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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”


Faculdade de Ciências – Campus de Bauru

Licenciatura em Pedagogia

Projeto de Pesquisa

LUCIANA PAVAN RIBEIRO DOS SANTOS

O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DO BULLYING NA SALA DE


AULA

Bauru
2007
2

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA


“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Ciências – Campus de Bauru

Licenciatura em Pedagogia

Projeto de Pesquisa

LUCIANA PAVAN RIBEIRO DOS SANTOS

O PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DO BULLYNG NA SALA DE


AULA

Projeto de pesquisa apresentado como exigência


parcial para a Conclusão do Curso de Pedagogia da
Faculdade de Ciências – UNESP Campus de Bauru
sob a orientação do (a) Prof(a). Dr(a). Vera Lucia
Messias Fialho Capellini

Bauru
2007
3

DEDICATÓRIA

... ao meu querido avô Nelson, que não pode

ver, mas que de alguma forma está vendo a

realização deste sonho!


4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, ao qual sempre me apegarei em todos os


momentos da minha vida.

Ao meu marido Deividy, meu companheiro em todos os momentos, que jamais


permitiu que eu desistisse...

Aos meus pais, pelo amor e dedicação.

À minha irmã Juliana, pela ajuda constante.

Em especial quero agradecer a Chris, a Renata, a Regina, a Vanessa, a


Nathalia, a Célia, a Elaine, a Aline, a Deise e a todos os meus amigos da
faculdade que me ajudaram e me apoiaram quando mais precisei e por
momentos inesquecíveis que compartilhamos...

Ao Wagner, por nunca ter me negado um favor....

A minha amiga e irmã Priscila, por sempre estar ao meu lado, mesmo morando
em outra cidade.

A minha amiga Ana Paula, que desde a nossa infância sempre se fez presente
na minha vida.

A querida professora Vera, que aceitou ser a orientadora do meu trabalho e


com sua calma me incentivou a seguir adiante.
5

Em especial ao meu pequeno filho Denis, que veio trazer mais cor e alegria a
minha vida, que com seu doce sorriso me incentiva a cada dia buscar o melhor.
6

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e


ainda quando for velho não se desviará dele.
(Provérbios, 22,6)
7

RESUMO

SANTOS, L. O papel dos professores frente ao bullying na sala de aula. 2006. 65f.
Trabalho de Conclusão de Curso ( Licenciatura Plena em Pedagogia). Unesp, Bauru.

Este trabalho de conclusão de curso tem o propósito de analisar o papel do professor


frente ao bullying na sala de aula. Tem o objetivo de verificar se os professores
pesquisados previnem e combatem o bullying na sala de aula e também se suas
ações perante os alunos podem ou não ocasionar situações propicias à prática de
bullying. Esta pesquisa mostra que o papel do professor não é somente o de prevenir
e combater o bullying na sala de aula, mas também vem mostrar que as ações dos
professores para com os alunos, ou seja, a maneira de como lidam com eles também
podem gerar o bullying no cotidiano escolar.Os procedimentos metodológicos
utilizados para a pesquisa foram estudos do referencial teórico, observações e
aplicação de questionários à professoras do ensino fundamental, de uma escola
pública estadual localizada na cidade de Bauru, interior do estado de São Paulo. A
analise dos dados foi feita de acordo com o referencial teórico.

Palavras- Chaves: Bullying, papel do professor.


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SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO......................................................................................................09
II OBJETIVOS DA PESQUISA...............................................................................11
1 – Fundamentação teórica
1.1 O bullying...............................................................................................12
1.2 Os envolvidos.........................................................................................14
1.2.1 As vítimas do bullying...............................................................14
1.2.2 O autor de bullying...................................................................15
1.2.3 Testemunhas de bullying..........................................................15
1.3 Bullying entre meninos e meninas.........................................................16
1.4 As conseqüências do bullying................................................................17
2 – O papel do professor.......................................................................................20

3 – Metodologia......................................................................................................27

4- Análise dos dados.............................................................................................30

Considerações Finais.............................................................................................46

Referências Bibliográficas......................................................................................50

ANEXOS.................................................................................................................51
9

I INTRODUÇÃO

Brincadeiras de mal gosto como chamar o colega de baleia, feio, dentuço, ou


seja, brincadeiras que de alguma forma tendem a ofender seus receptores, estão
presentes no cotidiano das salas de aula e a partir do momento em que seus
receptores passam a sofrer as conseqüências oriundas dessas brincadeiras, seja elas
no âmbito afetivo ou na aprendizagem, esta criança se torna mais uma vítima do
bullying. O bullying é considerado toda forma de agressão, seja ela física ou verbal,
sem um motivo aparente, causando em suas vítimas conseqüências que vão desde o
âmbito emocional até conseqüências na aprendizagem (FANTE, 2005).
Essas brincadeiras passaram a ser denominadas de bullying em meados da
década de 90, e o primeiro a relacionar essas brincadeiras ao nome de bullying foi
Dan Olweus, pesquisador e educador da universidade de Bergen, na Noruega. Fez
inúmeras pesquisas com relação as conseqüências que o bullying pode acarretar em
suas vítimas.
A partir de então, várias pesquisas a respeito das causas e conseqüências do
bullying passaram a ser desenvolvida. Os Estados Unidos é um grande pioneiro nas
pesquisas e também na prevenção e combate ao bullying em sus escolas. Uma
grande tragédia, ocorrida no ano de 2001, na qual dois jovens de 15 anos entraram
em uma escola secundária e assassinaram a tiros treze alunos e em seguida se
suicidaram. A polícia descobriu que esses dois alunos eram vítimas de bullying nessa
escola. Esse é um caso em que o bullying gerou uma grave conseqüência. Devido a
este fato, os Estados Unidos mantém uma rigorosa política de prevenção ao bullying.
No Brasil, o bullying passou a ser conhecido e estudado pela ABRAPIA
(Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência) onde
se desenvolveu um projeto em onze escolas na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo
do projeto era conscientizar e prevenir a ocorrência de bullying nas escolas.
Professores e alunos participaram do projeto que obteve resultados positivos.
O título da presente pesquisa é: O papel do professor diante do bullying na sala
de aula, portanto esta pesquisa tem como objetivo estudar o papel do professor, ou
10

seja, sua importância na prevenção e no combate ao bullying no cotidiano escolar e


também tem o objetivo de analisar se as ações, ou seja, as atitudes docentes podem
de alguma forma gerar o bullying na sala de aula.
Serão estudadas portanto as atitudes docentes que previnem e combatem ao
bullying e também as atitudes que podem gerar tal situação.
Com este trabalho de conclusão de curso, pretende-se deixar claro a
importância de o professor conhecer as conseqüências que o bullying pode trazer para
as suas vítimas, para assim prevenir e combater este problema na sala de aula.
Levanta-se com esta pesquisa uma outra questão: Se o professor não tem
conhecimento sobre o que é o bullying e as suas conseqüências, mas convive
diariamente com essas “brincadeiras” em seu cotidiano pedagógico, teria este
professor condições de lidar com o problema de maneira satisfatória para todos?
11

II OBJETIVOS DA PESQUISA

Geral: Estudar o papel do professor na prevenção e no combate ao bullying na


sala de aula.

Específicos:
 Estudar o que é o bullying e suas conseqüências.
 Verificar nas ações das professoras observadas o que fazem para
prevenir e combater o bullying na sala de aula.
 Verificar se ações por parte dos professores podem implicar na
ocorrência de bullying na sala de aula.

Problema: O papel do professor no combate e na prevenção ao bullying na sala


de aula.

Hipótese: A ação do professor pode combater e prevenir o bullying na sala de


aula?
12

CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 O bullyng

Os estudos sobre o bullying se iniciaram com pesquisas do professor Dan


Olweus, da Universidade de Bergen, na Noruega (1978 a 1993) e com a campanha
nacional antibullying nas escolas norueguesas.
No início dos anos 70, Dan Olweus iniciava investigações na escola sobre o
problema dos agressores e suas vítimas, embora não se verificasse um interesse das
instituições sobre o assunto. Já na década de 80, três rapazes entre 10 e 14 anos,
cometeram suicídio. Estes incidentes pareciam ter sido provocados por situações
graves de bullying, despertando, então, a atenção das instituições de ensino para o
problema.
Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84.000 estudantes, 300 a 400
professores e 1.000 pais entre os vários períodos de ensino. Um fator fundamental
para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e ocorrência.
Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados, o procedimento
adotado foi o uso de questionários, o que serviu para fazer a verificação das
características e extensão do bullying, bem como avaliar o impacto das intervenções
que já vinham sendo adotadas.
Nos estudos noruegueses utilizou-se um questionário proposto por Olweus,
consistindo de um total de 25 questões com respostas de múltipla escolha, no qual se
verificava a freqüência, tipos de agressões, locais de maior risco, tipos de agressores
e percepções individuais quanto ao número de agressores (Olweus, 1993a). Este
instrumento destinava-se a apurar as situações de vitimização/agressão segundo o
ponto de vista da própria criança. Ele foi adaptado e utilizado em diversos estudos, em
vários países, inclusive no Brasil, pela ABRAPIA, possibilitando assim, o
estabelecimento de comparações inter-culturais.
Os primeiros resultados sobre o diagnóstico do bullying foram informados por
Olweus (1989) e por Roland (1989), e por eles se verificou que 1 em cada 7
13

estudantes estava envolvido em caso de bullying. Em 1993, Olweus publicou o livro


“Bullying at School” apresentando e discutindo o problema, os resultados de seu
estudo, projetos de intervenção e uma relação de sinais ou sintomas que poderiam
ajudar a identificar possíveis agressores e vítimas. Essa obra deu origem a uma
Campanha Nacional, com o apoio do Governo Norueguês, que reduziu em cerca de
50% os casos de bullying nas escolas. Sua repercussão em outros países, como o
Reino Unido, Canadá e Portugal, incentivou essas nações a desenvolverem suas
próprias ações.
O programa de intervenção proposto por Olweus em meados da década de 90
tinha como características principais desenvolver regras claras contra o bullying nas
escolas, alcançar um envolvimento ativo por parte de professores e pais, aumentar a
conscientização do problema, avançando no sentido de eliminar alguns mitos sobre o
bullying, e prover apoio e proteção para as vítimas. Com o sucesso da Campanha
Nacional Anti-Bullying realizada na Noruega, diversas campanhas e estudos seguiram
o mesmo caminho, dos quais podemos destacar o The DES Shefield Bullying Project–
UK, a Campanha Anti-Bullying nas Escolas Portuguesas e o Programa de Educação
para a Tolerância e Prevenção da Violência na Espanha, entre outros.
O bullying é um problema mundial que vem se disseminando largamente nos
últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado no Brasil.
Define-se como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que
ocorrem sem um motivo evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros,
causando sentimentos negativos como raiva, angustia, sofrimento e em alguns casos
queda do rendimento escolar (FANTE,2005).
Segundo Fante (2005) o bullying escolar se resume em insultos, intimidações,
apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações
injustas, atuações em grupo que hostilizam e ridicularizam a vida de outros alunos,
levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, danos na aprendizagem.
Muitos psicólogos o chamam de violência moral, permitindo diferenciá-lo de
brincadeiras entre iguais, propicio do desenvolvimento de cada um.
A esse respeito, Fante (2005) comenta:
14

O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que


não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica
pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a
mais grave, seja a propriedade de causar traumas ao psiquismo de suas
vítimas e envolvidos. (FANTE, 2005, p.26)

Portanto, o conceito de bullying deve ser compreendido como um


comportamento ligado a agressividade física, verbal ou psicológica, exercida de
maneira continua dentro do ambiente escolar.

1.2 Os envolvidos

No bullying há três formas de envolvimento:Autor, vitima e testemunha e em


todos os casos os envolvidos podem sofrer graves conseqüências no que se diz
respeito a aprendizagem e ao convívio social.
De acordo com Neto (2004), as conseqüências relacionadas ao bullying podem
ser físicas ou emocionais, de curto ou longo prazo, gerando dificuldades na
aprendizagem, dificuldades de convívio social e também problemas emocionais.

1.2.1 As vítimas do bullyng

Normalmente, os alunos que são visados para serem as vítimas são aqueles
que possuem alguma diferença em relação ao grupo, como obesidade, deficiência
física , inteligência acima da media ou dificuldades de aprendizagem.
Segundo Neto (2004), a escola é de grande significância para as crianças e as
que não gostam dela tem a maior probabilidade de apresentar desempenho
insatisfatório, por estes motivos é que a aceitação por parte dos companheiros é
fundamental para um bom desempenho escolar.
As crianças vitimas de bullying podem apresentar as seguintes características
de acordo com uma pesquisa realizada pela ABRAPIA no ano de 2003:
- De uma hora para outra começa a não freqüentar as aulas regularmente.
- Pedem para trocar de classe.
15

- Apresentam manifestações de baixa estima.


- Sofrem queda no rendimento escolar.
Segundo Neto (2004), as vítimas, em sua maioria tem medo de reagir as
agressões, devido a sua baixa estima. O tempo e a regularidade das agressões
contribuem fortemente para o agravamento dos efeitos.

O medo, a tensão e a preocupação com sua imagem podem


comprometer o desenvolvimento acadêmico, além de aumentar a
ansiedade, insegurança e o conceito negativo de si mesmo (FANTE,
2005)

1.2.2 O autor de bullyng

Denomina-se autores de bullying aquelas pessoas que cometem as agressões.


De acordo com Neto (2004), o autor de bullying é tipicamente popular, tende a
envolver-se em uma variedade de comportamentos anti-sociais, pode mostrar-se
agressivo inclusive com os adultos, vê a sua agressividade como uma qualidade.
A pesquisa realizada pela ABRAPIA mostra que 29% dos autores cometem as
agressões por brincadeira sem se darem conta dos danos emocionais que causam
nas vítimas.
De acordo com Fante (2005) o autor de bullying pode manter um pequeno grupo
em torno de si, no qual atuam como auxiliares em suas agressões. Os alunos
identificados como seguidores raramente tomam as iniciativas das agressões. Fazem
isto pelo mero prazer de pertencer ao grupo dominante.

1.2.3 Testemunhas de bullying.

Os alunos denominados testemunhas são aqueles que não estão envolvidos


diretamente nas agressões do bullying, mas que presenciam estes acontecimentos
dentro da sala de aula.
Normalmente, tende a ficarem calados por medo de serem as próximas vítimas.
Neto (2004), faz um comentário a respeito das testemunhas de casos de
bullying na sala de aula:
16

(...) a forma como reagem ao bullying permite classificá-los como


auxiliares (participam da agressão), incentivadores (incentivam e
estimulam o autor), observadores (só observam ou se afastam) ou
defensores (protegem o alvo ou chamam um adulto para interromper).
(NETO. 2004, p.52)

De acordo com Fante (2005), grande parte das testemunhas sente simpatia
pelos alunos alvos do bullying e condena o comportamento dos alunos autores. Em
uma sala de aula em que há casos de bullying a grande maioria são denominados
testemunhas.

1.3 Bulling entre meninos e meninas

Em se tratando de gênero, os casos de meninas envolvidas como autores de


bullying são raros. Entre os autores de bullying há um predomínio do sexo masculino,
já com as vítimas não há essa diferença, pois tanto os meninos quanto as meninas
servem de vítimas para os autores.
Segundo a pesquisadora norte americana Rachel Simmons especializada em
bullying entre meninas é muito mais fácil reconhecer um autor de bullying do sexo
masculino. Segundo Simmons (2001), as garotas são mais discretas quando cometem
as agressões, manifestadas na maioria das vezes em formas de boatos, exclusões,
sussurros, que no entanto magoam e causam conseqüências emocionais assim como
as agressões físicas e verbais. A esse respeito, Neto (2004, p.36) comenta:

O bullying é classificado como direto quando as vitimas são atacadas


diretamente, ou indireto, quando as vitimas estão ausentes. São considerados
bullying direto os apelidos, agressões físicas, ameaças, roubos, ofensas verbais
ou expressões ou gestos que geram mal estar aos alvos. São atos utilizados
com uma freqüência quatro vezes maior entre os meninos. O bullying indireto
compreende atitudes de indiferença, isolamento, difamação e negação aos
desejos, sendo mais adotados pelas meninas.

No entanto, todos os envolvidos podem sofrer conseqüências no âmbito da


aprendizagem e emocional.
17

Obviamente que nem todos os envolvidos reagem da mesma maneira, cabendo ao


professor o papel de perceber em sua sala de aula a ocorrência de bullying, para
assim interferir e não permitir que isso ocorra.

1.4 As conseqüências do bullying

As conseqüências referentes ao bullying são variadas. Ao contrário do que


muitos pensam, não é somente as vítimas do bullying que sofrem as conseqüências.
Os agressores e as testemunhas também podem sofrer as conseqüências tanto no
âmbito emocional quanto na aprendizagem.
De acordo com Fante (2005) as conseqüências relativas ao bullying são
inúmeras, dependendo de como as vítimas recebem as agressões, de como reagem a
seus agressores.
A esse respeito Fante (2005, p.44)) comenta:

As conseqüências para as vítimas desse fenômeno são graves e


abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola,
o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o
absentismo e a evasão escolar

Mas as vítimas do bullying não sofrem conseqüências somente em sua vida


escolar, pois se analisarmos, esses alunos sofrem dificuldades acadêmicas devido a
sua baixa auto-estima, referente a sua saúde emocional abalada. Quem sofre com o
bullying certamente se torna uma pessoa insegura, afirma Neto (2004). Ainda de
acordo com Neto, as vítimas que tem a sua aparência rejeitada, é ofendido pelo seu
tipo físico, conseqüentemente torna-se uma pessoa insegura quanto a sua aparência,
temendo assim freqüentar lugares públicos devido ao seu medo de sofrer rejeição.
Em se tratando de dificuldades emocionais, Marchesi (2006, p.82) afirma:

As dificuldades emocionais dos alunos podem alterar suas relações


sociais com professores e colegas e dificultar seriamente sua
aprendizagem. Entre elas se encontram a percepção da falta de afeto, o
isolamento social, a tristeza prolongada, o sentir-se marginalizado e
maltratado.
18

De acordo com Fante (2005), para os agressores ocorre o distanciamento e a


falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como
forma de obtenção de poder, além da projeção de condutas violentas na vida adulta.
Já as testemunhas de atos de bullying, que abrange a maioria dos alunos, estes
podem sentir-se inseguros e ansiosos, podendo desta forma comprometer o seu
processo socioeducacional.
O bullying trata-se portanto de um fenômeno comportamental, que atinge o ego
de suas vítimas, envolve e vitimiza as crianças, tornando-as reféns da ansiedade e
insegurança e que interfere negativamente nos seus processos de aprendizagem,
devido a excessiva mobilização de emoção, medo, de angústia e raiva reprimida.
De todos os envolvidos com o bullying, os que sofrem as conseqüências mais
marcantes segundo Neto (2004) são as vítimas.
Ainda a esse respeito Marchesi (2006, p.90) comenta:

Os maus tratos entre iguais são uma das condutas violentas que mais
danos causa a determinados alunos, principalmente aqueles que são
maltratados.

Além do que, as vítimas tem um grande medo de denunciar os seus


agressores, por medo de sofrer represália e por vergonha de admitir que está
passando por situações humilhantes na escola.
Segundo a pesquisa realizada pela ABRAPIA no ano de 2003 a maioria das
agressões ocorreram no interior da sala de aula na presença do professor. Com este
dado fica evidente a importância do papel do professor e suas ações perante a sala de
aula. Acreditamos que para se combater ou prevenir o bullying na sala de aula não é
necessário o conhecimento do professor sobre o conceito de bullying, obviamente que
se o professor conhecer o que é o bullying e suas conseqüências tudo será facilitado
para se trabalhar a sua prevenção na sala de aula. O bullying, em um contesto geral
nada mais do que uma forma de desrespeito ao próximo, de não aceitação das
diferenças e cabe ao professor trabalhar esses conceitos com seus alunos e para isso
não é necessário que o professor saiba o que é o bullying.
19

O professor tem o dever de passar para os alunos a importância do respeito


mutuo, do diálogo, da justiça, da solidariedade, assim como trabalhar as diferenças e
os direitos das crianças em sua sala de aula. Concluímos que um ambiente escolar
favorável a todos certamente implicará em um bom desempenho escolar para todos os
alunos.
20

CAPÍTULO 2- O PAPEL DO PROFESSOR

Quando nos referimos a problemas que ocorrem no âmbito escolar, em especial


na sala de aula, fica evidente o papel do professor, ainda mais se este problema
envolver seus alunos e seu desempenho escolar.
O bullying está presente na maioria das salas de aula e casos de agressões
físicas e verbais, como já foi discutido no capítulo anterior, ocorrem nas salas de aula,
muitas vezes na presença do professor. Mas porque essas agressões ocorreram na
presença do professor? O professor simplesmente não interferiu ou sua atitude
perante a sala não bastou para que os alunos entendessem que o respeito deve haver
em um ambiente escolar.
O professor que critica constantemente o seu aluno, o compara com outros, o
ignora, está expondo esse aluno a ser mais uma das vítimas do bullying e de certa
forma está agindo com desrespeito ao espaço pedagógico.

A critica injusta é uma das formas de má comunicação, que provoca


ressentimento, hostilidade e deterioração de desempenho, seja em que
idade for.
(LOBO, 1997, p.91)

Atitudes indiretamente relacionadas ao aluno, também o influenciam, como por


exemplo quando o professor se remete a alguém de forma desrespeitosa. O aluno
que tem a tendência a desrespeitar o próximo certamente se baseará nas atitudes
desse docente.
Não podemos no entanto, atribuir ao professor toda responsabilidade da ocorrência
de bullying na sala de aula. Os alunos podem certamente cometer o bullying sem se
basear nas atitudes do professor. Porém, atitudes do professor para com os alunos,
assim como foi dito anteriormente, podem sim, gerar chances para que estes cometam
bullying na sala de aula.
No entanto, se o professor transmitir aos alunos a importância do respeito e ter
conhecimentos sobre os direitos das crianças, ser o mediador de um ambiente de
21

amizade e companheirismo, interferir de maneira coesa nas chamadas brincadeiras de


mal gosto, casos de bullying poderão não acontecer no interior da sala de aula.
Para que o bullying não aconteça no cotidiano pedagógico é necessário tanto a
participação do professor quanto dos alunos. O professor de um lado tem o dever de
transmitir o papel ético, que envolve a importância do respeito mútuo, do diálogo, da
justiça e da solidariedade e os alunos o papel de entender e cooperar com as ações
do professor.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e
Ética (BRASIL, 1998), pode ser utilizado de maneira positiva pelos professores no que
diz respeito a prevenção do bullying na sala de aula. Traz questões relevantes, que se
o professor souber aplicar em seu cotidiano pedagógico estará contribuindo para que
o ambiente escolar seja um ambiente favorável a aprendizagem para todos os alunos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas
Transversais e Ética (BRASIL, 1998), o professor deverá trabalhar em seu cotidiano
pedagógico os conteúdos de ética, onde se prioriza o convívio escolar. Os conteúdos
foram divididos por blocos, nos quais a seguir serão apresentados um a um em
quadros, para que aja uma melhor compreensão dos seus objetivos e adequação
desses objetivos com os objetivos da pesquisa em si.
Os blocos são os seguintes:
 Respeito Mútuo
 Justiça
 Diálogo
 Solidariedade
22

QUADRO 1

TEMA CONTEÚDOS A SEREM


TRABALHADOS
A diferença entre as pessoas
O respeito a todo ser humano
independente de sua origem social, etnia,
religião, sexo, opinião e cultura.
RESPEITO MÚTUO O respeito às manifestações
culturais, étnicas e religiosas
O respeito mútuo como
condição necessária para o convívio
social democrático: respeito ao outro e
exigência de igual respeito para si.

Ao analisarmos o conteúdo do quadro acima verificamos a importância do


professor articular esses conteúdos em todo o seu cotidiano pedagógico. Ao trabalhar,
por exemplo, a diferença entre as pessoas este certamente estará prevenindo a
ocorrência de bullying em sua sala de aula.

QUADRO 2
TEMA CONTEÚDOS A SEREM
TRABALHADOS
O reconhecimento de situações
em que a equilidade represente justiça.
O reconhecimento de situações
em que a igualdade represente justiça.
A identificação de situações em
que a injustiça se faz presente.
O conhecimento da importância e
da função da constituição brasileira
JUSTIÇA A compreensão da necessidade de
leis que definem direitos e deveres.
O conhecimento dos próprios
direitos de aluno e os respectivos
deveres.
A identificação de formas de ação
23

diante de situações em que os direitos do


aluno não estiveram sendo respeitados.
A atitude de justiça para com todos
as pessoas e respeito aos seus legítimos
direitos.

O professor que articula esses conteúdos em seu cotidiano pedagógico trará


para seus alunos a consciência crítica sobre seus direitos e deveres como alunos e
como cidadãos.

QUADRO 3
TEMA CONTEÚDOS A SEREM
TRABALHADOS
O uso e valorização do dialogo
como instrumento para esclarecer
conflitos.
A coordenação das ações entre os
alunos, mediante o trabalho em grupo.
O ato de escutar o outro, por meio
DIÁLOGO do esforço de compreensão do sentido
preciso da fala do outro.
A formulação de perguntas que
ajudem a referida compreensão.
A expressão clara e precisa de
idéias, opiniões e argumentos, de forma a
ser corretamente compreendido pelas
outras pessoas.
A disposição para ouvir idéias,
opiniões e argumentos alheios e rever
pontos de vista quando necessária.

O diálogo, de acordo com a fundamentação teórica desta presente pesquisa é


uma das formas mais eficazes de se prevenir combater o bullying na sala de aula.
Com o diálogo o professor faz com que os alunos agressores reflitam sobre os
seus maus atos, sobre as conseqüências que suas atitudes podem gerar nos alunos
agredidos.

QUADRO 4
24

TEMA CONTEÚDOS A SEREM


TRABALHADOS
Identificação de situações em que
a solidariedade se faz necessária,
As formas de atuação solidária em
SOLIDARIEDADE situações cotidianas
A resolução de problemas
presentes na comunidade local, por meio
de variadas formas de ajuda mútua;
A sensibilidade e a disposição para
ajudar as outras pessoas, quando isso for
possível e desejável.

Por mais que o professor seja presente e trabalhe com seus alunos o respeito

mútuo, o diálogo, a justiça e a solidariedade, em uma sala de aula, com 28, 30 alunos

é quase que impossível que não aja conflitos entre as crianças. O PCN faz uma

importante reflexão sobre o papel do professor diante de casos de bullying.

(...) deve ser feito um destaque para preconceitos e desrespeito


freqüente entre os alunos: aqueles que estigmatizam deficientes físicos
ou simplesmente os gordos, os feios, os baixinhos etc., em geral
traduzidos por apelidos pejorativos. Nesses casos o professor não deve
admitir tais atitudes (...)

Segue afirmando qual deve ser a atitude docente:

(...) não se trata de punir os alunos, trata- se de explicar-lhes com


clareza o que significa dignidade do ser humano, demonstrar a total
impossibilidade de se deduzir que alguma raça é melhor que a outra,
trata- se de fazer os alunos pensarem e refletirem a respeito de suas
atitudes(...).

Porém, o discurso docente tem de ser coerente com a sua prática pedagógica,
pois de nada adianta passar um ensinamento ético para seus alunos e agir de forma
contrária a esses ensinamentos. De acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética (BRASIL, 1998), as atitudes
25

respeitosas devem partir do professor, pois estas atitudes serão vistas como modelo,
principalmente pelas crianças menores.
O professor sem se dar conta pode gerar casos de bullying na sala de aula pela
maneira que se remete ao aluno. Quando o professor se refere ao aluno tratando-o
como símbolo de incompetência escolar ou quando sacode uma prova com baixa nota
pelas pontas dos dedos perguntando pelo seu autor este está submetendo esse aluno
a ser mais uma vítima do bullying.
Essa atitude citada acima é muito comum no cotidiano escolar, e esse aluno,
autor da prova com nota inferior poderá certamente ser humilhado pelos colegas por
causa de seu mau desempenho. Esse professor, sem se dar conta, abriu brechas para
a ocorrência de bullying na sala de aula.
As atitudes docentes, portanto, mesmo sendo julgadas inofensivas podem
trazer resultados nefastos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos
Temas Transversais e Ética (BRASIL, 1998), a escola pode trabalhar o respeito mútuo
nas suas traduções específicas do convívio escolar, e isso, evidentemente sem
prejuízo de se trabalhar regras gerais de convívio, como por exemplo, não bater no
colega, são insultá-lo, não humilhá-lo.
Faz referencias a humilhação, uma das formas de bullying que mais deixam
marcas negativas em sus vítimas.
Ainda de acordo com os parâmetros, estudos recentes tem mostrado
claramente que os sentimentos de humilhação e vergonha podem acarretar na criança
graves problemas psicológicos. Os professores no entanto devem tomar muito cuidado
para não despertar esses sentimentos em seus alunos.
Professores que costumam fazer zombarias a respeito da capacidade
intelectual do aluno é um exemplo de bullying por parte do professor e outras crianças
ao verem esta atitude no professor, poderão pensar que humilhar é uma atitude
normal de relacionamento.
26

Porém, apenas bons exemplos por parte do professor não são necessários para
educar moralmente os alunos mas certamente é de um grande incentivo para que
esses alunos não cometam atitudes de bullying contra seus colegas de sala.
27

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

A metodologia científica utilizada para o levantamento dos dados contidos no


presente estudo é a Pesquisa Qualitativa, tendo como estudo de caso o seu foco
principal, com o objetivo de analisar as ações das professoras de ensino fundamental
na prevenção do bullying.
Segundo Ludke e André (1986) a pesquisa qualitativa é de abordagem
naturalista, ou seja, a fonte direta dos dados pesquisados é o ambiente natural do
sujeito a ser pesquisado.
O principal instrumento da pesquisa qualitativa é o pesquisador, pois é ele
quem tem o contato direto com a realidade a ser pesquisada.
O trabalho de campo dessa pesquisa foi desenvolvido numa abordagem
qualitativa, tendo o estudo de caso como foco norteador. Neste trabalho, os
instrumentos metodológicos, entrevistas, observação, registro das práticas e falas das
professoras, tiveram o papel de fornecer dados de como o bullying se manifesta na
sala de aula e como é a reação dos professores frente a essa prática, se suas ações
resultam de uma maneira positiva ou negativa na prevenção e combate ao bullying na
sala de aula.
Os dados para essa pesquisa foram obtidos através de observações realizadas
pela pesquisadora e por questionários respondidos pelas professoras participantes .

3.1 A instituição e os sujeitos da pesquisa

O principal objetivo deste estudo é analisar a ação do professor na prevenção


do bullying e se suas ações podem prevenir o bullying ou gerar o mesmo na sala de
aula. Desta forma, a pesquisa foi realizada em 5 salas de aula de 4º série do ensino
fundamental. Foram escolhidas essas salas devido ao fato de que a criança com
idades entre 9 e 11 anos, de acordo com Fante (2005) as manifestações de bullying
são menos presentes, sendo portanto mais fácil de preveni-lo, para que estes não
cometam bullying futuramente.
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A escola escolhida para a pesquisa adota os pressupostos teóricos de autores


como Vygotsky, pretendendo que o desenvolvimento cognitivo do aluno se de pela
interação com o ambiente e com as pessoas com as quais se relacionam.
É uma escola estadual, localizada na região norte da cidade de Bauru, e abriga as
quatro primeiras séries do ensino fundamental. Apresenta uma quadra poliesportiva,
um pátio coberto, dois blocos de salas de aula, num total de 14 salas, 1 consultório
odontológico, i banheiro masculino e 1 feminino, 1 laboratório de ciências, 1 cantina, 1
sala de vídeo equipada com TV, vídeo cassete e DVD, sala do professores, diretoria e
secretaria.
A escola se encontra em ótimo estado, equipada com materiais adequados. As
paredes são pintadas e decoradas com personagens de historias infantis.
São consideradas sujeitos dessa pesquisa 5 professoras atuantes nessa escola,
todas lecionam para a 4º série do ensino fundamental.
As professoras, em ocasião de suas privacidades, serão denominadas nessa
pesquisa por professora A, professora B, professora C, professora D e professora
E respectivamente. A seguir tem-se um quadro com os dados de cada professora
participante.

Professor Tempo de Possui curso Nº de alunos


atuação. superior? atualmente
Professora A 7 anos Sim, pedagogia 29
Professora B 32 anos Em andamento, 31
pedagogia
Professora C 12 anos Sim Pedagogia e 34
Letras
Professora D 3 anos Sim, pedagogia 35
Professora E 1,5 anos Sim, pedagogia 34

3.2 Observação
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A técnica de observação foi muito importante para a realização do presente estudo,


pois através dela pode-se analisar a ação do professor no que diz respeito a
prevenção do bullying e o combate do mesmo, se este já existir na sala de aula.
Também visa verificar se as ações por parte da professora podem gerar casos de
bullying na sala de aula. Antes da realização das observações, a diretora da escola
assinou um pedido de autorização que segue em anexo.
Os dados obtidos com as observações foram todos anotados em um caderno, para
assim facilitar a pesquisadora no momento da análise dos dados.
As observações foram realizadas no período da manhã e no período da tarde.
Durante uma semana a pesquisadora permaneceu na escola no período da manhã
observando três salas de aula alternadamente e na semana seguinte no período da
tarde observando as duas salas de aula alternadamente. As observações foram
realizadas em total de 2 semanas.

3.3 Questionários

Os questionários aplicados têm como objetivo principal saber das professoras


aspectos que envolvem o bullying e como lidam com ele, de forma a combatê-lo e
preveni-lo na sala de aula
O questionário foi elaborado de acordo com o referencial teórico, afim de saber
qual é a ação do professor diante de casos de bullying na sala de aula, qual é a sua
postura com relação ao tema. Juntamente com o questionário, foi entregue para cada
professora participante um texto, no qual tem por objetivo esclarecer o que é bullying.
Os questionários respondidos pelas cinco professoras participantes estão em anexo
no final da pesquisa.
.
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ANÁLISE DOS DADOS

De acordo com os dados coletados e com o que diz respeito as bibliografias


sobre como o bullying se manifesta, foi possível identificar casos de bullying nas
respectivas salas de aula e também foi possível identificar nas ações das professoras
investigadas atitudes que combatem e previnem o bullying, assim como atitudes que
implicam na ocorrência de bullying.
Através dos questionários aplicados as professoras foi possível identificar
atitudes positivas ou negativas com relação ao bullying. Através das observações
realizadas, verificou- se a relação de tais atitudes com a ocorrência de bullying na sala
de aula.
Cada questão contida no questionário será analisada e discutida, foram
transcritas algumas respostas das professoras entrevistadas sem nenhuma correção.

QUESTÃO 1: Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bullying?


Em resposta à essa questão, somente a PROFESSORA E afirmou que em sua
sala de aula não acontece ou aconteceu casos de bullying.
(...) somente brincadeiras comuns às crianças de uma quarta série.
PROFESSORA E.
De acordo com as observações realizadas pela pesquisadora, foi possível
observar que a PROFESSORA E é muito querida pelos alunos, não se mostrando
uma docente autoritária a todo momento mas que porém os alunos a respeitam muito.
Não tem por hábito dar as chamadas broncas, expondo os alunos a situações
constrangedoras, mantendo um clima de dialogo com os mesmos. Durante o tempo de
observação, não foi possível identificar casos de bullying em sua sala de aula,
somente brincadeiras entre as crianças, que se mostraram muito amigas uma das
outras. Evidentemente há casos de indisciplina, aluno não querendo fazer o dever,
porém casos de bullying não foi possível identificar.
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As demais professoras já vivenciaram ou ainda vivenciam casos de bullying em


suas salas de aula.
(...) sim, já aconteceu e quando acontece eu procuro em seguida interferir e
conversar com a classe PROFESSORA A.
Durante o tempo de permanência na sala da PROFESSORA A não foi possível
identificar casos de bullying, somente conflitos entre as crianças, brigas esporádicas
comuns entre as crianças em uma sala de aula, porém a professora se mostrou uma
docente totalmente presente, não permitindo tais brigas, conversando com a classe e
explicando o que é certo e o que é errado. Os alunos tem um grande respeito pela
professora, que raramente se mostrou uma docente autoritária, porém, quando
necessário fala com firmeza aos alunos e eles obedecem logo em seguida.

(...) percebo esses apelidos na minha aula, até vejo que eles não gostam, mas,
pra falar a verdade não me preocupo muito, pois sei que se a gente fala alguma coisa
eles obedecem na hora e depois fazem tudo de novo. PROFESSORA B
De acordo com as observações realizadas pela pesquisadora, pode- se
observar que a PROFESSORA B é uma docente que procura não se envolver muito
com seus alunos, segundo ela, em uma conversa informal com a pesquisadora, disse
não se preocupar muito mais, pois quer se aposentar e só está preocupada em
cumprir o papel de ensinar. Se mostrou uma excelente professora no que se diz
respeito aos conteúdos a serem passados para os alunos, porém se mostrou distante
com respeito a problemas que ocorrem no interior da sala de aula. Durante o tempo de
permanência da pesquisadora na sala de aula, foi possível identificar *casos de
bullying na sala de aula, que segundo as crianças já acontecem há muito tempo. Foi
possível identificar uma situação muito comum nas salas de aula,

RELATO
Um pequeno grupo ofende verbalmente três alunos, que são amigos, por estes
estarem acima do peso e tirarem boas notas. A PROFESSORA B não toma grandes
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atitudes, somente grita e ameaça os alunos agressores, porém, passado um pequeno


espaço de tempo, as ofensas tornam a acontecer. Em nenhum momento fez com que
os alunos refletissem sobre o acontecido.

“Acredito que estão sempre acontecendo, faz parte do desenvolvimento infantil


essas brincadeiras, não há uma sala de aula que não tenham alunos engraçadinhos
fazendo piadas com os colegas, principalmente com os que se comportam diferente,
com os que tiram boas notas, com os gordinhos e os mais aplicados”.PROFESSORA
C
A PROFESSORA C em resposta à essa questão afirmou que esse tipo de
brincadeira, ou seja, o bullying, faz parte do desenvolvimento infantil, ou seja, ela
acredita ser comum as crianças ofenderem umas as outras. Isso mostra que essa
docente não tem o mínimo de conhecimento sobre as conseqüências que o bullying
pode acarretar na vida afetiva e acadêmica dos alunos envolvidos. Durante as
observações em sua sala de aula foi possível identificar casos de bullying e sua única
postura foi pedir de uma maneira autoritária para que os alunos envolvidos parassem
com a brincadeira, na qual voltou a acontecer várias vezes durante a aula. Em
nenhum momento fez com que os alunos refletissem sobre o acontecido.
RELATO
Na sala de aula de PROFESSORA C há um aluno que possui muitas
dificuldades no aprendizado, apesar de estar na 4º série, este aluno possui
dificuldades na escrita, interpretação de exercícios e também nas operações
matemáticas. A PROFESSORA C, além das atividades diárias em sala de aula ( este
aluno não consegue fazer as atividades, seu caderno está praticamente vazio) faz com
que este aluno faça exercícios de alfabetização, cabíveis a uma criança da 2º serie do
ensino fundamental. Todos da sala sabem que este aluno possui dificuldades de
aprendizado, e um grupo composto por 4 meninos caçoam sempre deste aluno,
chamando-o de “burro”, “anta”. O aluno fica muito triste e desestimulado para fazer as
tarefas. A PROFESSORA C somente pede para que os garotos parem com a
brincadeira, sem fazer com que reflitam o certo e o errado de se tratar um amigo de
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sala de aula. A PROFESSORA C tem o hábito de chamar a atenção deste aluno que
possui dificuldades em voz alta, o chamando de preguiçoso, “ não faz a lição por que
não quer”, deixando este ainda mais constrangido perante os colegas.

“Sim, sempre acontecem, tem sempre um grupo de alunos que “ pega pra
Cristo” dois ou três alunos e perturbam os coitados do começo ao fim do ano. Por mais
que tento acabar com essas brincadeiras, elas tornam a acontecer, mas de uma
maneira geral não permito, acabo com elas rapidinho.”.PROFESSORA D
De acordo com as observações realizadas na sala da PROFESSORA D, foi
possível identificar alguns casos de bullying. A PROFESSORA D se mostra muito
exigente com os autores das brincadeiras, pede a todo momento para que eles
encerrem as brincadeiras, se mostra muito presente e procupada com a vitima, mas
em nenhum momento durante as observações a PROFESSORA D fez com que os
autores refletissem sobre o que estavam fazendo, mantendo um diálogo com os
alunos, apenas ordenou que parassem as brincadeiras, e assim fez por muitas e
muitas vezes.
RELATO
Um pequeno grupo de alunos, composto somente por meninos, em qualquer
oportunidade, seja esta quando a professora se ausenta da sala de aula, ou quando
está passando a matéria na lousa, caçoam de uma aluna que está acima do peso,
fazem piadas, riem quando ela se pronuncia. Com as observações foi possível
verificar que esta aluna tem muito medo de se pronunciar por medo de ouvir as piadas
sobre sua pessoa, porém, segundo a PROFESSOA D esta é uma excelente aluna.
Neste caso o bullying não afetou a vida escolar da vítima, porém ela é uma criança
que quase não conversa, tem medo de se pronunciar na sala de aula e quase que
toda a permanência na escola ela se isola e não quer conversar com nenhum outro
aluno, praticamente não possui amigos.
Com a análise dessa primeira questão já é possível ressaltar que o professor
tem um papel fundamental na prevenção e combate ao bullying na sala de aula, pois
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na sala de aula em que a professora se mostra ausente e não interfere nas


brincadeiras maldosas, o bullying está presente.

QUESTÃO 2: Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bullying,


pode trazer conseqüências para os alunos envolvidos?
Todas as professoras de um certo modo acreditam que a ocorrência de bullying
podem gerar algum tipo de conseqüência para suas vítimas, sejam elas psicológicas
ou conseqüências nos estudos, como o mal desempenho escolar.
“Acredito que as crianças que são maltratadas pelos outros alunos, que são
rejeitadas por serem diferentes dos demais podem sofrer conseqüências psicológicas
e em alguns casos podem sofrer conseqüências nos estudos.” PROFESSORA A
De acordo com as respostas obtidas nos questionários e pelas observações
realizadas pela pesquisadora pôde- se constatar que a PROFESSORA A tem a
percepção dos males que o bullying pode gerar nos alunos envolvidos. Como já foi
discutido, em sua sala de aula não pode se observar casos de bullying, apenas
conflitos comuns entre as crianças, o qual ela intervém de maneira eficaz e sem
autoritarismo . Não permite ofensas pessoais de aluno para aluno no interior da sala de
aula, conversando sempre com as crianças, mantendo um bom dialogo com os
alunos, fazendo que estes reflitam sobre os seus atos.

“Podem trazer sim, pois quando acontece a gente percebe que os alunos ficam
tristes, alguns até choram e não querem mais estudar, mas o que adianta a gente
tentar interferir, eles param na hora e depois fazem tudo de novo. É um esforço em
vão que eu parei de fazer.” PROFESSORA B.
Embora a PROFESSORA B tem a consciência dos males que o bullying podem
gerar nos alunos envolvidos e em sua resposta até cita exemplos de como as crianças
atingidas se comportam, ela simplesmente não os corrige,não intervém em nenhum
momento de uma forma eficaz. Isso vem mostrar que o autoritarismo por si só não é
eficaz, pode até ocasionar um certo medo momentâneo nos alunos, porém estes
tornam a repetir as ofensas com os colegas de sala por muitas e muitas vezes.
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“Depende do aluno, se as brincadeiras forem mais pesadas, que ofende o ego,


acredito que as conseqüências podem ser graves, mas se as brincadeiras forem
comuns as crianças acredito que não, faz parte de toda sala de aula”. PROFESSORA
C.
A PROFESSORA C novamente vem afirmar que existem brincadeiras comuns
em todas as salas de aula, como ela não exemplificou, não se pode dizer se está
falando de casos de bullying ou não. Quando disse “ brincadeiras mais pesadas, que
ofende ao ego”, esta se referindo ao bullying, com isso se conclui que ela tem a plena
consciência dos males que o bullying pode gerar em suas vitimas, porém suas atitudes
perante os alunos não retrata essa realidade, pois é uma docente que lida com as
dificuldades no cotidiano escolar de uma forma autoritária, quase não dialoga com
seus alunos, sendo os momentos de conversa com os alunos muito raros.

“Com certeza, pois quando eu era criança eu passei por isso, era muito visada
por ser gordinha, na frente dos meus colegas eu fingia que nem ligava, mas em casa,
no meu quarto eu ficava me olhando no espelho e me sentindo a pessoa mais feia e
gorda do mundo. Mas graças a Deus não carreguei isso comigo por muito tempo, isso
vai de cada pessoa, de cada criação, por isso acredito que as conseqüências variam
de pessoa para pessoa, mas elas existem sim” PROFESSORA D
Como já foi dito anteriormente, a PROFESSORA D se mostra muito
preocupada com a vítima do bullying, conversa com a aluna, pede para que esta não
se importe com as “brincadeiras”, a todo momento ordena o fim das mesmas, porém
em nenhum momento faz com que os autores reflitam sobre suas ações, mantendo
um dialogo com eles, pois quando falamos em autores estamos nos referindo a
crianças de 9 e 10 ano de idade. Em um primeiro instante os alunos a obedecem, pois
esta mantém um bom relacionamento com as crianças. Ela também tem a
consciência de que o bullying pode acarretar conseqüências para as suas vitimas, por
já ter sido uma vitima, e acredita que as conseqüências variam de pessoas para
pessoa, de acordo como a pessoa lida com a situação.
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Certamente, as ofensas pessoais, ainda mais na presença de outras crianças


são marcantes por toda a vida, podendo causar danos psicológicos, como depressão,
isolamento, desinteresse pelos estudos e muitos outros danos que eu não tenho
conhecimento no momento.PROFESSORA E
A PROFESSORA E é mais uma docente que sabe das conseqüências que o
bullying pode acarretar em suas vitimas, mesmo que não entenda muito, ela tem a
consciência de que as conseqüências podem ser graves, tanto no psicológico das
vitimas como nos estudos. Assim como a PROFESSORA A, a PROFESSORA E
mantém um bom dialogo com seus alunos, fazendo com que estes reflitam sobre os
seus atos, dialogando sempre a importância do respeito ao próximo e as diferenças
individuais de cada um.

QUESTÃO 3: Como você acha que deve ser a reação do professor diante de
casos de bullying?
Esta questão refere- se a opinião das docentes com relação a reação diante de
casos de bullying na sala, ou seja, como elas julgam correto agir ao se depararem com
essas situações.

“A reação do professor deve contribuir para que o aluno que cometeu as


ofensas contra o colega não as repita novamente, por isso é muito importante que o
professor tenha o domínio do dialogo com seus alunos, sendo que estes entendam a
importância de se ter uma boa convivência na classe” PROFESSORA A
A PROFESSORA A além de concordar que o professor deve ter uma postura
diante do problema faz uma referência de como deve ser essa postura, falando da
importância do diálogo e ressaltando que o professor não deve somente ter qualquer
postura, a atitude docente tem que contribuir para a reflexão dos alunos envolvidos, de
forma que essas atitudes agressivas não se repitam.
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“O certo é o professor não permitir de forma alguma que essas brincadeiras


aconteçam na classe, mas, durante a minha experiência profissional sempre achei
muito difícil controlar as atitudes dos alunos. A gente fala, mas logo depois eles fazem
tudo de novo.” PROFESSORA B
A PROFESSORA B também concorda que o professor deve tomar uma atitude
com relação a casos de bullying, porém não cita em nenhum momento como deve ser
essa atitude em relação ao problema .
Ainda com relação a atitude docente , de acordo com as observações , a
PROFESSORA B simplesmente repreende o aluno causador da ofensa, dando a
chamada “ bronca” , porém não explica para o aluno o porque foi repreendido.

(...) Se eu vejo que a brincadeira foi longe demais aí sim procuro intervir e fazer
com que ela cesse (...) PROFESSORA C
Em nenhum momento durante as observações foi possível notar uma postura
da PROFESSORA C com relação às “brincadeiras” citadas anteriormente. De uma
maneira autoritária ordena para que os alunos cessem as brincadeiras através de
gritos com os mesmos. Em nenhum momento se mostrou preocupada com os alunos
receptores das ofensas. Simplesmente não queria ter sua aula interrompida pelas tais
brincadeiras, que anteriormente já citou como comum nas salas de aula, na sua
concepção essas “ brincadeiras fazem parte do cotidiano escolar e do
desenvolvimento infantil.

“Acho que o professor tem que se impor diante da classe e não permitir as
brincadeiras que realmente ofendem. Não dá pra evitar todas as brincadeiras, pois
estamos falando de crianças de 9 e 10 anos, mas o professor não pode permitir o
bullying.” PROFESSORA D
A PROFESSORA D realmente tenta de alguma forma prevenir e combater o
bullying na sala de aula, porém ao se exaltar devido as ofensas, ela simplesmente
repreende os alunos causadores e não faz com que estes reflitam sobre os seus atos.
Se mostra preocupada com as vítimas, como foi descrito na Questão 1.
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“O professor tem de ser amigo de seus alunos acima de tudo, conversando com
eles e explicando a importância do respeitar ao próximo para ser respeitado, aceitar a
diferença dos amigos, que ninguém é igual a ninguém, fazendo com que o ofensor se
coloque no lugar do ofendido, mas tudo com muito diálogo e paciência, pois estamos
lidando com crianças e temos de ser espelhos de nossos alunos.” PROFESSORA E
A PROFESSORA E, apesar de estar atuando na profissão apenas 1 ano
meio,esta é um exemplo de como lidar diante de brincadeiras que podem vir, com o
decorrer do tempo a se tornarem bullying. Ela trabalha muito a questão do respeito ao
próximo, do respeitar as diferenças na sala de aula. Em sua sala os alunos brincam
uns com os outros, mas durante as observações não foi possível identificar nenhum
caso de bullying, e quando um aluno, mesmo que por brincadeira ofende o colega, a
PROFESSORA E não as permite, sempre conversando com os alunos e explicando o
porquê de não fazer.
Analisando essas atitudes docentes, verificamos que o simples chamar de
atenção não é válido por um longo período, pois passado algum tempo o aluno volta a
cometer as ofensas e ou agressões. Porém, a atitude docente que leva o aluno a
refletir os seus atos é muito válida, pois o aluno realmente aprende e entende o
porque foi advertido, refletindo desta maneira sobre suas ações.

QUESTÃO 4: Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar
bullying na sala de aula?
Esta é uma questão muito importante para a presente pesquisa, pois através
dela, o professor irá refletir além de tudo sobre os seus atos, não só em função de
prevenir ou combater o bullying, e sim refletir que a atitude docente também pode
gerar o bullying na sala de aula.

“Com certeza sim, pois os alunos tendem a imitar os professores, por isso o
professor tem que tomar muito cuidado com que faz na frente dos alunos, como se
remeter a eles, como falar uma nota de prova, pois a gente que é professor sabe como
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são as crianças, qualquer oportunidade basta para tirar sarro do


amigo.”PROFESSORA A
A PROFESSORA A, de acordo com a análise de sua resposta ao questionário
e das observações de sua prática docente, tem a consciência de que as atitudes por
parte do professor podem gerar bullying na sala de aula e além de intervir de uma
maneira positiva nas brincadeiras ofensivas que podem se tornar bullying, esta
procura ter atitude de igualdade para com todos os alunos, não demonstrando
preferência e nem tampouco isolando os alunos. A atenção da PROFESSORA A é
igual para com todos os alunos , tanto para os rotulados como bons alunos tanto para
os mais ativo, que gostam de conversar nas aulas, os que não fazem o dever
corretamente.

‘“Acho que não, porque as crianças usam de apelidos que o professor jamais
usou em sala de aula para se referirem ao colega. A única atitude do professor nesse
caso é chamar a atenção dos alunos e isso, acredito eu, não gera
bullying.”PROFESSORA B
A PROFESSORA B já acredita que a atitude docente não implica no
aparecimento de bullying na sala de aula. Porém ela não percebe que muitas das
brincadeiras ofensivas que ocorrem no interior de sua sala de aula são decorrentes de
suas atitudes perante os alunos.

“Acho que não” PROFESSORA C


A PROFESSORA C afirma que as atitudes docentes não geram o bullying na
sala de aula. Porém, de acordo com as observações , um dos casos de bullying que
ocorrem em sua sala ( descrito na Questão 1), a vitima, chamada de burro por alguns
colegas, por não ter um desempenho escolar satisfatório, muitas vezes é repreendido
pela professora, na frente dos demais por não conseguir resolver as lições.
Inconscientemente, ela reforça o apelido, pois em vez de incentivá-lo a aprender,
ensinando-o exercício, a PROFESSORA C repreende o mesmo, afirmando que já
explicou o exercício e que é obrigação do aluno fazê-lo corretamente, chamando o
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muitas vezes de preguiçoso. O que esta professora ainda não percebeu em sua
profissão, é que realmente há alunos com facilidade no aprendizado e outros já
apresentam uma dificuldade maior, em que o papel do professor é fundamental na
bom desempenho dos alunos e também tem o papel de descobrir porque certos
alunos apresentam dificuldades no processo de ensino e aprendizagem e assim
auxiliá-los da melhor maneira possível.

“Acho que sim, pois muitas vezes os alunos repetem para os colegas a forma
como o professor tratou determinado aluno, principalmente na hora das chamadas de
atenção o professor tem que ser muito cauteloso”. PROFESSORA D
Como foi dito na resposta da PROFESSORA D, os alunos tendem a repetir a
forma como os professores se remetem aos seus alunos, e dependendo de como o
professor se remete ao aluno, este pode sim, se tornar uma vitima de bullying. Durante
as observações, os casos de bullying ocorrentes na sala de aula da PROFESSORA D
não são provenientes da maneira como esta trata os alunos, mas como foi descrito na
análise da Questão 1, os casos de bullying existem nesta sala de aula devido a falta
de dialogo e postura por parte da professora, que deseja que o bullying cesse em sua
sala de aula, porem ainda não encontrou uma maneira de fazer com que os alunos
reflitam sobre as suas ações, os casos de bullying existem nessa sala de aula por
simples falta de dialogo da professora para com os alunos.

“Como eu disse anteriormente nossos alunos tem de se espelhar em nós, na


nossa postura, portanto se um professor desrespeita o seu aluno perante os outros,
este não pode exigir de seus alunos comportamentos exemplares, por isso eu acredito
que as atitudes docente podem gerar bullying na sala de aula” PROFESSORA E.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, “ atitudes respeituosas
devem partir do professor”, e a PROFESSORA E segue exatamente esta afirmação.
Pois um professor, para exigir o respeito na sala de aula, exigir que os alunos se
respeitem uns aos outros, e fundamental que o professor respeite os seus alunos e
transmita esse conceito para os mesmos. Suas atitudes perante os alunos em nenhum
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momento durante as observações foi possível notar algo que pudesse gerar o bullying.
Trata todos os alunos igualmente, não gerando assim motivos para que os alunos
caçoem uns dos outros devido a maneira de como foram tratados pela professora.
Podemos então concluir que as atitudes por parte do professor podem gerar
casos de bullying na sala de aula, pois os alunos tendem a imitar o professor. Se o
professor tem por hábito falar a nota da prova em voz alta perante a sala de todos os
alunos, certamente irão caçoar do aluno que tirou uma nota insatisfatória. Porém
essas brincadeiras também podem acontecer e acontecem sem que os alunos se
baseiem nas atitudes docentes, como é o que acontecem na maioria dos casos
observados em sala de aula e descrito nas questões anteriores.

QUESTÃO 5: Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora
esta pequisa, já tinha ouvido falar de bullying? Explique.
Esta questão visa saber do docente se este, no decorrer de sua formação
estudou sobre o bullying e suas conseqüências. É importante para analisarmos como
o bullying está sendo divulgado .
Segue- se as respostas que as professoras deram ao questionário:
“Na minha vida acadêmica nunca estudei sobre o bullying, nem sobre a
violência na escola e nem nada parecido. Já ouvi falar do bullying em programas de tv
e li também em uma matéria que saiu na revista Nova Escola, achei muito interessante
e percebi que isso é muito comum na escola, só que os professores não estão
interados que essas brincadeiras se chamam bullying” PROFESSORA A

“Nunca estudei sobre bullyng e também nunca tinha ouvido falar. Já vivenciei
muitos casos mas sem saber que se chamavam de bullying”.
PROFESSORA B

“Nunca estudei sobre o bullyng e nunca tinha ouvido falar.” PROFESSORA C

“Não estudei sobre o bullying, já ouvi falar na televisão e em algumas matérias


de revista e jornal, mas nunca me interei muito do assunto” PROFESSORA D
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Já li algumas matérias sobre o assunto, porem na minha vida acadêmica nunca


estudei sobre o assunto. PROFESSORA E
De acordo com as respostas das docentes, ficou claro que o bullying ainda é muito
pouco divulgado e que na formação das professoras ele nunca foi estudado. A pouca
informação que tinham sobre o assunto foi obtido através de reportagens na mídia e
em publicações sobre o tema em revistas educacionais. Mas nunca tiveram um estudo
sobre o bullying e suas conseqüências

COMENTÁRIO:
Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar o papel do professor frente ao
bullying, ou seja, analisar a importância do professor no combate e na prevenção ao
bullying no cotidiano escolar. Um outro objetivo da pesquisa foi o de analisar se
atitudes dos professores perante os alunos podem de alguma maneira contribuir para
a ocorrência de bullying na sala de aula.
Com relação ao primeiro objetivo foi possível chegar a conclusão de que o
professor tem um importante papel na prevenção e combate ao bullying. Suas atitudes
podem fazer com que o aluno reflita de maneira satisfatória sobre o problema. As
atitudes da PROFESSORA A e da PROFESSORA E, cada uma de sua maneira de
acordo como já foi discutido na analise das respostas, vem comprovar a afirmação,
pois elas não permitem em nenhum momento que atitudes desrespeitosas aconteçam
na sala de aula. Mantém um bom relacionamento com todos os alunos, tratando todos
com carinho e respeito. Durante as observações não foi possível identificar em suas
praticas docentes atitudes que podem gerar casos de bullying. Como em toda sala de
aula, há alunos mais quietos assim como há alunos mais ativos. Os conflitos também
estão presentes, mas a PROFESSORA A e a PROFESSORA E apresentam uma
postura firme, porém não autoritária perante os conflitos na sala.
Já a PROFESSORA B tem um posicionamento contrário aos da PROFESSORA A
e PROFESSORA E , pois devido ao fato de ser uma excelente professora com relação
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ao processo de ensino aprendizagem, não se faz presente na resolução de conflitos


na sala de aula. Por agir de forma autoritária, suas ações não geram resultados
positivos na sala de aula, e os conflitos e a indisciplina se fazem presentes no
cotidiano pedagógico desta sala de aula.
Em várias das respostas dadas ao questionário ela se mostra uma pessoa
desacreditada, pois afirma que os alunos tem uma mudança de comportamento
apenas momentânea, voltando assim em pouco tempo cometerem as agressões e
ofensas novamente. Por isso acredita que o papel do professor não interfere no
comportamento dos alunos.
Durante as observações foi possível identificar casos de bullying na sala de aula da
PROFESSORA B e em nenhum momento foi possível verificar alguma atitude
satisfatória por parte da professora. Faz uso de gritos e ameaças para controlar a
situação de indisciplina, que se ameniza em um primeiro momento, porem tornam a
acontecer novamente. Com essas atitudes por parte da professora os alunos não
refletem sobre seus atos, já se acostumaram com as chamada “broncas”, não
entendem o porque de não cometer tais brincadeiras, pois não tiveram a oportunidade
de estarem refletindo sobre seus atos, pois a professora não os conduziram para tais
atitudes.
A PROFESSORA C, de acordo com as observações não previne e também não
combate o bullying na sala de aula, pois, assim como a PROFESSORA B, faz uso de
gritos e ameaças para controlar a situação e em nenhum momento faz um trabalho
reflexivo com os alunos, fazendo com que estes reflitam sobre os seus atos. Em
nenhum momento durante as observações foi possível ouvir a PROFESSORA C falar
com seus alunos sobre o dever de se respeitar ao outro, suas limitações e suas
diferenças. Tem o hábito de chamar a atenção dos alunos perante a sala com relação
as notas baixas, o dever não feito, deixando assim uma brecha para que os alunos
caçoem destes que apresentam algum tipo de dificuldade no processo de ensino e
aprendizagem, no qual as conseqüências, como descritos no capítulo 1 deste trabalho
podem ser muito graves por toda a vida deste individuo que foi caçoado e ofendido.
Com relação ao trabalho docente esta professora apresenta os conteúdos aos alunos,
44

estes copiam em seu caderno, explica uma única vez matérias relacionadas a área de
ciências humanas e no máximo duas vezes as relacionadas a área de ciências exatas,
não tendo muita paciência com os alunos que não entendem a matéria corretamente,
chamando a atenção dos mesmos. Também gosta de ocupar o tempo dos alunos com
lições repetitivas, como fazer os numerai de 1 a 100, fazer 5 vezes cada tabuada. Foi
possível constatar que sempre que os alunos possuem um tempo livre, a
PROFESSORA C passa este tipo de atividade as crianças, e todos fazem, com medo
de ficarem com nota baixa, pois a professora sempre faz ameaças com relação a nota.
A PROFESSORA D é uma docente muito carinhosa com seus alunos, os alunos a
tratam muito bem. É uma excelente professora no que se diz respeito ao processo de
ensino e aprendizagem. Trabalha os conteúdos de uma forma dinâmica, em que
alguns são trabalhados com o auxilio de jogos e brincadeiras, onde há uma
participação ativa dos alunos. Porém, pelo que foi observado, a PROFESSORA D
diante de casos de bullying em sua sala, como foi citado na primeira questão
analisada, não interfere de maneira positiva, apenas pede, muito nervosa para que as
brincadeiras acabem. Os alunos até acham engraçado a maneira como a professora
se exalta, com isso as brincadeiras voltam a acontecer varias vezes durante o dia e
com a isso, a vitima da brincadeira sofre. Ela não conversa com os alunos a
importância do respeito ao outro e em nenhum momento faz com que os alunos
reflitam sobre seus atos A PROFESSORA D se preocupa muito com a aluna vitima de
bullying, porém ainda não encontrou uma maneira positiva de fazer com isso não
aconteça novamente em sua sala de aula.
Dentre todas as importâncias remetidas ao papel do professor, uma delas se refere
ao combate e prevenção do bullying. Conduzir os alunos para estes terem uma boa
conduta, visando o respeito a todos e as diferenças individuais de cada sujeito é parte
fundamental da profissão docente, não se limitando somente ao processo de ensino
aprendizagem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise dos dados obtidos pelos questionários e observações em


sala de aula, pôde-se observar que as atitudes docentes previnem e combatem o
bullying na sala de aula, assim como podem fazer com que casos de bullying ocorram
na sala de aula, devido a essas atitudes, vendo comprovar o que os Parâmetros
Curriculares Nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética (BRASIL, 1998)
afirma:” Atitudes respeitosas devem partir do professor, ao se referir a um aluno cujas
capacidades escolares são inferiores aos demais alunos, o professor jamais deve
ofendê-lo ou chamar sua atenção de forma desrespeitosa”, pois assim os outros
alunos poderão achar que é normal ofender o aluno.
Através dos questionários respondidos pelas professoras, foi possível obter
uma amostra das idéias que fazem a respeito do bullying e do papel do professor
frente ao problema.
E, através das observações em sala de aula realizadas pela pesquisadora , foi
possível verificar se as opiniões das professoras condizem realmente com suas
práticas.
Ter consciência de que o papel do professor é de extrema importância para se
obter na sala de aula um clima de respeito mútuo, fazendo com que os alunos
entendam a importância de se respeitar o colega, de se dialogar ao invés de ofender e
brigar é fundamental ao educador e futuro educador.
Outro fator importante para o educador é que se em sua sala de aula os alunos
não se sentirem bem e felizes com o ambiente, o processo educativo dos alunos
sofrerá conseqüências.
Com esta pesquisa pôde- se observar que o bullying é um assunto pouco
conhecido entre as professoras, sendo que estas não tem um conhecimento
aprofundado dos males que está pratica podem gerar nos alunos envolvidos, tanto no
âmbito emocional e psicológico tanto na aprendizagem.
Porém, os dados verificados revelaram professoras atuantes e preocupadas
com o desenvolvimento acadêmico de seus alunos. Embora a maioria das professoras
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participantes afirmaram não terem grandes conhecimentos sobre o bullying e suas


conseqüências, a PROFESSORA A e a PROFESSORA E se mostraram docentes
voltadas não somente para os conteúdos acadêmicos e sim também para o
desenvolvimento emocional e psicológico dos seus alunos , não permitindo portanto as
brincadeiras ofensivas referentes a prática do bullying, ao contrario da PROFESSORA
B, que se mostrou uma excelente profissional com relação á prática docente, porém
se mostrou uma pessoa que não gosta e nem quer se envolver com seus alunos,
mantendo com estes uma relação meramente profissional.
Contudo, para se prevenir a ocorrência de bullying na sala de aula, não é
necessariamente fundamental que o professor conheça o contexto de bullying e suas
conseqüências, pois o bullying nada mais é do que o desrespeito ao próximo, a não
aceitação das diferenças, tanto físicas, quanto sociais, religiosas, enfim, as diferenças
existentes de um ser humano para outro. Para se prevenir portanto o bullying, é
necessária uma postura do professor com relação a classe, trabalhando com seus
alunos todos esses aspectos citados anteriormente.
Todavia, não podemos atribuir exclusivamente ao professor a responsabilidade
de prevenir e combater o bullying na sala de aula, mas sim que ele tem um papel
fundamental para que o bullying não faça parte do cotidiano escolar.
Espera-se com esse trabalho de pesquisa , ter contribuído com a ampliação e a
reflexão sobre a importância do papel do professor frente ao bullying e de suas
atitudes perante os alunos, no qual ficou comprovada através da literatura e das
observações realizadas em sala de aula que podem gerar casos de bullying entre os
alunos. O professor não deve portanto dar chances através de suas ações para que
casos de bullying venham acontecer no ambiente escolar.
Pelo estudo realizado, apresenta-se aqui uma proposta de se fundamentar o
bullying e suas conseqüências. As professoras poderiam trabalhar com seus alunos
Os direitos da criança e fazer uma discussão em sala,falando da importância do se
respeitar a diferença do outra, aceitar o outro como ele é, sem fazer brincadeiras e
ofensas sobre essas diferenças. Os alunos podem apresentar o que entenderam em
forma de teatro, músicas, paródias, enfim, fica a critério do professor. Também seria
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interessante trabalhar com as crianças as musicas contidas no cd Canção de Todas


as Crianças, do compositor Toquinho.
A seguir, para finalizar a presente pesquisa de conclusão de curso, tem se a
música número 1 do CD citado anteriormente, que se chama Deveres e Direitos, a
qual é muito interessante para se trabalhar a questão do bullying e da importância do
respeito entre todos.

Deveres e Direitos

Crianças: iguais são seus deveres e direitos.


Crianças: viver sem preconceito é bem melhor.
Crianças: a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.

Meninos e meninas,
Não olhem religião nem raça.
Chamem quem não tem mamãe,
Que o papai tá lá no céu,
E os que dormem lá na praça.

Meninos e meninas,
Não olhem religião nem cor.
Chamem os filhos do bombeiro,
Os dois gêmeos do padeiro
E a filhinha do doutor.

Meninos e meninas,
O futuro ninguém adivinha.
Chamem quem não tem ninguém,
Pois criança é também
O menino trombadinha.
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Meninos e meninas,
Não olhem cor nem religião.
Bons amigos valem ouro,
A amizade é um tesouro
Guardado no coração.
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Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e


documentação. Referências. Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 24 p.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Brasília: MEC/SEF,
1998. v.8

FANTE, C. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar


para a paz. Editora Verus, 2005, 224 p.

LOBO, L. Escola de pais. 2 ed. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1997

LÜDK, M.; ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São


Paulo: EPU, 1986, 99 p.

MARCHESI, A. O que será de nós, os maus alunos?.Tradução: Ernani Rosa. Porto


Alegre: Ed Artmed, 2006, 192 p.

NETO, A.L. Diga não ao bullying. 5 ed. Rio de Janeiro, ABRAPIA, 2004.

SEVERINO, A.J.Metodologia do trabalho científico.22 ed. São Paulo: Cortez, 2002


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ANEXOS
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QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELA PROFESSORA A


1) Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bulying?
Sim, já aconteceu e quando acontece eu procuro logo interferir e conversar com a
classe.

2) Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bulying, pode trazer
conseqüências para os alunos envolvidos?
Acredito que as crianças que são maltratadas pelos outros alunos, que são
rejeitadas por serem diferentes dos demais podem sofrer conseqüências psicológicas
e em alguns casos podem sofrer conseqüências nos estudos.

3) Como você acha que deve ser a reação do professor diante de casos de bullying?
A reação do professor deve contribuir para que o aluno que cometeu as ofensas
contra o colega não as repita novamente, por isso é muito importante que o professor
tenha o domínio do dialogo com seus alunos, sendo que estes entendam a
importância de se ter uma boa convivência na classe

4) Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar chances para que
casos de bullying ocorram na sala de aula?
Com certeza sim, pois os alunos tendem a imitar os professores, por isso o
professor tem que tomar muito cuidado com que faz na frente dos alunos, como se
remeter a eles, como falar uma nota de prova, pois a gente que é professor sabe
como são as crianças, qualquer oportunidade basta para tirar sarro do amigo.

5) Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora esta pesquisa,
já tinha ouvido falar de bullyying? Explique.
Na minha vida acadêmica nunca estudei sobre o bullying, nem sobre a violência na
escola e nem nada parecido. Já ouvi falar do bullying em programas de tv e li
também em uma matéria que saiu na revista Nova Escola, achei muito interessante
e percebi que isso é muito comum na escola, só que os professores não estão
interados que essas brincadeiras se chamam bullying.
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QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELA PROFESSORA B


1) Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bulying?
Eu percebo esses apelidos na minha aula, até vejo que eles não gostam, mas, pra
falar a verdade não me preocupo muito, pois sei que se a gente fala alguma coisa eles
obedecem na hora e depois fazem tudo de novo.

2) Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bulying, pode trazer
conseqüências para os alunos envolvidos?
Podem trazer sim, pois quando acontece a gente percebe que os alunos ficam
tristes, alguns até choram e não querem mais estudar, mas o que adianta a gente
tentar interferir, eles param na hora e depois fazem tudo de novo. É um esforço em
vão que eu parei de fazer

3) Como você acha que deve ser a reação do professor diante de casos de bullying?
O certo é o professor não permitir de forma alguma que essas brincadeiras
aconteçam na classe, mas, durante a minha experiência profissional sempre achei
muito difícil de controlar as atitudes dos alunos. A gente fala, mas logo depois eles
fazem tudo de novo.

4) Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar chances para que
casos de bullying ocorram na sala de aula?
Acho que não, porque as crianças usam de apelidos que o professor jamais usou
em sala de aula para se referirem ao colega. A única atitude do professor nesse caso
é chamar a atenção dos alunos e isso, acredito eu, não gera bullying.

5) Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora esta pesquisa,
já tinha ouvido falar de bullyying? Explique.
Nunca estudei sobre bullyng e também nunca tinha ouvido falar. Já vivenciei
muitos casos mas sem saber que se chamavam de bullying
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QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELA PROFESSORA C

1) Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bulying?


Acredito que estão sempre acontecendo, faz parte do desenvolvimento infantil
essas brincadeiras, não há uma sala de aula que não tenham alunos engraçadinhos
fazendo piadas com os colegas, principalmente com os que se comportam diferente,
com os que tiram boas notas, com os gordinhos e os mais aplicados.

2) Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bulying, pode trazer
conseqüências para os alunos envolvidos?
Depende do aluno, se as brincadeiras forem mais pesadas, que ofende o ego,
acredito que as conseqüências podem ser graves, mas se as brincadeiras forem
comuns as crianças acredito que não, faz parte de toda sala de aula.

3) Como você acha que deve ser a reação do professor diante de casos de
bullying?
A verdade é que hora de aula é hora de aula e todos os alunos deveriam rspeitar e
não brincar uns com os outros, mas é muito difícil intervir em todas as brincadeiras. Se
eu vejo que a brincadeira foi longe demais aí sim procuro intervir e fazer com que ela
cesse..

4) Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar chances para que
casos de bullying ocorram na sala de aula?
Acho que não..

5) Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora esta
pesquisa, já tinha ouvido falar de bullying? Explique.
Nunca estudei sobre o bullyng e nunca tinha ouvido falar.
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QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELA PROFESSORA D

1) Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bulying?


Sim, sempre acontecem, tem sempre um grupo de alunos que “ pega pra Cristo”
dois ou três alunos e pertubam os coitados do começo ao fim do ano. Por mais que
tento acabar com essas brincadeiras, elas tornam a acontecer, mas de uma maneira
geral não permito, acabo com elas rapidinho..

2) Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bulying, pode trazer
conseqüências para os alunos envolvidos?
Com certeza, pois quando eu era criança eu passei por isso, era muito visada por
ser gordinha, na frente dos meus colegas eu fingia que nem ligava, mas em casa, no
meu quarto eu ficava me olhando no espelho e me sentindo a pessoa mais feia e
gorda do mundo. Mas graças a Deus não carreguei isso comigo por muito tempo, isso
vai de cada pessoa, de cada criação, por isso acredito que as conseqüências variam
de pessoa para pessoa, mas elas existem sim.

3) Como você acha que deve ser a reação do professor diante de casos de
bullying?
Acho que o professor tem que se impor diante da classe e não permitir as
brincadeiras que realmente ofendem. Não dá pra evitar todas as brincadeiras, pois
estamos falando de crianças de 9 e 10 anos, mas o professor não pode permitir o
bullying.

4) Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar chances para que
casos de bullying ocorram na sala de aula?
Acho que sim, pois muitas vezes os alunos repetem para os colegas a forma
como o professor tratou determinado aluno, principalemnte na hora das
chamadas de atenção o professor tem que ser muito cauteloso.

5) Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora esta
pesquisa, já tinha ouvido falar de bullyying? Explique.
Não estudei sobre o bullying, já ouvi falar na televisão e em algumas matérias de
revista e jornal, mas nunca me interei muito do assunto.
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QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELA PROFESSORA E

1) Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bulying?


Não, somente as brincadeiras comuns as crianças de uma quarta série.

2) Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bulying, pode trazer
conseqüências para os alunos envolvidos?
Certamente, as ofensas pessoais, ainda mais na presença de outras crianças são
marcantes por toda a vida, podendo causar danos psicológicos, como depressão,
isolamento, desinteresse pelos estudos e muitos outros danos que eu não tenho
conhecimento no momento.

3) Como você acha que deve ser a reação do professor diante de casos de
bullying?
O professor tem de ser amigo de seus alunos acima de tudo, conversando com
eles e explicando a importância do respeitar ao próximo para ser respeitado, aceitar a
diferença dos amigos, que ninguém é igual a ninguém, fazendo com que o ofensor se
coloque no lugar do ofendido, mas tudo com muito diálogo e paciência, pois estamos
lidando com crianças e temos de ser espelhos de nossos alunos.

4) Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar chances para que
casos de bullying ocorram na sala de aula?
Como eu disse anteriormente nossos alunos tem de se espelhar em nós, na nossa
postura, portanto se um professor desrespeita o seu aluno perante os outros, este
não pode exigir de seus alunos comportamentos exemplares, por isso eu acredito
que as atitudes docente podem gerar bullying na sala de aula.

5) Na sua vida acadêmica estudou alguma vez sobre o bullying? Fora esta
pesquisa, já tinha ouvido falar de bullyying? Explique.
Já li algumas matérias sobre o assunto, porem na minha vida acadêmica nunca
estudei sobre o assunto.
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Eu, ____________________________________, portadora do


RG______________, aluna regularmente matriculada no curso de Pedagogia da
Unesp sob matrícula 322709, peço permissão a direção da
escola______________________________ para observar em um período de duas
semanas as aulas das cinco quartas séries do ensino fundamental, para a realização
da pesquisa de conclusão de curso.

Obrigada,

_______________________ ___________________________
Luciana Pavan R.Santos Diretora da escola

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