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Alzheimer em idosos

O mundo está passando por uma transformação demográfica significativa com o aumento do
envelhecimento. À medida que a expectativa de vida aumenta, é importante também incentivar
práticas e políticas que permitam aos indivíduos envelhecer de forma ativa e saudável. Isso inclui
não só o acesso a serviços de saúde de qualidade, mas também um estilo de vida ativo, uma
dieta equilibrada e o cuidado com a saúde mental. O envelhecimento saudável não só melhora
a qualidade de vida dos idosos, mas também contribui para o bem-estar geral da sociedade,
utilizando a experiência e a sabedoria acumuladas ao longo dos anos em benefício de todos
(Bethesda,2018). Consequentemente, investir na promoção do envelhecimento saudável é um
imperativo social que exige esforços sustentados e abrangentes (Genebra,2019).

A Doença de Alzheimer (DA) é um dos desafios sociais e de saúde que são mais importantes na
sociedade. O aumento da expectativa de vida e o progressivo envelhecimento facilitam o
desenvolvimento de condições associadas com o envelhecimento. Entre estas patologias é o DA
principal etiologia demenciante. (CLÉRIS FERREIRA, 2010.)

A Doença de Alzheimer tem o diagnóstico como uma doença degenerativa cerebral primária, de
etiologia desconhecida que representa características neuropatológicas e neuroquímicas
características. O transtorno se inicia em geral de maneira insidiosa e lenta e evoluciona
progressivamente durante um período de anos. (CLÉRIS FERREIRA, 2010.)

Essa doença degenerativa, se inicia no tronco cerebral, mais especificamente em uma área
denominada núcleo dorsal da rafe. A causa em si é desconhecida, porém acredita- se que há um
fator genético determinante. Essa enfermidade, provoca a morte das células nervosas, o que
ocasiona a perda de tecido no órgão, cérebro. Com isso, o cérebro do paciente vai encolhendo
e perdendo as suas funções, o que não acontece com um ser humano saudável. O encolhimento
do córtex cerebral, parte mais superficial do cérebro é que compreende a maior parte da massa
cinzenta do órgão, danifica as áreas responsáveis pela organização de pensamentos,
lembranças, planos e funções motoras. O processo de encolhimento é ainda mais acentuado no
hipocampo, região do córtex que forma novas lembranças. ( SERENIKI, A., & VITAL, M. A. B. F.
2008) Além disso, os ventrículos, espaço que comporta fluido, se expandem. O cérebro
acometido pela doença tem uma quantidade menor de células nervosas e sinapses, comparado
a um cérebro normal. Outro ponto percebido são as placas, definidas como depósitos anormais
oriundos de fragmentos, que se juntam e se fixam entre as células nervosas.As células que estão
morrendo ou já estão mortas apresentam emaranhados neurofibrilares, cuja composição de sua
estrutura se dá por filamentos torcidos, obtidos a partir de outra proteína. As placas são pedaços
de uma proteína denominada beta-amilóide que se aglomeram. ¨As beta-amilóides se formam
por meio de uma membrana gordurosa, que tem o papel de envolver as células nervosas. Elas
são ‘’pegajosas ", que facilitam a formação de placas¨. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
ALZHEIMER,2022) . Os grupos formados por pequenos pedaços de beta-amilóide representam
maior perigo. Isso porque esses pequenos pedaços agem no bloqueio da sinalização que se
encontra entre as células nas sinapses. Elas também ativam as células que pertencem ao sistema
imunológico, geram inflamações e se ‘’alimentam’’ das células deficientes. Quanto mais placas
no cérebro, mais agressiva se torna a doença. Em resumo, eles destroem o sistema de transporte
de células composto por proteínas. Em um cérebro normal, esse transporte acontece de
maneira organizada, como filamentos que ficam paralelos e ordenados, em que as células e
nutrientes são transportados. Nesse contexto, entra em cena a proteína tau, que dá suporte
para que os filamentos continuem sempre retos. As proteínas tau são proteínas que estabilizam
os microtúbulos. São abundantes nos neurónios do sistema nervoso central e menos comuns
em outros locais.

¨Em um cérebro com Alzheimer, a tal é alterada e se transforma em filamentos torcidos, os


emaranhados¨. (ALZHEIMER´S ASSOCIATION,2023) Como consequência, eles perdem a
capacidade de ficarem retos, além de romperem e se desintegrarem. Assim, os nutrientes e
demais substâncias que são importantes para o bom funcionamento do cérebro deixam de ser
transportados e acarretam a morte das células causando então o comprometimento de diversas
áreas do cérebro responsáveis pelas alterações comportamentais e psíquicas do indivíduo.

Em geral, a evolução é mais rápida e predominam sintomas de lesões nos lóbulos temporais e
parietais, entre eles disfasia e a dispraxia. Nos casos de início do MA mais tardio, a evolução
tende a ser mais lenta e se caracteriza por uma deterioração mais global das funções corticais
superiores. (CLÉRIS FERREIRA, 2010.)

A Doença de Alzheimer é classificada em 3 estágios, sendo eles:

•Estágio 1: o enfermo esquece-se de datas, chamadas telefônicas, nome de pessoas,


objetos familiares, que começa a ter problemas para seguir uma conversa, equivoca-se em suas
contas, não paga as faturas, há mudanças de humor, isola-se das pessoas ao seu redor.
•Estágio 2: a memória recente dos enfermos da Doença de Alzheimer, no segundo
estágio, altera-se progressivamente e o doente esquece os acontecimentos recentes, não se
recorda do que acaba de comer, acusa seus amigos de abandoná-lo porque não o visitam, fica
nervoso e agressivo com as pessoas, desencadeia medo, levanta-se durante a noite e prepara
sua mala para voltar para a casa, a coordenação de gestos se torna mais difícil, abotoa mal as
roupas, suspende mal seu garfo ou faca.

•Estágio 3: nesse estágio o enfermo se esquece dos acontecimentos recentes e passado,


não reconhece seu cônjuge ou seus filhos, o humor imprevisível do enfermo nesse estágio faz
com que ele grite, chore e se agite, não controla mais seus gestos, não sabe se levantar, sentar-
se ou andar, custa-lhe trabalho engolir, não controla o esfincter e o sistema urinário. As
atividades cotidianas desaparecem totalmente neste estágio. (CLÉRIS FERREIRA, 2010.)

A doença de Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas também causa dificuldades para toda
sua família. Por consequência do transtorno, toda a dinâmica familiar acaba se alterando e,
muitas vezes, com as mudanças provocadas pela doença, o idoso não reconhece mais o parente,
o que gera o sentimento de sofrimento e angústia, e acaba prejudicando o cuidado do paciente
e estressando ainda mais o familiar. (Cuidados pela vida, 2018)

Ao longo da evolução da DA, sintomas neuropsiquiátricos surgem, tais como: agitação,


depressão, alucinações, delírios e outras alterações psicopatológicas, causando sofrimento
físico, psicológico e financeiro. As mudanças de comportamento dos idosos com doença de
Alzheimer, apresentam sintomas gradativos, com a tendência de piora com o passar do tempo.
Geram impacto na qualidade de vida dos cuidadores e familiares, que encontra-se cada vez mais
prejudicada, visto que no cuidado, e necessário ter responsabilidade e nadpatar-se a mudanças
importante na atividade diária, na qual a familia e cuidadores apresentam estresse, frustração,
solidão e impotência. ( Silva et al., 2022).

Além disso, os familiares e cuidadores precisam ter uma boa relação com o idoso, o que é
fundamental para manter sua qualidade de vida. “O mais importante para a família é nunca
esquecer que aquele paciente que hoje já não tem memória, tem um passado, tem gostos, deve
ser respeitado e acolhido com amor e carinho”, (Daniela Fonseca de Almeida Gomez, 2018)

Os familiares devem sempre estar por perto e tentar estimular o paciente com doença de
Alzheimer a executar tarefas que gostava de fazer, tentando entender o idoso, mas não
obrigando-o a fazer o que ele não quer. “Em vez de brigar e teimar com o idoso, devem fingir
que acreditam no que ele está dizendo e tentar achar uma solução para o problema. Se ele
quiser expulsar o cuidador, por exemplo, diga que já está tarde, que mora longe e que amanhã
irá embora”, recomenda a especialista.

Muitos casos da doença de Alzheimer são desgastantes para a família e, por isso, é fundamental
buscar ajuda. Existem cursos para cuidadores e grupos de apoio que fazem um trabalho de
conscientização e estimulam a troca de informações entre cuidadores e familiares, o que gera
conforto e traz soluções para alguns problemas. Há casos em que a família precisa de
acompanhamento psicológico, para evitar estresse e tratar depressão. (Cuidados pela vida,
2018)

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