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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA – EPUFBA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ELEMENTOS DE MÁQUINAS E MOTORES

Leni Santos Brito

SALVADOR

SETEMBRO 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA – EPUFBA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ELEMENTOS DE MÁQUINAS E MOTORES

Leni Santos Brito

Trabalho sobre compressores alternativos, na disciplina


ENG169 pela Universidade Federal da Bahia, como
avaliação parcial.

SALVADOR

SETEMBRO 2010

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Apresentação

Este trabalho fornecerá informações a respeito dos compressores alternativos: suas


características, princípio de funcionamento, componentes de maior relevância,
principais elementos na instalação, sistemas de arrefecimento e de lubrificação. Aqui
também conterá dados técnicos e funcionais do compressor C-847A (Compressor da
cabine de retrabalho – Pintura) da planta de Pintura de pára-choques, será mostrado
também o layout da instalação do equipamento e sua função no mesmo.

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Sumário

1 COMPRESSORES ALTERNATIVOS 5

2 CICLO DE COMPRESSÃO 5

3 ACIONAMENTO 6

4 DISPOSIÇÃO DOS CILINDROS 7


NÚMERO DE ESTÁGIOS
5 7
COMPONENTES DE UM COMPRESSOR ALTERNATIVO
6 8

7 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO 11
SISTEMA DE ARREFECIMENTO
8 11

9 ELEMENTOS DE CONTROLE 11

10 O PROCESSO

11 BIBLIOGRAFIA 13

12 ANEXOS 16

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1 - Compressores Alternativos

Compressores são utilizados para proporcionar a elevação da pressão de um gás ou


escoamento gasoso.

Os compressores alternativos são compressores volumétricos que conseguem a elevação


de pressão através da redução do volume de uma câmara (cilindro) ocupada pelo gás.
Utiliza um sistema biela-manivela para converter o movimento rotativo de um eixo em
movimento de translação. Assim, cada rotação do acionador, o pistão efetua um
percurso de ida e outro de vinda na direção do cabeçote, caracterizando o ciclo de
operação.

O funcionamento do compressor alternativo está intimamente associado ao


comportamento das válvulas. Elas possuem um elemento móvel (obturador) que
funciona como um diafragma, comparando as pressões interna e externa do cilindro. O
obturador da válvula de sucção se abre (para dentro do cilindro) quando a pressão na
tubulação de sucção supera a pressão interna do cilindro, e se mantém fechado em caso
contrário.

O obturador da válvula de descarga se abre (para fora do cilindro) quando a pressão


interna supera a pressão na tubulação de descarga, e se mantém fechado na situação
inversa.

2 - Ciclo de compressão

ADMISSÃO: o pistão se movimenta em sentido contrário ao cabeçote, fazendo com


que haja uma tendência de depressão no interior do cilindro que propicia a abertura da
válvula de sucção. Logo o ar é aspirado.

COMPRESSÃO: ao inverter-se o sentido de movimentação do pistão, a válvula de


sucção se fecha e o ar é comprimido até que a pressão interna do cilindro seja suficiente
para abrir a válvula de descarga.

DESCARGA: quando a válvula de descarga se abre, a movimentação do pistão faz com


que o ar seja expulso do interior do cilindro. Essa situação dura até que o pistão encerre
o seu movimento no sentido do cabeçote.

EXPANSÃO: a válvula de descarga se fecha e quando a pressão interna cair o


suficiente, a válvula de admissão se abrirá. O momento em que as duas válvulas estão
fechadas e o pistão se movimenta para baixo é denominado expansão.

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Ciclo de Compressão do compressor alternativo

3 - Acionamento

Compressores estacionários são geralmente acionados por motores elétricos enquanto


que motores de combustão predominam para o acionamento de compressores portáteis.
Motores a Diesel são adequados para toda a gama de potência e motores a gasolina até
cerca de 20 kW.

Turbinas a vapor e a gás são também algumas vezes usadas com compressores
estacionários.

Quando o acionamento é feito por motor elétrico, é requerida uma margem de potência
de 10 a 15 %, para prevenir contra queda de voltagem e etc. Não é econômico usar-se
uma grande margem já que a eficiência e o fator de potência serão muito baixos.

Motores de combustão são também selecionados com uma margem de potência


semelhante para permitir operações em altitudes moderadas e sob temperaturas
ambientes acima do normal.

Arranjo de acionamento: Acionamento com correias em V

Do ponto de vista construtivo de maneira geral, o compressor em questão tem uma


ponta de eixo externa, ou seja, necessita de motor (elétrico ou de combustão interna)
externo para virar o volante, que através de uma interligação por correias e polias faz-se
o acionamento do compressor. Foi basicamente o primeiro a surgir na história da
evolução dos compressores.

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4 - Disposição dos cilindros
A disposição desses cilindros poderá ser em “V”, em linha, opostos, em estrela, etc.

5 - Número de estágios

A fim de limitar o aumento de temperatura e melhorar a


eficiência de compressão, esta é normalmente levada a efeito
em vários estágios, com o gás sendo resfriado entre cada
estágio. Também se consegue que aumenta a eficiência
volumétrica conforme a relação de compressão do primeiro
estágio seja reduzida.

Ciclo de Trabalho de um compressor de pistão de dois estágios.

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6 - Componentes de um compressor alternativo

Cárter: tem a função de proteger as partes móveis do compressor (eixo, mancais, biela,
etc.) e serve também como reservatório de óleo lubrificante.
Virabrequim (eixo de manivelas): um eixo com seções defasadas em relação ao centro
são nessas seções de eixo defasadas que são montadas as bielas que por sua vez são o
elo entre os pistões que por sua vez estão montados dentro dos cilindros. O virabrequim
tem a função de transformar o movimento alternativo de sobe e desce dos pistões em
movimento de rotação.
Biela: é o componente responsável por transmitir a força recebida pelo pistão e repassar
à árvore de manivelas ou virabrequim. Com a exclusiva função de inverter o sentido de
movimento, pois ligada ao pistão através de um pino a biela sobe e desce e ligada ao
virabrequim, preso com uma capa entre bronzinas, a biela transmite a força em forma de
movimento rotativo ou circular.

Pistão: é uma peça cilíndrica, normalmente, fabricado de materiais diversos tais como
ferro fundido cinzento ou nodular, alumínio ou aço, que se move longitudinalmente no
interior do cilindro.

Unidade compressora

Pino do pistão: é o órgão que serve de articulação entre biela e o pistão. Consiste em
um pino vazado de aço tratado termicamente.

Anéis de segmento:

Os anéis de compressão - tem a função impedir a passagem dos gases para o interior
do cárter.

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Os anéis raspadores - tem as funções de auxiliar o anel de compressão como também
de raspar o excesso de óleo da parede do cilindro.

Os anéis de óleo - tem a função de descarregar todo excesso de óleo lançado pelo anel
raspador para o interior do cárter.

Cilindros: São largos furos arredondados feitos através da carcaça. Os pistões se


ajustam nos cilindros, são ligeiramente mais largos que os pistões, para estes deslizarem
livremente. É o local onde ocorre a compressão dos gases.

Placa de válvulas: é o suporte de válvulas, de palhetas que fica montado entre o bloco
de cilindro do compressor e o cabeçote. Sua principal função é permitir uma montagem
das palhetas e facilitar o acesso para o manuseio, bem como a retenção e pressão dos
gases sobre o pistão, o qual garante um desempenho com segurança e eficiência.

Volante: a função do volante é ligar a correia do motor que está separado do


compressor.

Anel elástico: é um elemento usado para impedir o deslocamento axial do pino.


Conhecido também por anel de retenção, de trava ou de segurança.

Chaveta: permite a transmissão de movimento do eixo às polias. Aplicada em uniões


de órgãos que transmitem movimentos não só rotativos como também retilíneos
alternativos.

Retentor: é o elemento de vedação hermética do compressor, entre a árvore e o bloco.


Sua função é impedir a fuga do refrigerante por esta parte, quando existir pressão
positiva no cárter, e evitar entrada de ar no sistema, quando a instalação está em vácuo,
permitindo o movimento livre da árvore.

Juntas de vedação: são elementos destinados a proteger máquinas ou equipamentos


contra a saída de líquidos e gases, e a entrada de sujeira ou pó.

Rolamento de agulhas: utilizado para evitar atrito entre o conjunto pino do pistão-
biela.

Correia: transmite potência do eixo do motor para eixo de manivelas.

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Reservatório de Ar: normalmente, uma instalação de compressores é equipada com um
ou mais reservatórios de ar. Estes são dimensionados para satisfazer a capacidade do
compressor, o sistema de regulação, a pressão de trabalho e as variações esperadas no
consumo de ar.
O Reservatório de ar serve para:
a) Armazenar ar comprimido
b) Aumentar o resfriamento e coletar possível condensado residual
c) Atenuar as variações de pressão na linha.
Os reservatórios de ar devem ser projetados e dimensionados de acordo com as
exigências das autoridades locais (normas de vasos de pressão em vigor – NR-13).
Válvulas: são componentes mais delicados e o bom funcionamento é muito importante
para os compressores alternativos. Uma ou mais válvulas de sucção e uma ou mais
válvulas de descarga. Estas válvulas regulam o fluxo de gás que entra e sai do cilindro.
Elementos básicos:

• Obturador: elemento de vedação da válvula, cujas faces são submetidas às


pressões interna e externa ao cilindro.

• Sede: parte da válvula na qual o obturador se apoia para efetuar o bloqueio do


gás.

• Encosto: elemento estrutural cuja finalidade é limitar o curso do obturador na


condição de abertura completa da válvula.

• Mola: tem como função regular movimento do obturador, atenuando os choques


na abertura e fechamento da válvula, devido à resistência gradual que oferece à
contração.

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7 – Sistema de lubrificação

Como existe movimento e atrito é necessária a lubrificação das partes móveis para
garantir o funcionamento do compressor. O compressor possui uma bomba de óleo
acionada pelo próprio virabrequim. Essa bomba aspira o óleo do cárter do compressor e
o distribui por todo o compressor. Através de canais internos, o óleo percorre o
virabrequim lubrificando seus colos e as bronzinas, por canais internos das bielas o óleo
sobe e lubrifica a parte superior do compressor (os pistões, camisas, etc.).

8 - Sistema de arrefecimento

Os compressores alternativos são dotados de um sistema de arrefecimento que consiste,


no caso mais geral, na circulação forçada de água através das camisas que envolvem a
câmara de compressão.

No processo a ar, o resfriamento consiste em fazer circular o ar natural pelas aletas do


bloco.

Compressor com resfriamento por


Compressor com resfriamento a ar

9 - Elementos de controle

Filtros de ar
Os filtros devem:

a) Ter alta eficiência de separação – boa retenção das partículas sem perda de
outras propriedades.

b) Boa capacidade de acumulação – uma boa capacidade aumenta os intervalos de


manutenção.

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c) Baixa resistência ao fluxo de ar – os filtros de óleo têm a maior queda de pressão
-15mbar.

d) Construção robusta – têm de suportar as pulsações de ar, os mais usuais são os


de papel e de labirinto.

Manômetro diferencial: acessório de grande utilidade serve para medir a diferença de


pressão entre a entrada e saída do filtro, indicando o momento da limpeza ou
substituição do elemento filtrante.

Válvula de Segurança: uma válvula de segurança deve sempre ser colocada no tubo de
descarga, imediatamente após o compressor. Esta válvula deveria ser posta a operar
quando é ultrapassada a pressão de descarga máxima permissível do compressor.

Válvula interruptora (Shut-off): a válvula interruptora (“shut-off”) deve ser do tipo


que causa pequena queda de pressão. Os tipos recomendáveis são as válvulas de
diafragma ou as válvulas de gaveta. Antes da válvula “shut-off” deve ser colocada uma
válvula de segurança de modo que o compressor possa ser despressurizado depois de
paralisado. Isto sempre deve ser feito antes das tampas de válvulas serem removidas
para inspeção ou conserto das válvulas.

Purgador (dreno): do tipo bóia, termodinâmico, eletrônico temporizado, eletrônico por


sensor de nível ou manual, servem para drenar da linha de ar comprimido o condensado
formado durante a trajetória do mesmo pela tubulação.

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11 - Referências

[1] ATLAS COPCO "Manual do ar Comprimido". McGraw-Hill do Brasil, São


Paulo, 1976.
[2] BARBOSA, P.S. "Compressores". Apostila Petrobrás - CENPES - DIVEN, 2a
edição, 1984.
[3] COSTA, E.C. "Compressores". Editora Edgard Blucher, São Paulo 1978.
www.croll.com / Acessado em 13/09/10
www.compressoresschulz.com.br /Acessado em 13/09/10

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12 - Anexos

Reservatório - Componentes (Vista explodida)

Reservatório – Vistas frontal e lateral esquerda

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Cabeçote – vista explodida

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1 – Compressor

2 - Filtro-
regulador p/
Pintura

3 - Filtro-
regulador

4 - Filtro-
regulador e
lubrificador

5- Purgador
automático

6 – Pistolas para
pintura Pintura 6
7 - Lixadeiras

6 7

7
Sala de Cabine de
inspeção lixamento

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