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ANHANGUERA EDUCACIONAL
CURSO DE DIREITO
PACTO ANTENUPCIAL
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA
PACTO ANTENUPCIAL
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 04
PACTO ANTENUPCIAL ...................................................................................... 05
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA.................................... 09
EXERCÍCIOS........................................................................................................ 13
ANEXOS:
Apelações nº 208.001.61914 e nº 2008.001.61918 13
Processo nº 1.0701.03.038871-7/001(1)
REFERÊNCIAS 15
BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................
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INTRODUÇÃO:
O presente trabalho tem como escopo apresentar uma síntese sobre dois
aspectos que o casamento contempla: Pacto antenupcial e separação obrigatória ou
legal.
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PACTO ANTENUPCIAL
1 - Conceito
“Pacto antenupcial é um contrato solene e condicional, por meio do qual os
nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após o
casamento”.(GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, 2009, pg. 420)
É solene porque será feito mediante escritura pública, passível de tornar-se
nulo se não houver a dita escritura.
É condicional porque sua eficácia dependerá da realização do casamento.
O Pacto Antenupcial está elencado no Código Civil Brasileiro de 2002, nos
arts. 1.653 ao 1657.
Caso não ocorra o pacto antenupcial o regime será o da comunhão parcial de
bens:
Todavia esta união entre homem e mulher traz reflexos patrimoniais para
ambos, principalmente após a ruptura do vínculo conjugal e neste cenário surge a
presença do regime de bens.
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“Regime de bens é o estatuto que regula as relações
patrimoniais entre os cônjuges, e entre estes e terceiros”.
Porém, como obtempera VENOSA (2004,177) no que tange ao art. 1.639§ 2°:
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necessitarão estipulá-la por meio de escritura pública. Logo, embora seja facultativa
a escolha do regime, os cônjuges deverão recorrer ao pacto se não desejarem a
comunhão parcial.
O código Civil brasileiro em seu art. 1.653 prescreve que será nulo o pacto
antenupcial que não fizer por escritura pública: “É nulo o pacto antenupcial se não
for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento”.
“Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é
essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos
reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no Pais.” (CC, art 108)
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Neste sentido a convenção antenupcial é solene, não podendo ser estipulada
por simples instrumento particular ou no termo que se lavra, logo depois de
celebrado o casamento.
Tais pactos, para valerem contra terceiros, deverão ser assentados, após o
casamento, em livro especial no Registro de Imóveis do domicilio do cônjuge, pois
somente assim terão publicidade e serão reconhecidos por terceiros.
Vale salientar que a falta desse assento não torna nulo o ato, que subsiste
nas relações entre os cônjuges e herdeiros, embora não tenha validade erga omnes,
segundo Barros Monteiro. Isto é, o pacto não é válido, somente não se opõe a
terceiros, pois só opera erga omnes a partir do referido registro. Caso seja nulo,
vigorará o regime da comunhão parcial de bens.
Obs.: por se tratar de regime imposto por lei não há necessidade de pacto
antenupcial.
No Código Civil de 1916, §ú já obrigava a separação de bens no casamento
em determinados casos:
I – das pessoas que celebram com infração do
estatuído no art. 183, XI; II- do maior de 60 anos e da
maior de 50 anos; II – do órfão de pai e mãe, ou do
menor, nos termos dos arts. 394 e 395, embora case,
nos termos do art. 183, XI com consentimento do autor;
IV – de todos os que dependerem, para casar de
autorização judicial.
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A justificativa para tal dispositivo estar contido em nosso ordenamento jurídico
é a de que este visa assegurar a proteção patrimonial de pessoas que tenham
acumulado algum patrimônio ou daqueles que não tem capacidade para discernir
um ato de aproveitamento nato.
Dessa forma, comentaremos estes impedimentos de forma mais especifica no
decorrer deste trabalho.
Primeiramente falaremos sobre a Inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento. No atual Código Civil estas causas estão elencados no
art. 1.523:
I- o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge
falecido, enquanto não fizer inventário de bens do
casal e der partilha aos herdeiros; II- a viúva, ou
mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou por
ter sido anulado, até dez meses depois do começo da
viuvez ou da dissolução da sociedade conjugal; III- o
divorcio, enquanto não houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do casal; IV- o tutor ou
curador e os seu descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou
curatelada, enquanto não cessar a tutela, e não
estiverem saldadas as respectivas contas.
Além disso, o novo Código dispõe de uma novidade referente a este tema, a
de que é permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as
causas suspensivas, podendo-se então não serem afetados por essa norma .
Já o segundo inciso, relativo à pessoa maior de sessenta anos é o que
reconheceremos como o de mais importância entre os três estudados no artigo
1641. Isso porque, esse tema vem sendo debatido e criticado no meio jurídico e no
social em geral, pois indubitavelmente proibir de que pessoas com mais de sessenta
anos constituam seu casamento sob o regime de bens que por eles assim
escolherem vai de encontro a alguns princípios constitucionais a eles também
assegurados.
Certo que o objetivo de proteger os bens até então adquiridos pelo
sexagenário, ou proteger a herança de seu herdeiros é um valor a ser discutido, mas
jamais imposto.
Ademais o inciso II do art. 1-641 do CC é inconstitucional posto que , além de
atentar contra a dignidade da pessoa humana, se contrapõe ao quanto ao
dispositivo no art. 230 da CF, que determina ao Estado amparar as pessoas idosas,
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assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar. Como também, causa ofensa ao art. 3º da CF, pois em seu inciso IV, elenca
como objetivo da Republica Federativa Brasileira, promover o bem de todos, sem
preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade ou qualquer outra forma de
discriminação.
Outro ponto a ser salientado é o de que como pode a lei , com base em um
limite meramente etário, presumir que a pessoa não mais detém de capacidade e
discernimento para bem direcionar os seus afetos, e até mesmo seu recursos
patrimoniais , ressalvados pelo direito de propriedade, dispor desses da forma que
lhe for conveniente.
Para a desembargadora Maria Berenice Dias, além de odiosa, é
inconstitucional a aplicabilidade desse dispositivo. Ela sustenta que em face do
direito de igualdade e liberdade, ninguém pode se discriminado em função de sexo
ou da sua idade, como se fossem causas naturais de incapacidade civil.
Em termos infraconstitucionais, essa problemática vai de encontro ao art. 10
do Estatuto do idoso, uma vez, que segundo esse dispositivo, é obrigado o Estado
assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade como pessoa
humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas Leis.
Comparando o alcance desse dispositivo no casamento e na união estável
ainda podemos ver um novo problema, visto que, para pessoas que casam sobre o
regime de separação total de bens obrigatória, em decorrência da idade igual ou
superior a sessenta anos, este não poderá escolher o regime matrimonial, enquanto
que na União estável, mesmo com idade igual ou superior a 60 anos não há
imposição legal em que o regime tem que ser obrigatoriamente um especifico,
ficando dito assim se não tiver sido escolhido um regime de separação de bens
pelos cônjuges prevalecerá a comunhão parcial de bens, isso para os casos de
dissolução da União em vida. Além disso, se tivesse sido no decorrer dessa união
adquirido qualquer bem, com a dissolução este seja dividido de forma igual entre os
cônjuges.
Na Jurisprudência ainda ocorre certas divergências sobre a possibilidade de
aqueles que casaram sobre o regime de separação obrigatória de bens, possam
pleitear a alteração do regime com base na norma do art. 1.639 § 2° CC. No Tribunal
de Minas Gerais o Des. Fernando Braúlio entende que não pode ocorrer modificação
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do regime de bens daqueles que celebram o matrimônio nas circunstâncias do
art.1.641, II. CC. Como também, se discute a validade da Sumula 377 perante o
Novo Código Civil, visto que, se essa for reconhecida, poderá ocorrer a partilha
igualitária e bens adquiridos na constância do casamento celebrado pelo regime de
separação obrigatória de bens se impõe a fim de evitar a ocorrência do
enriquecimento ilícito de um consorte em detrimento do outro.
Por fim, chegamos no último inciso do art. 1641 do CC. Que trata sobre: Os
que dependem de autorização judicial para casar. As pessoas que dependem de
autorização judicial para casar. São os que necessitam o suprimento judicial do
consentimento dos pais ou o suprimento judicial de idade. Ocorre que, mesmo
havendo suprimento judicial, onde o Estado-Juiz autoriza a realização do ato solene
do casamento, ainda que ausente algum requisito legal, a lei determina que referido
casamento só se realizará sob o regime patrimonial de separação de bens,
obrigatoriamente.
b) os menores cuja idade núbil ainda não se alcançou, a fim de evitar imposição ou
cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez (art. 1.520).
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EXERCÍCIOS
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8). DIFERENCIE SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS E SEPARAÇÃO
OBRIGATÓRIA.
10). A respeito dos regimes de bens entre os cônjuges, assinale a opção em que
não é obrigatório o regime de separação de bens:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
2004.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. 4ª edição. São Paulo: Editora
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 20ª edição. São Paulo:
Saraiva,2009.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. Volume 6, 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2004.
em 15/05/2009.
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