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NEUROCIÊNCIA

Para manter o equilíbrio


Suzana Herculano-Houzel
Neurocientista, professora da UFRJ, autora do livro "Fique de bem
com o seu cérebro" (editora Sex tante) e do site O C rebro Nosso
de Cada Dia

Por quanto tempo você consegue se equilibrar sobre um pé só? Se


você tem menos de 50 anos, a tarefa deve ser fácil, e você chega a
uns 30 segundos.Entre 50 e 60, talvez você se mantenha em pé por
uns 20 segundos.

Entre os 60 e 70 anos, a média já cai para dez segundos; dos 70


aos 80, diminui para uns quatro segundos. Acima dos 80 anos, a
maioria dos velhinhos simplesmente não consegue.

As causas da perda, com a idade, da capacidade de manter o


equilíbrio são óbvias depois que se atenta para elas, mas suas
conseqüências para a qualidade de vida são sérias e pouco
apreciadas.

A boa notícia é que toda hora é hora para ajudar o corpo a manter o
prumo.

Quem mantém o corpo equilibrado, resistindo à gravidade que


convida ao chão, é o sistema neuromuscular, guiado por três
sentidos: a visão, a propriocepção (o sentido das articulações e dos
músculos) e o equilíbrio.

Ocorre que os três se deterioram com a idade, seja por perda de


células sensoriais ou apenas de acuidade. Como se não bastasse,
o tônus muscular tende a diminuir, o que dificulta o trabalho de
manter o corpo no eixo, e a massa do corpo tende a aumentar com
o acúmulo de gordura e o sedentarismo.

Tudo isso faz com que o corpo se pareça cada vez mais com uma
batata espetada sobre dois palitinhos passivos, cuja tendência
natural é... cair. Daí o tempo cada vez menor que conseguimos nos
manter sobre um pé só (experimente, prestando atenção em todos
os ajustes que seu pé fará para manter o corpo sobre o eixo).
Considere agora que, ao andarmos, passamos 80% do tempo
equilibrando o corpo sobre apenas um dos pés - ora um, ora outro-
e você verá que, com a idade, andar vai se tornando uma tarefa
difícil e perigosa, e os tombos, cada vez mais freqüentes.
Não é à toa que quedas são a segunda maior causa de morte
acidental no mundo. Mas tudo isso é evitável.

Mesmo se a perda sensorial não puder ser evitada, hoje se sabe


que exercícios físicos regulares, sapatos de solas finas,
caminhadas em terrenos irregulares e instáveis como areia fofa ou
cascalho, dança e até mesmo jardinagem ajudam o cérebro a usar
melhor a informação que ainda tem sobre a posição do corpo e a
manter o prumo. Até a simples prática de se equilibrar em um pé só
já melhora o equilíbrio.

Pode soar óbvio, mas, como o cérebro teima em só manter


funcionando o que é de fato usado, já avisei a minha avó:
para continuar conseguindo andar, é preciso
continuar andando...
SUZANA HERCULANO-HOUZEL, Neurocientista, professora da UFRJ, autora
do livro "Fique de bem com o seu cérebro" (editora Sex tante) e do site O C
rebro Nosso de Cada Dia (www.cerebronosso.bio.br)
suzanahh@folhasp.com.br

[...] Exercícios, sapatos de solas finas, dança e até jardinagem


ajudam o corpo a manter o prumo

Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0612200708.htm

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Livros publicados: SHH

 neurocientista: SUZANA HERCULANO-HOUZEL

• Fique de bem com o seu cérebro (2007)


• Por que o bocejo é contagioso? (2007)
• O Cérebro em Transformação (2005)
• Sexo, Drogas, Rock'n'Roll & Chocolate (2003)
• O Cérebro Nosso de Cada Dia (2002)
Fique de bem com seu cérebro

Suzana Herculano-Houzel

Editora Sextante, 2007

208 p., R$ 19,90

Este livro foi escrito para quem deseja alcançar o bem-estar e torná-lo algo cada
vez mais intenso e freqüente em sua vida. Suzana Herculano-Houzel mostra o
melhor caminho para a conquista desse objetivo: ficar de bem com o próprio
cérebro, isto é, cuidar para que ele funcione da melhor maneira possível − sempre.

Aqui você conhecerá uma série de descobertas recentes da neurociência e saberá


de que modo elas podem ajudar você a manter o cérebro saudável. Com um texto
claro e cativante, a autora apresenta uma abordagem prática desse assunto, com
dicas que estimularão você a arregaçar as mangas e se dedicar a obter mais paz e
felicidade no dia-a-dia.

Cada um dos 15 capítulos deste livro contém informações a respeito de um aspecto


relacionado ao bem-estar. Entre outras coisas, você aprenderá que é essencial:

- Cuidar bem da sua saúde física − o cérebro precisa do corpo.

- Identificar e cultivar os seus prazeres − eles são a base do bem-estar.

- Ouvir as suas emoções − elas são imprescindíveis para as boas decisões.

- Sorrir e buscar a felicidade − ela torna o corpo mais saudável.

- Saber a diferença entre tristeza e depressão − para respeitar a primeira e


tratar a segunda.

- Tirar proveito do estresse agudo − é surpreendente, mas ele tem efeitos


benéficos.

- Lidar com a ansiedade − em doses saudáveis, ela é uma benção.

- Fazer as pazes com os remédios − às vezes os medicamentos são realmente


necessários.
- Combater o estresse crônico − um vilão causador de muitos males físicos e
mentais.

- Exercitar-se regularmente − isso pode funcionar como um "exilir da


juventude".

- Dormir bem e bastante − descubra a importância das sonecas para o cérebro.

- Cultivar os relacionamentos − o isolamento é um fator intenso de estresse


social.

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Por que o bocejo é contagioso?

e outras curiosidades da neurociência do cotidiano

Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2007

Há perguntas que nós fazemos todos os dias e, mesmo assim, nunca conseguimos
responder: por que sentimos medo de filmes de terror? Por que suamos frio? Por que
comer chocolate é tão bom? Por que fui contar aquele segredo? O que não desconfiamos
é que as respostas para todas estas questões estão na neurociência.

Em Por que o Bocejo é Contagioso?, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel


responde a 80 dessas perguntas que tanto nos intrigam no cotidiano. Tudo isso de um
modo simples, fácil de entender e, ao mesmo tempo, de acordo com as pesquisas mais
recentes em sua área. A publicação inaugura ainda a série Ciência da Vida Comum,
nova coleção de divulgação científica da Zahar, que apresenta para o leitor as aplicações
da ciência e da tecnologia em nossas vidas cotidianas.

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Cérebro em Transformação
Ed. Objetiva, 2005.

Cabeça de adolescente é um mistério: tédio, paixão, bobeira, ansiedade, e muita, muita


irresponsabilidade. Em O Cérebro em Transformação, da neurocientista Suzana
Herculano Houzel, você vai descobrir que nem só de hormônio vive a adolescência. Na
verdade, tudo o que ocorre entre os 11 e os 18 anos é fruto de uma grande revolução
química e neurológica. Daí as súbitas mudanças de humor, as inúmeras questões, a
insegurança.

Numa abordagem original, Suzana Herculano revela que a adolescência é um período


necessário e desejável da vida. O que acontece então na cabeça do adolescente é muito
mais do que uma simples enxurrada hormonal. Seu comportamento é fruto de um
cérebro adolescente, que passa por uma grande reformulação.

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Sexo, Drogas, Rock'n'Roll... & Chocolate

O Cérebro e os prazeres da vida cotidiana

Vieira & Lent Casa Editorial, Rio de Janeiro, 2003. 2a edição.

O que nos faz querer mais? Por que tudo o que envolve sexo, música, comida e drogas
dá prazer? O que todos os prazeres cotidianos têm em comum? Respostas a essas e
outras perguntas você encontra neste livro, escrito em linguagem acessível e bem-
humorada.
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O Cérebro Nosso de Cada Dia

Descobertas da neurociência sobre a vida cotidiana

Vieira & Lent Casa Editorial, Rio de Janeiro, 2002. 8a edição.

A neurociência é o conjunto de áreas da ciência que se interessam pelo sistema nervoso:


como ele funciona, se desenvolve, evolui, é alterado por substâncias químicas, e como
resultado disso tudo produz a mente e os comportamentos. Neste, que foi o primeiro
livro da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, você descobre como a neurociência
explica vários aspectos da vida cotidiana, da dificuldade de lembrar dos sonhos às
vantagens cognitivas das mães, passando pela razão da falta de originalidade da ficção
científica e pela descoberta intrigante das falsas memórias. Um livro escrito em
linguagem ágil, acessível e bem-humorada, para o leitor não-especialista curioso com o
que traz dentro da própria cabeça.

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