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ESTRUTURA DA RESPOSTA

IMUNE
SUMÁRIO
Apresentação .......................................................................................... 03
Interação antígeno-anticorpo ...................................................................04
Órgão produtores das células imunológicas............................................. 16
Imunidade Humoral e Celular................................................................... 33
Imunidade Inata e Adaptativa................................................................... 34
Benefícios e efeitos lesivos da resposta imunológica............................... 41
Vamos Praticar? ........................................................................................42
Referências .............................................................................................. 43
APRESENTAÇÃO
Os anticorpos são glicoproteínas expressas como receptores nas membranas dos linfócitos B ou como
moléculas presentes no soro e fluidos teciduais. O contato entre o receptor de um linfócito B e um
antígeno resulta na a diferenciação do linfócito B para gerar um clone de plasmócitos que secreta
grandes quantidades de anticorpos.

Denominamos de antígenos as moléculas capazes de reagir com um anticorpo. Essa reação pode
provocar ou não uma resposta do nosso sistema imune. Como exemplo de antígenos, podemos citar
os vírus, as bactérias e até mesmo partículas desencadeadoras de alergias.

A imunogenicidade é a capacidade de uma substância estranha (antígeno) provocar uma resposta


imune humoral (criação de anticorpos) no corpo. Na grande maioria das situações é uma ocorrência
desejada, como nos caso de exposição à vacina, alergênicos e patógenos, mas também ocorre
situações indesejáveis como a criação de anticorpos eritrocitários quanto expostos a transfusão e/ou
gravidez.
Tabela: Imunidade inata versus adaptativa
Imunidade inata Imunidade adaptativa
Genética Codificada pela linha germinativa Rearranjos de genes envolvidos no
desenvolvimento de linfócitos
Resposta imune Inespecífica Altamente específica
Tempo de Imediata (minutos a horas) Desenvolve-se por um longo período de tempo
resposta
Resposta de Sem resposta de memória Com resposta de memória, que responde
memória rapidamente ao reconhecimento do antigénio
Reconheciment Os recetores de reconhecimento de •Células de memória (células T e B)
o do agente padrões (PRRs), como os TLRs, •Células B ativadas
patogénico reconhecem padrões moleculares
associados a agentes patogénicos
(PAMPs).
Componentes •Barreiras químicas e biológicas (ácido •Imunidade mediada por células: células T
gástrico, flora vaginal) •Imunidade humoral: células B, imunoglobulinas
•Barreiras anatómicas (pele)
•Células (granulócitos)
•Proteínas secretadas
Interação antígeno-anticorpo

• Os anticorpos são glicoproteínas (proteínas que apresentam oligossacarídeos ligados) conhecidas


como imunoglobulinas (Ig). Essas proteínas, bastante específicas, apresentam a capacidade de
interagir com o antígeno que desencadeou sua formação.
• A secreção dos anticorpos é feita pelos plasmócitos, células que surgem a partir da diferenciação do
linfócito B, uma célula do nosso sistema imunológico.
• Ao interagir com o antígeno, os anticorpos podem provocar uma série de processos que visam à
proteção do nosso corpo. Entre as ações que os anticorpos podem realizar, destacam-se sua
capacidade de provocar a produção de sinais químicos que avisam outras células de defesa sobre a
presença de um invasor, além da sua capacidade de deixar partículas mais suscetíveis ao processo
de fagocitose.
• A interação entre o antígeno e o anticorpo ocorre por meio de superfícies complementares nas
quais existem um epítopo (do antígeno) e um sítio de ligação do anticorpo (o paratopo).
Interação antígeno-anticorpo
• A relativa importância de cada uma destas interações depende das estruturas do sítio de ligação de
cada anticorpo e do determinante antigênico. A força de ligação entre um único sítio de combinação
de um anticorpo e um epítopo do antígeno é chamada de afinidade. Esta é a soma das forças de
atração e repulsão resultantes da ligação entre o paratopo e seu epítopo.

• A força pela qual um anticorpo multivalente se liga a um antígeno é chamada de avidez para
diferenciá-la da afinidade, que é determinada pela ligação de um fragmento do anticorpo
monovalente a um único epítopo antigênico. Em situações fisiológicas, a avidez é mais relevante do
que a afinidade, pois os anticorpos são, pelo menos, bivalentes, e na maioria das vezes os antígenos
são multivalentes.
EPÍTOPO
PARÁTOPO
Mecanismos de ação dos anticorpos

• Neutralização: processo em que vários anticorpos se ligam a superfície dos agentes


estranhos e os inviabilizam, bloqueando as suas ações e os tornando inofensivos;
• Opsonização: os anticorpos se ligam aos antígenos e sinalizam às células efetoras, como já
citado anteriormente;
• Citotoxidade dependente do Anticorpo: os anticorpos ajudam as células NK e eosinófilos
na destruição das partículas estranhas;
• Ativação do Sistema Complemento: os anticorpos ativam, pela via clássica, o sistema
complemento – que são um grupo de proteínas plasmáticas que podem contribuir na
opsonização ou até na eliminação direta das partículas estranhas, formando poros que
resultam na lise do agente estranho.
Soros e vacinas
• Conhecendo os conceitos de antígenos e anticorpos, é extremamente fácil compreender o
que são soros e vacinas. Os soros podem ser definidos como uma imunidade passiva e
temporária em que são injetados anticorpos já prontos contra determinado antígeno. No
caso das vacinas, a imunização é ativa e duradoura, pois são administrados antígenos
mortos ou atenuados a fim de que o próprio organismo produza anticorpos contra aquele
agente.

• Diante da definição, é fácil perceber que o soro é utilizado após o contato com o antígeno,
uma vez que são injetados anticorpos prontos, sendo, portanto, uma forma de cura. Já a
vacina é utilizada como uma forma de prevenção, uma vez que a imunização é mais
duradoura e nosso próprio organismo produz anticorpos contra a ação de um determinado
antígeno ao qual ainda não fomos expostos.
Imunocomplexos
• A formação de imunocomplexos (IC) circulantes, devido à interação de antígenos com
anticorpos específicos, é um importante mecanismo de defesa do organismo. Esta reação,
geralmente, é acompanhada por reações secundárias, para neutralizar e eliminar
microorganismos e substâncias estranhas.

• Reações por imunocomplexos ou doenças de imunocomplexos são reações de


hipersensibilidade humoral tipo III, nas quais complexos formados por antígeno-anticorpo-
complemento são responsáveis pela lesão tecidual. Foram descritas inicialmente como
Doença do Soro.
Processamento e apresentação de antígenos
Processamento e apresentação de antígenos

• Processamento e apresentação do antígeno são processos que ocorrem no interior da


célula e que resultam na fragmentação de proteínas (proteólise), associação dos
fragmentos com moléculas do MHC, e expressão das moléculas “peptidio-MHC” na
superfície onde elas poderão ser reconhecidas pelo receptor de célula T na célula T.
Entretanto, a etapa que leva à associação de fragmentos de proteína com moléculas de
MHC diferem no MHC classe I e classe II. Moléculas de MHC classe I apresentam produtos
de degradação derivados de proteínas intracelulares (endógenas) no citosol. Moléculas de
MHC classe II apresentam fragmentos derivados de proteínas extracelulares (exógenas)
que estão localizadas em um compartimento intracelular.
Processamento e apresentação de antígenos
• Uma maneira de entender o desenvolvimento de duas vias diferentes é que cada uma delas
finalmente estimula a população de células T que é mais eficiente na eliminação do antígeno.
• Vírus se replicam no interior de células nucleadas (no citosol) e produzem antígenos
endógenos que podem se associar com MHC classe I. Ao matar essas células infectadas,
células T ajudam a controlar a propagação do vírus.
• Bactéria reside e se replica principalmente no ambiente extracelular. Ao ser incorporada e
fragmentada no interior de células como antígenos exógenos que podem se associar com
moléculas de MHC classe II, células auxiliares podem ser ativadas para ajudar células B a
fazerem anticorpos contra bactéria, o que limita o crescimento desses organismos.
• Algumas bactérias crescem intracelularmente no interior de vesículas de células como
macrófagos. Células T inflamatórias ajudam a ativar macrófagos para matar a bactéria
intracelular.
Resposta imune mediada por células
• A imunidade mediada por célula é uma forma de resposta imunológica que não envolve
anticorpos.
• Historicamente, o sistema imunológico foi separado em dois ramos: imunidade humoral,
para a qual a função de proteção da imunização pode ser encontrada no humor (fluido
corporal livre de células ou plasma sangüíneo) e 'imunidade celular' , para a qual a função
protetora da imunização estava associada às células.
• Células CD4 ou linfócitos T fornecem proteção contra diferentes patógenos.
• Os linfócitos T maduros, que ainda não encontraram um antígeno, são convertidos em
células T efetoras ativadas após encontrarem células apresentadoras de antígenos (APCs) –
macrófagos, linfócitos B e células dendríticas.
• As mais importantes dessas APCs são células dendríticas altamente especializadas;
operando apenas para ingerir e apresentar antígenos.
Resposta imune mediada por células
• A imunidade mediada por célula consiste na ativação de macrófagos por meio de linfócitos
T auxiliares (helper) para eliminar microorganismos fagocitados.
• Pode também se referir à ativação de linfócitos T para eliminar as células infectadas, em
conjunto com os reservatórios da infecção. É um mecanismo eficiente para eliminar-se
organismos intracelulares, os antígenos.
• A ligação dos linfócitos ou macrófagos é chamada de sinapse imunológica enquanto as
células mediadoras dessa resposta imune são genericamente chamadas de células
imunocompetentes.
Resposta imune mediada por células
LINFÓCITOS T – células efetoras
• Possuem receptores específicos em sua membrana
• Se chamam “T” porque dependem do timo para a sua maturação
• Reconhecem antígenos apresentados por células do nossos organismo.
• Reconhecem antígenos estranhos ao organismo (non-self) quando apresentados por células
especializadas (células apresentadoras)
Resposta imune mediada por células
Na resposta imune celular, as moléculas de reconhecimento ficam aderidas a membrana dos
linfócitos T. Os linfócitos sensibilizados são efetores nos casos de:
• Hipersensibilidade do tipo tardia
• Rejeição de transplantes (em parte)
• Reação do transplante contra o receptor
• Resistência por parte dos tumores
• Imunidade contra inúmeros agentes bacterianos e virais (sobretudo intracelular)
• Certas alergias medicamentosas
• Certas doenças auto-imunes

Esse tipo de imunidade pode ser transferida a uma pessoa não imunizada através de injeção de
células sensibilizadas e não através do soro ou plasma.
Resposta mediada por anticorpos
• Imunidade humoral é uma subdivisão imunidade adquirida, onde a resposta imunológica é
realizada por anticorpos. Estes anticorpos são secretados por plasmócitos (células derivadas
dos linfócitos B) após detectarem a presença de antígenos, ou após serem estimulados por
meio de citocinas liberadas pelos linfócitos T.

• É importante no combate a micro-organismos e pode ainda haver participação de


mastócitos/basófilos, com eliminação de grânulos contendo substâncias com atividade
microbicida.

• As moléculas de reconhecimento são constituídas por anticorpos, globulinas glicoproteicas


chamadas imunoglobulinas (Ig), secretadas no plasma de inúmeros tecidos. A imunidade
humoral, ao contrário da imunidade celular, pode ser transmitida pelo plasma ou soro.
Resposta mediada por anticorpos

• Na espécie humana são encontradas 05 tipos de imunoglobulinas. São por ordem de


concentração decrescente no plasma a IgG, IgA, IgM, IgD e IgE

• O efeito das Ig podem ser benéficas (anticorpos protegendo contra inumeros


microrganismos infecciosos, toxinas...) ou maléficas (alergias, anafilaxia...). Os anticorpos
podem recobrir certas células ou aindas agir em conjunto com o sistema complemente
permitindo a distruição da célula (citólise)
Resposta mediada por anticorpos
• Tipos de imunidade humoral:

Ativa natural: adquirida através de doença clínica ou sub-clínica


Ativa artificial: adquirida por meio de vacinas
Passiva natural: passagem de IgG por meio da placenta (congênita)
Passiva artificial: passagem de anticorpos prontos (Ex. soro antitetânico)
REFERÊNCIAS
- Janeway, Charles; Travers, Paul; Walport, Mark; Shlomchik, Mark (2001). Immunobiology 5th ed.
New York: Garland Science. ISBN 0-8153-3642-X.
- JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. pp. 252–259
- https://www.lecturio.com/pt/concepts/imunidade-adaptativa-mediada-por-celulas/

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