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Resumo do livro Filosofia da Linguagem

A filosofia da linguagem conheceu o seu apogeu na primeira metade do século


XX, a expressão “filosofia da linguagem” possui duas acepções principais, uma mais
estrita e outra mais ampla. Em sua acepção mais estrita, ela é resultado de uma
investigação filosófica acerca da natureza e do funcionamento da linguagem, sendo por
vezes chamada de “análise da linguagem”.
Na segunda e mais ampla acepção, a filosofia da linguagem diz respeito a
qualquer abordagem crítica de problemas filosóficos metodologicamente orientada por
uma investigação da linguagem, razão pela qual ela é por vezes chamada de “crítica da
linguagem”. Tanto no sentido estrito quanto no sentido mais amplo, há historicamente
duas espécies de filosofia da linguagem: a filosofia da linguagem ideal e a filosofia da
linguagem ordinária. A filosofia da linguagem ideal é influenciada pela lógica simbólica
desenvolvida a partir de Frege, principalmente pelo cálculo dos predicados.
A filosofia da linguagem ordinária, por sua vez, toma como modelo a linguagem
do cotidiano, tentando investigar a sua estrutura funcional.
É possível dizer que a filosofia da linguagem teve seu grande impulso no inicio
do século XX, por força da obra do lógico e filósofo alemão Gottlob Frege (1848-1925).
Embora Frege quase não tenha sido notado por seus contemporâneos, foi lido por
filósofos como Russell e Wittgenstein, tendo influenciado fortemente os
desenvolvimentos posteriores da filosofia da linguagem. A principal contribuição de
Frege à filosofia da linguagem consistiu na criação de uma teoria esclarecedora da
natureza do significado.
A teoria do significado desenvolvida por Frege se baseia na distinção por ele
introduzida entre significado – para o qual ele usava a palavra “sentido” – e a referencia
ou significação das expressões. O ponto desse argumento é mostrar que, para se explicar
por que frases de identidade podem ser informativas, precisamos recorrer a um terceiro
elemento, que não é nem o objeto nem o sinal. Esse elemento é o Frege chama de
sentido, por ele caracterizado como “o modo de se dar do objeto”.
Frege não aplicou a distinção entre sentido e referencia só a nomes. Ele estendeu
essa distinção ao que a lógica demonstra serem outros constituintes descritivos
fundamentais da linguagem: os predicados e as frases. O que é o sentido de uma frase?
A interessante sugestão de Frege é a de que o sentido da frase é o pensamento que ela
expressa, pois uma mudança no sentido de um nome no interior da frase produz uma
mudança no pensamento: a frase “ A estrela da manhã é Vênus” exprime um
pensamento diferente da frase “ A estrela da tarde é Vênus”. Além disso, o sentido de
uma frase é o pensamento, a idéia que ela expressa, só na medida em que tal
pensamento tenha a ver com o valor-de-verdade.
O que Frege chama de pensamento (e que nós geralmente chamamos de
proposição ou enunciado) é importante por ser o portador da verdade ou da falsidade. O
resultado é que, para Frege, existem apenas duas referencias de frases: o Verdadeiro e o
Falso. Assim, todas as frases verdadeiras têm apenas um referente, o Verdadeiro,
enquanto todas as frases falsas têm apenas um referente, o Falso.
Essa tese de Frege

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