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AZULEJOS

A Matemática e a Arte, por muito que pareça não terem nada em comum ou mesmo estarem em campos
antagónicos, ambos visam a descoberta, a criação e a representação da Verdade e do Belo.
(...) Reflexões, translações e rotações são transformações que não modificam as proporções das figuras,
são transformações de congruência do plano ou do espaço que mantêm as distâncias e os ângulos e
que por isso se chamam isometrias.
(...) Matematicamente, designa-se por deslocamento ou movimento rígido toda a transformação que se
pode obter como a composição duma rotação com uma translação.
(...) Jogando com as simetrias da forma geométrica e do motivo, cópias de um mesmo azulejo podem dar
origem a padrões de parede completamente diferentes, consoante as regras que se usam para a sua
justaposição. Do ponto de vista matemático um motivo é tanto mais interessante quanto maior for a
variedade dos padrões de parede que com ele se pode obter.
(...) Dos artistas contemporâneos, para além do gravador e ilustrador M.C. Escher (1898-1971) que
colaborou com matemáticos na ilustração de conceitos geométricos recentes, Eduardo Nery é um dos
poucos que se dedicou a este jogo na fronteira da matemática e da arte.
Em 1966, Nery criou um azulejo quadrado com um motivo extremamente simples (1971), Centro de
Saúde de Mértola (1981) e na estação da Refer de Contumil, Porto (1992-1993). É nesta última que se
encontra documentada toda a versatilidade do azulejo.
(fig142) que utilizou, com colorações diversas, na decoração de várias obras públicas: Agência de Torres
Vedras do Banco Nacional Ultramarino
Ilda Perez e José Francisco Rodrigues (em “ A matemática e a arte pública de Eduardo Nery”,Azulejaria de Eduardo Nery, edição da EPAL)
A partir de importantes trabalhos de Eduardo Nery e de Querubim Lapa, na área da azulejaria
portuguesa, fez-se um desafio aos alunos do 12º ano, turma 8. Deveriam, então, criar um azulejo,
mostrar frisos e padrões a partir do que tinham visto.
A tarefa foi árdua, pois havia toda uma carga diária (matérias das diferentes disciplinas, testes, etc.). O
programa utilizado foi o Power Point, que nem sempre colaborava.
Mas o homem mede-se perante o obstáculo e, por isso, todos se empenharam e a tarefa concluiu-se.
Se o resultado não é perfeito, fica o empenho, o saber, a interdisciplinaridade que conseguiram agregar
professores e alunos.
E, afinal, “tudo vale a pena se a alma não é pequena”
Teresa Adelaide Vilhena
(Directora de Turma)

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