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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CAMPUS CORAÇÃO EUCARÍSTICO

Alicia Alves da Silva


Ana Carolina Bahia
Ana Carolina Nogueira Santos
Ana Luiza Rodrigues Chavana
Babita Alexsamia Freitas Coutinho
Manuela Rodrigues Costa
Maria Eduarda Costa Salvador

Trabalho Interdisciplinar:

“Memórias perdidas”

Professor(a): Meire Chucre Tannure

Belo Horizonte, MG

2023
1. Introdução
O mundo está passando por um processo de transformação demográfica
significativa, com o aumento do número de idosos e redução das taxas de
fecundidade. (GENEBRA, 2019)
À medida que a expectativa de vida aumenta, é importante incentivar práticas e
políticas que permitam aos indivíduos envelhecerem de forma ativa e saudável.
Porém, com o aumento da expectativa de vida, também houve aumento das doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT), que são responsáveis por 70% de todas as
mortes no mundo, com uma estimativa de 38 milhões de óbitos anuais. Dentre as
DCNT que acometem os idosos, destacam-se as demências, das quais a mais
prevalente em toda a população do mundo é a doença de Alzheimer (DA).
(FERREIRA, 2010; MALTA, 2017)
A DA é uma doença neurodegenerativa primária, de etiologia desconhecida, que
possui características neuropatológicas e neuroquímicas específicas. Ela promove
uma atrofia do córtex cerebral, parte mais superficial do cérebro, que compreende a
maior parte da substância cinzenta cerebral, que é responsável pela organização de
pensamentos, memórias, comportamentos e funções motoras. (SERINIKI. VITAL,
2008)
Cabe, no entanto, destacar que a atrofia cerebral é ainda mais acentuada em
uma região chamada hipocampo, área responsável por formar novas lembranças.
(SERINIKI. VITAL, 2008) e que os ventrículos cerebrais de pessoas com DA,
tendem a se expandir, e que a quantidade de células nervosas e sinapses diminui
comparado a umcérebro normal. (referencia !!)
Outro aspecto relevante relacionado a doença é a impregnação de áreas cerebrais por
proteínas chamadas beta- amiloide e fosfo-tau, que são deletérias ao funcionamento
do cérebro por bloquearem as sinapses e ativarem células do sistema imunológico
que acabam por ativar uma inflamação tecidual. (citação)
A Doença de Alzheimer é classificada em 3 estágios, sendo eles:

• Estágio 1: Nesta fase os idosos costumam esquecer-se de datas, contatos


telefônicos, nomes de pessoas e objetos familiares, tem dificuldade em
organizar seu pensamento para dar sequência ao diálogo, equivoca-se com
seu controle financeiro, apresenta oscilações no seu humor e costuma isolar-
se das pessoas ao seu redor. (FERREIRA, 2010)

• Estágio 2: Neste estágio a memória recente altera-se progressivamente e o


paciente começa a esquecer os acontecimentos vivenciados nos últimos
dias/meses, não se recorda das refeições realizadas, de ter recebido visita,
demostra um comportamento nervoso e agressivo, confunde-se no tempo e
espaço, faz sua mala para voltar para casa, apresenta a coordenação motora
tendo dificuldade por exemplo para abotoar suas roupas, e utilizar talheres.
(FERREIRA, 2010)
• Estágio 3: Nesta etapa, o idoso esquece dos acontecimentos passados, tem
episódios de alteração de humor podendo ocorrer: crises de choro, grito e
agitação. Não há controle de gestos e movimentos como: sentar, levantar e
andar, apresenta disfagia, e incontinência urinária. As atividades cotidianas
do paciente com DA, tendem a desaparecer pela perda da autonomia.
(FERREIRA, 2010)
Ao longo da evolução da DA, sintomas neuropsiquiátricos como: agitação,
depressão, alucinações, delírios e outras alterações psicopatológicas. As mudanças
de comportamento dos idosos com essa patologia apresentam sintomas
degenerativos. Gerando impactos na qualidade de vida dos cuidadores e familiares,
que se encontram cada vez mais prejudicados, visto que, no cuidado é necessário
ter responsabilidade e adaptar-se as modificações importantes na atividade diária,
na qual os envolvidos apresentam estresse, frustração, solidão e impotência. (SILVA
et al., 2022) Há casos em que a família precisa de acompanhamento psicológico
para lidar melhor com a reflexos da doença. (GOMEZ, 2018)
Além disso, os familiares e cuidadores precisam ter uma boa relação com o idoso,
o que é fundamental para manter sua qualidade de vida. “O mais importante para a
família é nunca esquecer que aquele paciente que hoje já não tem memória, tem um
passado, tem gostos, deve ser respeitado e acolhido com amor e carinho”.
(GOMEZ, 2018) “Em vez de brigar e teimar com o idoso, devem acolher o que ele
está dizendo e tentar achar uma solução para o problema. Se ele quiser expulsar o
cuidador, por exemplo, diga que já está tarde, que mora longe e que amanhã irá
embora”, recomenda especialista. (GOMEZ, 2018)
Muitos casos de DA são desgastantes para a família e, por isso, é fundamental
buscar ajuda. Existem cursos para cuidadores e grupos de apoio que fazem um
trabalho de conscientização e estimulam a troca de informações entre profissionais
da saúde e familiares, o que gera conforto e traz entendimento sobre a doença.
(GOMEZ, 2018)

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