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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

Enf.ª e Prof.ª Elaine Melo Menezes


ENVELHECEMOS TODOS IGUAIS ?

62 anos 91 anos
Os idosos representam 12% da
população mundial, com previsão
de duplicar esse quantitativo até
2050 e triplicar em 2100. A maior
longevidade pode ser considerada
uma história de sucesso para a
humanidade. Esses anos extras de
vida permitem à população
planejar o futuro de modo distinto
das gerações anteriores,
dependendo de um elemento
central: a saúde.
A OMS define o
envelhecimento saudável como
o “processo de
desenvolvimento e
manutenção da capacidade
funcional que permite o bem-
estar na idade avançada”. A
capacidade funcional, por sua
vez, pode ser compreendida
como a associação da
capacidade intrínseca do
indivíduo, características
ambientais relevantes e as
interações entre o indivíduo e
essas características.
A capacidade intrínseca é a
articulação das capacidades
físicas e mentais (incluindo
psicossociais). As
características ambientais são
o contexto de vida, incluindo
as relações sociais. O bem-
estar é singular e permeado
de aspirações subjetivas,
incluindo sentimentos de
realização, satisfação e
felicidade.
O AVANÇO DO ENVELHECIMENTO

O envelhecimento vem
acompanhado de algumas
limitações nas capacidades
físicas reais e, às vezes,
também intelectuais, o que
assusta muito as pessoas que
estão envelhecendo.

A falta de perspectiva para


novas ocupações e o término
da ocupação profissional com
a aposentadoria, acaba com
as expectativas desse sujeito.
Vale sempre lembrar que
o envelhecimento
populacional não precisa
ser necessariamente
acompanhado da
deficiência, limitações ou
empecilho grave à vida
cotidiana das pessoas.
Envelhecimento representa o conjunto de
modificações que acontecem no organismo, a partir do
nascimento e como consequência do tempo vivido.
A COMPOSIÇÃO E FORMA DO CORPO

O organismo humano é composto por milhares de


unidades específicas que possuem um DNA cuja
informação nela contida a permite se especializar em
determinadas funções e lhes dá características
diferentes.

Essas unidades são as células.

O conjunto de células específicas formam os tecidos, e o


conjunto desses formam os órgãos.

Órgãos com funções complementares formam os


sistemas, cujo conjunto formam aparelhos.
O envelhecimento é
resultante de alterações que
se processam em todos os
níveis celulares.

Moléculas, células, tecidos


gradativamente, de acordo
com suas particularidades,
vão perdendo a capacidade
de se adaptar e de reparar
danos.
Assim, progressivamente, o
número de células
funcionais no organismo,
cai.
Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à
perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de
renovação celular, e à redução da rede vascular e
glandular
SISTEMA TEGUMENTAR

•PELE
•UNHAS
•PÊLOS
•VARIEDADE DE
GLÂNDULAS
FUNÇÃO DO SISTEMA TEGUMENTAR

•proteção mecânica dos órgãos e


demais estruturas do corpo;
•proteção contra infecções e agentes
patógenos;
•redução e controle da perda hídrica
pela transpiração;
•receptor para uma série de sensações,
como a dor, o frio e muito mais;
•função excretora, pelas glândulas;
•função de armazenamento
de gorduras e de água.
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NA PELE

•Diminuição da espessura
da derme e da epiderme;
•Também pode haver perda
da camada de gordura;
•A pele perde sua elasticidade;
•Ela se torna mais seca devido ao
comprometimento da função de
barreira e à diminuição da produção
sebo;
•O número de extremidades
nervosas diminui, então a sensação
fica reduzida.
•O número de glândulas
sudoríparas e vasos sanguíneos
também diminui, reduzindo,
assim a capacidade da pele de
responder à exposição ao calor;

•O número de melanócitos tende


a diminuir com a idade e, então,
a pele fica menos protegida
contra os raios ultravioleta.

•Com essas mudanças, a pele


torna-se mais sensível às lesões
e a sua cura torna-se mais lenta.
LESÕES POR DOENÇAS DE PELE E SISTÊMICA
As lesões causadas por doenças de
pele são, em sua maioria,
avermelhadas e geram irritação e
coceira, ação que pode agravar o
aspecto.

As úlceras varicosas ou venosas


surgem por conta da má circulação
em membros inferiores e são
comuns em indivíduos com
diabetes, hipertensão arterial,
problemas circulatórios, obesos e
fumantes.
Além disso, a desidratação,
condição característica de uma
pessoa idosa, facilita a formação de
lesões em regiões ósseas e
articulares, como calcanhares,
cotovelos, parte posterior da cabeça
e região sacra.
A doença de pele mais comum
entre idosos no Brasil, de acordo
com a Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD), é a queratose
solar actínica ou senil.

São manchas avermelhadas de


textura áspera, escamosa e
ressecada.
Nos idosos as unhas passam a crescer
mais devagar, curvadas, espessas e ficam
mais fragéis.
Mesmo que formada por células mortas,
elas podem revelar informações sobre a
saúde, que, com o passar do tempo, se
torna mais sensível.
Unhas esverdeadas são sinal de infecção bacteriana.
Unhas avermelhadas indicam infecção das válvulas cardíacas.
Unhas azuladas mostram baixo nível de oxigênio no sangue.
Unhas brancas ou amareladas são sinal de doenças hepáticas ou
diabetes.
Unhas grossas podem representar
doenças pulmonares.
Se também estiverem ásperas pode
sinalizar uma infecção fúngica.

Unhas quebradiças podem indicar


carência de ácido fólico, vitamina
C e proteína.
Unhas côncavas (formato de
colher) podem indicar
deficiência de ferro,
hipotireoidismo, problemas
cardíacos.

Pequenos buraquinhos nas


unhas podem ser sinal de
alguns problemas, como:

- psoríase
– doença de tecido conjuntivo
– alopecia areata – uma
alteração autoimune que causa
perda de cabelo e deficiência
de zinco.
Se aparecerem pequenas linhas
claramente visíveis, isso não é
normal.

É sinal de que pode haver:


– deficiência de ferro
– artrite
– Lúpus

Unhas secas e quebradiças,


provável alteração hormonal
ou algum problema de
micose.
Unhas malformadas pode indicar:
– doença pulmonar,
principalmente em quem tem
problemas respiratórios;
– inflamação intestinal;
– doenças no fígado;
– aids.
ALTERAÇÃO OSTEOMUSCULAR
ALTERAÇÕES OSTEOMUSCULARES

-Quedas - fraturas;
-Osteófitos;
-Esporão calcâneo;
-Achatamento intervetebral
-Cifose Torácica;
-Cervilcalgia;
-Instabilidade da marcha;
-Osteoporose - fraturas;
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é constituído por dois sistemas distintos: o
sistema nervoso central (o encéfalo e a medula espinhal) e
o sistema nervoso periférico (os nervos localizados fora do
cérebro e da medula espinhal).
A unidade básica do sistema nervoso é a célula
nervosa (neurônio).
O encéfalo apresenta três partes principais:

•Cérebro
•Tronco encefálico
•Cerebelo
CÉREBRO
É através dele que pensamentos, crenças, recordações,
comportamentos e humores se formam.

Além de ser o local do raciocínio e da inteligência, o cérebro é o


centro de controle de todo o corpo.
O cérebro coordena as habilidades de mover-se, tocar, cheirar,
provar, ouvir e ver.

Ele permite formar a linguagem, a fala e a comunicação,


compreender e fazer operações numéricas, compor e apreciar
música, visualizar e entender formas geométricas, planejar e até
mesmo imaginar e fantasiar.
MEDULA ESPINHAL

A medula espinhal é uma estrutura


comprida, frágil e fusiforme, que
começa no final do tronco cerebral
e se estende quase até o fim da
espinha.

A medula espinhal contém


circuitos de células nervosas dentro
de si que controlam os movimentos
coordenados como caminhar e
nadar, bem como a micção.
EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE
O SISTEMA NERVOSO
Depois de uma determinada idade o funcionamento do cérebro
diminui. Essa diminuição da função cerebral com o
envelhecimento pode ser o resultado de numerosos fatores que
incluem alterações em substâncias químicas do cérebro
(neurotransmissores), alterações nas próprias células nervosas,
substâncias tóxicas que se acumulam no cérebro ao longo do
tempo e alterações herdadas.
ENVELHECIMENTO CEREBRAL
-Sistema mais comprometido com o envelhecimento;
-Perda de peso cerebral: 1,4 a 1,7% por década, após os
15 anos;
•Lentificação da velocidade da condução nervosa;
•Redução progressiva e irreversível dos neurônios;
ENVELHECIMENTO CEREBRAL

•Degeneração vascular amilóide;


• Aparecimento de placas senis e degeneração
neurofibrilar;
•Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e
colinérgica.
•Aparecimento de doenças como Alzheimer, Parkinson,
Depressão e AVE;
•Leucoaraiose - possível correlação com hipoperfusão.
COMO O ALZHEIMER MODIFICA TODO O CÉREBRO

A doença de Alzheimer causa a


morte das células nervosas e perda
de tecido em todo o cérebro.

Com o passar do tempo, o cérebro


encolhe muito, o que afeta quase
todas as suas funções.
Estas imagens mostram:

Um cérebro sem a doença


Um cérebro com Alzheimer em
estágio avançado
Uma comparação entre os dois
cérebros
No cérebro com Alzheimer:

O córtex encolhe, danificando as


regiões envolvidas com os
pensamentos, planos e lembranças.

Esse encolhimento é
principalmente grave
no hipocampo, uma região do
córtex que exerce papel importante
na formação de novas lembranças.

Os ventrículos (espaços
preenchidos por fluido dentro do
cérebro) ficam maiores.
A PROGRESSÃO DA DOENÇA NO CÉREBRO
A velocidade de progressão varia muito.
As pessoas com Alzheimer vivem, em
média, oito anos, mas algumas pessoas
podem sobreviver por até 20 anos. O
curso da doença depende, em parte, da
idade da pessoa quando a doença foi
diagnosticada e se a pessoa possui
outros problemas de saúde.
Estágio inicial de Alzheimer – as
mudanças podem começar 20 anos ou
mais antes do diagnóstico.
Estágios leve a moderado de
Alzheimer – indivíduos geralmente
vivem de 2 a 10 anos.
Estágio grave de Alzheimer –
indivíduos podem viver de 1 a 5 anos.
SOB O MICROSCÓPIO

O tecido com Alzheimer possui um


número bem menor de células
nervosas e de sinapses do que um
cérebro saudável.
As placas, depósitos anormais de
fragmentos de proteína, se agrupam
entre as células nervosas.
As células nervosas mortas e
prestes a morrer
contém emaranhados
neurofibrilares, que são formados
por filamentos torcidos de outra
proteína.
ESTÁGIOS INICIAIS DE ALZHEIMER

Nos estágios iniciais, antes que os


sintomas possam ser detectados
com os testes atuais, as placas e
emaranhados começam a se formar
nas regiões do cérebro envolvidas
em:

Aprendizagem e memória
Pensamento e planejamento
ALZHEIMER DE LEVE A MODERADO

Nos estágios de leve a moderado, as


regiões do cérebro importantes
para memória e pensamento e
planejamento desenvolvem mais
placas e emaranhados que estavam
presentes nos estágios iniciais.
Como resultado disso, os indivíduos
desenvolvem problemas com a
memória e o pensamento graves a
ponto de interferir no trabalho ou na
vida social.
Eles também podem ficar confusos e ter
dificuldades ao lidar com dinheiro, ao se
expressarem e para organizarem os
pensamentos. Muitas pessoas com
Alzheimer são diagnosticadas durante estes
estágios.

As placas e os emaranhados também se


espalham para regiões envolvidas com:
Fala e compreensão de discurso
Percepção de onde o corpo está em
relação aos objetos ao seu redor

Conforme a doença de Alzheimer avança,


os indivíduos podem passar por alterações
na personalidade e no comportamento e
apresentar dificuldades para reconhecer
amigos e familiares.
ESTÁGIO GRAVE DE ALZHEIMER

No estágio avançado de Alzheimer,


a maior parte do córtex está
gravemente danificada.

O cérebro encolhe muito em função


da morte de células em todo o
órgão.

As pessoas perdem a capacidade de


se comunicarem, de reconhecerem
a família e as pessoas queridas e de
cuidarem de si mesmas.
PARKINSON - MUDANÇAS INTERNAS NO CÉREBRO

Na doença de Parkinson, células nervosas degeneram-se.


Geralmente, a doença de Parkinson começa de modo
assintomático e avança de forma gradual.
O primeiro sintoma é:
•Tremores em cerca de dois terços das pessoas;
•Problemas com movimentos ou uma sensação reduzida de
odores na maioria das outras.
Normalmente, a doença de Parkinson causa também os seguintes
sintomas:
Rigidez: Os músculos ficam rígidos, tornando o movimento difícil.
Quando o médico tenta flexionar o antebraço da pessoa ou esticá-lo,
o braço resiste ao ser movido.

Lentificação dos movimentos: Os movimentos ficam lentos e


menores e são difíceis de iniciar. Assim, as pessoas tendem a se
mover menos. Quando elas se movem menos, mover-se torna-se mais
difícil porque as articulações tornam-se rígidas e os músculos
enfraquecidos.
Dificuldade em manter o equilíbrio e a postura: A postura torna-
se curvada, e é difícil manter o equilíbrio. Portanto, as pessoas
tendem a tombar para a frente ou para trás. Como os movimentos
são lentos, muitas vezes as pessoas não conseguem mexer as mãos
com rapidez suficiente para amortecer uma queda. Esses problemas
tendem a surgir mais tarde no curso da doença.
Problemas para urinar podem ocorrer. Pode ser difícil começar a
urinar e continuar. As pessoas podem apresentar uma necessidade
compulsória para urinar (urgência). Incontinência é comum.

Pode haver dificuldade em engolir, pois o esôfago pode mover seu


conteúdo mais lentamente. Como resultado, as pessoas podem inalar
(aspirar) secreções da boca e/ou comida que comem ou líquidos que
bebem. A aspiração pode causar pneumonia.
A constipação pode se desenvolver, pois o intestino pode mover seu
conteúdo mais lentamente. A inatividade e a levodopa, o principal
medicamento usado no tratamento da doença de Parkinson, podem
piorar a constipação.

Pode ocorrer uma redução súbita e excessiva na pressão


sanguínea quando uma pessoa fica de pé (hipotensão ortostática).

Perda do olfato (anosmia) é comum, mas as pessoas podem não


perceber.
A doença de Parkinson também causa outros sintomas:
Problemas de sono, incluindo insônia, são comuns, frequentemente
porque a pessoa precisa urinar com frequência ou porque os
sintomas pioram durante a noite, dificultando a pessoa se virar na
cama.
Alucinações, delírios e paranoia podem ocorrer, particularmente se
a demência se desenvolve. As pessoas podem ver ou ouvir coisas que
não existem (alucinações) ou firmemente manter determinadas
crenças ao invés de claras evidências que as contradigam (delírios).
Elas podem se tornar desconfiadas e pensar que outras pessoas
apresentam a intenção de machucá-las (paranoia).
O exercício físico pode retardar o declínio relacionado à idade
do funcionamento do cérebro.

Ter pressão arterial alta, diabetes ou níveis de colesterol altos e


não controlados pode acelerar o declínio relacionado à idade do
funcionamento do cérebro.
ALTERAÇÕES NO SONO
SONO E ENVELHECIMENTO
-Dorme cerca de 5h por noite;
-Despertares frequentes (sono superficial);
-Sonolência diurna, com cochilos frequentes;
-Dorme cedo - acorda cedo;
-Constantes queixas familiares.
SONO E ENVELHECIMENTO
Fatores associados às dissonias do idoso:
-Redução da exposição solar;
-Redução ou ausência de atividade física;
-Insuficiências auditiva e visual;
-Polifarmácia;
CÉREBRO DEPRESSIVO: ENTENDA COMO
FUNCIONA A MENTE DEPRESSIVA
O que é depressão e como ocorre?

A depressão é um transtorno de humor que afeta muitas pessoas


nos dias de hoje. Sua principal característica é que ela é
uma doença incapacitante, ou seja, ela faz com que a pessoa pare
de reagir às situações ao seu redor.
E essa doença pode ser causada por diversos fatores como:

•Pré-disposição genética;
•Estresse constante;
•Falta de exercício físico;
•Alimentação e sono desregulado;
•Eventos traumáticos — perda de alguém querido ou perda do
emprego.
Quais são os sintomas da depressão?

Agora que você já entendeu o que é a depressão e como ela é


diferente da tristeza, vamos conferir quais os sintomas da depressão?
Humor deprimido na maior parte do dia;
Perda de interesse ou prazer nas atividades que antes traziam prazer;
Perda ou ganho significativo de peso repentino;
Redução ou aumento considerável do apetite;
Insônia ou hipersonia regularmente;
Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
Sentimentos de culpa ou inutilidade;
Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar;
Pensamentos suicidas.
Como funciona a mente depressiva?

A mente depressiva funciona de uma forma apática, como se


estivesse “sem vontade de funcionar”. Isso acontece por conta de
um desequilíbrio de serotonina no cérebro, um neurotransmissor
ligado ao nosso humor e bem-estar. Esse desequilíbrio faz a pessoa
que tem uma mente depressiva ficar cada vez mais triste e
deprimida, sem vontade de fazer o que costumava antes.
REFERÊNCIAS

Assis, M. Promoção da saúde e envelhecimento: orientações


para o desenvolvimento de ações educativas com idosos. Rio de
Janeiro CRDE UnATI UERJ, 2002

Brasil. Ministério da Saúde.


Política Nacional de Atenção Integral ao Idoso: Princípios e Dire
trizes.
Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2008.

Eliopoulos, C. Enfermagem Gerontológica, 4ª ed., Porto Alegre:


Artmed.

Roach, S. Introdução á Enfermagem gerontológica, Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

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