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ENVELHECIMENTO

CELULAR E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
ENVELHECIMENTO DO SISTEMA
OSTEOARTICULAR
Senescência X Senilidade

Freitas et al. Tratado de Geriatria. Pág. 1190


O (tecido ósseo é um sistema orgânico em constante
remodelação, fruto dos processos de formação (pelos
osteoblastos) e reabsorção (pelos osteoclastos).

“Pico de massa óssea”: estabiliza-se a taxa de formação,


enquanto a de reabsorção aumenta.

O OSSO Osteopenia fisiológica: perda progressiva e absoluta da


massa óssea até então presente.
A ATROFIA ÓSSEA
A atrofia óssea com o envelhecimento não se faz de modo homogêneo, pois, antes
dos 50 anos, perde-se sobretudo osso trabecular e, após essa idade, principalmente
osso cortical.

Os idosos são potencialmente vulneráveis a um balanço cálcico negativo e à


osteopenia/osteoporose em decorrência da hipovitaminose D.

Produção endógena da
Alimentação pele sob exposição solar
Envelhecimento Cartilaginoso
CARTILAGEM ARTICULAR
A cartilagem articular é o produto
de secreção dos condrócitos.
1. menor poder de
agregação dos
Formada por uma matriz de
proteoglicanos;
colágeno tipo II altamente
hidratada, conjuntamente com
2. menor resistência
agregados de proteoglicanos.
mecânica da
cartilagem;

Resistência 3. menor hidratação do


Elasticidade colágeno

Compressibilidade
A CARTILAGEM ARTICULAR NA VELHICE
1. Os condrócitos de idosos têm menor capacidade de
proliferação e possibilidade reduzida de formar tecido novo.

2. A CA tem uma capacidade reparadora limitada, que


mais ainda se estreita com o envelhecimento e/ou quando
da eclosão de condições degenerativas.

3. A função reparadora dos condrócitos diminui


progressivamente com a idade, o que é demonstrado por
uma síntese decrescente de agrecanos.

4. Menor capacidade para a formação de agregados


moleculares de grande tamanho;

5. Estresses oxidativos contribuem para a senescência


dos condrócitos
O MÚSCULO ESQUELÉTICO

1. Diminuição lenta e progressiva da massa muscular;


2. Músculos substituídos por gordura e colágeno;
3. Diminui a secção transversal dos músculos (TC);
4. Atrofia muscular;
5. Perda gradativa das fibras esqueléticas (20% menor);
6. Redução da força muscular;

Sarcopenia: é o complexo processo do


envelhecimento muscular associado a diminuições da
massa, da força e da velocidade de contração
muscular.
SARCOPENIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O envelhecimento está associado a uma diminuição da altura, do peso e do índice
de massa corpórea (IMC).

A sarcopenia, desenvolvendo-se por décadas, progressivamente diminui a


capacitação física, acabando por comprometer as atividades da vida diária e de
relacionamento, por aumentar o risco de quedas, e levando, por fim, a um
estado de dependência cada vez mais grave.

A sarcopenia contribui para outras alterações idade-associadas como, por


exemplo, menor densidade óssea, menor sensibilidade à insulina e menor
capacidade aeróbica.
A CONTRAÇÃO MUSCULAR

A musculatura esquelética do idoso produz


menos força e desenvolve suas funções
mecânicas com mais “lentidão”.

A excitabilidade do músculo e da junção


mioneural está diminuída;

1. Contração duradoura;
2. Relaxamento lento;
3. Aumento da fatigabilidade.
O NERVO

1. Diminui a velocidade de condução nervosa.


2. Aumento do balanço postural
3. Diminuição dos reflexos ortostáticos e aumento do
tempo de reação.
4. Prejuízo dos movimentos dos tornozelos e da
sensibilidade vibratória dos pés.
5. O centro de gravidade das pessoas idosas muda
para trás do quadril.
O NERVO
6. Aumenta o número de fibras nervosas periféricas
que apresentam alterações morfológicas
(degeneração axônica; desmielinização segmentar);

7. As alterações bioquímicas são menos


pronunciadas.

8. disfunção dos nervos periféricos, o que vem


comprometer a força distal e a sensação espacial.

Preservação da capacidade de reparação de danos!


QUEIXAS FUNCIONAIS MAIS COMUNS
Dores e disfunções no sistema musculoesquelético constituem a mais frequente queixa
na velhice;

Doenças reumáticas tem maior incidência com o avançar da idade.

DOENÇAS REUMÁTICAS NA VELHICE


Osteoporose
Osteomalacia
Doença de Paget (osteodistrofia deformante)
Doença reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Polimiosite e dermatomiosite
Esclerose sistêmica progressiva
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

Freitas et al, Tratado de Geriatria - Seção 83 – pág. 1342


COMPOSIÇÃO CORPORAL
1. Toda a celularidade diminui;
2. Redução da função dos órgãos continuamente;
3. Redução da água intracelular fazendo com que o
organismo do idoso seja desidratado;
4. Aumento proporcional da gordura, especialmente
em torno da cintura pélvica, provocando modificações
da silhueta.

Medicações
Hidrossolúveis X Lipossolúveis
A PELE NA VELHICE
1. Pele seca - diminuição das glândulas sebáceas, e espessada, com
as papilas dérmicas menos profundas, levando a menor junção entre a
epiderme e a derme, facilitando a formação de bolhas e predispondo a
lesões.
2. O número de melanócitos diminui de 8 a 20%, por década, após os
30 anos.
3. Menor número de fibras elásticas e colágenas levando a uma perda
da resiliência e à formação de rugas.

4. Diminuição da vascularização justificando a palidez.

5. Diminuição da temperatura da pele aumentando a frequência


de dermatites.

6. Hipertrofia das células de pigmentação – “Púrpura Senil”


ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PELE NA VELHICE
LIPOFUSCINA

Lipofuscina: pigmento castanho que se acumula no


citoplasma de células pós-mitóticas – desgaste
celular – “Pigmento da idade”

O acúmulo patológico de lipofuscina está


associada a doença de Alzheimer, doença de
Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, entre
outras.
OS OLHOS NA VELHICE
Atrofia da fáscia palpebral pode levar à herniação da gordura orbitária para
dentro do tecido palpebral;
Surgimento do arco senil - halo senil;
Opacidade do cristalino - catarata;
Redução da secreção lacrimal - olho seco.

Arco de coloração
esbranquiçada e opaca
que aparece ao redor da
córnea.
OUVIDO E NARIZ – ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS NA VELHICE

1. Espessamento do tímpano;
2. Degeneração do ouvido interno;
3. Diminuição da capacidade auditiva – cerume;
4. Diminuição da capacidade olfativa;
5. Aumento do tamanho do nariz e orelhas.
CAVIDADE ORAL – ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO
ENVELHECIMENTO

1. Perda de dentes (desmineralização óssea);


2. Retração gengival;
3. Redução da saliva – boca seca;
4. Alterações no paladar – perda de papilas gustativas;
5. Diminuição da força de mastigação;
6. Perda de elasticidade de mucosas;
7. Disfagia orofaríngea – perda do tônus e motricidade
muscular
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES

Estrutura Cardíaca

1. Hipertrofia do Ventrículo esquerdo;


2. Aumento no número e na espessura das fibras colágenas
presentes no miocárdio
3. ↑ lipofuscina ↑ fibrose ↑ lipídios ↑ calcificação
4. aumento da rigidez da parede arterial
5. ↑ da tensão da parede arterial ↑ da resistência periférica
6. ↑ da pressão sistólica do pulso ↑ da pressão arterial média
SISTEMA NERVOSO – ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS
 Perda do volume cerebral
 Perda Neuronal
 Células gliais aumentam
 Diminuição do metabolismo da glicose
 Perda dos axônios e redução da mielina
 Redução da velocidade do processamento
cognitivo
 Menor destreza para executar movimentos
finos
 Problemas com a memória recente.
SISTEMA NERVOSO – FUNÇÕES NEUROLÓGICAS
 Em resposta ao dano neuronal, as células gliais aumentam. Esse acúmulo de
células gliais, denominado gliose, representa uma resposta compensatória
protegendo a função neuronal e a plasticidade.

A barreira hematoencefálica protege, por meio


do endotélio, a entrada de substâncias tóxicas
do sangue no cérebro.

Com o envelhecimento, essa barreira torna-se


permeável a muitas substâncias, podendo ser
uma das causas de demência.
MARCHA, POSTURA E EQUILÍBRIO
 Redução na amplitude dos movimentos;
 Passos mais curtos e mais lentos com tendência a arrastar os pés.
 Menor balanço dos braços;
 Corpo em bloco;
 Base de sustentação se amplia e o centro de gravidade corporal tende a se
adiantar
 Postura rígida; A prática regular de exercícios físicos é uma forma de
 Quedas.
driblar essas modificações impostas pela natureza
trazendo ainda benefícios tanto neurológicos quanto
mentais, promovendo sensação de bem-estar e de
saúde.
SONO – ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA VELHICE
Acordam fácil e demoram a
adormecer;
Dormem menos horas por
dia – menor gasto de
energia.
Sono entrecortado – apnéia;
Sonolência durante o dia;
Cansaço, mau humor;
Diminuição da memória,
cefaléia e até depressão.

Sono profundo Facilidade de despertar


SISTEMA RESPIRATÓRIO

 ↓ da superfície de troca gasosa  ↓ progressiva da pressão parcial de O2

 Perda da elasticidade pulmonar


 Redução da elasticidade alveolar,
antigamente denominado “enfisema  Enfraquecimento da musculatura
senil” respiratória

 ↓ da elasticidade da parede torácica


 ↑ do tecido fibroso
FUNÇÃO RENAL
Perda progressiva de massa renal;
Redução da taxa de filtração glomerular;
Diminuição na produção e excreção do ADH (hormônio
antidiurético);
Diminuição da capacidade renal de concentração e conservação
do sódio, estando os idosos mais propensos à hiponatremia e à
hipopotassemia;
Poliúria – urinar mais vezes e a noite.
Função renal começa a diminuir de maneira progressiva.
TRATO GASTROINTESTINAL - ESTÔMAGO

Diminuição da secreção de ácido clorídrico;


Alterações do esvaziamento gástrico – gastroparesia;
Alterações na absorção de nutrientes e medicamentos;
Maior susceptibilidade a úlceras e sangramentos
digestivos.
Ruptura da barreira da mucosa gástrica.
TRATO GASTROINTESTINAL - INTESTINO

Atrofia da mucosa – diminuição das vilosidades;


Menor absorção de nutrientes e vitaminas (especialmente Vitamina D e Ferro);
Lentificação do trânsito intestinal – constipação;
Predisposição a divertículos;
Maior susceptibilidade a lesões e sangramentos digestivos;
Menor complacência retal;
Incontinência fecal - diminuição do tônus e da força do esfíncter anal.
SISTEMA ENDÓCRINO

Alteração nos receptores de insulina – intolerância à glicose.

Baixa do hormônio melatonina – regula o sono;

Baixa de hormônio paratireoidiano, especialmente em mulheres, causando a


diminuindo a produção da forma ativa da vitamina D e a baixa absorção de cálcio –
osteoporose;

Disfunção hepática – diminuição no metabolismo de medicamentos;

Baixa de hormônios sexuais.


SE VOCÊ É JOVEM AINDA...JOVEM AINDA...JOVEM
AINDA...AMANHÃ VELHO SERÁ!!
BIBLIOGRAFIA

PEREIRA SRM IN: FREITAS EV, PY L (ORG).


TRATADO DE GERIATRIA E
GERONTOLOGIA. CAP14 – FISIOLOGIA
DO ENVELHECIMENTO. 4 ED. RIO DE
JANEIRO: GUANABARA KOOGAN, 2017

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