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Resenha Crítica

Estabilização segmentar da coluna lombar nas


lombalgias: uma revisão bibliográfica e um
programa de exercícios

A estabilidade da coluna é decorrente da interação de três sistemas, o passivo


que é composto por vértebras, discos, articulações e ligamentos, esses
fornecem maior parte da estabilidade por limitar passivamente ao final do
movimento; o ativo, composto por músculos e tendões, fornecendo suporte e
rigidez em nível intervertebral, sustentando forças exercidas no dia-a-dia,
sendo necessário uma pequena ativação muscular para gerar essa
estabilidade e o neural, composto pelo SNC e SNP, coordenando as atividades
musculares em resposta a forças esperadas ou não e fornecendo estabilidade
dinâmica. Uma boa interação do sistema protege e previne lesões na coluna e
permite o movimento.

Vários músculos atuam na estabilidade dinâmica. Há hipóteses de dois


sistemas que atuam na estabilidade: o global, composto por grandes músculos
são produtores de torque e atuam no tronco e coluna sem serem diretamente
ligados a ela, como reto do abdômen, oblíquo externo e parte torácica do
iliocostal lombar; e o local, composto por músculos ligados diretamente à
vértebras e são responsáveis pelo controle segmentar e estabilidade, como:
multífidos, transverso do abdômen, e oblíquo interno.

O estudo relata o grande potencial do multífido na estabilização postural,


fornecendo rigidez e controle na zona neutra. Ele possui uma extensão de
sacro à C2, atuando com 2/3 do aumento da rigidez em L4-L5, então qualquer
lesão pode comprometer a estabilidade. Uma das explicações para a alta taxa
de recidivas em lombálgicos que lesionaram o multífido pode ser o fato de que
ele não recuperar o volume mesmo após a redução da dor, comprometendo a
estabilidade.

O modelo mais seguro para estabilização da lombar são exercícios de


resistências por manterem a coluna em uma posição neutra enquanto o
paciente realiza a co-contração dos estabilizadores. Priorizando o músculo
transverso abdominal, multífido e quadrado lombar na estabilização. A co-
contração fornece rigidez por meio de músculos antagonistas, mantendo a
estabilidade na presença de cargas externas e internas nas articulações,
podendo trabalhar os músculos profundos e relaxando os globais em
determinadas posições.
A estabilização lombar deve ser feita de forma específica para o tratamento da
dor após uma minuciosa avaliação. Há pacientes que realizam uma maior
ativação de um grupo muscular do que outros, sendo necessáio realizar
exercícios sutis, específicos e precisos, reduzindo a aparição de dor e reflexão
de inibição. Eles também devem ser repetidos várias vezes com pouca carga,
já que estamos falando de um treino de resistência. A palpação é muito
utilizada para orientar na ativação de uma musculatura específica que o
fisioterapeuta quer trabalhar.

O artigo abrange a etiologia da doença, percussores e um tratamento


conservador dando ênfase na reabilitação musculaturas específicas que são
mais acometidas em pacientes com instabilidade lombar. Ele consegue
detalhar vários exercícios que podem ser usados no plano de tratamento e vale
do leitor considerar útil ou não para o seu caso. O ator ao montar o texto
relaciona a lombalgia com a estabilização da musculatura no tratamento, com
objetivo de informar a comunidade acadêmica e profissional, demonstrando
vários tratamentos com textos e imagens.

Referência:

1 - FRANÇA, Fábio Jorge Renovato; BURKE, Thomaz Nogueira; CLARET,


Daniel Cristiano; MARQUES, Amélia Pasqual. Estabilização segmentar da
coluna lombar nas lombalgias: uma revisão bibliográfica e um programa
de exercícios. 2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/fp/a/RY9CZr9vsr8M7Tqz49Rv4JD/#. Acesso em: 14 set.
2022.

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