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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO SEGUNDO AS NORMAS NBR


10837 E BS 5628.
Régis Signor

Índice resumo:
1- CONSIDERAÇÕES GERAIS 1
2- DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS 5
3- CÁLCULO DAS CARGAS VERTICAIS 9
4- CÁLCULO DAS AÇÕES HORIZONTAIS: ESFORÇOS DEVIDO AO VENTO 16
5- DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES ESTRUTURAIS: ESCOLHA DOS BLOCOS, 18
ARGAMASSA E GRAUTE
6- VERIFICAÇÃO PARA CARGAS CONCENTRADAS 42
7- VERIFICAÇÃO DA PAREDE DO RESERVATÓRIO À FLEXÃO LATERAL 43
8- VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE DA TORRE DO RESERVATÓRIO SUPERIOR 44
9- PREVISÃO DE DANOS ACIDENTAIS 45

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Este documento foi preparado para concluir o curso de alvenaria estrutural para projetistas de
estruturas, buscando demonstrar a aplicação prática dos conceitos até então introduzidos, tecendo alguns
comentários sobre as considerações pessoais feitas no decorrer do processo.
O exemplo consiste do projeto de um edifício de 6 pavimentos em alvenaria estrutural, apoiados
sobre um pilotis em concreto armado destinado às garagens, cujas plantas baixas e cortes estão mostradas
nas figuras 1 a 3.
A metodologia expõe a utilização das teorias de projeto, ficando seu desenvolvimento e
explicação restrita às demais etapas do curso, constantes no material disponibilizado. Desenhos
ilustrativos são anexos ao exemplo, sendo seus originais anexos em formato digital, cujos nomes de
arquivos seguem sempre junto aos nomes das figuras.
Também em anexo ao exemplo são mostradas duas planilhas de cálculo em excel, que poderão
servir de base para os cursandos desenvolverem suas próprias ferramentas.
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Figura 1: Planta baixa do pavimento tipo – 6 X (pbtipo.dwg).


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Figura 2: Corte AA (corteaa.dwg).


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Figura 3: Corte BB (cortebb.dwg).


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2. DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

O primeiro passo para o projeto estrutural da obra é a escolha das paredes que serão parte integrante
da estrutura, relegando-se as demais à função de vedação apenas. O edifício pode ser previamente analisado
segundo suas duas direções principais, aqui chamadas de X e Y:

DIREÇÃO X:
Em primeira análise verificamos que para ventos atuantes nesta direção o prédio apresenta uma
pequena excentricidade em planta, além de uma diminuição do funcionamento da laje como diafragma rígido,
ambos determinados pela disposição da escada, circulação e poço do elevador. Os elementos estruturais são,
no entanto, abundantes. Diversas paredes estruturais conferem uma rigidez adequada ao conjunto para
resistir aos esforços laterais.
As paredes centrais desta direção foram separadas por meio de juntas, buscando com isto prevenir
aspectos indesejáveis como a sua fissuração e uma rigidez demasiadamente elevada da mesma, prejudicial à
distribuição de cargas. A junta segue as recomendações da BS 5628 e foi posicionada para ficar nos quartos
(provavelmente escondidas pelos guarda-roupas) e não nas salas de estar/jantar.

DIREÇÃO Y:
Neste sentido o prédio apresenta perfeita simetria e continuidade das lajes, determinando que não
haverá torção devida à disposição das paredes e assegurando a hipótese do diafragma rígido para a
distribuição dos esforços de vento.
Também nesta direção existem muitos elementos estruturais, assegurando boa estabilidade ao prédio.
Neste caso optou-se inicialmente por não separar paredes por juntas de movimentação, uma vez que o
comprimento da maior parede (cerca de 6,5 m) mantém coerência com as dimensões de outras paredes da
mesma direção.

Após esta primeira verificação já pode-se partir para a definição das paredes que comporão o sistema
estrutural do edifício. Com base na planta baixa do projeto arquitetônico, utilizaremos todas as paredes
possíveis como estruturais. Isto excetua as paredes de shafts e os peitoris das áreas de serviço, que serão
consideradas paredes de vedação, atuando somente como sobrecarga. Também foram desconsideradas na
concepção da estrutura aquelas paredes junto à porta do elevador, uma vez que as mesmas podem sofrer
inúmeras perturbações durante a vida útil do prédio.
As normas de dimensionamento permitem utilizar as paredes interceptantes como flanges para as
paredes de contraventamento, sempre com regras específicas. A figura 4 mostra as paredes consideradas
como estruturais com os flanges relativos ao 1º pavimento. Observe que somente as paredes de um quadrante
do prédio foram mostradas aqui, devendo também ser consideradas suas paredes simétricas, como pode-se
observar no arquivo digital completo.
Perceba-se que na consideração do comprimento dos flanges neste exemplo são fixos para todos os
pavimentos do edifício. A rigor, as normas e os textos que as acompanham estabelecem que a dimensão dos
flanges é dependente da altura das paredes que estão sobre eles, ou seja, variam com o pavimento em que se
encontram. Tal consideração é, no entanto, bastante trabalhosa e pouco usual entre os projetistas, motivo pelo
qual não será usada aqui.
Outra observação importante refere-se ao agrupamento das paredes PAR03Y e P04Y para a absorção
de esforços laterais. Esta consideração deve-se ao fato das mesmas estarem separadas apenas pela janela do
banheiro, que por suas pequenas dimensões não determina a separação completa das paredes. Para o caso das
cargas verticais, no entanto, as paredes serão consideradas separadamente.
Para a nomeação das paredes estruturais adota-se discriminar todas aquelas que possuam geometrias
e/ou condições de carregamento diferentes, sendo as demais consideradas apenas como suas “cópias”.
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PAR01X PAR02X

PAR01Y

PAR07Y
PAR03X PAR04X P05X

PAR05Y
PAR06X PAR07X

P04Y

PAR08Y

PAR10Y
PAR03Y
PAR08X

PAR09X

PAR06Y
PAR02Y
PAR10X PAR11X

PAR12X

PAR09Y
PAR13X

P14X

Figura 4: Paredes estruturais no 1º pavimento (paredes1.dwg).


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Uma vez que temos já definidas as paredes estruturais nas duas direções, podemos obter suas
propriedades necessárias ao cálculo dos esforços atuantes e da estabilidade do prédio. Desta forma, todas as
dimensões devem ser obtidas, assim como os momentos de inércia e o centro de gravidade de suas seções
transversais. As principais propriedades das paredes estão mostradas nas tabelas 1 e 2:

Tabela 1: Principais propriedades das paredes estruturais da direção X:


PAREDE ymáx ytotal Inércia (m4) Repetições Inércia total (m4) Quinhão
PAR01X 0.99 1.490 0.0730 4 0.2920 0.52%
PAR02X 0.78 1.140 0.0344 4 0.1376 0.24%
PAR03X 0.87 1.140 0.0412 4 0.1648 0.29%
PAR04X 0.47 0.940 0.0099 4 0.0396 0.07%
PAR05X 0.27 0.540 0.0018 2 0.0036 0.01%
PAR06X 1.77 3.240 0.9211 4 3.6844 6.52%
PAR07X 0.57 0.740 0.0112 2 0.0224 0.08%
PAR08X 1.74 1.690 0.4162 4 1.6648 2.95%
PAR09X 0.75 1.090 0.0303 2 0.0606 0.21%
PAR10X 2.20 3.540 0.8782 2 1.7564 6.22%
PAR11X 3.16 5.090 2.6221 2 5.2442 18.56%
PAR12X 0.75 1.090 0.0303 2 0.0606 0.21%
PAR13X 1.35 2.690 0.9926 1 0.9926 7.03%
PAR14X 0.27 0.540 0.0018 2 0.0036 0.01%
Somatórios 14.1272 100.00%

Tabela 2: Principais propriedades das paredes estruturais da direção Y:


PAREDE xmáx xtotal Inércia (m4) Repetições Inércia total (m4) Quinhão
PAR01Y 1.69 3.090 0.7086 4 2.8344 2.86%
PAR02Y 0.67 1.340 0.0283 2 0.0566 0.11%
PAR03Y 1.34 2.490 0.1927 2 0.3854 0.78%
PAR04Y 1.34 2.490 0.1927 2 0.3854 0.78%
PAR05Y 0.53 0.740 0.0099 4 0.0396 0.04%
PAR06Y 3.27 6.540 3.2635 2 6.527 13.16%
PAR07Y 1.78 3.290 0.7678 4 3.0712 3.10%
PAR08Y 2.42 4.190 1.2440 4 4.976 5.02%
PAR09Y 2.23 4.190 1.5559 2 3.1118 6.27%
PAR10Y 2.12 4.190 1.7067 2 3.4134 6.88%
Somatórios 24.8008 100.00%

De posse destas propriedades das paredes, podemos fazer as primeiras verificações relativas à
estabilidade do prédio. Uma das maneiras que podem ser utilizadas para isto é a do coeficiente de
estabilidade global α, que orientará para a necessidade ou não da consideração dos efeitos de 2ª ordem no
prédio.
Assim,
N
α =H ≤ 0,6 , onde:
E×I
α = coeficiente de estabilidade global;
H = altura total do edifício;
N = peso total do edifício;
E = módulo de deformação longitudinal da alvenaria, igual a 400 fp segundo a NBR 10837, mas
limitado a 8000 MPa;
I = momento de inércia dos elementos de contraventamento.
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Então:

DIREÇÃO X:
1500000
α = 22 = 0,51 < 0,6 OK!
2 × 10 8 × 14 ,1

DIREÇÃO Y:

1500000
α = 22 = 0,38 < 0,6 OK!
8
2 × 10 × 24 ,8

Kgf
( E alv = 400 × f P < 8000 MPa ≅ 400 × 5,0 = 2000 MPa = 2 × 10 8 )
m2
Assim, como consideração inicial, podemos admitir que globalmente o prédio apresenta as condições
necessárias para garantir a robustez adequada, não necessitando da consideração de esforços de 2ª ordem. A
altura utilizada foi obtida das ponderações necessárias à consideração dos esforços de vento, como veremos
adiante.
Outra verificação inicial é aquela da distribuição de cargas na direção X, devida à perturbação
ocasionada pela redução da seção da laje no centro do edifício. Pode-se admitir, simplificadamente, que a
estrutura comportar-se-á segundo o modelo da figura 5, cujo cálculo de distribuição de cargas demonstra
pequenas diferenças de absorção de cargas pelas duas metades do edifício. Este fato combinado ao perfil dos
esforços de vento atuantes no edifício (pressão e sucção em lados opostos) determina que assumamos a
distribuição total de cargas proporcionalmente às inércias das paredes, adotando a hipótese do funcionamento
da laje como diafragma rígido sem restrições.

Figura 5: Modelo teórico da estrutura na direção X.


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3. CÁLCULO DAS CARGAS VERTICAIS

Definidos os elementos estruturais e feitas as verificações preliminares, parte-se agora para a


obtenção das ações nas paredes, condição básica para seu dimensionamento. Estas ações podem ser divididas
em verticais e horizontais, iniciando-se o exemplo pela determinação das cargas verticais permanentes (G) e
acidentais (Q).
A metodologia aqui utilizada faz um levantamento das cargas desde o nível mais alto do edifício
(cobertura do reservatório superior) até o nível mais baixo construído em alvenaria (piso do 1º pavimento).
As cargas verticais devidas às lajes serão obtidas pelo traçado de suas linhas de ruptura. Para o
pavimento tipo suporemos, a princípio, que todas as lajes serão simplesmente apoiadas com exceção das
sacadas que, além de apoiarem-se sobre as vigas mostradas na planta de forma, serão engastadas nas lajes
contíguas das salas.
As figuras a seguir fornecem os dados necessários à perfeita visualização do processo de cálculo.
Uma planta de forma do edifício é disponibilizada na figura 6, e as áreas de ruptura são mostradas nas figuras
seguintes.
A carga das lajes distribuída para cada parede será obtida da seguinte maneira:
Al (l p + l v )
An = . , onde:
ll lp
An = Área de laje distribuída por metro de parede (m²/m);
Al = Área da laje que descarrega sobre a linha de apoio da parede considerada (m²);
ll = Comprimento da linha de apoio considerada (m);
lp = Comprimento da parede (m);
lv = Comprimento das regiões das peças estruturais que apóiam-se na parede (m);

Caso desejemos uma carga por metro linear basta multiplicarmos o valor An pela carga unitária das
lajes, definidas conforme o tipo de ocupação.
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Figura 6: Planta de forma do edifício (pftipo.dwg).


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2568
Cobertura
e piso 2320 Casa de 2092
do reservatório máquinas Escada

0,97 m²

0,25 m²

0,25 m²
1,45 m²
0,97 m²

g = 625 kgf/m²
g = 350 kgf/m²

0,76 m²

0,64 m²
7,42 m² 7,42 m² 1,43 m²

1,11 m² 1,11 m²

1,43 m²

1,36 m²

0,82 m² 0,82 m²

1,45 m² 1,36 m²

Figura 7: Traçado das linhas de ruptura do reservatório superior (cobertura e piso), casa de máquinas e escada (lrdiversas.dwg).
12

Figura 8: Traçado das linhas de ruptura do pavimento tipo (lrtipo.dwg).


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Após a obtenção das áreas de contribuição de cada laje, basta distribuirmos as áreas para cada parede.
As cargas que atuam acima do nível da cobertura do 6º pavimento serão obtidas e expressas em kgf/m, sendo
posteriormente consideradas como cargas axiais nas paredes do 6º tipo. Assim temos, por exemplo:

3.1. CARGAS ATUANDO ACIMA DO PAVIMENTO TIPO:

3.1.1. CARGAS DEVIDAS ÀS LAJES:

g = 0,08 × 2500 + 100 = 300 kgf/m²


→ Cob. reservatório impermeabilização
q = 50 + 200 = 250 kgf/m²
água (possibilidade alagamento c/ chuva)

g = 0,10 × 2500 = 250 kgf/m²


→ Piso reservatório
q = 2000 kgf/m² (água)

1, 45 m 2 m 2  g = 1,08 × (300 + 250 ) = 595 kgf / m 


PAR07X: A1 = = 1,08 ∴ 
2 × 0,67 m m  q = 1,08 × ( 250 + 2000 ) = 2430 kgf / m 

7 , 42 m 2 1,05 m m 2  g = 0, 21 × 550 = 116 kgf / m 


PAR11X: A1 = × = 0, 21 ∴ 
7 ,36 m 5,02 m m  q = 0, 21 × 2250 = 450 kgf / m 

1, 45 m 2 m 2  g = 0,57 × 550 = 313 kgf / m 


PAR13X: A1 = = 0,57 ∴ 
2,55 m m  q = 0,57 × 2250 = 1279 kgf / m 

7 , 42 2,55 m 2  g = 0,63 × 550 = 347 kgf / m 


PAR09Y: A1 = × = 0,63 ∴ 
7 ,36 4,05 m  q = 0,63 × 2250 = 1418 kgf / m 

7 , 42 3,75 m 2  g = 0,93 × 550 = 512 kgf / m 


PAR10Y: A1 = × = 0,93 ∴ 
7 ,36 4,05 m  q = 0,93 × 2250 = 2092 kgf / m 
A exemplo do levantamento para o reservatório superior, deve-se ainda considerar a casa de
máquinas e o peso próprio das paredes que atuam acima do tipo. Tais cálculos serão omitidos deste exemplo
por apresentarem absoluta similaridade com os anteriores.
Para o pavimento tipo, buscando facilitar a tarefa de dimensionamento, as cargas das lajes do
pavimento serão expressas em m² de laje por m de parede, o que imprimirá grande velocidade aos cálculos
devido à configuração das planilhas construídas, anexas ao exercício.
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3.2. CARGAS ATUANDO NO PAVIMENTO TIPO:

3.2.1. LAJES E DEMAIS CARGAS EXCÊNTRICAS:

g = 320 kgf/m²
COBERTURA:
q = 50 kgf/m²

g = 300 kgf/m²

PAVTO. TIPO: 150 kgf/m² (dormitórios, sala, cozinha e banheiro)


q= 200 kgf/m² (área de serviço, circulação)
250 kgf/m² (escada)

e = 9 cm → g = 140 kgf/m²
PAREDES DE VEDAÇÃO: e =14 cm → g = 260 kgf/m² (paredes externas)
e =14 cm → g = 220 kgf/m² (paredes internas)

EXEMPLOS DA DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO DAS LAJES PARA AS PAREDES


PORTANTES:

3,59 m 2 2,16 m m2
PAR01X: A1 = × = 1,38
3,96 m 1, 42 m m PAR01X PAR02X

3,59 m 2 1,81m m2
PAR02X: A1 = × = 1,53
3,96 m 1,07 m m

2,04 1,73 m2
A1 = × = 1,15
2,86 1,07 m
1,92 1,73 m2
PAR03X: A2 = × = 1,09
2,86 1,07 m
g2 =
(0,6 + 0,8 ) × 2,68 × 140 = 491
kgf/m (adicional devido à churrasqueira)
1,07
15

2,04 1,13 0,82 m2


A1 = × + = 1, 29
2,86 0,94 2 × 0,94 m
0,82 kgf
q1 = × 50 = 22 kgf/m (adicional devido à lavanderia)
2 × 0,94 m2
1,92 1,13 0,55 + 0, 29 m2
PAR04X: A2 = × + = 1, 25
2,86 0,94 2 × 0,94 m
g2 =
(1,5 + 1, 4 ) × 260 × 0,85 = 341
kgf/m (adicional devido ao peitoril)
2 × 0,94
q2 =
(1,5 + 1,4 ) × 200 = 309
kgf/m (adicional devido ao peitoril)
2 × 0,94

0,82 m2
A1 = = 0,76
2 × 0,54 m
P05X:
m2 kgf
q = 0,76 × 50 = 30 kgf/m (adicional devido à área de serviço)
m m2

3.2.2. CARGAS AXIAIS:

EXEMPLOS DE DETERMINAÇÃO DO PESO PRÓPRIO DAS PAREDES:

PAR01X:
1, 48 × 0,81 × 260
g = 2,68 × 260 + = 916 kgf/m
1, 42

PAR02X:
1, 48 × 0,81 × 260
g = 697 + = 988 kgf/m
1,07

PAR03X:
0, 48 × 0,73 × 260
g = 697 + = 782 kgf/m
1,07
PAR01X PAR02X
PAR04X:

g = 697 +
(0,48 × 0,73 + 1,48 × 0,51) × 260 = 1003 kgf/m
0,94

1, 48 × 0,51 × 260
P05X: g = 697 + = 1060 kgf/m
0,54
16

4. CÁLCULO DAS AÇÕES HORIZONTAIS: ESFORÇOS DEVIDO AO VENTO

Os esforços devidos ao vento que serão utilizados para o exemplo de dimensionamento por ambas as
normas são obtidos da NBR 6123. Para a obtenção dos coeficientes necessários ao cálculo consideraremos
que o prédio será construído em terreno fracamente acidentado, em zona bastante populosa - embora não no
centro de uma grande cidade – e cercado de edificações similares em um raio de mais de 500 m.
Assim, temos:
Vo = 43 m/s (Florianópolis)
S1 = 1,0 (terreno fracamente acidentado)
S2 = (categoria IV e classe B)
h (m) ≤5 10 15 20 25
S2 0,76 0,83 0,88 0,91 0,96
S3 = 1,0 (residencial)
CaX = 0,9 (vento de alta turbulência)
CaY = 0,97 (vento de alta turbulência)

4.1. TORÇÃO: EXCENTRICIDADES NA DIREÇÃO X


15.1

4.1.1. GEOMÉTRICA 3.1 7.7 4.3

7 ,7 × 5,64 × 6,95 + 17 ,08 × 15 ,1 × 7,55


YCG = = 7 , 46 m

5.64
301,34 m ²
eY = 7 ,55 − 7 , 46 = 0,09 m (para o 1º pavto.)

7 ,7 × 5,64 × 6,95 + 3,68 × 15 ,1 × 7 ,55


YCG = = 7 , 29 m
99 ,00 m ² CG
eY = 7,55 − 7 , 29 = 0, 26 m (para o 6º pavto.)
17.08

7.46

4.1.2. ARRANJO DAS PAREDES

YCG ( PAREDES ) =
∑ (I xi × y i ) = −0,10
∑ I xi
Este cálculo pode ser visto nas planilhas do final do exemplo.
Perceba-se que a combinação das excentricidades geométrica e de
arranjo das paredes varia de 0,16 m para o 6º pavto. a
aproximadamente zero para o 1º pavto.

4.1.3. ACIDENTAL
A NBR 6123 recomenda em seu item 6.6.2, para edificações sem efeito de vizinhança, uma
excentricidade da força de arrasto igual a:
e a = 0,075 × α = 0,075 × 15 ,10 = 1,13 m para a direção X, e
e a = 0,075 × α = 0,075 × 20 ,80 = 1,56 m para a direção Y.

Assim, a excentricidade que será o braço de alavanca para o cálculo da torção em cada direção será
obtida da combinação das excentricidades geométrica, das paredes e acidental. As forças devidas à torção
resistidas por cada parede do edifício serão obtidas da fórmula:
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Fx × e y × I xi × y i
t=
∑ (I xi × y i2 + I yi × xi2 )

4.2. FLEXÃO: CÁLCULO DOS ESFORÇOS

DIREÇÃO X:

→ Carga distribuída (pressão de vento):


6º pavto: q = 0,0613 × (0,94 × 43 ) = 100 ,15 kgf/m2
2

5º pavto: q = 0,0613 × (0,91 × 43 ) = 93,86 kgf/m2


2

4º pavto: q = 0,0613 × (0,90 × 43 ) = 91,81 kgf/m2


2

3º pavto: q = 0,0613 × (0,88 × 43 ) = 87 ,77 kgf/m2


2

2º pavto: q = 0,0613 × (0,86 × 43 ) = 83 ,83 kgf/m2


2

1º pavto: q = 0,0613 × (0,83 × 43 ) = 78 ,08 kgf/m2


2

→ Força de arrasto:
6º pavto: Fa = 100 ,15 × 0,90 = 90 ,14 kgf/m2
5º pavto: Fa = 93 ,68 × 0,90 = 84 , 47 kgf/m2
4º pavto: Fa = 91,81 × 0,90 = 82 , 63 kgf/m2
3º pavto: Fa = 87 ,77 × 0,90 = 79 ,00 kgf/m2
2º pavto: Fa = 83 ,83 × 0,90 = 75 , 45 kgf/m2
1º pavto: Fa = 78 ,08 × 0,90 = 70 , 27 kgf/m2

→ Áreas acumuladas das fachadas:


6º pavto: A = 9,87 × 5,93 + 15 ,10 × 2,68 = 58 ,53 + 40 , 47 = 99 ,00 m2
5º pavto: A = 99 ,00 + 40 , 47 = 139 , 47 m2
4º pavto: A = 139 , 47 + 40 , 47 = 179 ,94 m2
3º pavto: A = 179 ,94 + 40 , 47 = 220 , 40 m2
2º pavto: A = 220 , 40 + 40 , 47 = 260 ,87 m2
1º pavto: A = 260 ,87 + 40 , 47 = 301,34 m2

→ Cargas horizontais: No Pavto. Acumulada (Σ)


6º pavto: Q = 99 ,00 × 90 ,14 = 8923 kgf 8923 kgf
5º pavto: Q = 40 , 47 × 84 , 47 = 3419 kgf 12342 kgf
4º pavto: Q = 40 , 47 × 82 ,63 = 3344 kgf 15685 kgf
3º pavto: Q = 40 , 47 × 79 ,00 = 3197 kgf 18882 kgf
2º pavto: Q = 40 , 47 × 75 , 45 = 3053 kgf 21935 kgf
1º pavto: Q = 40 , 47 × 70 , 27 = 2844 kgf 24779 kgf
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→ Pontos de aplicação das cargas (braços de alavanca):


 5,93  2,68 2
9,87 × 5,93 ×  + 2,68  + 15 ,10 ×
=  2  2
= 3,89 m
6º pavto: YCG
99 ,00
99 ,00 × 90 ,14 × (3,89 + 2,68 ) + 40 , 47 × 84 , 47 × 1,34
5º pavto: YCG = = 5,12 m
99 ,00 × 90 ,14 + 40 , 47 × 84 , 47
12342 × (5,12 + 2,68 ) + 40 , 47 × 82 ,63 × 1,34
4º pavto: YCG = = 6, 42 m
15685
15685 × (6, 42 + 2,68 ) + 40 , 47 × 79 ,00 × 1,34
3º pavto: YCG = = 7 ,79 m
18882
18882 × (7 ,79 + 2,68 ) + 40 , 47 × 75 , 45 × 1,34
2º pavto: YCG = = 9, 20 m
21935
21935 × (9, 20 + 2,68 ) + 40 , 47 × 70 , 27 × 1,34
1º pavto: YCG = = 10 ,67 m
24779

→ Momentos acumulados nos pavimentos:


6º pavto: M = 8923 kgf × 3,89 m = 34710 kgf .m
5º pavto: M = 12342 kgf × 5,12 m = 63191 kgf .m
4º pavto: M = 15685 kgf × 6, 42 m = 100698 kgf .m
3º pavto: M = 18882 kgf × 7 ,79 m = 147091 kgf .m
2º pavto: M = 21935 kgf × 9, 20 m = 201802 kgf .m
1º pavto: M = 24779 kgf × 10 ,67 m = 264392 kgf .m

Todos estes cálculos devem também ser feitos para a direção Y, para que possamos dimensionar
aquelas paredes com os esforços de sua direção. Tais cálculos foram, no entanto, suprimidos deste exemplo
por não haver a necessidade de repeti-los.

5. DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES ESTRUTURAIS: ESCOLHA DOS BLOCOS,


ARGAMASSA E GRAUTE

Uma vez que já possuímos os esforços verticais e os horizontais, resta-nos agora dimensionar as
paredes. Isto será feito combinando-se as ações de maneira a obtermos a situação mais desfavorável,
conforme as recomendações de cada norma. Assim, de agora em diante, o exemplo será dividido em duas
seções, uma para a norma britânica e outra para a brasileira.

5.1. NORMA BRITÂNICA:

Este documento estabelece quais as combinações possíveis de carga e os coeficientes de segurança


adequados, que combinados aos efeitos de excentricidade e esbeltez da parede levarão à sua resistência
característica.
Detalharemos, nesta ocasião, o dimensionamento de algumas paredes pela norma inglesa:
19

DIMENSIONAMENTO DO P05X:

A primeira parede a ser exemplificada será a PAR05X, que por suas reduzidas dimensões (14x54 cm)
é considerada como um pilar, motivo pelo qual será denominada apenas de P05X. Seu modo de
dimensionamento é análogo ao de qualquer outro elemento estrutural de alvenaria, exceto por um fator de
redução de carga estabelecido pelas duas normas.
As propriedades básicas da seção do P05X são:
A = 0,14 × 0,54 = 0,0756 m²; y máx = y mín = 0, 27 m

=
(0,14 × 0,54 )
3
= 0,0018 m4;
0,0018
I YY Rigidez relativa = ≅ 0,01 %
12 14 , 272

5.1.1. CARGAS DEVIDAS AO VENTO:


Para a obtenção dos esforços laterais atuantes em cada parede consideraremos tanto a parcela de
flexão simples quanto a parte devida à torção oriunda das excentricidades geométrica, estrutural e acidental.
A parcela devida à flexão simples será distribuída às paredes proporcionalmente à sua rigidez à
flexão (sua inércia), considerando apenas as paredes paralelas à direção considerada para o vento, uma vez
que a contribuição das paredes perpendiculares é desprezível.
Os esforços de torção, por sua característica, por muitas vezes atuarão nas paredes no sentido de
aliviar seus esforços atuantes. Este fato não será, obviamente, considerado, uma vez que a uma mesma parede
poderá ser influenciada beneficamente ou não, dependendo da direção que o vento estiver atuando. Desta
forma, as tensões devidas à torção serão sempre acrescidas àquelas ocasionadas pela flexão.
A distribuição destas ações será feita também pela inércia relativa das paredes, atentando-se agora
para o fato de que todas as paredes resistem a momentos torsores aplicados em qualquer sentido. Assim,
agora não poderemos considerar os flanges, uma vez que determinadas regiões de paredes estariam
contribuindo duplamente para a inércia total do edifício, constituindo erro contra a segurança.
O cálculo da torção, por simplificação, foi efetuado somente para o primeiro pavimento, sendo a
consideração para os demais feita por interpolação linear tendo como fator de ponderação os esforços totais
em cada andar.
Para todos os pavimentos e todas as paredes as fórmulas de cálculo dos esforços laterais serão as
seguintes:
Q acum
Q = Q acum × R f + Q MT × , onde:
Q total
Q = parcela de carga de vento resistida pela parede em questão;
Qacum = carga de vento acumulada até o pavimento considerado;
Rf = rigidez relativa da parede à flexão;
QMT = carga de vento distribuída para a parede devida ao momento torsor no 1º pavto.;
Qtotal = carga de vento total para o prédio na direção considerada.

M = Q × YCG , onde:
M = momento devido ao vento resistido pela parede em questão;
YCG = braço de alavanca dos esforços de vento para o pavimento considerado.

Q
τ = , onde:
A
τ = tensão de cisalhamento na parede em questão;
A = área da seção transversal resistente ao cisalhamento da parede em questão.
20

M × y máx M × y mín
σ máx = , e σ mín = , onde:
I I
σmáx e σmín = tensões de compressão máxima e mínima devidas ao momento na parede em questão;
ymáx e ymín = distâncias da linha neutra aos pontos mais afastados da parede em questão.

A seguir são demonstrados os cálculos de obtenção destes esforços para o P05X, para os pavimentos
6º, 5º e 1º, sendo que os demais foram suprimidos por serem repetitivos.
8923
6º pavto: Q = 8923 kgf × 0,01 % + 0, 45 × = 1,3kgf
24779
M = 1,3kgf × 3,89 m = 5,05 kgf
1,3kgf kgf
τ = ≅0
14 × 54 cm 2
5,05 × 0, 27 kgf
σ máx = σ mín = = 758 = ± 0,007 MPa
0,0018 m2
12342
5º pavto: Q = 12342 kgf × 0,01 % + 0, 45 × = 1,8 kgf
24779
M = 1,8 kgf × 5,12 m = 9, 2 kgf .m
9, 2 kgf kgf
τ = ≅0 ≅ 0 MPa
14 × 54 cm 2
9, 2 × 0, 27 kgf
σ máx = −σ mín = = 1380 = ± 0,014 MPa
0,0018 m2
1º pavto: Q = 24779 kgf × 0,01 % + 0, 45 = 3,61kgf
M = 3,61kgf × 10 ,67 m = 38 ,52 kgf .m
3,61kgf kgf
τ = ≅0 ≅ 0 MPa
14 × 54 cm 2
38 ,52 × 0, 27 kgf
σ máx = −σ mín = = 5777 = ± 0,058 MPa
0,0018 m2

5.1.2. CARGAS VERTICAIS ACUMULADAS:


As cargas verticais atuantes em cada parede devem ser acumuladas em todos os pavimentos, para a
posterior combinação com os esforços de vento que permitirá o seu dimensionamento. Tais cargas devem ser
separadas em permanentes e acidentais, e devem também ser consideradas separadamente nos dois lados
opostos da parede, para o cálculo da excentricidade de carga. Assim, temos para o P05X:

6º pavto : g = 472 + 1060 + 0,76 x 320 = 1775 kgf/m


q = 0,76 x 50 + 38 = 76 kgf/m

5º pavto : g = 1775 + 1060 + 0,76 x 300 = 3063 kgf/m


q = 76 + 0,76 x 150 + 38 = 228 kgf/m

1º pavto : g = 6927 + 1606 + 228 = 8215 kgf/m


q = 593 + (114 + 38) x 0,4 = 654 kgf/m
21

ESQUEMA DAS CARGAS NO P05X:

g=472
Cob. g = 243 kgf/m
q = 76 kgf/m
g=1060
6º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 kgf/m
g=1060
5º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 kgf/m
g=1060
4º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 x 0,8 = 122 kgf/m
g=1060
3º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 x 0,6 = 91 kgf/m
g=1060
2º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 x 0,4 = 61 kgf/m
g=1060
1º pavto g = 228 kgf/m
q = 152 x 0,4 = 61 kgf/m

5.1.3. COMBINAÇÃO DE TENSÕES:


De posse dos esforços horizontais e verticais atuantes na parede considerada, resta-nos verificá-la à
possibilidade de tração e, caso esta não ocorra, obter a tensão de compressão de cálculo, por meio das três
combinações possíveis descritas pela BS 5628.

6º Pavto:
1775 × 10
i) 0,9G K − 1, 4W K = 0,9 × − 1, 4 × 0,01 = 0,10 MPa → OK! (não há tração)
140 × 1000
1775 × 10 76 × 10
ii) 1, 4G K + 1,6Q K = 1, 4 × + 1,6 × = 0,19 MPa
140 × 1000 140 × 1000
iii) 1, 4G K + 1, 4W K = 1, 4 × (0,13 + 0,01) = 0, 20 MPa → Maior valor (adotado)
iv) 1, 2G K + 1, 2Q K + W K = 1, 2 × (0,13 + 0,01 + 0,01) = 0,18 MPa

5º Pavto:
i) 0,9G K − 1, 4W K = 0,9 × 0, 22 − 1, 4 × 0,01 = 0,18 MPa → OK! (não há tração)
ii) 1, 4G K + 1,6Q K = 1, 4 × 0, 22 + 1,6 × 0,02 = 0,34 MPa → Maior valor (adotado)
iii) 1, 4G K + 1, 4W K = 1, 4 × 0, 22 + 1, 4 × 0,02 = 0,34 MPa → Maior valor (adotado)
iv) 1, 2G K + 1, 2Q K + W K = 1, 2 × (0, 22 + 0,02 + 0,01) = 0,30 MPa
22

1º Pavto:
i) 0,9G K − 1, 4W K = 0,9 × 0,59 − 1, 4 × 0,06 = 0, 45 MPa → OK! (não há tração)
ii) 1, 4G K + 1,6Q K = 1, 4 × 0,59 + 1,6 × 0,05 = 0,91 MPa → Maior valor (adotado)
iii) 1, 4G K + 1,4W K = 1,4 × ( 0,59 + 0,06 ) = 0,91 MPa → Maior valor (adotado)
iv) 1, 2G K + 1, 2Q K + W K = 1, 2 × (0,59 + 0,05 + 0,06 ) = 0,84 MPa

5.1.4. CÁLCULO DO COEFICIENTE β:


Após termos a solicitação de projeto, resta-nos obter a resistência característica para a peça. Isto
requer o cálculo do coeficiente β, que reduz a capacidade portante da parede devido a sua esbeltez e à
excentricidade das cargas atuantes.

6º Pavto:
14
462 ×
eX = 6 = 1, 22
cm
425 + 462
 1  0,75 × 260 
2
   2 × 1,65  
e a = 14  ×  − 0,015  = 0,92 cm β = 1,1 ×  1 −    = 0,84
 2400  14     14  
em ≥ 0,6 × 1, 22 + 0,92 = 1,65 cm 
1, 22 cm

5º Pavto:

(1,4 × 228 + 1,6 × 152 ) × 14


eX = 6 = 0,61 cm
0,9 × 1775 + 1, 4 × 228 + 1,6 × 152
  2 × 1, 29  
e a = 0,92 cm β = 1,1 ×  1 −    = 0,90
  14  
em ≥ 0,6 × 0,61 + 0,92 = 1, 29 cm 
0 ,61 cm

1º Pavto:
14
562 ×
6   2 × 1,04  
eX = = 0,19 cm β = 1,1 ×  1 −    = 0,94
0,9 × 6927 + 562   14  
e a = 0,92 cm
e m = 1,04 cm 
23

5.1.5. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DA PAREDE:

Como a peça aqui exemplificada trata-se de um pilar, a resistência característica deve ser obtida
1
como a de uma parede, e após isso minorada multiplicando-a pelo fator , segundo
(0,7 + 1,5 × A )
prescrição da BS 5628. Assim:

3,5 × 0, 20
6º pavto: fK = = 1,02 MPa
0,84 × (0,7 + 1,5 × 0,0756 )
3,5 × 0,34
5º pavto: fK = = 1,63 MPa
0,90 × 0,81
3,5 × 0,91
1º pavto: fK = = 4,17 MPa
0,94 × 0,81

Desta forma, o P05X já está dimensionado e pronto para a escolha dos blocos e da argamassa a serem
adotados em cada pavimento. Isto porém não pode ser feito isoladamente, devendo todas as paredes ser
calculadas para que então a pior delas em cada pavimento determine os materiais a serem utilizados.
Neste exemplo mostraremos ainda o cálculo da PAR07X, que apresenta uma carga elevada e, embora
tenha uma pequena seção transversal, não é tratada como um pilar.

DIMENSIONAMENTO DA PAR07X:
As propriedades da PAR07X podem ser obtidas na tabela 1. O seu dimensionamento é
completamente análogo ao do P05X.

• CARGAS DEVIDAS AO VENTO:


8923
6º Pavto: Q = 8923 × 0,08 % + 1,03 × = 7 , 45 kgf
24779
M = 7 , 45 × 3,89 = 28 ,93 kgf .m
7 , 45 Kgf
τ = ≅0
14 × 74 cm 2
28 ,93 × 0,57 m kgf
σ máx = = 1472 = 0,015 MPa
0,0112 m2
28 ,93 × 0,17 m kgf
σ min = = 439 = 0,004 MPa
0,0112 m2

12343
5º Pavto: Q = 12342 × 0,08 % + 1,03 × = 10 ,30 kgf
24779
M = 10 ,3 × 5,12 = 52 ,70 kgf .m
10 ,30 kgf
τ = ≅ 0,001 ≅ 0 MPa
14 × 74 cm 2
24

52 ,7 × 0,57 kgf
σ máx = = 2682 = 0,027 MPa
0,0112 m2
52 ,7 × 0,17 kgf
σ min = = 800 = 0,008 MPa
0,0112 m2

1º Pavto: Q = 24779 × 0,08 % + 1,03 = 20 ,65 kgf


M = 20 ,67 × 10 ,67 = 220 ,55 kgf .m
20 ,67 kgf
τ = ≅ 0,02 ≅ 0 MPa
14 × 74 cm 2
220 ,55 × 0,57 kgf
σ máx = = 11224 = 0,112 MPa
0,0112 m2
220 ,55 × 0,17 kgf
σ min = = 3347 = 0,033 MPa
0,0112 m2

• CARGAS VERTICAIS ACUMULADAS


ESQUEMA DAS CARGAS NA PAR07X:

Reservatório g=3933 kgf/m


q=2430 kgf/m
Cobertura

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181 kgf/m
6º pavto. .

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181 kgf/m
5º pavto. .

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181 kgf/m
4º pavto. .

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181x 0,8 = 145 kgf/m
3º pavto. .

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181x 0,6 = 109 kgf/m
2º pavto. .

g=1432 → escada g = 253 kgf/m


q = 181x 0,4 = 72 kgf/m
1º pavto. .
25

6º pavto : g = 3933 + 1432 + 253 = 5618 kgf/m


q = 2430 + 181 = 2611 kgf/m

5º pavto : g = 5618 + 1432 + 253 = 7303 kgf/m


q = 2611 + 181 = 2792 kgf/m

1º pavto : g = 12358 + 1432 + 253 = 14043 kgf/m


q = 3227 + 72 = 3299 kgf/m

• COMBINAÇÃO DE TENSÕES:

6º Pavto:
5618 × 10
i) 0,9G K − 1, 4W K = 0,9 × − 1, 4 × 0,015 = 0,34 MPa → OK! (não há tração)
140 × 1000
5618 × 10 2611 × 10
ii) 1, 4G K + 1,6Q K = 1, 4 × + 1,6 × = 0,86 MPa → Maior valor (adotado)
140 × 1000 140 × 1000
 5618 × 10 
iii) 1, 4G K + 1, 4W K = 1, 4 ×  + 0,015  = 0,58 MPa
 140 × 1000 
iv) 1, 2G K + 1, 2Q K + W K = 1, 2 × (0, 401 + 0,186 + 0,015 ) = 0,72 MPa

5º Pavto:
7303 × 10
i) 0,9G K − 1, 4W K = 0,9 × − 1, 4 × 0,027 = 0, 43 MPa → OK! (não há tração)
14 × 1000
7303 × 10 2792 × 10
ii) 1, 4G K + 1,6Q K = 1, 4 × + 1,6 × = 1,05 MPa → Maior valor (adotado)
140 × 1000 140 × 1000
iii) 1, 4G K + 1, 4W K = 1, 4 × ( 0,522 + 0,027 ) = 0,77 MPa
iv) 1, 2G K + 1, 2 Q K + W K = 1, 2 × (0,522 + 0,199 + 0,027 ) = 0,90 MPa

• CÁLCULO DE β:

6º Pavto:

(1,4 × 253 + 1,6 × 181 ) × 14


eX = 6 = 0,36 cm
0,9 × 3933 + 1, 4 × 253 + 1,6 × 181
 1  0,75 × 260 
2
   2 × 1,14  
e a = 14  ×  − 0,015  = 0,92 cm β = 1,1 ×  1 −    = 0,92
 2400  14     14  
em ≥ 0,6 × 0,36 + 0,92 = 1,14 cm 
0,36 cm
26

5º Pavto:
14
644 ×
eX = 6 = 0, 26 cm
0,9 × 5618 + 644
 1  0,75 × 260 
2
   2 × 1,08  
e a = 14  ×  − 0,015  = 0,92 β = 1,1 ×  1 −    = 0,93
 2400  14     14  
em ≥ 0,6 × 0, 26 + 0,92 = 1,08 cm 
0, 26 cm

• DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DA PAREDE:

3,5 × 0,86
6º Pavto: f K = = 3, 27 MPa
0,92
3,5 × 1,05
5º Pavto: f K = = 3,95 MPa
0,93
3,5 × 1,78
1º Pavto: f K = = 6,63 MPa
0,94

Seguindo o mesmo procedimento mostrado anteriormente, podemos efetuar os cálculos para todas as
outras paredes do prédio, como por exemplo a PAR11X, que apresenta como particularidade a maior inércia
das paredes em sua direção. Desta forma, a maior parcela das cargas devidas ao vento será destinada a ela
(mais de 18% para a flexão), podendo-se esperar que o vento vá ser determinante do dimensionamento. O
resumo da parede está na tabela 3, lembrando que para o cálculo da excentricidade das cargas nesta parede a
fórmula a ser utilizada considera as lajes atuando nos dois lados da mesma.

Tabela 3: Resumo dos esforços atuantes na PAR11X.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Q k i ii iii iv
6º 0.02 0.08 -0.05 0.11 0.04 -0.01 0.23 0.27 0.28 0.88 1.14
5º 0.03 0.14 -0.09 0.19 0.06 -0.03 0.36 0.46 0.47 0.89 1.85
4º 0.04 0.23 -0.14 0.26 0.08 -0.08 0.50 0.69 0.69 0.91 2.64
3º 0.05 0.33 -0.20 0.34 0.09 -0.16 0.62 0.94 0.92 0.92 3.57
2º 0.06 0.46 -0.28 0.41 0.10 -0.27 0.74 1.22 1.17 0.93 4.60
1º 0.07 0.60 -0.37 0.49 0.11 -0.40 0.86 1.52 1.44 0.93 5.71

Como podemos perceber, na combinação entre a tensão de vento e a tensão devida ao peso próprio
(1,4.Wk-0,9.Gk) ocorre um considerável esforço de tração. Desta forma, devemos buscar alternativas que
corrijam esta tendência, tais como a inclusão de paredes nesta direção ou o acréscimo de cargas
gravitacionais na parede, como veremos adiante. Também como esperado, podemos verificar que a hipótese
iii (1,4.Gk + 1,4.Wk), que considera o esforço de vento, é a dimensionante para compressão.
Antes de passar à busca de soluções para a tração, no entanto, podemos analisar previamente os
resultados obtidos para as demais paredes. A PAR13X, por exemplo, apresenta como particularidade a
27

condição de suas extremidades, que por não serem diretamente ligadas a lajes de concreto têm como altura
efetiva o valor real da altura. Desta forma o fator β é menor, aumentando a exigência de resistência da parede.

Tabela 4: Resumo dos esforços atuantes na PAR13X.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.03 -0.03 0.21 0.12 0.14 0.48 0.34 0.43 0.80 2.11
5º 0.02 0.06 -0.06 0.26 0.12 0.15 0.55 0.44 0.52 0.80 2.42
4º 0.03 0.10 -0.10 0.31 0.12 0.14 0.62 0.56 0.63 0.80 2.76
3º 0.04 0.14 -0.14 0.36 0.12 0.12 0.69 0.70 0.74 0.80 3.25
2º 0.04 0.19 -0.19 0.41 0.12 0.09 0.76 0.84 0.86 0.80 3.79
1º 0.05 0.26 -0.25 0.46 0.12 0.05 0.83 0.99 1.00 0.80 4.38

Na direção Y, as paredes escolhidas para um maior detalhamento neste exemplo são a PAR06Y, que
por sua grande inércia tem o maior quinhão de carga desta direção, e a PAR10Y, que por sua posição, sob o
reservatório superior e escada, tem a maior carga gravitacional. As tabelas 5 e 6 têm os resumos das peças em
questão.

Tabela 5: Resumo dos esforços atuantes na PAR06Y.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.04 -0.04 0.09 0.01 0.02 0.14 0.18 0.17 0.76 0.84
5º 0.03 0.10 -0.10 0.18 0.03 0.02 0.29 0.38 0.36 0.84 1.59
4º 0.04 0.18 -0.18 0.26 0.05 -0.01 0.44 0.61 0.58 0.88 2.44
3º 0.05 0.28 -0.28 0.35 0.07 -0.08 0.59 0.88 0.83 0.90 3.42
2º 0.06 0.41 -0.41 0.43 0.08 -0.18 0.73 1.18 1.10 0.91 4.52
1º 0.06 0.56 -0.56 0.52 0.09 -0.31 0.87 1.50 1.39 0.92 5.74

Tabela 6: Resumo dos esforços atuantes na PAR10Y.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.01 0.02 -0.02 0.31 0.20 0.25 0.76 0.47 0.64 0.87 3.05
5º 0.02 0.05 -0.05 0.43 0.23 0.32 0.96 0.67 0.84 0.89 3.79
4º 0.02 0.09 -0.09 0.55 0.25 0.37 1.17 0.89 1.06 0.90 4.53
3º 0.03 0.14 -0.14 0.66 0.27 0.40 1.37 1.13 1.29 0.91 5.24
2º 0.04 0.20 -0.20 0.78 0.29 0.42 1.55 1.38 1.53 0.92 5.92
1º 0.04 0.28 -0.27 0.90 0.30 0.42 1.74 1.65 1.77 0.92 6.71

Como podemos ver, o alto valor de fk da PAR10Y demonstra que esta parede é realmente a que
deverá ter a maior resistência característica, sendo a dimensionante do edifício. Já para a PAR06Y
verificamos a grande influência do vento pela hipótese mais desfavorável de compressão e pela tração devida
aos seus esforços. Da mesma forma que para a PAR11X deveremos buscar soluções buscando eliminar este
esforço.

HIPÓTESES PARA EVITAR TRAÇÕES NAS PAREDES:


A primeira possibilidade para evitar a tração nas paredes é a obtenção de maior rigidez para o
edifício, conseguida pela criação de novas paredes estruturais, o que não é possível para o nosso exemplo.
Alterações na arquitetura poderiam ser feitas, como a relocação da janela do quarto maior para melhorar a
28

condição da PAR11X. Isto criaria uma grande parede na direção X, obtida da união entre as PAR01X e
PAR02X, e dividiria a PAR01Y em duas menores. Mas como temos também problemas na direção Y (a
PAR06Y encontra-se tracionada), esta divisão da PAR01Y seria prejudicial uma vez que diminuiria a rigidez
total nesta direção. Além disso alterações na arquitetura nem sempre são possíveis, motivo pelo qual esta
hipótese será abandonada.
A segunda alternativa é a de grautear-se as paredes com problemas de tração para aumentar seu peso
próprio. Desta forma, as paredes que apresentam este problema serão grauteadas, com os resultados
mostrados nas tabelas 7 e 8 a seguir:

Tabela 7: Esforços atuantes na PAR11X após seu grauteamento.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín G k Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.08 -0.05 0.13 0.04 0.01 0.26 0.30 0.31 0.88 1.24
5º 0.03 0.14 -0.09 0.23 0.06 0.01 0.42 0.52 0.52 0.90 2.04
4º 0.04 0.23 -0.14 0.33 0.08 -0.03 0.59 0.78 0.76 0.92 2.97
3º 0.05 0.33 -0.20 0.42 0.09 -0.09 0.74 1.06 1.02 0.93 4.00
2º 0.06 0.46 -0.28 0.52 0.10 -0.17 0.89 1.37 1.30 0.93 5.13
1º 0.07 0.60 -0.37 0.62 0.11 -0.29 1.04 1.70 1.59 0.94 6.36

Tabela 8: Esforços atuantes na PAR06Y após seu grauteamento.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín G k Q k i ii iii iv
6º 0.02 0.04 -0.04 0.11 0.01 0.04 0.17 0.21 0.19 0.76 0.98
5º 0.03 0.10 -0.10 0.22 0.03 0.06 0.35 0.44 0.41 0.85 1.81
4º 0.04 0.18 -0.18 0.33 0.05 0.04 0.53 0.70 0.66 0.89 2.76
3º 0.05 0.28 -0.28 0.43 0.07 0.00 0.71 1.00 0.94 0.91 3.85
2º 0.06 0.41 -0.41 0.54 0.08 -0.08 0.88 1.33 1.23 0.92 5.06
1º 0.06 0.56 -0.56 0.65 0.09 -0.19 1.05 1.68 1.55 0.92 6.38

Perceba-se que a tensão de tração das paredes diminuiu, mas não foi eliminada. Desta forma, deve-se
aumentar a carga nestas paredes utilizando-se outros artifícios. Poderia-se, por exemplo, aumentar a
espessura das lajes ou simplesmente engastá-las sobre a linha central da direção X, que aumentará a carga nas
PAR10X e PAR11X. Qualquer uma das alternativas fortalecerá a hipótese do diafragma rígido, sendo
portanto benéficas para o edifício.
Buscando minimizar o acréscimo de custo para a construção, adotaremos o engastamento das paredes
sobre as PAR10X e PAR11X, conforme mostra o esquema da figura 9 e o traçado das linhas de ruptura da
figura 10. Infelizmente pode-se prever que a carga na PAR06Y diminuirá, agravando o seu problema. Os
resultados estão mostrados nas tabelas 9 e 10.
29

Figura 9: Planta de forma destacando a posição dos engastes inseridos nas lajes (s/esc).

Figura 10: Traçado das linhas de ruptura após a inserção dos engastes (s/esc).
30

Tabela 9: Esforços atuantes na PAR11X após o engaste das lajes.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.08 -0.05 0.15 0.05 0.03 0.29 0.32 0.33 0.86 1.35
5º 0.03 0.14 -0.09 0.26 0.07 0.04 0.49 0.57 0.58 0.89 2.27
4º 0.04 0.23 -0.14 0.37 0.10 0.02 0.68 0.84 0.84 0.91 3.25
3º 0.05 0.33 -0.20 0.49 0.12 -0.03 0.87 1.15 1.13 0.92 4.36
2º 0.06 0.46 -0.28 0.60 0.13 -0.10 1.05 1.48 1.43 0.93 5.58
1º 0.07 0.60 -0.37 0.71 0.14 -0.20 1.22 1.83 1.75 0.93 6.89

Tabela 10: Esforços atuantes na PAR06Y após o engaste das lajes.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.04 -0.04 0.10 0.01 0.03 0.15 0.20 0.18 0.74 0.95
5º 0.03 0.10 -0.10 0.20 0.02 0.05 0.32 0.42 0.39 0.86 1.72
4º 0.04 0.18 -0.18 0.30 0.04 0.02 0.49 0.67 0.62 0.89 2.63
3º 0.05 0.28 -0.28 0.40 0.05 -0.03 0.65 0.96 0.89 0.91 3.68
2º 0.06 0.41 -0.41 0.50 0.06 -0.12 0.81 1.27 1.17 0.92 4.85
1º 0.06 0.56 -0.56 0.60 0.07 -0.24 0.96 1.62 1.48 0.93 6.13

PAR01X PAR02X
PAR01Y

PAR07Y

PAR03X PAR04X P05X


PAR05Y

PAR06X PAR07X
P04Y

PAR08Y

PAR10Y
PAR03Y

PAR08X
PAR06Y

PAR09X
PAR02Y

PAR10X PAR11X

PAR12X
PAR09Y

PAR13X

P14X

Figura 11: Nova situação das paredes estruturais, após a inserção das juntas construtivas na PAR06Y e
PAR11X (paredes2.dxf).

Mesmo com o engaste das lajes a tração não desapareceu da PAR11X, além da PAR06Y ter sua
situação piorada, como já esperava-se. Buscando reverter este quadro, dividiremos a PAR06Y por juntas
construtivas. Assim também a PAR11X tem sua situação modificada, uma vez que seus flanges são
31

eliminados. A nova configuração das paredes estruturais é mostrada na figura 11, valendo lembrar que todas
as suas propriedades (áreas, inércias, etc) devem ser recalculadas. Os resultados para as paredes tracionadas
estão resumidos nas tabelas 11 e 12.

Tabela 11: Resumo da PAR11X após a inserção das juntas construtivas.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.02 0.08 -0.08 0.15 0.05 0.03 0.29 0.32 0.33 0.86 1.34
5º 0.02 0.14 -0.14 0.26 0.07 0.04 0.49 0.56 0.57 0.89 2.25
4º 0.03 0.22 -0.22 0.37 0.10 0.03 0.68 0.83 0.83 0.91 3.21
3º 0.04 0.32 -0.32 0.49 0.12 -0.02 0.87 1.13 1.12 0.92 4.31
2º 0.04 0.44 -0.44 0.60 0.13 -0.09 1.05 1.46 1.41 0.93 5.51
1º 0.05 0.58 -0.58 0.71 0.14 -0.18 1.22 1.81 1.72 0.93 6.79

Tabela 12: Resumo da PAR06Y após a inserção das juntas construtivas.


Pavto: Tensões de vento Tensões grav. Possíveis combinações de β fk (MPa)
(MPa) (MPa) tensões (MPa)
τ σmáx σmín Gk Qk i ii iii iv
6º 0.01 0.03 -0.03 0.08 0.01 0.04 0.12 0.15 0.14 0.74 0.71
5º 0.01 0.06 -0.06 0.16 0.02 0.06 0.26 0.31 0.29 0.84 1.29
4º 0.01 0.11 -0.11 0.24 0.04 0.06 0.40 0.49 0.47 0.88 1.96
3º 0.01 0.18 -0.18 0.32 0.05 0.03 0.53 0.70 0.66 0.90 2.71
2º 0.02 0.26 -0.26 0.40 0.06 -0.01 0.66 0.92 0.87 0.91 3.53
1º 0.02 0.36 -0.36 0.47 0.07 -0.07 0.78 1.16 1.08 0.92 4.43

Assim, percebemos que a situação das duas paredes melhorou, sendo que devido à redução de rigidez
total nas duas direções todas as outras paredes tiveram suas situações modificadas. De qualquer forma, o caso
mais crítico é o da PAR11X, com 0,18 MPa de tração. Perceba-se que se considerarmos uma velocidade de
37 m/s ou um coeficiente de segurança unitário para o vento os problemas de tração desaparecem por
completo, o que significa que para as cargas de serviço não teremos problemas. Para este caso a norma
estabelece que, a critério do projetista, pequenos valores de tração (fk//) podem ser admitidos no cálculo das
tensões de projeto. Para as nossas paredes, estes valores são da ordem de 0,22 MPa, superando então os
valores máximos de projeto obtidos no cálculo. Desta forma, agora só nos resta escolher os blocos e
argamassas utilizadas no prédio, o que faremos posteriormente.

5.2 NORMA BRASILEIRA:

A exemplo da norma britânica, mostraremos os mesmos exemplos de cálculo pela NBR 10837.
Partiremos já considerando que as lajes estão engastadas sobre os apoios das PAR10X e PAR11X, uma vez
que isto também mostra-se necessário quando considera-se as prescrições do código nacional.
As paredes detalhadas para a norma britânica também serão mostradas aqui. Desta forma, o P05X,
que tem a menor dimensão do exemplo, a PAR07X, que está sob o reservatório e a escada, a PAR11X, que
tem a maior inércia de sua direção, a PAR13X, que apresenta condições diferentes de vinculação, a PAR06Y,
que tem a maior parcela de carga horizontal de sua orientação e a PAR10Y, que é a mais carregada do
edifício, são mostradas.
A Norma Brasileira prevê que, além das cargas discriminadas na norma de vento, as ações
decorrentes do inevitável desaprumo devem ser consideradas no cálculo. Tal consideração será feita nas
direções X e Y, por meio da soma de uma carga horizontal equivalente aplicada nas fachadas. Assim:
32

N
q equiv =
100 × C × H × H

DIREÇÃO X:
1500000 Kgf Kgf
q equiv = ≅ 14
100 × 15 ,1 × 17 ,1 × 17 ,1 m2

DIREÇÃO Y:
1500000 Kgf Kgf
q equiv = ≅ 10
100 × 20 ,85 × 17 ,1 × 17 ,1 m2

• DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES

A NBR 10887 estabelece, para alvenaria estrutural não armada, duas expressões de cargas
admissíveis à compressão, uma para paredes (1) e outra para pilares (2):

  h 3 
Padm = 0, 20 × f P × 1 −    × A (1)
  40 × t  

  h 3 
Padm = 0,18 × f P × 1 −    × A (2)
  40 × t  

Como no projeto é usual conhecermos a carga atuante e a área de cada parede, é interessante
exprimir-se as equações acima em função das resistências de prisma necessária, que para o nosso exemplo,
com h = 2,6 m e t = 14 cm:

Padm
fP = ∴ f P = 5,556 × f para paredes, e
  h 3  alv , c

A × 0, 20 × 1 −   
  40 × t  

Padm
fP = ∴ f P = 6,173 × f alv , c para pilares.
  h 3 
A × 0,18 × 1 −   
  40 × t  

Caso tenhamos no lugar da resistência dos primas a resistência à compressão de paredes, os valores
acima poderão ser majorados de 43%.

A tensão admissível de compressão devida à flexão é fixada em:


f alv , f = 0,30 × f P
33

A combinação entre as tensões de compressão axial e flexão é feita de duas formas:


→ Para verificação de tração:
f alv , c − f alv , f ≥ 0 , e caso exista tração, então:
f alv , f − 0,75 f alv , c ≤ f alv , t = 0,10 MPa para nosso caso.

→ Para verificação de compressão:


A norma permite um incremento de 33% na tensão compressão na flexão e das cargas axiais; desde
que a resistência da seção, então formada, não seja inferior à necessária para absorver os esforços devidos ao
peso próprio e às cargas acidentais.
f alv , c f alv , f
+ ≤ 1,33 , ou
f alv , c f alv , f

f alv , c f alv , f
+ ≤ 1,33 ∴ f P ≥ 4,18 f alv , c + 2,51 f alv , f
0,18 f p 0,30 f p

A tensão de cisalhamento admissível é


τ alv = 0,15 MPa

DIMENSIONAMENTO DO P05X:
Como já vimos anteriormente, a exemplo da norma britânica, também a brasileira estabelece um fator
de redução de carga para pilares. Isto pode ser visto na tabela 13, no fator de redução de capacidade portante
c, que apresenta o valor global 0,16, inferior aos 0,18 das demais paredes do exemplo. Os cálculos são
detalhados a seguir.

Tabela 13: Resumo do P05X calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.00 0.01 -0.01 0.13 0.01 0.09 0.14 0.16 0.82 0.64
5º 0.00 0.02 -0.02 0.22 0.02 0.15 0.25 0.16 1.45 1.13
4º 0.00 0.03 -0.03 0.31 0.03 0.21 0.36 0.16 2.09 1.63
3º 0.00 0.04 -0.04 0.40 0.04 0.27 0.48 0.16 2.71 2.13
2º 0.00 0.05 -0.05 0.49 0.04 0.32 0.59 0.16 3.32 2.62
1º 0.00 0.07 -0.07 0.59 0.05 0.37 0.70 0.16 3.91 3.11

6º pavto: τ =0 MPa

f alv , c =
(1775 + 76 ) × 10= 0,132 MPa
1000 × 140
f alv , f = 0,009 MPa
f p ( G + Q ) = 6,173 × 0,132 MPa = 0,82 MPa → Maior valor (adotado)
f P ( G + Q +W ) = 4,64 × 0,132 + 2,51 × 0,009 = 0,64 MPa
f alv , f − f alv ,c = 0,09 − 0,132 > 0 → OK! (não há tração)
34

5º pavto: τ =0 MPa

f alv , c =
(3036 + 228 ) × 10 = 0, 235 MPa
1000 × 140
f alv , f = 0,016 MPa
f p ( G +Q ) = 6,173 × 0, 235 = 1, 45 MPa → Maior valor (adotado)
f p ( G + Q +W ) = 4,64 × 0, 235 + 2,51 × 0,016 = 1,13 MPa
f alv , f − f alv , c > 0 → OK! (não há tração)

1º pavto: τ =0 MPa

f alv ,c =
(8215 + 654 ) × 10 = 0,634 MPa
1000 × 140
f alv , f = 0,066 MPa
f p ( G +Q ) = 6,173 × 0,634 = 3,91 MPa → Maior valor (adotado)
f p ( G + Q +W ) = 4,64 × 0,634 + 2,51 × 0,066 = 3,11 MPa
f alv , f − f alv , c > 0 → OK! (não há tração)

DIMENSIONAMENTO DA PAR07X:

6º pavto: τ = 0 MPa
f alv , c =
(5618 + 2611 ) × 10 = 0,588
MPa
1000 × 140
f alv , f = 0,017 MPa
f p ( G +Q ) = 5,556 × 0,588 = 3, 27 MPa → Maior valor (adotado)
f p ( G + Q +W ) = 4,18 × 0,588 + 2,51 × 0,017 = 2,5 MPa
f alv , f − f alv , c > 0 → OK! (não há tração)

5º pavto: τ =0 MPa

f alv ,c =
(7303 + 2792 ) × 10 = 0,721 MPa
1000 × 140
f alv , f = 0,031 MPa
f p ( G +Q ) = 5,556 × 0,721 = 4,01 MPa → Maior valor (adotado)
f p ( G + Q +W ) = 4,18 × 0,721 + 2,51 × 0,031 = 3,09 MPa
f alv , f − f alv , c > 0 → OK! (não há tração)
35

Tabela 14: Resumo da PAR07X calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.00 0.02 -0.01 0.40 0.19 0.28 0.60 0.18 3.27 2.50
5º 0.00 0.03 -0.01 0.52 0.20 0.36 0.75 0.18 4.01 3.09
4º 0.00 0.05 -0.01 0.64 0.21 0.43 0.90 0.18 4.75 3.69
3º 0.00 0.07 -0.02 0.76 0.22 0.50 1.06 0.18 5.47 4.29
2º 0.00 0.10 -0.03 0.88 0.23 0.56 1.21 0.18 6.18 4.90
1º 0.00 0.13 -0.04 1.00 0.24 0.62 1.37 0.18 6.88 5.50

DIMENSIONAMENTO DAS DEMAIS PAREDES:

Tabela 15: Resumo da PAR11X calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.03 0.09 -0.06 0.13 0.05 0.01 0.27 0.18 0.99 0.97
5º 0.04 0.16 -0.10 0.22 0.07 0.00 0.46 0.18 1.63 1.64
4º 0.05 0.26 -0.16 0.31 0.10 -0.03 0.67 0.18 2.27 2.36
3º 0.06 0.38 -0.23 0.40 0.12 -0.08 0.90 0.18 2.89 3.13
2º 0.07 0.53 -0.32 0.49 0.13 -0.16 1.15 0.18 3.47 3.93
1º 0.08 0.69 -0.42 0.58 0.14 -0.25 1.41 0.18 4.03 4.76

Tabela 16: Resumo da PAR13X calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.02 0.04 -0.04 0.21 0.12 0.12 0.37 0.18 1.81 1.46
5º 0.03 0.07 -0.07 0.26 0.12 0.12 0.45 0.18 2.09 1.75
4º 0.03 0.11 -0.11 0.31 0.12 0.12 0.54 0.18 2.37 2.06
3º 0.04 0.16 -0.16 0.36 0.12 0.10 0.64 0.18 2.64 2.39
2º 0.05 0.22 -0.22 0.41 0.12 0.08 0.75 0.18 2.92 2.75
1º 0.05 0.29 -0.29 0.46 0.12 0.05 0.87 0.18 3.20 3.14

Perceba-se que a norma brasileira não faz nenhuma consideração da vinculação das paredes para o
cálculo do coeficiente de segurança, exceto para paredes livres no topo. Desta forma a redução da capacidade
portante devida à esbeltez da PAR13X será a mesma para todas as paredes do edifício.
36

Tabela 17: Resumo da PAR06Y calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.02 0.05 -0.05 0.08 0.01 0.01 0.13 0.18 0.48 0.48
5º 0.03 0.11 -0.11 0.16 0.02 0.01 0.29 0.18 1.01 1.03
4º 0.04 0.19 -0.19 0.24 0.04 -0.01 0.47 0.18 1.55 1.65
3º 0.05 0.31 -0.31 0.32 0.05 -0.07 0.68 0.18 2.06 2.32
2º 0.06 0.45 -0.45 0.40 0.06 -0.15 0.91 0.18 2.56 3.04
1º 0.07 0.61 -0.61 0.47 0.07 -0.25 1.16 0.18 3.03 3.81

Tabela 18: Resumo da PAR10Y calculada pela NBR 10837 após a inserção dos engastes nas lajes.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.01 0.02 -0.02 0.31 0.20 0.21 0.53 0.18 2.83 2.19
5º 0.02 0.05 -0.05 0.43 0.22 0.27 0.70 0.18 3.61 2.85
4º 0.03 0.10 -0.09 0.54 0.25 0.31 0.89 0.18 4.39 3.55
3º 0.03 0.15 -0.15 0.66 0.27 0.34 1.08 0.18 5.15 4.26
2º 0.04 0.22 -0.22 0.77 0.28 0.36 1.28 0.18 5.87 4.98
1º 0.05 0.31 -0.30 0.89 0.29 0.36 1.49 0.18 6.57 5.71

Como no exemplo anterior, buscando melhorar a condição das paredes com tração, também
inserimos graute nas mesmas, além da junta na PAR06Y. Os resultados podem ser vistos nas tabelas 19 e 20
a seguir:

Tabela 19: Situação da PAR11X calculada pela NBR 10837 após a inserção das juntas construtivas.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.02 0.09 -0.09 0.15 0.05 0.02 0.29 0.18 1.11 1.05
5º 0.03 0.16 -0.16 0.26 0.07 0.04 0.50 0.18 1.87 1.80
4º 0.03 0.25 -0.25 0.37 0.10 0.03 0.73 0.18 2.63 2.61
3º 0.04 0.37 -0.37 0.49 0.12 -0.01 0.98 0.18 3.36 3.46
2º 0.05 0.51 -0.51 0.60 0.13 -0.06 1.24 0.18 4.07 4.33
1º 0.05 0.67 -0.67 0.71 0.14 -0.14 1.52 0.18 4.74 5.24

Tabela 20: Situação da PAR06Y calculada pela NBR 10837 após a inserção das juntas construtivas.
Tensões de vento Tensões grav. Possíveis fp(MPa)
Pavto: (MPa) (MPa) combinações de c
tensões (MPa)
τ σmáx σmín G Q i ii G+Q G+Q+W
6º 0.01 0.03 -0.03 0.08 0.01 0.03 0.12 0.18 0.48 0.44
5º 0.01 0.07 -0.07 0.16 0.02 0.05 0.25 0.18 1.01 0.93
4º 0.01 0.12 -0.12 0.24 0.04 0.05 0.40 0.18 1.55 1.47
3º 0.02 0.20 -0.20 0.32 0.05 0.04 0.57 0.18 2.06 2.04
2º 0.02 0.29 -0.29 0.40 0.06 0.01 0.75 0.18 2.56 2.64
1º 0.02 0.39 -0.39 0.47 0.07 -0.04 0.94 0.18 3.03 3.26
37

Também para o dimensionamento pela norma nacional, como pode-se observar, a tensão de tração
ainda persiste na PAR11X. A norma brasileira também admite pequenas tensões de tração, que são de 0,10
MPa para alvenaria de blocos vazados e 0,20 MPa para alvenaria de blocos maciços. Como em nosso caso a
PAR11X está totalmente grauteada, pode-se utilizar a tensão permitida para blocos maciços, já que o graute
terá também sua resistência à tração. Perceba-se que agora também não teremos tensões de tração para as
cargas em serviço, mas somente para as cargas de cálculo.

ESCOLHA DOS BLOCOS E DA ARGAMASSA:


Após efetuadas as verificações necessárias à estabilidade das paredes, resta-nos determinar os
materiais (blocos e argamassas) que serão utilizados. Esta escolha deve, preferencialmente, considerar
resultados experimentais, mas pode-se utilizar tabelas contendo resultados prévios (BS 5628) ou algumas
considerações iniciais com base em dados experimentais obtidos na UFSC (NBR 10837).
Uma característica básica do código brasileiro é que o mesmo prescreve a resistência de prismas.
Assim, o projetista estrutural não deveria determinar qual o bloco e a argamassa a serem utilizados, mas a
resistência do prisma que a ser obtida pelo construtor.
Com a finalidade de proporcionar a comparação entre as duas normas adotaremos, neste exemplo,
valores similares de resistência de prismas, obtidos das tabelas da BS 5628.
Cabe lembrar que a inserção de graute nas paredes tem as finalidades de aumentar seu peso próprio
(buscando evitar-se esforços de tração) e de aumentar sua resistência. Em ambos os casos este grauteamento
deve ser considerado como carga atuante nas paredes, alterando sua configuração de tensões.
As tabelas 21 e 22 e as figuras 12 e 13 possibilitam uma boa visualização do resultado final obtido
com as duas normas. A figura 14 mostra as paredes grauteadas para cada caso, pavimento a pavimento.
Também são mostrados os resultados para os casos de redução do coeficiente de segurança possibilitado pela
norma britânica, na figura 15, e um gráfico comparativo entre as quatro hipóteses testadas na figura 16.
É importante salientar que também foram analisadas as tensões de cisalhamento de todas as paredes
do exemplo, pelas duas normas, estando estes esforços sempre dentro dos valores admitidos.
38

Tabela 21: Situação final das paredes estruturais dimensionadas pela norma britânica.
Resumo do cálculo pela BS 5628 para o 1º pavimento:
Parede Espessura (cm) fk (MPa) Vento + PP fv (MPa)
(MPa)
PAR01X 14 4.47 0.19 0.01
PAR02X 14 4.48 0.32 0.01
PAR03X 14 6.06 0.54 0.01
PAR04X 14 6.91 0.75 0.00
PAR05X 14 4.23 0.43 0.00
PAR06X 14 5.15 -0.09 0.06
PAR07X 14 7.05 0.79 0.00
PAR08X 14 4.69 -0.10 0.05
PAR09X 14 3.69 0.23 0.01
PAR10X 14 5.78 -0.16 0.05
PAR11X 14 6.79 -0.18 0.06
PAR12X 14 3.67 0.24 0.01
PAR13X 14 4.66 -0.01 0.08
PAR14X 14 4.20 0.44 0.00
PAR01Y 14 3.94 -0.12 0.05
PAR02Y 14 4.29 0.35 0.01
PAR03Y 14 4.72 0.05 0.02
PAR04Y 14 5.36 0.15 0.02
PAR05Y 14 2.93 0.27 0.00
PAR06Y 14 4.43 -0.07 0.03
PAR07Y 14 5.48 0.14 0.05
PAR08Y 14 5.30 -0.12 0.06
PAR09Y 14 5.63 0.10 0.07
PAR10Y 14 7.35 0.38 0.07

8.00
7.00
6.00
fk (MPa)

5.00
4.00
3.00
2.00
1.00
0.00
PAR01X
PAR02X
PAR03X
PAR04X
PAR05X
PAR06X
PAR07X
PAR08X
PAR09X
PAR10X
PAR11X
PAR12X
PAR13X
PAR14X
PAR01Y
PAR02Y
PAR03Y
PAR04Y
PAR05Y
PAR06Y
PAR07Y
PAR08Y
PAR09Y
PAR10Y

Paredes

Figura 12: Visualização das resistências características das paredes dimensionadas pela BS 5628.
39

Tabela 22: Situação final das paredes estruturais dimensionadas pela norma brasileira.
Resumo do cálculo pela NBR 10837 para o 1º pavimento:
Parede Espessura (cm) fp (MPa) Vento + PP τ (MPa)
(MPa)
PAR01X 14 3.67 0.17 0.01
PAR02X 14 4.01 0.27 0.01
PAR03X 14 5.42 0.42 0.01
PAR04X 14 6.91 0.62 0.00
PAR05X 14 3.91 0.36 0.00
PAR06X 14 3.68 -0.08 0.05
PAR07X 14 7.36 0.66 0.00
PAR08X 14 3.46 -0.08 0.04
PAR09X 14 3.37 0.19 0.00
PAR10X 14 4.29 -0.14 0.04
PAR11X 14 5.24 -0.14 0.05
PAR12X 14 3.37 0.20 0.00
PAR13X 14 3.27 -0.01 0.06
PAR14X 14 3.91 0.36 0.00
PAR01Y 14 2.77 -0.08 0.04
PAR02Y 14 3.86 0.30 0.00
PAR03Y 14 3.44 0.06 0.02
PAR04Y 14 3.82 0.14 0.02
PAR05Y 14 2.83 0.23 0.00
PAR06Y 14 3.26 -0.04 0.02
PAR07Y 14 4.16 0.12 0.04
PAR08Y 14 3.88 -0.09 0.05
PAR09Y 14 4.67 0.09 0.05
PAR10Y 14 7.05 0.34 0.06

8.00
7.00
6.00
fk (MPa)

5.00
4.00
3.00
2.00
1.00
0.00
PAR01X
PAR02X
PAR03X
PAR04X
PAR05X
PAR06X
PAR07X
PAR08X
PAR09X
PAR10X
PAR11X
PAR12X
PAR13X
PAR14X
PAR01Y
PAR02Y
PAR03Y
PAR04Y
PAR05Y
PAR06Y
PAR07Y
PAR08Y
PAR09Y
PAR10Y

Paredes

Figura 13: Visualização das resistências características das paredes dimensionadas pela NBR 10837.
1º pavto. 2º pavto. 3º pavto. 4º pavto. 5º pavto. 6º pavto.
fbk = 9,0 MPa fbk = 9,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa
Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii
BS 5628 - γm = 3,5

fbk = 9,0 MPa fbk = 9,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa
Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii
NBR 10837

Figura 14: Esquema comparativo entre blocos e argamassa adotados pelas BS 5628 e NBR 10837.
40
1º pavto. 2º pavto. 3º pavto. 4º pavto. 5º pavto. 6º pavto.
fbk = 9,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa
Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii
BS 5628 - γm = 3,1

fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa fbk = 6,0 MPa
Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii Arg. tipo iii
BS 5628 - γm = 2,5

Figura 15: Esquema comparativo entre blocos e argamassa adotados pela BS 5628 par γm 3,1 e 2,5.
41
42

8.00

7.00

6.00
fp ou fk (MPa)

5.00

4.00

3.00

2.00

1.00

0.00
X

Y
01

03

05

07

09

11

13

01

03

05

07

09
R

R
PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA

PA
NBR 10837 BS 5628 - gm = 3,5 BS 5628 - gm = 3,1 BS 5628 - gm = 2,5

Figura 16: Gráfico comparativo entre as quatro possibilidades de dimensionamento.

6. VERIFICAÇÃO PARA CARGAS CONCENTRADAS

A pior situação do exemplo no que refere-se à concentração de cargas é a da PAR11X, que sofre o
carregamento concentrado no topo do 6º pavimento proveniente do reservatório superior e da casa de
máquinas. A carga total é de 5350 kgf, distribuída em uma área de 14 x 14 cm. Além disso as lajes da
cobertura aplicam uma carga distribuída de 540 Kgf/m, que também deve ser computada na verificação:
Assim:
53500 N 5400 N
σ máx = + = 2,77 MPa
140 × 140 mm 2
1000 × 140 mm 2
1, 25 f K
A tensão admissível para o caso de carga em questão é de , ou seja,
γm
γ × σ máx 3,5 × 2,77
fK = m = = 7 ,76 MPa
1, 25 1, 25
A resistência característica fK para paredes grauteadas, construídas com blocos de 6,0 MPa e
argamassa tipo iii é de 5,95 MPa, o que nos obriga a inserir um coxim naquela região. A norma recomenda,
neste caso, que a máxima tensão deve ser obtida de acordo com uma teoria elástica aceitável. Uma
possibilidade é a aplicação da fórmula:
P
σ máx = K × (MPa) onde,
Z × γ × EC × I C
3
43

EW 2 KN
K = = = 7 ,7 × 10 − 4
h 2600 mm 3
EW = módulo de elasticidade da alvenaria (KN/mm2)
KN
= 400 × f P = 400 × 5 × 10 − 3 = 2
mm 2
h = altura da parede (mm) = 2600 mm
P = carga concentrada (N) = 53500 N
1/ 4 1/ 4
 b× K   1   140 × 7 ,7 × 10
−4

γ =   ×  =   = 0,002
 4 × EC × I C 2   mm   4 × 20 × 8 × 10
7

b = largura do coxim (mm) = 140 mm
EC = módulo de elasticidade do coxim (kN/mm²) = 20 KN/mm²
140 × 190 3
IC = momento de inércia do coxim (mm ) = 4
= 8 × 10 7 mm 4
12
53500
σ máx = 7 ,7 × 10 − 4 × = 1,61MPa
2 × 0,002 3 × 20 × 8 × 10 7
3,5 × 1,61
fK = = 2,82 MPa < 5,95 MPa OK!
2,00

P = 5350 kgf A norma exige ainda uma verificação a 0,4h


abaixo da aplicação da carga, onde a tensão
β × fK
distribuída não deve superar .
σmáx γm
0,4.h

Assim,
σ 0,4 h × γ m
fK =
β

53500 N 2400 N
σ 0,4 h = + = 0,36 MPa
140 mm × 1180 mm 1000 × 140
0,36 × 3,5
fK = = 1, 47 MPa < 5,95 MPa OK!
0,86

Desta forma, verificamos que a simples inserção de um pequeno coxim elimina qualquer
possibilidade de ruptura localizada na alvenaria.

7. VERIFICAÇÃO DA PAREDE DO RESERVATÓRIO À FLEXÃO LATERAL

Outra verificação necessária é a das paredes das fachadas, que além das cargas verticais já
consideradas resistem aos esforços do vento atuando perpendicularmente a seu plano. As maiores paredes do
edifício são as do reservatório, sendo que para o pior caso:
44

Verificações:

h × L ≤ 2250 × t ef2 ∴
1,85 × 4,5 ≤ 2250 × 0,14 2 ∴
8,37 ≤ 44 ,1 OK!

Detalhar armadura construtiva


h ≤ L ≤ 50 × t ef ∴
248 4,5 ≤ 50 × 0,14 ∴
4,5 ≤ 7 OK!

450

h 2, 48
= = 0,55
L 4,50
f Kparal 0, 22 α = 0,020
µ= = = 0, 42
f Kper . 0,53

kgf .m
M horizontal = α × W K × γ f × L ² = 0,020 × (0,7 × 105 ) × 1, 4 × 4,5 ² = 41,67
m
kgf .m
M vertical = µ × α × W K × γ f × L ² = 0, 42 × 0,020 × (0,7 × 105 ) × 1, 4 × 4,5 ² = 17 ,50
m
5,3 100 × 14 ² kgf .cm 1m kgf .m
M resist .horiz = × = 4946 × = 49 , 46 OK!
3,5 6 m 100 cm m
2, 2 100 × 14 ² kgf .cm 1m kgf .m
M resist .horiz = × = 2053 × = 20 ,5 OK!
3,5 6 m 100 cm m

8. VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE DA TORRE DO RESERVATÓRIO SUPERIOR

A torre que abriga o reservatório superior pode sofrer esforços importantes de tração, devido à sua
grande esbeltez. Desta forma, é necessário verificar a sua estabilidade na direção X:
h = 5,65 m
kgf
q = 0,0613 × (0,96 × 43 )2 = 104 ,5

C a = 1,1
45

kgf
Fa = 104 ,5 × 1,1 = 114 ,95
m2
 5,65 2 
M = 114 ,95 × 7 ,7 ×  + 1  = 19128 kgf .m
 2 
 
0,14 x 2,69 3
I= = 0, 227 m 4
12
19128 1,345 kgf kgf
σv = ± × = 56668 = ± 5,67
2
2 0, 227 m cm 2
1, 45 m ² × (300 + 250 ) kgf
g= + 6,65 × 260 = 2025
2,69 m
2025 kgf
σg = = 1, 44 < σ v ⇒ HÁ TRAÇÃO ⇒ DISPOR ARMADURA
100 × 14 cm 2

4, 23 × 14 × 135
R= ≅ 4000 kgf
2

Armadura Construtiva: 2 φ 10,0 mm OK!

Ancorar no 6º pavimento!

9. PREVISÃO DE DANOS ACIDENTAIS

A BS 5628, em sua seção 5, prescreve algumas verificações que devem ser feitas a fim de garantir
que o prédio não irá ruir catastroficamente em caso de algum dano acidental ou uso indevido. A norma prevê
3 opções de enquadramento, sendo que neste exemplo optaremos pela opção 2, a saber, utilização de tirantes
horizontais e verificação da possibilidade de remoção de todas os elementos estruturais verticais, um a cada
vez. A norma brasileira não toca no assunto, mas aconselha a complementação de suas informações na BS
5628, de forma que as considerações serão as mesmas.

9.1. DIMENSIONAMENTO DOS TIRANTES HORIZONTAIS:

9.1.1. TIRANTES PERIFÉRICOS:


Em todo o perímetro externo do prédio, em uma largura < 1,2m, devem ser dispostos tirantes capazes
de resistir a uma força:
Ft ≤ 60 kN
20 + 4 × N S = 20 + 4 × 6 = 44 kN
4400 kgf
A área de aço a ser disposta para isso será A = = 1cm 2 .
5000 / 1,15
Observa-se que este aço poderá estar normalmente em serviço na estrutura, podendo ser aquele da
flexão das lajes, desde que seja contínuo.
46

9.1.2. TIRANTES INTERNOS:


Em toda a área das lajes inclusive na zona periférica devem ser dispostos tirantes para suportar a
força:

kN
Fti > Ft = 44
m
Ft × (G K + Q K ) L a 44 × (3,0 + 1,5 ) 5,1 kN
× = × = 27
7 ,5 5 7 ,5 5 m

Desta forma, a armadura das lajes deverá ser capaz de suportar as cargas reduzidas de cálculo
(0,95GK+0,35QK) mais a carga de 44 kN/m.

9.1.3. TIRANTES PARA PAREDES E COLUNAS:


As paredes e colunas externas também devem ter seus topos e bases solidarizados às lajes. Esta
solidarização pode ser feita utilizando-se tirantes ou simplesmente pode ser utilizada a capacidade resistente
ao cisalhamento ou à fricção da alvenaria.
A força que deve ser considerada atuando é:
2 Ft kN
Ftp ≤ = 88
m m
h F 2, 4 Ft kN
× t = × ≅ 42 , 2 para paredes, ou
2 ,5 m 2 ,5 m m

F< 2 Ft = 88 kN
2, 4
× Ft ≅ 42 , 2 kN por coluna.
2,5

No caso de checar-se a parede ao cisalhamento, a carga resistente será de:


fv × A × 2 0,35 MPa × 1000 mm × 140 mm × 2 N N
= = 78400 > 42200 ( ok ! ) , onde:
γ mv 1, 25 m m
fv = resistência mínima da alvenaria ao cisalhamento
A = área
γmv = coeficiente parcial de segurança ao cisalhamento (1,25 para danos acidentais)

Para as colunas, o pior caso é o do P05X, onde A=540x140mm


0,35 × 540 × 140 × 2
F = = 42 ,3kN > 42 , 2 kN (OK !)
1, 25

Neste caso, poderíamos também testar a parede à fricção, onde a carga atuante deve ser menor que :
µ ×n×2 0,6 × (0,95 × 17 ,75 × 0,54 ) × 2
= = 10 , 4 MPa
1,05 1,05
Embora o incremento de carga resulte em aumento da resistência ao cisalhamento das paredes, a
norma é bastante clara quanto à impossibilidade de checar-se às duas adicionadas.
A próxima condição da opção 2 para o atendimento da norma é provar que todos os elementos
estruturais verticais podem ser removidos, um cada vez, sem causar o colapso total da estrutura. Esta
47

verificação é dispensada caso o elemento estrutural possa ser considerado como protegido, isto é, capaz de
suportar uma pressão de 34 KN/m2 em qualquer direção. Isto ocorre quando a pré-compressão das paredes
supera um determinado valor, que assegurará a inexistência de tensões de tração devidas à flexão que
determinem o seu colapso. Assim:
2 2 2
8×t × n 34 kN / m × 2,6 m × 1,05
q lat = ∴n ≥
h2 ×γ m 8 × 0,14 m
kN kgf
n ≥ 215 ,5 = 21500
m m
Esta elevada carga determina que não teremos paredes protegidas no edifício, devendo então testar a
remoção de todos os elementos estruturais verticais.
O comprimento das paredes a ser considerado removido será:
→ Para paredes com apoios laterais, a distância entre apoios laterais.
→ Para paredes sem apoios laterais; ⇒ a extensão total da parede (para paredes externas), ou
⇒ comprimento não excedendo 2,25h em qualquer ponto ao longo
da parede (p/ paredes internas).

Após a remoção de cada parede, as lajes deverão ser capazes de transpor o vão criado suportando as
cargas reduzidas, mais as cargas das paredes sobre elas. Estas cargas serão, para o nosso exemplo:
→ Carga de projeto: pd = 450 kgf/m² x 1,4 = 630 kgf/m²;
→ Carga reduzida: pr = 300 kgf/m² x 1,05 + 150 kgf/m² x 0,35 = 367,5 kgf/m²;
Desta forma, diversas hipóteses de cálculo foram testadas, agrupadas em dois grupos, para economia
de espaço. As armações para as lajes estão mostradas nas figuras 17 a 19, para um melhor entendimento do
processo. Como pode-se observar, para atender as prescriçõs da norma alteramos a armação das lajes de 760
kg de aço CA 50-B (armadura convencional) para 1395 kg de aço CA 60 (armadura em tela soldada).
Este acréscimo de 635 kg de aço representa, em material, cerca de 1% do custo de construção do
edifício. Para uma comparação mais acurada deveríamos, no entanto, considerar as reduções no custo da
mão-de-obra devidos ao aumento da produtividade proporcionado pelas telas.
Como complemento ao projeto para danos acidentais utilizaremos ainda treliças de aço inseridas nos
blocos canaleta, inclusive com a adição de armação suplementar nas paredes externas, devido aos elevados
esforços que surgem nos bordos livres da lajes quando uma destas paredes é removida. Seguindo estas
prescrições o prédio deverá então ser detalhado, conforme as considerações utilizadas no dimensionamento e
os demais conhecimentos obtidos no curso.
49

20 N1 Ø6.3 c/20 C=306


L1

12 N4 Ø6.3 c/25 C=VAR


12 N2 Ø6.3 c/25 C=421

6
11 N17 Ø6.3 c/25 C=342
L3 L4 L2

140 22 26 140
4 N13 Ø6.3 c/25 C=166
10 N13 Ø6.3 c/25 C=VAR
7 N3 Ø6.3 c/20 C=VAR

11
21 N8 Ø6.3 c/20 C=206

12 N6 Ø6.3 c/25 C=521

8 N10 Ø6.3 c/25 C=416


L9 L10
L5 L11 L12

6
7 N14 Ø6.3 c/20 C=111
7 N11 Ø6.3 c/20 C=VAR
L6 L7
17 N1 Ø6.3 c/20 C=306

L13 L8
20 N20 Ø8.0 c/20 C=311 L14

15 N22 Ø8.0 c/23 C=156


20 N21 Ø8.0 c/25 C=263
12 N16 Ø6.3 c/ 20 C=236
C=218

6
12 N15 Ø6.3 c/25 C=366
5 N19 Ø8.0 c/20 C=506
L15
8 N18 Ø6.3 c/25 C=519
6 6

148
255
8 N7 Ø 6.3 c/25
510
17 N1 Ø6.3 c/20 C=306

L16 5 N19 Ø8.0 c/20 C=506


9 N11 Ø6.3 c/25 C=266

6
L17
760 kg aço CA 50-B (peso + 10%)

12 N6 Ø6.3 c/25 C=521

6
12 N15 Ø6.3 c/25 C=366 21 N8 Ø6.3 c/20 C=VAR
L19
8 N10 Ø6.3 c/25 C=416
L18
7 N11 Ø6.3 c/20 C=VAR
L23 L20 L21
10 N13 Ø6.3 c/25 C=VAR

7 N14 Ø6.3 c/20 C=111


L24 L25

6
4 N13 Ø6.3 c/25 C=166

11 N17 Ø6.3 c/25 C=342


L22 20 N20 Ø8.0 c/20 C=311

140 26 22 140
20 N1 Ø6.3 c/20 C=306

12 N4 Ø6.3 c/25 C=VAR

L26
Lajes do tipo

11
L28
7 N5 Ø6.3 c/20 C=VAR L29 L27
12 N2 Ø6.3 c/25 C=421

6
Figura 17: Armação das lajes sem considerar a possibilidade de danos acidentais.
Lajes do tipo
Danos acidentais (1º grupo de hipóteses)

24 N22 Ø5.0 c/12 C=VAR

36 N 11 Ø5.0 c/11 C=521

38 N32 Ø5.0 c/13 C=333


6 324 6
27 N17 Ø5.0 c/10 C=342
6 6
140 26 22 140
6

11

19 N21 Ø5.0 c/7 C=VAR


14 N20 Ø5.0 c/7 C=VAR
26 N9 Ø5.0 c/10 C=506
14 N24 Ø5.0 c/11 C=VAR

16 N8 Ø5.0 c/6 C= 416


5 N10 Ø5.0 c/16 C=116
6 N25 Ø5.0 c/ 16 C=106

471
14 N31 Ø5.0 c/16 C=734

12 N10 Ø5.0 c/16 C=116

34 N11 Ø5.0 c/9 C=521


6

50 N27 Ø5.0 c/10 C=320


6 311 6
6 N9 Ø5.0 c/16 C=VAR
12 N21 Ø5.0 c/9 C=VAR
23 N22 Ø5.0 c/9 C=666
6 N23 Ø5.0 c/16 C=861

13 N24 Ø5.0 c/8 C=VAR


Figura 18: Armação das lajes para algumas considerações de possibilidades de danos acidentais.

36 N29 Ø5.0 c/10 C=364


6 355 6

31 N1 Ø5.0 c/8 C =306


50
51

10 N1 Ø5.0 c/10 C=VAR

19 N21 Ø5.0 c/16 C=VAR


27 N2 Ø5.0 c/11 C=421

21 N6 Ø 5.0 c/7 C=VAR

38 N7 Ø5.0 c/5 C=416


13 N12 Ø5.0 c/11 C=266

45 N9 Ø5.0 c/9 C=311

16 N24 Ø 5.0 c/16 C=199

37 N19 Ø5.0 c/8 C=1031


22 N18 Ø5.0 c/16 C=601

36 N29 Ø5.0 c/10 C=157


6
32 N20 Ø5.0 c/6 C=221
14 N30 Ø5.0 c/16 C=262
6

148
6
Danos acidentais (2º grupo de hipóteses)

253
21 N8 Ø5.0 c/10 C=506

50 N1 Ø 5.0 c/7 C=306


6
58 N16 Ø5.0 c/10 C=366 18 N23 Ø5.0 c/16 C=359

51 N9 Ø5.0 c/8 C=311

25 N22 Ø 5.0 c/16 C=299


68 N1 Ø5.0 c/6 C=306
Lajes do tipo

58 N2 Ø5.0 c/5 C=421


18 N25 Ø5.0 c/16 C=414

Figura 19: Armação das lajes para considerações complementares de possibilidades de danos acidentais.
Lajes do tipo
Detalhamento para a envoltória de danos acidentais
Armadura positiva
17 painéis # 6,0 mm c/ 10 = 1120 kg CA 60
N3 N3
-Q - Q2
28
3 N2 83
-
-2 - Q2 N1 2,4
,45
x1 8 3- - Q2 5x
,50 83 1,5
N3 m
2 ,4
5x
- 2,
45 N3 0 m
-Q 4 ,5 x 6,0 - Q2
28
3 0m 0 m 83
-2 - 2,4
,45 5x
x1 1,5
,50 0
N3 m N3 m
-Q N2 - Q2
28 - N1
3 -2
Q2
8 - Q2
83
-
,45 3- 83 2,4
x1 2 ,4 - 2, 5x
5x 45 1,5
,50 4 ,5 x 6,0 0
m 0m 0 m m

N2

N3
N3

-
-

Q2 N1
8 - Q2

Q2
Q2

3- 83
2 ,4

83
83

- 2,
5x 45

-
-

4 ,5 x 6,0
0m 0 m

2,4
2,4

5
5

x1
x1

,50
,50

m
m

N2
- Q2 N1
8 3- - Q2
2 ,4 83
- 2,
5x 45
4 ,5 x 6,0
0m 0 m
N4
-Q
28
3
-2
,4
5
x3
,0
0
m

Figura 20: Armação positiva das lajes para a envoltória de possibilidades de danos acidentais.
52
Lajes do tipo
Detalhamento para a envoltória de danos acidentais
Armadura negativa
06 painéis # 5,0 mm c/ 10 = 275 kg CA 60

N5
- Q1
9 6-
2 ,4
5x
3,8
0 m

N6
N6

-Q
-Q

19
19

6
6

-2
-2

,4
,4

5
5

x
x

2,
2,

2
2

m
m

N5 27 N17 Ø6.3 c/10 C=342


- 6
Q1
9 140 22 26 140 6
27 N17 Ø5.0 c/10 C=342
6-
2 ,4 11
6 6 5x
140 26 22 140 3,8
11 0 m

N5
- Q1
9 6-
2 ,4
5x
3,8
0 m
N6
-Q
196
-2
,4
5
x
2,
2
m

Figura 21: Armação negativa das lajes para a envoltória de possibilidades de danos acidentais.
53

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