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Química Geral – 607


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TERMODINÂMICA

Os exercícios seguintes estão directamente relacionados com a matéria exposta no


capítulo 3 do manual da disciplina de Química Geral. São apresentados vários tipos de
exercícios – resposta longa, resposta curta, de associação – com o objectivo de alertar
o estudante para as várias abordagens possíveis. É ainda de salientar que nas
respostas apresentadas pretendemos destacar os aspectos que considerámos mais
importantes e consequentemente em algumas delas poderá encontrar informação
adicional.

Q.1. Considere a 1ª Lei da Termodinâmica, leia atentamente o enunciado e complete


a frase:

Se um sistema sofre uma transformação física ou química tal que … (A a F) então


… (1 a 9)
___ A – a sua energia interna aumenta 1. ∆U = 0
___ B – a sua energia interna não varia 2. ∆U > 0
___ C – não há troca de energia como 3. ∆U < 0
calor com o meio envolvente
4. Q = 0
___ D – o sistema cede energia como
calor ao meio envolvente 5. Q < 0

___ E – o seu volume não se altera 6. Q > 0


7. W = 0
___ F – o volume do sistema diminui
por acção da pressão exterior 8. W < 0
9. W > 0

Q.2. Complete as frases que se seguem, utilizando um dos seguintes termos:

diminui/diminuem aumenta/aumentam não varia/não variam

A– Numa reacção química exotérmica em sistema fechado, a energia cinética


média das moléculas do meio envolvente _____________ .

B –– Numa reacção química exotérmica em sistema isolado, a energia cinética


média das moléculas do sistema _____________ mas a energia interna
_____________pelo que a energia potencial _____________.

C– Numa reacção química endotérmica em sistema fechado, a temperatura do


meio exterior _____________.
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Q.3. Considere as seguintes equações químicas, à temperatura de 300K:

1. 2H2O2 (g) → 2H2O (g) + O2 (g) ∆S° = 31,0 kcalK–1mol–1


∆H° = –50,5 kcalK–1mol–1

2. N2 (g) + 2O2 (g) → 2NO2 (g) ∆S° = –28,7 calK–1mol–1


∆H° = 16,2 kcalK–1mol–1

3. 3H2 (g) + N2 (g) → 2NH3 (g) ∆S° = –47,4 kcalK–1mol–1


∆H° = –22,1 kcalK–1mol–1

Com base nos dados anteriormente fornecidos, justifique as seguintes afirmações:

a) A reacção química traduzida pela equação representada por 1. é uma reacção


espontânea.

b) A reacção química traduzida pela equação representada por 2. não é uma reacção
espontânea.

c) A reacção química traduzida pela equação representada por 3. é uma reacção que
pode ser espontânea.

Q.4. Considere o seguinte conjunto de afirmações

A – Para uma reacção exotérmica em recipiente fechado e indeformável ∆U < 0.

B – Para uma reacção endotérmica em recipiente fechado que ocorra com aumento
de volume ∆U é sempre positivo.

C – Se considerarmos um sistema e o meio exterior globalmente isolados, então


∆U sist + ∆U ext = 0 .

D – Num sistema fechado, não há trocas de energia, sob a forma de calor, com o
exterior.

Classifique-as de Verdadeira (V) ou Falsa (F) e corrija a ou as que considerou como


falsas.
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Q.5. Considere a seguinte reacção química:

N 2 (g) + O 2 (g ) 2NO(g)

Com base nos seguintes dados:

∆G f0 [NO(g)] = 86,7 kJmol –1 ∆G f0 [O 2 (g)] = 0 kJmol –1

∆G f0 [N 2 (g)] = 0 kJmol –1 R = 8,314 JK–1mol–1

Calcule a constante de equilíbrio para uma temperatura de 25 °C. A partir deste


resultado que conclusões retira sobre a estabilidade de uma mistura de oxigénio e
azoto na atmosfera.

Q.6. Assinale, inscrevendo uma cruz no quadrado que a precede, a afirmação correcta
que completa a seguinte frase:

Uma reacção espontânea a qualquer temperatura apresenta….

F A. ∆ H < 0 e ∆ S < 0

F B. ∆ H < 0 e ∆ S > 0

F C. ∆ H > 0 e ∆ S < 0

F D. ∆ H > 0 e ∆ S > 0

F E. ∆ H > 0 e ∆ S = 0

Q.7. Considere a reacção de vaporização do dissulfito de carbono:

CS2 (l) → CS2 (g)


Sabendo que:

∆H 0f (CS2 (g)) = 117 kJmol–1


∆H 0f (CS2 (l)) = 89 kJmol–1
∆S f (CS2 (l) → CS2 (g)) = 87 Jmol–1

Calcule a variação da energia de Gibbs, para esta transição de fase, à temperatura de


25°C. Comente o resultado obtido.
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Q.8. Assinale, inscrevendo uma cruz no quadrado que a precede, a condição que
completa, correctamente, a seguinte afirmação:

O valor de ∆G para uma reacção química em situação de equilíbrio é

F A – igual a 1.

F B – igual a 0.

F C – maior do que 1.

F D – menor do que 1 mas diferente de 0.

Q.9. Faz-se reagir uma mole de H2 com uma mole de I2 num vaso reaccional de 1.0
litro de capacidade à temperatura de 490ºC. Assumindo que a constante de
equilíbrio é 45.9, qual será a concentração final dos componentes?

Q.10. Calcule o calor da reacção seguinte, tendo em atenção os dados apresentados


na tabela:
CCl4(g) + H2(g) Æ CHCl3(g) + HCl(g)
Dados:

Ligação H–H C–H C – Cl H – Cl C=C


Energia de ligação (kJ/mol) 436.4 414 338.6 431.9 620

Q.11. Leia atentamente as afirmações que se seguem. Classifique-as de Verdadeira


(V) ou Falsa (F) e justifique a sua escolha relativamente à ou às que considerou
como verdadeiras.
a) __ Durante a expansão de um gás, o trabalho efectuado é positivo.
b) __ A energia interna de um gás que sofre uma compressão, sem
fornecimento de calor, aumenta.
c) __ Uma reacção química exotérmica e espontânea deverá apresentar:
∆S<0, ∆H < 0 e ∆G < 0.
d) __ Para que uma reacção ocorra espontaneamente deve ser verdadeira a
expressão ∆S > ∆H/T.
e) __ A constante de equilíbrio (Ke) de uma reacção é diferente do valor
unitário (1.0) quando ∆G é não nulo.

Q.12. Com base na seguinte informação:

1
(1) H 2 (g) + O2 ( g ) → H 2 O(l ) ∆H 1 = –286kJ
2
1
(2) H 2 ( g ) + O2 ( g ) → H 2 O( g ) ∆H 1 = –242kJ
2

Calcule o calor de vaporização da água. Comente o resultado


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Q.13. Atente nas equações químicas identificadas de a) a c). Recorrendo à


informação constante em cada alínea, classifique, do ponto de vista energético,
cada uma das reacções e preveja o efeito do aumento de temperatura na posição
de equilíbrio:

a) H2O (g) + C (s) = CO (g) + H2 (g) ∆Hº = 13 kJmol–1

b) C (s) + O2 (g) = CO2 (g) ∆Hº = –393.15 kJmol–1

c) AgClO2 (s) = Ag (s) + ½ Cl2 (g) + O2 (g) ∆Hº = 0.0 kJmol–1

Q.14. A equação química seguinte representa a reacção de combustão do etano:


2C2H6 (g) + O2 (g) < CO2 (g) + H2O (g)

Recorrendo aos dados constantes na TABELA 1 e na TABELA PERIÓDICA, calcule o


calor de reacção para a combustão de 60 g de etano. Comente o resultado.

TABELA 1

∆H 0f / kJmol −1 ∆G 0f / kJmol −1 ∆H 0f / kJmol −1 ∆G 0f / kJmol −1

C2H6 (g) -84,7 -32,9 H2O (g) -241,8 -228,6


C2H2 (g) 226,6 209,2 H2O (l) -285,8 -237,2
CO2 (g) -393,5 -394,4 O (g) 249,4 230,1

Q.15. Assinale, inscrevendo uma cruz no quadrado que as precede, a(s)


afirmação(ões) que considera correcta(s) quando aplicadas ao termo entropia:

F A. É a energia disponível para conversão em trabalho mecânico.

F B. É uma medida do grau de desordem de um sistema.

F C. É a variação de energia que ocorre numa reacção química a pressão


constante.

F D. É uma função de estado.


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Q.16. Calcule a constante de equilíbrio para a seguinte reacção a 25°C:

MgO ( s ) → Mg ( s ) + O2 ( g )

Comente o resultado.

° ° °
Substância ∆H f (kJ/mol) ∆G f (kJ/mol) S (J/K.mol)
Mg(s) 0 0 32,5
2+
Mg (s)) –461,7 –456,0 –118,0
O(g) 249,4 230,1 160,9
O2(g) 0 0 205,0
MgO(s) –601,8 –569,6 26,8
H2O(l) –285,8 –237,2 69,9

Q.17. A reacção de produção de metano a partir de monóxido de carbono e


hidrogénio é: CO(g) + H2(g) Æ CO2(g) + CH4(g)
Considerando os dados apresentados na tabela (T=298 K), :
CO H2 CO2 CH4
∆Gºf -137.15 0 -394.36 -50.75 kJ.mol−1

a) Calcule o valor de ∆Gº a 298K (∆Gº298).

b) Calcule o valor de ∆Gº a 1000K (∆Gº1000).


Considere: ∆Hº = -247,28 kJ.mol−1; ∆Sº = -256,48 J.mol−1.K-1.

c) Comente os resultados obtidos.

Q.18. O gás hidrogénio pode ser obtido a partir da reacção do metano (componente
do gás natural) com vapor de água: CH4(g) + H2O(g) CO(g) + H2(g)
Sabendo que para esta reacção ∆H = +206,5kJ e ∆S 0 = +213,6 J / K
0

a) Indique, justificando, qual o sentido da reacção que é favorecido à temperatura de


25°C.

b) Assumindo que ∆H 0 e ∆S 0 não são significativamente afectados pela


temperatura determine a temperatura para a qual esta reacção está em equilíbrio.

c) Indique, justificando, em qual dos sentidos – directo ou inverso – a reacção é


espontânea no caso de a temperatura ser superior à determinada na alínea
anterior.
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Q.19. Considere a reacção de formação do iodeto de hidrogénio.

H2(g) + I2(g) HI(g)

Sabendo que num vaso de reacção, com a capacidade de 2,0 litros, é introduzida uma
mistura de 0,4 moles de H2 e 0,4 moles de I2, calcule as concentrações de cada um
dos compostos no equilíbrio.

Dados Kc = 54,3
t = 430 ºC
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Q.1. As associações correctas são:

Se um sistema sofre uma transformação física ou química tal que … (A a F) então


… (1 a 9)
2 A – a sua energia interna aumenta 1. ∆U = 0
2. ∆U > 0
1 B – a sua energia interna não varia
3. ∆U < 0

4 C – não há troca de energia como 4. Q = 0


calor com o meio envolvente 5. Q < 0
6 D – o sistema cede energia como 6. Q > 0
calor ao meio envolvente 7. W = 0
7 E – o seu volume não se altera 8. W < 0
8 F – o volume do sistema diminui 9. W > 0
por acção da pressão exterior

Q.2.
A– aumenta.
B –– aumenta ; não varia ; diminui.
C– diminui.

Q.3.
a) Uma reacção é espontânea se ∆G = ∆H – T∆S < 0
De acordo com os dados do enunciado, verificamos que esta equação é sempre
espontânea, uma vez que ∆H < 0 e ∆S > 0, o que significa que, para qualquer
temperatura, ∆G é sempre menor que zero.

b) Seguindo o mesmo raciocínio, verificamos que a reacção química traduzida pela


equação 2 não é uma reacção espontânea, uma vez que ∆S < 0 e ∆H > 0, o que
significa que o produto (T∆S) e positivo e consequentemente ∆G vai ser sempre
positivo, o que significa que a reacção não se dá espontaneamente.

c) De acordo com os dados, ∆S < 0 e ∆H < 0, ou seja, a previsão da


espontaneidade depende do valor da temperatura. Podemos observar três situações
distintas:
• se |T∆S| > |∆H| então ∆G > 0 e a reacção não é espontânea;
• se |T∆S| < |∆H| então ∆G < 0 e a reacção é espontânea;
• se |T∆S| = |∆H| então ∆G = 0 e o sistema está em equilíbrio e ambas as
reacções (directa e inversa) são espontâneas.

No presente exemplo, T = 300K, verifica-se |T∆S| < |∆H|, ou seja a reacção é


espontânea.
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Q.4. As afirmações A e C são verdadeiras.


A afirmação B é falsa porque ∆U (= q + w = q – P∆V) só é positivo se a energia
absorvida como calor for maior do que o trabalho exercido sobre o meio exterior.
Isto porque, de acordo com as convenções de sinais de trabalho e calor, num
processo endotérmico o calor absorvido pelo sistema, a partir do meio exterior, é
positivo, e portanto o trabalho é efectuado sobre o meio exterior.

A afirmação D é falsa porque um sistema fechado não permite troca de matéria


mas permite troca de energia com o exterior. Um sistema isolado é que não permite
trocas de matéria e de energia com o exterior.

Q.5. A variação de energia de Gibbs padrão para uma reacção é dada por:
∆Gr0 = ∑ n × ∆G 0f (produtos) – ∑ m × ∆G 0f (reagentes )
onde m e n são os coeficientes estequiométricos. Assim, para esta reacção temos:

[
∆G r0 = 2 × ∆G f0 (NO) – 1 × ∆G f0 (N 2 ) + 1 × ∆G f0 (O 2 ) ]
∆G r0 = 2 × 86,7 × 10 3 – [1 × 0 + 1 × 0]
∆G r0 = 1,73 × 10 5 J mol –1

Por outro lado, sabemos que ∆G 0 = – R × T × lnK equ o que nos permite calcular a
constante de equilíbrio para uma determinada temperatura.
1,73 × 10 5 = – 8,314 × (273,15 + 25) × lnK equ
lnK equ = – 69,8

K equ = 4,9 × 10 – 31

O valor bastante baixo da constante de equilíbrio indica que a concentração de NO no


equilíbrio é muito pequena, ou seja, no equilíbrio os reagentes são favorecidos em
relação aos produtos da reacção.

Q.6. A opção correcta é a B.

Q.7. A variação da energia de Gibbs é dada por: ∆G = ∆H – T × ∆S


De acordo com os dados do enunciado os valores da variação de entalpia
correspondem às substâncias no estado líquido e no estado gasoso, pelo que a
variação de entalpia correspondente à mudança de fase será dada por:
∆H = Σ ∆H (produtos) – Σ ∆H (reagentes)
∆H = 117 – 89
∆H = 28 kJmol–1
Por substituição:
∆G = 28×10+3 – 298,15 × 87
∆G = 2074 J
Note que a temperatura é em K e o valor da entalpia é dado em kJ, pelo que tem de
ser multiplicado por 1000.
Um processo é espontâneo se a variação da energia de Gibbs for negativa, ∆G < 0.
Ora de acordo com o valor calculado na alínea anterior ∆G é positivo, o que significa
que este processo não é espontâneo.
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Q.8. A opção correcta é a B.

Q.9. Começamos por escrever a equação química que traduz a reacção:


H2(g) + I2(g) Æ 2 HI(g)

Dado que o volume é igual a 1 litro os valores das concentrações de cada


composto são iguais aos valores das quantidades iniciais.

H2(g) I2(g) Æ 2 HI(g)


3
conc. inicial (mol/dm ) 1 1 0
conc. no equilíb. (mol/dm3) 1-x 1-x 2.x

Por substituição na expressão da constante de equilíbrio: K e =


[HI ]2 obtemos:
[H ]× [I ]

Ke =
(2 x )2 =
(2 x )2 =
4x 2
(1 − x )× (1 − x ) (1 − x )2 1 + x 2 − 2x

45.9 =
4x 2
2
⇒ ( )
45.9 × 1 + x 2 − 2 x − 4 x 2 = 0
1+ x − 2x

45.9 + 45.9 x 2 − 91.8 x − 4 x 2 = 0 ⇒ 41.9 x 2 − 91.8 x + 45.9 = 0

Por aplicação da fórmula resolvente:

− (− 91.8) ± (91.8)2 − 4 × 41.9 × 45.9


x=
2 × 41.9

91.8 ± 734.4
x= ⇒ x = 1.42 ∨ x = 0.772
83.8

Como x representa a quantidade gasta, que não pode ser superior à quantidade inicial,
então a primeira raiz não tem significado físico. Assim:

[H 2 ] = [I 2 ] = 1 − x = 1 − 0.772 = 0.228ml / dm 3

[HI ] = 2 x = 2 × 0.772 = 1.544ml / dm 3

Nota: Chega ao mesmo resultado se aplicar a raiz quadrada a ambos os lados da


equação que está no início da folha, o que simplifica imenso os cálculos.
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Q.10. Para que esta reacção ocorra, com formação de produtos, é necessário que se
quebrem algumas ligações e se formem outras. Assim, comecemos por identificar as
ligações que se quebram: CCl4(g) + H2(g) Æ CHCl3(g) + HCl(g)

C–Cl (em CCl4 ) => 4×338.6 kJ/mol = 1354.4 kJ/mol


H–H (em H2 ) => 1×436.4 kJ/mol

As ligações que se formam são:


C–Cl (em CHCl3 ) => 3×338.6 kJ/mol = 1015.8 kJ/mol
C–H (em CHCl3 ). => 1×414 kJ/mol
H– Cl (em HCl ) => 1×431.9 kJ/mol

Assim a expressão para o cálculo do calor da reacção será:


∆H form = ∑ EL( reagentes) − ∑ EL( produtos )
∆H form = 4 × E (C − Cl ) + E ( H − H ) − E (C − H ) − 3 × E (C − Cl ) − E ( H − Cl )
∆H form = 4 × 338.6 + 436.4 − 414 − 3 × 338.6 − 431.9 = −70.9kJ / mol

Note que o facto de se quebrarem 4 ligações C–Cl e se formarem 3 ligações C–Cl é


equivalente a dizer que se quebra apenas 1 ligação C–Cl. Como a entalpia de
formação é menor que zero, este processo é exotérmico (liberta energia).

Q.11. A alínea B é verdadeira uma vez que um gás que sofre uma compressão é
comprimido e consequentemente é efectuado trabalho sobre o exterior: w >0; por
outro lado, se há fornecimento de calor o processo é endotérmico e q > 0. Logo, a
energia interna (∆U = q + w) aumenta.

A afirmação E é verdadeira, pois como ∆G = – RTlnK, se ∆G ≠ 0 então a constante de


equilíbrio nunca pode ser igual a 1, já que ln1 = 0.

As restantes alíneas são falsas.

Q.12. Entende-se por vaporização a passagem de líquido a vapor, ou seja:


H 2 O(l ) → H 2 O( g ) ∆H VAP = ??

Com base nos dados fornecido no enunciado podemos facilmente concluir que este
processo não é mais do que a soma entre o simétrico da equação representada por
(1) com a representada por (2), ou seja:

1
(1) H 2 O (l ) → H 2 (g) + O2 ( g ) ∆H 1 = 286kJ
2
1
(2) H 2 (g) + O2 ( g ) → H 2 O( g ) ∆H 1 = –242kJ
2

(VAP) H 2 O(l ) → H 2 O ( g ) ∆H VAP = 286kJ − 242kJ = +44kJ

O calor de vaporização da água é igual a +44kJ, ou seja, é um processo endotérmico,


que necessita de energia para que ocorra, tal como é do nosso conhecimento.
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Q.13.
a) Reacção endotérmica (consome energia) logo o aumento de temperatura faz
deslocar para a direita, sentido directo.

b) Reacção exotérmica (liberta energia) logo o aumento de temperatura faz


deslocar para a esquerda, sentido inverso.

c) Reacção atérmica; o aumento de temperatura não afecta a posição do equilíbrio.

Q.14. Sabemos que a variação de entalpia padrão ∆Hº é dada por:


∆H 0 = ∑ ∆H 0f ( produtos ) − ∑ ∆H 0f (reagentes)

Assim, é necessário começar por verificar se a reacção está devidamente acertada.


Neste caso concreto tal não se verifica sendo portanto necessário proceder ao acerto:
2C2H6 (g) + O2 (g) < CO2 (g) + H2O (g)

1) Átomos de H: 2C2H6 (g) + O2 (g) → CO2 (g) + 6 H2O (g)


2) Átomos de C: 2C2H6 (g) + O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (g)
3) Átomos de O: 2C2H6 (g) + 7 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 6 H2O (g)

Uma vez acertada a reacção basta recorrer aos dados da tabela:


∆H 0 = ∑ ∆H 0f ( produtos ) − ∑ ∆H 0f (reagentes)
( ) (
∆H 0 = 6 × ∆H 0f ( H 2 O) + 4 × ∆H 0f (CO2 ) − 2 × ∆H 0f (C 2 H 6 ) )
∆H 0 = (6 × -241,8 + 4 × -393,5) − (2 × -84,7)
∆H 0 = −2855,4kJmol −1

Este valor representa a entalpia de combustão para a reacção representada, ou seja,


para 2 moles de etano. De acordo com o enunciado é pedido o valor da entalpia de
combustão de 60g de etano, ou seja, é necessário saber o número de moles a que
corresponde esta massa. Assim, e de acordo com a tabela periódica:
M (C 2 H 6 ) = 2 × 12 + 6 × 1
M (C 2 H 6 ) = 30 gmol −1
e portanto 60 g de etano correspondem a duas moles, ou seja, é precisamente a
reacção que é dada no enunciado.
Assim, a entalpia de combustão de 60g de etano é –2855,4kJmol–1

Q.15. As opções correctas são B e D.

Q.16. Com base nos dados do enunciado, a constante de equilíbrio é obtida por:
∆G = – RT ln K
o que significa que é necessário calcular o valor da energia de Gibbs. Note que a
reacção não está devidamente acertada:
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2 MgO ( s ) → 2 Mg ( s ) + O2 ( g )
A energia de Gibbs é:
∆G f = ∑ ∆G ( produtos ) – ∑ ∆G ( reagentes)
∆G f = (2 × 0 + 0) – 2 × (–569.6)
∆G f = +1139.2kJ

Por substituição:

1139.2 × 10 3 Jmol –1 = –8.314 Jmol –1 K –1 × (273.15 + 25) K × ln K


ln K = –459.6
K = 2.6 × 10 – 200
O facto da constante de equilíbrio ser tão pequena, aproximadamente zero, significa
que, a esta temperatura, o óxido de magnésio não se decompõe.

Q.17.
a) Comecemos por acertar a equação: 2CO(g) + 2H2(g) Æ CO2(g) + CH4(g)
0
Através da expressão ∆G 298 = ∑ ∆G 0f ( produtos ) − ∑ ∆G 0f ( reagentes) e por
substituição dos valores calculamos ∆Gº298
0
∆G 298 = (– 394.36 – 50.75) − (2 × (– 137.15) + 2 × 0)
0
∆G 298 = –445.11 + 274.3
0
∆G 298 = –170.81kJmol –1

b) A variação da energia de Gibbs à temperatura de 1000K é calculada através da


expressão: ∆G1000
0
= ∆H 0 − T∆S 0
Por substituição dos valores obtém-se:
0
∆G1000 (
= –247.28 × 10 3 Jmol –1 – 1000 K × – 256.48 Jmol –1 K –1 )
0 –1 –1
∆G1000 = 9200 Jmol = 9.2kJmol

c) Verifica-se que um aumento de temperatura (298 para 1000K) altera a


espontaneidade da reacção, isto é, a reacção é espontânea à temperatura de 298K
(∆G < 0) e à temperatura de 1000K deixa de o ser - ∆G > 0.

Q.18.
a) Comecemos por calcular a variação de energia de Gibbs for inferior a zero. Assim,
por substituição de valores:
∆G = ∆H 0 – T × ∆S 0
∆G = 206.5 − 298.15 × 213.6 × 10 – 3
∆G = 142.8kJ
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Química Geral – 607
http://www.univ-ab.pt/disciplinas/dcet/qg607/

Sendo a energia de Gibbs positiva, o processo não é espontâneo para esta


temperatura e consequentemente é favorecida a reacção inversa. Assim, é favorecida
a formação de reagentes.

b) A reacção estará em equilíbrio se ∆G = 0 , ou seja:


0 = ∆H 0 – T × ∆S 0
T × ∆S = ∆H
∆H 206.5kJ
T= = = 966.8 K
∆S 213.6 × 10 – 3 J / K

O sistema estará em equilíbrio para uma temperatura de aproximadamente 967K.

c) Se aumentarmos a temperatura aumentamos o termo T × ∆S , tornando-o mais


positivo e consequentemente ∆H < T × ∆S , ou seja, ∆G < 0 . Neste caso a reacção
será espontânea no sentido directo, favorecendo a formação dos produtos da reacção.

Q.19. Em primeiro lugar acerta-se a equação e depois transcrevem-se os dados para


uma tabela de forma a facilitar a sua leitura.
H2(g) + I2(g) 2 HI(g)

H2 I2 2 HI
Início 0,4 0,4 0
equilíbrio 0,4 – x 0,4 – x 2x

A partir da constante de equilíbrio Kc pode determinar-se o valor de 2x (nº de moles de


HI no equilíbrio)

Kc =
[ HI ]e
2

=
(2 x )2 = 54,3
[H 2 ]e [I 2 ]e (0,4 − x )2
(
4 x 2 = 54,3 0,4 2 − 0,8 x + x 2 )
4 x 2 − 54,3x 2 + 43,44 x − 8,688 = 0
50,3x 2 − 43,44 x + 8,688 = 0
x = 0,549 ∨ x = 0,315moles

O valor de x = 0,549 é superior ao valor da concentração inicial logo não pode ser
usado.
Assim, no equilíbrio, o nº de moles é:
n(H2) = 0,4 - 0,315 = 0,085 moles
n(I2) = 0,4 – 0,315 = 0,085 moles
n(HI) = 2 x 0,315 = 0,63 moles

Como a capacidade do cilindro é de 2,0 litros, as concentrações de cada espécie são:


[H2] = [I2] = 0,085/2 = 0,0425 mol/l
Universidade Aberta
Química Geral – 607
http://www.univ-ab.pt/disciplinas/dcet/qg607/

[HI] = 0,63/2 = 0,315 mol/l


Nota: Se calcular as concentrações iniciais (moles/volume) chega ao mesmo
resultado.

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