Nem toda angústia é transtorno psiquiátrico e não há uma pílula para cada problema... Contribuição para a revista Bem Estar do jornal Diário da Região.
Nem toda angústia é transtorno psiquiátrico e não há uma pílula para cada problema... Contribuição para a revista Bem Estar do jornal Diário da Região.
Nem toda angústia é transtorno psiquiátrico e não há uma pílula para cada problema... Contribuição para a revista Bem Estar do jornal Diário da Região.
bem o tempo todo! Nem toda angstia transtorno psiquitrico e no h uma plula para cada problema Armando Ribeiro das Neves Neto
A loucura, objeto dos meus estudos, era
at agora uma ilha perdida no oceano da razo; comeo a suspeitar que um continente. A celebre frase do Dr. Simo Bacamarte, protagonista do conto O Alienista (1882), do imortal Machado de Assis. A boa literatura muitas vezes se antecipa ao desenvolvimento das sociedades e dos desdobramentos da cincia. Os mdicos da fico so sementes de um porvir, aguardando por um solo frtil pronto a germin-los. A sociedade passa em rpida transformao, to rpida que o socilogo polons Zygmunt Bauman afirma: Vivemos tempos lquidos. Nada para durar. Tempos lquidos so frteis para prticas mdicas sugestionadas por evidncias, ou seja, voc pode comer ovos no caf da manh para um desjejum saudvel, no almoo descobrir que esto associados a mortalidade precoce e no jantar uma nova pesquisa colocar tudo abaixo. Com-los ou no? Eis a questo! bom lembrar-se dos casos do abacate, do glten e etc. No toa que o tema da 32 Bienal de So Paulo Incerteza viva. No pense por um momento que a cincia nos torna imunes ao pensamento mgico. Allen Frances, professor emrito de psiquiatria da Universidade Duke (EUA) descortina o exagero de uma prtica mdica voltada a patologizao da vida cotidiana, tambm conhecida como normose ou a patologia da normalidade. Nem toda angstia humana transtorno psiquitrico e no h uma plula para cada problema, afirma em entrevista para a jornalista Cludia Collucci, da Folha de So Paulo, em sua vinda para o lanamento do livro Voltando ao normal (Versal Editores) Mas os manuais diagnsticos podem afetar profundamente como os profissionais respondero ao sofrimento humano. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulso alimentar; ataques de birras de crianas podem se tornar transtorno do temperamen-
to irregular; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as
crianas normais so diagnosticadas com dficit de ateno e hiperatividade, diz o Dr. Allen Frances. Em nosso meio, a questo to sria que levou o Conselho Federal de Psicologia (CFP) junto a outras entidades e organizaes civis a empreenderem a campanha No medicalizao da Vida. Na carta sobre a medicalizao da vida do CFP, afirma-se: Atualmente, assistimos a uma multiplicidade de diagnsticos psicopatolgicos e de teraputicas que simplificam as determinaes dos transtornos infantis e retornam a uma concepo reducionista das problemticas psicopatolgicas e de seus tratamentos. Esta concepo utiliza, de modo singularmente inadequado, notveis avanos no terreno das neurocincias para deles derivar, ilegitimamente, um biologismo extremo que no d qualquer valor complexidade dos processos subjetivos do ser humano. Procedendo de maneira sumria, esquemtica e carente de verdadeiro rigor cientfico se fazem diagnsticos e at se postulam novos quadros psicopatolgicos a partir de observaes e de agrupamentos arbitrrios de riscos, baseados em antigas e confusas noes. (...) Rtulos e etiquetas, maquiados de diagnsticos, e plulas de psicotrpicos prometem resolver todos os conflitos naturais da vida, tirando a vida de cena. No se sabia j quem estava so, nem quem estava doido, diz enfaticamente o Dr. Simo Bacamarte no conto O Alienista. Mania Sunturia, Demncia dos Touros e Amor das Pedras so os novos diagnsticos... Se tudo virar doena, qual ser o remdio para uma vida saudvel? H luz no fim do tnel? Iniciativas como a do eduLab21 da Ctedra Instituto Ayrton Senna no Insper um dos caminhos para se promover uma educao integral, ou seja, produzir e organizar o conhecimento cientfico para conect-lo com a gesto pblica, resultando na formulao de polticas pblicas educacionais com base em evidncias que desenvolvam o aluno do sculo 21
em toda a sua potencialidade, ou seja, uma
educao que desenvolva competncias cognitivas e socioemocionais. Na escola mdica de Harvard, aprendi com importantes pesquisadores do Benson-Henry Institute for Mind-Body Medicine que programas que desenvolvem a resilincia e as competncias socioemocionais podem levar a uma economia de cerca de US$ 25 mil por paciente/ano com gastos de sade desnecessrios, ou seja, promover a sade muito mais recompensador do ponto de vista econmico e humano. O bom da tristeza? Ningum quer ser triste, mas bom aprender o que a tristeza tambm tem para nos ensinar... como aprendemos com o filme Divertida Mente (Disney), todas as emoes nos tornam fundamentalmente humanos.
Divulgao
Quem Armando Ribeiro das Neves Neto psiclogo, palestrante e educador, consultor em Gesto do Estresse, Bem-Estar e Qualidade de Vida
Técnicas de Relaxamento, Respiração Diafragmática, Meditação e Biofeedback em Terapia Cognitivo-Comportamental: Diferentes Práticas Capazes de Evocar A Resposta de Relaxamento