Você está na página 1de 2

Elza Soares

Desde o começo, a música foi uma questão de sobrevivência para Elza


Soares. Ela procurou o programa de calouros de Ary Barroso, em 1953, para
ganhar dinheiro para cuidar de Carlinhos, seu terceiro filho, que estava doente.
Ela já tinha perdido outros dois para a fome.
Logo na primeira interação, público e apresentador constrangeram aquela
menina negra, magra e pequena. Ela estava no palco com uma roupa
emprestada da mãe. Um vestido muito maior do que ela.
Quando Barroso perguntou “de que planeta você veio, menina?”, Elza foi
certeira, potente e não abaixou a cabeça. Essas características se mantiveram
firmes em sua personalidade até os 91 anos.
“Do mesmo planeta que o senhor, Seu Ary. Do planeta fome”- Respondeu Elza
Elza saiu do palco com todos aplaudindo de pé tamanha a expressividade e
potência da apresentação. “Nasce uma estrela”, bradou o apresentador.
Era o começo de uma carreira de altos e baixos, pautada pelo suingue,
ousadia, revolução, ativismo e, o mais importante, pela meta de cantar até o
fim.
Elza Gomes da Conceição nasceu na favela carioca Moça Bonita, hoje
conhecida como Vila Vintém, em 1930. Filha de uma lavadeira e de um
operário, ela foi obrigada a se casar aos 12 anos, virou mãe aos 13 e já era
viúva aos 21.
O jeito rasgado de cantar é justificado pelas latas d’águas que carregou na
infância no trabalho como lavadeira e, depois, em uma fábrica de sabão.
Depois do programa “Calouros em desfile”, Elza começou a procurar lugares
para cantar. Em 1959, lançou o primeiro single “Se Acaso Você Chegasse”.
Mesmo fazendo sucesso na rádio, Elza Soares foi condenada pela imprensa e
pela sociedade ao se relacionar com Mané Garrincha quando ele ainda era
casado, em 1962.
O jogador largou a esposa e assumiu Elza após a Copa do Mundo. Mas o
relacionamento foi marcado pela violência doméstica e pelo alcoolismo de
Garrincha.
Ele morreu de cirrose hepática um ano após a cantora pedir o divórcio, em
1983. Por um acaso do destino, Elza morreu no mesmo dia que o jogador, só
que 39 anos depois.
Clarice Lispector: Uma Marca na Literatura Brasileira

Clarice Lispector (1920-1977) foi uma das mais importantes


escritoras brasileiras do século XX. Nascida na Ucrânia, ela veio
para o Brasil com sua família em 1922, fugindo da Guerra Civil
Russa e da crescente perseguição aos judeus na Europa.

Estilo Inconfundível e Inovação na Linguagem

Clarice é conhecida por seu estilo intimista, que popularizou as


narrativas psicológicas no Brasil. Sua escrita é marcada por
descrições psicológicas profundas e complexas, e suas
personagens, geralmente mulheres, vivenciam situações cotidianas
que desencadeiam conflitos psicológicos e epifanias. Ela
questionava os limites da linguagem e sua capacidade de expressar
a experiência humana.

Contribuição para a Literatura Brasileira

Clarice Lispector é um marco no Modernismo brasileiro e suas


obras continuam entre as mais lidas no país. Ela foi uma das
primeiras autoras a ganhar notoriedade nacional, ao lado de
grandes nomes como Rachel de Queiroz e Cecília Meireles,
desempenhando um papel fundamental para desconstruir
preconceitos e ampliar o horizonte para tantas outras mulheres na
literatura.

Legado

Apesar de sua morte precoce em 1977, o legado de Clarice


Lispector permanece vivo. Sua vasta obra, que inclui romances,
contos e crônicas, continua a influenciar escritores contemporâneos
e a marcar a literatura brasileira.

Em resumo, a importância de Clarice Lispector vai além de sua


contribuição para a literatura. Ela desafiou as convenções de
gênero literário, inovou na linguagem e abriu caminho para as
mulheres na literatura brasileira.

Você também pode gostar