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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO

ENVELHECIMENTO – parte 2

PROF.ª ENF.ª ELAINE MELO MENEZES


O coração é um órgão muscular oco, situado no centro do
tórax. O coração tem dois lados, o direito e o esquerdo.
Ambos os lados do coração, direito e esquerdo, têm um:

Átrio: câmara superior que coleta sangue e o bombeia para a


câmara inferior.
Ventrículo: câmara inferior, que bombeia sangue para fora
do coração
Os batimentos cardíacos são uma evidência de que o coração
está bombeando. Cada batimento apresenta duas partes:
Sístole e Diástole
A FUNÇÃO DO CORAÇÃO
A única função do coração é bombear sangue.

O lado direito do coração: bombeia sangue para os pulmões,


onde oxigênio é adicionado ao sangue e o dióxido de carbono
é eliminado.
O lado esquerdo do coração: bombeia sangue para o restante
do corpo.
A frequência cardíaca, ou pulso, é o número de vezes que o
coração bate em um minuto.

A frequência cardíaca sobe quando o corpo necessita de mais


oxigênio (como durante a prática de exercícios).

A frequência cardíaca cai quando o corpo necessita de menos


oxigênio (como durante o repouso).
O coração e os vasos sanguíneos constituem o sistema
cardiovascular (circulatório).

O sangue que circula nesse sistema distribui oxigênio e


nutrientes para os tecidos do corpo e remove produtos
residuais dos tecidos.
Os vasos sanguíneos consistem em:
•Artérias
•Arteríolas
•Capilares
•Vênulas
•Veias
Todo o sangue é transportado nesses vasos.
Se um vaso sanguíneo se romper ou for cortado, há um
vazamento de sangue que causa uma hemorragia. O sangue
pode sair para fora do corpo (hemorragia externa) ou pode
fluir para os espaços em volta dos órgãos ou diretamente
para o interior deles (hemorragia interna).
ARTÉRIAS E ARTERÍOLAS
As artérias, que são fortes, flexíveis e elásticas, transportam o
sangue oriundo do coração e suportam pressões altíssimas.
CAPILARES
Os capilares são vasos minúsculos, com paredes
extremamente finas, que funcionam como pontes entre as
artérias (que levam o sangue que sai do coração) e as veias
(que levam o sangue de volta ao coração).
VÊNULAS E VEIAS
As veias têm paredes muito mais finas do que as artérias, em
grande parte porque a pressão nas veias é muito mais baixa.
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE O CORAÇÃO E OS
VASOS SANGUÍNEOS

O coração sofre alterações com o envelhecimento. Muitas


alterações são decorrentes do desenvolvimento de doenças
cardíacas, que se tornam mais comuns com o
envelhecimento.
À medida que as pessoas envelhecem, o coração tende a
aumentar um pouco e desenvolve paredes mais espessas e
câmaras discretamente maiores.

O enrijecimento das paredes do coração relacionado à idade


impede o ventrículo esquerdo de se encher tão bem e, às
vezes, pode resultar em insuficiência cardíaca, sobretudo em
pessoas idosas com outras doenças como hipertensão
arterial, obesidade e diabetes.
SISTEMA DIGESTIVO
O sistema digestivo, que se estende da boca ao ânus, é responsável
por receber os alimentos, decompô-los em nutrientes (um processo
chamado digestão), absorver os nutrientes e liberá-los na corrente
sanguínea, além de eliminar do corpo as partes não digeríveis dos
alimentos. O trato digestivo é composto por:
•Boca
•Esôfago
•Estômago
•Intestino delgado
•Intestino grosso
•Reto e ânus
O sistema digestivo inclui também órgãos que se encontram fora do
trato digestivo:
•O pâncreas
•O fígado
•A vesícula biliar
•As glândulas salivares
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO
SOBRE O SISTEMA DIGESTIVO
ESÔFAGO
Com a idade, a força das contrações esofágicas e a tensão no
esfíncter superior do esôfago diminuem, podendo prejudicar a
passagem dos alimentos e favorecendo os engasgos.
ESTÔMAGO
Com a idade, a capacidade do revestimento do estômago de resistir
a lesões diminui, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de
ter úlcera péptica, especialmente em pessoas que usam aspirina e
outros medicamentos anti-inflamatórios. Além disso, conforme a
idade avança, o estômago não consegue acomodar a mesma
quantidade de alimentos (por causa da redução da elasticidade) e a
velocidade na qual o estômago se esvazia e transporta os alimentos
para o intestino delgado diminui.
INTESTINO DELGADO
Os níveis de lactase diminuem.
O crescimento excessivo de determinadas bactérias ocorre com mais
frequência à medida que a pessoa envelhece e pode causar dor,
inchaço e perda de peso. O supercrescimento bacteriano também
pode resultar em redução da absorção de certos nutrientes, como
vitamina B12, ferro e cálcio.
PÂNCREAS, FÍGADO E VESÍCULA BILIAR
Com a idade, há uma redução no peso global do pâncreas e parte
do tecido é substituída por tecido cicatricial (fibrose). Uma série de
alterações estruturais e microscópicas ocorre à medida que
o fígado e a vesícula biliar envelhecem.
INTESTINO GROSSO E RETO
O intestino grosso não sofre grandes alterações com a idade.
O reto chega a dilatar-se um pouco. A constipação intestinal se torna
mais comum, que é causada por muitos fatores:
•Um discreto retardo no movimento do conteúdo pelo intestino
grosso
•Uma modesta redução nas contrações do reto cheio de fezes
•Uso mais frequente de medicamentos que causam constipação
intestinal
•Frequentemente, menos exercício ou atividade física
•Fraqueza do assoalho pélvico em mulheres mais velhas
A fraqueza do assoalho pélvico em mulheres mais velhas também
pode contribuir para a incontinência fecal.
SISTEMA ENDÓCRINO

O sistema endócrino é composto por um grupo de glândulas e


órgãos que regulam e controlam várias funções do organismo por
meio da produção e secreção de hormônios.
Alguns hormônios cujas concentrações diminuem com a idade
incluem:
•Estrogênio (em mulheres)
•Testosterona (em homens)
•Hormônio do crescimento
•Melatonina
Nas mulheres, o declínio na concentração de estrogênio ocorre
na menopausa. Nos homens, em geral ocorre uma redução
gradativa da concentração de testosterona. Uma baixa
concentração do hormônio do crescimento pode causar uma
redução da massa muscular e da resistência. Uma redução na
concentração de melatonina pode ser uma das principais causas da
perda dos ciclos normais de sono e vigília à medida que a pessoa
envelhece.
Os hormônios cuja concentração costuma permanecer inalterada
ou sofrer apenas uma pequena redução incluem:
•Cortisol
•Insulina
•Hormônios tireoidianos
Os hormônios cuja concentração pode aumentar incluem:
•Hormônio folículo-estimulante
•Hormônio luteinizante
•Hormônio da paratireoide
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO
NO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis pela
absorção do oxigênio do ar pelo organismo e da eliminação do
gás carbônico.
Os órgãos do sistema respiratório são: fossas nasais, faringe
(nasofaringe), laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos
e pulmões.
ALTERAÇÕES NOS PULMÕES RELACIONADAS À IDADE INCLUEM:

•Diminuição no pico de fluxo de ar (a velocidade em que a pessoa


consegue expirar);
•Diminuição nas medidas de função pulmonar como capacidade
vital;
•Enfraquecimento dos músculos respiratórios;
•Declínio na eficácia dos mecanismos de defesa do sistema
respiratório;
Os idosos apresentam um risco maior de
desenvolverem pneumonia após infecções bacterianas ou virais.
Desse modo, as vacinas contra infecções respiratórias,
como influenza e pneumonia pneumocócica, são particularmente
importantes para idosos.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
A função do sistema imunológico é defender o corpo contra
invasores estranhos ou perigosos. Tais invasores incluem:
•Microorganismos (comumente chamados germes,
como bactérias, vírus e fungos);
•Vermes;
•Células cancerígenas;
•Órgãos e tecidos transplantados;
À medida que os indivíduos envelhecem, o sistema imunológico
torna-se menos eficaz das seguintes maneiras:

O sistema imunológico vai perdendo a sua capacidade de


distinguir o que é próprio do que não é próprio do corpo (ou seja,
de identificar antígenos estranhos). Consequentemente,
os distúrbios autoimunes tornam-se mais frequentes.
Pneumonia, gripe, endocardite e tétano são mais frequentes entre
os idosos e conduzem à morte com mais frequência.

Essas alterações podem também explicar, em parte, porque as


vacinas são menos eficazes nos idosos e, assim, porque é
importante que recebam doses de reforço (disponíveis para
algumas vacinas).

Essas alterações na função imunológica podem contribuir para o


fato de os idosos serem mais vulneráveis a contrair determinados
cânceres e infecções.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O TRATO URINÁRIO
Normalmente, uma pessoa possui dois rins. O restante do trato
urinário consiste do seguinte:
Dois ureteres (os tubos conectando cada rim à bexiga);
A bexiga (um saco muscular expansível que segura a urina até
que ela seja liberada do corpo);
A uretra (um tubo fixado à bexiga que vai até a parte externa do
corpo);
Cada rim produz urina constantemente, que é drenada pelo ureter
para a bexiga a uma pressão baixa. A partir daí, a urina é drenada
pela uretra para o exterior do corpo através do pênis nos homens, e
da vulva (a área dos órgãos genitais femininos externos), nas
mulheres. Normalmente, a urina é isenta de bactérias e outros
organismos infecciosos.
Mudanças nos rins relacionadas à idade

À medida que as pessoas envelhecem, há uma diminuição lenta,


porém constante, do peso dos rins. Depois dos 30 a 40 anos, cerca
de dois terços das pessoas (mesmo as que não sofrem de doença
renal) manifestam uma diminuição gradual da velocidade com que
os rins filtram o sangue.
À medida que as pessoas envelhecem, as artérias que suprem os
rins ficam estreitas. Como as artérias mais estreitas não podem
mais suprir sangue suficiente para os rins com tamanho normal, o
tamanho do rim pode diminuir.
Em outras palavras, ambos os rins podem precisar trabalhar
próximos de sua capacidade total para realizar todas as funções
renais normais. Dessa forma, mesmo danos pequenos a um ou
ambos os rins podem resultar em perda da função renal.
MUDANÇAS NOS URETERES RELACIONADAS À IDADE

Os ureteres não se alteram muito com a idade, mas a bexiga e a


uretra sofrem algumas alterações.

O volume máximo de urina que a bexiga pode conter diminui.

A capacidade de uma pessoa em retardar a micção após a primeira


sensação de necessidade de urinar também diminui. A velocidade
do fluxo de urina para fora da bexiga para a uretra diminui.
MUDANÇAS NA URETRA RELACIONADAS À IDADE
Nas mulheres, a uretra encurta e seu revestimento fica mais
fino. Essas alterações na uretra diminuem a capacidade do
esfíncter urinário de se fechar firmemente, aumentando o
risco de incontinência urinária.
MUDANÇAS NA GLÂNDULA PROSTÁTICA RELACIONADAS À IDADE

Nos homens, a glândula prostática tende a aumentar com a idade,


bloqueando gradualmente o fluxo de urina. Se não for tratado, o
bloqueio pode ficar quase completo ou completo, causando
retenção urinária e, possivelmente, danos aos rins.
ALTERAÇÕES NO SISTEMA SENSORIAL
VISÃO
A visão é afetada de diversas formas com o envelhecimento, como
a diminuição da percepção de cores, do campo visual e a
dificuldade de enxergar de perto ou longe.
Se essas alterações não forem detectadas, podem ocasionar
acidentes, quedas, depressão, aumento da dependência de outras
pessoas, reduzindo sua qualidade de vida.
O idoso está sujeito a mais doenças oftalmológicas, como o
glaucoma (elevação da pressão nos olhos); catarata (perda
progressiva na transparência do cristalino); retinopatias (doenças
que acometem a retina como a diabetes e hipertensão arterial);
olhos secos (diminuição na produção de lágrimas), e muitas outras
que sempre serão detectadas e tratadas por um especialista.
AUDIÇÃO
A perda da audição acontece com o envelhecimento da
cóclea, órgão sensorial da percepção do som. O declínio
auditivo é mais comum em homens.
Existem algumas causas externas que podem acelerar e agravar esse
problema como a exposição a ruídos altos, infecções, doenças
crônicas, traumas, entre outros fatores.
Recomendações:
Evitar fones de ouvido, som elevado no carro e shows de música
demasiadamente altos (quanto mais cedo, melhor).
O paciente com perda auditiva moderada e/ou grave deve sempre
usar aparelhos auditivos.
TATO
A pele fica mais fina, menos elástica e finamente enrugada.
À medida que a pele envelhece, pode haver diferenças na maneira
como os receptores codificam o contato na superfície do corpo.
As causas são variadas e os nervos na pele vão perdendo a
capacidade de resposta a estímulos mecânicos como o toque, à
temperatura, à dor e coceira.
OLFATO
A capacidade de sentir aromas diminui porque o revestimento do
nariz se torna mais fino e mais seco, e as terminações nervosas se
deterioram.
Recomendações:
Higienização e umidificação nasal com soro fisiológico;
Temperar bem os alimentos com condimentos e especiarias
naturais;
Antes de iniciar a refeição, deixar o idoso sentir o cheiro do
alimento, para ajudar na estimulação salivar e aumento do apetite.
PALADAR
A capacidade de percepção de sabores vai diminuindo, com o
envelhecimento.
A língua pode identificar cinco sabores: doce, azedo, amargo,
salgado e umami.
Com o envelhecimento a capacidade das papilas gustativas vão
perdendo a sensibilidade.
Quando um idoso não sente os gostos de forma adequada,
pode consumir determinados alimentos de forma excessiva.
Além disso, um indivíduo com dificuldades de sentir o gosto
salgado, por exemplo, está mais propenso a consumir
alimentos com maior quantidade de sal ou deixar de comer de
forma adequada.
Quando a diminuição da capacidade de sentir sabor ocorre, os
principais efeitos são: perda do interesse pela comida, dificuldade
em perceber alimentos estragados, redução do apetite,
modificação do sabor dos alimentos.
Recomendações:
Cuidar do tempero das refeições, especialmente excesso de sal;
Evitar comer alimentos velhos;
Não pular refeições, mas alimentar-se mesmo quando não houver
apetite;
Caprichar na apresentação visual do prato.
ESTRUTURA DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

O sistema reprodutor masculino inclui o pênis, o escroto, os


testículos, o epidídimo, o canal deferente, a próstata e as
vesículas seminais.
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NO SISTEMA REPRODUTOR
MASCULINO
A frequência, a duração e a rigidez das ereções
diminuem aos poucos à medida que o homem
envelhece. Os níveis do hormônio sexual masculino
(testosterona), tendem a cair, o que diminui o
estímulo sexual (libido). O fluxo de sangue para o
pênis diminui. Outras alterações incluem:
•Redução da sensibilidade do pênis
•Redução do volume de líquido liberado durante a
ejaculação
•Redução do tempo de pré-aviso da ejaculação
•Orgasmo sem ejaculação
•Depois do orgasmo, o pênis fica flácido
(detumescente) mais rapidamente
•Depois do orgasmo, ocorrem períodos mais longos
antes de uma ereção poder ocorrer (período
refratário)
DISTÚRBIOS DE MAMA NO HOMEM

Os distúrbios de mama incluem:


•Aumento da mama
•Câncer de mama
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

O sistema reprodutor feminino é formado pelos órgãos genitais


externos e pelos órgãos genitais internos.
As estruturas genitais externas incluem o monte de Vênus, os
grandes lábios, os pequenos lábios, e o clitóris. A região onde
essas estruturas estão localizadas denomina-se vulva.
Os órgãos genitais internos formam um caminho (trato genital). Este caminho consiste no
seguinte:
•Vagina (parte do canal do parto), onde o esperma é depositado e da qual pode sair um
bebê;
•Colo do útero (a parte inferior do útero), a região pela qual os espermatozoides entram e
a qual se abre (dilata) quando uma gestante está pronta para dar à luz;
•Útero, onde o embrião pode se desenvolver em um feto;
•Trompas de Falópio, onde os espermatozoides podem fertilizar um óvulo após terem
atravessado o colo do útero e o útero;
•Ovários, que produzem e liberam óvulos;
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NO
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Alterações nos órgãos reprodutores femininos ocorrem


rapidamente na época da menopausa.
Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição da massa
muscular e do tecido conjuntivo, incluindo dos existentes nos
músculos, ligamentos e outros tecidos que servem de suporte à
bexiga, ao útero, à vagina e ao reto.
REFERÊNCIAS

Assis, M. Promoção da saúde e envelhecimento: orientações


para o desenvolvimento de ações educativas com idosos. Rio de
Janeiro CRDE UnATI UERJ, 2002

Brasil. Ministério da Saúde.


Política Nacional de Atenção Integral ao Idoso: Princípios e Diret
rizes.
Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2008.

Eliopoulos, C. Enfermagem Gerontológica, 4ª ed., Porto Alegre:


Artmed.

Roach, S. Introdução á Enfermagem gerontológica, Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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