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MÉTODOS DE INVENTÁRIOS

QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS:
ESTUDOS FLORÍSTICOS E
FITOSSOCIOLÓGICOS
ALGUMAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......

FITOCENOSE: conjunto de plantas que ocupam determinado


lugar ou área.
AMOSTRA: pode ser definida como um determinado número
de unidades de amostragem, consideradas representativas da
fitocenose que se pretende investigar.
AMOSTRAGEM: é o levantamento das características de uma
parte da comunidade de onde obtém-se uma estimativa dos
seus parâmetros.
ÁREA AMOSTRAL: é o valor total da área amostrada. Pode
ser uma parcela ou um conjunto de uma ou mais distâncias.
UNIDADE AMOSTRAL: é a menor unidade da amostra, pode
ser uma parcela ou um ponto-quadrante.
ALGUMAS DEFINIÇÕES IMPORTANTES.......

Unidade
amostral 1

100 m
Unidade Unidade
amostral 2 amostral 3

100 m
Amostra = unidade amostral 1 + unidade amostral 2 + unidade amostral 3
Área amostral = área UA1 + área UA2 + área UA3
Amostragem = características da UA1 + UA2 + UA3
Inventários Florestais

Podem ser definidos como o levantamento das características


florísticas ou estruturais de determinadas áreas florestadas
(naturais ou plantadas).
Inventários Florestais
Em florestas com fins madeireiros...
O inventário florestal visa principalmente a determinação ou a
estimativa de variáveis como:
Peso

Área basal

Volume da madeira

Qualidade do fuste

Estado fitossanitário

Classe de copa

Potencial de crescimento da espécie florestal.


Inventários Florestais

Em área de vegetação natural...

Visa principalmente o conhecimento de determinados


atributos da vegetação para posterior comparações,
estabelecimento de padrões, conhecimento para auxílio
em programas de manejo (ex. corte sustentável de
espécies madeireiras), conservação, educação ambiental e
adequação ambiental.
Inventários Florestais

Importância

Através dos inventários florestais é possível a caracterização


de uma determinada área e o conhecimento quantitativo e
qualitativo das espécies que a compõe.

Podemos saber:
- Quais espécies ocorrem em determinada área?
- Quais espécies possuem maior abundância ou freqüência?
- Como as espécies estão distribuídas no espaço?
- Qual a influência de variáveis bióticas e abióticas na
composição desta vegetação?
MAS COMO RESPONDEMOS ESTAS PERGUNTAS.........

O primeiro passo é definir:

O QUE QUEREMOS RESPONDER?

O QUE QUEREMOS SABER SOBRE AQUELA ÁREA?

QUAIS VARIÁVEIS EU PRECISAREI COLETAR PARA


RESPONDER AS MINHAS PERGUNTAS?

PARA DEPOIS DEFINIRMOS O TIPO DE MÉTODO QUE


SERÁ UTILIZADO PARA A AMOSTRAGEM
MAS COMO RESPONDEMOS ESTAS PERGUNTAS.........
Podemos levantar apenas as espécies existentes em
determinada área: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO OU
QUALITATIVO.

Podemos levantar apenas as características estruturais da


área, como altura dos indivíduos, densidade, área basal, etc. :
LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO, ESTRUTURAL
OU QUANTITATIVO.

Podemos também realizar os dois levantamentos juntos, onde


as espécies são amostradas e suas características
morfológicas também: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E
FITOSSOCIOLÓGICO (QUANTITATIVO E
QUALITATIVO).
LEVANTAMENTOS FLORÍSTICOS OU QUALITATIVOS

São normalmente realizados sem a utilização de uma


metodologia de coleta definida (ASSISTEMÁTICOS);
Os indivíduos encontrados em estádio fértil são coletados;
LEVANTAMENTOS FLORÍSTICOS
Podem resultar
Listagens florísticas Floras
LISTAGENS FLORÍSTICAS
• São amostragens realizadas sem o levantamento das
características morfológicas das espécies no campo, como
diâmetro, altura, área basal, etc.;
• Apenas as espécies encontradas no período fértil são
coletadas, independente de sua localização;

• É gerada uma listagem florística, onde normalmente apenas


as espécies, suas famílias, número de coletor e hábitos são
apresentados;

• Pode aparecer, com a realização de listagens florísticas, a


necessidade de produzir: Revisões taxonômicas, descrição de
espécies novas, chaves de identificação de espécies,famílias
e gêneros, etc.
LISTAGENS FLORÍSTICAS

COMO É REALIZADO
- ESCOLHE-SE UMA AREA
- DEFINI-SE QUAL TIPO DE HÁBITO – ESTRATO VEGETACIONAL OU FORMA
DE VIDA;
-COLETA DO MATERIAL BOTÂNICO:
- NUMERA EM CAMPO ESTAS COLETAS;
- GERA UM NUMERO DO COLETOR;
- INICIA A IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAS:
. POR CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO
. COMPARAÇÃO EM HERBÁRIOS
. CONSULTA A ESPECIALISTAS
. MATERIAL TESTEMUNHO É INCLUÍDO EM
HERBÁRIO.

- ELABORA-SE UMA DA LISTAGEM FLORÍSTICA.


Tabela 2: Espécies amostradas em um fragmento de mata estacional semidecídua montana
no município de Itatiba, SP. Hábitos: A: árvore, AB: arbusto, L: liana, E: erva, EP: epífita,
HEP: hemiepífita e P: parasita.

Família/Espécie Hábito Número do coletor


ANACARDIACEAE
Lithraea molleoides (Vell.) Engl. A R53
Schinus terebinthifolius Raddi A R36
Tapirira guianensis Aubl. A R4
Tapirira marchandii Engl. A R14
ANNONACEAE
Duguetia lanceolata A.St-Hil. A R80
Guatteria nigrescens Mart. A R46
Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart. A R78
Xylopia brasiliensis Spreng. A R79
APOCYNACEAE
Aspidosperma olivaceum Muell. Arg. A R81
Aspidosperma sp. A R110
Condylocarpon isthmicum (Vell.) A.DC L R187
Temnadenia violacea (Vell.) Miers L R109
EXEMPLOS DE APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS

Tabela 1: Número de famílias, gêneros e espécies por fisionomia no distrito de Monte Verde,
Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.

Fisionomia Famílias Gêneros Espécies


Floresta de Altitude 80 175 276
Mata de Araucária 36 62 77
Afloramento Rochoso 35 56 86
Campo de Altitude 44 76 103

Tabela 3: Famílias mais representativas em número de espécies por fisionomia coletada no


distrito de Monte Verde, Serra da Mantiqueira, MG.

Floresta de Altitude Mata de Araucária Afloramento Rochoso Campo de Altitude


Asteraceae (40) Solanaceae (08) Cyperaceae (09) Asteraceae (23)
Myrtaceae (18) Myrtaceae (07) Orchidaceae (08) Melastomaceae (09)
Melastomataceae (17) Asteraceae (05) Asteraceae (08) Cyperaceae (07)
Solanaceae (17) Orchidaceae (05) Polygalaceae (05) Iridaceae (07)
Orchidaceae (11) Lauraceae (02) Rubiaceae (05) Leguminosae (05)
Rubiaceae (10) Melastomataceae (02) Melastomataceae (04) Solanaceae (04)
Lauraceae (09) Rubiaceae (02) Poaceae (04) Verbenaceae (04)
Leguminosae (08) Myrsinaceae (02) Bromeliaceae (03) Ericaceae (03)

Tabela 4: Gêneros mais representativos em número de espécies por fisionomia coletada no


RESULTADOS GERAIS
Foram coletadas 444 espécies, distribuídas entre 97 famílias e
246 gêneros. 200

Número de Espécies
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Arv. Arb. Sub. Erv. Lia. Epi. Par.
70 Hábito
16
60
14
Número de Espécies

Número de Espécies
50 12
40 10

30 8
6
20
4
10
2
0 0
Ast. Mel. Cyp. Myr. Orc. Sol. Rub. Leg. Poa. Soln. Bacc. Vern. Lead. Myrg. Myrc. Tibc.
Famílias Gêneros
Vantagens: LISTAGENS FLORÍSTICAS

Pode-se coletar indivíduos encontrados em qualquer situação


(borda, interior, por ex.)
É mais rápido que o levantamento fitossociológico e menos
trabalhoso;
Pode ser feito com todos os hábitos de plantas;
Não requer grandes investimentos financeiros;

Desvantagens:
Não proporciona uma visão mais detalhada da vegetação;
Não permite a elaboração de uma lista ou tabela de dados
estruturais, como abundância das espécies, densidade, etc.
Não permite comparações entre a estrutura de diferentes
áreas florestadas.
FLORAS
Diferem da Listagem florística por apresentar dados mais
detalhados das espécies amostradas, como:

- Fotos e desenhos das estruturas das plantas;


- Descrição taxonômica das famílias;
- Descrição taxonômica das espécies;
- Chaves de identificação;
- Distribuição Geográfica;
FLORAS

REGIÃO BIOGEOGRÁFICA: Flora Neotropica


Flora Neotropica
FLORAS

NACIONAL – PAÍS: Flora brasiliensis


FLORAS

ESTADUAIS: Flora Ilustrada Catarinense


Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo.
FLORAS

REGIONAIS: Flora do Distrito Federal


Flora da Reserva Ecológica de Macaé de Cima
FLORAS

FLORA LOCAIS: Flora do Pico das Almas


Flora do Cipó.
Flora da Reserva Duck
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS

O Levantamento Fitossociológico tem por objetivo a


quantificação da composição florística, estrutura, e
distribuição de uma determinada POPULAÇÃO OU
COMUNIDADE vegetacional.
Normalmente são utilizados três métodos de amostragem
fitossociológica:

- Censo (pode ser utilizado também para levantamentos


florísticos);

- Parcela única;

- Parcelas múltiplas;

- Método de distância (ponto-quadrante).


Enumeração Total ou Censo

Todos os indivíduos da população ou comunidade são coletados


e medidos, obtendo-se os valores reais da área.

Vantagens:
Total conhecimento da comunidade ou da população;
Dados bastante confiáveis e possibilidade de estabelecimento
de padrões (distribuição, dispersão, recrutamento, etc..)

Problemas:
Altos Custos ($$$$$)
Muito tempo necessário para a realização do trabalho de campo;

Sua realização só é recomendada em avaliações de populações


pequenas, de grande importância econômica, ou em trabalhos de
pesquisa científica cujos resultados exigem exatidão.
MÉTODO DE PARCELAS

Características das Parcelas

Forma
• Pode ser quadrada, retangular, irregular e circular.
• Geralmente as formas de parcelas retangulares são mais
eficientes e utilizadas.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Posicionamento das Parcelas


Uma das maneiras mais indicadas é a distribuição das parcelas
sempre na mesma posição geográfica, em intervalos
aproximadamente iguais ou maiores ao comprimento da parcela.

(Meireles 2003)
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Tamanho
A definição do tamanho da parcela depende do porte dos
indivíduos que compõem a população ou comunidade, a fase
de desenvolvimento da floresta e o objetivo do levantamento.

1m 10 metros

1m
5m
MÉTODO DE PARCELA ÚNICA
• Consiste no estabelecimento de uma única parcela, que se
considera representativa de toda a fitocenose;

• Possui a desvantagem de não englobar grande


heterogeneidade ambiental da área estudada (dependendo do
tamanho);

• Quando realizado em grandes áreas, pode ser mais


representativa, mas mesmo assim, possui problemas pois não
possui réplicas.

• Pode ser dividida em sub-parcelas, o que permite a


estimativa de freqüência e densidade (Muller-Dombois &
MÉTODO DE PARCELA ÚNICA
Amostragem em parcela única sem divisões

30 metros

30 metros
Levantamento realizado nas parcelas de 50 hectares nas
ilhas de Barro Colorado, Panamá (Perez et al. 2005).

Parcela única com sub-parcelas


Mapeamento e marcação dos indivíduos (Perez et al. 2005)
MÉTODO DE PARCELAS MÚLTIPLAS (Daubenmire 1968)

É o método que utiliza várias parcelas separadas


espacialmente e dispersas em um fragmento.

Meireles (2003)
MÉTODO DE PARCELAS MÚLTIPLAS (Daubenmire 1968)

Meireles (2003)
MÉTODO DE PARCELAS MÚLTIPLAS (Daubenmire 1968)

Vantagens:
• A contagem das espécies e indivíduos feita através deste
método pode ser extrapolada para o resto da fitocenose;

• Pode-se realizar estudos mais aprofundados da área,


incluindo análises de solo, relevo, etc.;

• A área e os indivíduos amostrados são de fácil localização


e trabalho, pela delimitação exata da parcela no campo;

• Pode-se realizar comparações entre gradientes


altitudinais e ambientais.
MÉTODO DE DISTÂNCIAS (Cottam & Curtis 1956)

Um dos métodos de distância mais utilizados é o de ponto-


quadrante (Cottam & Curtis 1956).

Q4 Q1 Ponto central
(estaca)

Q3 Q2
MÉTODO DE DISTÂNCIAS

• Para estabelecer a distância entre os pontos deve-se fazer


uma medição prévia entre x indivíduos (+ de 30) ao longo de um
transecto dentro da área ;

• Se o valor máximo encontrado for, por ex., 5metros, deve-se


duplicar esse valor, obtendo-se o valor máximo crítico entre
os pontos de amostragem.

• O número mínimo de pontos que deve ser amostrado em uma


área para ser considerado representativo da fitocenose é 250
(total de 1000 indivíduos amostrados).
MÉTODO DE DISTÂNCIAS

Vantagens:
• Maior rapidez, pois o método é menos tedioso do que o de
parcelas múltiplas;

• Conhecimento de uma área maior da floresta;

• A mais fácil localização dos pontos de amostragem no campo,


já que eles podem seguir as linhas de picada;

• Deve ser utilizado em grandes áreas amostrais ou quando o


tempo para a realização do levantamento é curto;
MÉTODO DE DISTÂNCIAS

Vantagens:
• Deve ser evitado quando pretende-se realizar, por exemplo,
comparações entre gradientes de altitude, tipos de solo,
etc., por não possuir uma área definida, como das parcelas.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Na realização de um levantamento fitossociológico


(independente do método utilizado), é necessário o
estabelecimento de um critério de inclusão de espécies.

Pode ser:
- Tamanho dos indivíduos (altura). Ex: para amostras de
ervas, árvores;
- Área mínima de coleta;
- Diâmetro a altura do peito Mínimo: DAP
- Intervalo de classes de Diâmetro: 5cm > x > 15cm;
- Diâmetro mínimo ou máximo da base do indivíduo: DAB
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS
As variáveis mais importantes que devem ser coletadas no
campo são:

Altura total: é a altura do indivíduo desde a base até a ponta


da copa. Normalmente é estimada com instrumento graduado
ou as guias do podão de coleta.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS

Altura da primeira bifurcação: mede-se a altura da árvore


da base até a primeira grande bifurcação ou forquilhamento.

Altura da
bifurcação
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS
Diâmetro à altura do peito (DAP): o
diâmetro é tomado a 1,30 m do solo,
podendo ser obtido por meio de uma fita
métrica, trena ou paquímetro.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS
Diâmetro a altura da base (DAB): o diâmetro tomado na base
do indivíduo, sob o chão da floresta.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS
Distância:

Método de quadrantes: deve-se anotar a distância entre o


indivíduo amostrado e a estaca ou ponto central do quadrante,
a aproximadamente 0,60 cm do solo.

Quando o objetivo do estudo é verificar a distribuição


espacial de determinada população ou comunidades, deve-se
anotar também a distância do indivíduo mais próximo à ele
dentro dos critérios de inclusões estabelecidos.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS

Estado fitossanitário: diz respeito ao aspecto externo da


árvore, ataque por insetos, morte de ramos e troncos, etc.

Características gerais do indivíduo: se está fértil, cor das


flores, se possui exudato nas folhas, tronco, odores, presença
de glândulas, e outras características que o coletor considerar
relevante e que podem ser perdidas após a secagem do
material.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS OU
QUANTITATIVOS

Após a coleta de dados no campo, os dados devem ser


organizados em planilha Excel e transferidos para um programa
específico (FITOPAC SHELL (Sheperd 2005), por ex.);

FitopacShell (2).lnk

Onde será gerada uma tabela fitossociológica com os seguinte


parâmetros:
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Principais Parâmetros Fitossociológicos

Densidade:

Número de indivíduos de uma espécie ou de um conjunto de


espécies em uma determinada área.
Densidade total = 9 ind/ha

Densidade de
100 m = 3 ind/ha

Densidade de = 6 ind/ha
100 m
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Principais Parâmetros Fitossociológicos

Densidade relativa: o número de indivíduos total de uma


mesma espécie por unidade de área;

Densidade total = 9 ind/ha

Densidade de
100 m = 3 ind/ha

Densidade de = 6 ind/ha
100 m
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Principais Parâmetros Fitossociológicos

Densidade absoluta: é a porcentagem do número de indivíduos


de uma espécie em relação ao número total de indivíduos
amostrados.

Densidade total = 9 ind/ha (100%)

Densidade de = 3 ind/ha (33,3%)


100 m

Densidade de = 6 ind/há (66,6%)

100 m
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Abundância: é a estimativa visual da densidade em que as


espécies são agrupadas em classes de abundância:

- Abundantes;
- Comum;
- Freqüente;
- Ocasional;
- Raras;
Alguns autores chamam também de FREQUENCIA.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS
Freqüência:

Absoluta (Frabs): é a porcentagem de unidades de


amostragem com ocorrência da espécie, em relação ao número
total de unidades de amostragem.

Frabs = 75%

Frabs = 75%

Isto é, ocorrem em 3
das 4 unidades de
amostragem
100 m
100 m
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS
Freqüência Absoluta (Frabs)

Frabs = 16,66%

Frabs = 83,33%

Isto é, ocorrem em 3
das 4 unidades de
amostragem
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Freqüência Relativa (Fr)

É a proporção da freqüência absoluta de uma espécie em


relação a soma das freqüências absolutas de todas as espécies.

100 m

100 m
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS
Dominância

Parâmetro que busca expressar a influência de cada espécie na


comunidade, através de sua biomassa.
Seu cálculo dependerá do método de amostragem utilizado.

Métodos de parcelas: a dominância pode ser expressa


tanto pela área basal do tronco, como pela área de
cobertura da copa ( o mais usado é área basal).

Método de distâncias: é expressa pela área basal do


tronco das espécies.
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Dominância

Dominância absoluta: é obtida através da soma das


áreas transversais (g) dos indivíduos de uma mesma espécie,
por hectare.

+ + =
+

Dominância absoluta da espécie


LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Dominância

Dominância relativa: corresponde à participação, em


percentagem, em relação à área basal total (G).

+ + =
+

Dominância relativa da espécie = X% /área


basal total
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS

Valor de Importância: consiste na soma dos valores relativos


da densidade, da dominância e da freqüência.

DOMINÂNCIA + FREQUENCIA + DENSIDADE =


VALOR DE IMPORTANCIA OU IVI, ÍNDICE DE VALOR DE
IMPORTÂNCIA
LEVANTAMENTOS FITOSSOCIOLÓGICOS
Listagem Florística e Parâmetros Fitossociológicos – Método Parcelas N.I = número de
indivíduos, ), Des Rel = densidade relativa (%), DoR = dominância relativa (%), FR = freqüência
relativa (%), VI = índice de valor de importância (%) e VC = índice de valor de cobertura (%), A.
Max = altura máxima.
Espécies N.I. Freq.Abs. Des.Rel. Dom.Rel. V.C. Frq.Rel. V.I. A.Max. D. Max.
Myrsine gardneriana 222 96.67 31.53 14.77 46.31 13.55 59.86 10.00 27.00
Myrceugenia alpigena 83 66.67 11.79 21.84 33.63 9.35 42.98 10.00 48.90
Weinmannia humilis 59 46.67 8.38 21.81 30.19 6.54 36.73 13.00 54.40
Symplocos corymboclados 50 60.00 7.10 13.27 20.37 8.41 28.78 11.00 31.90
Mortas 66 93.33 9.38 4.35 13.72 13.08 26.81 8.00 18.90
Symphyopapppus itatiayensis 56 30.00 7.95 5.14 13.09 4.21 17.30 6.00 19.00
Solanum itatiaiae 34 56.67 4.83 2.39 7.22 7.94 15.16 10.00 17.20
Escallonia laevis 31 33.33 4.40 2.53 6.93 4.67 11.60 6.00 23.60
Symplocos itatiaiae 9 26.67 1.28 3.77 5.05 3.74 8.78 12.00 33.60
Drimys brasiliensis 14 33.33 1.99 1.82 3.81 4.67 8.48 9.00 21.60
Roupala rhombifolia 16 26.67 2.27 1.77 4.05 3.74 7.78 9.00 25.10
Maytenus boaria 11 20.00 1.56 2.30 3.86 2.80 6.66 7.00 38.20
Tibouchina hospita 14 26.67 1.99 0.55 2.54 3.74 6.28 6.00 12.30
Baccharis dentata 10 26.67 1.42 0.35 1.77 3.74 5.50 7.00 9.20
Ilex taubertiana 4 10.00 0.57 0.57 1.14 1.40 2.54 12.00 22.00
Dasyphyllum leptacanthus 4 6.67 0.57 0.64 1.21 0.93 2.14 10.00 20.40
Myrceugenia ovata 3 10.00 0.43 0.19 0.61 1.40 2.01 3.00 10.80
Baccharis brachylaenoides 5 6.67 0.71 0.13 0.84 0.93 1.77 3.20 7.30
Symplocos falcata 2 6.67 0.28 0.49 0.77 0.93 1.71 9.00 23.50
Piptocarpha organensis 2 6.67 0.28 0.40 0.68 0.93 1.61 9.00 17.20
Pentacalia desiderabilis 3 6.67 0.43 0.10 0.53 0.93 1.46 8.00 7.00
Fuchsia regia 2 6.67 0.28 0.21 0.50 0.93 1.43 7.00 15.20
Clethra scabra 1 3.33 0.14 0.49 0.63 0.47 1.09 11.00 24.10
Senna itatiaiae 2 3.33 0.28 0.11 0.40 0.47 0.86 3.50 8.40
Baccharis glazioui 1 3.33 0.14 0.03 0.18 0.47 0.64 2.80 6.40
12 FO
Comparações realizadas entre gradientes altitudinais na Serra

11 FO
19 FO
15 FO
17 FO
20 FO
18 FO
13 FO
16 FO
14 FO
6 VP
23 MN
28 MN
24 MN
22 MN
3 VP
da Mantiqueira (Meireles, 2009)

2 VP
26 MN
25 MN
21 MN
4 VP
30 MN
29 MN
27 MN
1 VP
7 VP
5 VP
10 VP
9 VP
8 VP

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

0.55

0.6

0.65

0.7

0.75

0.8

0.85

0.9

0.95

1
Jaccard
Os estudos de florística e fitossociologia no Brasil- dados
atuais (Caiafa 2007)
• No Brasil, a maior dificuldade nos estudos de fitossociologia
são as identificações das espécies (Caiafa 2007).

• Geralmente, muitos indivíduos estão na fase vegetativa no


período de coleta, causando grandes dificuldades para
identificação.

• De 225 levantamentos fitossociológicos realizados na


Floresta Ombrófila Densa Atlântica, apenas 41 possuíam
100% das espécies identificadas à nivel de espécies.
Os estudos de florística e fitossociologia no Brasil- dados
atuais (Caiafa 2007)

• As método de parcelas múltiplas (Daubenmire 1968) foi


usado em 91% de todas os levantamentos fitossociológicos
realizados na FOMDA (Caiafa 2007), o método de quadrantes
(Cottam and Curtis 1956) foi usado em apenas 9%;

• 66,2% das levantamentos fitossociológicos realizados


consideram o diâmetro a altura do peito (DAP) como critério
mínimo de inclusão.

• Destes, 79% consideram como critério mínimo de inclusão


DAP ≥ 4,8 cm.
Os estudos de florística e fitossociologia no Brasil- dados
atuais (Caiafa 2007)
• Diferentes estudos tem mostrado que os resultados variam
dependendo do critério mínimo adotado para inclusão dos
indivíduos na amostragem (Scudeller et al. 2001).

• O tamanho mínimo da amostra deve se de pelo menos 1.000


indivíduos (Palmer et al. 2000).

• Mais importante do que o tamanho da amostra ou o método, é


o critério de inclusão mínimo
ENFIM............

OS INVENTÁRIOS FLORESTAIS SÃO DE EXTREMA


IMPORTÂNCIA PARA O CONHECIMENTO DA VEGETAÇÃO
REMANESCENTE BRASILEIRA.

EMBORA MUITO JÁ TENHA SIDO PERDIDO, É


FUNDAMENTAL TERMOS CONHECIMENTOS NÃO SÓ DA
COMPOSIÇÀO FLORÍSTICA MAS TAMBÉM ESTRUTURAL
DAS FLORESTAS PARA PODERMOS PRESERVAR E
RECUPERAR O QUE FOI PERDIDO.
OBRIGADA

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