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TECIDO

L I G A M E N TA
R
Acadêmicas: Aline Bloemer, Ana Lauxen, Giulia
Quagliotto, Giulia Pedroso, Milena Pastor,
Rebeca Hilario e Vitoria Zubeldia

Disciplina de Fisioterapia em Desportiva


O que é o tecido ligamentar?
 Estrutura fibrosa e resistente
 Conectam osso com osso
 Compostos por fibras de colágeno
+ elastina
Objetivos:
Þ Manter as articulações estáveis permitindo
movimentos controlados;
Þ Suportar grandes cargas e tensões
Þ Estender e contrair para acompanhar o movimento da
articulação
Þ A capacidade de um ligamento em suportar a carga
tênsil muitas vezes determina seu nível de
competência
Estrutura do tecido ligamentar
 Composto principalmente por fibras
colágenas organizadas em feixes paralelos
além de outras proteínas como elastina e
proteoglicanas = elasticidade e flexibilidade

 Estrutura altamente organizada

 Diferentes camadas de fibras colágenas


dispostas em diferentes direções = conferem
estabilidade permitindo forças em diferentes
direções
Estrutura do tecido ligamentar
COLÁGENO
 Forma cerca de 80% do peso seco dos ligamentos
 No mínimo 18 tipos de colágenos identificados no corpo
 Os tipos I, II e III são os mais pertinentes aos fisioterapeutas do esporte

PROTEOGLICANOS
 Moléculas grandes que compreendem um núcleo de proteína
 Constituem cerca de 1% do peso seco do ligamento

ELASTINA
 Proteína extremamente hidrofóbica com alto grau de extensibilidade flexível com forças
pequenas
 A maioria dos ligamentos contem menos de 5% de elastina por peso seco
Tipos de ligamentos
Existem três tipos principais de ligamentos no corpo
humano
 Ligamentos colaterais – articulações dos joelhos,
tornozelos e cotovelos – estabilizam a articulação
 Ligamentos cruzados – presentes nos joelhos –
controlam o movimento de rotação do fêmur e da
tíbia
 Ligamentos capsulares – todas as articulações do
corpo – mantem os ossos dentro das cápsulas
articulares

Além disso, os ligamentos podem ser classificados de


acordo com a sua localização no corpo, podendo ser
intra-articulares ou extra articulares
Importância do tecido ligamentar
O tecido ligamentar é fundamental para:
 Manter a estabilidade articular;
 Movimento do corpo humano;
 Formação das articulações;
 Garantir que as articulações se movam de forma
coordenada e segura;
 Prevenção de lesões e deformidades articulares
atuando como limitadores de movimento (impede
que o movimento ultrapasse o limite de
amplitude).
Fatores que afetam a força do ligamento
Existem certos fatores internos e externos que afetam
a força dos ligamentos:
 Componentes estruturais: depende do tipo e da
quantidade de suas fibras de colágeno.
 Idade: diminuição da quantidade e qualidade do
conteúdo das ligações cruzadas e colágeno
 Frequência de esforço
 Direcionamento da carga: algumas fibras podem
consumir mais carga do que as outras, o que
tende a “descamar” a inserção, afetando assim as
propriedades estruturais
Lesões ligamentares
São muito comuns principalmente em pessoas que praticam atividades físicas de alta
intensidade, podem ocorres devido a:
 Movimentos bruscos;
 Quedas;
 Impactos diretos.
 No esporte, o principal mecanismo
 de lesão está relacionado à
 carga mecânica.
Os sintomas mais comuns
incluem:
 Dor;
 Inchaço;
 Dificuldade de movimentar a
articulação
Prevenção das lesões ligamentares
Para prevenir as lesões ligamentares é importante:

1
Fortalecimento muscular = uma das principais
2
Uso de equipamentos de proteção adequados
estratégias pois o músculo ajuda a manter a durante a prática de esportes ou atividade que
articulação estável e reduz a sobrecarga nos apresente riscos (joelheiras, tornozeleiras)
ligamentos.

3
Evitar o sedentarismo = a falta de atividade
4
Respeitar os limites do corpo e não exagerar
física enfraquece os músculos e aumenta o na intensidade ou duração dos exercícios
risco de lesão além do permitido ou aconselhado
Tratamento de lesões ligamentares
Nos últimos anos progressos significativos foram feitos na compreensão do processo da
lesão e cicatrização de ligamentos, apesar deste progresso, os únicos tratamentos aceites
continuam sendo:
 Fisioterapia = tratamento conservador
 Tratamento cirúrgico

A cicatrização após a lesão é específica do


ligamento mas geralmente as respostas biológicas
seguida da lesão ligamentar podem ser resumidas
em 3 fases:
 Sangramento e inflamação
 Reparo ativo com proliferação de materiais de
construção
 Remodelação
Tratamento de lesões ligamentares
Se a lesão não for tratada
apropriadamente na fase inicial
com RGCE (repouso, gelo,
compressão e elevação)
adequado, o resultado será
sangramento descontrolado e
edema, ocasionando uma
disposição anormal de fibras de
colágeno e uma cicatriz
resultante que irá tornar-se
hipertrófica e dolorosa.
Revisão sistemática “Intervenções cirúrgicas versus conservadoras no tratamento
de lesões do ligamento cruzado anterior” de Monk et. Al.

 Um dos estudos envolve 121 adultos jovens e ativos


 Lesão aguda de LCA
 Não houve diferenças significativas entre trat. cirúrgico e conservador
 Muitos participantes com ruptura do LCA permaneceram sintomáticos após a
reabilitação e mais tarde optaram pela cirurgia de reconstrução do LCA.
Artigo “Estudo comparativo no tratamento das lesões do ligamento cruzado anterior no
esporte” de Cohen, m. et. al.

 Estudo comparativo do nível de retorno às atividades esportivas de 100 atletas recreativos


com lesão do ligamento cruzado anterior, confirmada por artroscopia;
 dois grupos de 50, após seguimento mínimo de quatro anos.
 No grupo I, os pacientes foram tratados por meio de fisioterapia e, no grupo II, por meio de
reconstrução ligamentar com o terço médio do tendão patelar, seguida de programa de
reabilitação
 O tratamento cirúrgico obteve melhores resultados na avaliação final, embora o tratamento
clínico das lesões do ligamento cruzado anterior possa ser boa indicação aos pacientes de
menor atividade esportiva.
Artigo “Instabilidade mecânica pós-lesão ligamentar aguda do tornozelo. Comparação prospectiva e randomizada de duas
formas de tratamento conservador” de PRADO, M. P. et al.,

 Avaliação da incidência da instabilidade mecânica articular resultante do tratamento conservador de lesões ligamentares
agudas graves do tornozelo em pacientes sem antecedentes de traumas nessa articulação.
 186 pacientes portadores de lesão ligamentar aguda grave do tornozelo divididos em dois grupos.
 Grupo A foram tratados com imobilização imediata, carga permitida conforme tolerado, analgesia, gelo, elevação e
mobilização da articulação do tornozelo por três semanas, mais tarde imobilizados com órtese curta funcional e
planejados para programa de reabilitação fisioterápica.
 Grupo B, mesma coisa do grupo A mas os pacientes foram imobilizados no primeiro atendimento com órtese curta
funcional.
 Não encontrou diferenças significativas em relação à evolução para instabilidade mecânica entre os grupos, não houve
diferença na incidência de dor, mas a avaliação por meio do método de pontuação da AOFAS mostrou melhores
resultados nos pacientes submetidos ao tratamento funcional.
 O tratamento funcional, grupo B, teve melhores resultados na escala de pontuação AOFAS, comparativamente ao grupo
tratado com órtese mecânica (Grupo A), sem haver maior chance de evolução para instabilidade mecânica articular.
Efeitos da imobilização e do exercício
Os ligamentos são sensíveis ao treinamento e ao desuso.
Estudos demonstraram que um programa de exercício
forçado poderia precipitar o retorno das propriedades
mecânicas dos ligamentos. A literatura mostra claramente
que a imobilização prolongada é prejudicial aos ligamentos.
Os efeitos da imobilização são reversíveis porém os efeitos
do recondicionamento levam um tempo maior do que a
imobilização para se mostrarem.
Conclusão
Em resumo, o tecido ligamentar desempenha um papel crucial na
estabilidade das articulações e na prevenção de lesões. Ele é composto por
fibras colágenas que proporcionam resistência e elasticidade aos ligamentos,
permitindo que eles suportem as forças aplicadas durante o movimento.

Além disso, é importante destacar que a manutenção da saúde dos


ligamentos está diretamente relacionada à prática regular de exercícios
físicos e ao fortalecimento muscular. Lesões ligamentares podem ser
evitadas com medidas simples
Referências Bibliográficas
1. Tortora, G. J., & Derrickson, B. (2017). Princípios de anatomia e fisiologia (15a ed.). Porto Alegre:
Artmed.
2. Moore, K. L., Dalley, A. F., & Agur, A. M. R. (2018). Anatomia orientada para a clínica (8a ed.). Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan.
3. Netter, F. H. (2014). Atlas de anatomia humana (5a ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.
4. Hopkins, J. T., & Ingersoll, C. D. (2000). Tratamento das lesões ligamentares agudas. In S. W. Nigg &
B. Segesser (Eds.), Lesões no esporte: prevenção, tratamento e reabilitação (pp. 95-107). Porto Alegre:
Artmed.
5. Leong NL, Kator JL, Clemens TL, James A, Enamoto-Iwamoto M, Jiang J. Tendon and Ligament
Healing and Current Approaches to Tendon and Ligament Regeneration. J Orthop Res. 2020
Jan;38(1):7-12. doi: 10.1002/jor.24475. Epub 2019 Sep 30. PMID: 31529731; PMCID: PMC7307866.
Referências Bibliográficas
6. Monk AP, Davies LJ, Hopewell S, Harris K, Beard DJ, Price AJ. Surgical versus
conservative interventions for treating anterior cruciate ligament injuries. Cochrane
Database Syst Rev. 2016 Apr 3;4(4):CD011166. doi: 10.1002/14651858.CD011166.pub2.
PMID: 27039329; PMCID: PMC6464826.
7. COHEN, M. et al. ESTUDO COMPARATIVO NO TRATAMENTO DAS LESÕES DO
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR NO ESPORTE Estudo comparativo no tratamento
das lesões do ligamento cruzado anterior no esporte. Rev Bras Ortop, v. 32, 1997.
8. PRADO, M. P. et al. Instabilidade mecânica pós-lesão ligamentar aguda do tornozelo.
Comparação prospectiva e randomizada de duas formas de tratamento conservador. Revista
Brasileira de Ortopedia, v. 48, n. 4, p. 307–316, jul. 2013.
FIM
Obrigada!

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