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• A Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a PNMA, foi um marco na sistematização da
regulamentação de questões ambientais e, sem dúvida, de extrema importância ao Direito
Ambiental.
• Milaré (2013) ensina que, além de sua importância de cunho ambiental, a Lei n. 6.938/81 representa
um marco na história política brasileira ao instituir a Política Nacional do Meio Ambiente,
com objetivos definidos e metas de efetividade. À época de sua publicação, ensina o autor, o
governo brasileiro realizava leis imediatistas, e mesmo os planos e metas que surgiram após a
Segunda Guerra Mundial não tinham a conotação de estabilidade e abrangência federal ou
estadual, ou seja, a lei em comento trouxe inovação (MILARÉ, 2013).
• A Lei n. 6.938/81 foi publicada sob a égide da Emenda Constitucional de 1969, em que não havia
preocupação de proteger o meio ambiente de forma direta. Não havia diretrizes específicas para sua
proteção. O cenário era um período autoritário e de limitação de liberdades
OBJETIVO GERAL DO PNMA
• "A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana".
(BRASIL, 1981, art. 2º).
PRINCÍPIOS DO
PNMA
RECEPÇÃO PELA
CONSTITUIÇÃO DE 1988
específicos • a definição de áreas prioritárias para atuação do Poder Público, atendendo aos
interesses dos entes federativos;
• o estabelecimento de critérios e padrões, bem como o desenvolvimento de
tecnologias para o uso dos recursos ambientais;
• o fomento à educação ambiental, com divulgação de dados e informações
pertinentes;
• a imposição do dever de pagar pela poluição/uso dos recursos naturais;
• e o estabelecimento de planos e diretrizes para orientar a ação da administração
pública na tutela do meio ambiente (BRASIL, 1981, arts. 4º e 5º).
Os objetivos específicos da Política Nacional do Meio Ambiente também
encontram sintonia com os ditames da Constituição atual, haja vista o
disposto no art. 225.
Os objetivos específicos proclamam a necessidade de equilíbrio entre a
demanda e a oferta (recursos naturais versus bens e serviços) – meio
ambiente ecologicamente equilibrado; a necessidade da tutela do meio
ambiente pelo Poder Público (competências legislativas e
administrativas dos entes federativos), cabendo à União as regras gerais
de abrangência nacional; reafirmação da educação ambiental; e a
imposição de reparar os danos causados pelo poluidor (MILARÉ, 2013).
CONCEITOS IMPORTANTES TRAZIDOS NO PNMA – ART. 3º
POLUIÇÃO POLUIDOR
INSTRUMENTOS PARA CUMPRIMENTOS DOS OBJETIVOS DO PNMA – ART. 9º
Conforme ensina Milaré (2013), alguns instrumentos
previstos na norma não foram regulamentados e,
outros, ainda que mais detalhados por outras normas,
“são aplicados de maneira muito empírica e esparsa
nas ações de gestão ambiental” (MILARÉ, 2013,
p. 693). No entanto, há instrumentos que tornaram-se
peça-chave na defesa e tutela do meio ambiente,
como o licenciamento ambiental.
SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - SISNAMA
A PNMA, implantou, ainda, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), constituído pelos
“órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios,
bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental” (BRASIL, 1981, art. 6º).
A lei criou uma estrutura para atuação dos órgãos e entidades que elencou, sistematizando-os da
seguinte forma: órgão superior, órgão consultivo e deliberativo, órgão central, órgão executor,
órgãos seccionais e órgãos locais (BRASIL, 1981, art. 6º).
A estrutura real não é coincidente com a que está prevista na lei. Neste sentido, Milaré afirma que
“precisamos distinguir a estrutura real da estrutura formal definida pela lei” (MILARÉ, 2013, p.
638, grifo do autor).
ESTRUTURA DO SISNAMA
Milaré (2013) explica que o Sisnama “representa uma articulação da rede de órgãos ambientais existentes e
atuantes em todas as esferas da administração pública [...] É o todo ideal funcionando nas partes reais [...]
Esse sistema existe e atua na medida em que existem e atuam os órgãos que o constituem” (MILARÉ, 2013,
p. 642). O mesmo autor ainda destaca que os estados e os municípios devem criar os sistemas estaduais e
municipais de meio ambiente para a implementação das ações de proteção ao meio. Portanto, essas
ações não serão realizadas pelo Sisnama, mas por seus órgãos executores, quais sejam, Ibama, ICMBio e
órgãos seccionais e locais, através do exercício da competência administrativa. Esses entes públicos
são aqueles investidos do poder de polícia ambiental (MILARÉ, 2013).
O poder de polícia é exercido pela Administração Pública
PODER DE
sobre os bens, direitos e atividades individuais que
POLÍCIA afetam a coletividade (o interesse público), e o
policiamento pode ocorrer pelos entes federativos de
forma exclusiva e concorrente. É importante ressaltar,
ainda, que, em regra, “tem competência para policiar
a entidade que dispõe do poder de regular a matéria”
(MEIRELLES, 2009, p. 132).
PODER DE POLÍCIA
AMBIENTAL A fiscalização e a lavratura de autos de infração pelos
agentes do órgão ambiental são exemplos do exercício do
poder de polícia. Assim, nos termos do Art. 70, § 1º da Lei
9605/98, eles:
PROCESSO DE
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Um dos instrumentos
do PNMA, previsto
no art. 10 da Lei
6.938/81.
CONCEITOS DE LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Na segunda etapa, superada a análise de viabilidade e localização e, sendo verificado pelo órgão
ambiental o cumprimento de condicionantes, eventualmente estabelecidas na fase anterior, o
requerente busca autorização para a instalação de seu empreendimento. No texto da norma, nesta
fase, a licença
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO)
É importante ressaltar que, assim como o próprio processo de licenciamento, o estudo ambiental para a avaliação de impactos
no meio ambiente também é citado pela Lei n. 6.938/81, como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, devido à
sua importância (art. 9º, inc, III). Com o advento da Constituição de 1988, essa importância tornou-se ainda mais evidente,
haja vista estar expresso no texto constitucional a obrigação ao Poder Público de “exigir, na forma da lei, para instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental” (BRASIL, 1988, art. 225).
Conforme já citamos, o art. 3º da Resolução Conama n. 237/1997, em harmonia com a Constituição, estabelece a
obrigatoriedade de realização, pelo empreendedor, de EIA/RIMA, quando os empreendimentos e as atividades forem
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio.
EIA/RIMA
O EIA/RIMA é modalidade ou espécie do gênero
“estudos ambientais”. Refere-se a dois documentos distintos: o
estudo e o seu relatório.
“Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação dos
processos de licenciamento” (BRASIL, 2011, art. 14) e que: [...] as exigências de
complementação oriundas da análise do empreendimento ou atividade [conhecidas
como solicitação de informações complementares] devem ser comunicadas pela
autoridade licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas
decorrentes de fatos novos. (BRASIL, 2011, art. 14 § 1º)
Tais “exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitos
pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação [da licença], que
continua a fluir após o seu atendimento integral pelo empreendedor” (BRASIL,
2011, art. 14 § 2º).
CÓDIGO FLORESTAL