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APOSTILA I - II UNIDADE – COOPERATIVISMO

COOPERATIVISMO
Presume-se que o cooperativismo teve início na cidade de Rockdali, na Inglaterra, por volta de 1844
pela necessidade de a sociedade uniu-se para solucionar os problemas comuns. A ideia surgiu
entre tecelões com a finalidade de diminuir os efeitos drásticos da revolução industrial, tendo como
objetivo principal aquisição de bens de primeira necessidade como alimentação e vestuário.
Posteriormente, expandiram seus objetivos à construção de casas para associados, fabricação de
alguns bens e arrendamento de terras.
No Brasil o início das cooperativas deu-se em 6 de janeiro de 1903 pelo decreto número 979, que
regula a classe dos sindicatos e cooperativas de consumo.
CONCEITO
É um movimento econômico e social, entre pessoas, em que a cooperação se baseia na
participação dos associados, nas atividades econômicas com vistas a atingir o bem comum e
promover uma reforma social dentro do capitalismo. comuns. O fim maior é o homem, não o lucro.
Uma organização dessa natureza se caracteriza por ser gerida de forma democrática e
participativa, de acordo com aquilo que pretendem seus associados, normalmente formada por
membros de uma mesma categoria funcional.
“Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para
satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de um
empreendimento de propriedade coletiva e democraticamente gerido. Fundamenta-se na economia
solidária e se propõe a obter um desempenho econômico eficiente, por meio da produção de bens
e serviços com qualidade destinada a seus cooperados e clientes”.
PRINCÍPIOS
Segundo o Ministério da Fazenda, as sociedades cooperativas estão regulamentadas pela lei
número 5.764, de 1971, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo institui o regime jurídico
de cooperativas.
Os sete princípios do cooperativismo são as linhas orientadoras por meio das quais as cooperativas
levam os seus valores à prática. São eles:
- Adesão voluntária e livre - as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as
pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem
discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.
- Gestão democrática - as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus
membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões.
Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis
perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro,
um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.
- Participação econômica dos membros - os membros contribuem equitativamente para o capital
das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente,
propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma
remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros
destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades:
* desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte
das quais, pelo menos será, indivisível;
* benefícios aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; e
* apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.
- Autonomia e independência - as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua,
controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo
instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem
o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.
- Educação, formação e informação - as cooperativas promovem a educação e a formação dos seus
membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir,
eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral,
particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.
- Intercooperação - as cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais -
força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais,
nacionais e internacionais.
- Interesse pela comunidade - as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das
suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
Uma cooperativa se diferencia de outros tipos de associações de pessoas por seu caráter
essencialmente econômico. A sua finalidade é colocar os produtos e serviços de seus cooperados
no mercado, em condições mais vantajosas do que eles teriam isoladamente. Desse modo, a
cooperativa pode ser entendida como uma “empresa” que presta serviços aos seus cooperados.
CARACTERÍSTICAS
Também, destacam-se por serem uma sociedade de pessoas de natureza civil com forma jurídica
própria não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados e que se
distinguem das demais sociedades pelas seguintes características:
- Variabilidade do capital social representado por cotas-partes;
- Limitação do número de cotas-partes para cada associado facultado porém o estabelecimento de
critérios de proporcionalidade;
- Inacessibilidade das quotas partes do capital a terceiros estranhos à sociedade;
- Retorno das sobras líquidas do exercício proporcionalmente às operações realizadas pelo
associado salvo deliberação em contrário da assembleia geral;
- Quórum para o funcionamento e deliberação de assembleia geral baseado no número de
associados e não no capital; 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira convocação;
com metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; em terceira convocação com
no mínimo de 10 (dez) associados;
- Indivisibilidade dos fundos de reserva e de assistência técnica educacional e social;
- Neutralidade política e discriminações religiosas racial e social;
- Prestação de assistência aos associados e quando previsto nos estatutos aos empregados da
cooperativa;
- Área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião controle operações e
prestação de serviços.
- Uma sociedade de, pelo menos, vinte pessoas físicas, unidas pela cooperação e ajuda mútuas,
gerida de forma democrática e participativa;
Recentemente, o artigo 6º da Lei nº 12.690/2012 permitiu a criação de cooperativas de trabalho
com um mínimo de sete cooperados (sócios). O Código Civil Brasileiro não estabelece um número
mínimo de associados, além dos seguintes pré-requisitos.
- Solicitação, junto a OCB, de estatuto pré-definido;
- Registro na Junta comercial.

OBJETIVOS
Objetivo central é viabilizar a atividade dos associados desde que respeitando as limitações legais
sociais que de alguma forma estabelece modelos de cooperativas.
Atividade cooperativista tem crescido de maneira significativa isso é de extrema importância pois o
sistema cooperativista valoriza o ser humano e a comunidade.

RAMOS DO COOPERATIVISMO
O modelo cooperativo tem sido usado para viabilizar negócios em vários campos de atuação. Para
efeito de organização do sistema cooperativo elas estão organizadas por ramos conforme a área
em que atuam. São eles:
Agropecuário: cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca, cujos meios de
produção pertencem ao cooperado. Caracterizam-se pelos serviços prestados aos associados,
como recebimento ou comercialização da produção conjunta, armazenamento e industrialização,
além da assistência técnica, educacional e social.
Consumo: cooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo para seus
cooperados. Se subdividem em fechadas e abertas. Fechadas são as que admitem como
cooperados somente as pessoas ligadas a uma mesma cooperativa, sindicato ou profissão, que,
por sua vez, geralmente oferece as dependências, instalações e recursos humanos necessários ao
funcionamento da cooperativa. Isso pode resultar em menor autonomia da cooperativa, pois, muitas
vezes, essas entidades interferem na sua administração. Abertas, ou populares, são as que
admitem qualquer pessoa que queira a elas se associar.
Crédito: cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou
empreendimentos dos seus cooperados. Atua no crédito rural e urbano.
Educacional: este ramo é composto por cooperativas de professores, que se organizam como
profissionais autônomos para prestarem serviços educacionais, por cooperativas de alunos de
escola agrícola que, além de contribuírem para o sustento da própria escola, às vezes produzem
excedentes para o mercado, mas tem como objetivo principal a formação cooperativista dos seus
membros, por cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação aos
filhos, administrando uma escola e contratando professores, e por cooperativas de atividades afins.
Especial: cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas ou que se encontram
em situações de desvantagem nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999.
Habitacional: cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos
habitacionais para o seu quadro social.
Infraestrutura: cooperativas que atendem direta e prioritariamente o seu quadro social com serviços
essenciais, como energia e telefonia.
Mineral: cooperativas com a finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar,
importar e exportar produtos minerais.
Produção: cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e produtos, quando
detenham os meios de produção.
Saúde: cooperativas que se dedicam à preservação e promoção da saúde humana.
Trabalho: cooperativas que se dedicam à organização e administração dos interesses inerentes à
atividade profissional dos trabalhadores associados para prestação de serviços não identificados
com outros ramos já reconhecidos.
Transporte: cooperativas que atuam na prestação de serviços de transporte de cargas e
passageiros.
Turismo e Lazer: cooperativas que prestam ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro social
com serviços turísticos, lazer, entretenimento, esportes, artísticos, eventos e de hotelaria.
De acordo com a Resolução OCB nº 56/2019, que regulamenta a classificação dos ramos do
cooperativismo, agora, somos organizados em sete ramos. Todos eles ganharam novos ícones,
alguns foram ressignificados e outros se fundiram. Tudo para o cooperativismo contar com ramos
ainda mais fortes.

VANTAGENS
A primeira vantagem que, normalmente, se pensa em relação a cooperativas está relacionada aos
benefícios fiscais. E talvez essa seja uma das questões menos preponderantes.
A principal vantagem é a organização do trabalho. É possibilitar que indivíduos isolados e, por isso
mesmo, com menos condições de enfrentar o mercado, possam aumentar sua competitividade e,
com isso, melhorar sua renda ou sua condição de trabalho. Os possíveis benefícios fiscais passam
a ser secundários se o empreendimento coletivo for viável a partir da união das pessoas.
CONCLUSÃO
no sistema cooperativista deve-se ter, principalmente, o comprometimento, e a participação de
todos os cooperados. A integração de esforços torna-se primordial para a concretização de qualquer
projeto, desenvolvido nos mais diferentes setores da economia, sejam atividades ligadas à
agricultura, industrialização, comercialização, crédito ou prestação de serviços. Em uma sociedade
cooperativista, é importante compartilhar objetivos comuns, metas e resultados.
As cooperativas se fundamentam na igualdade. A unidade básica da cooperativa é o associado, o
ser humano. Este fundamento no ser humano é o que distingue a cooperativa das empresas
controladas pelo interesse capitalista. Os associados têm direitos a participar, direito de serem
informados, direitos de serem ouvidos e direito a intervir nas tomadas de decisões.
O cooperativismo por sua amplitude e crescimento pode ser considerado um dos maiores
movimentos sócio-econômicos do mundo.
Os valores difundidos pelo cooperativismo são: auto-ajuda, responsabilidade, democracia,
igualdade e solidariedade. Esses valores, presentes em cada associado, contribuem para a
integração e interação de todos os participantes e se tornam instrumentos para satisfazer e atender
as necessidades e interesses comuns a todos.
No cooperativismo, todos têm voz, e as melhores soluções são sempre construídas em conjunto.

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