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NITERÓI
2008
LUIZ FERNANDO JARDIM DE CARVALHO
NITERÓI
2008
2
UMA EXPERIÊNCIA DE INCLUSÃO DIGITAL
COM O USO DO NOTEBOOK:
O CASO DO COLÉGIO ESTADUAL “ELISIÁRIO MATTA”
Aprovada em de 2008.
BANCA EXAMINADORA
Niterói
2008
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AGRADECIMENTOS
Ao meu pai Luiz Felipe da Costa Carvalho (in memorian) pela sua sinceridade e
honestidade que sempre me serviram de exemplo e orgulho.
”Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas
obras repassadas de doçura e de sabedoria.”
Tiago capítulo 3, versículo 13.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 8
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
8. ANEXOS 41
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RESUMO
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ABSTRACT
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1. INTRODUÇÃO
Todo início de vida e maturidade de uma criança passa, ou pelo menos deveria
obrigatoriamente passar, por uma instituição de ensino. É nesse local que aprendemos
os conceitos de socialização, de construção de um conhecimento que servirá de
norteamento para o restante da vida deste indivíduo. No Brasil, muitas crianças não
vivem este momento na infância, pois são criadas às margens deste mundo de
tecnologias e conhecimentos que a escola possibilita aos indivíduos que lá freqüentam.
Além da educação estar sendo penalizada com essa vaidade política vivida no
Brasil, os jovens e adolescentes são os mais prejudicados, pois poderiam estar
desfrutando dos efeitos e vantagens que toda essa tecnologia tem a oferecer em suas
vidas pessoais e profissionais.
8
acabam sendo usados para financiar obras superfaturadas e desvios escandalosos de
verbas.
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2. TECNOLOGIAS NA ESCOLA: A TRAJETÓRIA DA INFORMÁTICA
EDUCATIVA NO BRASIL.
Com o mundo cada vez mais cercado de tecnologia as habilidades exigidas pelo
mercado de trabalho, vão se tornando cada vez mais sofisticadas, desprezando o
trabalho desqualificado e repetitivo, valorizando a produção do conhecimento e o uso
das novas tecnologias. Desta forma, a educação é entendida como um dos pilares para a
construção de qualquer sociedade que pretenda ser desenvolvida e democrática.
Cabe, portanto, refletir sobre todas essas mudanças para que se possa escolher
um modelo de sociedade informatizada que permita a democratização e as mesmas
oportunidades sociais.
Para tal, faz-se necessário levantar algumas questões sobre o surgimento dessas
tecnologias no Brasil, e dos impactos que a mesma causou na sociedade e na educação
de uma maneira geral. Torna-se necessária uma retrospectiva histórica dos momentos
mais importantes das políticas de informática do país.
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começaram a ser desenvolvidas em outras universidades, usando computadores de
grande porte como recurso auxiliar do professor para ensino e avaliação em Química
(Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) e desenvolvimento de software
educativo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.
A cultura nacional de informática na educação teve início nos anos 80, a partir
dos resultados de dois seminários internacionais (1981 e 1982) sobre o uso do
computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem. Nesta
época surgiu a Comissão Especial de Educação com o objetivo de criar normas e
diretrizes para a implantação da informática na educação.
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O projeto é dividido em cinco grandes centros para o desenvolvimento das
pesquisas e o emprego dos computadores nas escolas públicas, é composto pelas
seguintes Universidades: UFPE (Univ. Federal de Pernambuco), UFRJ (Univ. Federal
do Rio de Janeiro), UFMG (Univ. Federal de Minas Gerais), UFRGS (Univ. Federal do
Rio Grande do Sul) e Unicamp (Univ. Est. De Campinas).
Refletir sobre toda da essa trajetória de erros e acertos se faz necessário para o
amadurecimento e enriquecimento na maneira de implantação da Informática na
Educação, toda a participação dos mais diversos níveis da sociedade e da política,
segundo Youssef e Fernandez, (2003) impõe-se,
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eficiente na formação e qualificação dos professores, que são fundamentais para o
sucesso de todos os investimentos aplicados até o momento.
Montar laboratórios nas escolas e criar vários projetos, não resolve a insegurança
e a falta de habilidade dos inúmeros professores da rede pública, que devido a um
salário considerado baixo para a classe, sentem a necessidade de trabalhar em vários
turnos. Esta jornada, além de causar um grande desgaste, faz com que o professor não
tenha um tempo necessário para freqüentar os cursos oferecidos pelos projetos.
A capacitação dos professores deve ser ministrada dentro do colégio onde ele
leciona, só assim, os docentes poderiam participar e se capacitar para o uso dos
laboratórios montados e abandonados nas inúmeras escolas públicas, podendo também
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fazer um melhor uso dos notebooks que receberam do Estado na preparação e
apresentação das aulas.
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3. INCLUSÃO DIGITAL NO COLÉGIO ESTADUAL “ELISIÁRIO MATTA”:
PRESSUPOSTOS PARA DESENVOLVER UM CURSO DE INFORMÁTICA COM
O NOTEBOOK DISTRIBUÍDO PELO GOVERNO DO ESTADO.
Seu território municipal tem 363,81 km², faz divisa com cinco municípios,
Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Saquarema. Situada a 60 km do centro do Rio
de Janeiro, essa proximidade fez com que Maricá por muitos anos fosse considerada
uma cidade dormitório. A recente descoberta de petróleo e a expectativa de
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investimentos da Petrobrás em Maricá fizeram que vários empresários e grandes
empresas voltassem os olhos para a cidade, onde já podemos ver grandes investimentos
surgindo, além das oportunidades de emprego.
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4. RELATO DE EXPERIÊNCIA: CURSO DE CAPACITAÇÃO EM INFORMÁTICA
COM O USO DO NOTEBOOK NO COLÉGIO ESTADUAL “ELISIÁRIO MATTA”.
Após uma longa pesquisa teórica, chegou o momento de construir uma prática
baseada nas especificidades encontradas na escola.
O planejamento que havia sido feito inicialmente teve que ser modificado. Foi
necessário mudar o foco e preparar as aulas e exercícios voltados para as realidades dos
professores. Nesta nova proposta, houve necessidade de organizar atividades
relacionadas à prática pedagógica como: organização de provas, preparação de aulas em
PowerPoint, uso do Excel para calcular as médias dos alunos e como utilizar a internet
para filtrar pesquisas e verificar se os trabalhos dos alunos estavam sendo copiados na
integra da internet. Foi organizado o material didático a ser usado no curso e uma
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apostila sobre informática, voltada para o Sistema Operacional Windows que estava
instalado no notebook fornecido pelo Governo.
Segundo Lüdke e André (1986), todo este cuidado se faz necessário para o uso
de uma análise documental,
A diretora Adriana fez uma apresentação inicial e falou sobre o fato de eu ter
sido aluno daquela instituição, este comentário proporcionou aos professores presentes
uma reflexão, pois estávamos vivendo uma inversão nas posições, o aluno no lugar de
professor e os professores na posição de aluno.
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Ensinar e aprender, pois, são duas facetas do mesmo processo, e que se
realizam em torno das matérias de ensino, sob a direção do professor. (p. 55).
Essa aula serviu de termômetro para avaliar o nível de satisfação que o curso
proporcionou. Os professores pediram que mandasse os slides da aula antecipadamente
por e-mail, possibilitando desta maneira que tivessem uma visão prévia do conteúdo,
essa sugestão oferecida por eles me serviu de feedback e passei a preparar e mandar a
aula antecipada para os professores.
No dia 19/04/2008 os assuntos foram Word e Write, a visão dos dois aplicativos
permitiu que pudessem comparar e perceber a semelhança entre as diferentes
plataformas. Demonstraram um grande interesse, pois o Word seria muito utilizado por
eles para a preparação de material didático.
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Foi explicado inicialmente sobre a barra de endereço, ferramentas, formatação e
desenho, depois foi apresentado detalhadamente cada barra, e suas particularidades. A
aula foi muito proveitosa porque o interesse era geral. Muitas dúvidas foram explicadas
e esclarecidas. Para finalizar fizemos um desenho no programa Paint que seria usado
na aula seguinte, onde começaríamos a montar uma prova interagindo com outros
programas, fazendo cópias e colagens.
Para a aula seguinte foi preparado o material e enviado por e-mail, inclusive um
exercício de fixação da aprendizagem. Estas atividades docentes são importantes no
processo pedagógico, segundo Esteban e Zaccur (2002), elas nos orientam para o
planejamento e organização do ensino.
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A conclusão foi de manter o calendário. Este fato demonstrou um resultado positivo
quanto ao curso, visto que por escolha deles a aula foi mais importante que o lazer.
No dia 03/05/2008, foi a conclusão das aulas de Word e Write com uma revisão
geral de todo conteúdo apresentado. Logo após o intervalo começamos a trabalhar com
o exercício que já tinha mandado por e-mail. Essa alternativa de adiantar o material da
aula seguinte deu um resultado bem positivo, o assunto da aula é lido antecipadamente,
no caso desse exercício alguns já havia até iniciado.
A primeira sugestão foi o adiamento, porém muitos não ficaram satisfeitos, pedi
então que opinassem a esse respeito, assim eu saberia a real vontade de todos em
freqüentar o curso.
Novo impasse criado, alguns opinaram pela aula na parte da tarde, depois de
14h00min. Não haveria problema nenhum de minha parte em dar a aula neste horário,
mas algumas professoras não gostaram por se tratar da véspera do Dia das Mães. Ficou
decidido então que teria a aula no sábado à tarde para quem pudesse comparecer e seria
repetida no sábado seguinte para aqueles que não participassem dessa aula, todos
gostaram da solução ficando combinado desta maneira.
O mais importante neste episódio foi o debate gerado pela questão de manter a
aula normal e a preocupação daqueles que não poderiam comparecer, mas que também
não queriam perder a aula. Foi possível notar nesse momento que na verdade, ninguém
estava querendo faltar ou perder a aula, daí a repetição do conteúdo semana seguinte.
Esse feedback me fez perceber que o curso estava dando bons resultados e que tinha
conseguido tornar-se importante e necessário para todos os professores.
Após o término da aula, em uma conversa com a Diretora, que comentou estar
querendo montar um curso parecido com o que estava sendo oferecido para os
professores, mas voltado para os alunos do curso normal. O objetivo era que eles
tivessem esta capacitação também, e aprendessem a preparar suas aulas para os alunos
de primeira a quarta série, usando o computador como sua ferramenta auxiliar na
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didática da aula. Ficamos de conversar melhor depois, pois o curso seria para o semestre
seguinte.
À medida que o conteúdo foi apresentado, fomos fazendo um exercício para que
pudessem conciliar de maneira mais prática o uso da ferramenta. Ao término da aula
tínhamos montado uma planilha que calculava as notas e apurava as médias. Vimos que
não era tão difícil como muitos pensavam, e os professores começaram a pensar em sua
aplicação prática, como montar os controles dentro da necessidade de cada matéria.
No sábado seguinte foi a vez daqueles que não puderam participar dessa aula,
mas já tinham ouvido os comentários sobre a aula e não vieram tão assustados como os
outros, porém o colégio estava sendo usado pela Igreja Católica em um evento dedicado
aos jovens chamado de EAC (encontro de adolescentes com Cristo), ficamos sem sala
de aula.
Foi cedido então pela diretora, o espaço de leitura, um espaço recém lançado na
escola que fica ao lado do prédio da escola, foi preparado para se tornar uma sala de
leitura, um espaço muito bom com mesas, ar condicionado, onde foi possível apresentar
a aula para aqueles professores que não puderam participar da aula no sábado anterior.
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Mais uma vez chega o término da aula com outro questionamento, desta vez
mais difícil de resolver, visto que muitos dos participantes não estavam presentes e era
melhor não definir nada sem a opinião dos ausentes. O problema em questão era
novamente mais um feriado, agora um longo feriado na cidade, pois dia 22 de maio era
Corpus Crist uma quinta feira, e na segunda feira dia 26 de maio era o aniversário da
cidade de Maricá, feriado municipal. Os professores cogitaram a possibilidade da aula
do sábado dia 24 ser antecipada para o dia 22 na quinta feira, causando-me uma
surpresa com o pedido, mais uma vez esse pedido serviu como um feedback, podendo
desta maneira observar que estavam gostando muito das aulas a ponto de comparecerem
em um feriado para não ter que adiar a aula para a outra semana.
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Dentro desta visão Freire (2004), nos adverte que devemos “saber que ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção” (p.47).
Na aula do dia 07 de junho a sala estava cheia, a grande maioria dos professores
estavam aguardando este momento do curso.
A grande surpresa ficou para o final, quando ainda estava acontecendo aula a
diretora Adriana pediu que todos se reunissem para fazer uma foto que teria que mandar
para a coordenadora dela, demos uma pausa na aula e nos juntamos para a foto, em
seguida a aula continuou normalmente.
As fotos tiradas em sala na verdade era para montar uma foto com uma
dedicatória e a assinatura de todos os participantes da aula, ganhei também um relógio e
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um cordão de prata, fiquei muito feliz com a homenagem e da forma que me trataram, já
não era mais um ex-aluno e sim um professor e amigo de todos ali presentes.
Vimos como era possível refinar pesquisas, e até como poderíamos encontrar
conteúdos que pudessem estar sendo copiado pelos alunos na elaboração de trabalhos,
gostaram muito de saber como pesquisar melhor utilizando o navegador, e a facilidade
de se encontrar um determinado conteúdo.
No dia 05/07/2008, aconteceu a segunda aula de internet, parecia que não teria
muitas novidades para apresentar, pois já sabiam enviar e receber e-mail, e até baixar
anexos, mas alguns professores estavam com muitas dificuldades e ainda não sabiam
verificar sua caixa de e-mail, foi explicado como fazer para acessar os conteúdos das
mensagens, baixar os anexos e anexar arquivos.
Foi dado um enfoque maior na maneira de se proteger dos vírus, exibindo até um
vídeo que detalhava cada tipo de vírus e suas ações devastadoras no computador. A
preocupação foi unânime, entenderam bem o perigo e qual a melhor maneira de se
prevenir dessas pragas virtuais.
Na penúltima aula do curso no dia 12/07/2008, era um dia diferente para todos,
pois receberíamos a visita da representante do NTE (Núcleo de Tecnologia
Educacional), professora Maria Tereza que também é a orientadora do projeto, além de
saber como estava sendo desenvolvido o projeto, apresentou vários sites do governo e
alguns conteúdos ligados a docência.
A professora Maria Tereza chegou por volta das 10h00min no momento exato
que terminava o conteúdo da primeira aula, tendo parado para um pequeno intervalo,
em seguida ela assumiu a condução da aula apresentando vários sites de suma
importância para os professores, que além de pesquisas, poderiam fazer diversos cursos
de capacitação e até cursos de extensão com 360 horas/aulas.
A última aula foi para explicar como fazer a ligação do notebook com o
datashow, viram os tipos de cabos e onde ligá-los. Puderam ver em qual saída ou
entrada do equipamento deveria ser conectado o cabo e como fazer para que pudesse
identificar a entrada que estivesse em uso.
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Como o Sistema Operacional do meu notebook era o vista, desconectei do meu e
conectei o da diretora Adriana para que pudessem seguir passo a passo a instalação e
configuração do notebook para transmitir a imagem para o datashow.
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5. REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO E TRAÇANDO
DIRETRIZES PARA UM NOVO PROJETO.
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Fica fácil entender estas deficiências quando observamos o que Estebam e
Zacur, (2002), fala sobre educação.
1
Disnponível em http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/22/36 acesso em 08 nov
2008.
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Através das entrevistas realizadas com os professores do colégio, percebeu-se
que alguns destes equipamentos não estão sendo usados pelos professores e sim por
seus familiares. Estes estão aproveitando o notebook para uso particular, desvirtuando
desta maneira o objetivo principal desta idéia, que é o uso pedagógico. A idéia da
distribuição de notebooks deveria ser feita após um curso de capacitação, que
possibilitaria o uso de maneira eficaz do equipamento, só distribuir não resolve a
exclusão digital vivenciada pelos inúmeros professores da rede pública.
Conforme Oliveira (2001), o planejamento educacional deve visualizar a escola
como local de construção de conhecimento.
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acaba voltando para as aulas tradicionais com as quais já estão acostumados e são
conhecedores do assunto.
“Entre as críticas feitas pelo Macro Plano de Inclusão Digital está a falta de
integração entre as iniciativas. “Não há coordenação clara e centralizada entre
os diversos programas governamentais existentes, não havendo também um
alinhamento com as iniciativas dos governos estaduais e municipais”, diz um
dos trechos do estudo. Na visão da consultoria, a correção desta falha poderia
levar a um melhor aproveitamento dos recursos utilizados - volume
considerado baixo em relação ao gasto de outros países.
2
Disponível em
http://www2.metodista.br/unesco/jbcc/jbcc_mensal/jbcc284/jbcc_direitosacomunicacao_plano_de_inclus
ao.htm acesso em 08 nov 2008.
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O curso teve como objetivo capacitar o professor para o uso do laboratório,
apresentando conteúdos diversos para cada disciplina e vários exemplos que poderia ser
utilizado para uma aula no laboratório.
É evidente que o tempo demandado para o curso não foi suficiente para uma
preparação sólida, mas para quem já tinha certo conhecimento, foi possível ousar mais
nas elaborações de suas aulas. Isso é possível de se constatar nos questionários e
declarações (em anexo) descritos pelos próprios professores.
Os demais professores que não são muito chegados ao uso das tecnologias estão
começando a me procurar nas segundas, quartas e sextas, horário que estou na escola
para tirar dívidas e ajudar na preparação e elaboração de aulas que possa usar as TICs
como ferramenta educativa.
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Uma das dificuldades possíveis de observar neste trabalho foi a
indisponibilidade de tempo que os professores tem para a preparação de conteúdos,
tornando-se um fator negativo na preparação de aulas que venham a usar a tecnologia.
Além do momento pós curso estar sendo muito positivo, não é possível descartar
ou desconsiderar a experiência profissional e pessoal adquirida ao longo do
desenvolvimento do projeto. Refletindo mais profundamente sobre essa prática, foi
possível através de questionários, coletar informações de suma importância para a
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construção de vários gráficos, permitindo levantar pontos positivos e negativos durante
o desenvolvimento do projeto e contribuindo para a avaliação do resultado do curso.
No estudo do questionário inicial foi possível observar que grande parte dos
professores inscrito tinha computadores, mas não tinham a cultura ou a curiosidade de
usá-lo em pesquisas e elaboração de suas aulas, poucos dominavam bem a tecnologia e
alguns não sabiam quase nada sobre essa tecnologia. Ver Figura 2 do anexo.
A maioria nunca fez curso de informática e por isso nunca tiveram coragem de
levar seus alunos ao laboratório, embora tenham sido expressivos em afirmar que
gostariam de aprender mais sobre essa tecnologia para que pudessem levá-los para o
laboratório, admitindo que a informática se faz muito importante para esse novo
contexto educacional.
Todos estes depoimentos e outros mais estarão em anexo para comprovar que os
professores querem e podem sair da condição de excluídos digitais, basta que se ofereça
um curso voltado para suas realidades. O objetivo de capacitá-los no local onde
trabalham, criando assim uma facilidade na questão de deslocamentos para outros
lugares, gera uma demanda de tempo muito excessiva para a participação no curso.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na condição de alunos puderam perceber que uma aula digital provoca uma
maior participação e questionamento, permitindo também a demonstração interativa que
pode ser feita em tempo real, acrescentando muito mais conteúdos do que uma aula
tradicional que restringe o aluno à condição de ouvinte e não de participante de um
conhecimento a ser construído.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 35ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
____ Novos tempos, velhos problemas. In: SERBINO, R. V. [et al] (Org). Formação
de Professores. São Paulo: Unesp, 1998.
OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa. 5ª ed. São Paulo: Papirus Editora,
2001.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na edicação. 5ª Ed. São Paulo: Editora Érica,
2001.
PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças. Porto Alegre: Editora Artes Médicas
Sul, 1994.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Editora Paz e Terra S/A,
2002.
http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/22/36 acesso em
08/11/2008 às 17:15h.
http://www2.metodista.br/unesco/jbcc/jbcc_mensal/jbcc284/jbcc_direitosacomunicacao
_plano_de_inclusao.htm acesso em 08/11/2008 às 17:35h.
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8. ANEXOS:
Questionário Inicial
Questão 1 Tem computador em casa?
Questão 2 Você sabe utilizar o computador?
Questão 3 Já fez algum curso de informática?
Questão 4 Você dá aula usando a informática?
Questão 5 Você acha que o uso do laboratório de informática é Bom, Regular ou
Ruim?
Questão 6 Gostaria de aprender mais sobre computador e seus programas
participando deste curso para levar seus alunos ao laboratório e/ou
desenvolver suas atividades administrativas?
Questão 7 A informática é importante para ter uma educação melhor?
Questão 8 Você já se imaginou preparando uma aula virtual ou tirando duvidas em
algum tipo de chat?
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Figura 2: Questionário apresentado no início do curso.
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Figura 4: Avaliação por nível de graduação dos incritos.
Questionário Final
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Figura 5: Avaliando o desenvolvimento do curso.
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DEPOIMENTO DOS PROFESSORES:
Professor 1
“Antes de fazer este curso minha relação com um computador era mínima,
apenas digitava minhas provas (e muito mal) e abria e-mail (criado por meu marido),
sem maiores interesses pela informática.
Com o curso, a cada nova aula, minha curiosidade e meu interesse foram
aumentando ao perceber quanta coisa podemos fazer com as ferramentas oferecidas pela
informática. Sem dúvida alguma, as aulas deste curso foram muito importantes para
mim, pois foram capazes de dar nova motivação para meu trabalho e mesmo que eu
esqueça algo que foi ensinado (ainda posso recorrer a apostila), uma coisa nunca mais
será a mesma: minha vontade de continuar aprendendo.
Professor 2:
A linguagem foi fácil com exemplos aplicados ao nosso dia-a-dia, o que facilitou
o entendimento de termos novos e complicados.
45
Foi emocionante invertermos as posições e sentarmos nos bancos escolares
recebendo instruções de alguém que, até bem pouco tempo, foi nosso aluno. Isso nos
renova e dá forças para “continuarmos remando contra a maré”.
Citando Renato Russo: “Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o
mundo. Quem roubou nossa coragem?” Obrigado por devolvê-la.
Professor 3:
“O curso foi excelente. Todas as pessoas que conheço afirmam que não
aprendem nada num curso de informática porque o professor não tira dúvidas. Isso não
ocorreu com as aulas ministradas por você, Fernando. Sua extrema paciência com os
iniciantes foi fator fundamental para uma aprendizagem real. As aulas foram
organizadas de forma bastante didática e esclarecedora. Não deixaram dúvidas. Aprendi
mais do que esperava, muito mais. E o resultado disso tudo foi um melhor
aproveitamento dos programas e ferramentas do meu computador e a possibilidade de
otimização de minhas aulas. Muito bom! Não tenha dúvida. Você é excelente.”
Professor 4:
“Como avaliar um curso perfeito, que é ministrado por uma pessoa muito
qualificada?
Só tenho a comentar que foi muito importante participar deste curso, onde pude
sanar minhas dúvidas em relação à informática.
Com certeza a partir de agora meu trabalho será mais valorizado e de "alto nível
técnico.”
Professor 5:
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muitas coisas que não sabia. Agora já posso tornar minhas aulas mais criativas e
agradáveis.
Professor 6:
“Gostaria de deixar aqui meus agradecimentos pelo muito que foi proveitoso o
curso administrado, pois através dele ficou possível uma integração e inclusão no
mundo digital, proporcionando assim a tranqüilidade de administrar aulas.”
Professor 7:
Nunca tive interesse em fazer curso, sempre achava que tudo se resolveria no
momento em que eu comprasse um computador.
Feita a compra tudo mudou. Meu interesse pela informática explodiu. Tive a
sorte de encontrar pessoas que foram me ensinando o pouco que já sabiam, mesmo
assim, via que meu conhecimento estava fragmentado, não me sentia seguro.
Tudo mudou com a chegada do Laptop, era chegada a hora de organizar tudo
que sabia para melhor utilização daquela ferramenta em sala de aula.
Mas isso foi só um grande começo... esperamos que profissionais como Luiz
Fernando continuem com suas práticas pedagógicas, fazendo o que mais sabem...
ensinar...
Sabe-se que o seu ambiente profissional será outro, não cabe aqui uma crítica ao
sistema...
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Lista de Presença do Curso de Capacitação em Informática
Básica
Colégio Estadual Elisiário Ministrado por: Luiz Fernando Jardim de
Matta Carvalho
Aulas
Qtd. Matrícula Nome
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1 0833037-5 Adriana Inês Firme Vieira p p p p p p p p p p p p f p f
2 0251619-3 Adriana Luiza da Costa p p p p p p p p p p p f p p P
3 0291543-7 Ana Carvalho Rodinsky p p f p p p p p p p p f p p p
4 0280957-2 André da Costa Pereira p p f f f f f f f f f f f f f
5 0162732-2 Aurélio da Piedade Silva p p f p f f f f f f f f f f f
6 0911350-7 Carmen Lucia Costa Ribeiro Corrêa p p p p p p f f p p f p f p p
7 0935663-5 Elaine Cotta Seabra p f f f f f f f f f f f f f f
8 0236157-4 Elizete Siqueira P. Cesar p p p p p p p f p p p f p p p
9 0243937-0 Guido Roberto de Souza Pavão p p p p p p p p p p f p p p f
10 0829617-0 Guilherme de Almeida Santos p p f p f f f f f f f f f f f
11 0826262-8 Ivonea Limeira de Souza p f p p f f f f f f f f f f f
12 0916353-6 Leila Lobão de Souza Morgado Monteiro p p f p f p p p p p p p p p p
13 0187142-5 Leticia Maria Rangel Cordeiro p p p p p p p p p p p p f p p
14 0834412-9 Lucinda Augusta Costa da Silva p p p p p p p p p p f p f p f
15 0827344-3 Magaly de Oliveira Faria p p f f f f f f f f f f f f f
16 0916308-0 Marcelo Menezes de Britto Pereira p p f p f p p p p p p p p p p
17 0827476-3 Marcia Gomes Bitencourt Miethe p f p f p p f f f f f p f f p
18 0829692-3 Marcia Vieira dos Passos p p f p p p f p p p p p p p p
19 0916303-1 Marcus Antônio Lacerda p p p f p f f p p f p p p p f
20 0805483-5 Margareth Gonçalves Mataruna p p p p p p p f p p p p f p p
21 0243138-5 Maria Aparecida P. da Costa p p f p p p f p p p p p p f p
22 0808263-8 Maria Nazareth Antunes Ramos p p f p f p p f p p p p f p p
23 0827654-5 Marília Ribeiro Martins p p p p p p p p p p p p p p p
24 0833516-8 Raimundo Barroso p p p p p p p p p p p p p p p
25 0845100-7 Ricardo de Souza Anhaia p p p p p p p p p p p p p p p
26 0916385-8 Rubem Ubiratan de Cardoso Gonçaves p p f f f f f f f f f f f f f
27 0280634-7 Sandra Maria de Souza Ferreira Amaral p p p f f f f f f f f f f f f
28 0916339-5 Sandro Barcelos Venturini p p f p p p p p f p p p p p p
29 0940150-6 Suzanne Vianna Prasser p p f f f f f f f f f f f f f
30 0285068-3 Valdemiro Vieira Mendonça p p p p p p p p p p p p p p p
31 0916370-0 Valéria Leonelo Venturini p p f p p p p p f p p p p p p
32 0805570-9 Valéria Maffei dos Santos Krause p p p p p p p f p f p p p f p
P = Presença F = Falta/ Os nomes em negrito não atingiram o percentual necessário
para aprovação.
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Foto 3: Os professores fazendo um exercício e tirando as dúvidas.
50