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Júri
Presidente: Prof. Augusto Martins Gomes
Orientador: Prof. Pedro Gameiro Henriques
Vogais: Eng. Pedro Chichorro Rodrigues
Novembro de 2009
Agradecimentos
A todos os que colaboraram na elaboração deste trabalho, seja directa ou indirectamente, tais
como, a minha irmã Mafalda Botelho, pela revisão do trabalho e do inglês, a empresa João
Vieira & Filhos, Lda., pelo interesse, apoio e material fornecido para o caso de estudo e a todos
os que nunca se recusaram a responder a uma pergunta ou ajudar quando necessário.
Aos meus pais e namorado pelo apoio inequívoco prestado desde o início ao fim da realização
deste mestrado.
I
II
Resumo
A presente dissertação tem como objectivo contribuir para o estudo do controlo de custos de
uma obra pública, do ponto de vista do Dono da Obra.
Deste modo, o trabalho desenvolvido propõe uma metodologia, de acordo com a legislação em
vigor, que fiscalize o controlo de custos na fase de execução da obra, facilitando ao Dono da
Obra o acompanhamento desta.
São descritos todos os procedimentos necessários para a gestão orçamental de uma obra,
desde a concepção do projecto, o lançamento da empreitada a concurso, a adjudicação, até à
elaboração de mapas para autos de medição e controlo contabilístico dos trabalhos efectuados
e a efectuar.
Esta metodologia foi produzida para satisfazer as necessidades de uma empreitada de obras
públicas com procedimento de concurso público, de acordo com o novo Código de Contratos
Públicos. De acordo com esta metodologia foi construído um modelo em Microsoft Excel,
validado com a aplicação de um caso de estudo.
Palavras-chave
Dono da Obra;
Gestão de projectos;
Rotinas;
Gestão de custo;
Controlo do custo;
Folha de cálculo.
III
Abstract
The present dissertation has the aim to contribute for the study of the costs control of a public
construction, from the point of view of a Construction site Owner.
In this way, this dissertation suggests a methodology, according to the actual legislation, that
supervises the costs control at the execution phase of a construction and, at the same time, to
facilitate the Owner’s supervision.
The necessary proceedings are even described for the budgetary management of a
construction, from the conception of the project to the launch of the commission to contest; the
grant; to the preparation of maps for the acts of measurement and the control of the
construction that were built and those that are still going to be built.
This methodology was produced to satisfy the needs of a contract of public works with public
procurement procedure, according to the new Code of Public Contracts. In accordance with this
methodology a model was built in Microsoft Excel using a case of study to confirm such model.
Keywords
Construction Owner;
Project management;
Routines;
Cost management;
Cost control;
Spreadsheet.
IV
Índice
1. Introdução .............................................................................................................................. 1
1.1. Campo de Aplicação do Trabalho ................................................................................. 1
1.2. Objectivos ...................................................................................................................... 1
1.3. Metodologia de Investigação......................................................................................... 2
1.4. Organização da Dissertação ......................................................................................... 2
2. Enquadramento Geral ........................................................................................................... 3
2.1. Introdução ...................................................................................................................... 3
2.2. Projectos e Obras .......................................................................................................... 3
2.3. Fases da Vida de um Projecto ...................................................................................... 4
2.4. Gestão de Projectos ...................................................................................................... 6
2.4.1. Intervenientes na Gestão de Projectos ................................................................. 6
2.4.2. Processos de Gestão de Projectos ....................................................................... 7
2.4.3. Funções de Gestão de Projectos .......................................................................... 8
2.4.4. Integração da Gestão do Tempo e do Custo ...................................................... 10
2.5. Intervenientes na Realização de uma Obra ................................................................ 11
2.5.1. Dono da Obra ...................................................................................................... 12
2.5.2. Fiscalização ......................................................................................................... 13
2.5.3. Autores do projecto ............................................................................................. 14
2.5.4. Empreiteiros ........................................................................................................ 17
2.6. Fases de Realização de uma Obra ............................................................................. 17
2.6.1. Concurso / Convite .............................................................................................. 18
2.6.1.1. Organização do Processo a Apresentar a Concurso .................................. 18
2.6.1.2. Organização da Proposta a Apresentar ...................................................... 20
2.6.1.3. Apresentação da Proposta .......................................................................... 22
2.6.1.4. Análise das Propostas ................................................................................. 23
2.6.2. Adjudicação ......................................................................................................... 23
2.6.2.1. Contrato ....................................................................................................... 25
2.6.3. Consignação ........................................................................................................ 26
2.6.4. Execução Física dos Trabalhos .......................................................................... 27
2.6.5. Recepção ............................................................................................................ 29
3. Princípios e Metodologia Propostos para o Modelo............................................................ 31
3.1. Introdução .................................................................................................................... 31
3.2. Princípios Propostos para o Modelo ........................................................................... 31
3.2.1. Caracterização da Obra para o Caso de Estudo ................................................ 32
3.2.2. Escolha do Instrumento Informático de Construção do Modelo ......................... 33
3.3. Metodologia proposta para o modelo .......................................................................... 34
3.3.1. Rotinas de Gestão de Custo ............................................................................... 34
V
3.3.1.1. Rotina de Gestão de Trabalhos Contratuais ............................................... 34
3.3.1.2. Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a Menos ..................................... 35
3.3.1.3. Rotina de Gestão de Trabalhos de Correcção ou Suprimento de Erros e
Omissões . .................................................................................................................... 38
3.3.1.4. Rotina de Gestão de Revisão de Preços .................................................... 42
3.3.2. Rotina de Facturação e Pagamentos .................................................................. 45
3.3.2.1. Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos e Auto de Revisão de Preços ... 45
3.3.2.2. Factura, Garantia Bancária e Operação de Tesouraria .............................. 49
3.3.2.3. Cabimentação, Pagamento e Recolha do Recibo ...................................... 49
3.3.3. Rotina de Gestão e Acompanhamento do Progresso da Obra .......................... 52
3.3.3.1. Plano de Base ............................................................................................. 54
3.3.3.2. Elementos Base .......................................................................................... 54
3.3.3.3. Indicadores de Estado ................................................................................. 55
3.3.3.4. Indicadores de Desempenho....................................................................... 55
3.3.3.5. Indicadores de Previsão .............................................................................. 56
4. Aplicação dos Princípios e da Metodologia Proposta para o Modelo ................................. 59
4.1. Introdução .................................................................................................................... 59
4.2. Estrutura do Modelo Proposto..................................................................................... 59
4.3. Apresentação do Modelo Proposto ............................................................................. 60
4.3.1. Folhas de Cálculo do Tipo I: Mapa de Medições ................................................ 61
4.3.2. Folhas de Cálculo do Tipo II: Mapa de Situação de Trabalhos .......................... 63
4.3.3. Folhas de Cálculo do Tipo III: Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais ............ 66
4.3.4. Folhas de cálculo do tipo IV: Mapa Resumo de Controlo dos Trabalhos a Mais e
a Menos . ............................................................................................................................ 68
4.3.5. Folhas de Cálculo do Tipo V: Mapa de Controlo dos Trabalhos Correcção ou
Suprimento de Erros e Omissões ....................................................................................... 68
4.3.6. Folhas de Cálculo do Tipo VI: Cálculo do Valor da Revisão de Preços ............. 73
4.3.7. Folhas de Cálculo do Tipo VII: Conta Corrente .................................................. 75
4.3.8. Folhas de Cálculo do Tipo VIII: Auto de Vistoria e Medição de Trabalhos ......... 77
4.3.9. Folhas de Cálculo do tipo IX: Auto de Revisão de Preços.................................. 77
4.3.10. Folhas de Cálculo do Tipo X: Mapa de Controlo de Facturação e Descontos ... 80
4.3.11. Folha de Cálculo do Tipo XI: Mapa de Gestão de Tesouraria e Despesas ........ 84
4.3.12. Folhas de Cálculo do Tipo XII: Medição do Progresso da Obra ......................... 87
5. Conclusões .......................................................................................................................... 89
5.1. Introdução .................................................................................................................... 89
5.2. Avaliação da Realização dos Objectivos da Dissertação ........................................... 89
5.3. Limitações da Investigação ......................................................................................... 90
5.4. Contribuições e Aspectos Inovadores ......................................................................... 90
5.5. Trabalhos Futuros ....................................................................................................... 90
VI
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 91
ANEXOS ...................................................................................................................................... 93
ANEXO 1 – Resumo da Proposta Adjudicada ............................................................................ 95
ANEXO 2 – Proposta de Preço dos Trabalhos a Mais Correspondentes ao Primeiro Adicional 96
ANEXO 3 – Plano de Pagamentos e Cronograma Financeiro Entregue com a Proposta ......... 96
ANEXO 4 – Cálculo dos Coeficientes de Actualização Globais ................................................. 97
ANEXO 5 – Conta Corrente Correspondente à Revisão de Preços nº 1 ................................... 98
ANEXO 6- Conta Corrente Correspondente à Primeira Medição dos Trabalhos a Mais ........... 99
ANEXO 7 – Macro 1 .................................................................................................................. 100
ANEXO 8 – Auto de Vistoria e Medições de Trabalhos a Mais ................................................ 101
ANEXO 9 – Macro 2 .................................................................................................................. 102
VII
Índice de Figuras
VIII
Índice de Tabelas
Índice de Gráficos
Gráfico 3. 1– Elementos base e indicadores do estado de um projecto..................................... 57
IX
Lista de Abreviações
PV – Planed Value;
EV – Earned Value;
AC – Actual cost;
CV – Cost Variance;
SV – Schedule Variance;
X
1. Introdução
A presente dissertação procura fornecer aos Donos da Obra uma ferramenta que lhes permita
responder, a qualquer momento, a questões relacionadas com o controlo e acompanhamento
dos custos da obra que estão a gerir.
Este acompanhamento é feito com base em rotinas e num modelo de controlo e previsão de
custos, integrando módulos de controlo de trabalhos a mais, de trabalhos a menos e de
trabalhos de erros e omissões, de revisão de preços, de facturação e descontos e de gestão de
tesouraria.
Todo o modelo proposto assenta numa ferramenta informática que se considera ao alcance de
qualquer Dono da Obra, o Microsoft Excel, sendo este um dos requisitos base para a
realização do modelo proposto.
1.2. Objectivos
Pretende-se também elaborar uma pesquisa e um estudo bibliográfico dos conceitos gerais, da
metodologia e da legislação seguida nas empreitadas de obras públicas. Recorrendo a esta
pesquisa será elaborada a metodologia que se irá propor para o modelo.
Deste modo, pretende-se criar uma contribuição para o aprofundar dos conhecimentos sobre
as matérias relacionadas com o exercício do controlo de custos de uma obra pública do ponto
de vista do Dono da Obra.
1
1.3. Metodologia de Investigação
• Pesquisa bibliográfica;
• Definição dos princípios e metodologia a aplicar no modelo;
• Construção e validação do modelo;
Para além da introdução, este trabalho é iniciado com uma descrição, a título de
enquadramento geral, das matérias relacionadas com projectos e obras, sendo fornecidas
todas as definições e bases jurídicas que se consideram relevantes para o controlo de custos,
desde o momento que o Dono da Obra define os objectivos do projecto. Deste modo, neste
capítulo pretende dar-se a conhecer as fases de vida de um projecto, a gestão de projectos
proposta pelo Project Management Institute, os intervenientes directos e as fases de realização
de uma obra pública.
2
2. Enquadramento Geral
2.1. Introdução
Nos dias de hoje, em que o nível de competição dos mercados é elevado, as condições
económicas são difíceis e o tempo para solucionar os problemas e fazer circular a informação é
cada vez mais reduzido, a implementação de um sistema de gestão de projectos é fundamental
para alcançar os objectivos do Dono da Obra, ou seja, o empreendimento ser concluído a
tempo, dentro do custo autorizado e de acordo com as normas de qualidade, segurança e
ambiente exigidas.
No presente capítulo será feito o enquadramento geral das matérias relacionadas com
projectos e obras, no âmbito em que esta dissertação se insere, sendo fornecidas todas as
definições e bases jurídicas que se considerem relevantes para o controlo de custos de uma
obra pública do ponto de vista do Dono da Obra.
Deste modo e visto que o controlo de custos de um projecto começa desde a fase de
concepção deste, serão descritas as fases de vida de um projecto, a gestão de projectos
proposta pelo Project Management Institute (PMI), os intervenientes directos e as fases de
realização de uma obra pública.
Por outro lado, Pedro Rodrigues (2009) caracteriza um projecto como “um esforço temporário
realizado para criar um produto ou serviço único e diferenciado. Temporário porque cada
projecto tem uma data de início e uma data de fim e único porque o produto ou serviço criado é
diferente em muitos aspectos de quaisquer outros produtos ou serviços.”
Em relação às obras, estas podem ser classificadas quanto à entidade empreendedora como:
3
As obras públicas são regidas por diversos diplomas legais, de que se destaca o Código dos
Contratos Públicos (CCP) aprovado pelo Decreto-Lei nº 18/2008 de 29 de Janeiro. O objectivo
deste novo código de contratação pública é o de criar numa linha de continuidade, a matriz dos
principais regimes jurídicos em vigor à data da sua publicação e que o CCP revogou, entre os
quais se destaca, no que se refere às obras públicas, o Decreto-Lei nº59/99 de 2 de Março e
todos os seus restantes diplomas antecessores desde o Decreto-Lei nº 48 871 de 19 de
Fevereiro de 1969, que promulgou o regime do contrato de empreitadas de obras públicas.
Nas obras particulares aplicam-se principalmente as disposições do Código Civil que confere
ampla liberdade de contratação entre as partes, resultando, por isso, a introdução, muitas
vezes, de cláusulas que remetem a resolução dos casos omissos nos contratos estabelecidos
para a legislação de obras públicas.
No âmbito desta dissertação, apenas será feito o estudo das obras públicas.
Fases da Vida de
um Projecto
Exploração/
Concepção Realização
Utilização
4
Estas fases sucedem-se no tempo, embora com largas zonas de sobreposição. Assim, a fase
de concepção estende-se, normalmente, até ao fim da fase de realização e a fase de
exploração começa a ser preparada muito antes do seu arranque.
Para que Dono da Obra reduza os riscos de uma deficiente concepção do empreendimento,
deve possuir um conhecimento profundo da própria metodologia dessa concepção e saber
escolher, em devido tempo, as equipas adequadas.
Pedro Rodrigues (2009) revela que as principais decisões relativamente à obra devem ser
tomadas durante a fase inicial, face aos custos que as alterações em fases mais avançadas do
processo poderão implicar.
Segundo a figura 2.2, o custo e quantidade de recursos de um projecto são baixos na fase
inicial (concepção), aumentando até ao começo da fase final e caindo novamente até ao fim do
projecto. Tal facto remete para as fases intermédias uma maior responsabilidade sobre o
controlo dos custos, mais precisamente para a fase de execução do projecto.
Por vezes, em alguns empreendimentos os custos da fase final são superiores aos da fase
inicial e fase intermédia.
5
2.4. Gestão de Projectos
A gestão de projectos, segundo Pedro Rodrigues (2009), é definida como uma aplicação de
conhecimentos, competências, ferramentas e técnicas de modo a que as actividades do
projecto alcancem os objectivos do projecto, desde a fase de concepção até à fase de
exploração.
Como cada projecto é único, tanto no tipo de tarefas a executar, como no processo construtivo
implementado, nos materiais aplicados e na sequência das suas actividades, a gestão de
projectos na construção distingue-se da gestão da maioria das restantes indústrias, pois estas
últimas produzem objectos bastante homogéneos com processos de fabrico padronizados e
determinísticos.
Deste modo, a gestão de projectos constitui uma das várias opções à disposição do Dono da
Obra para a aquisição de projectos e obras. Este dispõe normalmente de serviços técnicos e
administrativos vocacionados para o lançamento e acompanhamento de projectos ou, no caso
de projectos de grandes dimensões, são criados gabinetes e comissões, onde se aplicam os
princípios de gestão de projectos.
6
• Colaboradores: Internos ou externos, proprietários ou fundadores, vendedores ou
construtores, membros da equipa e as suas famílias, agências governamentais,
cidadãos individuais, organizações sindicais temporárias ou permanentes, e a
sociedade em geral.
7
2.4.3. Funções de Gestão de Projectos
O PMBOK (2004) define também nove áreas de conhecimento de gestão que, na óptica da
gestão de projectos se consideram as mais importantes:
Fonte: (www.cin.ufpe.br/~hermano/download/tutoriais/o-modelo-pmbok.pdf)
8
• Gestão da qualidade: descreve os processos necessários para assegurar que as
necessidades que originaram o desenvolvimento do empreendimento serão satisfeitas.
É composta pelo planeamento da qualidade, garantia da qualidade e controle da
qualidade;
No caso particular da construção, o PMI considera importante para este tipo de projectos
adicionar às áreas já existentes no PMBOK a gestão da segurança, do ambiente, financeira e
de reclamações.
Em tempos em que o valor do trabalho e do dinheiro eram bem distintos dos que se lhes atribui
hoje, grandes empreendimentos foram bem sucedidos sem grandes cuidados de gestão.
Porém, hoje, num tempo e num meio em que os recursos financeiros são limitados e as
margens de lucro cada vez mais reduzidas, a gestão de empreendimentos tem de ser
encarada de modo integrado, conjugando todas estas vertentes.
9
2.4.4. Integração da Gestão do Tempo e do Custo
No final deste processo obtém-se o plano de base. Para se poder controlar um projecto, é
necessário comparar e analisar os dados reais da execução do projecto com os dados
planeados e que fazem parte do plano de base.
10
h) Execução e actualização do planeamento: depois de terminadas as fases de
planeamento e de calendarização o projecto pode passar à execução, sendo
necessário garantir a correspondência, sempre que possível, entre o previsto e o
executado em obra;
Embora estes nove processos sejam aqui apresentados de forma individual, na prática eles
podem-se sobrepor, sendo esta situação mesmo desejável em algumas fases do planeamento
integrado de prazos/custos.
Obra
Dono da Autores do
Empreiteiros
Obra Projecto
Assistência
Fiscalização Execução
Técnica
11
Estes intervenientes, em geral, delegam parte das suas competências a técnicos que os
representam nos principais actos que se relacionam com a execução da obra. Segundo Alves
Dias (2008), o Dono da Obra é representado pelo director da fiscalização da obra e outros
técnicos que constituem a fiscalização da obra, os autores do projecto por um assistente
técnico e o empreiteiro por um director técnico da obra, salvo nas matérias em que em virtude
da lei ou de estipulação contratual se estabeleça diferente mecanismo de representação.
Poderão ainda intervir outras entidades com funções de fiscalização conferidas pela legislação
vigente como por exemplo, o Coordenador de segurança em obra, as Câmaras Municipais e a
Inspecção Geral do Trabalho. (Alves Dias, 2008)
Segundo Alves Dias (2008), o Dono da Obra é “a entidade colectiva ou singular que tem a
função principal de idealizar e financiar o que pretende construir e reunidas as condições
necessárias, adjudicar a obra segundo um tipo de procedimento.” Este desejo de concretização
é traduzido pelo “programa preliminar”.
Dono da Obra
Contrata
Empreiteiros ou
Projectista Fiscalização Empreiteiro
Geral
Figura 2. 5 – Organigrama de contratações do dono da Obra.
O dono da Obra é o motor de toda a obra, dependendo dele o sucesso desta. É ele quem
contrata o autor do projecto e a fiscalização e selecciona os empreiteiros ou o empreiteiro geral
detentor de alvará ou título de registo, contendo as habilitações correspondentes à natureza e
valor dos trabalhos a realizar.
12
Gestão do Gestão Gestão
Projecto Administrativa Operacional
S.
Projectista Fiscalização Empreiteiro Tesouraria Contabilidade Qualidade Segurança Ambiente Contratos
Administrativos
2.5.2. Fiscalização
Segundo António Flôr (2008), a fiscalização é “uma entidade individual ou colectiva que, em
obra, acompanha a evolução dos trabalhos de execução com o principal intuito de defender os
interesses do Dono da Obra.
O Dono da Obra pode dispor nos seus quadros de serviços técnicos próprios para efectuar
esse tipo de trabalho ou, dado que o grau de especificidade das obras pode ser muito elevado
e como a fiscalização é uma actividade que pode requerer bastantes recursos humanos, este
pode recorrer a serviços técnicos exteriores tais como pessoas individuais, gabinetes de
projecto ou consultores, delegando parte das suas atribuições, nomeadamente no que respeita
á fiscalização da execução dos trabalhos.
Quando se trata de uma fiscalização externa, António Flôr (2008) anuncia que a fiscalização
deverá indicar, até dez dias úteis após a assinatura do contrato entre este e o Dono da Obra, o
seu representante sob reserva de aprovação pelo Dono da Obra e que será o interlocutor deste
em todos os aspectos relacionados com a prestação de serviços.
13
A fiscalização também designará, mediante aprovação por parte do Dono da Obra o
coordenador da qualidade que integrará a equipa residente da fiscalização.
Para assegurar uma boa gestão das actividades dos empreiteiros, fornecedores e outros
intervenientes, António Flôr (2008) anuncia ainda que a fiscalização deve:
O termo projecto, neste caso, tem um sentido mais restrito abrangendo apenas a fase da sua
concepção. Neste caso, projecto é o conjunto de documentos que definem as características
técnicas das estruturas físicas de um empreendimento, subdividido em partes escritas e partes
desenhadas. (A.P.P.C., 1978).
14
Na elaboração de um projecto, segundo Alves Dias (2008), distinguem-se as seguintes
principais fases:
O programa preliminar é estabelecido pelo Dono da Obra o qual define os objectivos da obra
que pretende realizar, os condicionamentos de natureza financeira e o nível de qualidade da
obra, podendo ainda estabelecer limitações de custos e prazos de execução.
Na posse desse programa preliminar, o autor do projecto elabora o programa base verificando
a viabilidade de execução da obra e estudando soluções alternativas que respondam aos
requisitos definidos pelo Dono da Obra.
Com a aprovação do estudo prévio pelo Dono da Obra, o autor do projecto elabora o
anteprojecto ou projecto de licenciamento, pois é o projecto entregue à entidade licenciadora
para aprovação. Este projecto apresenta um maior grau de pormenor e assenta em definitivo
as bases para a continuação do estudo.
Por último, com a aprovação do anteprojecto pelo Dono da Obra, o autor do projecto elabora o
projecto de execução onde se definem todos os elementos necessários à boa execução dos
trabalhos.
15
Segundo Pedro Rodrigues (2009), fazem parte dos elementos do projecto de execução:
• Peças desenhadas;
• Peças escritas;
• Memória descritiva e justificativa;
• Notas de cálculo;
• Condições técnicas gerais e especiais;
• Medições;
• Orçamento;
• Plano de segurança e saúde e compilação técnica;
• Plano de prevenção e gestão de resíduos de construção e demolição.
A assistência técnica fornecida pelo autor do projecto pode definir-se, segundo Alves Dias
(2008), como sendo “os serviços complementares da elaboração do projecto, a prestar pelo
seu autor ao Dono da Obra em todas as fases da obra.” Porém, esta não pode ser confundida
com as funções inerentes a um empreiteiro ou a uma fiscalização.
16
2.5.4. Empreiteiros
O Empreiteiro é, segundo Alves Dias (2008), “a entidade que se compromete a realizar a obra
perante o Dono da Obra, em regime de contrato de empreitada.”
Após ter recebido a adjudicação de uma obra, o empreiteiro selecciona um dos seus técnicos
para desempenhar as funções de director técnico de obra que são, segundo António Flôr
(2008):
Apresentação das
Consignação Recepção Definitiva
Propostas
Adjudicação e
Análise das
Assinatura do
Propostas
Contrato
17
2.6.1. Concurso / Convite
É nesta fase que se definem as tarefas necessárias para a escolha dos empreiteiros que irão
executar a obra. Estas tarefas vão desde a organização do processo a apresentar a concurso
até à avaliação das propostas apresentadas pelos concorrentes.
O CCP sistematiza, uniformiza e consolida num só texto legal todas as matérias relativas à
formação e execução dos contratos públicos, designadamente os relativos a:
No âmbito desta dissertação, apenas será feita a análise do contrato de empreitada de obras
públicas que, de acordo com o art. 343.º nº1 do CCP, representa “o contrato oneroso que tenha
como objectivo a execução ou a concepção e a execução de uma obra pública que se
enquadre nas subcategorias previstas no regime de ingresso e permanência na actividade de
construção.” Segundo o art. 344.º nº1 do mesmo código, as partes envolvidas no contrato de
empreitada de obras públicas são o Dono da Obra e o empreiteiro.
Segundo o art. 16.º nº1 do CCP, os procedimentos para a formação de contratos, cujo âmbito
inclua prestações que estão ou sejam passíveis de serem submetidas à concorrência do
mercado, são:
• Ajuste directo;
• Concurso público;
• Concurso limitado por prévia qualificação;
• Procedimento de Negociação;
• Diálogo Concorrencial.
No âmbito desta dissertação, apenas será feito o estudo do procedimento de concurso público.
18
O concurso público é um procedimento em que qualquer empresa que se encontre nas
condições gerais estabelecidas no programa de concurso pode apresentar proposta.
Segundo o art. 130.º nº1 do CCP, o anúncio do concurso público é publicado no Diário da
República e de acordo com o art. 133.º nº 2, as peças do concurso público são obtidas por
download efectuado a partir da plataforma electrónica utilizada pela entidade adjudicante ou no
portal da internet dedicado aos contratos públicos.
Nos termos do art. 40.º nº1 alínea b) do mesmo código, as peças do concurso público são o
programa do procedimento e o caderno de encargos. Segundo o art. 41.º, o programa do
procedimento é “um regulamento que define os termos a que obedece a fase de formação de
contrato até à sua celebração.” O caderno de encargos é, de acordo com o art. 42.º nº1, “a
peça do procedimento que contém as cláusulas gerais, especiais, técnicas e jurídicas a incluir
no contrato a celebrar.”
O caderno de encargos deve fixar um preço base, ou seja, o preço máximo que a entidade
adjudicante se dispõe a pagar pela execução de todas as prestações que constituem o seu
objecto, correspondendo, segundo o art. 47.º nº1 do CCP, ao mais baixo dos seguintes valores:
O M AIS B AIXO D ES TE S
VA LO RES
Fonte: (www.inci.pt/SiteCollectionDocuments/Apresentacao_Roadshow_Total_20080318.ppt)
19
2.6.1.2. Organização da Proposta a Apresentar
Com a entrada em vigor do CCP, a identificação de erros e omissões tem lugar tanto na fase
procedimental de concurso, como na fase de execução do contrato.
O art. 61.º nº1 do CCP estipula que, “para que o valor contratual reflicta o custo da obra desde
o início, os erros e omissões devem ser apresentados pelos diversos concorrentes, até ao
termo do quinto sexto do prazo fixado para a apresentação das propostas e são alvo deste
procedimento os erros e omissões que digam respeito a:
Segundo o nº 2 do mesmo artigo, exceptuam-se desta disposição os erros e omissões que são
detectáveis em fase de execução do contrato.
O CCP introduz mais uma alteração em relação aos erros e omissões pois estes não se limitam
à tradicional noção de erros e omissões de projecto, mas a todo o conteúdo do caderno de
encargos e às condições físicas dos locais de realização das obras.
José Antunes (2009) explica que este alargamento de âmbito obriga ao recurso dos conceitos
gerais do direito para a determinação do que deve ser entendido por erros e/ou omissões
constantes dos documentos do procedimento e de todas as informações prestadas pelas
entidades adjudicantes e já não só das peças escritas e desenhadas de projecto, como até
aqui acontecia.
De acordo com o nº 3 do mesmo artigo, “a apresentação por qualquer interessado, da lista dos
trabalhos de erros e omissões suspende o prazo para a apresentação das propostas desde o
termo do quinto sexto daquele prazo”. Segundo José Antunes (2009), encontrando-se
suspenso o prazo para apresentação das propostas, a entidade adjudicante tem pelo menos
três opções:
20
• Não se pronunciar e, neste caso, entende-se que todos os erros e omissões constantes
das listas foram recusados. O prazo recomeça a correr desde o dia em que a proposta
deveria ter sido apresentada, acrescido de um sexto do prazo, correspondendo ao
período em que esteve suspenso;
• Socorrer-se da faculdade que o legislador lhe confere no art. 64.º nº2 do CCP, ou seja,
quando a aceitação de erros e omissões do caderno de encargos implicarem
alterações de aspectos fundamentais das peças do procedimento, o prazo fixado para
a apresentação das propostas deve ser prorrogado no mínimo, por período equivalente
ao tempo decorrido desde o inicio daquele prazo até à comunicação das rectificações
ou à publicitação da decisão de aceitação de erros ou de omissões.
Posto isso, os erros e omissões reclamados pelos concorrentes e aceites pelo Dono da Obra
durante o concurso são incluídos no valor do contrato.
Segundo José Antunes (2009), o preço base pode ser alterado, desde que a escolha do
procedimento não seja alterado e que o novo preço base esteja dentro dos limites de despesa
do órgão competente para contratar. Para isso, a entidade adjudicante deverá publicar um
anúncio rectificativo nos termos e nas condições prescritas no art. 6.º da Portaria 701-A/2008
de 29 de Julho.
Esta interpretação pode não ser pacífica pois, na fase de apresentação pública do código,
vários intervenientes entenderam esta alteração do preço base como impossível. Nesta
situação, José Antunes (2009) afirma que se algum, alguns ou todos os presuntivos
concorrentes entenderem que o preço base inicialmente previsto pela entidade adjudicante
para a obra sem erros e omissões se tornou incomportável, uma vez detectados e aceites os
erros e omissões do caderno de encargos, só têm uma alternativa: não concorrer.
21
2.6.1.3. Apresentação da Proposta
Segundo o art. 56.º do CCP, a proposta é “a declaração pela qual o concorrente manifesta ao
Dono da Obra a sua vontade de contratar e o modo pelo qual se dispõe a faze-lo.” A proposta
dos concorrentes tem de ser constituída, nos termos do art. 57.º nº 1 e 2 do mesmo código,
pelos seguintes documentos:
O art. 361.º nº 1 do CCP define o plano de trabalhos como “o documento que se destina, com
respeito pelo prazo de execução da obra, á fixação da sequência e dos prazos parciais de
execução de cada uma das espécies de trabalhos previstas e à especificação dos meios com
que o empreiteiro se dispõe a executa-los, bem como a correspondente definição do plano de
pagamentos previsto.”
22
2.6.1.4. Análise das Propostas
De acordo com o art. 70.º nº 1 do CCP, “as propostas são analisadas em todos os seus
atributos representados pelos factores e subfactores que densificam o critério de adjudicação.”
Segundo o nº 2 do mesmo artigo, são excluídas as propostas cuja análise revele:
• Que não apresentam algum dos atributos da proposta, nos termos do disposto no art.
57º nº1 alínea b);
• Que apresentam atributos que violem os parâmetros base fixados no caderno de
encargos ou que apresentem quaisquer termos ou condições que violem aspectos da
execução do contrato a celebrar por aquele, não submetidos à concorrência, sem
os
prejuízo do disposto no art. 49.º n. 4 a 6 e 8 a 11;
• A impossibilidade de avaliação das mesmas em virtude da forma de apresentação de
algum dos respectivos atributos;
• Que o preço contratual seria superior ao preço base;
• Um preço total anormalmente baixo, cujos esclarecimentos justificativos não tenham
sido apresentados ou, não tenham sido considerados;
• Que o contrato a celebrar implicaria a violação de quaisquer vinculações legais ou
regulamentares aplicáveis;
• A existência de fortes indícios de actos, acordos, práticas ou informações susceptíveis
de falsear as regras de concorrência.
Segundo o art. 71.º nº 1 do mesmo código, quando o preço base é fixado no caderno de
encargos, considera-se que o preço total resultante de uma proposta é anormalmente baixo
quando for 40 % ou mais inferior àquele.
2.6.2. Adjudicação
Nesta fase, o Dono da Obra expressa a vontade de contratar o empreiteiro que apresentou a
proposta mais vantajosa, notificando a decisão de adjudicação, em simultâneo, a todos os
concorrentes. Nos termos do art. 74.º nº1 do CCP, a adjudicação é feita segundo um dos
seguintes critérios:
23
Segundo o nº 2 do mesmo artigo, só pode ser adoptado o critério de adjudicação do mais baixo
preço quando o caderno de encargos defina todos os restantes aspectos da execução do
contrato a celebrar, submetendo apenas à concorrência o preço a pagar pela entidade
adjudicante, pela execução de todas as prestações que constituem o objecto daquele.
De acordo com o art. 77.º nº2 do CCP, juntamente com a notificação da decisão de
adjudicação o órgão competente para a decisão de contratar deve notificar o adjudicatário
para:
Nos termos do nº3 do mesmo artigo, as notificações devem ser acompanhadas do relatório
final de análise das propostas.
Segundo o art. 88.º nº1 do CCP, “a caução é destinada a garantir o exacto e pontual
cumprimento de todas as obrigações legais e contratuais que o adjudicatário assume com a
celebração do contrato”. Após a prestação da caução, o concorrente será notificado da minuta
do contrato e, segundo o art. 101.º do CCP, este deverá pronunciar-se sobre a mesma no
prazo de 5 dias após a sua recepção, findo o qual, se o não fizer, considerar-se-á aprovada a
mesma minuta.
Nos termos dos artigos 86.º nº 1 e 91.º nº 1, a adjudicação caduca se o adjudicatário não
apresentar os documentos de habilitação no prazo fixado no programa do procedimento ou no
prazo fixado pelo órgão competente para a decisão de contratar ou se o adjudicatário não
prestar a caução que lhe foi exigida. Nestes casos, ganha a proposta classificada e o
concorrente que tenha a documentação de habilitação em ordem.
24
2.6.2.1. Contrato
O art. 104.º nº 1 do CCP estipula que a celebração do contrato deve ter lugar no prazo de 30
dias contados da data da aceitação da minuta do contrato ou da decisão sobre a reclamação,
mas nunca antes de decorridos 10 dias contados da data da notificação da decisão de
adjudicação, apresentados todos os documentos de habilitação exigidos e confirmados os
compromissos referidos na alínea c) do nº2 do artigo 77.º.
Faz parte integrante do contrato, quando este for reduzido a escrito, e nos termos do art. 96.º
nº 1 do CCP os seguintes elementos:
Nos termos do art. 94.º nº 1 do CCP o contrato é reduzido a escrito através da elaboração de
um clausulado em suporte papel ou em suporte informático com a aposição de assinaturas
electrónicas.
Segundo o art. 97.º nº1 do CCP, o preço contratual é “o preço a pagar, pela entidade
adjudicante, em resultado da proposta adjudicada, pela execução de todas as prestações que
constituem o objecto do contrato.” Assim:
ç
25
O art. 95.º no 1 do CCP define que salvo previsão expressa no programa de procedimento, não
é exigível a redução do contrato a escrito quando o contrato não necessita de ser sujeito a
fiscalização prévia do tribunal de contas ou quando se trate de contrato de empreitadas de
obras públicas de complexidade técnica muito reduzida e cujo preço contratual não exceda 15
000€.
Se o contrato for de valor contratual igual ou superior ao fixado nas leis do Orçamento para
cada ano orçamental, este terá de ser objecto de pronúncia do Tribunal de Contas.
2.6.3. Consignação
Segundo Alves Dias (2008), é nesta fase que o Dono da Obra faculta ao empreiteiro
adjudicatário os locais e os elementos complementares do projecto para a execução da obra e
procede-se à assinatura do auto de consignação.
De acordo com o art. 358.º nº 1 do CCP, “na falta de estipulação contratual a consignação deve
estar concluída em prazo não superior a 30 dias após a data da celebração do contrato, no
caso de consignação total ou da primeira consignação parcial, ou logo que o Dono da Obra
tenha acesso aos prédios e autoridade para os entregar a terceiros, no caso das demais
consignações parciais.”
O art. 357.º nº 1 do CCP anuncia que o Dono da Obra, caso o contrato preveja essa situação,
pode realizar um plano final de consignação que densifique e concretiza o plano inicialmente
apresentado para efeitos de elaboração da proposta.
26
Este plano final de consignação revela bastante importância pois segundo José Antunes
(2009), o plano de trabalhos constante do contrato pode ser ajustado pelo empreiteiro ao plano
final de consignação apresentado pelo Dono da Obra e somente nessa situação existe a
possibilidade desta alteração.
Nos termos do art. 361.º nº 4 do CCP “os ajustamentos não podem implicar a alteração do
preço contratual, nem a alteração do prazo de execução da obra, nem ainda alterações aos
prazos parciais definidos no plano de trabalhos constante do contrato, para além do que seja
estritamente necessário à adaptação do plano de trabalhos ao plano final de consignação.”
Esta fase caracteriza-se pela realização física dos trabalhos segundo os planos concebidos. O
empreiteiro começa a execução dos trabalhos na data em que começa a correr o prazo de
execução da obra. Segundo o art. 362.º nº 1 do CCP, o prazo de execução da obra começa a
contar-se a partir:
27
Os trabalhos de suprimento de erros e omissões que têm lugar à identificação, durante a fase
de execução da obra, são os seguintes:
• Erros e omissão que era exigível, que actuando com a diligência necessária, os
concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato, porém não o
fizeram;
• Erros e omissões identificados pelos concorrentes na fase de formação do contrato, e
rejeitados pelo Dono da Obra, mas que efectivamente se verificam;
• Erros e omissões já existentes no caderno de encargos, na fase de formação do
contrato, mas que, mesmo actuando com a diligência necessária, o adjudicatário não
conseguiria identificá-los nessa fase;
• Erros e omissões apenas detectáveis durante a fase de execução da obra e que
identificados pelo empreiteiro, hajam sido por ele oportunamente comunicados ao
Dono de Obra, no prazo de 30 dias a contar da data da sua detecção.
O art. 370.º nº 1 do CCP define os trabalhos a mais como “ os trabalhos cuja espécie ou
quantidade não esteja prevista no contrato e que se tornaram, necessários à execução da obra
na sequência de uma circunstância imprevista e não possam ser técnica ou economicamente
separados do objecto do contrato sem inconvenientes graves para o Dono da Obra ou, embora
separáveis, sejam estritamente necessários á conclusão da obra.” Este tipo de trabalhos
divide-se em:
O nº 2 alíneas c) e d) do mesmo artigo definem ainda que o preço atribuído aos trabalhos a
mais, somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de quaisquer
trabalhos a menos, não deve exceder 5% do preço contratual e que o somatório do preço
atribuído aos trabalhos a mais com o preço de anteriores trabalhos a mais e de anteriores
trabalhos de suprimento de erros e omissões não deve exceder 50% do preço contratual.
De acordo com o nº 3 do mesmo artigo, “o limite de 5% pode ser elevado para 25% quando
estejam em causa obras cuja execução seja afectada por condicionalismos naturais com
especiais características de imprevisibilidade, nomeadamente as obras marítimo-portuárias e
as obras complexas do ponto de vista geotécnico em especial a construção de túneis.”
28
Segundo o art. 20.º nº 1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº34/2008/A que estabelece
as regras especiais de contratação pública na Região Autónoma dos Açores, só pode ser
ordenada a execução de trabalhos a mais quando o preço atribuído aos trabalhos a mais,
somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de quaisquer trabalhos a
menos, não exceder 25 % do preço contratual.
2.6.5. Recepção
Logo que a obra esteja concluída no todo ou em parte e tendo em conta o termo final do prazo
total ou dos prazos parciais de execução da obra, o art. 394.º nº1 do CCP informa que o
empreiteiro ou o Dono da Obra podem solicitar a recepção provisória da obra mediante a
realização de uma vistoria.
O art. 395.º nº 1 do mesmo código define que se não forem encontradas deficiências, elabora-
se um auto de recepção provisória que deve ser assinado pelos intervenientes. O art. 397.º nº1
revela que a partir da data de assinatura do auto inicia-se o prazo de garantia, durante o qual o
empreiteiro está obrigado a corrigir todos os defeitos da obra.
De acordo com o art. 398.º nº1 do CCP, decorrido o prazo de garantia será feita nova vistoria
em relação à totalidade ou a cada uma das partes da obra, para efeitos de recepção definitiva.
Se não forem encontradas anomalias, a recepção definitiva é formalizada em auto.
29
30
3. Princípios e Metodologia Propostos para o Modelo
3.1. Introdução
Uma das questões que mais preocupa um Dono da Obra, é saber se a obra que está a gerir tem
ou poderá ter derrapagens de custo e de prazo para além de saber se está a pagar os trabalhos
realmente efectuados ou se está a pagar trabalhos não realizados.
Para que o Dono da Obra obtenha resposta a estas questões, é necessário que tenha um
modelo de acompanhamento e controlo de custos da obra na fase de execução. Actualmente,
existem no mercado diversos programas sofisticados, desenvolvidos para apoiar o Dono da Obra
nesta situação.
O modelo aqui desenvolvido não tem o objectivo de fazer frente a esses programas, mas sim o
de reunir e sistematizar a informação que o Dono da Obra necessita, num modelo simples e com
resultados práticos, fiáveis e rápidos, com a inerente vantagem de o poder modelar e alterar em
qualquer altura.
A primeira acção para a construção do modelo correspondeu à definição dos princípios que este
deveria seguir, ou seja, os seus fundamentos de base. Neste sentido, identificou-se uma obra
para o caso de estudo e escolheu-se o instrumento informático para a construção do modelo.
31
3.2.1. Caracterização da Obra para o Caso de Estudo
Uma vez que a temática do CCP ainda é recente e que a maioria dos contratos geridos por este
regime, aquando da selecção do caso de estudo, ainda se encontrava na fase de processo de
contratação, optou-se por utilizar como caso de estudo para a construção do modelo, uma obra
regida pelo Decreto-Lei nº 59/99 de 2 de Março e compará-la com as novas directivas do CCP.
A empreitada sofreu duas prorrogações de prazo e uma suspensão parcial dos trabalhos, todas
elas por facto não imputável ao empreiteiro. As duas prorrogações do prazo foram de 5 meses
cada uma e a suspensão parcial dos trabalhos foi de 2 meses, tendo a empreitada sido concluída
somente a 31 de Dezembro de 2007.
Uma das causas destas prorrogações de prazo foi as alterações ao projecto inicial, o que
provocou atrasos significativos nas actividades delas dependentes. De notar que as alterações
não ocorreram em simultâneo, conseguindo-se manter a obra em andamento embora em ritmo
mais lento. Outra das causas foi as indefinições ao projecto, ou seja, a falta de desenhos de
pormenores, o que provocou atrasos significativos nas actividades delas dependentes.
32
A portaria 701-H/2008 que aprova ao abrigo do art. 43.º n.º 7 do CCP, o conteúdo obrigatório do
programa e do projecto de execução bem como os procedimentos e normas a adoptar na
elaboração e faseamento de projectos de obras públicas, faz com que estas situações deixem de
ser possíveis.
Porém, estas suspensões e prorrogações de prazo podem ser fundamentadas pelo CCP nos
termos dos art. 297.º e 298.º nº 2 que anunciam, respectivamente, que a suspensão da execução
das prestações que constituem o objecto do contrato pode ser total ou parcialmente suspensa
caso se verifique o atraso do Dono da Obra na entrega ou na disponibilização de meios ou bens
necessários à respectiva execução e que esta suspensão causa a prorrogação do prazo por
período igual ao prazo inicialmente fixado no contrato, acrescido do prazo estritamente
necessário à organização de meios e execução de trabalhos preparatórios ou acessórios com
vista ao recomeço da execução.
O art. 365.º do CCP acrescenta ainda que, para as empreitadas de obras públicas, o Dono da
Obra pode ordenar a suspensão da execução dos trabalhos na falta de condições de segurança,
necessidade de estudar alterações a introduzir ao projecto ou recomendação relevante das
autoridades administrativas competentes.
Tendo em conta estes parâmetros, o instrumento informático escolhido para esse fim foi o
Microsoft Excel 2007. Este programa é uma ferramenta vocacionada para aplicações numéricas,
tais como cálculos, estatísticas, gráficos, formulários, orçamentos, modelos financeiros entre
outros requisitos das rotinas empresariais e administrativas, que se adapta com bastante
facilidade às necessidades do utilizador, permitindo-lhe obter resultados desde logo.
Como este programa pertence ao Microsoft Office System, este software funciona integrado com
todos os outros produtos da família Office, facilitando assim a interligação dos diversos tipos de
trabalho.
33
3.3. Metodologia proposta para o modelo
Aos vários tipos de trabalhos e às revisões de preços estão associadas rotinas de gestão de
custo. De seguida, apresentam-se estas rotinas, atribuindo as acções e responsabilidades de
cada interveniente.
Vistoria e
Medições dos Mapa de Medições
trabalhos
contratuais
Os trabalhos contratuais são trabalhos cuja natureza e quantidades tenham sido previstas no
mapa de quantidades que serviu de base à contratação.
Nos termos dos art. 387.º e 388.º nº 1, 2 e 3 do CCP, o Dono da Obra deve medir todos os
trabalhos executados, incluindo os trabalhos não previstos no projecto ou não devidamente
ordenados por este. As medições são feitas no local da obra pelo Dono da Obra, com a
colaboração do empreiteiro. Na falta de estipulação contratual, a medição é feita mensalmente,
devendo estar concluída até ao 8º dia do mês imediatamente seguinte aquele a que respeita.
Nesta rotina, apenas se contabilizam as medições dos trabalhos contratuais para os quais não
existam divergências.
34
3.3.1.2. Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a Menos
Verificar se
Ordem de Verificar se Valor
Valor dos T.M. e
Execução dos de T. M. dentro
T.E.O. dentro
T.M. dos 25% do P.C.
dos 15%
Se Valor dos
Abertura de
trabalhos a Mais
Novo
superior a 25% do
Procedimento
P.C.
Antes de se dar ordem de execução dos trabalhos a mais, o Dono da Obra deve estimar se o
valor desses trabalhos somado ao preço de anteriores trabalhos a mais e deduzido do preço de
quaisquer trabalhos a menos está dentro dos 25% do preço contratual, de acordo com o art. 20.º
nº1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº 34/2008/A.
35
Importa ainda averiguar, segundo o art. 315.º nº 1 do CCP, se a ordem de execução desses
trabalhos a mais coloca a despesa da obra, ainda dentro do limite dos 15%, para trabalhos a
mais e erros e omissões em conjunto, para a efectivação do controlo da variação do volume total
de despesa da obra.
Segundo José Antunes (2009), se este limite de 15% já tiver sido ultrapassado, o Dono da Obra
terá de o comunicar no portal dos contratos públicos antes ou durante o inicio dos trabalhos,
devendo a publicidade ser mantida até seis meses após a extinção do contrato.
O prazo de execução da obra nestas circunstâncias, segundo o art. 374.º nº 1 do CCP, pode ser
prorrogado excepto se estes trabalhos não prejudicarem o normal desenvolvimento do plano de
trabalhos.
Na falta de estipulação contratual, o preço a pagar pelos trabalhos a mais e o respectivo prazo de
execução são fixados, de acordo com o art. 373.º nº 1, 2, 3 e 4 do CCP, nos seguintes termos:
Posto isso, o Dono da Obra dispõe de 10 dias para se pronunciar sobre a proposta do
empreiteiro, podendo, em caso de não-aceitação da mesma, apresentar uma contra-proposta. Se
o Dono da Obra não efectuar nenhuma comunicação ao empreiteiro dentro do prazo previsto,
considera-se que a proposta deste foi aceite.
Para que o empreiteiro possa realizar os trabalhos a mais, o Dono da Obra tem de ordenar por
escrito, a este, a realização destes trabalhos e deverá entregar-lhe também as alterações dos
elementos de solução da obra, necessárias à sua execução. (art. 371.º nº1 do CCP)
O art. 371.º nº 2 do CCP, define ainda que o empreiteiro pode optar pelo direito de resolução do
contrato ou alegar impossibilidade de realizar estes trabalhos, sejam eles trabalhos da mesma
espécie de outros do caderno de encargos ou de espécie diferente, desde que comprove não
possuir meios humanos e técnicos indispensáveis à sua execução.
36
Assim, o empreiteiro deve, de acordo com o art. 372.º nº 1, 2 e 3 do CCP, reclamar em 10 dias
contados do recebimento da ordem de execução, contra esta e o Dono da Obra tem igualmente
10 dias para se pronunciar sobre a reclamação e aqui tem duas hipóteses:
De acordo com o art. 375.º do CCP, definidos todos os termos e condições a que deve obedecer
a execução dos trabalhos a mais, o Dono da Obra e o empreiteiro devem proceder à respectiva
formalização por escrito. Se existirem trabalhos a menos, o preço correspondente aos trabalhos
a menos é deduzido ao preço contratual.
Se o valor dos trabalhos a mais for superior a 25% do preço contratual, de acordo com o art. 20.º
nº 2 do Decreto Legislativo Regional nº 34/2008/A, a obra só prossegue com a abertura de novo
procedimento, que tem de respeitar a modalidade adequada ao limiar do preço em que
previsivelmente vai ocorrer, com todos os passos necessários.
Para se proceder à valorização dos trabalhos a mais e a menos realizados, o Dono da Obra deve
em conjunto com o empreiteiro realizar a vistoria e medição dos trabalhos a mais e a menos e
posto isso, o empreiteiro deve entregar ao Dono da Obra o mapa de medições dos trabalhos
indicados para efeitos de pagamento.
37
3.3.1.3. Rotina de Gestão de Trabalhos de Correcção ou Suprimento de
Erros e Omissões
Estimar se Valor de
Estimar se Valor de
Anteriores( T.M.+
(Anteriores T.E.O. +
Detecção de T.E.O. T.E.O.) + Novos
T.M.+ Novos
T.E.O. dentro dos
T.E.O.) < 50% P.C.
15%
Verificar se Valor de
Ordem de Proposta de
(T.E.O + T.M) <
Execução dos Preço e Prazo
50% P.C. e Dentro
T.E.O. dos T.E.O.
dos 15%
Formalização por
Escrito (Processo Vistoria e
Medição dos Mapa de medições
de Trabalhos
Adicionais) T.E.O.
38
A detecção dos trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões, na fase de execução
da obra, deve ser da iniciativa do empreiteiro. Porém, antes de se dar início à realização dos
trabalhos de erros e omissões, o Dono da Obra deve estimar se o valor desses trabalhos está
dentro dos limites fixados pelo art. 20.º nº1 alínea b) do Decreto Legislativo Regional nº
34/2008/A e se a ordem de execução desses trabalhos de erros e omissões coloca a despesa da
obra, de acordo com o art. 315.º nº1 do CCP ainda dentro do limite dos 15% para trabalhos a
mais e erros e omissões em conjunto.
Para os trabalhos de erros e omissões, o CCP fixa vários regimes que afectam o preço, o prazo,
a responsabilidade das partes e de terceiros. Deste modo, houve a necessidade de avaliar em
separado cada tipo de erros e omissões:
a. Erros e omissão que era exigível que, actuando com a diligência necessária, os
concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato, porém não o
fizeram:
Para que o Dono da Obra possa classificar este tipo de erros e omissões, independentemente de
quem o tenha identificado na fase de execução, terá de reclamar junto do empreiteiro que
considera que a detecção de tal erro era exigível na fase de formação de contrato.
Segundo José Antunes (2009), o trabalho nestas condições remete para o empreiteiro a
obrigação de suportar 50% da sua responsabilidade sendo que nestas situações, o CCP não
prevê a concessão de prorrogação de prazo ou ajustamentos ao plano de trabalhos.
O dono da Obra depois de ser notificado pelo empreiteiro da existência do erro ou omissão, deve
consultar as peças do procedimento e a plataforma electrónica e apurar se este erro ou omissão
já tinha sido detectado anteriormente, independentemente de ter sido o adjudicatário ou qualquer
outro interessado, tenha este concorrido ou não e as razões para ter sido rejeitado. (José
Antunes, 2009)
No caso de já ter sido detectado na fase de formação do contrato, cabe ao Dono da Obra
verificar e decidir se aceita ou não que se trata efectivamente dum erro ou omissão, ou seja, se
ordena ou não a execução dos trabalhos conforme projectado ou se suspende os trabalhos e
pede a elaboração de outro projecto.
39
Quando os trabalhos de erros e omissões prejudicam o normal desenvolvimento do plano de
trabalhos, o CCP estipula, nos termos do art. 376.º nº 6, que o empreiteiro pode propor ao Dono
da Obra as modificações que se destinam a conciliar o plano em vigor com os trabalhos de erros
e omissões ordenados.
Ainda segundo o nº 6 do mesmo artigo, o Dono da Obra deve pronunciar-se sobre o plano de
trabalhos modificado e comunicar a sua posição ao empreiteiro até 15 dias após a participação
da proposta do empreiteiro, equivalendo o silêncio a aceitação.
De acordo com o nº 5 do mesmo artigo, o Dono da Obra deve justificar a razão pela qual agora
considera essencial à conclusão da obra os trabalhos que, apesar de terem sido detectados na
fase de formação do contrato, este não tenha aceite nesta fase e deve fazer constar esse facto
no relatório final da obra.
Segundo o art. 377.º nº 2 do CCP, a execução deste tipo de trabalho pode dar lugar a
prorrogação do prazo de execução da obra e nos termos do art. 378.º nº 1 do mesmo código, o
preço atribuído a estes trabalhos corre inteiramente por conta do Dono da Obra, bem como todos
os custos indirectos associados.
Se estes erros e omissões forem aceites pela entidade adjudicante, como não detectáveis na
fase de formação do contrato, serão pagos na totalidade pelo Dono da Obra, com direito a
prorrogação de prazo e alteração do plano de trabalhos.
No caso destes erros e omissões serem tidos como detectáveis, mas não tenham sido
detectados na fase de formação de contrato, estamos perante a situação a.
Segundo José Antunes (2009), o prazo para identificar estes erros e omissões junto do Dono de
Obra é de 30 dias a contar da data em que seria exigível tal detecção, sob pena desta
responsabilidade pelo custo ser transferida para o empreiteiro.
Este tipo de erros e omissões não deriva duma deficiência do caderno de encargos ou do
projecto (pelo menos detectável), mas de condições específicas encontradas durante o
40
desenvolvimento dos trabalhos, que se vêem a revelar convenientes, necessários ou
imprescindíveis.
Segundo José Antunes (2009), se for o empreiteiro a identificar o erro ou omissão, este terá de,
no prazo de 30 dias a contar da data em que era exigível a sua detecção, comunicá-lo ao Dono
da Obra sob pena de responsabilidade pelo seu custo vir a ser da sua conta.
Este prazo justifica-se pelo facto de, se este erro ou omissão, detectado pelo empreiteiro,
implicar alteração de projecto, o Dono da Obra poderá reformular o projecto a tempo de não ter
de alterar o plano de trabalhos, não sendo necessário suspender os trabalhos.
De acordo com o art. 373.º do CCP, as regras de atribuição de preço e prazo dos trabalhos de
suprimento de erros e omissões são as mesmas regras impostas para os trabalhos a mais.
Nos termos do art. 376.º nº 1 e 2 do CCP, o empreiteiro tem a obrigação de executar todos os
trabalhos de erros e omissões que lhe sejam ordenados por escrito pelo Dono da Obra. Para tal,
o Dono da Obra deve entregar ao empreiteiro todos os elementos necessários para esse efeito,
excepto quando o empreiteiro tenha a obrigação pré-contratual ou contratual de elaborar o
programa ou o projecto de execução.
Tal como acontece para os trabalhos a mais, é obrigatório a compilação de toda a informação
dos trabalhos de erros e omissões e a sua posterior publicitação na plataforma electrónica de
contratação, sendo este procedimento obrigatório para efeitos de pagamentos. De igual modo,
sugere-se que todas as informações escritas relativas aos trabalhos de erros e omissões sejam
compiladas num processo designado de processo de trabalhos adicionais, correspondendo a
cada ordem escrita de execução de trabalhos de erros e omissões, um adicional.
Nos termos do art. 376.º nº 8 do CCP caso o somatório do preço atribuído aos trabalhos de erros
e omissões com o preço de anteriores trabalhos de erros e omissões e de anteriores trabalhos a
mais exceda 50 % do preço contratual, estes trabalhos devem ser objecto de contrato celebrado
na sequência de novo procedimento.
Para se proceder à valorização dos trabalhos de erros e omissões realizados, o Dono da Obra,
em conjunto com o empreiteiro, realiza a vistoria e medição dos trabalhos de suprimento de erros
e omissões e posto isso, o Dono da Obra procede ao preenchimento do mapa de medições dos
trabalhos indicados para efeitos de pagamento.
41
3.3.1.4. Rotina de Gestão de Revisão de Preços
Cálculo da Revisão
Publicação de Preços
dos Índices
Ao longo das últimas décadas, a revisão de preços das empreitadas de obras públicas tem
constituído uma garantia essencial de confiança entre as partes do contrato, permitindo-lhes
formular e analisar propostas baseadas nas condições existentes à data do concurso, remetendo
para a figura da revisão a compensação a que houver lugar em função da variação dos custos de
mão-de-obra, dos materiais e dos equipamentos de apoio de acordo com as regras definidas na
regulamentação específica. Deste modo, a revisão de preços foi considerada para que o
empreiteiro no fim da obra, não obtenha prejuízo ou lucro excessivo por considerar estimativas
de custo diferentes das reais.
O art. 382.º nº 1 e 2 do CCP prevê que o preço das empreitadas de obras seja revisto quando tal
seja previsto no contrato, nomeadamente o método de cálculo e a periodicidade. O Decreto-Lei
nº6/2004 de 6 de Janeiro estabelece o regime de revisão de preços das empreitadas de obras
públicas e de obras particulares e de aquisição de bens e serviços.
• Fórmula polinomial;
• Garantia de custos;
• Fórmula e garantia de custos.
42
Nos termos do art. 6.º nº 1 e 2 do Decreto-Lei nº 6/2004, as cláusulas de revisão de preços
poderão estabelecer que esta se efectue mediante a adaptação da seguinte fórmula geral à
estrutura de custos e à natureza e volume dos trabalhos:
t a ∑ bi c d
(1)
a ∑ bi c d 1 (2)
Na qual:
Os índices de mão-de-obra, dos materiais e dos equipamentos de apoio, são estabelecidos com
base em elementos estatísticos recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística e tratados pela
Comissão de Índices e Fórmulas de Empreitadas, uma comissão especializada do Conselho de
Instituto da Construção e do Imobiliário dependente do Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Habitação.
43
Segundo o art. 15.º nº 1 e 2 do regime de revisão de preços de empreitadas de obras públicas, e
sem prejuízo do que estiver contratualmente estabelecido, o valor da revisão de preços é
calculado pelo Dono da Obra ou pelo empreiteiro com base no plano de pagamentos.
O empreiteiro ou o Dono da Obra tem direito a revisão de preços, nos termos do art. 9.º deste
regime, quando |ct-1|> 1%, isto é, 1,01≤ ct-1 ≤ 0.99.
Nos contratos em que se prevêem situações de trabalhos mensais e a revisão é feita por fórmula,
aplicam-se os indicadores económicos de cada mês à parcela dos trabalhos realizada em cada
mês respectivo, de acordo com o plano de pagamentos em vigor.
De acordo com o art. 13º nº 1, 2 e 3 e o art. 14º nº 1 deste regime, se for concedido prorrogação
do prazo por facto não imputável ao empreiteiro, este deverá submeter à aprovação do Dono da
Obra novo plano de trabalhos e correspondente plano de pagamentos ajustado à situação que
servirá de base ao cálculo da revisão de preços dos trabalhos por executar.
Neste caso, nos termos do art. 14º nº 2 deste regime, o coeficiente de actualização global a
considerar no cálculo do valor da revisão de preços será:
No que diz respeito à revisão de preços de trabalhos a mais e a menos, o art. 11.º nº 1 e 2 e o
art. 12.º nº 1 do regime de revisão de preços de empreitadas de obras públicas estabelecem que:
44
3.3.2. Rotina de Facturação e Pagamentos
Auto de Vistoria e
Factura e
Medição de
Assinaturas Garantia
Trabalhos /
Bancária
Revisão de Preços
Cabimentação, Lançamento e
Verificação da
Pagamento e Operações de
Factura
Recolha do Recibo Tesouraria
Das rotinas de gestão de trabalhos anteriores obtém-se o mapa de medições mensais de todos
os trabalhos executados. De acordo com o art. 389.º nº 1 do CCP, o Dono da Obra deve
elaborar, no prazo de 10 dias após a medição dos trabalhos realizados, uma conta corrente
especificando as quantidades de trabalho apuradas e respectivos preços unitários, o valor dos
trabalhos realizados, os descontos a efectuar, o reembolso de adiantamentos concedidos ao
empreiteiro e o saldo a pagar ao empreiteiro.
Cabe também ao Dono da Obra elaborar os autos de vistoria e medição dos trabalhos
acompanhados pelos mapas de situação de trabalhos.
45
Quando o auto de vistoria e medição está fechado, este é produzido em triplicado e deverá ser
assinado pelos representantes do empreiteiro, fiscalização e eventualmente pelo representante
do Dono da Obra, ficando uma cópia com cada um dos intervenientes.
O valor dos trabalhos realizados é obtido, segundo Alves Dias (2008), de acordo com a seguinte
expressão:
(3)
Vtr % Qri ' Pui
Onde:
O valor da revisão de preços representa o aumento ou redução verificado no valor dos trabalhos
realizados, quando há lugar a alteração das circunstâncias em que a obra foi contratada. Este
valor é obtido, segundo Alves Dias (2008), de acordo com a seguinte expressão:
Vr Vt ' *Ct , 1-
(4)
Onde:
Ct – coeficiente de actualização.
Descontos:
Reforço da Caução:
46
Segundo o art. 353.º nº 1 do CCP, o reforço da caução existe para garantir o exacto e pontual
cumprimento das obrigações contratuais. Deste modo, às importâncias que o empreiteiro tiver a
receber em cada um dos pagamentos parciais previstos, é deduzido o montante correspondente
a 5% desse pagamento sobre os trabalhos previstos e 10% sobre os trabalhos a mais e revisão
de preços, excepto se o contrato fixar percentagem inferior ou dispensar tal dedução.
O nº 2 do mesmo artigo define que essa dedução pode ser substituída por títulos emitidos ou
garantidos pelo estado, por garantia bancária ou por seguro-caução nos mesmos termos
estabelecidos para a caução.
Segundo o CCP esta situação deixou de ser obrigatória, porém, como a obra do caso de estudo
foi regida pelo Decreto-Lei nº 59/99 de 2 de Março, achou-se por bem continuar a fazer
referência visto que este desconto foi aplicado a esta obra e como tal surge nas folhas de cálculo
do modelo.
Segurança Social:
Nos termos do art. 55.º alínea d) do CCP, não podem ser candidatos, concorrentes ou integrar
qualquer agrupamento, as entidades que não tenham a sua situação regularizada relativamente
a contribuições para a segurança social em Portugal ou, se for o caso, no Estado de que sejam
nacionais ou no qual se situe o seu estabelecimento principal.
O artigo 292.º nº 1 alínea a) do CCP informa que, o Dono da Obra pode efectuar adiantamentos
de preço por conta de prestações a realizar ou de actos preparatórios ou acessórios das mesmas
se o valor dos adiantamentos não for superior a 30% do preço contratual e o empreiteiro entregar
caução de valor igual ou superior aos adiantamentos efectuados.
47
O reembolso do adiantamento é feito á medida que forem prestados ou entregues os bens ou
serviços correspondentes ao pagamento adiantado que tenha sido efectuado pelo Dono da Obra.
Segundo Alves Dias (2008), para determinar o reembolso do adiantamento, poder-se-á utilizar a
seguinte expressão, seja qual for a situação dos trabalhos da obra em relação ao plano de
trabalhos aprovado:
Va
Vri ' Vpi (5)
Vt
Onde:
Va – valor do adiantamento;
Valor do IVA:
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) é um imposto aplicado em Portugal que incide sobre
a despesa ou consumo e tributa o “valor acrescentado” das transacções efectuadas pelo
contribuinte. Numa obra, o valor correspondente ao IVA resulta da aplicação da taxa legal em
vigor ao valor total dos trabalhos a executar. Esta taxa é actualmente de 20%, havendo no
entanto casos em que se aplica a taxa reduzida de 5%, como, por exemplo, nas empreitadas
executadas pelas autarquias locais e cooperativas de habitação. Para as Regiões autónomas a
taxa normal de imposto é de 14%, existindo também taxas reduzidas de imposto de 4%.
Para determinar o valor do IVA que o Dono da Obra deverá pagar ao Estado sobre os trabalhos
realizados e revisão de preços, poder-se-á utilizar as seguintes expressões respectivamente:
48
V678 T678 ' *Vtr , Vri-
(7)
O valor líquido do auto (Vl) é o valor que o Dono da Obra terá de pagar ao empreiteiro e é obtido
através da seguinte expressão:
V: Vt , Vd IVA (9)
Depois da aprovação do auto e respectiva conta corrente, o empreiteiro deve emitir a respectiva
factura, normalmente em triplicado, com a descrição em função das rubricas do auto e entregá-la
ao Dono da Obra. Se o reforço da caução for feito por garantia bancária, esta deve acompanhar
a factura para que seja efectuado o pagamento.
O Dono da Obra deve conferir os valores da factura face ao auto respectivo e os valores da
garantia bancária e arquivar a cópia dos processos correspondentes.
Posto isso, o Dono da Obra deve despachar a factura e a cópia da garantia bancária para os
seus serviços de contabilidade, para que esta possa fazer o lançamento da factura na folha de
caixa da obra respectiva.
Neste sentido, a contabilidade após lançar a factura deve arquivar o original do auto na pasta dos
autos e uma cópia deste na pasta da obra e encaminhar uma outra cópia, a factura e cópia da
garantia bancária à tesouraria para se proceder ao pagamento.
49
O processo de cabimentação da obra deve ser feito logo no acto de lançamento de concurso,
garantindo assim a totalidade do valor da obra e por conseguinte a cabimentação de cada
situação de trabalhos. Posto isso, a tesouraria deve emitir o cheque e providenciar a assinatura
deste pelas pessoas com poderes para o acto, ou efectuar a transferência bancária mediante a
autorização das pessoas competentes para o efeito.
Segundo o art. 299.º nº 1 e 2 do CCP, o pagamento deve ser efectuado no prazo de 30 dias após
a entrega da respectiva factura ou no prazo estipulado pelo contrato, não devendo este exceder
em qualquer caso, 60 dias. O pagamento das revisões de preços, nos termos do art. 17.º do
Decreto-Lei n.º 6/2004, de 6 de Janeiro de 2004, deverá ser efectuado no prazo máximo de 44
dias contados, consoante os casos:
• Das datas dos autos de medição ou das de apresentação dos mapas a que se refere o
art.º391.º nº 1 do CCP, tratando-se de revisões provisórias;
• Das datas da publicação no Diário da República dos indicadores económicos em que se
baseiam, tratando-se de acertos;
• Das datas de apresentação dos cálculos pelo empreiteiro, quando tal esteja previsto no
contrato.
No caso de ainda não serem conhecidos os valores finais dos indicadores económicos a utilizar
na revisão de preços dos trabalhos executados, o Dono da Obra, de acordo com o art. 16.º nº 1
do regime de revisão de preços, deve proceder ao pagamento provisório com base no respectivo
preço previsto no contrato, revisto em função dos últimos indicadores conhecidos.
Nos termos do nº 2 do mesmo artigo, assim que forem publicados os indicadores económicos
respeitantes ao mês de execução dos trabalhos ou do período para tal previsto no plano de
trabalhos, o Dono da Obra deve proceder de imediato ao cálculo definitivo da revisão, pagando
ao empreiteiro ou deduzindo, na situação de trabalhos que se seguir, a diferença apurada.
Segundo o art. 392.º nº 2 e 3 do CCP, quando não forem liquidados todos os trabalhos medidos,
menciona-se o facto mediante nota explicativa inserida na respectiva conta corrente e logo que
sejam resolvidas as reclamações apresentadas pelo empreiteiro, o Dono da Obra deve proceder
à rectificação da conta corrente, liquidando e efectuando o pagamento ao empreiteiro da
importância apurada.
50
Se o pagamento exceder o prazo estipulado no contrato, de acordo com o art. 326.º nº 1 do CCP
e o art. 18.º nº 1 do Regime de Revisão de Preços, o empreiteiro tem direito a juros de mora
sobre o montante em dívida, calculado pela seguinte expressão:
Onde:
t – taxa fixada pela Direcção Geral do Tesouro e Finanças - durante o primeiro semestre
de 2009, esta taxa é de 9,5%, nos termos do aviso nº1261/2009, de 14 de Janeiro
publicado no Diário da República.
Segundo o art. 366.º nº 3 alínea b) do CCP, a falta de pagamento de qualquer quantia devida nos
termos do contrato, desde que tenha ocorrido um mês sobre a data do respectivo vencimento,
permite ao empreiteiro a suspensão do todo ou parte da execução dos trabalhos e, nos termos
do art. 332.º nº 1 alínea c) do mesmo código, caso o atraso seja superior a 6 meses ou quando o
montante em dívida excede 25% do preço contratual, excluindo juros, o empreiteiro tem direito a
rescindir o contrato.
Depois de efectuado o pagamento ao empreiteiro, este deve enviar o recibo à tesouraria para
que esta o verifique e confirme se o valor do recibo corresponde ao valor do pagamento e se a
data do mesmo não é posterior à actual.
Posto isso, a tesouraria tira cópia da factura, do recibo e da cópia da garantia bancária para
arquivo e guarda o original da factura e do recibo e cópia da garantia bancária até que estes
documentos sejam recolhidos pela contabilidade para lançamento do pagamento na folha de
caixa. A contabilidade deve ainda organizar o arquivo de documentos originais de forma a
garantir o acesso imediato aos documentos de suporte dos lançamentos.
51
3.3.3. Rotina de Gestão e Acompanhamento do Progresso da Obra
O Dono da Obra, no que diz respeito ao controlo do planeamento e dos custos de uma
empreitada, deve analisar toda a informação relevante necessária à boa análise do andamento
dos trabalhos e elaborar relatórios mensais ou documentações de ponto de situação sempre que
solicitado.
Deste modo, o Dono da Obra deve promover a implementação de metodologias que permitam,
quer a verificação dos custos, quer o assegurar da detecção atempada de desvios orçamentais e
de prazo, assegurando, a todo o tempo, informação correcta e actualizada da situação financeira
de cada empreitada.
O Dono da Obra poderá recorrer a esta técnica para medir e controlar o progresso da obra que
está a gerir. Para tal, terá de com o auxílio de uma ferramenta de planeamento e gestão de
projectos:
52
• Implementar as medidas aprovadas pelo Dono da Obra com o objectivo de evitar e/ou
recuperar eventuais atrasos;
• Actualizar as estimativas de duração dos trabalhos ainda a realizar, tendo em conta as
durações efectivas já verificadas nos trabalhos realizados;
• Apresentar sistematicamente e periodicamente diagramas PERT/CPM actualizados;
• Controlar os custos da obra;
• Analisar e emitir parecer relativamente a custos decorrentes das alterações de pormenor
apresentadas pelos executores das acções em curso.
Desvios
Indicadores de Indicadores de
Orçamentais e de
Previsão (BAC, desempenho
Prazo e as Suas
EAC, ETC) (SPI, CPI)
Causas
Proposta de
Medidas
Correctivas dos
Desvios
53
3.3.3.1. Plano de Base
Segundo o PMBOK (2004), o Baseline - Plano de Base - é o plano do projecto que contém os
dados originais estimados para as actividades, recursos, afectações e custos. Este plano base é
a ferramenta para se poder controlar o projecto, pois, comparando os dados planeados com os
dados reais da execução do projecto, poder-se-ão identificar potenciais problemas. Assim, após a
conclusão do planeamento e antes da introdução dos dados reais de execução do projecto, é
essencial gravar um plano de base.
Na gestão integrada de prazos e custos há que ter em conta, primeiro que tudo, o planeamento
dos trabalhos em ferramenta de planeamento adequada, fazendo a estimativa de durações e
respectiva alocação de recursos e custos associados. Deverão ser estabelecidos os critérios de
medição, avaliação e indicadores de desvios e em seguida, com o desenvolvimento e execução
da obra, deve-se fazer uma actualização periódica dos custos incorridos, dos proveitos e das
durações de cada actividade, que têm reflexos directos nos indicadores de progresso.
Com base nesses indicadores de estado, de desempenho e de previsão dos custos e prazos
calculados e analisados até ao final da obra podem-se verificar os desvios e propor as
correspondentes medidas e acções correctivas ao projecto e medir consequentes impactos
nesses mesmos indicadores.
O PMBOK (2004) define que a análise do EVM deve medir continuamente o progresso do
projecto em relação a três elementos base:
54
3.3.3.3. Indicadores de Estado
A relação entre PV, EV e AC irá permitir definir indicadores de controlo do projecto que, de
acordo com o PMBOK são os seguintes:
SV = EV – PV ou SV = BCWP-BCWS (12)
Estes indicadores dão uma informação mais directa do estado do projecto e segundo o PMBOK
podem ser os seguintes:
55
• SPI – Schedule Performance Index - Índice de Desempenho Agendado: representa a
razão entre o valor ganho e o valor planeado.
Segundo o PMBOK estes indicadores permitem tomar as necessárias medidas correctivas, para
as situações em que os custos do projecto estejam a exceder o custo orçamentado para o
trabalho realizado.
*
31 , C/- (16)
C31 31
1D
56
• Estimativa Para Concluir - Estimate To Completion (ETC) – representa a estimativa
dos fundos necessários para concluir o que resta do projecto. É um cálculo bastante útil
porque informa o gestor do projecto de quanto dinheiro vai precisar para concluir o
projecto.
31 , C/ (17)
CE1 C31 , 31
1D
Feita a análise do valor acrescentado, elabora-se o relatório e com base neste analisa-se o
estado do projecto e implementam-se as acções preventivas e correctivas ao plano base para
que o progresso do projecto fique em linha com o plano do projecto.
Aquando da realização do modelo, observou-se que não era possível fazer uma análise do valor
acrescentado à obra caso de estudo, pois esta já estava concluída e durante a sua realização
esta técnica não foi implementada, não havendo portanto informação suficiente para a sua
aplicação.
Deste modo, no modelo apenas foi feito o acompanhamento do progresso da obra com base nos
cronogramas financeiros previstos e reais e com base na percentagem de trabalho previsto e real
concluído da obra do caso de estudo. Contudo, achou-se importante manter esta rotina com o
recurso à análise do valor acrescentado, para que futuramente pudesse ser implementada em
outras obras.
57
58
4. Aplicação dos Princípios e da Metodologia Proposta para o Modelo
4.1. Introdução
O modelo proposto procura, dentro das limitações que o emprego de uma folha de cálculo
determina, reduzir ao mínimo a duplicação da informação, sobretudo ao nível da entrada de
dados, contribuindo assim para facilitar a tarefa do utilizador e aumentar a fiabilidade e rapidez
de todo o processo, através da redução da ocorrência de erros.
A construção deste modelo tira, portanto, partido das potencialidades de permuta automática de
dados entre os diferentes ficheiros, sendo possível importar automaticamente a informação
contida num dado ficheiro para um, ou mais, ficheiros.
Deste modo, este funcionamento permite conceber o modelo de uma forma modular,
representando cada tipo diferente de folha de cálculo utilizada, um módulo distinto.
Para definir a estrutura do modelo proposto, houve necessidade de reunir todas as fontes
relevantes de informação documental, ou seja, as entradas de informação a incluir no modelo.
• Programa do procedimento;
• Caderno de encargos;
• Proposta adjudicada;
• As correcções ou os suprimentos dos erros e das omissões do caderno de encargos
expressamente não aceites pelo órgão competente para a decisão de contratar;
• Auto de consignação;
• Plano de Trabalhos.
59
Deste modo, as saídas de informação obtidas, ou seja, a estrutura do modelo proposto, foi a
seguinte:
Uma vez introduzidos todos os valores necessários à construção do modelo, importa salientar
que a análise dos dados fornecidos pelo modelo deve ser feita de uma forma cuidada e com
espírito crítico.
Neste subcapítulo pretende-se fazer a apresentação do modelo proposto, definindo com rigor
todas as folhas de cálculo que o constituem.
60
4.3.1. Folhas de Cálculo do Tipo I: Mapa de Medições
MAPA DE MEDIÇÕES Nº 2
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: 27. 02.06
Elaborada por:
Verificada por:
Folha nº 1 de 1
Parte: Sapatas de fundação
2.1.2
Escavação para abertura de sapatas de
fundação em terreno de qualquer natureza,
incluindo implantação, entivação,
escoramento, bombagem e esgoto de
eventuais águas afluentes, carga,
transporte e espalhamento em vazadouro
dos produtos sobrantes e eventual
indemnização por depósito.
m3 300,24
m3 9,70
m3 39,00
A folha de cálculo do tipo I resulta da informação obtida através de todas as rotinas de gestão de
trabalhos, uma vez que todas elas determinavam a vistoria e medição dos trabalhos realizados e
consequente preenchimento, pelo Dono da Obra, do mapa de medições.
Esta folha de cálculo contém as medições de cada artigo, efectuadas com bastante detalhe, para
permitir a detecção de eventuais erros e omissões.
61
O processo de medição pode demorar vários dias, pelo que, deve ser registado nesta folha de
cálculo:
Depois de preenchida, esta folha de cálculo vai ser fundamental para a importação da informação
para as outras folhas de cálculo do modelo. Deste modo, deverá ter-se especial cuidado na
introdução dos seus dados.
A tabela 4.1 apresenta o aspecto de uma folha de cálculo tipo I preenchida e representa parte do
Mapa de Medições da segunda medição de trabalhos contratuais do caso de estudo, no qual se
procedeu à quantificação do volume de escavação e do volume de betão de limpeza e betão
armado em sapatas de fundação.
As zonas sombreadas ilustram quais os campos que se destinam à entrada de dados pelo
utilizador. Esta convenção será utilizada em todas as folhas de cálculo do modelo proposto. Os
restantes campos não sombreados são calculados a partir dos primeiros ou importam valores
introduzidos em folhas de cálculo de tipo diferente ou constituem títulos que pertencem à própria
configuração da folha de cálculo em questão.
62
4.3.2. Folhas de Cálculo do Tipo II: Mapa de Situação de Trabalhos
Para o controlo rigoroso dos trabalhos realizados deve ser registada a data em que foi efectuada
a alteração ao mapa de situação de trabalhos.
63
MAPA DE SITUAÇÃO DE TRABALHOS Nº 2
Empreitada: Centro Cultural em Santo. António Nordestinho Data: __/__/__
Data do mapa de medições: 27 de Fevereiro de 2006
Auto de medição e vistoria nº 2 referente ao mês de Fevereiro de 2006
A CONSTRUÇÃO CÍVIL
1 ESTALEIRO
1.1
Montagem e desmontagem de estaleiro,
conforme o nº3 do Artº 24º do D.L.
da obra, conforme caderno de encargos. vg 1,00 2.000,00 € 2.000,00 € 0,70 1.400,00 € 70% 0,00 -€ 0% 0,07 1.400,00 € 70% 0,03 600,00 € 30%
2.1
Movimento de Terras
2.1.1
Escavação geral em terreno de qualquer
natureza, incluindo implantação, entivação,
escoramento, bombagem e esgoto de
eventuais águas afluentes, carga, transporte m3 138,45 10,00 € 1.384,50 € 0,00 0,00 € 0% 138,45 1.384,50 € 100% 138,45 1.384,50 € 100% 0,00 0,00 € 0%
e espalhamento em vazadouro dos produtos
sobrantes e eventual indemnização por
depósito.
64
Acumulado Anterior Executado Mensal Executado Acumulado Por Realizar
Preços Preços Valor Valor Valor
Art. Designação dos Trabalhos Unid. Quant. Quant. % Quant. % Quant. % Quant. Valor Total %
Unit. Totais Total Total Total
2.1.2
Escavação para abertura de sapatas de
fundação em terreno de qualquer natureza,
incluindo implantação, entivação,
escoramento, bombagem e esgoto de
eventuais águas afluentes, carga, transporte m3 300,24 4,00 € 1.200,96 € 0,00 0,00 € 0% 300,24 1.200,96 € 100% 300,24 1.200,96 € 100% 0,00 0,00 € 0%
e espalhamento em vazadouro dos produtos
sobrantes e eventual indemnização por
depósito.
2.1.4
Carga e transporte de terras a vazadouro,
m3 138,31 10,00 € 1.383,10 € 0,00 0,00 € 0% 138,31 1.383,10 € 100% 138,31 1.383,10 € 100% 0,00 0,00 € 0%
incluindo todos os trabalhos.
2.2
Betão Armado
2.2.1
Aplicação de betão de limpeza C12/15 com
0,05m de espessura sob sapatas de
m3 13,70 90,00 € 1.233,00 € 0,00 0,00 € 0% 9,70 873,00 € 71% 9,70 873,00 € 71% 4,00 360,00 € 29%
fundação, incluindo todos os trabalhos.
2.2.2
Aplicação de betão C20/25 2a em sapatas
de fundação, incluindo aço A400 NR e m3 173,02 200,00 € 34.604,00 € 0,00 0,00 € 0% 39,00 7.800,00 € 23% 39,00 7.800,00 € 23% 134,02 26.804,00 € 77%
cofragem.
65
4.3.3. Folhas de Cálculo do Tipo III: Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais
Este tipo de folha de cálculo representa o Mapa de Controlo dos Trabalhos a Mais e foi criado
para reunir toda a informação proveniente da Rotina de Gestão de Trabalhos a Mais e a
Menos, desde o momento que estes trabalhos surgem, até à aprovação do Dono da Obra do
valor destes trabalhos.
Para o controlo rigoroso do valor acumulado dos trabalhos a mais, o Dono da Obra deve
registar nesta folha:
• A data em que foi efectuada a alteração ao mapa de controlo dos trabalhos a mais;
• A empreitada a que se refere;
• O empreiteiro adjudicatário;
• O Dono da Obra e em particular a fiscalização;
• O número de identificação atribuído ao trabalho a mais;
• A proposta inicial e final do empreiteiro, fazendo referência ao número do documento
em que foi apresentada a sua proposta, a data e o respectivo valor;
• A referência, a data e o valor dos trabalhos do documento, enviado pela fiscalização ao
Dono da Obra, para a apreciação e aprovação do valor dos trabalhos a mais;
• A aprovação pelo representante do Dono da Obra com poderes para o efeito, indicando
a referência do documento, data, valor aprovado, correspondente percentagem do
valor do contrato;
• Valores acumulados e percentagem acumulada dos trabalhos aprovados em relação
ao valor inicial do contrato;
• O valor do contrato da empreitada.
A tabela 4.3 representa o mapa de controlo de trabalhos a mais, que deu origem ao processo
nº 1 de trabalhos adicionais.
66
MAPA DE CONTROLO DOS TRABALHOS A MAIS
Empreitada: Equipamento cultural de Santo António Data: __/__/__
Adjudicatário:.
Fiscalização:.
Dono de obra:
Valor da empreitada: 755.281,89€
1.2
Execução de caixa de queda/visita,
Informação Informação Informação
em blocos de betão, assentes com
Informação do do da do dono de
argamassa de cimento e areia, 15.12.06 2.000,00 € 2.000,00 € 18.12.06 2.000,00 € 15.01.07 2.000,00 € 0,26
empreiteiro nº2 empreiteiro 15.12.06 fiscalização obra nº
incluindo tampa em betão
nº2 nº 2 222
ligeiramente armado.
67
4.3.4. Folhas de cálculo do tipo IV: Mapa Resumo de Controlo dos
Trabalhos a Mais e a Menos
As folhas de cálculo do tipo IV reúnem a informação proveniente das folhas do tipo III e
resumem-na de forma a integrar todas as situações de trabalhos a mais e a menos na mesma
folha. Além das entradas definidas na folha de cálculo anterior, a folha de cálculo do tipo IV
compreende a coluna “Adicional” que representa o número do processo de trabalhos adicionais
em que cada trabalho a mais foi incluído.
Nesta folha, estão ainda definidos os valores dos vários trabalhos a mais e a menos e as
percentagens. No final da folha de cálculo do tipo IV, é deduzido do valor dos trabalhos a mais
o valor dos trabalhos a menos e adiciona-se a este diferencial o valor contratual para se obter o
novo custo da obra.
A tabela 4.4 representa o mapa resumo de controlo dos trabalhos a mais e a menos de toda a
obra, realizado pelo Dono da Obra. Os trabalhos a mais deveram-se ao terreno pouco
permeável encontrado na execução do poço de infiltração, tendo sido necessário encaminhar
as águas pluviais para a linha de água existente a 290,4 metros. Mais tarde, foi ainda
necessário prolongá-lo. Deste modo, o poço de infiltração não foi executado, tornando-se
assim, num trabalho a menos.
Esta folha de cálculo é, em quase tudo semelhante à folha de cálculo do tipo IV, porém, na
definição do valor atribuído aos trabalhos de erros e omissões, esta distingue os diferentes
tipos de erros e omissões existentes no código de contratação pública, uma vez que este exige
tal distinção devido à atribuição da responsabilidade sobre estes trabalhos.
No caso de estudo do modelo proposto, não se verificaram trabalhos de erros e omissões, pelo
que, a tabela 4.5, que representa o aspecto de uma folha de cálculo do tipo V, não se encontra
preenchida.
68
MAPA RESUMO DE CONTROLO DOS TRABALHOS A MAIS E A MENOS
Empreitada: Equipamento cultural de Santo António Data: __/__/__
Adjudicatário:
Fiscalização:
Dono de obra:
1.1
Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno SN8,
Informação da
acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e
8.421,60 € 1,12% Fiscalização nº 2 de X 1
tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no terreno a
18.12.06
intervir.
1.2 Informação da
Execução de caixa de queda/visita, em blocos de betão, assentes com 2.000,00 € 0,26% Fiscalização nº 2 de X 1
argamassa de cimento e areia, incluindo tampa em betão ligeiramente 18.12.06
armado.
69
Trabalho a Mais Trabalho a Menos
Documentação Aprovação
Art. Trabalho Adicional
Justificativa Dono de Obra
Valor % Valor %
2.1
Execução de tubagem em tubo corrogado, de polipropileno
SN8, acessórios e ligações, com 200 mm de diâmetro
incluindo abertura e tapamento de vala e espalhamento de
Informação da
terras sobrantes no terreno a intervirExecução de tubagem
5.643,40 € 0,75% Fiscalização nº 3 de X 2
em tubo corrogado, de polipropileno SN8, acessórios e
09.05.07
ligações, com 200 mm de diâmetro incluindo abertura e
tapamento de vala e espalhamento de terras sobrantes no
terreno a intervir
2.2
Execução de caixa de queda/vizita, em blocos de betão, Informação da
assentes com argamassa de cimento e areia, incluindo 3.200,00 € 0,4% Fiscalização nº 3 de X 2
tampa em betão ligeiramente armado. 09.05.07
Tabela 4. 4 – Folha de cálculo do tipo IV correspondente ao mapa resumo de controlo de trabalhos a mais e a menos.
70
MAPA RESUMO DE CONTROLO DOS TRABALHOS DE CORRECÇÃO OU SUPRIMENTO DE ERROS E
OMISSÕES
Empreitada: Equipamento cultural de Santo António Data: __/__/__
Adjudicatário:
Fiscalização:
Dono de obra:
a. b. c. d.
Documentação Aprovação
Art. Trabalho Adicional
Valor % Valor % Valor % Valor % Justificativa Dono de Obra
71
a. b. c. d.
Documentação Aprovação Dono
Art. Trabalho Adicional
Valor % Valor % Valor % Valor % Justificativa de Obra
Tabela 4. 5 - Folha de cálculo do tipo V correspondente ao mapa resumo de controlo dos trabalhos de correcção ou suprimento de erros e omissões.
Onde:
a) Erros e omissão que era exigível, que actuando com a diligência necessária, os concorrentes tivessem identificado na fase de formação do contrato,
porém não o fizeram;
b) Erros e omissões identificados pelos concorrentes na fase de formação do contrato, e rejeitados pelo Dono da Obra, mas que efectivamente se
verificam;
c) Erros e omissões já existentes no caderno de encargos, na fase de formação do contrato, mas que, mesmo actuando com a diligência necessária, o
adjudicatário não conseguiria identificá-los nessa fase;
d) Erros e omissões apenas detectáveis durante a fase de execução da obra e que identificados pelo empreiteiro, hajam sido por ele oportunamente
comunicados ao Dono de Obra, no prazo de 30 dias a contar da data da sua detecção.
72
4.3.6. Folhas de Cálculo do Tipo VI: Cálculo do Valor da Revisão de Preços
O plano de pagamentos entregue com a proposta e utilizado para o cálculo do valor da revisão
de preços encontra-se no anexo 3.
O cálculo do valor da revisão de preços é obtido pela multiplicação entre o valor do trabalho
efectuado em cada mês e a respectiva variação do coeficiente de actualização do mês, em
relação à unidade, ou seja, |Ct-1|.
O pagamento é feito de modo a que seja feita a compensação em função da variação dos
custos de mão-de-obra, materiais e equipamentos entre o mês de referência e o mês em que
os trabalhos são executados segundo o plano de pagamentos aprovado e os autos de vistoria
e medição de cada mês.
A tabela 4.6 apresenta o cálculo do valor da revisão de preços dos primeiros sete meses da
obra do caso de estudo. Os valores do plano de pagamentos aprovado foram retirados do
Anexo 3 e os coeficientes de actualização globais dos meses de Janeiro, Fevereiro e Março
foram obtidos através do anexo 4. Para os restantes meses, foi adoptado o coeficiente de
actualização global do mês de Março, o qual foi corrigido quando se conheceram os índices
para estes meses.
Pela observação desta tabela, verifica-se que no final do sétimo mês existe um valor bastante
considerável de trabalhos por realizar, o que pode levar a um prolongamento do prazo de
execução, se o atraso não for compensado.
73
CÁLCULO DO VALOR DA REVISÃO DE PREÇOS
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: 15 / 09/ 06
Adjudicatário:
Fiscalização:
Dono da obra:
Autos de Medição (Valores Valores Previstos de acordo com o Plano de Pagamentos (€)
Valor da Revisão de Preços
realizados, em €) Jan-06 Fev-06 Mar-06 Abr-06 Mai-06 Jun-06 Jul-06
51746,48*(1,014914-1) + (127652,31 -
Abr-06 68.919,64 116.417,20 -€ - € 127.652,31 € - 58.732,67 €
58732,67 -51746,48) * (1,019543-1)
1.107,36 € (*)
Mai-06 40.111,75 156.528,95 -€ - € - € 110.998,18 € - 70.886,43 € (110.998,18 - 70.886,43) * (1,019543-1) 783,90 € (*)
Jun-06 14.466,20 170.995,15 -€ - € - € - € 111.973,76 € - 97.507,56 € (111.973,76 - 97.507,56) * (1,019543-1) 282,71 € (*)
Jul-06 11.340,00 182.335,15 -€ - € - € - € - € 182.250,19 € - 170.910,19 € (182.250,19 - 170.910,19) * (1,019543-1) 221,62 € (*)
Total 3.033,01 €
Coeficiente de actualização em 1,013210 1,014914 1,019543 1,019543 1,019543 1,019543 1,019543 (*) Revisão Provisória, devido ao facto de não serem
cada um dos meses (Ct) conhecidos os Índices do Mês do Auto
74
4.3.7. Folhas de Cálculo do Tipo VII: Conta Corrente
As quantidades e preços dos trabalhos realizados foram importados da folha de cálculo do tipo
II, pelo que esta folha apenas determina os descontos sobre o valor dos trabalhos realizados
para a Caixa Geral de Aposentações, o reforço da caução e o reembolso do adiantamento,
caso haja, e o valor do IVA a deduzir ao valor dos trabalhos realizados.
A tabela 4.7 apresenta o aspecto de uma folha de cálculo do tipo VII, preenchida pelo Dono da
Obra e representa a conta corrente correspondente à segunda medição dos trabalhos
contratuais. Segundo o art. 389.º nº 2 do CCP, o empreiteiro deverá verificar e assinar esta
conta corrente, ficando um duplicado na posse deste.
Relativamente à revisão de preços e aos trabalhos adicionais, estes também são alvo de
elaboração de conta corrente. No anexo 5 e 6 respectivamente, encontram-se representados
um exemplo de cada uma destas folhas de cálculo, e a informação para a realização destas
folhas foi importada das folhas do tipo VI e IV, respectivamente.
75
CONTA CORRENTE
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: __/__/__
Data de medição dos trabalhos: 27 de Fevereiro de 2006
Auto de medição e vistoria nº 2 referente ao mês de Fevereiro de 2006
a) Trabalhos Realizados
2 Estrutura de Betão Armado
Tabela 4. 7– Folha de cálculo do tipo VII correspondente à conta corrente da segunda medição
dos trabalhos.
76
4.3.8. Folhas de Cálculo do Tipo VIII: Auto de Vistoria e Medição de
Trabalhos
A folha de cálculo do tipo VIII representa o Auto de Vistoria e Medição dos Trabalhos, e a
metodologia aplicada para a realização desta folha advém da Rotina de Facturação e
Pagamentos.
A elaboração automática dos autos de vistoria e medição de trabalhos é efectuada com recurso
a uma Macro. Este programa, denominado “Macro 1”, que se apresenta no anexo 7, opera
sobre as folhas de cálculo do tipo VII, anteriormente descritas, fazendo a importação da
informação necessária para este novo tipo de folha de cálculo.
Deste modo, a figura 4.8, apresenta a configuração do auto de vistoria e medição de trabalhos
contratuais nº 2 do contrato inicial correspondente aos trabalhos efectuados no mês de
Fevereiro. Esta folha de cálculo é produzida em triplicado e deve ser sempre acompanhada
pela folha de cálculo do tipo II.
Relativamente aos trabalhos adicionais, estes também são alvo de elaboração de auto de
vistoria e medição de trabalhos. No anexo 8, encontra-se representado um exemplo desta folha
de cálculo.
Este tipo de folha de cálculo é bastante semelhante à folha de cálculo do tipo VIII, porém a
elaboração desta é efectuada com recurso à “Macro 2”, que se apresenta no anexo 9. Esta
Macro opera, de igual modo, sobre as folhas de cálculo do tipo VII, correspondentes à revisão
de preços, anteriormente descritas, fazendo a importação da informação necessária para este
novo tipo de folha de cálculo.
A folha de cálculo do tipo IX, representada na figura 4.9, apresenta a configuração do auto de
revisão de preços nº 1, correspondente ao valor da revisão de preços dos trabalhos contratuais
efectuados nos meses de Janeiro a Julho.
77
AUTO DE VISTORIA E MEDIÇÃO Nº _2_
Situação de trabalhos nº 2 do contrato inicial
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho
Descrição da despesa:
Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____
Aos __31__ dias do mês de __Março__ de __2006__ compareceram no local onde estão a ser
executados os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por
contrato de 30 de Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de
Contas em __/__/__, o Eng.º ___________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º ____________pelo
adjudicatário, a fim de em harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem ao exame e
medição dos trabalhos, tendo verificado que se encontram executadas as quantidades de trabalhos que
constam nas folhas de medição anexas rubricadas pelos intervenientes.
E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo
representante do adjudicatário e responsável pela fiscalização.
VISTO
O representante do O representante do dono da
adjudicatário obra O responsável pela fiscalização
_______________________ ________________________ ________________________
( ) ( ) ( )
Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__
78
AUTO DE REVISÃO DE PREÇOS Nº _1_
(Revisão Provisória)
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho
Descrição da despesa:
Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____
Aos __30__ dias do mês de __Setembro__ de __2006__ compareceram no local onde estão a ser
executados os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por
contrato de 30 de Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de
Contas em __/__/__, o Eng.º __________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º __________ pelo
adjudicatário, a fim de em harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem à determinação
s
do valor da revisão de preços relativo aos autos de medição e vistoria nº _1 a 7_ referentes aos trabalhos
realizados nos meses de _Janeiro a Julho_, tendo verificado que se encontram correctos os cálculos
que constam nos mapas anexos rubricados pelos intervenientes.
Importa na quantia de: Três mil cento e trinta e nove euros e dezassete cêntimos.
E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo
representante do adjudicatário e responsável pela fiscalização.
VISTO
O representante do O representante do dono da
adjudicatário obra O responsável pela fiscalização
_______________________ _________________________ ________________________
( ) ( ) ( )
Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__
79
4.3.10. Folhas de Cálculo do Tipo X: Mapa de Controlo de Facturação e
Descontos
A folha de cálculo do tipo X é uma fonte de informação bastante útil ao nível do controlo da
facturação, dos descontos e do saldo a pagar ao empreiteiro, na medida em que sintetiza todos
os valores e documentos globais do processo.
A figura 4.10 apresenta o Mapa de Controlo de Facturação e Descontos de toda a obra do caso
de estudo. Nela pode-se encontrar:
• “Auto nº”: esta coluna regista o número e a classificação do auto, ou seja, se se trata
de um auto de vistoria e medição de trabalhos previstos ou a mais ou então de um auto
de revisão de preços;
• “Auto mês”: nesta coluna é lançado o mês e o ano em que os trabalhos foram
realizados;
• “Factura nº”: destina-se ao lançamento do número da factura apresentada pelo
empreiteiro;
• “Factura data”: nesta coluna efectua-se o lançamento da data de emissão da factura;
• “Data da entrega da factura”: esta coluna regista a data que o Dono da Obra recebeu
a factura;
• “Valor da factura”: os valores desta coluna correspondem aos valores líquidos dos
autos, ou seja, às importâncias efectivamente recebidas pelo empreiteiro;
Está ainda definido, sobre esta folha, a descriminação dos valores dos trabalhos realizados em
cada mês (sem I.V.A), bem como dos valores da revisão de preços destes trabalhos (sem
I.V.A) os descontos a efectuar e por fim o saldo a pagar ao empreiteiro.
Toda a informação desta folha de cálculo deriva das folhas de cálculo do tipo VII, VIII, IX e da
Rotina de Facturação e Pagamentos.
80
MAPA DE CONTROLO DE FACTURAÇÃO E DESCONTOS
Empreitada: Equipamento cultural de Santo António Data: __/__/__
Adjudicatário:
Fiscalização:.
Dono da obra:
81
TRABALHOS REALIZADOS DESCONTOS
DATA DA
VALOR DA SALDO A
AUTO FACTURAS ENTREGA REVISÃO 5% 10%
FACTURA 0,5% PAGAR AO
DA PREVISTOS A MAIS DE REFORÇO REFORÇO
(C/IVA) C.G.A EMPREITEIRO
Nº Mês Nº Data FACTURA PREÇOS CAUÇÃO * CAUÇÃO*
82
VALOR FACTURADO DOS TRABALHOS PREVISTOS (a): 755.281,89 €
VALOR DA ADJUDICAÇÃO (b): 755.281,89 €
SALDO DE TRABALHOS PREVISTOS (a-b): - €
VALOR DE TRABALHOS A MAIS (c): 17.265,00 €
VALOR DE REVISÃO DE PREÇOS (d): 48.485,82 €
VALOR TOTAL DA OBRA (a+c+d): 821.032,71 €
VALOR PAGO AO EMPREITEIRO (a+c+d+IVA-CGA) 849.768,85 €
83
4.3.11. Folha de Cálculo do Tipo XI: Mapa de Gestão de Tesouraria e
Despesas
Conforme se pode verificar na tabela 4.11, esta folha é constituída por dois blocos. No bloco
designado “Despesa”, os valores constantes das colunas designadas “Descrição”, “Factura nº”,
“Data factura” e “Valor da factura”, são importados da folha de cálculo do tipo IX.
• “Data da entrega da factura”: os valores desta coluna são importados da coluna, com
o mesmo nome, da folha de cálculo do tipo IX;
• “Data limite de pagamento”: nesta coluna é calculada a data limite de pagamento em
função das condições contratuais estabelecidas e da data da entrega da factura;
• “Recibo nº”: esta coluna destina-se ao lançamento do número do recibo que o
empreiteiro apresentou;
• Data de pagamento”: nesta coluna é registada a data que consta no recibo,
correspondente a uma dada factura, enviada pelo empreiteiro. Esta data encerra a
rotina de gestão de facturação e pagamentos.
84
MAPA DE GESTÃO DE TESOURARIA E DESPESAS
Empreitada: Equipamento Cultural de Santo António Data: __/__/__
Adjudicatário:
Fiscalização:
Dono da Obra:
DESPESA CONTROLO
Adiant. - - - - - - -
1 TP 13 31.01.06 1.449,00 € 17.02.06 02.04.06 106 31.08.06
2 TP 66 31.03.06 13.084,01 € 13.04.06 27.05.06 104 31.08.06
3 TP 67 31.03.06 34.626,96 € 13.04.06 27.05.06 105 31.08.06
4 TP 122 30.04.06 71.331,83 € 17.05.06 30.06.06 107 31.08.06
5 TP 132 31.05.06 41.515,66 € 14.06.06 28.07.06 13 31.01.07
6 TP 185 30.06.06 14.972,52 € 11.07.06 24.08.06 13 31.01.07
7 TP 225 31.07.06 11.736,90 € 23.08.06 06.10.06 14 31.01.07
8 TP 332 30.09.06 2.639,25 € 11.10.06 24.11.06 14 31.01.07
9 TP 333 30.09.06 2.615,65 € 11.10.06 24.11.06 14 31.01.07
1 RP 334 30.09.06 3.139,17 € 11.10.06 * 22 31.01.08
10 TP 388 31.10.06 2.587,50 € 10.11.06 24.12.06 64 20.03.07
11 TP 457 30.11.06 2.608,20 € 14.12.06 27.01.07 127 31.07.07
2 RP 18 31.01.07 2.163,11 € 08.02.07 * 25 31.01.08
85
DESPESA CONTROLO
86
4.3.12. Folhas de Cálculo do Tipo XII: Medição do Progresso da Obra
O Dono da Obra tem como objectivo principal ver cumprido o seu programa financeiro no prazo
previsto de conclusão da obra. Contudo, o mais comum é verificarem-se atrasos que se
reflectem sempre sob a forma de custos financeiros directamente associados à obra ou por
perda de ganhos espectáveis.
Os desvios de custo podem ocorrer a nível do planeamento, com todas as consequências que
daí advém ou a nível estritamente financeiro. Em qualquer dos casos, os potenciais desvios
devem ser identificados e analisados de maneira a que possam ser eliminados os factores que
possam estar na sua origem.
Deste modo, a fiscalização deve informar o Dono da Obra, mensalmente, do ritmo dos
trabalhos, dos atrasos verificados no decorrer destes e das causas destes atrasos. Neste
sentido, esta folha de cálculo apresenta o cronograma financeiro previsto e real da obra, em
tabela e gráfico.
A tabela 4.12 e o gráfico 4.1 representam o cronograma financeiro previsto e real dos primeiros
dez meses da obra caso de estudo.
CRONOGRAMAS FINCANCEIROS
Previsto Real
Mês Acum. Previsto % Acumulado Acum. Real % Acumulado
Jan.- 06 41.767,09 € 5,53% 1.400,00 € 0,19%
Fev.- 06 99.244,04 € 13,14% 14.041,56 € 1,86%
Mar.- 06 175.149,87 € 23,19% 47.497,56 € 6,29%
Abr.- 06 227.415,38 € 30,11% 116.417,20 € 15,41%
Mai.- 06 268.512,71 € 35,55% 156.528,95 € 20,72%
Jun.- 06 353.255,34 € 46,77% 170.995,15 € 22,64%
Jul.- 06 452.272,80 € 59,88% 182.335,15 € 24,14%
Ago.- 06 462.626,68 € 61,25% 184.885,15 € 24,48%
Set.- 06 578.214,81 € 76,56% 187.412,35 € 24,81%
Out.- 06 690.978,40 € 91,49% 189.912,35 € 25,14%
Nov.- 06 729.442,25 € 96,58%
Dez.- 06 755.281,89 € 100,00%
87
Evolução do Cronograma Financeiro
antes da 1ª Prorrogação
800.000,00 €
Valores Acumulados
700.000,00 €
600.000,00 €
500.000,00 €
400.000,00 €
300.000,00 €
200.000,00 € Acum. Previsto
100.000,00 €
- € Acum. Real
Meses
Através da análise do gráfico 4.1 pode-se concluir que a empreitada encontra-se com um
atraso bastante significativo.
Tal situação resultou, em grande parte, da falta de esclarecimentos a prestar pelo projectista,
causando os assuntos pendentes que se enumeram em seguida:
Posto isso, a fiscalização informou ao Dono da Obra que não era possível assegurar um bom
ritmo de trabalhos, uma vez que grande parte dos trabalhos estava dependente dos elementos
em falta.
Neste contexto e afim da situação não se agravar, a fiscalização solicitou ao Dono da Obra que
tomasse as diligências que entendesse por bem para a solução do problema, visto que o prazo
de execução da obra terminava dentro de dois meses. Um mês depois foi pedida a primeira
prorrogação do prazo.
88
5. Conclusões
5.1. Introdução
A obra escolhida para o desenvolvimento e implementação do modelo proposto foi regida pelo
Decreto-Lei nº 59/99, porém, este facto teve pouca relevância pois grande parte das situações
relativas ao controlo de custos desta obra não apresentaram diferenças significativas
comparativamente com as novas regras do Decreto-Lei nº 18/2008 e do Decreto Legislativo
Regional nº 34/2008/A.
O que se prendia com a presente tese de mestrado era fazer o levantamento das técnicas e
leis mais recentes relacionadas com o tema do controlo de custos de uma obra pública, do
ponto de vista do Dono da Obra. Era também objectivo deste estudo servir a maioria dos
Donos da Obra no controlo de custos na fase de realização de uma obra, com um modelo de
simples aplicação, válido e eficiente.
Através da bibliografia existente sobre o tema em estudo, foi possível analisar e aprofundar
temas de elevada importância para a formação da metodologia proposta para o modelo.
Conjuntamente com a bibliografia, o apoio dado por alguns dos intervenientes na obra, na
partilha e acesso à informação desta, permitiu que os objectivos da dissertação fossem
alcançados.
89
5.3. Limitações da Investigação
Num trabalho desta natureza e apesar de os resultados terem sido bastante positivos, existem
sempre algumas limitações.
O facto de a obra já ter terminado aquando da sua análise não permitiu fazer o seu
acompanhamento real de forma contínua. Por este motivo, também não foi possível
implementar no modelo proposto a metodologia relativa á análise do valor acrescentado, uma
vez que durante a execução da obra esta técnica não foi implementada, não havendo portanto
informação suficiente para a inserir no modelo.
Além disso, convém realçar que este modelo é aplicado a uma obra realizada por concurso
público nos Açores, sendo necessário fazer alguns ajustamentos à metodologia proposta, caso
o procedimento e o local tivessem sido outros.
O que se fornece com o presente trabalho é, não só a explicação de todo o modelo, como
também a informação necessária ao Dono da Obra para um eficaz controlo de custos de uma
empreitada posta a concurso público pelo novo regime de contratação pública.
Deste modo, o modelo apresentado apoia a maioria dos Donos da Obra actuais e apesar de
existirem diversos programas, desenvolvidos para esse efeito, este modelo reúne e sistematiza
a informação que estes necessitam.
90
6. Referências Bibliográficas
ANTUNES, JOSÉ M.O., “Código dos contratos públicos – regime de erros e omissões”, 1ª
edição, Almedina, Coimbra, 2009;
FLÔR, ANTÓNIO et al., “Manual prático de gestão da construção”, 21ª edição, Verlag dashofer,
Lisboa, 2008;
SILVA, MÁRCIO, “Microsoft Office Project 2007”- depressa e bem, FCA – editora de
informática, Lisboa, 2007;
RODRIGUES, PEDRO C., “Curso prático de gestão e direcção de obras”, Verlag dashofer,
Lisboa, Março 2009;
Sites da Internet
www.inci.pt/SiteCollectionDocuments/Apresentação_Roadshow_total_20080318.ppt acedido a
20/01/2009;
91
Legislação
92
ANEXOS
93
94
ANEXO 1 – Resumo da Proposta Adjudicada
GRUPO
DESIGNAÇÃO PREÇOS TOTAIS
95
ANEXO 2 – Proposta de Preço dos Trabalhos a Mais Correspondentes ao
Primeiro Adicional
Preço
Art. Designação dos Trabalhos Unid. Quantidade Total
Unitário
1.1
Execução de tubagem em tubo corrogado, de
polipropileno SN8, acessórios e ligações, com ml 29,00 € 290,40 8.421,60 €
200 mm de diâmetro incluindo abertura e
tapamento de vala e espalhamento de terras
sobrantes no terreno a intervir
1.2
Execução de caixa de queda/visita, em blocos de
betão, assentes com argamassa de cimento e un 400,00 € 5,00 2.000,00 €
areia, incluindo tampa em betão ligeiramente
armado.
96
ANEXO 4 – Cálculo dos Coeficientes de Actualização Globais
97
ANEXO 5 – Conta Corrente Correspondente à Revisão de Preços nº 1
CONTA CORRENTE
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho Data: __/__/__
Data do cálculo da revisão de preços: 15 de Setembro de 2006
Auto de revisão de preços nº 1 referente aos meses de Janeiro a Julho
98
ANEXO 6- Conta Corrente Correspondente à Primeira Medição dos
Trabalhos a Mais
CONTA CORRENTE
Empreitada: Centro Cultural em Santo António Nordestinho
Data do mapa de medições: 31 de Outubro de 2007
Auto de medição e vistoria de trabalhos a mais nº 1 referente ao mês de Outubro de 2007
Valor dos
Art. Designação Quant. Unid. Preço Unitário Trab.
Realizados
a) Trabalhos Realizados
b) Trabalhos a Menos
99
ANEXO 7 – Macro 1
Macro1
'
' Atalho por teclado: Ctrl+d
'
Range("F18:I18").Select
Sheets("Conta RP").Select
Range("C7:F7").Select
Selection.Copy
Sheets("RP 1").Select
ActiveSheet.Paste
Range("G20:I20").Select
Application.CutCopyMode = False
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-1]"
Range("G21:I21").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-11]C[-1]"
Range("G23:I23").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-1]"
Range("I25").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"
Range("I26").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-3]"
Range("I27").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"
Range("I28").Select
End Sub
100
ANEXO 8 – Auto de Vistoria e Medições de Trabalhos a Mais
AUTO DE VISTORIA E MEDIÇÃO Nº _1_
Situação de trabalhos do 1º termo adicional do contrato
Empreitada: Centro Cultural de Santo António Nordestinho
Descrição da despesa:
Cap._____ Div. _____ Subdiv _____ Classif. Económica: _____
Aos __31__ dias do mês de __Outubro__ de __2007__ compareceram no local onde estão a ser executados
os trabalhos que constituem a empreitada em epígrafe, adjudicada a __________, Lda. por contrato de 30 de
Dezembro de 2005, na importância de 755.281,89 € mais I.V.A, visado pelo Tribunal de Contas em __/__/__,
o Eng.º __________, responsável pela fiscalização, e o Eng.º __________ pelo adjudicatário, a fim de em
harmonia com o contrato e o caderno de encargos, procederem ao exame e medição dos trabalhos, tendo
verificado que se encontram executadas as quantidades de trabalhos que constam nas folhas de medição
anexas rubricadas pelos intervenientes.
Importa na quantia de: Oito mil setecentos e dezasseis euros e trinta e seis cêntimos
E nada mais havendo a tratar se lavrou o presente auto que depois de lido e julgado vai ser assinado pelo representante do
adjudicatário e responsável pela fiscalização.
VISTO
O representante do adjudicatário O representante do dono da obra O responsável pela fiscalização
_________________________ ___________________________ ________________________
( ) ( ) ( )
Data: __/__/__ Data: __/__/__ Data: __/__/__
101
ANEXO 9 – Macro 2
Macro2
'
' Atalho por teclado: Ctrl+d
'
Range("F18:I18").Select
Sheets("Conta RP").Select
Range("C7:F7").Select
Selection.Copy
Sheets("RP 1").Select
ActiveSheet.Paste
Range("G20:I20").Select
Application.CutCopyMode = False
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-1]"
Range("G21:I21").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-11]C[-1]"
Range("G23:I23").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-1]"
Range("I25").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"
Range("I26").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-9]C[-3]"
Range("I27").Select
ActiveCell.FormulaR1C1 = "='Conta RP'!R[-12]C[-3]"
Range("I28").Select
End Sub
102