Lhasa de Sela, cantora e compositora norte-americana influenciada pela cultura mexicana, faleceu aos 37 anos devido a um câncer de mama contra o qual lutava há 21 meses. Ela lançou três álbuns aclamados pela crítica que venderam um milhão de cópias, mas não se interessava por fama ou dinheiro, preferindo cantar por consciência. Sua voz única e história de vida nômade a tornaram uma artista admirada.
Lhasa de Sela, cantora e compositora norte-americana influenciada pela cultura mexicana, faleceu aos 37 anos devido a um câncer de mama contra o qual lutava há 21 meses. Ela lançou três álbuns aclamados pela crítica que venderam um milhão de cópias, mas não se interessava por fama ou dinheiro, preferindo cantar por consciência. Sua voz única e história de vida nômade a tornaram uma artista admirada.
Lhasa de Sela, cantora e compositora norte-americana influenciada pela cultura mexicana, faleceu aos 37 anos devido a um câncer de mama contra o qual lutava há 21 meses. Ela lançou três álbuns aclamados pela crítica que venderam um milhão de cópias, mas não se interessava por fama ou dinheiro, preferindo cantar por consciência. Sua voz única e história de vida nômade a tornaram uma artista admirada.
To repentinamente como surgiu tambm assim partiu: Lhasa de Sela, cantora e
compositora nascida em Nova Iorque, mas profundamente influenciada pela cultura mexicana, faleceu no dia 1 de Janeiro deste ano, aos 37 anos de idade, de um cancro da mama, contra o qual lutava h 21 meses. Deixou pai, me, irmos, sobrinhos, e um culto de fs indefectveis, reflectido no milho de cpias que os seus trs discos venderam. Desde a primeira vez que a sua voz se ouviu em disco que Lhasa surgiu aos melmanos como um ser vindo de outro mundo. Do seu lbum de estreia, La Llorona, composto a meias com o magnfico msico Yves Desroisiers, constavam apenas baladas cambaleantes, que versavam mitos pagos mexicanos, amores de faca e alguidar, o sangue, a morte e as cartas que trazem a fortuna e a desgraa e nos traam o destino. Era um disco centrado na guitarra acstica de Desroisiers, com apontamentos de acordeo e banjo, mas que estava longe de ser "bonitinho", muito por fora da voz de Lhasa, que dominava - ou assombrava, se quisermos ser exactos - cada cano: possuidora de uma voz grave mas ampla, Lhasa to depressa conseguia soar bria como apaixonada como vingativa como sensual. "La Llorona" cantava os mais velhos dos assuntos e Lhasa cantava-os como se existisse desde sempre, como se aquelas canes estivessem ali, h sculos, espera de serem ouvidas. No parecia ter 26 anos: parecia ser mais velha que Chavela Vargas, a diva mexicana com quem na altura foi comparada. Podia ter uma voz de veludo, mas aquele veludo conhecia todo o tipo de ndoas. Irrequietude natural O xito de "La Llorona" foi rpido e surpreendente, em particular tendo em conta que em 1997 o mundo no estava propriamente virado para canes acsticas cantadas em espanhol. Mas alm das canes, a prpria Lhasa contribuiu para o sucesso do disco: no s era tremendamente bonita como tinha igualmente uma histria pessoal incomum que contribuiu, nesses dias pr-YouTube, para o mito de "mulher misteriosa" que sempre a seguiu. Filha de pai mexicano e me americana-judia-libanesa, Lhasa no cresceu como a maior parte das raparigas. Os seus pais eram nmadas, e ela passou os primeiros anos de vida com eles e os irmos on the road entre os Estados Unidos e o Mxico. Todas as noites, em vez de ver televiso, os irmos faziam um teatrinho ou cantavam. Isto marcou-a ao ponto de aps a digresso de "La Llorona" se ter juntado a um circo em Frana. A sua histria de vida valeu-lhe o epteto "cantora nmada", mas quem teve oportunidade de privar com ela tem a impresso de o nomadismo no se dever a uma qualquer mania aventureira, antes a uma irrequietude natural e
incapacidade de conviver com a indstria musical. Numa entrevista Roots
World, na altura do lanamento do seu segundo disco, "The Living Road", em 2003, Lhasa confessava que depois da digresso do primeiro disco abandonara tudo para ir para Frana porque se sentia "a morrer". "Fiz tudo menos rapar o cabelo e tornar-me freira", acrescentou. A vida no circo, rodeada de alguns dos irmos, era simples e repleta de tarefas, o que lhe agradava: "Acordo todos os dias com a minha sobrinha a dizer-me que me ama", dizia, com candura. "The Living Road" era um disco mais complexo, com guitarras, banjos, meldicas. Mesmo sendo um disco mais opulento, com arranjos imaculados, soava ainda a uma carroa a desconjuntar-se na beira de uma estrada poeirenta, e voltou a merecer os encmios da crtica. Vasco Sacramento, produtor musical, convidou ento Lhasa para uma digresso em Portugal por alturas do seu segundo disco, "The Living Road", digresso que na altura acompanhmos. Sacramento disse ontem, numa nota imprensa, que "Lhasa de Sela no estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro". Acrescentou ainda que Lhasa "parecia que cantava apenas por imperativo de conscincia, sem grandes preocupaes com estratgia de mercado", antes de lembrar, num toque mais pessoal, que Lhasa lhe falava sempre do bacalhau que comera em Xabregas. Intensidade assustadora Lembramo-nos do bacalhau em Xabregas, mas acima de tudo confirmamos essa impresso de que Lhasa cantava apenas por imperativo de conscincia. Lhasa revelou-se ao incio uma mulher distante, sempre acompanhada dos seus cadernos, com dificuldade em posar para fotografias. No gostava que lhe fizessem muitas perguntas e no entanto, uma vez ganha a sua confiana, percebia-se que a sua distncia era uma timidez congnita. Tinha o hbito de ouvir mais que falar e observava tudo sua volta com uma intensidade que podia ser assustadora. Sabia deixar-se aproximar (deixou-nos conversar com a sua me, em quem depositava extrema confiana), mas precisava do seu momento de isolamento: antes do concerto da Aula Magna arranjou um cantinho onde fazer ioga sem ser perturbada pela banda ou por jornalistas - s a me podia estar ali com ela. Era sem dvida reservada e intensa e to doce quanto, ao que nos pareceu, assustada. O terceiro disco, "Lhasa", do ano passado, cantado em ingls, nunca foi devidamente promovido e j foi afectado pelas condies de sade. Por esta altura j Lhasa colaborara com os Tindersticks e com Arthur H, cantor francs, e era um nome mais que firmado. Segundo os seus representantes, Lhasa, que s conseguia fazer o que queria, como queria e quando percebia o que verdadeiramente queria, tinha planos de fazer um disco com temas de Violeta
Parra e Victor Jara.
A andarilha morreu. O seu site, Lhasadesela.com, abre com uma fotografia dela, de costas, o rosto encoberto pelo cabelo a esvoaar ao vento. Em fundo h uma longa estrada. O salmo dizia: "No sers como a palha que o vento leva." Lhasa teve a coragem de o ser, e foi maior por isso. Notcia substituda em 5.01.2010, s 9h39
Cantora Lhasa de Sela morreu sexta-feira aos 37 anos vtima de
cancro da mama, em Montreal, Canad, anunciou domingo o seu agente. De acordo com um comunicado publicado pelo agente da cantora, David-Etienne Savoeie, em nome da famlia e amigos, Lhasa de Sela "morreu de cancro da mama aps 21 meses de combate com coragem e determinao". Conhecida como a cantora nmada, Lhasa de Sela morreu no dia 1 de Janeiro no seu domiclio em Montreal, cidade onde vivia h vrios anos. A artista nasceu no estado de Nova Iorque, mas desde cedo aprendeu a ser nmada e a absorver melhor de diferentes culturas, por ter viajado durante vrios anos com a famlia pelos Estados Unidos e Mxico. IMAGINRIO MULTI-CULTURAL Essa diversidade cultural reflecte-se na sua msica, com um imaginrio de sons e palavras (em ingls, francs ou espanhol) que remetem para a Amrica Latina, para a vida cigana ou para a cultura rabe. Lhasa comeou a cantar com 13 anos em cafs
e bares de So Francisco, Califrnia, com um repertrio retirado
do jazz. Mantendo a itinerncia e o esprito de saltimbanco, a artista passou pelo Canad, onde comps o primeiro lbum, "La Llorona", editado em 1997. A cantora actuou vrias vezes em Portugal.
Lhasa de Sela (19722010)
Lhasa de Sela morreu a 1 de Janeiro. Chamavam-lhe a cantora nmada por causa da sua infncia: os pais de Lhasa, ele mexicano, ela americana, tambm artistas, viviam numa carrinha de escola transformada numa espcie de caravana. Lhasa de Sela morreu a 1 de Janeiro. Cancro da mama. As primeiras not cias surgiram no Twitter. Horas depois, a editora que representa a cantora desment ia: Por respeito para com Lhasa, ficaremos muito agradecidos se acabarem com esse rumor. Em Junho, Lhasa tivera de cancelar uma digresso europeia dev ido aos problemas de sade e s exigncias do tratament o. Por uma questo de prudncia, no podemos sujeit-la ao stress que estas digresses acarret am, foi ento explicado.
A editora precipitara-se no desmentido e provavelmente sabia tanto como ns. A
notcia difundida no Twitter correspondia verdade. Ontem, o site oficial de Lhasa confirmou o desaparecimento desta belssima cantora: faleceu pouco antes da meia-noite do dia 1 de Janeiro na sua casa em Montreal, Canad. Chamavam-lhe a cantora nmada por causa da sua infncia: os pais de Lhasa, ele mexicano, ela americana, tambm artistas, viviam numa carrinha de escola transformada numa espcie de caravana. A sua infncia foi passada em constantes viagens entre os Estados Unidos e o Mxico. Encorajada pelos pais, cantava e improvisava pequenas peas de teatro. Nunca frequentou a escola. Foi a me que se encarregou da sua formao. E foi suficiente. O comunicado final no site da cantora diz que ela cresceu num mundo virado para a descoberta artstica, longe da cultura convencional. Lhasa de Sela morreu a 1 de Janeiro. Cancro da mama. As primeiras notcias surgiram no Twitter. Horas depois, a editora que representa a cantora desmentia: Por respeito para com Lhasa, ficaremos muito agradecidos se acabarem com esse rumor. Em Junho, Lhasa tivera de cancelar uma digresso europeia devido aos problemas de sade e s exigncias do tratamento. Por uma questo de prudncia, no podemos sujeit-la ao stress que estas digresses acarretam, foi ento explicado.
A cantora que tinha a verdade na voz
Desapareceu na passada sexta-feira, mas s ontem foi divulgada
a notcia. Lhasa de Sela, cantora latino-americana com um milho de cpias vendidas, fazia msica mas no queria ser estrela. Morreu poucos meses depois de ter lanado o seu terceiro registo. Tinha 37 anos. Isabel Castro O ano novo chegou e, poucos minutos depois, Lhasa de Sela morreu. A notcia foi tornada pblica ontem pelo agente da cantora, David-Etienne Savoeie, em nome da famlia e amigos. Segundo o comunicado disponibilizado, Lhasa de Sela morreu de cancro da mama aps 21 meses de combate com coragem e determinao. Tinha 37 anos de idade e trs discos lanados.
Conhecida como a cantora nmada, Lhasa de Sela morreu na
casa onde vivia em Montreal, no Canad, cidade que escolheu como base h vrios anos. Lhasa de Sela nasceu a 27 de Setembro de 1972, em Big Indian, no Estado de Nova Iorque. A sua infncia nica marcada por longos perodos de vida nmada entre o Mxico e os Estados Unidos, a bordo de um autocarro que era uma escola itinerante acabou por se reflectir na sua carreira enquanto cantora. Durante as viagens, explica o comunicado publicado no seu site, Lhasa e os seus muitos irmos improvisavam peas de teatro e espectculos musicais. Cresceu, assim, num mundo cheio de descobertas artsticas, longe da cultura convencional. Toda esta diversidade reflectiu-se na sua msica, com um imaginrio de sons e palavras (em vrias lnguas) que remetem para a Amrica Latina,
para
vida
cigana
para
cultura
rabe.
Lhasa de Sela comeou a cantar com 13 anos, mas tornou-se um
sucesso musical a nvel internacional (a sia ser, talvez, a excepo) em 1997, com o lanamento do seu primeiro registo discogrfico La Llorona. Em 2003, lana para o mercado The Living Road. Dois anos mais tarde, foi distinguida com o prmio Americas da BBC Radio 3. No ano passado, j doente, gravou o disco que baptizou com o seu nome. Lhasa foi o disco de despedida, um registo que se deve, explica o seu agente, sua enorme fora de vontade. O ltimo trabalho da cantora foi apresentado em Montreal e em Paris. Seguiram-se dois concertos na Islndia, em Maio passado,
que acabaram por ser os seus ltimos espectculos. Em Junho, o
site de Lhasa de Sela anunciava o adiamento, por tempo indeterminado, dos vrios concertos que tinha agendados para a Europa. Lhasa e Portugal Lhasa de Sela actuou vrias vezes em Portugal, onde tinha um pblico fiel. Vasco Sacramento, da agncia Sons em Trnsito, foi o responsvel pelos concertos da cantora no pas. Descobri a Lhasa atravs do seu primeiro disco, La Llorona, no final dos anos 90. A sua msica foi-me apresentada por uma amiga e foi amor primeira vista, recordou Sacramento ao PONTO FINAL. Era uma cantora especial por muitas razes que ganhou um lugar prprio no mundo da world music, conceito com a qual, alis, no se identificava. A sonoridade de Lhasa de Sela tinha o facto de ser uma mescla de muitas culturas, tal como a prpria Lhasa o era, diz ainda o responsvel da Sons em Trnsito. Tinha origens mexicanas, americanas, libaneses, judias Enfim! Mas a msica da Lhasa era muito mais que world music, analisa Vasco Sacramento. Tinha muitas outras influncias, do jazz ao indie. O encanto da Lhasa era ter tanta verdade no que cantava. A notcia da morte da cantora no apanhou Sacramento desprevenido, uma vez que o estado de sade de Lhasa se tinha agravado nos ltimos meses. Mas deixou-o devastado. Ao longo dos ltimos sete anos, a Sons em Trnsito tem produzido centenas de concertos com artistas estrangeiros em Portugal. Desses talentos todos, que tivemos a oportunidade de mostrar ao
pblico portugus, Lhasa de Sela foi claramente a que mais me
marcou, explica. Esta marca no se prende s pela sua voz nica ou pela qualidade bvia das suas canes e dos seus msicos, mas antes pela sua atitude desprendida e diferente do que habitual assistir em muitos artistas. E isto porque Lhasa de Sela no estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro, diz. No que no sejam ambies legtimas, ressalva Vasco Sacramento. Acontece que Lhasa era diferente, parecia que cantava apenas por imperativo de conscincia, sem grandes preocupaes com a estratgia de mercado. Eis a razo pela qual s deixou trs discos. Vendeu mais de um milho de cpias praticamente s com dois registos, explica o responsvel da Sons em Trnsito, recordando que j no pde promover o seu ltimo trabalho. Vasco Sacramento destaca ainda a ligao que a cantora tinha a Portugal, o amor pelo fado Amlia, sobretudo -, Lisboa, o Bairro Alto e Alfama. O pblico portugus sempre lhe dedicou enorme afecto, esgotando todas as salas onde a Lhasa actuou no nosso pas. Foi com ela que esgotei, pela primeira vez, a Aula Magna, numa noite memorvel. Em jeito de despedida, o representante da cantora em Portugal lamenta que a Lhasa no tenha sido dado sequer tempo de vida para mostrar o seu disco homnimo, o seu ltimo trabalho, a sua primeira incurso pela msica em lngua inglesa.
O seu agente de Montreal informa que em Montreal j nevou
mais de quarenta horas desde a partida de Lhasa de Sela.