temos
OCBPR, em São Paulo, OCB-SP, e em
Brasília, OCB-DF.
■ Função de representar os interesses do
cooperativismo estadual
Classificação das cooperativas

SINGULAR

Tipo de
cooperativa FEDERAÇÃO

CONFEDERAÇÃO
Exemplo da organização das cooperativas
Estrutura organizacional
Para que servem as assembléias?
■ Reunião de todos os membros da cooperativa
■ É a assembleia que defini os rumos que a
cooperativa vai tomar;
■ Assembléia ordinária – Programada de acontecer,
normalmente é nesta que se passa balanço do
exercício do ano anterior;
■ Assembléia extraordinária – acontece quando a
diretoria e os associados acharem necessário
Para que servem as assembléias?

■ As principais atribuições da assembléia geral são:


– Dar posse aos membros eleitos da diretoria;
– Cassar os cargos, ou seja, impedir que os membros
eleitos continuem exercendo seus cargos, se
necessário;
– Aprovar normas e o planejamento geral da
organização;
– Criar comissões para estudos e atividades
especiais;
– Aprovar a admissão de novos associados;
– Provar as contas da administração;
– Alterar ou reformar o estatuto e indicar os locais
das reuniões da assembléia.
Conselho de administração/ diretoria

■ Responsáveis pelo gerenciamento;


■ São membros eleitos em assembléia
■ Mandatos não podem ser superiores a 4 anos e pelo menos 1/3 deve ser
renovado.
■ O conselho de administração pode ser dividido em diretoria executiva e
conselho
– Diretoria executiva é formada por presidente, vice presidente e secretário
– Conselho de administração são chamados de conselheiros.
Conselho Fiscal
■ Fiscaliza todas as atividades e serviços da
cooperativa;
■ Formado por 3 membros efetivos e 3 suplentes
■ Mensalmente verifica saldo de caixa, extratos
bancários, verifica se as despesas estão previstas no
planejamento, se existe reclamações dos
associados
■ Obrigatório em cada reunião a presença de 3
membros, seja eles efetivos ou suplentes.
■ Reeleição só é permitido para 1/3 dos
componentes;
Conselho de ética
■ Em conjunto com o conselho fiscal viabiliza aos membros da entidade o devido
acompanhamento das ações das diretoria executiva;
■ Sua existência não é obrigatória, mas se recomenda conforme o crescimento no número
de cooperados;
■ Sua eleição é realizada na Assembléia , os membros são definidos pelo estatuto e podem
ser convocados pela diretoria ou pelos associados
Estatuto social
■ Estatuto Social é o documento que equivale ao
“contrato social” em empresas comerciais.
■ Ele é necessário para a constituição de uma
cooperativa ou associação e tem como
conteúdo todas as normas que estruturam e
regem o funcionamento dessas organizações.
■ O Estatuto Social também descreve os direitos
e os deveres dos associados
Atas: como registrar
■ Ata – registro oficial de tudo o que
aconteceu e foi decidido na Assembléia
■ O responsável pela ata é o secretário
■ Para fazer a ata deve-se seguir alguns
passos
1. Anotar os pontos relevantes
2. Elaborar a ata dentro do estabelecido no
estatuto
3. Informar o conteúdo da ata aos associados,
para verificar se não necessita de
alteração, caso necessário fazer as
alterações
4. Lavrar (registrar) em livro próprio , depois
que todas as alterações forem realizadas
■ Conteúdo da ata
AVISOS

■ PROXIMA AULA APRESENTAÇÃO DE SEMINARIO – DURAÇÃO DE 15 A 20


MIN

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