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17 - Politicas Educacionais e Desigualdades - A Procura de Novos Significados PDF
17 - Politicas Educacionais e Desigualdades - A Procura de Novos Significados PDF
Arroyo
MIGUEL G. ARROYO*
As desigualdades ressignificadas
Quem questiona de maneira mais profunda e desestabilizadora as
desigualdades, os modos de pens-las e de enfrent-las so os prprios
coletivos pensados e segregados como desiguais. Como se manifestam?
Como se pensam e pensam o sistema de produo das desigualdades?
Como pensam o Estado, suas instituies e polticas e suas relaes com
as desigualdades?
Se o aumento e aprofundamento das desigualdades obrigam a
enfrent-las como uma questo social que redefine o papel do Estado e
de suas polticas, as reaes dos coletivos vitimados em nossa histria
pelas desigualdades repolitizam os modos de pens-los como desiguais.
Repolitizam o papel do Estado, de suas instituies e polticas. Esses
coletivos no se pensam feitos desiguais, porque carentes, nem exclu-
dos ou inconscientes e menos em inferioridades morais, intelectuais,
culturais, civilizatrias. O no reconhecimento deles mesmos nas for-
mas inferiorizantes de pens-los desestabiliza as formas de pens-los
como problema que tem legitimado as formas de pensar o Estado, suas
instituies e suas polticas como soluo. Na medida em que no se
aceitam como problema, desmontam a viso do Estado como soluo.
H um dado da maior relevncia: os coletivos feitos desiguais se
fazem presentes na dinmica social e poltica. Que significados do s
desigualdades os coletivos feitos desiguais, ao se fazerem presentes na
dinmica social e econmica, poltica, cultural e pedaggica?
Nota
1. Exploro essas anlises de Boaventura de Sousa Santos no texto: Aes coletivas e conheci-
mento (no prelo).
Referncias