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Legislação

em Saúde
Mental

2004 a 2010

Brasília -DF
2010

bbbn
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em Saúde Mental –
2004 a 2010. Edição XII Colegiado de Coordenadores de Saude Mental. 257 p.
Brasília, Ministério da Saúde. 2010.

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Sumário
APRESENTAÇÃO....................................................................................5

LEIS FEDERAIS.......................................................................................6
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.....................................................7
Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008.....................................................25

DECRETOS.............................................................................................29
Decreto nº 5.912, de 27 de setembro de 2006..........................................30
Decreto nº 6.488, de 19 de junho de 2008...............................................36
Decreto nº 6.117, de 22 de maio de 2007................................................37

PORTARIAS INTERMINISTERIAIS....................................................43
Portaria Interministerial nº 353, de 7 de março de 2005..........................44
Portaria Interministerial nº 1.055 de 17 de maio de 2006........................46
Portaria Interministerial n° 3.347, de 29 de dezembro de 2006 ..............48
Portaria Conjunta nº 6, de 17 de setembro de 2010.................................52

PORTARIAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE.......................................56


Portaria nº 52/GM de 20 de janeiro de 2004............................................57
Portaria nº 53/GM de 20 de janeiro de 2004............................................63
Portaria nº 358/GM de 9 de março de 2004.............................................66
Portaria nº 595/GM de 8 de abril de 2004................................................72
Portaria nº 1174/GM de 15 de junho de 2004..........................................73
Portaria nº 1608/GM de 3 de agosto de 2004..........................................74
Portaria nº 1935/GM de 16 de setembro de 2004....................................77
Portaria nº 2.068/GM de 24 de setembro de 2004...................................79
Portaria nº 2.069/GM de, 24 de setembro de 2004..................................82
Portaria nº 2.197/GM de 14 de outubro de 2004.....................................86
Portaria nº 245/GM de 17 de fevereiro de 2005......................................91
Portaria nº 246/GM de 17 de fevereiro de 2005......................................93
Portaria nº 429/GM de 22 de março de 2005...........................................95
Portaria nº 1.028/GM de 1º de julho de 2005..........................................97
Portaria nº 1.059/GM de 4 de julho de 2005..........................................100
Portaria nº 384 de 05 de julho de 2005..................................................102
Portaria nº 395 de 07 de julho de 2005..................................................103
Portaria nº 1.169, de 7 de julho de 2005................................................105
Portaria nº 1174/GM de 7 de julho de 2005. .........................................107
Portaria nº 1.612/GM de 9 de setembro de 2005...................................110
Portaria nº 2.542/GM de 22 de dezembro de 2005. ..............................120
Portaria nº 678/GM de 30 de março de 2006. .......................................122
Portaria nº 1.876 de 14 de agosto de 2006.............................................124
Portaria nº 748, de 10 de outubro de 2006.............................................127
Portaria n° 2.488 de 2 de outubro de 2007.............................................132

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Portaria nº 2.759 de 25 de outubro de 2007...........................................134
Portaria nº 3.211 de 20 de dezembro de 2007........................................136
Portaria nº 3.237/GM de 24 de dezembro de 2007................................138
Portaria nº 154 de 24 de janeiro de 2008...............................................145
Portaria nº 1.899 de 11 de setembro de 2008.........................................162
Portaria nº 1.954 de 18 de setembro de 2008.........................................164
Portaria nº 2.867 de 27 de novembro de 2008......................................165
Portaria conjunta SAS/SVS nº 02, de 16 de abril de 2009.....................167
Portaria nº 1.190 de 4 de junho de 2009................................................169
Portaria nº 1.191, de 4 de junho de 2009 ..............................................181
Portaria nº 1.195, de 4 de junho de 2009...............................................182
Portaria nº 1.196, de 4 de junho de 2009 ..............................................186
Portaria nº 1.197, de 4 de junho de 2009 ..............................................189
Portaria nº 1.198, de 4 de junho de 2009...............................................191
Portaria nº 2.629, de 28 de outubro de 2009..........................................192
Portaria nº 2.644, de 28 de outubro de 2009..........................................194
Portaria nº 2.647, de 28 de outubro de 2009..........................................196
Portaria nº 404, de 19 de novembro de 2009 ........................................197
Portaria nº 426, de 3 de dezembro de 2009............................................210
Portaria nº 2.841, de 20 de setembro de 2010........................................212
Portaria nº 2.842, de 20 de setembro de 2010 .......................................219
Portaria nº 2.843, de 20 de setembro de 2010........................................225

RESOLUÇÕES CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL


E PENITENCIÁRIA E CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.......231
Resolução CNPCP nº 3, de 4 de maio de 2004......................................232
Resolução CNPCP nº 5, de 4 de maio de 2004......................................233
Resolução CNPCP nº 4, de 30 de julho de 2010....................................236
Resolução CNJ nº 113 de 20 de abril de 2010.......................................239

RECOMENDAÇÕES FÓRUM NACIONAL DE SAÚDE MENTAL


INFANTO-JUVENIL............................................................................243
Recomendação 01 de 2005 ....................................................................244
Recomendação 02 de 2005.....................................................................246
Recomendação 03 de 2006 ....................................................................250
Recomendação 04 de 2006.....................................................................253

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APRESENTAÇÃO

A Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas apresenta a coletânea


“Legislação em Saúde Mental – 2004 a 2010”. Esta edição, preparada especialmente para a XII
reunião do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental, colhe as peças normativas produzidas
pelo campo da saúde mental a partir de 2004, complementando o acervo disponível sobre a
legislação do campo.

Em destaque, um conjunto de produções relacionado às questões do uso álcool e outras


drogas. Grandes avanços foram obtidos neste campo: a pena de prisão foi excluída para o
usuário de drogas, ações de atenção integral e de redução de danos foram implementadas para o
usuário de álcool e outras drogas no âmbito do SUS, e o hábito de beber e dirigir está sendo
combatido. Delineiam-se assim os consensos possíveis sobre um tema complexo, com evidente
interface com os grandes problemas sociais do mundo contemporâneo.

Também nesta edição, a mais recente produção legislativa aponta o caminho da


intersetorialidade. Economia Solidária, Direitos Humanos, Saúde Mental de Crianças e
Adolescentes, Saúde Mental Indígena - todos estes temas são tratados em legislação recente,
através de esforços e investimentos intersetoriais. O esforço da qualificação e consolidação da
rede de atenção à saúde mental também se reflete aqui. Finalmente, o impulsionamento das
ações de saúde mental no nível da atenção básica, a nova fronteira da saúde mental no SUS –
todas conquistas recentes de um processo de múltiplos atores, que a legislação passa a garantir.

Todas as Leis Federais que tocam o campo da saúde mental a partir de 2004 estão aqui
reunidas, assim como os Decretos, as Portarias Interministeriais, as Portarias do Ministério da
Saúde e as Resoluções, Recomendações ou Declarações de Órgãos Colegiados, como o
Conselho Nacional de Saúde ou o Fórum Nacional de Saúde Mental de Crianças e
Adolescentes. A maioria das peças desta edição são seguidas de comentários, que dão o
contexto da publicação do ato normativo e destacam a sua relevância dentro do conjunto da
atual legislação em saúde mental.

Para um melhor aproveitamento deste material, lembramos que leis são, regra geral, da
competência do Poder Legislativo e são sancionadas pelos chefes dos poderes executivos -
Presidente da República, Governador(a) de Estado, Prefeito(a). Decretos são atos
administrativos de competência exclusiva do chefe do executivo, para atender situações
previstas em leis. Portarias são instrumentos pelos quais ministros, secretários de governo ou
outras autoridades públicas editam instruções sobre a organização e normas de execução de
serviços. Resoluções, deliberações e recomendações são diretrizes ou regulamentos adotados
por uma assembléia de caráter deliberativo.

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Leis
Federais

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LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas


-Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e
ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras
providências.

OPRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura,
a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece
a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito
de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos
no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades


relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de


drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

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CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua


autonomia e à sua liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os
como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos
correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento


dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a


importância da participação cial nas atividades do Sisnad;

VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de


drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,


atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção
não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário
visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza


complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e


reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas -


Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

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I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros
comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito
Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de


que trata o art. 3 o desta Lei.

CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 6 º (VETADO)

Art. 7 º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das


atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se
constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 8º (VETADO)

CAPÍTULO III

(VETADO)

Art. 9 º (VETADO)

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. (VETADO)

Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

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Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que
atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do
respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão
sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO


SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei,
aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o
fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida


do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as


ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização
das pessoas e dos serviços que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido


de drogas;

IV - o compartilhamento de responsabilidade s e a co laboração mútua com as instituições do


setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e
respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades


socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

VI - o reconhecimento do "não-uso", do "retardamento do uso" e da redução de riscos como


resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a
serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em


consideração as suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do


uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos
familiares;

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IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras,
como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso


indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas


instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos
conhecimentos relacionados a drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao


adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS OU


DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos


familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à
redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas


e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou
reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de


drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer


condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do


dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades
socioculturais;

III- definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e


para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que


possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

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VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais
específicas.

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas,
respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22
desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder


benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão
oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da
atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas
poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e
financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,
estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança,
têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
penitenciário.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, portar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de
causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à


natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
máximo de 5 (cinco) meses.

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§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,


entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou
privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou
da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput , nos incisos
I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente
a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,


estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6 o do art. 28, o juiz,
atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca
inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a
capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior
salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6 o do art. 28


serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante
à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA

E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair,
fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar,
remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer
fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências
legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia
judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de
levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas
necessárias para a preservação da prova.

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§ 1º A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.

§ 2º A incineração prevista no § 1 o deste artigo será precedida de autorização judicial, ouvido o


Ministério Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de
representante do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto
circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração.

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das
cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n o 2.661, de 8 de julho
de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art.
243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de
drogas.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:

Pena detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:

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Pena detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1
o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
(quatro mil) diasmulta.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à
prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:

Pena reclusão, de 2 (dois ) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou
fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena detenção, de 6 (seis) mese s a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200


(duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional


a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem:

15
Pena detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade
aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo
referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços,
se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato


evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão


de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos


prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou
qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o
processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de
um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art.
59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a
conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que
dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo
as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5
(cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do
acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

16
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas
penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional
após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de
caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este
apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo,
poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias
previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade
de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com
competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o
disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo
disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo
Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso
com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts.
60 e seguintes da Lei n o 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados
Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,
devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste,
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2 o deste artigo serão


tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção
do agente.

17
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2 o deste artigo, o agente será submetido a
exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender
conveniente, e em seguida liberado.

§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n o 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados
Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista
no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei, o
juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de
colaboradores e testemunhas previstos na Lei n o 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista
ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade


do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por
perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1 o deste artigo não ficará impedido de
participar da elaboração do laudo definitivo.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver
preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o
Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à


classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da
prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou
que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3
(três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

18
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são
permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério
Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos


especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros


produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade
de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e
distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que
sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de
colaboradores.

Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de


Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10
(dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que
entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa
prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir


preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2 º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei
n o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10
(dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a


apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

19
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e
julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do
assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1 o , e
34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do
denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias
seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para
atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição


das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e
ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um,
prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato
para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e
relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias,
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do processo, sobre a
natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo
laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1 o , desta Lei, preservando-se, para
eventual contraprova, a fração que fixar.

§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido o Ministério


Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a
medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá
apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido
na sentença condenatória.

CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da


autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes,
poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas
assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos
crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se
na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de
Processo Penal.

20
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no
prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do
produto, bem ou valor objeto da decisão.

§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua liberação.

§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado,


podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou
valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as
investigações.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse
público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo
competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão
ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz


ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido
o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os


maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática
dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade
de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação
específica.

§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste


artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com
o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou
cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o
inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.

§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão


do numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques
emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o
depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.

§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição


autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens
apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem
colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou
militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de

21
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse
dessas atividades.

§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4 o deste artigo, o
requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a
descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o
local onde se encontram.

§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado, cujos autos
terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.

§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz, que, verificada a


presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e
risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens
relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este,
se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.

§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final
da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que
trata o § 3 o deste artigo.

§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no
curso do procedimento previsto neste artigo.

§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4 o deste artigo, recaindo a autorização sobre
veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente
órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento,
em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando
estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou
valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não forem
objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos
diretamente ao Funad.

§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo
perdimento já tenha sido decretado em favor da União.

§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao


estabelecido no § 2 o deste artigo.

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a


requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores
declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se

22
encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos
termos da legislação vigente.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o
Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a
atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção
não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de
recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à
questão das drogas.

TÍTULO V

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em assuntos internos, da


igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos
nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros
instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte,
o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados


para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e
dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos,


em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e


seus precursores químicos.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1 o desta Lei, até que seja atualizada a
terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n o 344, de 12 de
maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n o 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em
favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas
contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do
sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais
e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido
de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não
autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

23
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos
hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que
produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de
qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual
tramite o feito:

I determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao


recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II


do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de
saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser
arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste artigo, o produto não arrematado será, ato
contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos
Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em condições


de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as
destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se
caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão
processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante representação da
autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, determinará que se
proceda, nos limites de sua jurisdição e na forma prevista no § 1 o do art. 32 desta Lei, à
destruição de drogas em processos já encerrados.

Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à prevenção e repressão do
tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei n o 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n o 10.409, de 11 de


janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185 o da Independência e 118 o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos

24
Guido Mantega
Jorge Armando Felix

Comentário:
Atual lei sobre drogas do Brasil. Revogou as leis 6368/76 e 10409/2002 e incorporou princípios
e diretrizes semelhantes aos do SUS e da Política Nacional de Saúde Mental, no que diz respeito
às ações de atenção. Um dos aspectos mais importantes é a exclusão da pena de prisão para o
usuário de drogas, o que aproxima o uso pessoal de drogas de uma questão de saúde pública.

LEI Nº 11.705, DE 19 DE JUNHO DE 2008

Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que


‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei n o 9.294, de 15 de
julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda
de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e
defensivos agrícolas, nos termos do § 4 o do art. 220 da Constituição
Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de
veículo automotor, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que
institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de
impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei
no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de
produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos
termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais
em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui
crime dirigir sob a influência de álcool.

Art. 2o São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à


faixa de domínio com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas
alcoólicas para consumo no local.

§ 1o A violação do disposto no caput deste artigo implica multa de R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais).

§ 2o Em caso de reincidência, dentro do prazo de 12 (doze) meses, a multa será aplicada


em dobro, e suspensa a autorização de acesso à rodovia, pelo prazo de até 1 (um) ano.

§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo em área urbana, de acordo com a delimitação
dada pela legislação de cada município ou do Distrito Federal.

Art. 3o Ressalvado o disposto no § 3o do art. 2o desta Lei, o estabelecimento comercial


situado na faixa de domínio de rodovia federal ou em terreno contíguo à faixa de domínio com
acesso direto à rodovia, que inclua entre suas atividades a venda varejista ou o fornecimento de

25
bebidas ou alimentos, deverá afixar, em local de ampla visibilidade, aviso da vedação de que
trata o art. 2o desta Lei.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo implica multa de R$


300,00 (trezentos reais).

Art. 4o Competem à Polícia Rodoviária Federal a fiscalização e a aplicação das multas


previstas nos arts. 2o e 3o desta Lei.

§ 1o A União poderá firmar convênios com Estados, Municípios e com o Distrito Federal,
a fim de que estes também possam exercer a fiscalização e aplicar as multas de que tratam os
arts. 2o e 3o desta Lei.

§ 2o Configurada a reincidência, a Polícia Rodoviária Federal ou ente conveniado


comunicará o fato ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT ou,
quando se tratar de rodovia concedida, à Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT,
para a aplicação da penalidade de suspensão da autorização de acesso à rodovia.

Art. 5o A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes


modificações:

I - o art. 10 passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XXIII:

“Art. 10. .......................................................................

.............................................................................................

XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.

...................................................................................” (NR)

II - o caput do art. 165 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 165.Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e


recolhimento do documento de habilitação.

...................................................................................” (NR)

III - o art. 276 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades
previstas no art. 165 deste Código.

26
Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para
casos específicos.” (NR)

IV - o art. 277 passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 277. .....................................................................

.............................................................................................

§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de
trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais
de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor.

§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste


Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no
caput deste artigo.” (NR)

V - o art. 291 passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 291. .....................................................................

§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine


dependência;

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição


ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente;

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta
quilômetros por hora).

§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1 o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a
investigação da infração penal.” (NR)

VI - o art. 296 passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem
prejuízo das demais sanções penais cabíveis.” (NR)

VII - (VETADO)

VIII - o art. 306 passa a vigorar com a seguinte alteração:

“Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por
litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência:

27
.............................................................................................

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de
alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.” (NR)

Art. 6o Consideram-se bebidas alcoólicas, para efeitos desta Lei, as bebidas potáveis que
contenham álcool em sua composição, com grau de concentração igual ou superior a meio grau
Gay-Lussac.

Art. 7o A Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte art.
o
4 -A:

“Art. 4o-A. Na parte interna dos locais em que se vende bebida alcoólica, deverá ser afixado
advertência escrita de forma legível e ostensiva de que é crime dirigir sob a influência de álcool,
punível com detenção.”

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o Fica revogado o inciso V do parágrafo único do art. 302 da Lei no 9.503, de 23 de
setembro de 1997.

Brasília, 16 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Tarso Genro
Alfredo Nascimento
Fernando Haddad
José Gomes Temporão
arcio Fortes de Almeida
Jorge Armando Felix

Comentário:
Esta lei ficou mais conhecida por Lei Seca. Reduziu a zero o índice de alcoolemia no Código
Brasileiro de Trânsito e proibiu a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos localizados
na zona rural das estradas federais.

28
Decretos

29
DECRETO Nº 5.912, DE 27 DE SETEMBRO DE 2006.

Regulamenta a Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006, que trata das


políticas públicas sobre drogas e da instituição do Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n o 11.343, de 23
de agosto de 2006,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DA FINALIDADE E DA ORGANIZAÇÃO DO SISNAD

Art.1º O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD, instituído pela Lei no
11.343, de 23 de agosto de 2006, tem por finalidade articular, integrar, organizar e coordenar as
atividades relacionadas com:

I- a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de


drogas; e
II- a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Art.2º Integram o SISNAD:

I- o Conselho Nacional Antidrogas - CONAD, órgão normativo e de deliberação coletiva do


sistema, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
II - a Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, na qualidade de secretaria-executiva do
colegiado;
III - o conjunto de órgãos e entidades públicos que exerçam atividades de que tratam os incisos I
e II do art. 1º:

a) do Poder Executivo federal;


b) dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, mediante ajustes específicos; e

IV - as organizações, instituições ou entidades da sociedade civil que atuam nas áreas da


atenção à saúde e da assistência social e atendam usuários ou dependentes de drogas e
respectivos familiares, mediante ajustes específicos.

Art.3º A organização do SISNAD assegura a orientação central e a execução descentralizada


das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal e, mediante ajustes específicos,
estadual, municipal e do Distrito Federal, dispondo para tanto do Observatório Brasileiro de
Informações sobre Drogas, unidade administrativa da Estrutura Regimental aprovada pelo
Decreto no 5.772, de 8 de maio de 2006.

CAPÍTULO II

DA COMPETÊNCIA E DA COMPOSIÇÃO DO CONAD

Art. 4º Compete ao CONAD, na qualidade de órgão superior do SISNAD:

30
I- acompanhar e atualizar a política nacional sobre drogas, consolidada pela SENAD;
II-exercer orientação normativa sobre as atividades previstas no art. 1o;
III-acompanhar e avaliar a gestão dos recursos do Fundo Nacional Antidrogas - FUNAD e o
desempenho dos planos e programas da política nacional sobre drogas;
IV-propor alterações em seu Regimento Interno; e
V-promover a integração ao SISNAD dos órgãos e entidades congêneres dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.

Art.5º São membros do CONAD, com direito a voto:

I- o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da


República, que o presidirá;
II- o Secretário Nacional Antidrogas;
III- um representante da área técnica da SENAD, indicado pelo Secretário;
IV- representantes dos seguintes órgãos, indicados pelos seus respectivos titulares:

a) um da Secretaria Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República;


b) um do Ministério da Educação;
c) um do Ministério da Defesa;
d) um do Ministério das Relações Exteriores;
e) um do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
f) dois do Ministério da Saúde, sendo um da Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
g) dois do Ministério da Justiça, sendo um do Departamento de Polícia Federal e um da
Secretaria Nacional de Segurança Pública;
h) dois do Ministério da Fazenda, sendo um da Secretaria da Receita Federal e um do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras;

V- um representante dos Conselhos Estaduais de Entorpecentes ou Antidrogas, indicado pelo


Presidente do CONAD;
VI- representantes de organizações, instituições ou entidades nacionais da sociedade civil:

a) um jurista, de comprovada experiência em assuntos de drogas, indicado pelo Conselho


Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB-Federal;
b) um médico, de comprovada experiência e atuação na área de drogas, indicado pelo Conselho
Federal de Medicina - CFM;
c) um psicólogo, de comprovada experiência voltada para a questão de drogas, indicado pelo
Conselho Federal de Psicologia - CFP;
d) um assistente social, de comprovada experiência voltada para a questão de drogas, indicado
pelo Conselho Federal de Serviço Social - CFESS;
e) um enfermeiro, de comprovada experiência e atuação na área de drogas, indicado pelo
Conselho Federal de Enfermagem - COFEN;
f) um educador, com comprovada experiência na prevenção do uso de drogas na escola,
indicado pelo Conselho Federal de Educação - CFE;
g) um cientista, com comprovada produção científica na área de drogas, indicado pela
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;
h) um estudante indicado pela União Nacional dos Estudantes - UNE;

VII - profissionais ou especialistas, de manifesta sensibilidade na questão das drogas, indicados


pelo Presidente do CONAD:
a) um de imprensa, de projeção nacional;
b) um antropólogo;
c) um do meio artístico, de projeção nacional; e

31
d) dois de organizações do Terceiro Setor, de abrangência nacional, de comprovada atuação na
área de redução da demanda de drogas.

§ 1o Cada membro titular do CONAD, de que tratam os incisos III a VII, terá seu respectivo
suplente, que o substituirá em suas ausências e impedimentos, todos designados pelo Ministro
de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
§ 2o Em suas ausências e impedimentos, o Presidente do CONAD será substituído pelo
Secretário Nacional Antidrogas, e este, por um suplente por ele indicado e designado na forma
do § 1o.

Art. 6º Os membros titulares e suplentes referidos nos incisos III a VII do art. 5o terão mandato
de dois anos, permitida uma única recondução.

Art. 7º Os membros referidos nos incisos III a VII do art. 5o perderão o mandato, antes do prazo
de dois anos, nos seguintes casos:

I- por renúncia; e
II-pela ausência imotivada em três reuniões consecutivas do Conselho.
Parágrafo único. No caso de perda do mandato, será designado novo Conselheiro para a função.

Art.8º As reuniões ordinárias do CONAD, ressalvadas as situações de excepcionalidade,


deverão ser convocadas com antecedência mínima de cinco dias úteis, com pauta previamente
comunicada aos seus integrantes.

Art.9o O CONAD deliberará por maioria simples de votos, cabendo ao seu Presidente utilizar o
voto de qualidade para fins de desempate.

Art.10. O CONAD formalizará suas deliberações por meio de resoluções, que serão publicadas
no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Observado o disposto no art. 3o, as deliberações do CONAD serão cumpridas
pelos órgãos e entidades integrantes do SISNAD, sob acompanhamento da SENAD e do
Departamento de Polícia Federal, em suas respectivas áreas de competência.

Art.11.O Presidente do CONAD poderá constituir grupos técnicos com a finalidade de


assessorá-lo no exercício de suas atribuições, assim como convidar especialista, sem direito a
voto, para prestar informações ou acompanhar as reuniões do colegiado, cujas despesas com
viagem serão suportadas na forma do art. 20.
Parágrafo único. Será convidado a participar das reuniões do colegiado um membro do
Ministério Público Federal, na qualidade de observador e com direito a voz

Art.12.O CONAD definirá em ato próprio, mediante proposta aprovada pela maioria absoluta de
seus integrantes e homologada pelo seu Presidente, as normas complementares relativas à sua
organização e funcionamento.

CAPÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONAD

Art.13. São atribuições do Presidente do CONAD, entre outras previstas no Regimento Interno:
I - convocar e presidir as reuniões do colegiado; e
II - solicitar estudos, informações e posicionamento sobre temas de relevante interesse público.

32
CAPÍTULO IV
DAS COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES QUE COMPÕEM O SISNAD

Art. 14. Para o cumprimento do disposto neste Decreto, são competências específicas dos
órgãos e entidades que compõem o SISNAD:

I - do Ministério da Saúde:
a) publicar listas atualizadas periodicamente das substâncias ou produtos capazes de causar
dependência;
b) baixar instruções de caráter geral ou específico sobre limitação, fiscalização e controle da
produção, do comércio e do uso das drogas;
c) autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais dos quais possam ser extraídas ou
produzidas drogas, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo
predeterminados, mediante fiscalização, ressalvadas as hipóteses de autorização legal ou
regulamentar;
d) assegurar a emissão da indispensável licença prévia, pela autoridade sanitária competente,
para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar,
exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou
adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as
demais exigências legais;
e) disciplinar a política de atenção aos usuários e dependentes de drogas, bem como aos seus
familiares, junto à rede do Sistema Único de Saúde - SUS;
f) disciplinar as atividades que visem à redução de danos e riscos sociais e à saúde;
g) disciplinar serviços públicos e privados que desenvolvam ações de atenção às pessoas que
façam uso ou sejam dependentes de drogas e seus familiares;
h) gerir, em articulação com a SENAD, o banco de dados das instituições de atenção à saúde e
de assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas;

II - do Ministério da Educação:

a) propor e implementar, em articulação com o Ministério da Saúde, a Secretaria Especial dos


Direitos Humanos da Presidência da República e a SENAD, políticas de formação continuada
para os profissionais de educação nos três níveis de ensino que abordem a prevenção ao uso
indevido de drogas;
b) apoiar os dirigentes das instituições de ensino público e privado na elaboração de projetos
pedagógicos alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos princípios de prevenção do
uso indevido de drogas, de atenção e reinserção social de usuários e dependentes, bem como
seus familiares;

III - do Ministério da Justiça:

a) articular e coordenar as atividades de repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito


de drogas;
b) propor a atualização da política nacional sobre drogas na esfera de sua competência;
c) instituir e gerenciar o sistema nacional de dados estatísticos de repressão ao tráfico ilícito de
drogas;
d) manter a SENAD informada acerca dos dados relativos a bens móveis e imóveis, valores
apreendidos e direitos constritos em decorrência dos crimes capitulados na Lei no 11.343, de
2006, visando à implementação do disposto nos arts. 60 a 64 da citada Lei;

IV - do Gabinete de Segurança Institucional, por intermédio da SENAD:

33
a) articular e coordenar as atividades de prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção
social de usuários e dependentes de drogas;
b) propor a atualização da política nacional sobre drogas na esfera de sua competência;
c) gerir o FUNAD e o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas; e

V - dos órgãos formuladores de políticas sociais, identificar e regulamentar rede nacional das
instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atendam usuários ou dependentes de
drogas e respectivos familiares.
Parágrafo único.As competências específicas dos Ministérios e órgãos de que trata este artigo se
estendem, quando for o caso, aos órgãos e entidades que lhes sejam vinculados.

Art. 15. No âmbito de suas respectivas competências, os órgãos e entidades de que trata o art. 2o
atentarão para:

I- o alinhamento das suas respectivas políticas públicas setoriais ao disposto nos princípios e
objetivos do SISNAD, de que tratam os arts. 4o e 5o da Lei no 11.343, de 2006;
II - as orientações e normas emanadas do CONAD; e
III - a colaboração nas atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas.

CAPÍTULO V

DA GESTÃO DAS INFORMAÇÕES

Art.16. O Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas reunirá e centralizará


informações e conhecimentos atualizados sobre drogas, incluindo dados de estudos, pesquisas e
levantamentos nacionais, produzindo e divulgando informações, fundamentadas
cientificamente, que contribuam para o desenvolvimento de novos conhecimentos aplicados às
atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e para a criação de modelos de intervenção baseados nas necessidades
específicas das diferentes populações-alvo, respeitadas suas características socioculturais.

§1º Respeitado o caráter sigiloso das informações, fará parte do banco de dados central de que
trata este artigo base de dados atualizada das instituições de atenção à saúde ou de assistência
social que atendam usuários ou dependentes de drogas, bem como das de ensino e pesquisa que
participem de tais atividades.
§2º Os órgãos e entidades da administração pública federal prestarão as informações de que
necessitar o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, obrigando-se a atender
tempestivamente às requisições da SENAD.

Art. 17. Será estabelecido mecanismo de intercâmbio de informações com os Estados, os


Municípios e o Distrito Federal, com o objetivo de se evitar duplicidade de ações no apoio às
atividades de que trata este Decreto, executadas nas respectivas unidades federadas.

Art. 18. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que
atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do
respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas do CONAD.

34
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19. Os membros do CONAD não farão jus a nenhuma remuneração, sendo seus serviços
considerados de relevante interesse público.

Art. 20. As despesas com viagem de conselheiros poderão correr à conta do FUNAD, em
conformidade com o disposto no art. 5o da Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, sem
prejuízo da assunção de tais despesas pelos respectivos órgãos e entidades que representem.

Art. 21. Este Decreto entra em vigor em 8 de outubro de 2006, data de início da vigência da Lei
no 11.343, de 2006.

Art. 22. Ficam revogados os Decretos nos 3.696, de 21 de dezembro de 2000, e 4.513, de 13 de
dezembro de 2002.

Brasília, 27 de setembro de 2006; 185o da Independência e 118o da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Jorge Armando Felix

Comentário:
Regulamentação da lei 11.343. Reforça a responsabilidade do Ministério da Saúde na definição
das políticas de atenção aos usuários de álcool e outras drogas e das ações de redução de danos

35
DECRETO Nº 6.488, DE 19 DE JUNHO DE 2008.

Regulamenta os arts. 276 e 306 da Lei n o 9.503, de 23 de setembro


de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, disciplinando a margem de
tolerância de álcool no sangue e a equivalência entre os distintos
testes de alcoolemia para efeitos de crime de trânsito.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 276 e 306 da Lei n o 9.503, de 23 de
setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro,

DECRETA:

Art. 1º Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às


penalidades administrativas do art. 165 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
Trânsito Brasileiro, por dirigir sob a influência de álcool.

§ 1oAs margens de tolerância de álcool no sangue para casos específicos serão definidas
em resolução do Conselho Nacional de Trânsito-CONTRAN, nos termos de proposta formulada
pelo Ministro de Estado da Saúde.

§2oEnquanto não editado o ato de que trata o § 1 o, a margem de tolerância será de duas
decigramas por litro de sangue para todos os casos.

§3oNa hipótese do § 2o, caso a aferição da quantidade de álcool no sangue seja feito por
meio de teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro), a margem de tolerância será de
um décimo de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões.

Art.2oPara os fins criminais de que trata o art. 306 da Lei no 9.503, de 1997 - Código de
Trânsito Brasileiro, a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia é a seguinte:

I-exame de sangue: concentração igual ou superior a seis decigramas de álcool por litro
de sangue; ou

II-teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro): concentração de álcool igual ou


superior a três décimos de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões.

Art.3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Tarso Genro
José Gomes Temporão
Marcio Fortes de Almeida
Jorge Armando Felix

36
DECRETO Nº 6.117, DE 22 DE MAIO DE 2007.

Aprova a Política Nacional sobre o Álcool, dispõe sobre as medidas


para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a
violência e criminalidade, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art.1º Fica aprovada a Política Nacional sobre o Álcool, consolidada a partir das
conclusões do Grupo Técnico Interministerial instituído pelo Decreto de 28 de maio de 2003,
que formulou propostas para a política do Governo Federal em relação à atenção a usuários de
álcool, e das medidas aprovadas no âmbito do Conselho Nacional Antidrogas, na forma do
Anexo I.

Art. 2º A implementação da Política Nacional sobre o Álcool terá início com a implantação
das medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a violência e
criminalidade a que se refere o Anexo II.

Art. 3º Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar em seus


planejamentos as ações de governo para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como
as situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na
população brasileira.

Art. 4º A Secretaria Nacional Antidrogas articulará e coordenará a implementação da


Política Nacional sobre o Álcool.

Art.5º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 22 de maio de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Tarso Genro
Fernando Haddad
Marcia Bassit Lameiro da Costa Mazzoli
Marcio Fortes de Almeida
Jorge Armando Felix

37
ANEXO I

POLÍTICA NACIONAL SOBRE O ÁLCOOL

I - OBJETIVO

1. A Política Nacional sobre o Álcool contém princípios fundamentais à sustentação de


estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool,
contemplando a intersetorialidade e a integralidade de ações para a redução dos danos sociais, à
saúde e à vida causados pelo consumo desta substância, bem como as situações de violência e
criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.

II - DA INFORMAÇÃO E PROTEÇÃO DA POPULAÇÃO QUANTO AO CONSUMO


DO ÁLCOOL

2. O acesso e recebimento de informações sobre os efeitos do uso prejudicial de álcool e


sobre a possibilidade de modificação dos padrões de consumo, e de orientações voltadas para o
seu uso responsável, é direito de todos os consumidores.

3. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a proteção dos segmentos


populacionais vulneráveis ao consumo prejudicial e ao desenvolvimento de hábito e
dependência de álcool.

4. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a adoção de medidas discutidas


democraticamente que atenuem e previnam os danos resultantes do consumo de álcool em
situações específicas como transportes, ambientes de trabalho, eventos de massa e em contextos
de maior vulnerabilidade.

III - DO CONCEITO DE BEBIDA ALCOÓLICA

5. Para os efeitos desta Política, é considerada bebida alcoólica aquela que contiver 0.5
grau Gay-Lussac ou mais de concentração, incluindo-se aí bebidas destiladas, fermentadas e
outras preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados, além de preparações
farmacêuticas que contenham teor alcoólico igual ou acima de 0.5 grau Gay-Lussac.

IV - DIRETRIZES

6. São diretrizes da Política Nacional sobre o Álcool:

1 - promover a interação entre Governo e sociedade, em todos os seus segmentos, com


ênfase na saúde pública, educação, segurança, setor produtivo, comércio, serviços e
organizações não-governamentais;
2 - estabelecer ações descentralizadas e autônomas de gestão e execução nas esferas
federal, estadual, municipal e distrital;
3 - estimular para que as instâncias de controle social dos âmbitos federal, estadual,
municipal e distrital observem, no limite de suas competências, seu papel de articulador dos
diversos segmentos envolvidos;

38
4 - utilizar a lógica ampliada do conceito de redução de danos como referencial para as
ações políticas, educativas, terapêuticas e preventivas relativas ao uso de álcool, em todos os
níveis de governo;

5 - considerar como conceito de redução de danos, para efeitos desta Política, o conjunto
estratégico de medidas de saúde pública voltadas para minimizar os riscos à saúde e à vida,
decorrentes do consumo de álcool;

6 - ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam


problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS);

7 - estimular que a rede local de cuidados tenha inserção e atuação comunitárias, seja
multicêntrica, comunicável e acessível aos usuários, devendo contemplar, em seu planejamento
e funcionamento, as lógicas de território e de redução de danos;

8 - promover programas de formação específica para os trabalhadores de saúde que atuam


na rede de atenção integral a usuários de álcool do SUS;

9 - regulamentar a formação de técnicos para a atuação em unidades de cuidados que não


sejam componentes da rede SUS;

10 - promover ações de comunicação, educação e informação relativas às conseqüências


do uso do álcool;

11 - promover e facilitar o acesso da população à alternativas culturais e de lazer que


possam constituir alternativas de estilo de vida que não considerem o consumo de álcool;

12 - incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e


publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ao
consumo de álcool em face do hiato existente entre as práticas de comunicação e a realidade
epidemiológica evidenciada no País;

13 - estimular e fomentar medidas que restrinjam, espacial e temporalmente, os pontos de


venda e consumo de bebidas alcoólicas, observando os contextos de maior vulnerabilidade às
situações de violência e danos sociais;

14 - incentivar a exposição para venda de bebidas alcoólicas em locais específicos e


isolados das distribuidoras, supermercados e atacadistas;

15 - fortalecer sistematicamente a fiscalização das medidas previstas em lei que visam


coibir a associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir;

16 - fortalecer medidas de fiscalização para o controle da venda de bebidas alcoólicas a


pessoas que apresentem sintomas de embriaguez;

17 - estimular a inclusão de ações de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas nas


instituições de ensino, em especial nos níveis fundamental e médio;

18 - privilegiar as iniciativas de prevenção ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas nos


ambientes de trabalho;

39
19 - fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos
danos sociais e à saúde decorrentes do consumo de álcool e a interação das instituições de
ensino e pesquisa com serviços sociais, de saúde, e de segurança pública;

20 - criar mecanismos que permitam a avaliação do impacto das ações propostas e


implementadas pelos executores desta Política.

ANEXO II

Conjunto de medidas para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as situações
de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população
brasileira:

1. Referente ao diagnóstico sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil:

1.1. Publicar os dados do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo do


Álcool na População Brasileira, observando o recorte por gênero e especificando dados sobre a
população jovem e a população indígena;

1.2. Apoiar pesquisa nacional sobre o consumo de álcool, medicamentos e outras drogas e
sua associação com acidentes de trânsito entre motoristas particulares e profissionais de
transporte de cargas e de seres humanos.

2. Referente à propaganda de bebidas alcoólicas:

2.1. Incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e


publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis à
estimulação para o consumo de álcool;

3. Referente ao tratamento e à reinserção social de usuários e dependentes de álcool:

3.1. Ampliar o acesso ao tratamento para usuários e dependentes de álcool aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS);

3.2. Articular, com a rede pública de saúde, os recursos comunitários não governamentais
que se ocupam do tratamento e da reinserção social dos usuários e dependentes de álcool.

4. Referente à realização de campanhas de informação, sensibilização e mobilização da


opinião pública quanto às conseqüências do uso indevido e do abuso de bebidas alcoólicas:

4.1. Apoiar o desenvolvimento de campanha de comunicação permanente, utilizando


diferentes meios de comunicação, como, mídia eletrônica, impressa, cinematográfico,
radiofônico e televisivo nos eixos temáticos sobre álcool e trânsito, venda de álcool para
menores, álcool e violência doméstica, álcool e agravos da saúde, álcool e homicídio e álcool e
acidentes.

5. Referente à redução da demanda de álcool por populações vulneráveis:

5.1. Intensificar a fiscalização quanto ao cumprimento do disposto nos arts. 79, 81, incisos
II e III, e 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente;

40
5.2. Intensificar a fiscalização e incentivar a aplicação de medidas proibitivas sobre venda
e consumo de bebidas alcoólicas nos campos universitários;

5.3.Implementar o “Projeto de Prevenção do Uso de Álcool entre as Populações


Indígenas”, visando à capacitação de agentes de saúde e de educação, assim como das
lideranças das comunidades indígenas, para a articulação e o fortalecimento das redes de
assistência existentes nas comunidades e nos municípios vizinhos;

5.4. Articular a elaboração e implantação de um programa de prevenção ao uso de álcool


dirigido à população dos assentamentos para a reforma agrária, bem como o acesso desta
população aos recursos de tratamentos existentes na rede pública e comunitária.

6. Referente à segurança pública:

6.1.Estabelecer regras para destinação de recursos do Fundo Nacional de Segurança


Pública (FNSP) e do Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD) para os Municípios que aderirem a
critérios pré-definidos pelo CONAD para o desenvolvimento de ações que visem reduzir a
violência e a criminalidade associadas ao consumo prejudicial do álcool.

7. Referente à associação álcool e trânsito:

7.1. Difundir a alteração promovida no Código de Trânsito Brasileiro pela Lei no 11.275,
de 7 de fevereiro de 2006, quanto à comprovação de estado de embriaguez;

7.2.Recomendar a inclusão no curso de reciclagem previsto no artigo 268 do Código de


Trânsito Brasileiro, de conteúdo referente às técnicas de intervenção breve para usuários de
álcool;

7.3. Recomendar a revisão dos conteúdos sobre uso de álcool e trânsito nos cursos de
formação de condutores e para a renovação da carteira de habilitação;

7.4. Recomendar a inclusão do tema álcool e trânsito na grade curricular da Escola Pública
de Trânsito;

7.5. Elaborar medidas para a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas faixas de
domínio das rodovias federais.

8. Referente à capacitação de profissionais e agentes multiplicadores de informações sobre


temas relacionados à saúde, educação, trabalho e segurança pública:

8.1. Articular a realização de curso de capacitação em intervenção breve para profissionais


da rede básica de saúde;

8.2. Articular a realização de curso de prevenção do uso do álcool para educadores da rede
pública de ensino;

8.3. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de segurança de


pública;

41
8.4. Articular a realização de curso de capacitação para conselheiros tutelares, dos direitos
da criança e do adolescente, de saúde, educação, antidrogas, assistência social e segurança
comunitária;

8.5. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de trânsito;

8.6. Articular a realização de curso de capacitação em prevenção do uso do álcool no


ambiente de trabalho.

9. Referente ao estabelecimento de parceria com os municípios para a recomendação de


ações municipais:

9.1. Apoiar a fiscalização dos estabelecimentos destinados à diversão e lazer,


especialmente para o público jovem no que se refere à proibição de mecanismos de indução ao
consumo de álcool:

9.1.1. Incentivar medidas de proibição para a consumação mínima, promoção e degustação


de bebidas alcoólicas;

9.1.2. Incentivar medidas de regulamentação para horário de funcionamento de


estabelecimentos comerciais onde haja consumo de bebidas alcoólicas;

9.2 Apoiar os Municípios na implementação de medidas de proibição da venda de bebidas


alcoólicas em postos de gasolina;

9.3 Incentivar o estabelecimento de parcerias com sindicatos, associações profissionais e


comerciais para a adoção de medidas de redução dos riscos e danos associados ao uso indevido
e ao abuso de bebidas alcoólicas:

9.3.1. Incentivar a capacitação de garçons quanto à proibição da venda de bebidas para


menores e pessoas com sintomas de embriaguez;

9.3.2. Estimular o fornecimento gratuito de água potável nos estabelecimentos que vendem
bebidas alcoólicas;

9.4. Promover e facilitar o acesso da população a alternativas culturais e de lazer que


possam constituir escolhas naturais e alternativas para afastar o público jovem do consumo do
álcool.

Comentário:
Decreto que institui a Política Nacional sobre o Álcool. Lista princípios, diretrizes e medidas
para reduzir o consumo do álcool e suas conseqüências negativas a partir de ações específicas e
intersetoriais. Grande parte das medidas previstas no decreto são decorrentes das discussões de
Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelo Ministério da Saúde.

42
Portarias
Interministeriais

43
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 353, DE 7 DE MARÇO DE 2005

Institui o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária e dá outras


providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE e O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E


EMPREGO, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso
I, da Constituição, e

Considerando as atribuições da Secretaria Nacional de Economia Solidária, do


Ministério do Trabalho e Emprego, que busca construir a política nacional de fortalecimento da
economia solidária e da autogestão, estimular a criação, a manutenção e a ampliação de
oportunidades de trabalho e renda, por meio de empreendimentos autogestionados, organizados
de forma coletiva e participativa, bem como colaborar com outros órgãos de governo em
programas de desenvolvimento e combate ao desemprego e à pobreza;
Considerando as diretrizes da política nacional de saúde mental, que busca construir um
efetivo lugar social para os portadores de transtornos mentais, por intermédio de ações que
ampliem sua autonomia e melhora das condições concretas de vida;
Considerando as diretrizes gerais de ambas as políticas, Economia Solidária e Reforma
Psiquiátrica, que têm como eixos a solidariedade, a inclusão social e a geração de alternativas
concretas para melhorar as condições reais da existência de segmentos menos favorecidos; e
Considerando as deliberações da I Oficina Nacional de Experiências de Geração de
Renda e Trabalho de Usuários de Serviços de Saúde Mental, realizada na Universidade de
Brasília, nos dias 22 e 23 de novembro de 2004, convocada pelos Ministérios da Saúde e do
Trabalho e Emprego, resolvem:

Art. 1º Fica instituído o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária, a ser
composto por representantes (um titular e um suplente) das instituições e instâncias abaixo, sob
coordenação da primeira:

I - Ministério da Saúde;
II - Ministério do Trabalho e Emprego;
III - Colegiado Nacional de Coordenadores de Saúde Mental;
IV - Rede de Gestores de Políticas Públicas de Fomento à Economia Solidária;
V - Fórum Brasileiro de Economia Solidária;
VI - Rede de Experiências de Geração de Renda e Trabalho em Saúde Mental; e
VII - Usuários de Saúde Mental inseridos em Experiências de Geração de Renda e
Trabalho vinculados a Serviços de Saúde Mental.

Parágrafo único. O Grupo de Trabalho ora instituído poderá convidar outros ministérios e
instituições para participar de suas atividades de acordo com os temas que serão objeto de
discussão e proposição.

Art. 2º O Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária terá as seguintes


atribuições:

I - propor e estabelecer mecanismos de articulação entre as ações das políticas de saúde


mental e economia solidária;
II - elaborar e propor agenda de atividades de parceria entre as duas políticas;
III - realizar mapeamento das experiências de geração de renda e trabalho, cooperativas,

44
bolsa-trabalho e inclusão social pelo trabalho, realizadas no âmbito do processo de reforma
psiquiátrica;
IV - propor mecanismos de apoio financeiro para as experiências de geração de renda e
trabalho;
V - propor atividades de formação, capacitação e produção de conhecimento na
interface saúde mental e economia solidária, bem como do marco jurídico adequado;
VI - estabelecer condições para a criação de uma Rede Brasileira de Saúde Mental e
Economia Solidária; e
VII - propor mecanismos de parceria interinstitucional, no âmbito nacional e
internacional.

Art. 3º Fixar o prazo mínimo de 15 (quinze) dias úteis para que o coordenador do Grupo
de Trabalho convoque seus membros para as reuniões.

Art. 4º Estabelecer o prazo de 2 (dois) meses, a partir da publicação desta Portaria, para
que os titulares das instituições e instâncias relacionadas no artigo 1º indiquem seus respectivos
membros, titulares e suplentes.

Art. 5º Estabelecer o prazo de seis 6 (seis) meses, prorrogáveis uma única vez, para o
Grupo de Trabalho apresentar suas conclusões aos dois Ministérios.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA
Ministro de Estado da Saúde
RICARDO BERZOINI
Ministro de Estado do Trabalho e Emprego

Comentário:

Esta portaria formaliza o compromisso do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e


Emprego, que em unem para a construção de políticas públicas intersetoriais que propiciem a
inclusão social e econômica de pessoas com transtornos mentais e/ou que apresentam problemas
decorrentes do uso de álcool e outras drogas.

45
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.055 DE 17 DE MAIO DE 2006.

Institui Grupo de Trabalho para viabilizar a constituição do Núcleo


Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, e O SECRETÁRIO ESPECIAL


DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas
atribuições legais, e
Considerando a transversalidade dos direitos humanos e da saúde mental e a necessária
articulação entre os dois campos;
Considerando o aprofundamento da discussão da garantia dos direitos das pessoas com
transtornos mentais, a partir da articulação entre as políticas públicas de direitos humanos e
saúde mental e da fundamental participação da sociedade civil organizada;
Considerando a necessidade de garantia do direito à saúde mental das pessoas com
transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes
do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas envolvidas em situações de
violência;
Considerando a necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos de monitoramento e
avaliação das instituições de confinamento, como hospitais psiquiátricos, manicômios
judiciários e instituições de medida sócio educativa;
Considerando a importância de que a prática de cuidado em saúde mental esteja em
conformidade com os princípios e diretrizes dos instrumentos internacionais de proteção aos
direitos humanos;
Considerando a necessidade de enfrentamento permanente eficaz do risco de violência
institucional cometida contra usuários de serviços de saúde mental;
Considerando a importância da criação de espaços de debates e de aprofundamento das
reflexões sobre a questão da saúde mental, bem como de mecanismos institucionais que
fortaleçam a rede de proteção de direitos das pessoas com transtornos mentais;
Considerando a posição do Estado brasileiro, em organismos internacionais de direitos
humanos, de reconhecimento de sua responsabilidade na defesa dos direitos das pessoas com
transtornos mentais;
Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que trata da defesa e da promoção
dos direitos das pessoas com transtornos mentais e reorienta o modelo assistencial em saúde
mental;
Considerando os Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental
e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental, da Organização das Nações Unidas, de 1991; e
Considerando a presença dos marcos referenciais de direitos humanos e de inclusão,
como vetores da intersetorialidade nas políticas públicas de saúde, justiça, trabalho,
desenvolvimento social, cultura e educação, no campo da Reforma Psiquiátrica,

R E S O L V E M:

Art. 1º Instituir Grupo de Trabalho destinado a viabilizar a constituição de um Núcleo


Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

Art. 2º Determinar que o Núcleo deva atender às seguintes finalidades:


I - articular os campos de direitos humanos e saúde mental, por meio da constituição e
do aperfeiçoamento de mecanismos eficazes, destinados à proteção e promoção dos direitos
das pessoas com transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com

46
transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas
envolvidas em situações de violência;
II - produzir informações qualificadas, estudos e pesquisas sobre a interface direitos
humanos e saúde mental, que possam contribuir para a efetiva proteção e promoção dos direitos;
III - desenvolver mecanismos de monitoramento das instituições que lidam com pessoas
com transtornos mentais; e
IV - criar mecanismos para acolher e encaminhar demandas oriundas de pessoas com
transtornos mentais e organizações da sociedade civil.
Art. 3º Definir que o Núcleo deva ter, em sua gestão, composição paritária de
representantes do governo e da sociedade civil.
Art. 4º Estabelecer que o Grupo de Trabalho seja integrado por representantes do
Governo Federal e da sociedade civil, e que tenha duração de 60 (sessenta) dias a contar da data
de publicação desta Portaria.

Parágrafo único. A convocação e a coordenação do Grupo de Trabalho ficarão sob


responsabilidade da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde e do Gabinete da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

Art. 5º O relatório final do Grupo de Trabalho será apresentado em Seminário Nacional


de Saúde Mental e Direitos Humanos, a ser convocado pela Secretaria Especial de Direitos
Humanos e pelo Ministério da Saúde, ocasião em que será lançado o Núcleo Brasileiro de
Direitos Humanos e Saúde Mental.
Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR
ÁLVARES DA SILVA
Ministro de Estado da
Saúde, interino

PAULO DE TARSO
VANNUCHI
Secretário Especial dos
Direitos Humanos da
Presidência da República

47
PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 3.347, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006

Institui o Núcleo Brasileiro de Direitos


Humanos e Saúde Mental.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE e o SECRETÁRIO ESPECIAL DOS


DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições
legais, e
Considerando os Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno
Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental, da Organização das Nações Unidas, de
1991;
Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que trata da defesa e da promoção
dos direitos das pessoas com transtornos mentais e reorienta o modelo assistencial em saúde
mental;
Considerando a necessidade de garantia do direito à saúde mental das pessoas com
transtornos mentais, incluídos as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos decorrentes
do abuso de álcool e outras drogas, bem como das pessoas envolvidas em situações de
violência;
Considerando a necessidade de se estabelecer dispositivos interinstitucionais e
intersetoriais, com a participação do governo e da sociedade civil, para maior garantia dos
direitos das pessoas com transtornos mentais, a partir da articulação entre as políticas públicas
de direitos humanos e saúde mental e da fundamental participação da sociedade civil
organizada;
Considerando a importância da criação de espaços de debates e de aprofundamento das
reflexões sobre a questão da saúde mental, bem como de mecanismos institucionais que
fortaleçam a rede de proteção de direitos das pessoas com transtornos mentais;
e Considerando as conclusões do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria
Interministerial nº1.055, de 17 de maio de 2006, para a constituição do Núcleo Brasileiro de
Direitos Humanos e Saúde Mental, resolvem:

Art. 1º Instituir o Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental composto por
instituições governamentais, universitárias e da sociedade civil.

Art. 2º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, as diretrizes e linhas de atuação do


Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental ora instituído, conforme propostas no
Relatório Final do Grupo de Trabalho criado pela Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de
maio de 2006.

Art. 3º Definir que o Núcleo será conduzido por um Comitê Executivo integrado por
Núcleos Universitários e por representantes da Secretaria Especial de Direitos Humanos,
Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social e por um representante de
entidades de Direitos Humanos, escolhido por seus pares do Grupo de Trabalho instituído pela
Portaria Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006.

Parágrafo único. O Comitê Executivo estará articulado a um Colegiado de Coordenação


do Núcleo, formado pelas instituições componentes do Grupo de Trabalho da Portaria
Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006.

Art. 4º Determinar que os Núcleos ou Departamentos Universitários que comporão o


Comitê Executivo e serão sede do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental
sejam os seguintes:

48
I - Núcleo de Estudos da Violência - Universidade de São Paulo;
II - Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense; e
III - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).

Art. 5º Estabelecer que outras instituições universitárias e organizações não-


governamentais possam constituir-se como Colaboradores Associados do Núcleo Brasileiro de
Direitos Humanos e Saúde Mental, a critério do seu Colegiado de Coordenação.

Art. 6º Atribuir aos integrantes que compuseram o Grupo de Trabalho da Portaria


Interministerial nº 1.055, de 17 de maio de 2006, a responsabilidade de elaborarem, no prazo de
60 (sessenta) dias, o Regimento Interno do Colegiado de Coordenação e do Comitê Executivo
do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA


Ministro de Estado da Saúde
PAULO DE TARSO VANNUCHI
Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

ANEXO
DIRETRIZES PARA O FUNCIONAMENTO DO NÚCLEO BRASILEIRO DE DIREITOS
HUMANOS E SAÚDE MENTAL

Apresentação:

O Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental é uma iniciativa do


Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos que visa ampliar os canais de
comunicação entre o Poder público e a sociedade, por meio da constituição de um mecanismo
para o acolhimento de denúncias e o monitoramento externo das instituições que lidam com
pessoas com transtornos mentais, incluídas as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos
decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como pessoas privadas de liberdade.

Objetivos Gerais:
I - aprimorar os canais de comunicação entre o Poder Público e a sociedade, para
garantir a democratização e a transparência das informações no que diz respeito à interface
saúde mental e direitos humanos;
II - fiscalizar a legalidade dos atos praticados pela administração pública e pela
iniciativa privada no que diz respeito à interface saúde mental e direitos humanos;
III - exigir condições adequadas de internação, custódia e detenção das pessoas com
transtornos mentais e o cumprimento da legislação nacional e internacional de direitos humanos,
no que se refere a esta população;
IV - contribuir para o aperfeiçoamento e a ampliação dos mecanismos de promoção e
proteção dos direitos, combatendo o estigma, a intolerância, a discriminação, a exclusão social e
os maus tratos às pessoas com transtornos mentais;
V - desenvolver mecanismos de monitoramento das instituições que lidam com pessoas
com transtornos mentais, incluídas as crianças e adolescentes, pessoas com transtornos
decorrentes do abuso de álcool e outras drogas, bem como aquelas privadas de liberdade;
VI - contribuir para o aprimoramento das legislações e normas capazes de garantir o
direito integral à saúde de toda a sociedade, incluindo a população prisional ou internada em
instituições para o cumprimento de medidas sócio-educativas e hospitais de custódia e
tratamento psiquiátrico;

49
VII - produzir informações qualificadas, estudos e pesquisas sobre a interface saúde
mental e direitos humanos que possam contribuir para a efetiva proteção dos direitos das
pessoas com transtornos mentais, disponibilizando os dados colhidos à sociedade civil; e
VIII - criar e fomentar redes de proteção de direitos das pessoas com transtornos
mentais, com a participação direta de representantes dos usuários do SUS e da sociedade em
geral.

Objetivos específicos:
I - Realizar vistorias periódicas nos serviços de saúde mental em geral e fiscalizar as
instituições de internação assegurando a existência de condições adequadas de internação,
custódia e detenção e o cumprimento da legislação nacional e internacional de direitos
humanos;
II - Receber sugestões, reclamações e denúncias, visando à melhoria dos serviços de
saúde mental, recomendando as medidas cabíveis nos casos de violação de direitos;
III - Apurar a procedência das reclamações e denúncias recebidas e propor a instauração
de sindicâncias e inquéritos, sempre que cabíveis;
IV - Criar indicadores e instrumentos de análise dos sistemas de informação existentes
sobre as violações de direitos, agravos e óbitos por causas violentas, das pessoas com
transtornos mentais em instituições de internamento;
V - Apoiar estudos de impacto sobre a saúde mental das pessoas em regime de privação
de liberdade, em especial em Regime Disciplinar Diferenciado - RDD; e
VI - Solicitar relatórios periódicos às áreas de vigilância epidemiológica e sanitária, ao
Ministério Público e a outros sistemas de informação.

OUVIDORIA
A função da Ouvidoria em Saúde Mental e Direitos Humanos será a de fiscalizar a
legalidade dos atos praticados pela administração pública no que diz respeito à interface saúde
mental e direitos humanos, bem como a de receber denúncias e sugestões dos cidadãos/usuários
dos serviços de saúde mental, visando à melhoria e humanização da rede pública e privada,
incluindo as instituições de internação e recomendando as medidas cabíveis nos casos de
violação de direitos humanos.

MONITORAMENTO
Acesso às informações:
I - o monitoramento como eixo estratégico de trabalho do Núcleo deve privilegiar ações
como as vistorias, a análise de informações sobre as instituições de internação, bem como a
elaboração de indicadores de violações de direitos humanos; e
II - para o exercício de sua função o Núcleo de Direitos Humanos e Saúde Mental
deverá ter acesso irrestrito a todas as instituições que lidam com pessoas com transtornos
mentais, especialmente aquelas onde existam pessoas privadas de liberdade. Ademais, deverá
ser garantido o seu acesso a todas as dependências do estabelecimento, a qualquer hora e sem
aviso prévio, como também a autorização para verificar os registros (resguardados os devidos
cuidados com o sigilo profissional) e realizar as entrevistas que julgar necessárias.

ARTICULAÇÃO EM REDE
Para garantir a eficácia das instâncias de monitoramento de direitos humanos é preciso
construir um mecanismo que possa receber e encaminhar com rapidez denúncias de qualquer
parte do país. Devido as grandes dimensões de nosso território isso só será possível se
trabalharmos em rede e na articulação com os diferentes segmentos envolvidos com o controle
social, tais como o Ministério Público, os Conselhos de Saúde e de Direitos, além dos
Conselhos Profissionais.

50
Estratégias para a divulgação do núcleo e ampliação da rede de monitoramento e
controle social:
I - produzir e distribuir materiais informativos (como cartilhas e folhetos) dirigidos aos
trabalhadores de saúde, usuários e população em geral informando sobre o papel do Núcleo de
Saúde Mental e Direitos Humanos, orientando sobre o papel do Ministério Público e dos
Conselhos de Saúde, divulgando a existência dos órgãos e conselhos fiscalizadores das
profissões e abordando de forma clara a legislação do SUS e os direitos dos usuários;
II - sensibilizar os gestores, prestadores de serviço, profissionais de saúde, usuários do
SUS e a sociedade em geral quanto à importância do monitoramento em saúde mental e direitos
humanos;
III - promover campanha nacional de esclarecimento sobre o papel e as atribuições do
Núcleo de Saúde Mental e Direitos Humanos;
IV - capacitar pessoas interessadas em compor a rede de monitoramento e controle
social; e
V - criar mecanismos de comunicação permanente entre os diferentes nós da rede de
monitoramento e controle social.

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
O Núcleo deve privilegiar as seguintes ações:
I - buscar a inclusão do tema dos direitos humanos e saúde mental nos programas de
graduação, pós-graduação e extensão;
II - apoiar a realização de pesquisas sobre o tema;
III - produzir informações a respeito das condições sociais, culturais e econômicas dos
usuários de serviços de saúde mental, visando à elaboração de políticas públicas inclusivas;
IV - produzir informações qualificadas sobre os serviços de saúde mental, incluídas as
instituições de internação;
V - colaborar com a criação de um sistema nacional de informação, visando à
divulgação da situação dos direitos humanos das pessoas com transtornos mentais em geral,
incluídas as pessoas com transtornos decorrentes do abuso de álcool e outras drogas e as pessoas
privadas de liberdade.

51
PORTARIA CONJUNTA Nº 6, DE 17 DE SETEMBRO DE 2010

Institui no âmbito do Programa de Educação pelo Trabalho para


a Saúde (PETSaúde), o PET-Saúde/Saúde Mental.

O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA


SAÚDE e o SECRETÁRIO DE ATENÇÃO À SAÚDE, ambos do
MINISTÉRIO DA SAÚDE, e a SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
SUPERIOR, do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas
atribuições, e

Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a Lei Orgânica da Saúde, que define
entre as atribuições da União sua participação na formulação e na execução da política de
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

Considerando a Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Lei 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o auxílio reabilitação


psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações;

Considerando a Política Nacional de Promoção da Saúde, conforme Portraia nº 687/GM, de 30


de março de 2006, que dentre outras questões estimula as ações intersetoriais, buscando
parcerias que propiciem o desenvolvimento integral das ações de Promoção da Saúde;

Considerando a necessidade no processo de integração ensino-serviço e capacitação pedagógica


de criar estímulo para que os profissionais que desempenham atividades na área da Atenção em
Saúde Mental, álcool e outras drogas possam orientar os estudantes de graduação, tendo o
serviço público de saúde como cenário de prática;

Considerando a Portaria Interministerial nº 421/MS/MEC, de 3 de março de 2010, que institui,


no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação, o Programa de Educação pelo Trabalho para
a Saúde - PET-Saúde, destinado a fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial em
áreas estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS), resolvem:

Art. 1º Instituir, no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educação, como parte do Programa de
Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde, o PET-Saúde no âmbito da Atenção em
Saúde Mental (PET-Saúde/Saúde Mental), destinado a fomentar a formação de grupos de
aprendizagem tutorial na área da Atenção em Saúde Mental, álcool e outras drogas.

Parágrafo único. O PET-Saúde/Saúde Mental tem como pressuposto a educação pelo trabalho,
caracterizando-se como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde,
bem como de iniciação ao trabalho e vivências direcionadas aos estudantes dos cursos de
graduação na área da saúde, de acordo com as necessidades do SUS.

Art. 2º São objetivos do PET-Saúde/Saúde Mental:

I - possibilitar que o Ministério da Saúde cumpra seu papel constitucional de ordenador da


formação de profissionais de saúde por meio da indução e do apoio ao desenvolvimento dos
processos formativos necessários em todo o País, de acordo com características sociais e

52
regionais;

II - estimular a formação de profissionais e docentes de elevada qualificação técnica, científica,


tecnológica e acadêmica, bem como a atuação profissional pautada pelo espírito crítico, pela
cidadania e pela função social da educação superior, orientados pelo princípio da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, preconizado pelo Ministério da Educação;

III - desenvolver atividades acadêmicas em padrões de qualidade de excelência, mediante


grupos de aprendizagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar na área saúde mental;

IV - contribuir para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de


graduação da área da saúde;

V - contribuir para a formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades e


às políticas de saúde do País na área da saúde mental;

VI - sensibilizar e preparar profissionais de saúde para o adequado enfrentamento das diferentes


realidades de vida e de saúde da população brasileira;

VII - fomentar a articulação entre ensino e serviço na área da atenção em saúde mental, álcool e
outras drogas; e

VIII - fomentar o papel da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas na análise da
situação de saúde, como instrumento de gestão, articulando-se em um conjunto de ações que se
destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde da população.

Art. 3º O PET-Saúde/Saúde Mental oferecerá bolsas nas seguintes modalidades:

I - iniciação ao trabalho, destinada a estudantes de graduação regularmente matriculados em


Instituições de Educação Superior - IES integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental com o objetivo
de produzir conhecimento relevante na área da atenção em saúde mental, álcool e outras drogas;

II - tutoria acadêmica, destinada a professores das IES integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental


que produzam ou orientem a produção de conhecimento relevante na área da atenção em saúde
mental, álcool e outras drogas; e

III - preceptoria, destinada a profissionais de serviços vinculados à atenção em saúde mental,


álcool e outras drogas que realizem orientação a alunos de graduação da área da saúde das IES
integrantes do PET-Saúde/Saúde Mental.

Parágrafo único. Poderão participar do PET-Saúde/Saúde Mental, nas modalidades descritas nos
incisos I e II do artigo 3º os estudantes e professores de:

I - Instituições de Educação Superior - IES públicas;

II - IES privadas integrantes do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional


em Saúde - PRÓ-SAÚDE; e

III - IES privadas que desenvolvam atividade curricular em serviço junto à sociedade, atestada
pelo respectivo gestor municipal ou estadual ao qual se vincular o serviço.

53
Art. 4º As bolsas e os incentivos serão repassados considerando se a proporção de 1 (um) tutor
acadêmico para 3 (três) preceptores e 12 (doze) estudantes que serão definidos a partir de cada
grupo de estudantes, sob orientação do respectivo grupo de tutor e preceptores, sendo:

I - uma bolsa mensal para cada tutor acadêmico que se dedicar às atividades de ensino e
pesquisa relacionados à atenção em saúde mental e álcool e outras drogas;

II - uma bolsa mensal para cada preceptor que se dedicar às atividades educativas com 4
(quatro) estudantes de graduação dos cursos da área da saúde;

III - uma bolsa mensal para cada estudante, relacionada à atividade de iniciação ao trabalho,
condicionada à produção de conhecimento relevante na área da atenção em saúde mental, álcool
e outras drogas; e

IV - uma bolsa mensal para o tutor coordenador, no caso de projetos que apresentem proposta
de três ou mais grupos PET-Saúde/Saúde Mental, desde que o tutor coordenador não seja tutor
acadêmico ou preceptor.

Parágrafo único. O número de grupos PET-Saúde/Saúde Mental proposto deverá estar em


consonância com a estruturação física e de pessoal dos cenários de práticas de atenção em saúde
mental, álcool e outras drogas.

Art. 5º O valor repassado referente às bolsas deverá ser destinado àqueles que exercem funções
de tutoria acadêmica, preceptoria, e monitoria estudantil, conforme as seguintes determinações:

I - tutoria: função de supervisão docente-assistencial, exercida em campo, no âmbito do SUS,


desenvolvida por profissionais com vínculo universitário, que exerçam papel de orientadores de
referência para os profissionais e estudantes de graduação na área da saúde, devendo exercer
esta função por pelo menos 8 (oito) horas semanais, como parte de sua atividade universitária,
sem detrimento das atividades acadêmicas que já realiza;

II - preceptoria: função de supervisão por área específica de atuação ou de especialidade


profissional, exercida por profissionais de nível superior da área da saúde dos CAPS - Centros
de Atenção Psicossocial, e por profissionais da área de saúde mental (Psiquiatras, Psicólogos e
Terapeutas Ocupacionais) dos NASF - Núcleos de Apoio à Saúde da Família, com no mínimo
especialização na área da saúde ou saúde mental e/ou álcool e outras drogas e três anos de
experiência na área, comprovada por meio de curriculum vitae, em atividades de atenção, de
pesquisa ou gestão em saúde mental, de acordo com as habilidades necessárias aos projetos
apresentados. Devem ser indicados pelos gestores estaduais ou municipais de saúde, devendo
exercer esta função por pelo menos 8 (oito) horas semanais, como parte das atividades no
serviço de saúde, ao qual eles sejam vinculados;

III - monitoria estudantil: desenvolvimento de atividades de pesquisa e de iniciação ao trabalho,


sob orientação do tutor e do preceptor, visando à produção e à disseminação de conhecimento
relevante na área de saúde mental, devendo se dedicar a estas atividades por pelo menos 8 (oito)
horas semanais.

§ 1º A monitoria constitui-se em função facilitadora da comunicação docente/discente na


graduação.
§ 2º São atribuições do estudante bolsista:
I - participar de todas as atividades programadas pelo professor tutor e preceptor;

54
II - participar durante a sua permanência no PET-Saúde/Saúde Mental em atividades de ensino,
pesquisa e extensão;
III - manter bom rendimento no curso de graduação;
IV - publicar ou apresentar em evento de natureza científica um trabalho acadêmico por ano,
individualmente ou em grupo, fazendo referência à sua condição de bolsista do PET-
Saúde/Saúde Mental nas publicações e trabalhos apresentados; e
V - cumprir as exigências estabelecidas no Projeto PET Saúde/Saúde Mental aprovado pelos
Ministérios da Saúde e da Educação.

Art. 6º Os projetos deverão ser elaborados em conformidade com os editais a serem publicados,
observada esta Portaria.

§ 1º Os valores referentes às modalidades de bolsas e a duração dos projetos serão estabelecidos


nos editais.
§ 2º Os projetos deverão ser assinados pelo gestor de saúde e pela IES, e dependerão da
aprovação técnica dos Ministérios da Saúde e da Educação.
§ 3º Os critérios de inclusão e os requisitos mínimos para a seleção dos profissionais dos
serviços de atenção em saúde mental, álcool e outras drogas, que receberão o incentivo da
preceptoria, e dos tutores acadêmicos, que farão parte dos projetos, devem ser definidos de
maneira conjunta entre os gestores da saúde e da instituição de ensino, devendo ser amplamente
divulgados aos interessados na participação do projeto.

Art. 7º Compete à Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e à Secretaria de


Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, a responsabilidade técnico-administrativa pela
execução do PET-Saúde/Saúde Mental.

Art. 8º O Ministério da Saúde utilizará os recursos orçamentários provenientes do Plano


Integrado de Enfrentamento ao crack e outras Drogas (Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de
2010) e da Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito extraordinário,
em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação do Plano Integrado
de Enfrentamento do crack.

Art. 9º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO EDUARDO DE CAMPOS

Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação-MS

ALBERTO BELTRAME

Secretário de Atenção à Saúde-MS

MARIA PAULA DALLARI BUCCI

Secretária de Educação Superior-MEC

Comentário:

Institui o PET Saúde Mental, um Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde,
que tem o objetivo de fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial na área da
Atenção em Saúde Mental, álcool e outras drogas.

55
Portarias
Ministério
da Saúde

56
PORTARIA Nº 52/GM Em 20 DE JANEIRO DE 2004

Institui o Programa Anual de Reestruturação da Assistência


Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e


Considerando o disposto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que atribui ao Ministério
da Saúde a coordenação do processo de substituição progressiva dos leitos em hospital
psiquiátrico por uma rede comunitária de atenção psicossocial;
Considerando a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o Programa De Volta
para Casa, por meio do qual os internos de longa permanência em hospitais psiquiátricos
passam a contar com programa de suporte social que potencializa seu processo de alta hospitalar
e reintegração social;
Considerando a necessidade de estabelecer critérios técnicos para a redução progressiva
de leitos, especialmente nos hospitais de maior porte, de modo a garantir a adequada assistência
extra-hospitalar aos internos;
Considerando a necessidade de estabelecer uma planificação racional dos investimentos
financeiros do SUS no sistema hospitalar psiquiátrico e na rede de atenção psicossocial, de
modo a permitir uma transição adequada do modelo assistencial; e
Considerando a urgência de se estabelecer critérios racionais para a reestruturação do
financiamento e remuneração dos procedimentos de atendimento em hospital psiquiátrico, com
recomposição das diárias hospitalares,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o “Programa Anual de Reestruturação


da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004”.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir de 1º de fevereiro de 2004.

HUMBERTO COSTA

ANEXO
Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS 2004
1. O processo de mudança do modelo assistencial deve ser conduzido de modo a garantir
uma transição segura, onde a redução dos leitos hospitalares possa ser planificada e
acompanhada da construção concomitante de alternativas de atenção no modelo comunitário.
Aprofundando estratégia já estabelecida em medidas anteriores da política de saúde mental do
SUS, a redução dos leitos deve conduzir à diminuição progressiva dos hospitais de maior porte,
levando em conta sua localização em regiões de maior densidade de leitos hospitalares, e deve
estar ancorada num processo permanente de avaliação da qualidade do atendimento hospitalar
prestado, o que vem sendo realizado anualmente através do PNASH-Psiquiatria. Na mesma
direção estratégica, a recomposição das diárias hospitalares deve ser instrumento da política de
redução racional dos leitos e qualificação do atendimento. A estratégia deve garantir também
que os recursos financeiros que deixarem progressivamente de ser utilizados no componente

57
hospitalar possam ser direcionados às ações territoriais e comunitárias de saúde mental, como os
centros de atenção psicossocial, serviços residenciais terapêuticos, ambulatórios, atenção básica
e outros. Finalmente, é necessário assegurar que o processo seja conduzido, na melhor tradição
do SUS, através de pactuações sucessivas entre gestores (municipais, estaduais e federal),
prestadores de serviços e instâncias de controle social.
2. Os hospitais psiquiátricos com mais de 160 leitos contratados/conveniados pelo SUS
deverão reduzir progressivamente seus leitos contratados/conveniados, de acordo com limites
máximos e mínimos que atendam às necessidades de garantia da adequada assistência aos
usuários do SUS, com base em planificação local e regional .
3. Para esta finalidade, os hospitais passam a ser agrupados segundo classes de acordo
com o porte, conforme o quadro. Os limites máximos e mínimos de redução anual (expressos
em módulos de 40 leitos que serão descritos no item 4), aplicáveis às diversas classes
hospitalares, em cada grupo, estão definidos a seguir:
Hospitais Psiquiátricos por Grupos de Classes e Limites de Redução
GRUPOS CLASSESNº LEITOS MÍNIMO MÁXIMO

I I até 120 Não há Não há

II 121 – 160

II III 161 – 200 1 módulo 1 módulo

IV 201 – 240

V 241 – 280

III VI 281 – 320 1 módulo 2 módulos

VII 321 – 360

VIII 361 - 400

IX 401 - 440

IV X 441 - 480 1 módulo 3 módulos

XI 481 - 520

XII 521 - 560

XIII 561 - 600

XIV acima de
V 600 ¾ ¾

58
3.1. A classe XIV comporta grupo de 8 (oito) hospitais acima de 600 leitos contratados,
que terá tratamento à parte, tendo em vista sua complexidade e atipicidade. Para os hospitais
desta classe, poderão ser pactuados limites maiores de redução de leitos.
4. Ficam estabelecidos MÓDULOS ASSISTENCIAIS de atendimento hospitalar, cada
um com 40 leitos. Desta forma, busca-se a redução progressiva do porte hospitalar, de modo a
situarem-se os hospitais, ao longo do tempo, em classes de menor porte. O módulo igual a 40
leitos passa a ser a unidade adotada para este programa de reestruturação. As exigências técnicas
de equipe mínima e arquitetura para cada módulo são aquelas já definidas em normas anteriores,
especialmente a Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002.
5. Retificação/ajuste do número de leitos por módulos assistenciais.
5.1 Os hospitais que tenham leitos que excedam os limites dos módulos (múltiplos de 40)
terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar de 1º/01/2004, para fazerem esta primeira
reestruturação, reduzindo os leitos que superem o limite dos módulos. Assim, por exemplo, um
hospital com 168 leitos SUS deverá ajustar-se para 160 leitos SUS (4 módulos); ou um hospital
de 416 leitos SUS, deverá ajustar-se para 400 leitos SUS (10 módulos).
5.2 Após este período de retificação/ajuste, cada hospital passará a fazer parte da classe
imediatamente acima, de acordo com o total de módulos assistenciais, conforme definido no
item 6.
5.3. Esta retificação do número de leitos não será exigida aos hospitais das Classes I e II.
6. Redução dos leitos dos hospitais das Classes III a XIII
As reduções mínimas previstas no item 3 deverão ser iniciadas a partir de 1º/5/2004. A
redução de leitos será objeto de pactuação entre prestadores e gestores municipais e estaduais, e
formalizada conforme definido no item 9. A participação da instância estadual justifica-se em
vista da abrangência regional dos hospitais, e do estabelecimento das medidas de reintegração
social dos pacientes egressos.
Hospitais até 160 leitos não precisarão reduzir seus portes nesta etapa, a menos que
reduções neste grupo estejam previstas e pactuadas em planos municipais ou micro-regionais de
saúde mental.
7. Nova Classificação Hospitalar e Recomposição das Diárias Hospitalares
Fica estabelecida nova classificação dos hospitais psiquiátricos, baseada no número de
leitos contratados/conveniados ao SUS, com novos valores de remuneração das diárias
hospitalares, nas quais estão incorporados o incentivo de qualificação do atendimento prestado,
aferido pelo PNASH, e também o incentivo pela redução dos leitos.

Novos valores das diárias hospitalares por classe


Novos
Nº valores
módulos diária

CLASSE após PNASH < PNASH >


S Nº de leitos ajuste 80% 80%

I Até 120 até 3 35,80 37,00

59
entre 3
II 121 – 160 e4 32,80 34,00

III 161 – 200 5 30,13 31,33

IV 201 – 240 6 28,68 29,88

V 241 – 280 7 28,35 29,55

VI 281 – 320 8 28,01 29,21

VII 321 – 360 9 27,75 28,95

VIII 361 – 400 10 26,95 28,15

IX 401 – 440 11 26,80 28,00

X 441 – 480 12 26,69 27,89

XI 481 – 520 13 26,59 27,79

XII 521 – 560 14 26,50 27,70

XIII 561 – 600 15 26,42 27,62

XIV Acima de 600 ¾ 26,36 27,56

Não
¾ ¾ 25,15 ¾
classificados

7.1. Cada redução de 1 (um) módulo corresponderá à ascensão do hospital à classe


imediatamente superior, da mesma forma que após a retificação/ajuste definida no item 4.
7.2. Os hospitais não classificados no PNASH-Psiquiatria 2002 estão em processo de
descredenciamento do sistema, e permanecem com os valores de remuneração da Portaria SAS
nº 77/2002.
7.3. O gestor local, municipal ou estadual, conforme o nível de gestão, deverá manter
permanentemente atualizado o número de leitos dos estabelecimentos hospitalares junto ao
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES.
8. Os hospitais dos grupos II a IV (Classes III a XIII) que, após o prazo definido no item
5, não tiverem realizado o ajuste/retificação dos leitos, quando for o caso, e não tiverem iniciado
o processo de redução dos leitos, através da formalização do Termo de Compromisso e

60
Ajustamento referido no item 10, voltarão a ser remunerados conforme os valores definidos na
Portaria nº 77/SAS, de 1º/02/2002, a partir de 1º/5/2004.
9. Os recursos financeiros restantes após a redução de leitos, em cada etapa e a cada nova
redução, permanecerão nos tetos municipais e estaduais, quando em gestão plena do sistema,
para utilização na rede local, micro-regional e regional de serviços de saúde mental, de modo a
apoiar o financiamento da implantação e manutenção de CAPS, serviços residenciais
terapêuticos e outros serviços de saúde mental nos municípios de destino dos pacientes
desinstitucionalizados, bem como custear equipes para suporte à desinstitucionalização.
10. Os gestores locais de saúde, durante a primeira etapa do Programa (janeiro a abril de
2004) firmarão Termo de Compromisso e Ajustamento com os prestadores públicos e privados,
definindo as atribuições de ambas as partes (prestadores e gestores públicos) na garantia do
adequado atendimento aos pacientes que necessitem cuidados em saúde mental, em seu âmbito
de atuação. Os prestadores deverão comprometer-se a cumprir as exigências de equipe mínima e
demais determinações técnicas contidas na Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002. Os gestores
municipais do âmbito de referência do hospital, bem como o gestor estadual, deverão assegurar
a adequada realização do plano de reintegração social dos pacientes desinstitucionalizados, bem
como assegurar o atendimento em saúde mental na rede extra-hospitalar nos territórios
implicados. Este Termo de Ajustamento definirá a planificação caso a caso dos leitos a serem
reduzidos.
11. Este Programa Anual - 2004 é parte integrante da política de saúde mental do SUS,
cujo objetivo é a consolidação do processo de reforma psiquiátrica. Ele trata do componente
hospitalar especializado, de sua reestruturação, das mudanças de seu financiamento, do
redirecionamento dos recursos financeiros para atenção extra-hospitalar, da construção de
planos municipais, micro-regionais e estaduais de desinstitucionalização e de implantação de
rede de atenção comunitária. O Programa articula-se com outras áreas da reforma psiquiátrica,
especialmente: atenção em saúde mental no hospital geral, saúde mental na atenção básica,
urgência e emergência em saúde mental, consolidação da rede de CAPS I, II, III, i e AD,
programa De Volta para Casa, expansão das residências terapêuticas e outros, que são objeto de
normas e documentos específicos. A base teórico-conceitual e política do Programa está contida
nos seguintes documentos: Lei nº 10.216/2001, Relatório Final da III Conferência Nacional de
Saúde Mental, Lei nº 10.708/2003, legislação geral do SUS, Portaria nº 251/GM, de 31/01/2002
e outros textos normativos.
11.1. Fica estabelecido o prazo de 90 (noventa) dias para que a Secretaria de Atenção à
Saúde apresente proposta de reorganização da atenção em saúde mental em hospital geral e de
mudança dos mecanismos de financiamento aplicáveis a esta modalidade.
12. Este Programa deverá ter vigência de 12 meses, contados a partir de 1º de maio de
2004, com uma etapa preliminar de janeiro a abril de 2004, e será acompanhado por Comissão
de Avaliação e Acompanhamento nomeada pelo Ministério da Saúde, integrada por
representantes de:
- Ministério da Saúde;
- Prestadores Privados;
- Prestadores Filantrópicos;
- CONASS;
- CONASEMS;
- Trabalhadores de saúde;
- Conselho Nacional de Saúde; e

61
- Entidade da sociedade civil vinculada ao tema dos direitos humanos.
12.1. Nos Estados com grande concentração de leitos psiquiátricos – São Paulo, Rio de
Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Bahia e Alagoas - a Secretaria de Estado da
Saúde, através da área técnica de saúde mental, constituirá Grupo Técnico de Avaliação e
Acompanhamento, do qual fará parte um representante do Ministério da Saúde, encarregado de
acompanhar o desenvolvimento do Programa, em articulação com a Comissão de Avaliação e
Acompanhamento de âmbito federal.

Comentário:

Cria o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS –


2004, reafirmando a diretriz política de redução progressiva de leitos. O Programa estabelece
um mecanismo organizador do processo de redução de leitos, com incentivo financeiro pela
redução (priorizando os hospitais de menor porte) e pela melhor qualidade de assistência,
aferida pelo PNASH – Psiquiatria.

62
PORTARIA Nº 53/GM Em 20 DE JANEIRO DE 2004

Cria novos procedimentos no âmbito do Plano Anual de


Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004
e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e nos termos do


“Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar do SUS – 2004”,
instituído pela Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004,

R E S O L V E:
Art. 1º Incluir na Tabela do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de
Saúde SIH-SUS o grupo 63.100.06-1 - Internação em Psiquiatria RPH, com os procedimentos
abaixo:
63.001.58.6 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe I - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

30,85 2,50 2,45 35,80 006 00 01

63.001.59.4 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe II - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

27,85 2,50 2,45 32,80 006 00 01

63.001.60.8 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe III - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

25,18 2,50 2,45 30,13 006 00 01

63.001.61.6 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe IV - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,73 2,50 2,45 28,68 006 00 01

63
63.001.62.4 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe V - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,40 2,50 2,45 28,35 006 00 01

63.001.63.2 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VI - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

23,06 2,50 2,45 28,01 006 00 01

63.001.64.0 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

22,20 2,50 2,45 27,75 006 00 01

63.001.65.9 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe VIII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

22,00 2,50 2,45 26,95 006 00 01

63.001.66.7– Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe IX - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,85 2,50 2,45 26,80 006 00 01

63.001.67.5 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe X - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,74 2,50 2,45 26,69 006 00 01

63.001.68.3 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XI - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

64
21,64 2,50 2,45 26,59 006 00 01

63.001.69.1 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,55 2,50 2,45 26,50 006 00 01

63.001.70.5 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XIII - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,47 2,50 2,45 26,42 006 00 01

63.001.71.3 – Tratamento Psiquiátrico em Hospital Classe XIV - RPH

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

21,41 2,50 2,45 26,36 006 00 01

Parágrafo único. Os valores constantes deste artigo terão vigência a partir da competência
fevereiro de 2004, podendo sofrer as modificações previstas no artigo 4º , a partir da
competência maio de 2004.
Art. 2º Definir que aos valores constantes do artigo 1º será acrescentado o valor de R$
1,20 (um real e vinte centavos), para aqueles hospitais que tiverem obtido pontuação igual ou
superior a 81% no PNASH-Psiquiatria.
Art. 3º Manter os valores atuais para o procedimento abaixo:
63.001.56.0 – Tratamento Psiquiátrico em hospitais não classificados de acordo com os indicadores de
qualidade aferidos pelo PNASH – Psiquiatria

SH SP SADT TOTAL ATOMED ANEST PERM

20,20 1,67 2,45 25,15 006 00 01

Art. 4º Definir que os hospitais que não cumprirem as exigências definidas na Portaria nº
52/GM, de 20 de janeiro de 2004, deixarão de ser remumerados através dos procedimentos
constantes no artigo 1º desta Portaria, voltando a ser remunerados de acordo com a Portaria nº
77/SAS de 1º/02/2002, a partir de 01 de maio de 2004.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir de 1º de fevereiro de 2004.
HUMBERTO COSTA

65
PORTARIA Nº 358/GM Em 9 DE MARÇO DE 2004

Estabelece recursos para a reforma assistencial psiquiátrica nos estados, DF e


municípios.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que aprova o Programa


Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004; e
Considerando a Portaria nº 53/GM, de 20 de janeiro de 2004, que cria novos
procedimentos no âmbito do Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica
Hospitalar no SUS - 2004,

R E S O L V E:

Art. 1º Estabelecer recursos no montante de R$ 44.175.224,04 (quarenta e quatro


milhões, cento e setenta e cinco mil, duzentos e vinte e quatro reais e quatro centavos) a serem
incorporados ao limite financeiro anual da assistência ambulatorial e hospitalar (média e alta
complexidade) dos Estados, Distrito Federal e Municípios habilitados em Gestão Plena do
Sistema Municipal, conforme distribuição constante dos Anexos I e II desta Portaria.
Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por
conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de
Trabalho:
10.846.1220.0906 – Atenção à Saúde dos Municípios habilitados em Gestão Plena do
Sistema e nos Estados habilitados em Gestão Plena/Avançada; e
10.846.1220.0907 – Atenção à Saúde dos Municípios não habilitados em Gestão Plena do
Sistema e nos Estados não habilitados em Gestão Plena/Avançada.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência fevereiro de 2004.

HUMBERTO COSTA

ANEXO I
Limite Mensal
UF (R$) Limite Anual (R$)

Acre 12.684,05 152.208,60

Alagoas 82.250,43 987.005,16

Amazonas 8.597,90 103.174,80

Amapá 0,00 0,00

66
Bahia 116.598,05 1.399.176,60

Ceará 150.784,04 1.809.408,48

Distrito Federal 17.271,34 207.256,08

Espírito Santo 31.722,70 380.672,40

Goiás 188.104,72 2.257.256,64

Maranhão 52.585,26 631.023,12

Minas Gerais 295.159,97 3.541.919,64

Mato Grosso do Sul 23.983,65 287.803,80

Mato Grosso 56.667,67 680.012,04

Pará 65.223,60 782.683,20

Paraíba 57.666,26 691.995,12

Pernambuco 280.659,02 3.367.908,24

Piauí 19.316,36 231.796,32

Paraná 324.068,79 3.888.825,48

Rio de Janeiro 600.618,34 7.207.420,08

Rio Grande do Norte 77.864,20 934.370,40

Rondônia 0,00 0,00

Roraima 0,00 0,00

Rio Grande do Sul 127.589,91 1.531.078,92

Santa Catarina 50.600,59 607.207,08

Sergipe 70.445,96 845.351,52

São Paulo 961.234,46 11.534.813,52

Tocantins 9.571,40 114.856,80

TOTAL 3.681.268,67 44.175.224,04

67
ANEXO II
UF Município Valor mensal (R$) Valor anual (R$)

AL ARAPIRACA 14.508,93 174.107,16

AL MACEIO 46.419,85 557.038,20

BA ITABUNA 11.673,87 140.086,44

BA JUAZEIRO 9.796,23 117.554,76

BA VITORIA DA CONQUISTA 24.176,47 290.117,64

CE CRATO 9.606,71 115.280,52

CE FORTALEZA 141.177,33 1.694.127,96

GO ANAPOLIS 11.099,39 133.192,68

GO APARECIDA DE GOIANIA 35.923,62 431.083,44

GO GOIANIA 99.674,50 1.196.094,00

GO JATAI 5.494,93 65.939,16

GO RIO VERDE 15.414,54 184.974,48

MA IMPERATRIZ 17.664,31 211.971,72

MA SAO LUIS 34.920,95 419.051,40

MG ALFENAS 6.124,49 73.493,88

MG BARBACENA 42.610,53 511.326,36

MG BELO HORIZONTE 34.821,05 417.852,60

MG DIVINOPOLIS 18.682,82 224.193,84

MG JUIZ DE FORA 92.590,27 1.111.083,24

MG LAVRAS 8.963,05 107.556,60

68
MG UBERABA 16.311,77 195.741,24

MS CAMPO GRANDE 16.652,99 199.835,88

MT CUIABA 20.824,61 249.895,32

MT RONDONOPOLIS 16.684,02 200.208,24

PB JOAO PESSOA 42.512,16 510.145,92

PE CAMARAGIBE 27.747,76 332.973,12

PE CARUARU 16.079,62 192.955,44

PE OLINDA 15.550,39 186.604,68

PE PAULISTA 12.523,79 150.285,48

PE RECIFE 138.789,37 1.665.472,44

PI TERESINA 19.316,36 231.796,32

PR CURITIBA 72.254,10 867.049,20

PR LONDRINA 36.732,14 440.785,68

PR MARINGA 12.932,18 155.186,16

PR UMUARAMA 16.693,60 200.323,20

RJ DUQUE DE CAXIAS 16.423,79 197.085,48

RJ NITEROI 74.066,96 888.803,52

RJ NOVA FRIBURGO 20.917,51 251.010,12

RJ NOVA IGUACU 5.861,85 70.342,20

RJ PETROPOLIS 14.573,28 174.879,36

RJ RIO DE JANEIRO 194.199,23 2.330.390,76

RJ SAO JOAO DE MERITI 18.073,07 216.876,84

69
RJ VASSOURAS 26.973,43 323.681,16

RJ VOLTA REDONDA 6.444,69 77.336,28

RN MOSSORO 13.501,96 162.023,52

RN NATAL 64.362,24 772.346,88

RS CAXIAS DO SUL 12.234,53 146.814,36

RS PELOTAS 11.466,51 137.598,12

RS PORTO ALEGRE 80.031,26 960.375,12

SC CRICIUMA 20.131,36 241.576,32

SE ARACAJU 18.980,97 227.771,64

SP AMERICANA 20.794,23 249.530,76

SP AMPARO 38.240,79 458.889,48

SP ARACATUBA 27.299,41 327.592,92

SP ARARAQUARA 18.039,75 216.477,00

SP BARRETOS 23.007,05 276.084,60

SP CAMPINAS 27.976,08 335.712,96

SP CATANDUVA 14.141,90 169.702,80

SP FRANCA 55.094,01 661.128,12

SP GARCA 12.695,33 152.343,96

SP INDAIATUBA 8.705,25 104.463,00

SP MARILIA 15.081,69 180.980,28

SP OSASCO 8.831,76 105.981,12

70
SP OURINHOS 25.830,95 309.971,40

SP PENAPOLIS 14.487,67 173.852,04

SP PRESIDENTE PRUDENTE 43.997,14 527.965,68

SAO BERNARDO DO
SP 12.004,60 144.055,20
CAMPO

SP SAO JOSE DO RIO PRETO 23.810,17 285.722,04

SP SAO JOSE DOS CAMPOS 33.733,81 404.805,72

SP SAO PAULO 95.407,80 1.144.893,60

SP SOROCABA 60.025,89 720.310,68

Total 2.340.396,62 28.084.759,44

71
PORTARIA Nº 595/GM Em 8 DE ABRIL DE 2004

Habilita Municípios a integrarem o Programa “De Volta Para


Casa” e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DE SAÚDE, no uso de suas atribuições, com base no que


determina a Lei nº 10.216, de 16 de abril de 2001; a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003; a
Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003 e a Portaria Interministerial nº 1.777/GM, de
09 de setembro de 2003; e considerando a necessidade de proporcionar aos pacientes
psiquiátricos internados em Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou em alas de
tratamento psiquiátrico no interior do Sistema Penal, o acesso ao benefício do Programa De
Volta Para Casa,

R E S O L V E:

Art. 1º Habilitar os 7 Municípios relacionados abaixo a integrarem o Programa “De Volta


Para Casa” por serem sede de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico:
I - Manaus (AM);
II - Itaitinga (CE);
III - Itamaracá (PE);
IV - Natal (RN);
V - Florianópolis (SC);
VI - Aracajú (SE); e
VII - Taubaté (SP).
Art. 2º Habilitar o Distrito Federal a integrar o Programa “De Volta Para Casa”, em
função de ser sede de Ala de Tratamento Psiquiátrico no Sistema Penal.
Art. 3º Os referidos Municípios deverão dar entrada ao processo de adesão ao Programa,
segundo definido em art. 3º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003, num prazo de
30 (trinta) dias contados da publicação desta Portaria, para formalização junto à Secretaria de
Atenção à Saúde - SAS.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

72
PORTARIA Nº 1174/GM Em 15 DE JUNHO DE 2004

Destina incentivo financeiro para Centros de Atenção Psicossocial -


CAPS, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e
diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental;
Considerando a Portaria nº 189/SAS, de 20 de março de 2002, que inclui procedimentos
ambulatoriais na tabela do SIA-SUS para o custeio dos Centros de Atenção Psicossocial -
CAPS, e
Considerando a necessidade de estruturação e consolidação da rede extra-hospitalar de atenção à
Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro, da ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para
cada CAPS I, R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para cada CAPS II, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil
reais), para cada CAPS III, e R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi, habilitado pelo
Ministério da Saúde no Distrito Federal, nos Estados e nos municípios, no exercício de 2004,
para realizar os procedimentos definidos pela Portaria nº 189/SAS, de 20 de março de 2002.
§ 1º Os incentivos de que trata o caput deste artigo serão transferidos em parcela única,
fundo a fundo, ao Distrito Federal, aos Estados e aos municípios, sem onerar os respectivos
tetos da assistência de média e alta complexidade.
§ 2º O incentivo de que trata o caput deste artigo não se aplica aos CAPS que foram
implantados no Distrito Federal, nos Estados e nos municípios, mediante celebração de
convênio desses com fundações, ONGs ou instituições filantrópicas, pois se destina a apoiar
financeiramente apenas a implantação de serviços de natureza jurídica pública.
Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por
conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 -
Atenção à Saúde de Populações Estratégicas em situações especiais de agravo:
I - 10.846.1312.0844.0001 - Apoio a serviços extra-hospitalares para transtornos de saúde
mental e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
Parágrafo único. Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados
recursos da ordem de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) no item orçamentário
supracitado.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

73
PORTARIA Nº 1608/GM Em 3 DE AGOSTO DE 2004

Constitui Fórum Nacional sobre Saúde Mental de Crianças e


Adolescentes.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216/01 e da III Conferência Nacional de


Saúde Mental, que apontam a necessidade de estender mais eficazmente as iniciativas da
reforma psiquiátrica à população infanto-juvenil;
Considerando a elevada prevalência dos transtornos psicossociais entre crianças e
adolescentes e a necessidade de ampliação da cobertura assistencial destinada a esse segmento,
bem como da realização de um diagnóstico aprofundado das condições de atendimento
atualmente oferecidas;
Considerando a existência de importantes setores da sociedade civil e entidades
filantrópicas que prestam relevante atendimento nessa área;
Considerando as interfaces que uma política de atenção em saúde mental a crianças e
adolescentes apresentam necessariamente com outras políticas públicas, como ação social,
direitos humanos, justiça, educação, cultura e outras;
Considerando a experiência bem sucedida da implantação de fóruns intersetoriais de
saúde mental de crianças e adolescentes em Estados e municípios brasileiros, bem como as
recomendações da Organização Mundial da Saúde no sentido de uma política marcadamente
intersetorial;
Considerando as recomendações, da Organização Mundial da Saúde e da Federação
Mundial para Saúde Mental, de atenção especial dos governos para a saúde mental da infância e
da juventude;
Considerando a grave situação de vulnerabilidade deste segmento em alguns contextos
específicos, exigindo iniciativas eficazes de inclusão social; e
Considerando as recomendações oriundas do Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental de
Crianças e Adolescentes, criado pela Portaria nº 1946/GM, de 10 de outubro de 2003,

R E S O L V E:

Art. 1º Constituir Fórum Nacional sobre Saúde Mental da Infância e Juventude, com as
seguintes atribuições:
I - funcionar como espaço de articulação intersetorial e discussão permanente sobre as
políticas para esta área;
II - estabelecer diretrizes políticas nacionais para o ordenamento do conjunto de práticas
que envolvam o campo da atenção à saúde mental infanto-juvenil;
III - promover a integração, a articulação e a interlocução entre as diversas instituições
que atuam no campo da atenção à saúde mental dessa população; e

74
IV - produzir conhecimento e informações que subsidiem as instituições responsáveis
pelas políticas públicas nessa área, nos diversos âmbitos de gestão.

Art. 2º O Fórum Nacional sobre Saúde Mental da Infância e Juventude será composto por
representantes das seguintes instâncias:
I - Área Técnica de Saúde Mental - DAPE/SAS, que o coordenará;
II - Área Técnica de Saúde Mental – Política de Álcool e Outras Drogas - DAPE/SAS;
III - Área Técnica de Saúde da Criança - DAPE/SAS;
IV - Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem - DAPE/SAS;
V - Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência - DAPE/SAS;
VI - Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - SAS;
VII - Departamento de Atenção Básica - SAS;
VIII - Programa Nacional de DST/AIDS/SVS;
IX - Representantes dos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil, sendo um
representante por região brasileira;
X - Fórum Nacional de Coordenadores de Saúde Mental;
XI - Representantes de Coordenadores de Saúde Mental, sendo um representante por
região brasileira;
XII - Conselho Nacional de Saúde;
XIII - Ministério da Justiça;
XIV - Ministério da Educação;
XV - Ministério da Cultura;
XVI - Ministério dos Esportes;
XVII - Conselho Nacional de Procuradores -Promotoria de Defesa à Saúde, do Ministério
Público;
XVIII - Associação de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e Juventude;
XIX - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
XX - Secretaria Especial de Direitos humanos - SEDH/PR;
XXI – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente -
CONANDA/SEDH/PR;
XXII - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência -
CORDE/SEDH/PR;
XXIII - Federação Brasileira de Entidades para Excepcionais - FEBIEX;
XXIV - Federação Nacional das APAES;
XXV - Federação Nacional das Instituições Pestallozzi;
XXVI - Associação Brasileira de Autismo;
XXVII - Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal;
XXVIII - Comissão de Seguridade Social e Saúde da Câmara dos Deputados;

75
XXIX - Associação Juízes para a Democracia - AJD;
XXX - Fórum Nacional de Conselheiros Tutelares;
XXXI - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência -
ABENEPI; e
XXXII - dois representantes de Movimentos Nacionais de Crianças e Jovens, a serem
definidos na primeira reunião deste Fórum.
Parágrafo único. As representações terão assento permanente no fórum, o qual poderá
convocar a participação de outros segmentos representativos e de convidados.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Constitui o Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, com a finalidade de construir,
coletiva e intersetorialmente, as bases, princípios e diretrizes de uma política pública de saúde
mental especificamente dirigida a este segmento. Veja as Recomendações do Fórum nesta
publicação.

76
PORTARIA Nº 1935/GM Em 16 DE SETEMBRO DE 2004

Destina incentivo financeiro antecipado para Centros de Atenção


Psicossocial em fase de implantação, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e
as diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental; e
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e consolidação da rede extra-hospitalar
de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro antecipado para o Distrito Federal, estados e


municípios que estiverem dando curso ao processo de implantação de novos Centros de Atenção
Psicossocial-CAPS, observadas as diretrizes da Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002,
e apresentarem ao Ministério da Saúde:
I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;
II - projeto terapêutico do serviço;
III - cópia das identidades profissionais dos técnicos compondo equipe mínima, segundo
as diretrizes da Portaria nº 336, de 2002; e
IV - termo de compromisso do gestor local assegurando o início do funcionamento do
CAPS em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo, sob pena de devolução ao Fundo
Nacional de Saúde dos recursos repassados.
Art. 2º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de:
I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para cada CAPS I em fase de implantação;
II - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPS II em fase de implantação;
III - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi em fase de implantação;
IV - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS III em fase de implantação; e
V - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS ad em fase de implantação.
§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, fundo a fundo, ao Distrito Federal,
aos estados e aos municípios, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta
complexidade.
§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos Centros de
Atenção Psicossocial, podendo ser utilizados para reforma do local em que funcionará o CAPS,
compra de equipamentos, compra de material de consumo e/ou capacitação da equipe técnica e
outros itens de custeio.

77
§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a
implantação de serviços de natureza jurídica pública.
Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 - Atenção à
Saúde de Populações Estratégicas em situações especiais de agravo: 10.846.1312.0844.0001 -
Apoio a serviços extra-hospitalares para transtornos de saúde mental e transtornos decorrentes
do uso de álcool e outras drogas.
§ 1º Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados recursos da ordem
de R$ 2.550.000,00 (dois milhões quinhentos e cinqüenta mil reais) no item orçamentário
supracitado, no exercício de 2004, para os incentivos referentes aos CAPS I, CAPS II, CAPS III
e CAPSi.
§ 2º Os incentivos para a implantação dos CAPS ad – Centros de Atenção Psicossocial para
Atendimento de Pacientes com Transtornos causados pelo uso prejudicial e/ou dependência de
álcool e outras drogas - deverão onerar os seguintes programas de trabalho, conforme
estabelecido pela Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002:
I - 10.302.0023.4306 – Atendimento Ambulatorial, Emergencial e Hospitalar em regime de
Gestão Plena do Sistema Único de Saúde – SUS; e
II - 10.302.0023.4307 – Atendimento Ambulatorial, Emergencial e Hospitalar prestado
pela Rede Cadastrada no Sistema Único de Saúde – SUS.
Art. 4º Para os gestores que não apresentarem ao Ministério da Saúde os itens constantes
do artigo 1º desta Portaria, permanecem as disposições da Portaria nº 1.174/GM, de 15 de junho
de 2004.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:

Esta portaria destina, pela primeira vez, incentivo financeiro antecipado para municípios que
estão em processo de implantação de CAPS. Esta portaria foi superada pela PT MS/GM 245, de
17 de fevereiro de 2005.

78
PORTARIA Nº 2.068/GM Em 24 DE SETEMBRO DE 2004

Destina incentivo financeiro para os Serviços Residenciais


Terapêuticos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando as Portarias n° 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000, que cria os Serviços
Residenciais Terapêuticos, e nº 1.220/GM, de 7 de novembro de 2000, que regulamenta seu
funcionamento;
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-hospitalar
de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação; e
Considerando a importância que os Serviços Residenciais Terapêuticos apresentam para o
processo de reformulação do modelo assistencial em saúde mental, a implementação e
fortalecimento do Programa de Volta para Casa e a consolidação do Programa de Reorientação
da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS;

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para os municípios, os estados e o Distrito Federal


que estiverem dando curso ao processo de implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos,
observadas as diretrizes da Portaria nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000.
Art. 2° Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja
efetivado, que o Gestor responsável pelo Serviço Residencial Terapêutico encaminhe ao
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE, Área Técnica de Saúde Mental, da
Secretaria de Atenção à Saúde/SAS, os seguintes documentos:
I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro, informando o número de módulos
(residências), com as informações constantes na planilha anexa, devidamente preenchida Anexo;
II - termo assinado pelo Gestor informando a situação (em funcionamento ou em fase de
implantação/adequação) dos Serviços Residenciais Terapêuticos;
III - no caso dos serviços que ainda estejam em processo de implantação, o gestor
assumirá o compromisso de assegurar condições para que o serviço entre em funcionamento em
até três (3) meses após o recebimento do incentivo, sob pena de devolver ao Fundo Nacional de
Saúde, o valor correspondente ao repasse referente ao serviço não implantado. O funcionamento
será comprovado mediante acompanhamento da produção;
IV - projeto terapêutico do serviço residencial;
V - identificação do serviço de saúde mental e/ou equipe de saúde mental responsável
pelo suporte terapêutico ao morador do Serviço Residencial Terapêutico; e
VI - proposta técnica de aplicação dos recursos.
§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, fundo a fundo, aos municípios,

79
aos estados e ao Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de média e alta
complexidade, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por cada módulo com oito vagas,
podendo a residência ter um ou até oito moradores.
§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na melhoria e/ou implantação dos
Serviços Residenciais Terapêuticos, conforme estabelecido no inciso E do art. 2º.
Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria correrão por
conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho 1312 -
Atenção à Saúde de Populações Estratégicas em Situações Especiais de Agravo, nas ações:
I - 10.845.1312.0843 - auxílio reabilitação psicossocial aos egressos de longa internação
psiquiátrica no SUS; e
II -10.846.1312.0844 - apoio a serviços extra-hospitalares para portadores de transtornos
de saúde mental e/ou portadores de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
Parágrafo único. Para fazer face às despesas previstas nesta Portaria, estão alocados
recursos da ordem de R$ 2.600.000,00 (dois milhões e seiscentos mil reais), nos itens
orçamentários supracitados, referentes aos exercícios de 2004 e 2005, para os incentivos
destinados aos Serviços Residenciais Terapêuticos.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Anexo

Informações Referentes aos Serviços Residenciais Terapêuticos

UF: Nome do município:


Nome do Gestor responsável pelo SRT: n° de casa(s) (módulos):
n° de moradores por módulo: Natureza Jurídica do SRT:
CNPJ: Endereço completo do SRT:
Telefone: FAX:
Nome do Técnico responsável/supervisor do SRT:
Telefone de contato:
E-mail:
Identificação da Unidade Ambulatorial ou Equipe de Saúde Mental de referência: (localização,
endereço e telefone de contato)
Código CNES, quando cadastrado:
Data do cadastro no SUS:
Data de início de funcionamento do SRT:
Origem dos recursos para a manutenção dos serviços:

80
Para os serviços residenciais que já estejam em funcionamento preencher o quadro abaixo (um
quadro para cada um dos SRT), além dos dados anteriores:

Nome do Técnico Responsável pelo SRT:


Nome do(s) cuidador(s) e horário de trabalho:

Nome do Data de Idade Raça Sexo CPF CI Tempo Procedência


Morador Nascimento que (Hospital,
está no abrigo, Possui algum Benefício
SRT morador de
rua etc)

LOA Aux. outro


S
Reabilitação

Comentário:
Destina incentivo financeiro para os municípios em processo de implantação de Serviços
Residenciais Terapêuticos. Norma superada pela PT MS/GM 246, de 17 de fevereiro de 2005.

81
PORTARIA Nº 2.069/GM Em, 24 DE SETEMBRO DE 2004

Habilita municípios a integrarem o Programa “De Volta Para


Casa” e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DE SAÚDE, no uso de suas atribuições, com base no que


determinam as Leis nº 10.216, de 16 de abril de 2001, e nº 10.708, de 31 de julho de 2003, e
considerando ainda o que dispõe os arts. 3º e 4º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de
2003, que trata da regulamentação do Programa “De Volta para Casa”,

R E S O L V E:

Art. 1º Habilitar 14 (quatorze) municípios abaixo relacionados a integrarem o Programa


“De Volta Para Casa”, por serem municípios que realizam ações de reintegração social para
pessoas acometidas por transtornos mentais e têm possibilidade de acolher pacientes egressos de
hospitais localizados em outros municípios.
I - Apucarana (PR)
II - Belém (PA)
III - Belford Roxo (RJ)
IV - Campos Novos (SC)
V - Cariacica (ES)
VI - Itabaiana (SE)
VII - Lages (SC)
VIII - Monte Alegre de Sergipe (SE)
IX - Nossa Senhora da Glória (SE)
X - Nova Iguaçu (RJ)
XI - Resende (RJ)
XII - Rio Branco (AC)
XIII - Santos (SP)
XIV - Teresina (PI)
Art. 2º Habilitar 7 (sete) municípios abaixo relacionados, em virtude de possuírem alta
concentração de leitos psiquiátricos:
I - Cachoeiro do Itapemirim (ES)
II - Caxias do Sul (RS)
III - Juazeiro (BA)
IV - Piedade (SP)
V - Piraquara (PR)
VI - Salto do Pirapora (SP)
VII - Tupã (SP)

82
Art. 3º Habilitar 26 (vinte e seis) municípios abaixo relacionados, por serem os
municípios de origem de beneficiários potenciais do Programa “De Volta para Casa”,
atualmente internados em hospitais psiquiátricos em processo de descredenciamento do SUS:
I - Acari (RN)
II - Além Paraíba (mg)
III - Boqueirão (PB)
IV - Cabo de Santo Agostinho (PE)
V - Campo Formoso (BA)
VI - Caruaru (PE)
VII - Cuité (PB)
VIII - Cruzeta (RN)
IX - Currais Novos (RN)
X - Jaboatão dos Guararapes (PE)
XI - Jaguarari (BA)
XII - Juazeiro (BA)
XIII - Lagoa Nova (RN)
XIV - Lagoa Seca (PB)
XV - Limoeiro (PE)
XVI - Massaranduba (PB)
XVII - Olinda (PE)
XVIII - Ouro Branco (RN)
XIX - Patos (PB)
XX - Paulista (PE)
XXI - Petrolina (PE)
XXII - Pirapora (mg)
XXIII - Queimadas (PB)
XXIV - São Lourenço da Mata (PE)
XXV - Senhor do Bonfim (BA)
XXVI - Vitória de Santo Antão (PE)
Art. 4º Habilitar 30 (trinta) municípios abaixo relacionados, por serem municípios de
origem de pacientes egressos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador:
I - Belmonte
II - Boa Vista do Tupim
III - Brumado
IV - Cachoeira
V - Canavieiras
VI - Coaraci

83
VII - Cruz das Almas
VIII - Dario Moreira
IX - Guanambi
X - Ilhéus
XI - Itapetinga
XII - Itabuna
XIII - Itapitanga
XIV - Jussara
XV - Jequié
XVI - Marcionílio Souza
XVII - Mata de São João
XVIII - Nova Ibiá
XIX - Olindina
XX - Pedrão
XXI - Perdido
XXII - Poções
XXIII - Queimadas
XXIV - Quixabeira
XXV - Ruy Barbosa
XXVI - São Cristovão
XXVII - Serrinha
XXVIII - Teixeira de Freitas
XXIX - Una
XXX - Valença
Art. 5º Habilitar 25 (vinte e cinco) municípios abaixo relacionados, por serem municípios
de origem de beneficiários potenciais do programa “De Volta para Casa”, segundo levantamento
encaminhado ao Ministério da Saúde pelo Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental da
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais:
I - Aimorés
II - Bicas
III - Carandaí
IV - Caratinga
V - Contagem
VI - Divinópolis
VII - Governador Valadores
VIII - Leopoldina
IX - Lima Duarte

84
X - Mariana
XI - Nova Lima
XII - Oliveira
XIII - Ouro Preto
XIV - Passos
XV - Patos de Minas
XVI - Ponte Nova
XVII - Pouso Alegre
XVIII - Sabará
XIX - Santos Dumont
XX - São Sebastião do Paraíso
XXI - São João Nepomuceno
XXII - Sete Lagoas
XXIII - Teófilo Otoni
XXIV - Uberaba
XXV - Viçosa
Art. 6º Estabelecer que os referidos municípios devam encaminhar o pedido de adesão ao
Programa, segundo definido no art. 3º da Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003, num
prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação desta Portaria, para formalização de sua adesão
junto à Secretaria de Atenção à Saúde - (SAS) deste Ministério.
Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

85
PORTARIA Nº 2.197/GM Em 14 DE OUTUBRO DE 2004

Redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e


outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, e dá
outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre


a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental;
Considerando a Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002, que instituiu, no âmbito do
Sistema Único de Saúde – SUS, o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a
Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando a Portaria nº 817/GM, de 30 de abril de 2002, que incluiu, na Tabela SIH-
SUS, grupo específico de procedimentos voltados para a atenção hospitalar a usuários de álcool
e outras drogas;
Considerando as determinações do documento “A Política do Ministério da Saúde para a
Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas” que prioriza que as ações de caráter
terapêutico, preventivo, educativo e reabilitador, direcionadas a pessoas que fazem uso de álcool
e outras drogas (e seus familiares) sejam realizadas na comunidade;
Considerando informações fornecidas pela Organização Mundial da Saúde - OMS, e
sustentadas por estudos e pesquisas epidemiológicas consistentes, de que a dependência de
álcool acomete cerca de 10 a 12% da população mundial;
Considerando as conclusões do Relatório da OMS intitulado “Neurociências: consumo e
dependência de substâncias psicoativas”, que apontam o álcool como importantíssima causa de
mortalidade e incapacidade;
Considerando pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP,
divulgada em 2003, à qual revelou que 11,2% dos brasileiros que moram nas 107 maiores
cidades do País são dependentes de álcool, corroborando consistentemente a equivalência entre
esta realidade nacional e a apontada pela OMS;
Considerando a ocorrência, no triênio 2001/2002/2003, de 246.482 internações para o
tratamento de problemas relacionados ao uso do álcool, que correspondem a 82% do total de
internações decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no período mencionado (DATASUS,
2004);
Considerando o fato de que a atenção hospitalar deve apoiar os casos graves de
dependência de álcool e outras drogas, no que diz respeito a situações de urgência/emergência e
de internações de curta duração que se fizerem necessárias ao manejo terapêutico de tais casos;
Considerando a Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS - que, em suas
estratégias gerais, recomenda a ampliação da atenção integral à saúde, promovendo a
intersetorialidade; e
Considerando a necessidade de que o SUS ofereça respostas integrais e articuladas nos
diferentes níveis de complexidade, de acordo com a demanda apresentada pelos seus usuários,

86
R E S O L V E:

Art. 1° Instituir, no âmbito do SUS, o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool


e outras Drogas, a ser desenvolvido de forma articulada pelo Ministério da Saúde e pelas
Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 2º Estabelecer que o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras
Drogas tenha como seus principais componentes:
I - componente da atenção básica;
II - componente da atenção nos CAPS-AD, ambulatórios e outras unidades extra-
hospitalares especializadas;
III - componente da atenção hospitalar de referência; e
IV - componente da rede de suporte social (associações de ajuda mútua e entidades da
sociedade civil), complementar à rede de serviços disponibilizados pelo SUS.
Art. 3º O componente da atenção básica, de que trata o inciso I do artigo 2° desta Portaria
refere-se à atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas em unidades de atenção
básica, ambulatórios não-especializados, Programa Saúde da Família e Programa de Agentes
Comunitários de Saúde, entre outros dispositivos de cuidados possíveis, no âmbito da atenção
básica, e deve ter como principais características:
I - atuação articulada ao restante da rede de atenção integral aos usuários de álcool e
outras drogas, bem como à rede de cuidados em saúde mental, devendo ainda ser implicada a
rede de cuidados em DST/AIDS;
II - atuação e inserção comunitárias, em maior nível de capilaridade para ações como
detecção precoce de casos de uso nocivo e/ou dependência de álcool e outras drogas, de forma
articulada a práticas terapêuticas/preventivas/educativas, tais como aconselhamento breve e
intervenções breves voltadas para a redução ou o cessar do consumo, contemplando ainda o
encaminhamento precoce para intervenções mais especializadas, ou para a abordagem de
complicações clínicas e/ou psiquiátricas decorrentes de tal consumo; e
III - adoção da lógica de redução de danos, que é estratégica para o êxito das ações
desenvolvidas por essas unidades.
Art. 4º O componente da atenção nos CAPSad, ambulatórios e outras unidades
especializadas, objeto do inciso II, do artigo 2º desta Portaria, obedece a uma lógica de oferta de
cuidados baseados na atenção integral, devendo ter como principais características:
I - oferta aos usuários de álcool e outras drogas e seus familiares, de acolhimento, atenção
integral (práticas terapêuticas/preventivas/de promoção de saúde/educativas/de reabilitação
psicossocial) e estímulo à sua integração social e familiar;
II - inserção comunitária de práticas e serviços, os quais devem atender a uma população
referida a um território específico;
III - funcionamento, especialmente para os CAPSad, segundo normas expressas pelas
Portarias nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, n° 189/SAS, de 20 de março de 2002, nº
816/GM, de 30 de abril de 2002, e n° 305/SAS, de 3 de maio de 2002;
IV - articulação de todas estas unidades ao restante da rede de atenção integral aos
usuários de álcool e outras drogas, bem como à rede de cuidados em saúde mental, devendo
ainda ser considerada a rede de cuidados em DST/AIDS; e
V - adoção da lógica de redução de danos, como estratégica para o êxito das ações
desenvolvidas por estas unidades.
§ 1º As outras unidades ambulatoriais mencionadas devem trabalhar seguindo orientação

87
específica, porém, dentro de sistemática similar à utilizada para os CAPSad, quanto à proposta
de atenção integral a usuários e familiares, à inserção comunitária e à lógica territorial desses
serviços.
§ 2º A criação do Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários
de Álcool e outras Drogas (SHR-ad) não exclui a obrigatoriedade da existência de leitos para
desintoxicação e repouso, conforme previsto pela Portaria nº 336/02/GM, mencionada
anteriormente;
Art. 5º O componente de atenção hospitalar de referência, objeto do inciso III, do artigo
2º desta Portaria, define que os Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad serão instalados em Hospitais Gerais, e têm como
objetivos:
I - compor rede de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, participando do
sistema de organização e regulação das demandas e fluxos assistenciais, em área geográfica
definida, respeitando as atribuições e competências das instâncias do SUS para a sua
implantação e gerenciamento;
II - compor, na rede assistencial, e em sua estrutura de atendimento hospitalar de urgência
e emergência, a rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas;
III - atuar respeitando as premissas do SUS e a lógica territorial, salvo em casos de
ausência de recursos assistenciais similares, onde a clientela atendida poderá ultrapassar os
limites territoriais previstos para a abrangência do serviço;
IV - dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de
urgência/emergência que sejam decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras
drogas, advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial para a Atenção a Usuários de
Álcool e outras Drogas (CAPSad), da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da
Família, e Unidades Básicas de Saúde), e de serviços ambulatoriais especializados e não-
especializados;
V - oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração para usuários de
álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares
disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade
imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº
10.216, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima e curta permanência;
VI - oferecer, nas situações descritas nos incisos III e IV, do artigo 2° desta Portaria,
abordagem, suporte e encaminhamento adequado aos usuários que, mediante avaliação geral,
evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica; e
VII - evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos.
Art. 6º O componente da rede de suporte social, objeto do inciso II, do artigo 2º desta
Portaria inclui dispositivos comunitários de acolhida e cuidados, que devem ter as seguintes
características:
I - estar articulados à rede de cuidados do SUS (não sendo, porém, componentes dessa
rede, mas instância complementar), são exemplos os grupos de mútua ajuda, entidades
congregadoras de usuários, associações comunitárias e demais entidades da sociedade civil
organizada;
II - configurar, assim, estrutura complementar à rede de serviços disponibilizados pelo
SUS; e
III - respeitar as determinações da Lei nº 10.216, para unidades, não componentes da rede
do SUS, que trabalham com a permanência de pacientes em regime fechado.

88
Art. 7° Determinar que os objetivos descritos no artigo 5º desta Portaria sejam
direcionados prioritariamente a pessoas que fazem uso prejudicial de álcool, em face da
magnitude epidemiológica do seu uso e de suas conseqüências, porém, contemplando
igualmente o conjunto de usuários de álcool e outras drogas que apresente a maior demanda por
cuidados, no território de abrangência de cada serviço.
Parágrafo único. O componente hospitalar do Programa de Atenção Integral a Usuários de
Álcool e outras Drogas obedece às determinações da Lei nº 10.216/2001 que são relativas à
internação hospitalar, considerando em sua lógica de funcionamento somente internações
hospitalares que demandem por curta permanência dos usuários, em suas unidades de
referência.
Art. 8º Inserir, na tabela de procedimentos do SIH-SUS, os seguintes procedimentos
específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas, e realizados em
Serviço Hospitalar de Referência (SHR-ad) previamente habilitados:
I - tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas - SHRad (tempo de permanência: 24 a 48
horas);
II - tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço Hospitalar de Referência
para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas - SHRad (tempo de
permanência: 3 a 7 dias); e
III - tratamento de dependência do álcool, com a presença de intoxicação aguda com
evolução para a instalação de síndrome de abstinência grave, ou ainda outros quadros de
síndrome de abstinência seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em
Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras
Drogas - SHRad (tempo de permanência: 3 a 15 dias).
Parágrafo único. Ficam mantidos os procedimentos já contemplados na tabela SIH-SUS,
e relativos à atenção hospitalar a usuários de álcool e outras drogas.
Art. 9° Estabelecer que, em função da existência de diferentes níveis de organização para
as redes assistenciais locais e da variação da incidência e da gravidade dos transtornos
decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e, como primeira etapa do programa, deverão ser
habilitados Serviços Hospitalares de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas
(SRH-ad), de acordo com as prioridades abaixo estabelecidas:
I - regiões metropolitanas;
II - municípios acima de 200.000 habitantes;
III - municípios que já possuam CAPSad em funcionamento; e
IV - municípios onde já esteja implantado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -
SAMU/192.
Parágrafo único. Deverão, também, ser levadas em consideração outras necessidades de
ordem epidemiológica e estratégica para a consolidação da rede assistencial aos usuários de
álcool e outras drogas.
Art. 10. Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta
Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes
Programas de Trabalho:
I - 10.846.1312.0844 - Apoio a Serviços Extra-Hospitalares para Transtornos de Saúde
Mental e Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas;
II - 10.846.1220.0906 - Atenção à Saúde dos Municípios Habilitados em Gestão Plena do
Sistema e nos Estados Habilitados em Gestão Plena/Avançada; e

89
III - 10.846.1220.0907 - Atenção à Saúde dos Municípios não-Habilitados em Gestão
Plena do Sistema e nos Estados não-Habilitados em Gestão Plena/Avançada.
Art. 11. Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que adote as providências
necessárias ao cumprimento e à regulamentação do disposto nesta Portaria, no que se refere aos
procedimentos a serem realizados pelos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHR-ad), critérios para habilitação e normas
de funcionamento.
Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA
Comentário:

Institui, no âmbito do SUS, o Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras


Drogas. Merece atenção especial a instituição dos Serviços Hospitalares de Referência para a
Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas em Hospitais Gerais.

90
PORTARIA Nº 245/GM Em 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Destina incentivo financeiro para implantação de Centros de


Atenção Psicossocial e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e
diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental; e
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-
hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da Federação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar ao Distrito Federal, aos Estados, e aos Municípios, incentivo financeiro,
para implantação de novos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, observadas as diretrizes da
Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.

Art. 2º Determinar que as solicitações de incentivo para implantação dos CAPS sejam
apresentadas ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da
Saúde, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;


II - projeto terapêutico do serviço;
III - cópia das identidades profissionais dos técnicos compondo equipe mínima, segundo
as diretrizes da Portaria 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002;
IV - termo de compromisso do gestor local, assegurando o início do funcionamento do
CAPS em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo financeiro de que trata esta
Portaria; e
V - proposta técnica de aplicação dos recursos.

Art. 3º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a
devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de implantação efetiva
do CAPS, definido nesta Portaria.

Art. 4º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para cada CAPS I em fase de implantação;


II - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPS II em fase de implantação;
III - R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para cada CAPSi em fase de implantação;
IV - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPS III em fase de implantação; e
V - R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) para cada CAPSad, em fase de implantação.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos, dos


Estados, Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de
média e alta complexidade.

91
§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos Centros de
Atenção Psicossocial, podendo ser utilizados para reforma do local em que funcionará o CAPS,
compra de equipamentos, aquisição de material de consumo e/ou capacitação da equipe técnica
e outros itens de custeio.
§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a
implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 5º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o seguinte programa de trabalho:
10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de
Transtornos Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e Outras Drogas.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, cessando os efeitos da
Portaria nº 1.935/GM, de 16 de setembro de 2004, publicada no DOU nº 180, de 17 de setembro
de 2004, Seção 1, pág. 51.

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Define o repasse fundo a fundo do incentivo antecipado para implantação dos novos CAPS aos
estados, municípios e Distrito Federal e estabelece os critérios para transferência.

92
PORTARIA Nº 246/GM Em 17 DE FEVEREIRO DE 2005

Destina incentivo financeiro para implantação de Serviços


Residenciais Terapêuticos e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando as Portarias nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000, que cria os Serviços
Residenciais Terapêuticos, e nº 1.220/GM, de 7 de novembro de 2000, que regulamenta seu
funcionamento;
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-
hospitalar de atenção à saúde mental em todas as unidades da Federação; e
Considerando a importância que os Serviços Residenciais Terapêuticos apresentam para o
processo de reformulação do modelo assistencial em saúde mental, a implementação e o
fortalecimento do Programa de Volta para Casa e a consolidação do Programa de Reorientação
da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar para o Distrito Federal, os estados e os municípios, incentivo financeiro


para implantação de Serviços Residenciais Terapêuticos - SRT, observadas as diretrizes da
Portaria nº 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000.

Art. 2º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja
efetivado, que o gestor responsável pelo Serviço Residencial Terapêutico encaminhe ao
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE, Área Técnica de Saúde Mental, da
Secretaria de Atenção à Saúde - SAS, e para a Secretaria de Saúde Estadual correspondente, se
for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício assinado pelo gestor informando a situação (em funcionamento ou em fase de


implantação/adequação) dos Serviços Residenciais Terapêuticos;
II - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro, informando o número de
residências que pretende implantar/adequar, com as informações constantes da Planilha, cujo
modelo consta do Anexo desta Portaria, devidamente preenchida;
III – termo de compromisso do gestor local assegurando o início do funcionamento do
Serviço Residencial Terapêutico em até 3 (três) meses após o recebimento do incentivo,
IV - projeto terapêutico do serviço residencial;
V - identificação do serviço de saúde mental e/ou equipe de saúde mental responsável
pelo suporte terapêutico aos moradores do Serviço Residencial Terapêutico; e
VI - proposta técnica de aplicação dos recursos.

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos, dos


Estados, dos Municípios, e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de
média e alta complexidade, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada módulo com oito
vagas, podendo a residência ter de um até oito moradores.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na melhoria e/ou implantação dos


Serviços Residenciais Terapêuticos, conforme estabelecido no inciso VI do artigo 2º.

93
Art. 3º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a
devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de implantação efetiva
do Serviço Residencial Terapêutico, definido nesta Portaria.

Art. 4º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o seguinte programa de trabalho:
10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de
Transtornos Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e Outras Drogas.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, cessando os efeitos da
Portaria nº 2.068, de 24 de setembro de 2004, publicada no DOU nº 186, de 27 de setembro de
2004, Seção 1, pág. 31.

HUMBERTO COSTA

ANEXO - Informações Referentes aos Serviços Residenciais Terapêuticos

UF:
Nome do município: Nome do gestor responsável pelo SRT:
Nº de casa(s) (módulos): Nº de moradores por módulo:
Natureza Jurídica do SRT: CNPJ:
Endereço completo do SRT: Telefone:
FAX: Nome do técnico responsável/supervisor do SRT:
Telefone de contato: E-mail:

Identificação da Unidade Ambulatorial ou Equipe de Saúde Mental de referência (localização,


endereço e telefone de contato):

Código CNES, quando cadastrado: Data do cadastro no SUS:

Data de início de funcionamento do SRT:


Origem dos recursos para a manutenção dos serviços:

Para os serviços residenciais que já estão em funcionamento, preencher o quadro abaixo (um
quadro para cada um dos SRT), além dos dados anteriores:
Nome do técnico responsável pelo SRT:
Nome do(s) cuidador(es) e horário de trabalho:

Procedência
Tempo
(Hospital,
Nome doData de que
Idade Raça SexoCPF CI abrigo, Possui
Morador Nascimento está no
morador dealgum Benefício
SRT
rua etc)
Aux. Outr
LOAS
Reabilitação o

Comentário:
Esta portaria define o incentivo no valor de R$10.000,00 (dez mil reais) para a implantação ou
melhoria dos Serviços Residenciais Terapêuticos. O repasse é feito em parcela única e não
onera os tetos estaduais e municipais.

94
PORTARIA Nº 429/GM Em 22 DE MARÇO DE 2005.

Institui o Comitê Técnico Assessor para a Política de Álcool e de


Outras Drogas do Ministério da Saúde.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e considerando a


necessidade do estabelecimento, no âmbito de atuação do Ministério da Saúde, de mecanismo
ágil e eficaz de consulta sistemática à comunidade científica e à sociedade civil, para a
condução adequada da Política para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Drogas,

R E S OL V E:

Art. 1º Instituir o Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas
do Ministério da Saúde, de caráter consultivo sobre os aspectos técnicos e científicos
necessários ao aprimoramento das políticas sobre o álcool e outras drogas da Área Técnica de
Saúde Mental, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção
à Saúde, visando à inserção de suas diretrizes e prioridades no contexto e na organização do
Sistema Único de Saúde - SUS.

Art 2º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas será
composto por membros que representam os segmentos do poder público, da comunidade
científica e da sociedade, oriundos de instituições públicas e privadas envolvidas com atividades
de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de álcool e outras drogas, bem como
aqueles envolvidos com o tema redução de danos.

Parágrafo único. Os membros deverão declarar a inexistência de conflito de interesses com suas
atividades no debate dos temas inscritos no Comitê, sendo que, na eventualidade da existência
de conflito de interesses, deverão abster-se de participar da sessão e da deliberação sobre o
tema.

Art. 3º Compete ao Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras


Drogas:

I - Promover a discussão de temas e/ou demandas relevantes e de abrangência nacional


associados às estratégias de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de álcool e
outras drogas e de redução de danos, com vistas a assessorar a Coordenação de Saúde Mental na
formulação de políticas públicas;
II - garantir a interlocução formal entre os membros do Comitê e os diferentes segmentos
governamentais e não-governamentais como estratégia para o aprimoramento de marcos
conceituais das políticas públicas de promoção da saúde, prevenção e tratamento do uso de
álcool e outras drogas e de redução de danos; e
III - estabelecer espaço de discussão conceitual e de definições técnicas, de forma coletiva
e consensuada das políticas nacionais relacionadas com o tema, observando as necessidades e as
especificidades das diferentes regiões geográficas do País.

Art. 4º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas será
coordenado pelo titular da Área Técnica de Saúde Mental, do Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde e/ou por
seu suplente, que terá as seguintes atribuições:

I - coordenar as reuniões do Comitê;

95
II - indicar um assessor técnico da área para desenvolver atividades necessárias para o
funcionamento do Comitê;
III - encaminhar as atas e os relatórios para a apreciação do Ministro da Saúde; e
IV - submeter à apreciação e aprovação do Ministro da Saúde as recomendações oriundas
das reuniões ordinárias e extraordinárias.

Art. 5º Os membros do Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras


Drogas serão nomeados por Portaria da Secretaria de Atenção à Saúde/SAS/MS.

Art. 6º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas reunir-
se-á três vezes ao ano, ou extraordinariamente, quando convocados pelo seu Coordenador,
sendo que suas reuniões serão realizadas com a presença de, no mínimo, cinqüenta por cento de
seus membros.
§ 1º Os membros desse Comitê terão mandato de 2 (dois) anos consecutivos, sendo que
1/3 (um terço) do total dos membros poderão ser reconduzidos a mais um mandato.
§ 2º Os membros poderão deixar de integrar o Comitê a qualquer tempo, a pedido do
membro integrante ou a critério dos demais membros, mediante a formalização da solicitação de
desligamento feita ao Coordenador.
§ 3º O Comitê Técnico Assessor para a Política do Álcool e de Outras Drogas terá seu
trabalho normatizado por Regimento Interno.

Art. 7º As reuniões ordinárias e extraordinárias serão realizadas em Brasília ou em local a


ser definido por decisão do Coordenador.

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Cria o Comitê Técnico Assessor da Política de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde.
Instância consultiva do SUS para a questão de álcool e outras drogas. Composto de
representantes de diversas instituições e organizações.

96
PORTARIA Nº 1.028/GM DE 1º DE JULHO DE 2005

Determina que as ações que visam à redução de danos sociais e à


saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que
causem dependência, sejam reguladas por esta Portaria.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando que cabe ao Ministério da Saúde regulamentar as ações destinadas à


redução de danos sociais e à saúde decorrentes do uso de álcool e outras drogas, conforme os
termos do art. 12, inciso II, da Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002;
Considerando as diretrizes da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral dos
Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando as recomendações produzidas pelo Grupo de Trabalho Interministerial
relacionado à política específica sobre bebidas alcoólicas, criado por intermédio do Decreto
Presidencial do dia 28 de maio de 2003;
Considerando que as intervenções de saúde dirigidas aos usuários e dependentes de álcool
e outras drogas devem ser ampliadas e estar baseadas na melhoria da qualidade de vida das
pessoas;
Considerando a urgência de diminuir os índices da infecção dos vírus HIV e Hepatites B
e C entre usuários de drogas injetáveis; e
Considerando o crescente consumo de bebidas alcoólicas entre jovens e os acidentes de
trânsito decorrentes do uso desta substância,

R E S O L V E:

Art. 1º Determinar que as ações que visam à redução de danos sociais e à saúde,
decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, sejam
reguladas por esta Portaria.
Art. 2º Definir que a redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos,
substâncias ou drogas que causem dependência, desenvolva-se por meio de ações de saúde
dirigidas a usuários ou a dependentes que não podem, não conseguem ou não querem
interromper o referido uso, tendo como objetivo reduzir os riscos associados sem,
necessariamente, intervir na oferta ou no consumo.
Art. 3º Definir que as ações de redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de
produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, compreendam uma ou mais das
medidas de atenção integral à saúde, listadas a seguir, praticadas respeitando as necessidades do
público alvo e da comunidade:
I - informação, educação e aconselhamento;
II - assistência social e à saúde; e
III - disponibilização de insumos de proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e
Hepatites.
Art. 4º Estabelecer que as ações de informação, educação e aconselhamento tenham por

97
objetivo o estímulo à adoção de comportamentos mais seguros no consumo de produtos,
substâncias ou drogas que causem dependência, e nas práticas sexuais de seus consumidores e
parceiros sexuais.
§ 1º São conteúdos necessários das ações de informação, educação e aconselhamento:
I - informações sobre os possíveis riscos e danos relacionados ao consumo de produtos,
substâncias ou drogas que causem dependência;
II - desestímulo ao compartilhamento de instrumentos utilizados para consumo de
produtos, substâncias ou drogas que causem dependência;
III - orientação sobre prevenção e conduta em caso de intoxicação aguda (“overdose”);
IV - prevenção das infecções pelo HIV, hepatites, endocardites e outras patologias de
padrão de transmissão similar;
V - orientação para prática do sexo seguro;
VI - divulgação dos serviços públicos e de interesse público, nas áreas de assistência
social e de saúde; e
VII - divulgação dos princípios e garantias fundamentais assegurados na Constituição
Federal e nas declarações universais de direitos.
§ 2º As ações de informação, educação e aconselhamento devem, necessariamente, ser
acompanhadas da distribuição dos insumos destinados a minimizar os riscos decorrentes do
consumo de produtos, substâncias e drogas que causem dependência.
Art. 5º Estabelecer que a oferta de assistência social e à saúde, na comunidade e em
serviços, objetive a garantia de assistência integral ao usuário ou ao dependente de produtos,
substâncias ou drogas que causem dependência.
Parágrafo único. São ações necessárias na oferta de assistência social e à saúde, quando
requeridas pelo usuário ou pelo dependente:
I - o tratamento à dependência causada por produtos, substâncias ou drogas;
II - o diagnóstico da infecção pelo HIV e o tratamento da infecção pelo HIV e da AIDS;
III - a imunização, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais;
IV - o diagnóstico e o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis (DST); e
V - a orientação para o exercício dos direitos e garantias fundamentais previstos na
Constituição Federal e quaisquer outros relativos à manutenção de qualidade digna da vida.
Art. 6º Definir que as estratégias de redução de danos incluam a disponibilização de
insumos de prevenção ao HIV/Aids e as estratégias da saúde pública dirigidas à proteção da
vida e ao tratamento dos dependentes de produtos, substâncias e drogas que causem
dependência.
Art. 7º Estabelecer que as iniciativas relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas
sejam incluídas nas estratégias de redução de danos, dados os agravos relacionados a esta
substância na população geral e que devam ser articuladas intersetorialmente de forma a
potencializar os efeitos de promoção à saúde.
Art. 8º Definir que as ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em todos os
espaços de interesse público em que ocorra ou possa ocorrer o consumo de produtos,
substâncias ou drogas que causem dependência, ou para onde se reportem os seus usuários.
Parágrafo único. As disposições desta Portaria aplicam-se no âmbito do sistema
penitenciário, das cadeias públicas, dos estabelecimentos educacionais destinados à internação

98
de adolescentes, dos hospitais psiquiátricos, dos abrigos, dos estabelecimentos destinados ao
tratamento de usuários ou dependentes ou de quaisquer outras instituições que mantenham
pessoas submetidas à privação ou à restrição da liberdade.
Art. 9º Estabelecer que as ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em
consonância com a promoção dos direitos humanos, tendo especialmente em conta o respeito à
diversidade dos usuários ou dependentes de produtos, substâncias ou drogas que causem
dependência.
§ 1º Em todas as ações de redução de danos, devem ser preservadas a identidade e a
liberdade da decisão do usuário ou dependente ou pessoas tomadas como tais, sobre qualquer
procedimento relacionado à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento.
§ 2º A contratação de pessoal para o trabalho com redução de danos, de que trata esta
Portaria, deve dar prioridade aos membros da comunidade onde as ações serão desenvolvidas,
observadas, no âmbito da Administração Pública, as normas de acesso a cargos ou empregos
públicos, levando-se em conta principalmente o acesso à população alvo, independentemente do
nível de instrução formal.
Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA
Comentário:
Regulamenta e define ações de redução de danos nos âmbitos da prevenção e atenção à saúde.

99
PORTARIA Nº 1.059/GM DE 4 DE JULHO DE 2005

Destina incentivo financeiro para o fomento de ações de redução


de danos em Centros de Atenção Psicossocial para o Álcool e
outras Drogas - CAPSad - e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando que as estratégias de redução de danos fazem parte da Política Nacional
Antidrogas (2003);
Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que define as normas e
diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde mental;
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-
hospitalar de atenção à Saúde Mental em todas as unidades da federação; e
Considerando a necessidade de articulação no território das ações de redução de danos à
saúde dirigidas a usuários de álcool e outras drogas com a rede de atenção em saúde mental,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar ao Distrito Federal, aos estados, e aos municípios, incentivo financeiro,
para o fomento de ações de redução de danos nos Centros de Atenção Psicossocial para o
Álcool e outras Drogas - CAPSad cadastrados e em funcionamento, observadas as diretrizes da
Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.
Art. 2º Definir que, no âmbito desta Portaria, entende-se ações de redução de danos como
intervenções de saúde pública que visam prevenir as conseqüências negativas do uso de álcool e
outras drogas, tais como:

I - ampliação do acesso aos serviços de saúde, especialmente dos usuários que não têm
contato com o sistema de saúde, por meio de trabalho de campo;
II - distribuição de insumos (seringas, agulhas, cachimbos) para prevenir a infecção dos
vírus HIV e Hepatites B e C entre usuários de drogas;
III - elaboração e distribuição de materiais educativos para usuários de álcool e outras
drogas informando sobre formas mais seguras do uso de álcool e outras drogas e sobre as
conseqüências negativas do uso de substâncias psicoativas;
IV - ampliação do número de unidades de tratamento para o uso nocivo de álcool e outras
drogas;
V - outras medidas de apoio e orientação, com o objetivo de modificar hábitos de
consumo e reforçar o auto-controle.

Art. 3º Determinar que as solicitações de incentivo para o fomento das ações de redução
de danos sejam apresentadas ao Ministério da Saúde, com cópia para a respectiva Secretaria de
Estado da Saúde, devendo ser instruídas com os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;


II - descrição das estratégias comunitárias de redução de danos vinculadas ao CAPSad,
com duração mínima de 12 meses e definição da área de abrangência e o número de usuários de
álcool e outras drogas previstos a serem acessadas;
III - relação dos agentes redutores de danos que estarão vinculados ao serviço,
acompanhada de dados de identificação;

100
IV - termo de compromisso do gestor local, assegurando o início das ações em até 3 (três)
meses após o recebimento do incentivo financeiro de que trata esta Portaria; e
V - proposta técnica de aplicação dos recursos.

Art. 4º Estabelecer como condições indispensáveis para que os municípios ou estados e


Distrito Federal habilitem-se ao recebimento do incentivo definido nesta Portaria:

I - existência de CAPSad cadastrado no município a ser beneficiado;


II - população do município superior a 100.000 habitantes.

Parágrafo único. No caso de Estados e do Distrito Federal, o gestor deverá apresentar


proposta técnica especificando a região de abrangência do programa de redução de danos a ser
apoiado.

Art. 5º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a
devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de início das ações
definido nesta Portaria.

Art. 6º Definir que o incentivo de que trata o artigo 1º desta Portaria seja da ordem de
R$50.000,00 (cinqüenta mil reais) anuais.
§ 1º O incentivo será transferido, em parcela única anual, aos respectivos fundos, dos
Estados, Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da assistência de
média e alta complexidade.
§ 2º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas os
serviços de natureza jurídica pública.

Art. 7º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o programa de trabalho
10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos
Mentais e Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas.

Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Cria incentivo financeiro a ser repassado aos Estados e Municípios que desenvolvam ações de
redução de danos vinculadas ao trabalho dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
(CAPSad).

101
PORTARIA Nº 384 DE 05 DE JULHO DE 2005

Autoriza os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS I a realizarem procedimentos


de atenção a usuários de álcool e outras drogas.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria GM/MS n° 336, de 19 de fevereiro de 2002, que define as


normas e diretrizes para a organização dos serviços que prestam assistência em saúde
mental;
Considerando as informações epidemiológicas relativas ao uso e dependência de
álcool e outras drogas nas cidades de grande, médio e pequeno porte;
Considerando as recomendações do Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental,
realizado nos dias 24 a 26 de Novembro de 2004;
Considerando a necessidade de potencializar a atenção a dependentes de álcool e
outras drogas em municípios de pequeno porte e;
Considerando a urgência na ampliação da oferta de atendimentos para dependentes de
álcool e outras drogas realizados em Centros de Atenção Psicossocial I (CAPS I), resolve:

Art.1º- Autorizar os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS I a realizarem


procedimentos de atenção a usuários de álcool e outras drogas, caracterizados pelos códigos
diagnósticos F10 até F19 do CID-10.

Art.2º- Definir que a inclusão de novos procedimentos não altera os valores de repasse
financeiro descritos na Portaria SAS nº189, de 20 de Março de 2002.

Art.3º - Definir que caberá ao Departamento de Informática do SUS/DATASUS a adoção


das providências necessárias ao cumprimento do disposto nesta Portaria, no prazo de 30 (trinta)
dias a contar da data da publicação deste ato.

JORGE SOLLA
Secretário

Comentário:
Autoriza os CAPS I a cobrar os procedimentos relativos ao atendimento de usuários de álcool e
outras drogas.

102
PORTARIA Nº 395 DE 07 DE JULHO DE 2005

Determina que os hospitais psiquiátricos dos grupos II a IV, que não


aderiram ao Programa de reestruturação da Assistência Psiquiátrica
Hospitalar no SUS-2004, voltem a ser remunerados conforme valores
definidos na Portaria SAS n° 77, de 1º de fevereiro de 2002.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,


Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa
Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004;
Considerando a Portaria nº 53/GM, de 20 de janeiro de 2004, que criou novos
procedimentos no âmbito do Plano Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica
Hospitalar no SUS – 2004;
Considerando que o prazo para realização da 1ª etapa do Programa já foi prorrogado pelas
Portarias 1.102/GM, de 4 de junho de 2004, e 1.628/GM, de 04 de agosto de 2004;
Considerando que a maioria dos hospitais psiquiátricos aderiram ao Programa, realizando
a retificação/ajuste de leitos para módulos de 40 leitos, conforme preconiza a Portaria nº
52/GM;
Considerando a Portaria 251/GM, de 31 de janeiro de 2002, que estabelece diretrizes e
normas para assistência hospitalar em psiquiatria e reclassifica hospitais psiquiátricos;
Considerando as atualizações, pelos gestores estaduais/ municipais, dos dados cadastrais
dos estabelecimentos de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES,
resolve:

Art 1º - Determinar que os hospitais psiquiátricos dos grupos II a IV (classes III a XIII),
constantes do Anexo I, que não aderiram ao Programa de Reestruturação da Assistência
Psiquiátrica Hospitalar no SUS – 2004, por meio da assinatura de um Termo de Compromisso e
Ajustamento para redução de leitos na 1ª etapa do Programa (ajuste/retificação a módulos de 40
leitos), voltem a ser remunerados conforme os valores definidos na Portaria nº 77/SAS, de 1º de
fevereiro de 2002.

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir de 1º de agosto de 2005.

JORGE SOLLA
Secretário

103
ANEXO

UF MUNICÍPIO CNPJ HOSPITAL Nº LEITOS SUS CLASSE VALORES


DIÁRIAS DA
PT 77/02

CE FORTALEZA 07954571003715HOSPITAL DE 210 V 27,16


SAUDE MENTAL
DE MESSEJANA
ES CACHOEIRO DE 27187301000122CLINICA DE 405 VIII 26,28
ITAPEMIRIM REPOUSO SANTA
ISABEL
MG BELO 17478223000161CLINICA NOSSA 236 VI 26,86
HORIZONTE SENHORA DE
LOURDES LTDA
PB JOAO PESSOA 09108614000166CASA DE SAUDE 191 V 27,16
SAO PEDRO LTDA
PB JOAO PESSOA 09096181000176INST DE 180 V 27,16
PSIQUIATRIA DA
PARAIBA LTDA

104
PORTARIA Nº 1.169, DE 7 DE JULHO DE 2005

Destina incentivo financeiro para municípios que desenvolvam projetos de Inclusão Social
pelo Trabalho destinados a pessoas portadoras de transtornos mentais e/ou de transtornos
decorrentes do uso de álcool e outras drogas, e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições,

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe


sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o
modelo assistencial em saúde mental, e da Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que cria o
Programa De Volta para Casa e institui o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes
acometidos de transtornos mentais egressos de internações;

Considerando as recomendações da III Conferência de Saúde Mental, ocorrida em


Brasília, de 11 a 15 de dezembro de 2001;

Considerando as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, que buscam construir


um efetivo lugar social para os portadores de transtornos mentais, por intermédio de ações que
ampliem sua autonomia e melhora das condições concretas de vida, entendendo que as ações de
inclusão social pelo trabalho são atividades laborais de geração de renda, inserção econômica na
sociedade e emancipação do usuário;

Considerando as diretrizes gerais das Políticas de Economia Solidária e da Reforma


Psiquiátrica, que têm como eixos a solidariedade, a inclusão social e a geração de alternativas
concretas para melhorar as condições reais da existência de segmentos menos favorecidos;

Considerando a Portaria Interministerial nº 353, dos Ministérios da Saúde e do Trabalho


e Emprego, de 7 de março de 2005, que institui o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e
Economia Solidária, resolve:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para os municípios que se habilitarem junto ao


Ministério da Saúde para o desenvolvimento de atividades de inclusão social pelo trabalho
destinadas a pessoas portadoras de transtornos mentais e/ou de transtornos decorrentes do uso
de álcool e outras drogas.
Art. 2º Estabelecer os seguintes critérios para a habilitação dos municípios:

I - possuir rede de atenção à saúde mental extra-hospitalar, de base comunitária e territorial


(Centros de Atenção Psicossocial, Residências Terapêuticas, Ambulatórios e outros serviços);
II- ter habilitação prévia no Programa De Volta para Casa; e
III estar incluído no Cadastro de Iniciativas de Inclusão Social pelo Trabalho -CIST, elaborado e
acompanhado pelo Grupo de Trabalho Saúde Mental e Economia Solidária.

Art. 3º Definir como prioritários para o recebimento do incentivo financeiro os


municípios que:
I - tenham número elevado de leitos de longa permanência em hospital psiquiátrico;
II - tenham implantado Serviços Residenciais Terapêuticos;
III - tenham aderido ao Programa De Volta pra Casa, e
IV - apresentem articulações efetivas entre a área de saúde mental e a rede de economia
solidária.

105
Art. 4º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja
efetivado, que o gestor do município encaminhe ao Departamento de Ações Programáticas e
Estratégicas - DAPE - Área Técnica de Saúde Mental, da Secretaria de Atenção à Saúde, deste
Ministério, e para a Secretaria Estadual correspondente, se for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício assinado pelo gestor solicitando o incentivo financeiro e identificando o projeto ou o


conjunto de projetos que será beneficiado;
II - termo de compromisso do gestor local assegurando a aplicação integral do incentivo
financeiro no projeto ou no conjunto de projetos em até 3 (três) meses após seu recebimento; e
III - plano de aplicação do recurso.

Art. 5º Definir os valores a seguir descritos para o incentivo de que trata esta Portaria:

I - R$ 5.000,00 para municípios que possuam entre 10 e 50 usuários de serviços de saúde mental
em projetos de inclusão social pelo trabalho;
II - R$ 10.000,00 - para municípios que possuam entre 51 e 150 usuários de serviços de saúde
mental em projetos de inclusão social pelo trabalho; e
III - R$ 15.000,00 - para municípios que possuam mais de 150 usuários de serviços de saúde
mental em projetos de inclusão social pelo trabalho.

Art. 6º Determinar que o incentivo seja transferido em parcela única ao respectivo


fundo, do estado, do município ou do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da
assistência de média e alta complexidade.

Art. 7º Estabelecer que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a
devolução dos recursos recebidos, caso haja o descumprimento do prazo de aplicação efetiva
definido nesta Portaria.

Art. 8º Definir que serão destinados, para as ações previstas nesta Portaria, recursos da
ordem de R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais), para o exercício de 2005, e
1.900.000,00 (hum milhão e novecentos mil reais) para o exercício de 2006, oriundos do
orçamento do Ministério da Saúde, nas seguintes ações:

I - 10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de Transtornos


Mentais e de Transtornos decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas; e
II - 10.571.1312.8525 Fomento a Estudos e Pesquisas sobre a Saúde de Grupos Populacionais
Estratégicos e em Situações Especiais de Agravo.

Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Esta portaria possui relevância para os programas de inclusão social, que são articulados com a
rede pública de saúde mental, na medida em que cria uma linha específica de financiamento
para equipar iniciativas de geração de trabalho e renda e/ou para capacitar usuários, familiares e
profissionais da saúde mental.

106
PORTARIA Nº 1174/GM DE 7 DE JULHO DE 2005.

Destina incentivo financeiro emergencial para o Programa de


Qualificação dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS e dá outras
providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;
Considerando as recomendações da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que
deliberou pela criação de programas estratégicos, interdisciplinares e permanentes que
promovam a qualificação da rede de atenção psicossocial;
Considerando a Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, que estabelece as
modalidades de atendimento dos CAPS e a Portaria n° 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002,
que regulamenta e define os procedimentos dos Centros de Atenção Psicossocial;
Considerando a necessidade de acelerar a estruturação e a consolidação da rede extra-
hospitalar de atenção à saúde mental em todas as unidades da federação;
Considerando que os Centros de Atenção Psicossocial são serviços fundamentais para a
Reforma Psiquiátrica Brasileira e são os dispositivos estratégicos para o ordenamento da rede de
atenção psicossocial em seu território de referência;
Considerando que os CAPS, por ter papel estratégico na reforma do modelo assistencial,
devem constituir-se como espaços de formação;
Considerando a necessidade de aperfeiçoar a integração dos Centros de Atenção
Psicossocial - CAPS com a rede básica de saúde;
Considerando a importância de prover uma participação mais efetiva dos familiares nos
CAPS e a realização sistemática de atividades com a participação de familiares;
Considerando que é atribuição dos gestores garantir o funcionamento adequado e
eficiente dos serviços de saúde;
Considerando a deliberação de grupo de trabalho específico, do Congresso Brasileiro dos
CAPS, realizado em 2004, sobre a implantação de supervisão clínico-institucional nesses
serviços; e
Considerando que, em avaliação nacional dos CAPS (AVALIAR CAPS – BR/2005),
verificou-se a inexistência de acompanhamento e supervisão clínico-institucional regular na
maioria dos CAPS de todos os estados e do distrito federal, bem como identificaram-se
outras necessidades de qualificação,

R E S O L V E:

Art. 1º Destinar incentivo financeiro para o Distrito Federal, os estados e os


municípios, em caráter emergencial e temporário, para que os municípios desenvolvam
Programa de Qualificação do Atendimento e da Gestão dos Centros de Atenção Psicossocial
- CAPS.

Art. 2º Estabelecer que o Programa de Qualificação dos CAPS deva incluir as seguintes
ações: a) supervisão clínico-institucional regular (semanal); b) ações de atenção domiciliar e em
espaços comunitários; c) ações de acompanhamento integrado com a rede de atenção básica em
seu território de referência; d) realização de projetos de estágio e de treinamento em serviço, em
articulação com centros formadores; e) ações de integração com familiares e comunidade; f)

107
desenvolvimento de pesquisas que busquem a integração entre teoria e prática e a produção de
conhecimento, em articulação com centros formadores.

Art. 3º Definir como supervisão clínico-institucional o trabalho de um profissional de


saúde mental externo ao quadro de profissionais dos CAPS, com comprovada habilitação
teórica e prática, que trabalhará junto à equipe do serviço durante pelo menos 3 a 4 horas por
semana, no sentido de assessorar, discutir e acompanhar o trabalho realizado pela equipe, o
projeto terapêutico do serviço, os projetos terapêuticos individuais dos usuários, as questões
institucionais e de gestão do CAPS e outras questões relevantes para a qualidade da atenção
realizada.

Art. 4º Estabelecer que uma comissão técnica de caráter consultivo, coordenada pelo
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental,
acompanhe e analise as solicitações de incentivo emergencial para supervisão nos CAPS.

Parágrafo único. A comissão técnica consultiva terá, entre suas atribuições, a de


assessorar os municípios na articulação com as instituições formadoras, de modo a facilitar a
implantação do Programa de Qualificação dos CAPS.

Art. 5º Estabelecer, como exigência para que o repasse do incentivo financeiro seja
efetivado, que o gestor municipal/estadual responsável pelos CAPS encaminhe ao
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – DAPES - Área Técnica de Saúde Mental,
da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS, e para a Secretaria de Saúde Estadual correspondente,
se for o caso, os seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro para a implantação do Programa de


Qualificação dos CAPS, informando o número de CAPS do município que serão contemplados.
II - projeto técnico do Programa de Qualificação dos CAPS (conforme roteiro sugerido
pelo Ministério da Saúde, disponível no portal http://pvc.datasus.gov.br).
III - currículo – vitae do profissional que fará a supervisão clínico-institucional em cada
CAPS; e
IV - relatórios trimestrais sobre as ações do Programa de Qualificação encaminhados pelo
gestor local, elaborado e assinado pelo supervisor de cada CAPS e com a assinatura da
coordenação do serviço.

Art. 6º Os incentivos terão o valor total de R$10.000,00 (dez mil reais) para cada CAPS
com solicitação aprovada e serão transferidos aos fundos dos estados, dos municípios, e do
Distrito Federal, em três parcelas de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), R$ 3.000,00 (três mil reais)
e R$ 3.000,00 (três mil reais) nesta ordem, sem onerar os respectivos tetos da assistência de
média e alta complexidade.

§ 1º Com o objetivo de permitir mais extensa e equânime distribuição de recursos a todos


os municípios, naqueles que tiverem mais de três CAPS em funcionamento, os valores de
repasse, a partir do 4º CAPS, serão de R$ 6.000,00 (seis mil reais), em três parcelas iguais de
R$ 2.000,00 (dois mil reais).
§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação do Programa de
Qualificação dos CAPS, conforme estabelecido no artigo 2º desta portaria.
§ 3º O repasse da segunda e terceira parcelas fica condicionado à análise dos relatórios
trimestrais previstos no inciso IV do Artigo 5º desta Portaria.

Art. 7º O incentivo financeiro, objeto desta Portaria, tem caráter emergencial e, terá
duração de um ano, a contar da publicação da portaria pelo Ministério da Saúde.

108
Art. 8º Recomendar aos municípios que não possuírem profissionais habilitados para
realizarem a supervisão clínico-institucional dos CAPS que apresentem projetos ao Ministério
da Saúde, visando ao desenvolvimento de programas de formação de profissionais habilitados
para a função de supervisores.

Art. 9º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes programas de trabalho:

I - 10.571.1312.8525 - Fomento a Estudos e Pesquisas sobre a Saúde de Grupos


Populacionais Estratégicos e em Situações Especiais de Agravo.
II - 10.302.1312.8529 - Serviços Extra-Hospitalares de Atenção aos Portadores de
Transtornos Mentais e de Transtornos Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HUMBERTO COSTA

Comentário:
Destina incentivo financeiro no valor de R$ 10.000,00 para o desenvolvimento do Programa de
Supervisão Clínico-institucional e Qualificação do Atendimento e da Gestão dos Centros de
Atenção Psicossocial – CAPS e estabelece critérios para a implantação do programa. Além de
prover orientação técnica para as equipes do CAPS, este programa é um valioso dispositivo de
aperfeiçoamento da gestão e de apoio à equipe

109
PORTARIA Nº 1.612/GM DE 9 DE SETEMBRO DE 2005.

Aprova as Normas de Funcionamento e Credenciamento/ Habilitação


dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e outras Drogas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade da oferta de suporte hospitalar estratégico para a rede de


atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência decorrentes do uso de álcool e de
outras drogas que demandem por internações de curta duração que se fizerem necessárias ao
manejo terapêutico de tais casos;
Considerando a Portaria nº 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a
atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde -
SUS;
Considerando a necessidade de identificar nos Sistemas de Informações (SIH e SCNES)
os Hospitais de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas
(SHR-ad); e
Considerando a necessidade de definir mecanismos para operacionalização dos
procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas, e
realizados em Hospitais de Referência (SHR-ad) previamente habilitados,

R E S O L V E:

Art 1º Aprovar, na forma do Anexo I desta Portaria, as Normas de Funcionamento e


Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral
aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.
Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios em Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde deverão adotar as medidas
necessárias à organização/habilitação/cadastramento das unidades de que trata o caput deste
artigo, em seus respectivos âmbitos de atuação.

Art. 2º Incluir, na Tabela de Serviços/Classificações dos Sistemas de Informações do


SUS, no Serviço de Código 014 - ATENÇÃO PSICOSSOCIAL, a classificação de código 006 –
Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras
Drogas – (SHR-ad) com a seguinte descrição:

Código
Código Descrição
classifica Descrição classificação
Serviço serviço
ção
Serviço Hospitalar de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e dar cobertura
outras Drogas - serviço específico de atenção a
usuários que apresentem necessidade de suporte
de atendimento especializado em saúde mental,
ATENÇÃO individualmente e/ou em grupos, e
014 006
PSICOSSOCIAL capacidade operacional para hospitalar para
quadros de intoxicação e / ou
abstinência decorrentes do uso de álcool e outras
drogas, com oferta assistencial à população do
seu território de abrangência, funcionando em
regime de 24 horas diárias. Designação: SHR-ad

110
Art. 3º Definir as compatibilidades do serviço/classificação descrito no artigo 2º desta
Portaria com as categorias profissionais que prestam atendimento em saúde, classificadas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, codificadas de acordo com a tabela de Classificação
Brasileira de Ocupações, conforme o Anexo II desta Portaria.
Art. 4º Incluir, na Tabela do Sistema de Informação Hospitalar SIH/SUS, os
procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de álcool e outras drogas e
realizados em Hospitais de Referência (SHR-ad), conforme segue:

89.300.12-2- Tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a


Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 24
a 48 horas em pacientes de 12 a 16 anos)
Nível de Hierarquia 6,7,8
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 12 a 16 anos
Sexo Ambos
CID-10 F10.0, F11.0, F12.0, F13.0, F14.0, F15.0, F16.0, F17.0, F18.0,
F19.0
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 2
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 75,87
Valor do SP 24,55
Valor do SADT 4,58
Valor Total 105,00

89.500.11-3- Tratamento de intoxicação aguda, em Serviço Hospitalar de Referência para a


Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 24
a 48 horas em pacientes de 17 a 99 anos)
Nível de Hierarquia 6,7,8
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 17 a 99 anos
Sexo Ambos
CID-10 F10.0, F11.0, F12.0, F13.0, F14.0, F15.0, F16.0, F17.0, F18.0,
F19.0
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 2
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade

111
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 75,87
Valor do SP 24,55
Valor do SADT 4,58
Valor Total 105,00

89.300.13-0 - Tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço


Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e
outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 07 dias em pacientes
de 12 a 16 anos)
Nível de Hierarquia 6,7 e 8
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 12 a 16 anos
Sexo Ambos
CID-10 F10.3, F11.3, F12.3, F13.3, F14.3, F15.3, F16.3,
F17.3, F18.3, F19.3, F10.4, F11.4, F12.4, F13.4,
F14.4, F15.4, F16.4, F17.4, F18.4, F19.4, F10.5,
F11.5, F12.5, F13.5, F14.5, F15.5, F16.5, F17.5,
F18.5, F19.5
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 1
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 38,47
Valor do SP 3,80
Valor do SADT 3,73
Valor Total 46,00

89.500.12-1 - Tratamento da síndrome de abstinência do álcool, em Serviço Hospitalar de


Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas – SHR-ad (tempo de
permanência: 03 a 07 dias em pacientes de 17 a 99 anos)
Nível de Hierarquia 6,7 e 8
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 17 a 99 anos
Sexo Ambos
CID-10 F10.3, F11.3, F12.3, F13.3, F14.3, F15.3, F16.3, F17.3, F18.3,
F19.3, F10.4, F11.4, F12.4, F13.4, F14.4, F15.4, F16.4, F17.4,
F18.4, F19.4, F10.5, F11.5, F12.5, F13.5, F14.5, F15.5, F16.5,
F17.5, F18.5, F19.5
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 1

112
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 38,47
Valor do SP 3,80
Valor do SADT 3,73
Valor Total 46,00

89.300.14-9 - Tratamento de dependência do álcool, com a presença de


intoxicação aguda com evolução para a instalação de síndrome de
abstinência grave, ou ainda outros quadros de síndrome de abstinência
seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em Serviço
Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e
outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 15 dias em pacientes
de 12 a 16 anos)
Nível de Hierarquia 5,6,7
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 12 a 16 anos
Sexo Ambos
CID-10 F10.2, F11.2, F12.2, F13.2, F14.2, F15.2, F16.2,
F17.2, F18.2, F19.2
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 1
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 38,47
Valor do SP 3,80
Valor do SADT 3,73
Valor Total 46,00

89.500.13-0 - Tratamento de dependência do álcool, com a presença de


intoxicação aguda com evolução para a instalação de síndrome de
abstinência grave, ou ainda outros quadros de síndrome de abstinência
seguidos por complicações clínicas, neurológicas e psiquiátricas, em Serviço
Hospitalar de Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e
Outras Drogas – SHR-ad (tempo de permanência: 03 a 15 dias em pacientes
de 17 a 99 anos)
Nível de Hierarquia 6,7 e 8
Serviço/Classificação 014/006
Tipo de Prestador 20,22,30,40,50, 60 e 61
Faixa Etária 17 a 99 anos

113
Sexo Ambos
CID-10 F10.2, F11.2, F12.2, F13.2, F14.2, F15.2, F16.2,
F17.2, F18.2, F19.2
Admite Anestesia Não
Pontos do Ato 018
Permanência 1
Permanência a maior Não
Leitos Clínico
AIH 5 Não
Complexidade Média Complexidade
Exige habilitação (MS) Sim
Tipo de Financiamento MAC
Valor do SH 38,47
Valor do SP 3,80
Valor do SADT 3,73
Valor Total 46,00

Art. 5º Estabelecer que somente os estabelecimentos de saúde cadastrados no SCNES


como Tipo de Unidade/estabelecimento de saúde Hospital Geral, e que possuam o Serviço
Hospitalar de Referência para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas poderão
realizar/cobrar os procedimentos definidos no artigo 3º desta Portaria.
Art. 6º Manter os demais procedimentos já contemplados na Tabela SIH-SUS e relativos
à atenção hospitalar a usuários de álcool e outras drogas.
Art. 7º Estabelecer que os recursos referentes ao impacto financeiro desta Portaria sejam
disponibilizados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios em Gestão Plena do Sistema
Municipal, à medida que forem sendo habilitados/credenciados os Serviços Hospitalares de
Referência para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.
Art. 8º Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta
Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes
Programas de Trabalho:
I - 10.302.1312.8529 - Apoio a Serviços Extra-Hospitalares para Transtornos de Saúde
Mental e Decorrentes do Uso de Álcool e outras Drogas;
II - 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População nos Municípios Habilitados em
Gestão Plena do Sistema e nos Estados Habilitados em Gestão Plena Avançada; e
III - 10.302.1220.8587 - Atenção à Saúde da População nos Municípios Não-Habilitados
em Gestão Plena do Sistema e nos Estados Não-Habilitados em Gestão Plena Avançada.
Art. 9º Estabelecer que é de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar
o acompanhamento, o controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento
do disposto nesta Portaria, observadas as prerrogativas e competências compatíveis com cada
nível de gestão.
Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Portaria nº
1.027/GM, de 1º de julho de 2005, publicada no Diário Oficial da União nº 126, de 4 de julho de
2005, Seção 1, página 52.

SARAIVA FELIPE

114
ANEXO I

NORMAS PARA FUNCIONAMENTO E CREDENCIAMENTO/HABILITAÇÃO DOS


SERVIÇOS HOSPITALARES DE REFERÊNCIA PARA A ATENÇÃO INTEGRAL AOS
USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS - SHR-ad

1 - Cadastramento

1.1 - Planejamento/Distribuição do Serviço

1.1.1 - Os gestores dos estados/municípios e do Distrito Federal deverão estabelecer um


planejamento de distribuição regional dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas (SHR-ad), tendo como perspectiva a
constituição de base hospitalar estratégica para a estruturação de redes locais de atenção
psicossocial, de acordo com as diretrizes do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool
e Outras Drogas e seus componentes, conforme descrito na Portaria nº 2197/GM, de 14 de
outubro de 2004.

1.1.2 - Em função da existência de diferentes níveis de organização para as redes assistenciais


locais, de aspectos epidemiológicos relativos aos transtornos decorrentes do uso prejudicial de
álcool e outras drogas e como primeira etapa do programa, correspondente a 2005 e 2006,
deverão ser habilitados 40 (quarenta) Serviços Hospitalares de Atenção Integral aos Usuários de
Álcool e outras Drogas (SRH-ad), de acordo com as prioridades abaixo estabelecidas:

a - regiões metropolitanas;
b - municípios acima de 200.000 habitantes;
c - municípios que já possuam CAPSad, ou CAPS III em funcionamento; e
d - municípios onde já esteja implantado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -
SAMU/192;

1.1.3 - A implantação dos Serviços deve ocorrer em hospitais gerais, preferencialmente de


natureza pública ou filantrópica, sendo também desejável a sua utilização como espaços de
atuação docente-assistencial.

1.1.4 - Deve ser obrigatoriamente considerada a aproximação entre os SHR-ad e os serviços


extra-hospitalares de base comunitária, buscando assim a sua articulação em rede, bem como a
diminuição de limitações intrínsecas do Hospital Geral para abordagem terapêutica dos usuários
de álcool e outras drogas

1.2 - Processo de Credenciamento/Habilitação

1.2.1 - A abertura de qualquer Serviço Hospitalar de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e
outras Drogas (SHR-ad) poderá ser iniciada tanto pelo Gestor do SUS - Secretaria de Saúde do
Estado, do Distrito Federal ou do município em Gestão Plena do Sistema Municipal. Cabe à
Secretaria Estadual de Saúde, conforme já enunciado, o planejamento da rede e a definição do
quantitativo de serviços necessários de acordo com os critérios estabelecidos por esta Portaria e
aprovação da Comissão Intergestores Bipartite - CIB.

1.2.2 - O processo de credenciamento deverá ser formalizado pela Secretaria de Saúde do


Estado, do Distrito Federal ou do município em Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo
com as respectivas condições de gestão e a divisão de responsabilidades estabelecida na Norma
Operacional de Assistência à Saúde-NOAS/SUS 2002.

115
1.2.3 - O processo de credenciamento de SHR-ad deverá ser composto das seguintes etapas:

I - Requerimento, por parte dos gestores municipais, de acordo com a demanda por SHR-ad em
seus municípios, à Comissão Intergestores Bipartite, por meio do Secretário de Estado da Saúde.
O processo deverá estar instruído com a documentação exigida para cadastramento de serviços,
acrescida de:

a - documentação com dados de Identificação da Secretaria Estadual/Municipal de Saúde


b - projeto Técnico do SHR-ad;
c - discriminação da Equipe Técnica, anexados os currículos dos componentes; e
d - relatório de vistorias realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde ou Secretaria Municipal
de Saúde habilitadas em Gestão Plena do Sistema Municipal – a vistoria deverá ser realizada “in
loco” pela Secretaria de Saúde (Vigilância Sanitária e Área Técnica de Saúde Mental), que
avaliará as condições de funcionamento do Serviço para fins de credenciamento: área física,
recursos humanos, responsabilidade técnica e demais exigências estabelecidas por esta Portaria,
e pela Portaria n° 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, acrescido de parecer favorável da
Secretaria de Estado da Saúde.

II - Análise e parecer da Comissão Intergestores Bipartite que poderá reprovar ou aprovar o


cadastramento com exigências, caso em que o processo retomará ao gestor municipal para
arquivamento ou adequação.

III - Remessa do processo, para fins de habilitação pelo gestor federal, para a Área Técnica de
Saúde Mental/DAPE/SAS, que deverá emitir parecer técnico.

1.3 - Exigências para credenciamento do estabelecimento de saúde com Serviços Hospitalares


de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SRH-ad)

1.3.1 - Características Gerais


Os Serviços Hospitalares de Referência para Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras
Drogas (SRH-ad) destinados à operacionalização, execução e controle do Programa de Atenção
Integral Usuários de Álcool e outras Drogas, na sua área de abrangência, e devem possuir as
seguintes características gerais:

a - sob a coordenação do gestor local, compor rede de atenção integral a usuários de álcool e
outras drogas, participando do sistema de organização e regulação das demandas e fluxos
assistenciais, em área geográfica definida, respeitando as atribuições e competências das
instâncias do SUS para a sua implantação e gerenciamento;
b - em nível local ou regional, compor a rede hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e
outras drogas, observando o território, a lógica de redução de danos e outras premissas e
princípios do SUS;
c - dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de urgência/emergência que
sejam decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas, advindas da rede dos
Centros de Atenção Psicossocial para a Atenção a Usuários de Álcool e outras Drogas
(CAPSad), da rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família, e Unidades
Básicas de Saúde), e de serviços ambulatoriais especializados e não-especializados;
d - oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração, para usuários de álcool
e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-hospitalares
disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de necessidade
imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as determinações da Lei nº
10.216, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima e curta permanência;

116
e - oferecer abordagem, suporte e encaminhamento adequado aos usuários que, mediante
avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica e/ou
psíquica;
f - evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais psiquiátricos; e
g - funcionar em regime integral, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana, sem solução
de continuidade entre os turnos, constituindo unidades de 16 leitos, no máximo.

1.3.2 - Os SHR-ad deverão contemplar em seu projeto técnico as seguintes atividades:

a - avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social, realizada por equipe multiprofissional,


devendo ser considerado o estado clínico / psíquico do paciente;
b - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);
c - atendimento em grupo (psicoterapia, orientação, atividades de suporte social, entre outras);
d - abordagem familiar, à qual deve incluir orientações sobre o diagnóstico, o programa de
tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em dispositivos extra-hospitalares;
e - quando indicado, integração com programas locais de redução de danos, ainda durante a
internação;
f - preparação do paciente para a alta hospitalar, garantindo obrigatoriamente a sua referência
para a continuidade do tratamento em unidades extra-hospitalares da rede local de atenção
integral a usuários de álcool e outras drogas (CAPSad, ambulatórios, UBS), na perspectiva
preventiva para outros episódios de internação;
g - mediante demandas de ordem clínica específica, estabelecer mecanismos de integração com
outros setores do hospital geral onde o SHR-ad estiver instalado, por intermédio de serviços de
interconsulta, ou ainda outras formas de interação entre os diversos serviços do hospital geral;
h - deve ser garantida a remoção do usuário para estruturas hospitalares de maior resolutividade
e complexidade, devidamente acreditados pelo gestor local, quando as condições clínicas
impuserem tal conduta;
i - utilização de protocolos técnicos para o manejo terapêutico de intoxicação aguda e quadros
de abstinência decorrentes do uso de substâncias psicoativas, e complicações clínicas/psíquicas
associadas;
j - utilização de protocolos técnicos para o manejo de situações especiais, como por exemplo a
necessidade de contenção física; e
k - estabelecimento de protocolos para a referência e contra-referência dos usuários, o que deve
obrigatoriamente comportar instrumento escrito que indique o seu destino presumido, no âmbito
da rede local / regional de cuidados.

1.3.3 - As atividades relacionadas nos itens acima e seus respectivos desdobramentos deverão
constituir o projeto terapêutico da instituição – para tanto, fica definido que:

a - projeto terapêutico é o conjunto de objetivos e ações, estabelecidos e executados pela equipe


multiprofissional, voltados para a atenção aos usuários, desde o seu acolhimento e admissão no
SRH, até o momento de sua alta hospitalar;
b - deve incluir as ações específicas desenvolvidas pela unidade, de forma adequada ao seu
público-alvo;
c - deve haver a compatibilização da proposta terapêutica com as necessidades de cada usuário e
de seus familiares, servindo como eixo diretor para a elaboração de projetos terapêuticos
individuais;
d - o projeto terapêutico da instituição deve envolver ainda o estabelecimento de mecanismos de
referência e contra-referência que permitam o encaminhamento dos usuários após a sua alta,
para a devida continuidade do tratamento;
e - este documento deverá ser apresentado por escrito, e permanecer disponível para consulta no
SHR-ad; e

117
f - na condição de instrumento de representação de uma filosofia que norteia e permeia todo o
trabalho institucional, imprimindo qualidade e humanização à assistência prestada, deve ser
permanentemente avaliado, implementado e revalidado pela equipe multiprofissional.

1.3.4 - Instalações Físicas

a - a área física do SHR-ad deverá se enquadrar aos critérios e normas estabelecidos pela
legislação em vigor ou outros ditames legais que as venham substituir ou complementar, a
saber:

- Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento para Técnico
para Planejamento, Prorrogação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de
Estabelecimentos de Assistência à Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA; e
- Resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993, do CONAMA - Conselho Nacional de Meio
Ambiente,
b - a área física deve ser adequada, convenientemente iluminada e ventilada, permitindo que os
atendimentos sejam desenvolvidos com organização e segurança;
c -a área física deve contar, no mínimo, com:
- sala para atendimento individual dos usuários;
- enfermarias, que devem constituir espaços mistos, com quartos separados por sexo;
- quartos individuais, quando necessário, respeitando eventuais necessidades e demandas
específicas dos usuários;
- espaço multiuso, ou área livre para atividades terapêuticas ou recreativas;
- posto de enfermagem; e
- é recomendável que exista espaço próprio para refeições,
d - em instalações hospitalares de arquitetura vertical, o SHR-ad deve ficar o mais próximo
possível do andar térreo, facilitando o trânsito dos usuários, possibilitando a integração de
pequena área livre para atividades, e diminuindo o risco aos usuários do serviço;
e - deve ser buscada a compatibilização entre espaços hospitalares concebidos de acordo com a
economia espacial utilizada pela arquitetura hospitalar, e o uso deste mesmo espaço de acordo
com a dinâmica da atenção psicossocial, em uma lógica na qual a humanização do cuidado e a
convivência se apresentam como favorecedores do processo terapêutico.

1.3.5 - Recursos Humanos

1.3.5.1 - A equipe mínima deve ser composta pelos seguintes profissionais:


a) 01 psiquiatra;
b) 01 médico generalista com formação em atendimento a usuários de álcool e outras drogas;
c) 01 psicólogo;
d) 01 enfermeiro com formação em atendimento a usuários de álcool e outras drogas por 24
horas;
e) 03 técnicos ou auxiliares de enfermagem por 24 horas; e
f) Suporte da equipe médica de plantonistas do hospital geral (plantão diurno de 12 horas).

1.3.5.2 - A equipe pode ser complementada por outros profissionais, de nível superior ou médio,
necessários ao projeto terapêutico. Da mesma forma, outros profissionais componentes da
equipe do hospital geral deverão ser acionados sempre que necessário.

118
ANEXO II

Código Descrição Código Descrição Agrupamento CBO 94 Descrição CBO


Serviço Classificação
06162 Médico
Psiquiatra
06165 Médicos, em
Geral (Clínico
Geral).
07110 Enfermeiro em
01 Geral
07410 Psicólogo em
geral
Hospital de 57210 Auxiliar de
Referência para Enfermagem
Atenção 06164 Médico
Atenção
Integral aos Plantonista *
014 Psicossocia 006
Usuários de 06162 Médico
l
Álcool e outras Psiquiatra
drogas (SHR- 06165 Médicos, em
ad) Geral (Clínico
Geral).
07110 Enfermeiro em
02 Geral
07410 Psicólogo em
geral
07210 Técnico de
Enfermagem
06164 Médico
Plantonista *

Obs: O Médico plantonista pertencente ao quadro geral do hospital.

Comentário:
Estabelece critérios para a implantação dos Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e
outras Drogas (SHRad), inclui novos procedimentos nos sistemas de informação do SUS
referentes à internação de usuários de álcool e outras drogas e define normas para o
cadastramento dos SHRad.

119
PORTARIA Nº 2.542/GM DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

Institui Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar


a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando que o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública, que


afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido;
Considerando a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas de
suicídio em estados, capitais e municípios brasileiros;
Considerando a importância epidemiológica do suicídio em populações vulneráveis, tais
como: indivíduos que já realizaram tentativas de suicídio, sem distinção de faixa etária ou
gênero; usuários de álcool e outras drogas; populações residentes e internadas em instituições
específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes moradores de rua, gestantes
e/ou vítimas de violência sexual; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos
e/ou com precárias condições de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas
(neoplasias, transtornos mentais e outros); indivíduos portadores de HIV e Aids, e populações
jovens de etnias indígenas e de descendência negra, entre outras;
Considerando o aumento observado na freqüência no comportamento suicida entre jovens
entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais;
Considerando o impacto e os danos causados pelo suicídio e tentativas nos indivíduos,
nas famílias, nos locais de trabalho, nas escolas, outras instituições e na sociedade brasileira;
Considerando a relevância do quadro de co-morbidade e transtornos associados ao
suicídio e suas tentativas, como a depressão e o uso indevido de álcool e outras drogas;
Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as
mortes por suicídio podem ser mortes evitáveis por meio de ações de promoção e prevenção em
todos os níveis de atenção à saúde;
Considerando a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garanta uma
linha de cuidados integrais no manejo dos casos de tentativas de suicídio, com vistas a reduzir o
dano do agravo e melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado, quando
necessário;
Considerando a importância do suporte oferecido pelas organizações da sociedade civil
na área de prevenção do suicídio, como os Centros de Crise e outros; e
Considerando a necessidade de desenvolver a Estratégia Nacional de Prevenção do
Suicídio, no âmbito do Ministério da Saúde, com a participação de outras instituições,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir, no âmbito do Ministério da Saúde, Grupo de Trabalho com o objetivo de


elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio.
Art. 2º Definir que o Grupo de Trabalho de que trata o artigo 1º desta Portaria será
representado pelas instituições/órgãos a seguir relacionados e atuará sob a coordenação da
Secretaria de Atenção à Saúde / Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - Área
Técnica de Saúde Mental:

I - três representantes da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS;


II - um representante da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde -
SEGETS/MS;
III - um representante da Secretaria de Vigilância na Saúde - SVS/MS;
IV - um representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
V - um representante do Programa SUPRE-OMS;

120
VI - um representante da Universidade de Brasília - UnB;
VII - um representante do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro - NESC/UFRJ;
VIII - um representante da Pontifícia Universidade Católica, do Rio Grande do Sul -
PUC-RS;
IX - um representante do Núcleo de Epidemiologia do Instituto Phillipe Pinel, do Rio de
Janeiro;
X - um representante do Centro de Valorização da Vida - CVV.
Art. 3º Estabelecer que o Grupo de Trabalho terá 60 (sessenta) dias, a contar da
publicação desta Portaria, para apresentar proposta para implantação da Estratégia Nacional de
Prevenção ao Suicídio.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SARAIVA FELIPE

Comentário:
Nesta portaria, pela primeira vez, o Ministério da Saúde assinala que o suicídio é um grave
problema de saúde pública, que pode ser prevenido, e assume o compromisso de desenvolver,
em conjunto com outras entidades de governo e da sociedade civil, estratégias de prevenção a
ser implantadas em todas as unidades federadas.

121
PORTARIA Nº 678/GM DE 30 DE MARÇO DE 2006.

Institui a Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento,


Supervisão e Apoio Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial e
outros serviços da rede pública de saúde mental do SUS.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando os avanços na acessibilidade, cobertura e qualidade de atendimento em


saúde mental alcançados após o início da vigência da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001;

Considerando a expansão da rede de serviços de atenção em saúde mental, constituída por


Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatórios, Residências Terapêuticas, Centros de
Convivência e Cultura, Serviços de Saúde Mental em Hospitais Gerais, Serviços Hospitalares de
Referência para Usuários de Álcool e Outras Drogas (SHR-AD), Emergências Psiquiátricas em
Hospital Geral, atendimento em saúde mental na rede básica de saúde;
Considerando a exigência de acompanhamento cuidadoso do processo de
desinstitucionalização e reintegração social dos pacientes egressos de internações psiquiátricas,
por intermédio do Programa De Volta Para Casa, criado pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de
2003, e de outras ações de reabilitação psicossocial;

Considerando a necessidade de uma permanente avaliação e aperfeiçoamento dos


serviços de saúde oferecidos pelo SUS; e

Considerando a relevância do processo de formação continuada dos profissionais dos


serviços de saúde na consolidação do processo de Reforma Psiquiátrica,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento, Supervisão e Apoio


Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros Dispositivos Comunitários da
rede pública de saúde mental.

Parágrafo único. A Estratégia objeto deste artigo será desenvolvida por meio do
estabelecimento de parceria entre o Ministério da Saúde e instituições de ensino, pesquisa e
extensão, com o objetivo de formulação e execução de projetos de pesquisa e produção e de
conhecimento para avaliação e aperfeiçoamento dos CAPS e demais serviços da rede pública de
saúde mental, focalizando desde a acessibilidade, a organização dos serviços, a gestão, a
qualidade da atenção, a efetividade, a formação dos profissionais e a produção de qualidade de
vida e cidadania dos usuários envolvidos.

Art. 2º Definir que, para a condução da Estratégia de que trata o artigo 1º desta Portaria, o
Ministério da Saúde buscará o estabelecimento de parceria com os seguintes centros
universitários:

I - Universidade Federal da Bahia - Instituto de Saúde Coletiva;


II - Universidade de Brasília - Instituto de Psicologia;
III - Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Saúde Coletiva;
IV - Universidade de São Paulo - Escola de Enfermagem;
V - Fundação Oswaldo Cruz - Escola Nacional de Saúde Pública; e
VI - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Centro de Ciências da Saúde.

122
Art. 3º Estabelecer que a Secretaria de Atenção à Saúde, ouvidas as Secretarias de
Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
no prazo de 60 (sessenta) dias, procederá à elaboração do Termo de Cooperação Técnica e
Científica entre as referidas universidades e o Ministério da Saúde, do qual conste a definição
das ações e responsabilidades de cada instituição.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SARAIVA FELIPE

123
PORTARIA Nº 1.876 DE 14 DE AGOSTO DE 2006

Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser


implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as
competências das três esferas de gestão.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Constituição Federal, no capítulo saúde, em seus artigos 196 a 200 e as


Leis Orgânicas da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e nº 8.142, de 28 de dezembro de
1990;
Considerando que o fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública, que
afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido;
Considerando a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas de
suicídio em todo o território nacional;
Considerando a importância epidemiológica e a relevância do quadro de co-morbidade e
transtornos associados ao suicídio e suas tentativas, em populações vulneráveis, tais como:
indivíduos com transtornos psíquicos, especialmente as depressões; indivíduos que já tentaram
suicídio; usuários de álcool e outras drogas; populações residentes e internadas em instituições
específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes moradores de rua, gestantes
e/ou vítimas de violência sexual; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos
e/ou a precárias condições de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas;
indivíduos que convivem com o HIV/AIDS e populações de etnias indígenas, entre outras;
Considerando o aumento observado na freqüência do comportamento suicida entre jovens
entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais;
Considerando o impacto e os danos causados pelo suicídio e as tentativas nos indivíduos,
nas famílias, nos locais de trabalho, nas escolas e em outras instituições;
Considerando a possibilidade de intervenção nos casos de tentativas de suicídio e que as
mortes por suicídio podem ser evitadas por meio de ações de promoção e prevenção em todos os
níveis de atenção à saúde;
Considerando a necessidade de organizar uma rede de atenção à saúde que garanta linha
de cuidados integrais no manejo dos casos de tentativas de suicídio, com vistas a reduzir o dano
do agravo e melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado, quando necessário;
Considerando a importância do suporte oferecido pelas organizações da sociedade civil
na área de Prevenção do Suicídio, como os Centros de Crise e outros;
Considerando os custos elevados dos procedimentos necessários às intervenções após as
tentativas de suicídio;
Considerando a necessidade de promover estudos e pesquisas na área de Prevenção do
Suicídio;
Considerando o papel importante dos meios de comunicação de massa por intermédio das
diversas mídias no apoio à prevenção e no tratamento humanizado dos casos de tentativas;
Considerando os Pactos pela Saúde, em suas três dimensões: Pela Vida, em Defesa do
SUS e de Gestão, estabelecidos pela Portaria nº 399/GM/MS, de 2006 e a recomendação da
Organização Mundial da Saúde de que os Estados-Membros desenvolvam diretrizes e

124
estratégias nacionais de prevenção do suicídio; e
Considerando a Portaria nº 2.542/GM, de 22 de dezembro de 2005, que instituiu Grupo
de Trabalho com o objetivo de elaborar e implantar a Estratégia Nacional de Prevenção ao
Suicídio,

R E S O L V E:

Art. 1° Instituir as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em


todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.

Art. 2° Estabelecer que as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio sejam


organizadas de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado de Saúde,
as Secretarias Municipais de Saúde, as instituições acadêmicas, as organizações da sociedade
civil, os organismos governamentais e os não-governamentais, nacionais e internacionais,
permitindo:
I - desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e
de recuperação da saúde e de prevenção de danos;
II - desenvolver estratégias de informação, de comunicação e de sensibilização da
sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido;
III - organizar linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e
recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o acesso às diferentes modalidades
terapêuticas;
IV - identificar a prevalência dos determinantes e condicionantes do suicídio e tentativas,
assim como os fatores protetores e o desenvolvimento de ações intersetoriais de
responsabilidade pública, sem excluir a responsabilidade de toda a sociedade;
V - fomentar e executar projetos estratégicos fundamentados em estudos de custo-
efetividade, eficácia e qualidade, bem como em processos de organização da rede de atenção e
intervenções nos casos de tentativas de suicídio;
VI - contribuir para o desenvolvimento de métodos de coleta e análise de dados,
permitindo a qualificação da gestão, a disseminação das informações e dos conhecimentos;
VII - promover intercâmbio entre o Sistema de Informações do SUS e outros sistemas de
informações setoriais afins, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de
dados e garantindo a democratização das informações; e
VIII - promover a educação permanente dos profissionais de saúde das unidades de
atenção básica, inclusive do Programa Saúde da Família, dos serviços de saúde mental, das
unidades de urgência e emergência, de acordo com os princípios da integralidade e da
humanização.

Art. 3° Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS),


em conjunto com outras áreas e agências do Ministério da Saúde, que adote as providências
necessárias para a estruturação das Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio instituídas
por esta Portaria.

125
Art. 4° Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que constitua um Grupo de Trabalho,
a ser instituído por portaria específica, para propor a regulamentação dessas diretrizes no prazo
máximo de 120 (cento e vinte) dias.

Art. 5° Determinar que a regulamentação dessas diretrizes seja apresentada e pactuada no


âmbito da Comissão Intergestores Tripartite - CIT.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA

Comentário:
Esta portaria apresenta o primeiro produto do GT da Estratégia Nacional de Prevenção do
Suicídio. Oferece uma série de ações, que envolve promoção da qualidade de vida, prevenção
primária, secundária e terciária, tratamento e reabilitação psicossocial, que têm impacto na
redução das taxas de mortes por suicídio e nos danos causados aos familiares, amigos e colegas
de trabalho das vítimas a ser implantadas nas três esferas de gestão.

126
PORTARIA Nº 748, DE 10 DE OUTUBRO DE 2006

O Secretário de Atenção á Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a implantação de residências terapêuticas vinculadas aos estabelecimentos


de atenção a Saúde Mental
Considerando a necessidade de se identificar e quantificar as residências terapêuticas
implantadas no país, buscando conhecer a sua localização e a sua capacidade operacional;
Considerando a portaria 511/SAS, de 29 de dezembro de 2000, que estabelece o
cadastramento dos estabelecimentos de saúde no país, vinculados ou não ao SUS; e,
Considerando a Portaria Nº. 106/GM, de 11 de fevereiro de 2000 que criou os Serviços
Residenciais Terapêuticos em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saúde, como
integrante da rede de atenção aos portadores de transtornos mentais, resolve:

Art.1º - Excluir o Serviço Especializado 050-Residencial Terapêutico em Saúde Mental e sua


classificação 128-Assistência Domiciliar a Pacientes de Hospitais Psiquiátricos.

Art.2º - Incluir no serviço 014 – Atenção Psicossocial, a classificação Residencial


Terapêutica em Saúde Mental e redefinir as respectivas classificações, a seguir descritas:

CÓDIGO
CÓDIGO DESCRIÇÃO DO
CLASSIFICAÇÃ DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO
SERVIÇO SERVIÇO
O DO SERVIÇO

001 Centro de Atenção Psicossocial CAPS I


002 Centro de Atenção Psicossocial CAPS II
003 Centro de Atenção Psicossocial CAPS III
004 Centro de Atenção Psic. à Infância e à
ATENÇÃO Adolescência CAPSi
014
PSICOSSOCIAL 005 CAPS ad (Álcool e Outras Drogas
006 Serviço Hospitalar de Referência para a
Atenção Integral aos Usuários de Álcool e
Outras Drogas (SHR-AD)
007 Residência Terapêutica em Saúde Mental

§ 1º - A compatibilidade do serviço 014 e suas respectivas classificações com a


classificação brasileira de ocupações – CBO está descrita no anexo III desta Portaria.
§ 2º- Caberá ao DATASUS providenciar a transferência automática da informação
existente de Serviço /Classificação 050/128 para o Serviço Especializado/Classificação 014/006,
nos estabelecimentos de saúde que dispõem do referido serviço/classificação atualmente
cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde –SCNES.

Art. 3º - Instituir a Ficha Complementar de Residência Terapêutica no Sistema de


Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde – SCNES, com o preenchimento desta no
estabelecimento de Saúde que possui o Serviço Especializado 014 - Atenção Psicossocial com a
Classificação 007 - Residencial Terapêutica em Saúde Mental, a partir da competência Outubro
de 2006, conforme formulário modelo e orientação de preenchimento, anexos I e II desta
Portaria.
Parágrafo único – Caberá às SES/SMS e ao Distrito Federal efetivarem a adequação dos
cadastros dos estabelecimentos de saúde que se enquadrem no disposto deste artigo, no

127
período de outubro de 2006 a fevereiro de 2007. Após este período os cadastros que não
forem adequados ficarão com “status” de inconsistentes/pendentes na base de dados do
SCNES local e nacional.

Art. 4º - Caberá ao Departamento de Informática do SUS – DATASUS, adotar as


medidas necessárias para adequações no Sistema SCNES ao que dispõe esta Portaria.

Art. 5º - Revogar o Artigo 2º da portaria GM/MS nº 1220, de 07 de novembro de 2000 e


Artigo 11 da Portaria nº. 106, de 11 de fevereiro de 2000.

Art. 6º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO


Secretário

ANEXO II

ORIENTAÇÃO DE PREENCHIMENTO DA FICHA COMPLEMENTAR DA RESIDÊNCIA


TERAPÊUTICA

Conceitos:
Entendem-se como Serviços Residenciais Terapêuticos, moradias ou casas inseridas,
preferencialmente, na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais,
egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuam suporte social e
laços familiares e, que viabilizem sua inserção social.

O cadastro da residência terapêutica nos estabelecimentos somente será permitido se a mesma


se enquadra no conceito acima descrito e o estabelecimento possui o serviço especializado 014 –
Atenção Psicossocial e classificação 007-Residência Terapêutica em Saúde Mental.
Não é permitido o cadastro da residência terapêutica como estabelecimento de saúde.

Para identificação das residências terapêuticas deverão ser observados os critérios abaixo
estabelecidos:

1 – DADOS OPERACIONAIS:
Informar se o comando é de INCLUSÃO, ALTERAÇÃO OU EXCLUSÃO.
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

2 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE


Deverá ser informado o CNES e nome fantasia do estabelecimento ao qual a residência
terapêutica esta vinculada.
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

3 - IDENTIFICAÇÃO DA RESIDENCIA TERAPEUTICA


Deverá ser informado o nome de referencia. As residências deverão ser identificadas por um
nome de referencia, ficando a critério do gestor, a escolha do mesmo, podendo o nome ser
alfanumérico.
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

Obs.O cadastro das residências só poderá ser realizado no cadastro do estabelecimento que tiver
previamente cadastrado o serviço/classificação (014/007); caso haja mais de uma residência

128
vinculada ao mesmo estabelecimento, o SCNES fará automaticamente a numeração seqüencial
no formato SSSCNES.

Onde:
SSS: Número Seqüencial
CNES – Código do CNES do estabelecimento

4 – LOCALIZAÇÃO

Deverá ser informado o endereço completo da residência terapêutica.


TODOS OS CAMPOS SÃO DE PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

5 – CARACTERIZAÇÃO DA RESIDENCIA

5.1 - Quantidade de Moradores


Deverá ser informada a quantidade de moradores da residência, por sexo.
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

5.2 - Data de Ativação


Deverá ser informada a data no formato dia/mês/ano (dd/mm/aaaa) da implantação da residência
terapêutica e a data não pode ser superior à data atual.
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO.

5.3 - Data de Desativação


Deverá ser informada a data no formato dia/mês/ano (dd/mm/aaaa) da desativação da residência
terapêutica e a data não pode ser superior à data atual.

5.4 - N º de Cuidadores.
Deverá ser informada a quantidade de profissionais com a ocupação de Cuidador de Saúde,
CBO 199.99, que estão lotados na residência. Poderão ser informados outros profissionais
lotados na residência quando houver CBO compatível com a ocupação dos mesmos.

6 – IDENTIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS


6.1 – Responsável Técnico
Deverá ser identificado o profissional lotado no estabelecimento de saúde ao qual a residência
esta vinculada, indicado como responsável técnico pela mesma. Na ficha deverão ser
preenchidos os campos de CBO, NOME, CPF e CNS com base no cadastro existente do
profissional. No SCNES essas informações serão importadas do cadastro do profissional,
através da opção de Pesquisa de Profissional existente.

6.2 – Cuidador de Saúde


Deverá ser informada a descrição dos profissionais com a ocupação de Cuidador de Saúde, que
estão lotados na residência, através da vinculação das informações existentes no cadastro de
profissionais. Deverão ser trazidas as informações referentes a CBO, NOME, CPF e CNS
OBS: Esses profissionais estão atualmente cadastrados com o CBO 199.99
CAMPO COM PREENCHIMENTO OBRIGATÓRIO

7 - RESPONSAVEL PELO CADASTRO


O cadastro das residências terapêuticas deverá ser realizado pelo gestor municipal/estadual ou
pelo próprio estabelecimento se assim for delegado pelo gestor

129
ANEXO III – TABELA DE SERVIÇO/CLASSIFICAÇÃO SCNES REFERENTE A
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

CÓD. DESCRIÇÃO DOCÓD. DESCRIÇÃO QTE. CBO


SERV. SERVIÇO CLASS. CLASSIFICAÇÃO GRUPOS
SERVIÇO DE CBO

014 ATENÇÃO 001 CENTRO DE ATENÇÃO1 07110-ENFERMEIRO EM


PSICOSSOCIAL PSICOSSOCIAL I CAPS I GERAL
07310- ASSISTENTE SOCIAL,
EM GERAL.
06105-MÉDICOS, EM GERAL
(CLÍNICO GERAL ou 06162-
MÉDICO PSIQUIATRA
07630- TERAPEUTA
OCUPACIONAL ou 0 4945 -
PEDAGOGO
07410- PSICÓLOGO, EM
GERAL
57210 - AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 7210-
TECNICO DE ENFERMAGEM,
EM GERAL
002 CENTRO DE ATENÇÃO1 07110-ENFERMEIRO EM
PSICOSSOCIAL CAPS II GERAL
07310- ASSISTENTE SOCIAL,
EM GERAL
6162- MÉDICO PSIQUIATRA
07630- TERAPEUTA
OCUPACIONAL ou 4945 -
PEDAGOGO
07410- PSICÓLOGO, EM
GERAL.
(57210 - AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 7210-
TECNICO DE ENFERMAGEM,
EM GERAL ).
003 CENTRO DE ATENÇÃO1 07110-ENFERMEIRO EM
PSICOSSOCIAL CAPS III GERAL

07310- ASSISTENTE SOCIAL,


EM GERAL
06162- MÉDICO PSIQUIATRA
07630- TERAPEUTA
OCUPACIONAL ou 04945 -
PEDAGOGO
07410- PSICÓLOGO, EM
GERAL
(57210 - AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 07210-
TECNICO DE ENFERMAGEM,
EM GERAL ).
004 1 07110-ENFERMEIRO EM
CENTRO DE ATENÇÃO GERAL
PSIC. À INFÂNCIA E À
ADOLESCÊNCIA CAPSI
07310- ASSISTENTE SOCIAL,
EM GERAL.
06105-MÉDICOS, EM GERAL
(CLÍNICO GERAL) OU 06155-
MÉDICO PEDIATRA OU

130
06162- MÉDICO PSIQUIATRA
OU 6142-MÉDICO
NEUROLOGISTA
07630- TERAPEUTA
OCUPACIONAL OU 04945 -
PEDAGOGO
07410- PSICÓLOGO, EM
GERAL.
57210 - AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 7210-
TECNICO DE ENFERMAGEM,
EM GERAL

005 CAPS AD (ÁLCOOL E1 07110-ENFERMEIRO EM


OUTRAS DROGAS) GERAL
07310- ASSISTENTE SOCIAL,
EM GERAL.
06105-MÉDICOS, EM GERAL
(CLÍNICO GERAL ou 6162-
MÉDICO PSIQUIATRA
07630- TERAPEUTA
OCUPACIONAL ou 4945 -
PEDAGOGO
07410- PSICÓLOGO, EM
GERAL.
57210 - AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 07210-
TECNICO DE ENFERMAGEM,
EM GERAL
006 SERVIÇO HOSPITALAR 06162 - MÉDICO PSIQUIATRA;
DE REFERÊNCIA PARA A 06165- MÉDICOS, EM GERAL
ATENÇÃO INTEGRAL (CLÍNICO GERAL);06164-
AOS USUÁRIOS DE1 MÉDICO PLANTONISTA(1)
ÁLCOOL E OUTRAS 07110- ENFERMEIRO EM
DROGAS (SHR-AD) GERAL
07410- PSICÓLOGO EM
GERAL
57210- AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 07210 -
TÉCNICO DE ENFERMAGEM
06162 - MÉDICO PSIQUIATRA;
06165- MÉDICOS, EM GERAL
(CLÍNICO GERAL);06164-
2 MÉDICO PLANTONISTA(1)
07110- ENFERMEIRO EM
GERAL
07410- PSICÓLOGO EM
GERAL
57210- AUXILIAR DE
ENFERMAGEM OU 07210 -
TÉCNICO DE ENFERMAGEM
007 RESIDÊNCIA 1 19999 - OUTROS
TERAPÊUTICA EM PROFISSIONAIS DE NÍVEL
SAÚDE MENTAL TÉCNICO E MÉDIO

Obs: (1) O Médico plantonista pertencente ao quadro geral do hospital.

131
PORTARIA N° 2.488 DE 2 DE OUTUBRO DE 2007

Concede reajuste de diárias em psiquiatria

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições,

Considerando a necessidade de promover a adequação de valores referentes aos


procedimentos ambulatoriais e hospitalares das tabelas de referência nacional do Sistema Único
de Saúde;
Consideando as análises e estudos realizados pelas diversas áreas técnicas do
Ministério da Saúde; e
Considerando a necessidade premente de buscar soluções para os problemas
apresentados em algumas áreas estratégicas da saúde, que comprometem o acesso e a qualidade
da assistência prestada no âmbito do SUS,

R E S O L V E:

Art. 1º - Conceder reajuste, em caráter emergencial, alterando os valores de


procedimentos ambulatoriais e hospitalares constantes das Tabelas dos Sistemas de Informação
Ambulatorial e Hospitalar – SIA e SIH/SUS, redefinidos conforme os Anexos I e II desta
Portaria.

Art. 2º - Estabelecer a publicação de Portaria específica, para recomposição dos


tetos financeiros anuais da Assistência Ambulatorial e Hospitalar dos Estados, Distrito Federal e
dos Municípios, decorrente do reajuste dos valores dos procedimentos previsto no Art. 1º desta
Portaria.

Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos
operacionais e financeiros a partir da competência setembro de 2007.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

132
ANEXO I
VALOR (R$)
CÓDIGO PROCEDIMENTOS SIH/SUS
SH SP SADT
63001101 TRATAMENTO PSIQUIATRIA -HOSPITAL GERAL 32,89 3,25 3,17
63001209 TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA EM HOSPITAL DIA 31,77 3,14 3,07
63001586 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE I - RPH 36,40 2,95 2,89
63001594 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE II - RPH 32,86 2,95 2,89
63001608 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE III - RPH 29,21 2,90 2,84
63001616 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE IV - RPH 27,53 2,90 2,84
63001624 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE V - RPH 26,68 2,85 2,79
63001632 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VI - RPH 26,29 2,85 2,79
63001640 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VII - RPH 25,54 2,80 2,74
63001659 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE VIII - RPH 24,64 2,80 2,74
63001667 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE IX - RPH 24,04 2,75 2,70
63001675 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE X - RPH 23,91 2,75 2,70
63001683 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XI - RPH 23,37 2,70 2,65
63001691 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XII - RPH 23,27 2,70 2,65
63001713 TRATAMENTO PSIQUIATRICO EM HOSPITAL CLASSE XIV - RPH 22,69 2,65 2,60

133
PORTARIA Nº 2.759 DE 25 DE OUTUBRO DE 2007

Estabelece diretrizes gerais para a Política de Atenção Integral à


Saúde Mental das Populações Indígenas e cria o Comitê Gestor.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;
Considerando os princípios gerais do Relatório da III Conferência Nacional de Saúde
Mental, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde;
Considerando as deliberações da IV Conferência Nacional de Saúde Indígena;
Considerando os debates do II Fórum Amazônico de Saúde Mental e as diretrizes da
Carta de Saúde Mental Indígena na Amazônia Legal;
Considerando a aprovação pelo Ministério da Saúde, pela Organização Panamericana de
Saúde e pela Organização Mundial da Saúde da Carta de Brasília de 2005, que estabelece os
Princípios Orientadores para o Desenvolvimento da Atenção em Saúde Mental nas Américas, e
que ratifica a Declaração de Caracas sobre a necessidade de enfrentar desafios relacionados às
populações mais vulneráveis, como os povos indígenas;
Considerando as deliberações da Reunião Sobre o Plano de Saúde Mental Indígena para
os Distritos Sanitários Especiais Indígenas; e
Considerando a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas,
aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 13 de setembro de 2007,

R E S O L V E:

Art 1º Estabelecer como diretrizes gerais para uma Política de Atenção Integral à Saúde
Mental das Populações Indígenas:

I - apoiar e respeitar a capacidade das diversas etnias e das comunidades indígenas, com
seus valores, economias, tecnologias, modos de organização, de expressão e de produção de
conhecimento, para identificar problemas, mobilizar recursos e criar alternativas para a
construção de soluções para os problemas da comunidade;
II - apoiar a organização de um processo de construção coletiva de consensos e de
soluções, que envolva a participação de todos os atores sociais relevantes, em especial o
movimento social e as lideranças indígenas, que considere e respeite as especificidades e a
cultura de cada comunidade indígena envolvida, que respeite e convoque os conhecimentos da
medicina tradicional das comunidades, e que crie alternativas viáveis e consensuais para a
abordagem dos problemas de saúde destas comunidades;
III - considerar como atores sociais imprescindíveis para a construção deste processo, os
etnólogos e a comunidade acadêmica, na medida em que vem acompanhando sistematicamente
o impacto do contato destas comunidades com as sociedades envolventes, apontando a
complexidade dos problemas das comunidades e das intervenções do Estado brasileiro e
produzindo conhecimento acerca da heterogeneidade destas comunidades;
IV - garantir ações integradas, através da articulação institucional entre as diferentes
esferas de governo (União, Estado e Municípios);
V - garantir acessibilidade, sobretudo através da potencialização das ações de construção
coletiva de soluções para os problemas de saúde mental no nível da atenção básica, e da
potencialização dos CAPS na construção coletiva de ações em seu território, sobretudo em
regiões com grande concentração de comunidades indígenas;
VI - considerar como fundamento das propostas de intervenção a estratégia de pesquisa –
ação participativa, que permita sistematizar informação epidemiológica, assim como os modelos

134
explicativos e sistemas de ação que os indígenas implementam para a superação de seus
problemas;
VII - garantir a criação de um sistema de monitoramento e avaliação das ações, que além
de inquéritos epidemiológicos específicos, inclua estudos qualitativos de avaliação das
estratégias de intervenção, sejam estas intraculturais ou externas à cultura local; e
VIII - garantir que o Programa de Formação Permanente de Recursos Humanos para a
Reforma Psiquiátrica, já em andamento, absorva, especialmente em regiões com grande
concentração de comunidades indígenas, a problemática da saúde mental indígena.

Art. 2º Criar o Comitê Gestor da Política de Atenção Integral à Saúde Mental das
Populações Indígenas, com as seguintes incumbências:

I - elaborar e pactuar com as instâncias implicadas, em 45 (quarenta) dias, uma norma que
regulamente as ações de atenção em Saúde Mental às populações indígenas, onde estejam
implicadas estruturas da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, da Secretaria de Vigilância
em Saúde - SVS/MS, e da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA;
II - coordenar as ações no âmbito do Ministério da Saúde, ouvidas as instâncias
representativas de comunidades indígenas, para o enfrentamento das situações emergenciais da
atenção à saúde mental indígena, como o alcoolismo, o suicídio e outros problemas prevalentes;
e
III - elaborar um sistema de monitoramento e avaliação das ações de atenção em saúde
mental às populações indígenas, em sua implantação e implementação.

Art. 3º Definir como integrantes do Comitê, sob a coordenação do primeiro, e a


coordenação adjunta do segundo, os seguintes membros:

I - um representante do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de


Saúde – FUNASA;
II - um representante do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área
Técnica de Saúde Mental - DAPES/SAS/MS;
III - um representante do Projeto VIGISUS - Departamento de Saúde Indígena da
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA;
IV - um representante do Departamento de Atenção Básica - DAB/SAS/MS;
V - um representante da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS/MS;
VI - um representante do Conselho de Comunidades Indígenas das cinco regiões do
país;
VII - um pesquisador convidado, de universidade brasileira;
VIII - um representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS;
IX - um representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde -
CONASEMS; e
X - um representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:
Esta peça estabelece as primeiras diretrizes para a atenção à saúde mental da população
indígena, atendendo ao desafio da construção de referenciais ético-políticas para uma atenção à
saúde mental fundada no respeito e na sensibilidade à diversidade e pluralidade de identidades
da população brasileira.

135
PORTARIA Nº 3.211 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2007.

Institui Grupo de Trabalho sobre a atenção aos portadores de


autismo na rede pública de saúde, que deve apresentar o
diagnóstico da situação atual da atenção ao autismo e uma
proposta contendo medidas para ampliação do acesso e
qualificação da atenção.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216/01 e da III Conferência Nacional de


Saúde Mental, que apontam a necessidade de estender mais eficazmente as iniciativas de
atenção psicossocial à população infanto-juvenil; e
Considerando a necessidade de ampliação da cobertura assistencial destinada aos autistas
na rede do Sistema Único de Saúde - SUS, bem como da realização de um diagnóstico
aprofundado das condições de atendimento atualmente oferecidas,

R E S O L V E:

Art. 1º Constituir Grupo de Trabalho (GT) sobre Atenção aos Autistas na Rede do
Sistema Único de Saúde - SUS, com as seguintes atribuições:
I - elaborar um diagnóstico da situação atual para atenção às pessoas com autismo na rede
do SUS; e
II - propor medidas para ampliação do acesso e qualificação da atenção oferecida na rede
SUS.

Art. 2º Estabelecer que o Grupo de Trabalho instituído por esta Portaria seja composto
por representantes das Instâncias e Instituições a seguir relacionadas:

I - Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde;


a) Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – DAPES;
- Área Técnica de Saúde Mental;
- Área Técnica de Saúde da Pessoa com Deficiência ;
- Área Técnica de Saúde da Criança;
- Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem;
b) Departamento de Atenção Básica – DAB/SAS;
c) Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas – DRAC/SAS;

II - Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenis no Fórum Nacional de Saúde Mental


Infanto-Juvenil;
III - Conselho Nacional de Procuradores – Promotoria de Defesa à Saúde do Ministério
Público com assento no Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil;
IV - Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e
Juventude com assento no Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil;
V - Colegiado dos Coordenadores de Saúde Mental;
VI - Associação Brasileira de Autismo - ABRA;
VII - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria da Infância e Adolescência -
ABENEPI;
VIII - Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP;
IX - Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde;

136
X- Comissão Intersetorial de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência do Conselho
Nacional de Saúde;
XI - Federação Nacional das APAES;
XII - Federação Nacional das Pestalozzi;
XIII - Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência –
CORDE/SEDH/PR; e
XIV - Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial.

Parágrafo único. A Coordenação do Grupo de Trabalho, será pela Secretaria de Atenção à


Saúde – Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental,
poderá convidar outros segmentos representativos além de consultores e especialistas no tema
para participar das reuniões.

Art. 3º Definir o prazo de 90 (noventa) dias, a partir da data de sua instalação, prorrogável
por mais 30 dias, para apresentação das conclusões do Grupo de Trabalho.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:
O Grupo de Trabalho sobre Atenção ao Autismo no SUS tem o mérito de reunir e estabelecer o
diálogo entre as diversas entidades que atendem as pessoas portadoras de autismo, as instâncias
governamentais de diferentes setores e os dispositivos da saúde pública, com o objetivo de
ampliar o acesso e qualificar o atendimento ao autismo na rede do Sistema Único de Saúde.

137
PORTARIA Nº 3.237/GM DE 24 DE DEZEMBRO DE 2007

Aprova as normas de execução e de financiamento da assistência


farmacêutica na atenção básica em saúde.

A MINISTRA DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINA, no uso de suas


atribuições, e

Considerando o disposto na Portaria nº 3.916/GM, de 30 de outubro de 1998, que


estabelece a Política Nacional de Medicamentos e define as diretrizes, as prioridades e as
responsabilidades da Assistência Farmacêutica para os gestores federal, estadual e municipal do
Sistema Único de Saúde – SUS;
Considerando a Resolução nº 338, do Conselho Nacional de Saúde, de 6 de maio
de 2004, e que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica e estabelece seus
princípios gerais e eixos estratégicos;
Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o
Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS, e aprova as Diretrizes Operacionais do referido
Pacto;
Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na
forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;
Considerando a Portaria nº 2.475/GM, de 13 de outubro de 2006, que aprova a
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME 2006;
Considerando a Portaria nº 2.583/GM, de 10 de outubro de 2007, que define o
elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, nos termos
da Lei nº 11.347, de 2006, aos usuários portadores de diabetes mellitus; e
Considerando a pactuação efetuada na Comissão Intergestores Tripartite de 25 de
outubro de 2007,

R E S O L V E:

Art. 1º Aprovar as normas de execução e de financiamento da assistência farmacêutica


na atenção básica em saúde, como parte da Política de Assistência Farmacêutica do Sistema
Único de Saúde, nos termos constantes do Anexo I a esta Portaria.
Art. 2º Definir o Elenco de Referência de medicamentos e insumos complementares
para a assistência farmacêutica na atenção básica em saúde, conforme o Anexo II a esta
Portaria.
Art. 3º Regulamentar o Componente Básico do Bloco de Financiamento da Assistência
Farmacêutica, cujo financiamento se destina à aquisição e distribuição dos medicamentos e
insumos complementares descritos no Elenco de Referência, conforme o Anexo II a esta
Portaria.
§ 1º Os valores da Parte Fixa e da Parte Variável dos Grupos de Hipertensão e
Diabetes, Asma e Rinite e Saúde Mental passam a compor valor único de financiamento, no
Componente Básico.
§ 2º Os medicamentos e os insumos para o Combate ao Tabagismo e para a
Alimentação e Nutrição passam a integrar o Componente Estratégico do Bloco de
Financiamento da Assistência Farmacêutica.

138
Art. 4º O financiamento da assistência farmacêutica básica é responsabilidade das
três esferas de gestão, devendo ser aplicados os valores mínimos definidos nesta Portaria.
Parágrafo único. Valores mínimos aplicados para Medicamentos do Elenco de
Referência:
I - União: R$ 4,10 por habitante/ano;
II - Estados e Distrito Federal: R$ 1,50 por habitante/ano; e
III - Municípios: R$ 1,50 por habitante/ano.

Art. 5º O Ministério da Saúde financiará ainda, com recursos distintos dos valores
indicados no artigo 4º, parágrafo único, a aquisição e a distribuição às Secretarias de Saúde dos
Estados, dos seguintes medicamentos e insumos:
I - medicamento Insulina NPH 100 UI e Insulina Humana Regular 100 UI,
constantes do Elenco de Referência e cujo gasto de referência representa R$ 0,68 habitante/ano;
e
II - contraceptivos e insumos do Programa Saúde da Mulher, constantes do Elenco
de Referência e cujo gasto de referência representa R$ 0,30 habitante/ano.

Art. 6º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pelo


financiamento dos insumos complementares destinados aos usuários insulino-dependentes de
que trata a Lei Federal nº 11.347, de 2006 e a Portaria nº 2.583/GM, de 10 de outubro de 2007,
cujos valores a serem aplicados por cada esfera de gestão é de R$ 0,30 habitante/ano.
Parágrafo único. Os recursos financeiros destinados ao financiamento dos insumos
para o Controle do Diabetes Mellitus não devem ser movimentados na conta do Componente
Básico da Assistência Farmacêutica.

Art. 7º Os recursos anuais destinados a cada Município são calculados sobre a


população IBGE 2007, conforme a Resolução nº 7, de 4 de outubro de 2007, e estão
explicitados no Anexo III a esta Portaria.

Art. 8º A transferência de recursos do gestor federal poderá ser suspensa quando se


comprovar a não-aplicação de recursos de qualquer um dos demais gestores, nos valores
definidos no parágrafo único do artigo 4º, nos termos do artigo 9º do Anexo I.

Art. 9º As despesas orçamentárias estabelecidas nesta Portaria devem onerar as


Funcionais Programáticas 10.303.1293.20AE – Promoção da Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde e 10.303.1293.4368 - Promoção da
Assistência Farmacêutica e Insumos para Programas de Saúde Estratégicos.

Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos
financeiros a partir da competência janeiro de 2008.

Art. 11. Revogam-se, a partir de 1º de fevereiro de 2008, as Portarias nº


1.077/GM, de 24 de agosto de 1999, nº 280 de 27 de fevereiro de 2004, nº 2.084/GM, de 26 de
outubro de 2005, nº 2.099/GM de 30 de agosto de 2006 e os §§ 1º ao 7º do art. 25 da Portaria
204, de 2007.

MÁRCIA BASSIT LAMEIRO DA COSTA MAZZOLI

139
ANEXO I

DO ELENCO DE REFERÊNCIA DOS MEDICAMENTOS E INSUMOS DO


COMPONENTE BÁSICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Art. 1º O Elenco de Referência é composto por medicamentos e insumos que se


destinam a atender aos agravos prevalentes e prioritários da atenção básica à saúde e estão
contidos no Anexo II à presente Portaria.
§ 1º Os medicamentos são integrantes da RENAME vigente.
§ 2º Outros medicamentos constantes da RENAME vigente e que tenham
indicação na atenção básica, de acordo com a necessidade local/regional, poderão ser incluídos
e fazer parte do Elenco de Referência, desde que pactuado nas Comissões Intergestores Bipartite
- CIB, podendo se dar seu financiamento com os recursos financeiros definidos nesta Portaria.
§ 3º Sem prejuízo da garantia do fornecimento/dispensação dos medicamentos
para atendimento dos agravos cuidados na atenção básica em saúde e em atenção ao perfil
epidemiológico local/regional, a disponibilização de todos os medicamentos constantes do
Elenco de Referência não é obrigatória.
§ 4º Os insumos que compõem o Elenco de Referência destinam-se a
complementar as ações de assistência farmacêutica na atenção básica em saúde, em
conformidade com a Lei nº 11.347, de 2006.

DA EXECUÇÃO E DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA


NA ATENÇÃO BÁSICA

Art. 2º O financiamento da assistência farmacêutica básica é responsabilidade das


três esferas de gestão, nos valores e modalidades de execução definidas nesta Portaria, sendo
complementada pelas pactuações nas Comissões Intergestores Bipartite de cada unidade
federativa.
Art. 3º A execução do Componente da assistência farmacêutica básica é
descentralizada, sendo a aquisição e a dispensação dos medicamentos e insumos de
responsabilidade dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º Com o objetivo de apoiar a execução da assistência farmacêutica básica, os
gestores estaduais e municipais podem pactuar na Comissão Intergestores Bipartite a aquisição
dos medicamentos e insumos pelo gestor estadual, por meio de aquisições estaduais ou de Atas
de Registro de Preços para utilização pelos Municípios.
§ 2º Quando da utilização de Atas de Registro de Preços, o edital da licitação deve
dispor sobre a possibilidade de utilização recíproca pelos Municípios.

Art. 4º Os gestores devem encaminhar ao Ministério da Saúde a Resolução CIB


informando a pactuação para a transferência dos recursos federais do Fundo Nacional de Saúde
para o Fundo Municipal ou para o Fundo Estadual de Saúde.
Parágrafo único. Os recursos financeiros do Ministério da Saúde são transferidos
em parcelas mensais, correspondendo a 1/12 (um doze avos).

Art. 5º A forma de aplicação dos recursos financeiros do gestor estadual e dos


gestores municipais deve ser pactuada nas Comissões Intergestores Bipartite, respeitando os
limites mínimos pactuados nacionalmente.
§ 1º No sentido de fortalecer a produção pública de medicamentos, os gestores
estaduais e municipais poderão pactuar no sentido de que a aplicação dos recursos devidos pelo
gestor estadual se dê por meio da oferta de medicamentos produzidos em laboratórios públicos
oficiais.
§ 2º Os medicamentos produzidos por laboratório oficial, disponibilizados pelo
gestor estadual, devem ter seus valores unitários informados às CIBs e corresponder àqueles

140
constantes do Elenco de Referência pactuado, nos itens quantitativos e no cronograma de
entrega que o gestor municipal programar.

Art. 6º Os quantitativos dos medicamentos Insulina NPH e Insulina Regular são


adquiridos e distribuídos conforme a programação anual enviada pelas Secretarias Estaduais de
Saúde e do Distrito Federal e os quantitativos dos insumos do Programa de Saúde da Mulher,
conforme os parâmetros definidos pela respectiva área técnica do Ministério da Saúde.

Art. 7º Nos procedimentos de aquisição, os gestores devem seguir a legislação


pertinente no sentido de obter a proposta mais vantajosa para a administração.

Art. 8º Conforme o Decreto nº 1.651, de 1995, a prestação de contas dos recursos


financeiros transferidos fundo a fundo, bem como dos montantes aplicados pelos gestores
estaduais, municipais e do Distrito Federal dar-se-á por meio da apresentação do respectivo
Relatório de Gestão.

Art. 9º A transferência dos recursos federais será suspensa nas seguintes situações:
I - quando constatadas irregularidades na utilização dos recursos, obtidas por meio
de auditorias dos órgãos de controle interno e externo, assegurado o direito de defesa; e
II - não-aplicação dos valores mínimos devidos e pactuados nesta Portaria pelo
gestor estadual e/ou municipal, quando denunciada formalmente por um dos gestores ou
constatada por meio de monitoramento e auditorias realizadas por órgãos de controle interno e
externo.
§ 1º O bloqueio dos recursos financeiros será realizado mediante aviso prévio de
60 (sessenta) dias ao gestor, e formalizado por meio de publicação de portaria específica,
devidamente fundamentada.
§ 2º O repasse federal dos recursos financeiros deste componente será
restabelecido tão logo seja comprovada a regularização da situação que motivou a suspensão.

Art. 10. Os impactos da execução da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica


serão monitorados e avaliados por meio de indicadores definidos em Portaria específica.

ANEXO II

ELENCO DE REFERÊNCIA DO COMPONENTE DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA


BÁSICA

I – Medicamentos com aquisição pelos Municípios, Distrito Federal e/ou Estados, conforme
pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite e Financiamento Tripartite

MEDICAMENTO ORIENTAÇÃO DE USO


Ácido acetilsalicílico comprimido 100 mg e 500 mg 100 mg de uso indicado para paciente adulto
Albendazol comprimido mastigável 400 mg
Amitriptilina, cloridrato de, comprimido 25 mg
Amoxicilina pó para suspensão oral 50 mg/ml
Medicamento indicado para combate a infecções
Amoxicilina + Clavulanato de potássio suspensão oral 50 mg / causadas por bactérias resistentes à amoxicilina,
12,5 mg\ml especialmente Haemophilus influenza e
Moraxella catarrhalis
Amoxicilina + Clavulanato de potássio comprimido 500 mg / Medicamento indicado para combate a infecções
125 mg causadas por bactérias resistentes à amoxicilina,
especialmente Haemophilus influenza e

141
Moraxella catanhalis
Amoxicilina cápsula 500 mg
Anlodipino, besilato de, comprimido 5 e 10 mg
Atenolol comprimido 50 e 100 mg
Uso indicado para tratamento de tracoma em dose
Azitromicina suspensão oral 40 mg/ml única de infecção genital por Chlamydia
trachomatis
Uso indicado para tratamento de tracoma em dose
Azitromicina comprimido 500 mg única de infecção genital por Chlamydia
trachomatis
Beclometasona, dipropionato de, pó, solução inalante ou
aerossol 50 mg/dose e 200 mg/dose
Benzilpenicilina benzatina pó para suspensão injetável
1.200.000 U.I.
Benzilpenicilina benzatina pó para suspensão injetável 600.000
U.I.
Benzilpenicilina procaína + Benzilpenicilina potássica
suspensão injetável 300.000 UI + 100.000 UI
Captopril comprimido 25 mg
Carbamazepina comprimido 200 mg
Carbamazepina xarope 20 mg/ml
Cefalexina sódica ou cefalexina, cloridrato de, suspensão oral 50
mg/ml
Cefalexina sódica ou cefalexina, cloridrato de, cápsula 500 mg
Ciprofloxacino, cloridrato de, comprimido 500 mg
Clomipramina, cloridrato de, comprimido 10 e 25 mg
Clorpromazina, cloridrato de, comprimido 100 e 25 mg
Clorpromazina, cloridrato de, solução oral 40 mg/ml
Dexametasona creme 0,1%
Dexclorfeniramina, maleato de,comprimido 2 mg
Dexclorfeniramina, maleato de, solução oral ou xarope de 0,4
mg/mL
Diazepam comprimido 5 mg
Digoxina comprimido 0,25 mg
Dipirona sódica solução oral 500 mg\ml
Enalapril, maleato de, comprimido 5 e 20 mg
Eritromicina, estearato de, suspensão oral 50mg/ml
Eritromicina, estearato de, comprimido 500 mg
Espironolactona comprimido 25 e 100 mg
Fenitoína sódica comprimido 100 mg
Fenitoína sódica suspensão oral 25 mg/ml
Fenobarbital comprimido 100 mg
Fenobarbital solução oral 40 mg/ml
Furosemida comprimido 40 mg
Glibenclamida comprimido 5mg
Gliclazida comprimido 80 mg Uso indicado para pacientes idosos
Haloperidol comprimido 1e 5 mg
Haloperidol solução oral 2 mg/ml
Hidroclorotiazida comprimido 12,5 e 25 mg
Hidróxido de Magnésio + Hidróxido de Alumínio comprimido
mastigável 200 mg + 200 mg

142
Hidróxido de Magnésio + Hidróxido de Alumínio suspensão
oral 35,6 mg + 37 mg
Ibuprofeno comprimido 200 ou 600 mg
Ibuprofeno suspensão oral 20mg/ml
Isossorbida, dinitrato de, comprimido sublingual 5 mg Uso indicado para casos de crise anginosa
Isossorbida, mononitrato de, comprimido 40 mg
Levotiroxina sódica comprimido 25 mg, 50µg e 100 mg
Loratadina xarope 1 mg\ml
Loratadina comprimido 10 mg
Maytenus ilicifolia cápsulas 350, 380, 420 e 500 mg e suspensão
Nome Popular = Espinheira Santa
oral
Mebendazol comprimido 100 mg
Mebendazol suspensão oral 20 mg/ml
Medicamentos Homeopáticos conforme Farmacopéia
Homeopática Brasileira - 2ª edição
Uso indicado para tratamento de hipertensão em
Metildopa comprimido 250 mg
gestante
Metformina, cloridrato de, comprimido 500 e 850 mg
Metoclopramida, cloridrato de, comprimidos 10 mg
Metronidazol suspensão oral 40 mg/ml
Metronidazol creme vaginal 5,0%
Metronidazol comprimido 250 mg
Miconazol, nitrato de, creme vaginal 2%
Mikania glomerata Sprengl xarope e solução oral Nome Popular = Guaco
Nistatina suspensão oral 100.000 UI\ml
Nortriptilina, cloridrato de, cápsula 10, 25 e 50 mg
Paracetamol solução oral 200 mg/ml
Paracetamol comprimido 500 mg
Permetrina creme 5% e loção 1%
Prednisolona, fosfato sódico de, solução oral 1.34 mg/ml
Prednisona comprimido 20 mg
Prednisona, comprimido 5 mg
Propranolol, cloridrato de, comprimido 10 e 40 mg
Ranitidina, cloridrato de, comprimido 150 mg
Sais para reidratação oral pó para solução oral, composição
conforme descrito na RENAME 2006
Salbutamol, sulfato de, aerossol 100 mg/dose
Sulfametoxazol + Trimetoprima suspensão oral 40 mg + 8
mg/ml
Sulfametoxazol + Trimetoprima comprimido 400 mg + 80 mg
Tiabendazol suspensão oral 50 mg/ml
Tiabendazol comprimido 500 mg
Verapamil, cloridrato de, comprimido 40, 80 e 120 mg

II – Insumos com financiamento e aquisição pelos Municípios, Distrito Federal e Estados,


conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite

Tiras Reagentes de medida de glicemia capilar


Lancetas para punção digital
Seringas com agulha acoplada para aplicação de insulina

143
III – Medicamentos e Insumos com aquisição e financiamento pelo Ministério da Saúde

MEDICAMENTO/INSUMO ORIENTAÇÃO DE USO


Insulina Humana NPH 100UI - suspensão injetável
Insulina Humana Regular 100UI - solução injetável
Acetato de medroxiprogesterona solução injetável 150 mg/ml
Noretisterona, enantato + estradiol, valerato solução injetável 50 mg + 5
mg
Etinilestradiol + levonorgestrel comprimido 0,03 mg + 0,15 mg
Uso restrito para contracepção de
Levonorgestrel comprimido 1,50 mg
emergência
Noretisterona comprimido 0,35 mg
Anéis medidores de diafragma (caixa com conjunto de seis unidades,
com diferentes medidas)
Diafragma
Dispositivo intra-uterino (TCU 380A)
Preservativo masculino (49 mm)
Preservativo masculino (52 mm)

Comentário:

Revoga a Portaria GM 1.077/99, que implantou o Programa para a Aquisição dos


Medicamentos Essenciais para a Área de Saúde Mental e aprovar as normas de execução e de
financiamento da assistência farmacêutica na atenção básica em saúde.

144
PORTARIA Nº 154 DE 24 DE JANEIRO DE 2008.

Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando o inciso II do art. 198 da Constituição da República Federativa do Brasil,


de 1988, que dispõe sobre a integralidade da atenção como diretriz do Sistema Único de Saúde
– SUS;
Considerando o parágrafo único do art. 3º da Lei nº 8.080, de 1990, que dispõe sobre as
ações de saúde destinadas a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico,
mental e social;
Considerando os princípios e as diretrizes propostos no Pacto Pela Saúde, regulamentado
pela Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que contempla o Pacto firmado entre as
esferas de governo nas três dimensões: pela vida, em defesa do SUS e de Gestão;
Considerando a Regionalização Solidária e Cooperativa firmada no Pacto Pela Saúde e
seus pressupostos: territorialização, flexibilidade, cooperação, co-gestão, financiamento
solidário, subsidiariedade, participação e controle social;
Considerando a Política Nacional de Atenção Básica definida por meio da Portaria n º
648/GM, de 28 de março de 2006, que regulamenta o desenvolvimento das ações de Atenção
Básica à Saúde no SUS;
Considerando o fortalecimento da estratégia Saúde da Família definida por meio da
Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, que preconiza a coordenação do cuidado a partir
da atenção básica organizada pela estratégia Saúde da Família;
Considerando a Política Nacional de Promoção da Saúde, regulamentada pela Portaria nº
687/GM, de 30 de março de 2006, sobre o desenvolvimento das ações de promoção da saúde no
Brasil;
Considerando a Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência, conforme o
Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta o desenvolvimento das ações da
pessoa com deficiência no SUS;
Considerando as diretrizes nacionais para a Saúde Mental no SUS, com base na Lei nº
10.216, de 6 de abril de 2001, da reforma psiquiátrica;
Considerando a Portaria nº 710/GM, de 10 de junho de 1999, que aprova a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição, e a Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o
Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional;
Considerando a Política Nacional de Saúde da Criança e a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher, de 2004, seus princípios e diretrizes;
Considerando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC no
SUS, a Portaria nº 971/GM, de 3 de maio de 2006, que regulamenta o desenvolvimento das
ações que compreendem o universo de abordagens denominado pela Organização Mundial da
Saúde - OMS de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa - MT/MCA, a Homeopatia,
a Acupuntura, a Fitoterapia e o Termalismo Social/Crenoterapia;
Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na
forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;
Considerando o cronograma de envio das bases de dados dos Sistemas de Informações
Ambulatoriais - SIA e de Informação Hospitalar Descentralizado - SIHD/SUS, do Sistema de
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES, e da Comunicação de Internação
Hospitalar - CIH, estabelecido na Portaria nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007;
Considerando a Política Nacional de Medicamentos, que tem como propósito garantir a
necessária segurança, a eficácia e a qualidade desses produtos, a promoção do uso racional e o
acesso da população aqueles considerados essenciais;

145
Considerando que a Política Nacional de Assistência Farmacêutica - PNAF, estabelecida
por meio da Resolução CNS nº 338, de 6 de maio de 2004, é parte integrante da Política
Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à
recuperação da saúde e garantindo os princípios da universalidade, e da integralidade e da
eqüidade; e
Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que aprova as Diretrizes
Operacionais do Pacto pela Saúde 2006, bem como a Portaria nº 699/GM, de 30 de março de
2006, que regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão,

R E S O L V E:

Art. 1º Criar os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF com o objetivo de ampliar
a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a
inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e
regionalização a partir da atenção básica.
Art. 2º Estabelecer que os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF constituídos por
equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, atuem em parceria
com os profissionais das Equipes Saúde da Família - ESF, compartilhando as práticas em saúde
nos territórios sob responsabilidade das ESF, atuando diretamente no apoio às equipes e na
unidade na qual o NASF está cadastrado.

§ 1º Os NASF não se constituem em porta de entrada do sistema, e devem atuar de forma


integrada à rede de serviços de saúde, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto
com as equipes Saúde da Família.
§ 2º A responsabilização compartilhada entre as equipes SF e a equipe do NASF na
comunidade prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos processos de
referência e contra-referência, ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal
de responsabilidade da equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, atuando no fortalecimento
de seus atributos e no papel de coordenação do cuidado no SUS.
§ 3º Os NASF devem buscar instituir a plena integralidade do cuidado físico e mental aos
usuários do SUS por intermédio da qualificação e complementaridade do trabalho das Equipes
Saúde da Família - ESF.
Art. 3º Determinar que os NASF estejam classificados em duas modalidades, NASF 1 e
NASF 2, ficando vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos
Municípios e no Distrito Federal.
§ 1º O NASF 1 deverá ser composto por, no mínimo cinco profissionais de nível superior
de ocupações não-coincidentes entre as listadas no § 2º deste artigo.
§ 2º Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 1 as seguintes
ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acupunturista; Assistente Social;
Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico
Ginecologista; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico
Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional.
§ 3º O NASF 2 deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de
ocupações não-coincidentes entre as listadas no § 4º deste artigo.
§ 4º Para efeito de repasse de recursos federais, poderão compor os NASF 2 as seguintes
ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Assistente Social; Professor de Educação
Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta
Ocupacional.

146
Art. 4º Determinar que os NASF devam funcionar em horário de trabalho coincidente
com o das equipes de Saúde da Família, e que a carga horária dos profissionais do NASF
considerados para repasse de recursos federais seja de, no mínimo, 40 horas semanais,
observando o seguinte:
I - para os profissionais médicos, em substituição a um profissional de 40 (quarenta)
horas semanais, podem ser registrados 2 (dois) profissionais que cumpram um mínimo de 20
(vinte) horas semanais cada um; e
II - para as demais ocupações vale a definição do caput deste artigo.
§ 1º A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais,
seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da
disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações.
§ 2º Tendo em vista a magnitude epidemiológica dos transtornos mentais, recomenda-se
que cada Núcleo de Apoio a Saúde da Família conte com pelo menos 1 (um) profissional da
área de saúde mental.
§ 3º Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde,
localizada preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família às
quais estão vinculados.
§ 4º As ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a
serem desenvolvidas em conjunto com as equipes de SF, estão descritas no Anexo I a esta
Portaria.
Art. 5º Definir que cada NASF 1 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 8 (oito)
Equipes de Saúde da Família, e a no máximo, a 20 (vinte) Equipes de Saúde da Família.

§ 1º Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos Estados


da Região Norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5
(cinco) equipes de Saúde da Família, e a, no máximo, a 20 (vinte) equipes de Saúde da Família.

§ 2º O número máximo de NASF 1 aos quais o Município e o Distrito Federal podem


fazer jus para recebimento de recursos financeiros específicos será calculado pelas fórmulas:

I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes de Estados da Região Norte =


número de ESF do Município/5; e
II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da Região Norte e para Municípios
das demais unidades da Federação = número de ESF do Município/8.

Art. 6º Definir que cada NASF 2 realize suas atividades vinculado a, no mínimo, 3 (três)
equipes de Saúde da Família.

§ 1º O número máximo de NASF 2 aos quais o Município pode fazer jus para
recebimento de recursos financeiros específicos será de 1 (um) NASF 2.

§ 2º Somente os Municípios que tenham densidade populacional abaixo de 10 habitantes


por quilômetro quadrado, de acordo com dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, ano base 2007, poderão implantar o NASF 2.

Art. 7º Definir que seja de competência das Secretarias de Saúde dos Municípios e do
Distrito Federal:

147
I- definir o território de atuação de cada NASF quando as equipes de Saúde da Família às
quais estes NASF estiverem vinculados pertencerem a um mesmo Município ou ao Distrito
Federal;
II - planejar as ações que serão realizadas pelos NASF, como educação continuada e
atendimento a casos específicos;
III - definir o plano de ação do NASF em conjunto com as ESF, incluindo formulários de
referência e contra-referência, garantindo a interface e a liderança das equipes de Saúde da
Família no estabelecimento do cuidado longitudinal dos indivíduos assistidos, bem como de
suas famílias;
IV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais para os NASF, em conformidade
com a legislação vigente;
V - manter atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de estabelecimentos sob
sua gestão;
VI - disponibilizar a estrutura física adequada e garantir os recursos de custeio
necessários ao desenvolvimento das atividades mínimas descritas no escopo de ações dos
diferentes profissionais que comporão os NASF;
VII - realizar avaliação de cada NASF, estimulando e viabilizando a capacitação dos
profissionais;
VIII- assegurar o cumprimento da carga horária dos profissionais dos NASF; e
IX- estabelecer estratégias para desenvolver parcerias com os demais setores da sociedade
e envolver a comunidade local no cuidado à saúde da população de referência, de modo a
potencializar o funcionamento dos NASF.

Art. 8º Definir que seja de competência das Secretarias de Saúde dos Estados e do
Distrito Federal:
I - identificar a necessidade e promover a articulação entre os Municípios, estimulando,
quando necessário, a criação de consórcios intermunicipais para implantação de NASF 1 entre
os Municípios que não atinjam as proporções estipuladas no artigo 5º desta Portaria;
II - assessorar, acompanhar e monitorar o desenvolvimento das ações dos NASF, de
acordo com o planejamento, garantindo a interface e a liderança das equipes de Saúde da
Família no estabelecimento do cuidado longitudinal dos indivíduos assistidos, bem como de
suas famílias;
III - realizar avaliação e/ou assessorar sua realização; e
IV - acompanhar a organização da prática e do funcionamento dos NASF segundo os
preceitos regulamentados nesta Portaria.

Art. 9º Definir que o processo de credenciamento, implantação e expansão dos NASF:


I - esteja vinculado à implantação/expansão da Atenção Básica/Saúde da Família na
proporcionalidade definida no artigo 5º desta Portaria;
II - obedeça a mecanismos de adesão e ao fluxo de credenciamento, implantação e
expansão definidos no Anexo II a esta Portaria, podendo ser utilizados os quadros do Anexo III
a esta Portaria; e
III - tenha aprovação da Comissão Intergestores Bipartite de cada Estado.

Art. 10. Definir como valor de transferência para a implantação dos NASF, segundo sua
categoria:
I – NASF 1: o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em parcela única no mês
subseqüente à competência do SCNES com a informação do cadastro inicial de cada NASF 1,
que será repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e
ao Fundo de Saúde do Distrito Federal; e

148
II - NASF 2: o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) em parcela única no mês subseqüente
à competência do SCNES com a informação do cadastro inicial de cada NASF, que será
repassado diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde.

Art. 11. Definir como valor do incentivo federal para o custeio de cada NASF, segundo
sua categoria:
I - NASF 1: o valor de 20.000,00 (vinte mil reais) a cada mês, repassado diretamente do
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e ao Fundo de Saúde do Distrito
Federal; e
II - NASF 2: o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a cada mês, repassado diretamente do
Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde.

§ 1º Os valores dos incentivos financeiros para os NASF implantados serão transferidos a


cada mês, tendo como base o número de NASF cadastrados no SCNES.

§ 2º O envio da base de dados do SCNES pelas Secretarias Municipais e Estaduais de


Saúde para o banco nacional deverá estar de acordo com a Portaria nº 74/SAS/MS, de 6 de
fevereiro de 2007.

§ 3º O registro de procedimentos referentes à produção de serviços realizada pelos


profissionais cadastrados nos NASF deverão ser registrados no SIA/SUS mas não gerarão
créditos financeiros.

Art. 12. Definir que os recursos orçamentários de que trata esta Portaria façam parte da
fração variável do Piso de Atenção Básica (PAB variável) e componham o Bloco Financeiro de
Atenção Básica.

§ 1º Incidem nos fluxos e requisitos mínimos para manutenção da transferência e


solicitação de crédito retroativo os requisitos definidos pela Portaria nº 648/GM, de 28 de março
de 2006.

§ 2º O Ministério da Saúde suspenderá os repasses, dos incentivos referentes aos NASF


aos Municípios e/ou ao Distrito Federal nas mesmas situações previstas para as equipes de
Saúde da Família e de Saúde Bucal, conforme o estabelecido na Portaria nº 648/GM, de 28 de
março de 2006, Capítulo III, item 5, “da suspensão do repasse de recursos do PAB”.

Art. 13. Definir que os recursos orçamentários de que trata esta Portaria corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho
10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família.

Art. 14. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO I

São ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a serem


desenvolvidas em conjunto com as Equipes de Saúde da Família - ESF:

149
- identificar, em conjunto com as ESF e a comunidade, as atividades, as ações e as
prática a serem adotadas em cada uma das áreas cobertas;
- identificar, em conjunto com as ESF e a comunidade, o público prioritário a cada uma
das ações;
- atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas ESF e de
Internação Domiciliar, quando estas existirem, acompanhando e atendendo a casos, de acordo
com os critérios previamente estabelecidos;
- acolher os usuários e humanizar a atenção;
- desenvolver coletivamente, com vistas à intersetorialidade, ações que se integrem a
outras políticas sociais como: educação, esporte, cultura, trabalho, lazer, entre outras;
- promover a gestão integrada e a participação dos usuários nas decisões, por meio de
organização participativa com os Conselhos Locais e/ou Municipais de Saúde;
- elaborar estratégias de comunicação para divulgação e sensibilização das atividades
dos NASF por meio de cartazes, jornais, informativos, faixas, folders e outros veículos de
informação;
- avaliar, em conjunto com as ESF e os Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a
implementação das ações e a medida de seu impacto sobre a situação de saúde, por meio de
indicadores previamente estabelecidos;
- elaborar e divulgar material educativo e informativo nas áreas de atenção dos NASF; e
- elaborar projetos terapêuticos individuais, por meio de discussões periódicas que
permitam a apropriação coletiva pelas ESF e os NASF do acompanhamento dos usuários,
realizando ações multiprofissionais e transdisciplinares, desenvolvendo a responsabilidade
compartilhada.

Ações de Atividade Física/Práticas Corporais - Ações que propiciem a melhoria da


qualidade de vida da população, a redução dos agravos e dos danos decorrentes das doenças
não-transmissíveis, que favoreçam a redução do consumo de medicamentos, que favoreçam a
formação de redes de suporte social e que possibilitem a participação ativa dos usuários na
elaboração de diferentes projetos terapêuticos.

A Política Nacional de Promoção da Saúde - PT nº 687/GM, de 30 de março de 2006 -,


compreende que as Práticas Corporais são expressões individuais e coletivas do movimento
corporal advindo do conhecimento e da experiência em torno do jogo, da dança, do esporte, da
luta, da ginástica. São possibilidades de organização, escolhas nos modos de relacionar-se com
o corpo e de movimentar-se, que sejam compreendidas como benéficas à saúde de sujeitos e
coletividades, incluindo as práticas de caminhadas e orientação para a realização de exercícios,
e as práticas lúdicas, esportivas e terapêuticas, como: a capoeira, as danças, o Tai Chi Chuan, o
Lien Chi, o Lian Gong, o Tui-ná, a Shantala, o Do-in, o Shiatsu, a Yoga, entre outras.

Em face do caráter estratégico relacionado à qualidade de vida e à prevenção do


adoecimento, as ações de Atividade Física/Práticas Corporais devem buscar a inclusão de toda a
comunidade adstrita, não devendo restringir seu acesso apenas às populações já adoecidas ou
mais vulneráveis.

Detalhamento das ações:


- desenvolver atividades físicas e práticas corporais junto à comunidade;
- veicular informações que visam à prevenção, a minimização dos riscos e à proteção à
vulnerabilidade, buscando a produção do autocuidado;
- incentivar a criação de espaços de inclusão social, com ações que ampliem o sentimento
de pertinência social nas comunidades, por meio da atividade física regular, do esporte e lazer,
das práticas corporais;

150
- proporcionar Educação Permanente em Atividade Física/Práticas Corporais, nutrição e
saúde juntamente com as ESF, sob a forma de co-participação, acompanhamento
supervisionado, discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em serviço, dentro
de um processo de Educação Permanente;
- articular ações, de forma integrada às ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em
saúde que incluam os diversos setores da administração pública;
- contribuir para a ampliação e a valorização da utilização dos espaços públicos de
convivência como proposta de inclusão social e combate à violência;
- identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o
desenvolvimento do trabalho em práticas corporais, em conjunto com as ESF;
- capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde - ACS, para
atuarem como facilitadores/monitores no desenvolvimento de Atividades Físicas/Práticas
Corporais;
- supervisionar, de forma compartilhada e participativa, as atividades desenvolvidas pelas
ESF na comunidade;
- promover ações ligadas à Atividade Física/Práticas Corporais junto aos demais
equipamentos públicos presentes no território - escolas, creches etc;
- articular parcerias com outros setores da área adstrita, junto com as ESF e a população,
visando ao melhor uso dos espaços públicos existentes e a ampliação das áreas disponíveis
para as práticas corporais; e
- promover eventos que estimulem ações que valorizem Atividade Física/Praticas
Corporais e sua importância para a saúde da população.

Ações das Práticas Integrativas e Complementares - Ações de Acupuntura e Homeopatia


que visem à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, ampliando o acesso ao sistema de
saúde, proporcionando incremento de diferentes abordagens, tornando disponíveis outras opções
preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS.
Detalhamento das ações:
- desenvolver ações individuais e coletivas relativas às Práticas Integrativas e
Complementares;
- veicular informações que visem à prevenção, à minimização dos riscos e à proteção à
vulnerabilidade, buscando a produção do autocuidado;
- incentivar a criação de espaços de inclusão social, com ações que ampliem o
sentimento de pertinência social nas comunidades, por meio das ações individuais e coletivas
referentes às Práticas Integrativas e Complementares;
- proporcionar Educação Permanente em Práticas Integrativas e Complementares,
juntamente com as ESF, sob a forma da co-participação, acompanhamento supervisionado,
discussão de caso e demais metodologias da aprendizagem em serviço, dentro de um processo
de Educação Permanente;
- articular ações, de forma integrada às ESF, sobre o conjunto de prioridades locais em
saúde que incluam os diversos setores da administração pública;
- contribuir para a ampliação e a valorização da utilização dos espaços públicos de
convivência como proposta de inclusão social e combate à violência;
- identificar profissionais e/ou membros da comunidade com potencial para o
desenvolvimento do trabalho educativo em Práticas Integrativas e Complementares, em
conjunto com as ESF;
- capacitar os profissionais, inclusive os Agentes Comunitários de Saúde - ACS, para
atuarem como facilitadores/monitores no processo de divulgação e educação em saúde referente
às Práticas Integrativas e Complementares;

151
- promover ações ligadas às Práticas Integrativas e Complementares junto aos demais
equipamentos públicos presentes no território - escolas, creches etc; e
- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional.

Ações de Reabilitação - Ações que propiciem a redução de incapacidades e deficiências


com vistas à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, favorecendo sua reinserção social,
combatendo a discriminação e ampliando o acesso ao sistema de saúde.

A Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência - Decreto nº 3.298, de 20 de


dezembro de 1999 - compreende que as “deficiências podem ser parte ou expressão de uma
condição de saúde, mas não indicam necessariamente a presença de uma doença ou que o
indivíduo deva ser considerado doente” (CIF, 2003).
O processo de reabilitação, tendo em vista seu compromisso com a Inclusão Social, deve
ocorrer o mais próximo possível da moradia, de modo a facilitar o acesso, a valorizar o saber da
comunidade e a integrar-se a outros equipamentos presentes no território. Assim, é fundamental
que os serviços de atenção básica sejam fortalecidos para o cuidado da população com
deficiência e suas equipes tenham os conhecimentos necessários à realização de uma atenção
resolutiva e de qualidade, encaminhando adequadamente os usuários para os outros níveis de
complexidade quando se fizer necessário.
As ações de reabilitação devem ser multiprofissionais e transdisciplinares, provendo o
desenvolvimento de responsabilidades compartilhadas no qual, por meio do entrosamento
constante entre os diferentes profissionais, se formulem projetos terapêuticos únicos que
considerem a pessoa, suas necessidades e o significado da deficiência no contexto familiar e
social. Os resultados das ações deverão ser constantemente avaliados na busca por ações mais
adequadas e prover o melhor cuidado longitudinal aos usuários.

Detalhamento das ações:


- realizar diagnóstico, com levantamento dos problemas de saúde que requeiram ações de
prevenção de deficiências e das necessidades em termos de reabilitação, na área adstrita às ESF;
- desenvolver ações de promoção e proteção à saúde em conjunto com as ESF incluindo
aspectos físicos e da comunicação, como consciência e cuidados com o corpo, postura, saúde
auditiva e vocal, hábitos orais, amamentação, controle do ruído, com vistas ao autocuidado;
- desenvolver ações para subsidiar o trabalho das ESF no que diz respeito ao
desenvolvimento infantil;
- desenvolver ações conjuntas com as ESF visando ao acompanhamento das crianças que
apresentam risco para alterações no desenvolvimento;
- realizar ações para a prevenção de deficiências em todas as fases do ciclo de vida dos
indivíduos;
- acolher os usuários que requeiram cuidados de reabilitação, realizando orientações,
atendimento, acompanhamento, de acordo com a necessidade dos usuários e a capacidade
instalada das ESF;
- desenvolver ações de reabilitação, priorizando atendimentos coletivos;
- desenvolver ações integradas aos equipamentos sociais existentes, como escolas,
creches, pastorais, entre outros;
- realizar visitas domiciliares para orientações, adaptações e acompanhamentos;
- capacitar, orientar e dar suporte às ações dos ACS;
- realizar, em conjunto com as ESF, discussões e condutas terapêuticas conjuntas e
complementares;

152
- desenvolver projetos e ações intersetoriais, para a inclusão e a melhoria da qualidade de
vida das pessoas com deficiência;
- orientar e informar as pessoas com deficiência, cuidadores e ACS sobre manuseio,
posicionamento, atividades de vida diária, recursos e tecnologias de atenção para o desempenho
funcional frente às características específicas de cada indivíduo;
- desenvolver ações de Reabilitação Baseada na Comunidade - RBC que pressuponham
valorização do potencial da comunidade, concebendo todas as pessoas como agentes do
processo de reabilitação e inclusão;
- acolher, apoiar e orientar as famílias, principalmente no momento do diagnóstico, para o
manejo das situações oriundas da deficiência de um de seus componentes;
- acompanhar o uso de equipamentos auxiliares e encaminhamentos quando necessário;
- realizar encaminhamento e acompanhamento das indicações e concessões de órteses,
próteses e atendimentos específicos realizados por outro nível de atenção à saúde; e
- realizar ações que facilitem a inclusão escolar, no trabalho ou social de pessoas com
deficiência.

Ações de Alimentação e Nutrição - Ações de promoção de práticas alimentares saudáveis


em todas as fases do ciclo da vida e respostas às principais demandas assistenciais quanto aos
distúrbios alimentares, deficiências nutricionais e desnutrição, bem como aos planos
terapêuticos, especialmente nas doenças e agravos não-transmissíveis.

A promoção de práticas alimentares saudáveis é um componente importante da promoção


da saúde em todas as fases do ciclo da vida e abrange os problemas vinculados à desnutrição,
incluindo as carências específicas, a obesidade e os demais distúrbios nutricionais e sua relação
com as doenças e agravos não-transmissíveis.
Nessa direção, é importante socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de
alimentação, bem como desenvolver estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares
regionais relacionadas ao consumo de alimentos locais de custo acessível e elevado valor
nutritivo. A incorporação das ações de alimentação e nutrição, no âmbito da Atenção Básica,
deverá dar respostas as suas principais demandas assistenciais, ampliando a qualidade dos
planos terapêuticos especialmente nas doenças e agravos não-transmissíveis, no crescimento e
desenvolvimento na infância, na gestação e no período de amamentação.
O diagnóstico populacional da situação alimentar e nutricional com a identificação de
áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos
nutricionais, propiciada pelo sistema de vigilância alimentar e nutricional confere racionalidade
como base de decisões para as ações de nutrição e promoção de práticas alimentares saudáveis,
que respeitem a diversidade étnica, racial e cultural da população.
As ações de Alimentação e Nutrição integram o compromisso do setor saúde com relação
aos componentes do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional criado pela Lei. nº 11.346,
de 15 de setembro de 2006, com vistas ao direito humano à alimentação adequada.

Detalhamento das ações:


- conhecer e estimular a produção e o consumo dos alimentos saudáveis produzidos
regionalmente;
- promover a articulação intersetorial para viabilizar o cultivo de hortas e pomares
comunitários;
- capacitar ESF e participar de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção
dos distúrbios nutricionais como carências por micronutrientes, sobrepeso, obesidade, doenças
crônicas não transmissíveis e desnutrição; e
- elaborar em conjunto com as ESF, rotinas de atenção nutricional e atendimento para
doenças relacionadas à Alimentação e Nutrição, de acordo com protocolos de atenção básica,
organizando a referência e a contra-referência do atendimento.

153
Ações de Saúde Mental - Atenção aos usuários é a familiares em situação de risco
psicossocial ou doença mental que propicie o acesso ao sistema de saúde e à reinserção social.
As ações de combate ao sofrimento subjetivo associado a toda e qualquer doença e a questões
subjetivas de entrave à adesão a práticas preventivas ou a incorporação de hábitos de vida
saudáveis, as ações de enfrentamento de agravos vinculados ao uso abusivo de álcool e drogas e
as ações de redução de danos e combate à discriminação.

A atenção em saúde mental deve ser feita dentro de uma rede de cuidados - rede de
atenção em saúde mental - que já inclui a rede de Atenção Básica/Saúde da Família, os Centros
de Atenção Psicossocial- CAPS, as residências terapêuticas, os ambulatórios, os centros de
convivência, os clubes de lazer, entre outros. Os CAPS, dentro da Política de Saúde Mental, são
estratégicos para a organização dessa rede, pois são serviços também territorializados, que estão
circunscritos ao espaço de convívio social dos usuários que os freqüentam - sua família, escola,
trabalho, igreja etc. - e que visam resgatar as potencialidades desses recursos comunitários,
incluindo-os no cuidado em saúde mental. Os NASF devem integrar-se a essa rede, organizando
suas atividades a partir das demandas articuladas junto às equipes de Saúde da Família, devendo
contribuir para propiciar condições à reinserção social dos usuários e a uma melhor utilização
das potencialidades dos recursos comunitários na busca de melhores práticas em saúde, de
promoção da eqüidade, da integralidade e da construção da cidadania.

Detalhamento das ações:


- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;
- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de
transtornos mentais severos e persistentes, uso abusivo de álcool e outras drogas, pacientes
egressos de internações psiquiátricas, pacientes atendidos nos CAPS, tentativas de suicídio,
situações de violência intrafamiliar;
- discutir com as ESF os casos identificados que necessitam de ampliação da clínica em
relação a questões subjetivas;
- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas vinculados à
violência e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas, visando à redução de danos e à melhoria
da qualidade do cuidado dos grupos de maior vulnerabilidade;
- evitar práticas que levem aos procedimentos psiquiátricos e medicamentos à
psiquiatrização e à medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana;
- fomentar ações que visem à difusão de uma cultura de atenção não-manicomial,
diminuindo o preconceito e a segregação em relação à loucura;
- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando constituir
espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a
relevância da articulação intersetorial - conselhos tutelares, associações de bairro, grupos de
auto-ajuda etc;
- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a
atenção em saúde mental se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na
comunidade;
- possibilitar a integração dos agentes redutores de danos aos Núcleos de Apoio à Saúde
da Família; e
- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e
buscando constituir redes de apoio e integração.

Ações de Serviço Social - Ações de promoção da cidadania e de produção de estratégias


que fomentem e fortaleçam redes de suporte social e maior integração entre serviços de saúde,
seu território e outros equipamentos sociais, contribuindo para o desenvolvimento de ações
intersetoriais para realização efetiva do cuidado.

154
Considerando-se o contexto brasileiro, suas graves desigualdades sociais e a grande
desinformação acerca dos direitos, as ações de Serviço Social deverão se situar como espaço de
promoção da cidadania e de produção de estratégias que fomentem e fortaleçam redes de
suporte social propiciando uma maior integração entre serviços sociais e outros equipamentos
públicos e os serviços de saúde nos territórios adstritos, contribuindo para o desenvolvimento de
ações intersetoriais que visem ao fortalecimento da cidadania.

Detalhamento das ações:


- coordenar os trabalhos de caráter social adstritos às ESF;
- estimular e acompanhar o desenvolvimento de trabalhos de caráter comunitário em
conjunto com as ESF;
- discutir e refletir permanentemente com as ESF a realidade social e as formas de
organização social dos territórios, desenvolvendo estratégias de como lidar com suas
adversidades e potencialidades;
- atender as famílias de forma integral, em conjunto com as ESF, estimulando a reflexão
sobre o conhecimento dessas famílias, como espaços de desenvolvimento individual e grupal,
sua dinâmica e crises potenciais;
- identificar no território, junto com as ESF, valores e normas culturais das famílias e da
comunidade que possam contribuir para o processo de adoecimento;
- discutir e realizar visitas domiciliares com as ESF, desenvolvendo técnicas para
qualificar essa ação de saúde;
- possibilitar e compartilhar técnicas que identifiquem oportunidades de geração de renda
e desenvolvimento sustentável na comunidade, ou de estratégias que propiciem o exercício da
cidadania em sua plenitude, com as ESF e a comunidade;
- identificar, articular e disponibilizar com as ESF uma rede de proteção social;
- apoiar e desenvolver técnicas de educação e mobilização em saúde;
- desenvolver junto com os profissionais das ESF estratégias para identificar e abordar
problemas vinculados à violência, ao abuso de álcool e a outras drogas;
- estimular e acompanhar as ações de Controle Social em conjunto com as ESF;
- capacitar, orientar e organizar, junto com as ESF, o acompanhamento das famílias do
Programa Bolsa Família e outros programas federais e estaduais de distribuição de renda; e
- identificar as necessidades e realizar as ações de Oxigenioterapia, capacitando as ESF
no acompanhamento dessa ação de atenção à saúde.

Ações de Saúde da Criança - Ações de atenção às crianças desenvolvidas a partir de


demandas identificadas e referenciadas pela equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, cuja
complexidade exija atenção diferenciada. Ações de interconsulta desenvolvidas juntamente com
médicos generalistas e demais componentes das equipes de Saúde da Família, que estejam
inseridas num processo de educação permanente. Ações de capacitação dentro de um processo
de educação permanente para os diferentes profissionais das equipes Saúde da Família e os
demais atendimentos/procedimentos da área que requeiram nível de conhecimento ou tecnologia
mais específico.

Detalhamento das ações:


- realizar junto com as ESF o planejamento das ações de saúde da criança;
- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;
- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de agravos
severos e/ou persistentes de saúde da criança, além de situações específicas, como a de violência
intrafamiliar;

155
- discutir com as ESF os casos identificados que necessitem de ampliação da clínica em
relação a questões específicas;
- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas que se traduzam em
maior vulnerabilidade;
- evitar práticas que levem a medicalização de situações individuais e sociais, comuns à
vida cotidiana;
- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando desenvolver
espaços de vida saudáveis na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a relevância
da articulação intersetorial (conselhos tutelares, escolas, associações de bairro etc);
- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a
atenção em saúde da criança se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na
comunidade;
- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e
buscando constituir redes de apoio e integração; e
- realizar visita domiciliar conjunta às equipes Saúde da Família a partir de necessidades
identificadas, a exemplo dos casos de pacientes impossibilitados de deambular.

Ações de Saúde da Mulher - Ações de interconsulta desenvolvidas juntamente com


médicos generalistas e demais componentes das equipes de Saúde da Família que estejam
inseridas num processo de educação permanente; ações de capacitação em serviço dentro de um
processo de educação permanente para os diferentes profissionais das equipes Saúde da Família;
ações de atenção individual às mulheres, desenvolvidas a partir de demandas identificadas e
referenciadas pela equipe de Atenção Básica/Saúde da Família; cuja complexidade do caso exija
atenção diferenciada; ações diferenciadas, como pré-natal de risco não habitual, cujo
acompanhamento se desenvolva de maneira compartilhada com as equipes Saúde da Família;
realização de colposcopia e biópsias dirigidas, realização de cirurgias de alta-freqüência (CAF)
e demais atendimentos/procedimentos da área que requeiram nível de conhecimento ou
tecnologia mais específico.

Detalhamento das ações:


- realizar junto com as ESF, o planejamento das ações de saúde da mulher;
- realizar atividades clínicas pertinentes a sua responsabilidade profissional;
- apoiar as ESF na abordagem e no processo de trabalho referente aos casos de agravos
severos e/ou persistentes de saúde da mulher, além de situações específicas como a de violência
intrafamiliar;
- discutir com as ESF os casos identificados que necessitam de ampliação da clínica em
relação a questões específicas;
- criar, em conjunto com as ESF, estratégias para abordar problemas que se traduzam em
maior vulnerabilidade;
- evitar práticas que levem à medicalização de situações individuais e sociais, comuns à
vida cotidiana;
- desenvolver ações de mobilização de recursos comunitários, buscando constituir
espaços de vida saudáveis na comunidade, como oficinas comunitárias, destacando a relevância
da articulação intersetorial - conselhos tutelares, escolas, associações de bairro etc;
- priorizar as abordagens coletivas, identificando os grupos estratégicos para que a
atenção em saúde da mulher se desenvolva nas unidades de saúde e em outros espaços na
comunidade;
- ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no tratamento e
buscando constituir redes de apoio e integração; e

156
- realizar visita domiciliar em conjunto com as equipes Saúde da Família a partir de
necessidades identificadas, a exemplo dos casos de pacientes impossibilitados de deambular.

Ações de Assistência Farmacêutica - Ações voltadas à promoção, à proteção e à


recuperação da saúde, no âmbito individual e coletivo, tendo o medicamento como insumo
essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional.

A Assistência Farmacêutica nos NASF visa fortalecer a inserção da atividade


farmacêutica e do farmacêutico de forma integrada às equipes de Atenção Básica/Saúde da
Família, cujo trabalho buscará garantir à população o efetivo acesso e a promoção do uso
racional de medicamentos, contribuindo com a resolubilidade das ações de promoção, de
prevenção e de recuperação da saúde, conforme estabelecem as diretrizes da Estratégia da Saúde
da Família e da Política Nacional de Medicamentos e da Política Nacional de Assistência
Farmacêutica.

Detalhamento das ações:


- coordenar e executar as atividades de Assistência Farmacêutica no âmbito da Atenção
Básica/Saúde da Família;
- auxiliar os gestores e a equipe de saúde no planejamento das ações e serviços de
Assistência Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde da Família, assegurando a integralidade e a
intersetorialidade das ações de saúde;
- promover o acesso e o uso racional de medicamentos junto à população e aos
profissionais da Atenção Básica/Saúde da Família, por intermédio de ações que disciplinem a
prescrição, a dispensação e o uso;
- assegurar a dispensação adequada dos medicamentos e viabilizar a implementação da
Atenção Farmacêutica na Atenção Básica/Saúde da Família;
- selecionar, programar, distribuir e dispensar medicamentos e insumos, com garantia da
qualidade dos produtos e serviços;
- receber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos na Atenção Básica/
Saúde da Família;
- acompanhar e avaliar a utilização de medicamentos e insumos, inclusive os
medicamentos fitoterápicos, homeopáticos, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e
da melhoria da qualidade de vida da população;
- subsidiar o gestor, os profissionais de saúde e as ESF com informações relacionadas à
morbimortalidade associados aos medicamentos;
- elaborar, em conformidade com as diretrizes municipais, estaduais e nacionais, e de
acordo com o perfil epidemiológico, projetos na área da Atenção/Assistência Farmacêutica a
serem desenvolvidos dentro de seu território de responsabilidade;
- intervir diretamente com os usuários nos casos específicos necessários, em
conformidade com a equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, visando uma farmacoterapia
racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados à melhoria da qualidade
de vida;
- estimular, apoiar, propor e garantir a educação permanente de profissionais da Atenção
Básica/Saúde da Família envolvidos em atividades de Atenção/Assistência Farmacêutica; e
– treinar e capacitar os recursos humanos da Atenção Básica/Saúde da Família para o
cumprimento das atividades referentes à Assistência Farmacêutica.

157
ANEXO II

MECANISMOS DE ADESÃO/IMPLANTAÇÃO DOS NASF

I. Para implantar os NASF, os Municípios e o Distrito Federal devem elaborar Projeto de


Implantação, contemplando:

- o território de atuação, formado por áreas contíguas de equipes de Atenção


Básica/Saúde da Família;
- as principais atividades a serem desenvolvidas;
- os profissionais a serem inseridos/contratados;
- a forma de contratação e a carga horária dos profissionais;
– a identificação das Equipes Saúde da Família - ESF vinculadas aos NASF;
– o planejamento e/ou a previsão de agenda compartilhada entre as diferentes equipes SF
e a equipe dos NASF, que incluam ações individuais e coletivas, de assistência, de apoio
pedagógico tanto das ESF quanto da comunidade e as ações de visita domiciliar;
- o código do CNES da Unidade de Saúde em que será credenciado o serviço NASF, que
deve estar inserida no território das ESF vinculadas;
- o formato de integração no sistema de saúde, incluindo fluxos e mecanismos de
referências e contra-referências aos demais serviços da rede assistencial, prevendo mecanismos
de retorno da informação e a coordenação do acesso pelas ESF; e
- descrição dos investimentos necessários à adequação da Unidade de Saúde para o bom
desempenho das ações dos NASF.

II. A proposta elaborada deverá ser aprovada pelos Conselhos de Saúde dos
Municípios e encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde ou a sua instância regional para
análise. O Distrito Federal, após a aprovação por seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar
sua proposta ao Ministério da Saúde.
III. A Secretaria Estadual de Saúde ou sua instância regional terá o prazo máximo de 30
dias após a data do protocolo de entrada do processo para sua análise e encaminhamento à
Comissão Intergestores Bipartite – CIB. Vencido o prazo fixado, o Município poderá enviar a
solicitação de credenciamento com o protocolo de entrada na SES que comprove a expiração do
prazo diretamente ao Ministério da Saúde.

IV. Após a aprovação, cabe à Secretaria de Saúde dos Estados e do Distrito Federal
informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número de NASF que fazem jus ao
recebimento de incentivos financeiros do PAB variável.

V. O Município, com as equipes previamente credenciadas pelo Estado, passará a receber


o incentivo correspondente às equipes efetivamente implantadas, a partir do cadastro de
profissionais no sistema nacional de informação definido para esse fim, e da alimentação de
dados no sistema que comprovem o início de suas atividades.

158
ANEXO III

QUADROS PARA PROJETOS DE ADESÃO/IMPLANTAÇÃO DOS NASF

Caracterização Geral

Nome ou nº do NASF: ______________Nº do EAS no CNES_______

Área geográfica de atuação Equipes de Saúde da FamíliaPopulação estimada


(Município/bairro/comunidade) vinculadas (Município, nome ou
nº)

Áreas de Apoio do NASF

Ocupações Nome do(s)Carga Carga horária semanal


Profissional(is), sehorária por ocupação
existirem
Atividade Física Professor de
Educ. Física

Alimentação Nutricionista

Reabilitação Fisioterapeuta

Fonoaudiólogo

159
Serviço Social Assistente Social

Saúde Mental Psicólogo

Psiquiatra

Terapeuta
Ocupacional

Saúde da Mulher Ginecologista/


Obstetra

Saúde da Criança Pediatra

Homeopatia Médico
Homeopata

Acupuntura Médico
Acupunturista

Assistência Farmacêutico
Farmacêutica

Outros:

Infra-estrutura

Material Permanente

Existente Qtde. A adquirir Qtde.

Forma de contratação de recursos humanos

Ocupação e nome doForma deForma deForma deRegime de


profissional (se járecrutamento seleção contratação trabalho

160
estiver definido)

Quadro de metas das Ações em áreas Estratégicas

Área Estratégica Ações propostas para oQuantitativo de ações programadas


NASF por ano

Comentário:
Essa portaria traz a recomendação de que cada NASF conte pelo menos um profissional de
saúde mental, o que é considerado uma importante estratégia para o avanço das ações de saúde
mental na atenção primária. A proposta é que os NASF e ESF compartilhem práticas em saúde
nos territórios, melhorando a resolutividade, o acesso e a qualidade da atenção.

161
PORTARIA Nº 1.899 DE 11 DE SETEMBRO DE 2008.

Institui o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições, que lhe confere o


inciso I do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando que a Política Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde tem como
uma de suas prioridades a expansão dos leitos de atenção integral em hospitais gerais, CAPS III,
Serviços Hospitalares de Referência para Álcool e outras Drogas e emergências gerais;
Considerando a necessidade de oferecer suporte hospitalar estratégico para a rede de
atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência e emergência decorrentes dos
transtornos mentais, incluindo o uso de álcool e outras drogas, que demandem por internações
de curta duração como parte do manejo terapêutico dos casos;
Considerando a necessidade de estimular gestores estaduais e municipais de saúde a
implantar leitos para internação psiquiátrica em hospitais gerais;
Considerando que a normatização destes leitos ainda é regulada pela Portaria SNAS nº
224, de 29 de janeiro de 1992, fazendo-se necessária sua revisão e atualização, diante do novo
cenário da reestruturação da assistência psiquiátrica no país;
Considerando a Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as normas
de funcionamento e credenciamento/habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a
Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando a necessidade de se estabelecerem diretrizes para a regulação da porta de
entrada para internações psiquiátricas, componente essencial da organização da resposta da rede
assistencial e mecanismo efetivo de garantia de acessibilidade aos serviços de saúde mental;
Considerando a inclusão do Serviço Móvel de Atenção às Urgências - SAMU na
articulação da rede de atenção em saúde mental e das ações de regulação dos leitos em atenção
integral em Saúde Mental;
Considerando a necessidade de articulação da política de saúde mental às diretrizes da
Política de Urgências e Emergências do Departamento de Atenção Especializada/DAE/SAS e às
políticas de regulação do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de
Sistemas/DRAC/SAS;
Considerando as deliberações do I Seminário Nacional de Saúde Mental nas Grandes
Cidades, realizado nos dias 17 e 18 de junho de 2008, em Campinas-SP, com a participação de
gestores de Saúde Mental dos 22 (vinte e dois) maiores Municípios do Brasil e dos Estados-sede
desses Municípios, além de profissionais e docentes do campo da Saúde Mental; e
Considerando que as experiências municipais fundadas em uma boa regulação dos leitos
de atenção integral em saúde mental CAPS III, hospitais e emergências gerais, na expansão de
leitos em hospitais gerais, na implantação de CAPS III e na articulação com o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, vêm conseguindo resolutividade na atenção às crises
nos Municípios de grande porte,

R E S O L V E:

Art. 1º Instituir o Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais, destinado
a elaborar diagnóstico da atual situação da implantação dos leitos e sugerir medidas e estratégias
para a expansão e qualificação desses leitos.

Art. 2º O Grupo de Trabalho tem por objetivo propor diretrizes para a regulação da porta
de entrada de internações em psiquiatria, atendendo às prioridades da Política Nacional de
Saúde Mental e às demais políticas da área hospitalar do Ministério da Saúde.

162
Art. 3º Compete ao Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais:

I - promover a discussão sobre as estratégias para expansão dos leitos para internação
psiquiátrica em hospitais gerais, incluindo seus serviços de emergência;
II - discutir os critérios de implantação e implementação dos serviços de emergência, com
vistas a buscar uma maior adesão dos gestores à implantação dos leitos;
III - estabelecer mecanismos de discussão e de definições técnicas sobre o tema dos leitos
para internação psiquiátrica em hospitais gerais e nos serviços de emergência dos hospitais
gerais, de forma coletiva e construtora de consenso, observando as necessidades e
especificidades das diferentes regiões geográficas do País; e
IV - promover a discussão sobre as diretrizes gerais para a regulação das internações
psiquiátricas, incluindo o SAMU e as diretrizes da Política Nacional de Regulação do Ministério
da Saúde.

Art. 4º O Grupo de Trabalho, será composto por representantes, titulares e suplentes dos
seguintes órgão e entidades:

I - Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS:


a) três representantes do Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas/DAPES/Área Técnica de Saúde Mental;
b) um representante do Departamento de Atenção Especializada - DAE;
c) um representante do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas -
DRAC;

II - um representante da Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN;


III - um representante da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP;
IV - um representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Serviço de
Interconsulta Psiquiátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre;
V - um representante do Grupo de Trabalho da Estratégia Nacional de Prevenção do
Suicídio;
VI - um representante de experiência municipal do Sistema Único de Saúde - SUS em
atenção integral a transtornos associados ao consumo de álcool e outras drogas;
VII - um representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS;
VIII - um representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde –
CONASEMS; e
IX – um representante da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional
de Saúde.

Parágrafo único. A Coordenação do Grupo de Trabalho ficará a cargo do Departamento


de Ações Programáticas Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental – DAPES/MS.

Art. 5º A designação dos membros do Grupo de Trabalho será feita por ato específico da
Secretaria de Atenção à Saúde.

Art. 6º Determinar o prazo de 90 (noventa) dias, a contar da publicação desta Portaria,


para a apresentação do relatório final com as conclusões do Grupo de Trabalho.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

163
PORTARIA Nº 1.954 DE 18 DE SETEMBRO DE 2008.

Reajusta o valor do auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pela


Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições, que lhe confere o


inciso II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o Programa De Volta


Para Casa, especialmente o § 1º, do art. 2º, que autoriza o Poder Executivo a reajustar o valor do
auxílio-reabilitação psicossocial;
Considerando a Portaria nº 2.077/GM, de 31 de outubro de 2003;
Considerando a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, de maio de
2003 a maio de 2008; e
Considerando a recomendação contida no Relatório Final do I Seminário Nacional do
Programa de Volta para Casa, realizado em Brasília, nos dias 8 e 9 de maio de 2007.

R E S O L V E:

Art. 1º Reajustar, para R$ 320,00 (trezentos e vinte reais), o valor do auxílio-reabilitação


psicossocial.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir de novembro de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:
Esta Portaria atende à reivindicação de beneficiários do Programa de Volta para Casa e à
reivindicação dos participantes do I Seminário Nacional do Programa de Volta para Casa,
ocorrido em Brasília nos dias 08 e 09 de 2007, que assinaram uma carta aberta aos gestores das
três esferas do SUS.

164
PORTARIA Nº 2.867, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008

Estabelece recursos a serem transferidos do Fundo de Ações Estratégicas e


Compensação - FAEC para o Teto Financeiro Anual da Assistência Ambulatorial e
Hospitalar de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios e
redefine o rol de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses e
Próteses e Materiais Especiais - OPM do SUS financiados pelo FAEC.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I
e II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o


financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na
forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;
Considerando a Portaria nº 321/GM, de 8 de fevereiro de 2007, que institui a Tabela de
Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de
Saúde – SUS; e
Considerando a Portaria nº 2.848/GM, de 6 de novembro de 2007, que consolida a
estrutura organizacional e o detalhamento completo dos procedimentos da Tabela de
Procedimentos, Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de
Saúde - SUS, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 1.091.475.490,73 (um bilhão, noventa


e um milhões, quatrocentos e setenta e cinco mil quatrocentos e noventa reais e setenta e três
centavos), a serem transferidos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação - FAEC para o
Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios,
conforme descrito a seguir:
I - o montante de R$ 1.052.642.346,36 (um bilhão, cinqüenta e dois milhões, seiscentos
e quarenta e dois mil trezentos e quarenta e seis reais e trinta e seis centavos), definido pelos
cálculos realizados com base na série histórica da produção de serviços aprovados e registrados
no Sistema de Informação Ambulatorial SIA/SUS e do Sistema de Informação Hospitalar
SIH/SUS, no quadrimestre de abril a julho de 2008, observando a gestão informada nas
referidas bases de dados, conforme detalhado no Anexo I a esta Portaria.
II - o montante de R$ 38.833.144,37 (trinta e oito milhões, oitocentos e trinta e três mil
cento e quarenta e quatro reais e trinta e sete centavos), referentes às habilitações e
credenciamentos de novos serviços de Média e Alta Complexidade, conforme detalhado no
Anexo II a esta Portaria.
Parágrafo único. A realocação dos recursos, por gestão, do montante estabelecido nos
Anexos I e II a esta Portaria, será objeto de pactuação no âmbito da Comissão Intergestores
Bipartite, com o respectivo ajuste na Programação Pactuada e Integrada – PPI.

Art. 2º Os procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses e


Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS que continuarão financiados
pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC, até a pactuação de novo
cronograma de migração, em cumprimento ao disposto no art. 15 da Portaria nº 204/GM, de
2007, estão descritos no Anexo III a esta Portaria.
Art. 3º Os grupos de procedimentos da Tabela de Procedimentos, Medicamentos,
Órteses e Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde – SUS, que serão
transferidos do FAEC para o Teto Financeiro MAC, estão elencados no Anexo IV a esta
Portaria.
Parágrafo único. Os procedimentos constantes no Anexo IV, serão revisados no período de 6
(seis) meses, a partir da publicação desta Portaria.

165
Art. 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios farão jus à parcela mensal
descrita nos Anexos I e II a esta Portaria.
Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a
transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 5º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, oneram o Programa de


Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e
Alta Complexidade.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência novembro de 2008.

Art. 7º Ficando revogada a Portaria SAS/MS nº 030, de 18 de janeiro de 2008,


publicada no Diário Oficial da União nº 14, de 21 de janeiro de 2008, Seção 1, página 37.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

*Anexos disponíveis no portal do Ministério da Saúde

Comentário:

Esta Portaria, consequência de um conjunto de reformas institucionais pactuadas entre as três


esferas de governo para promover inovações nos processos de gestão – o Pacto de Gestão -
realoca os recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) destinados ao
pagamento dos procedimentos cobrados pelos CAPS para o Teto Financeiro Anual da
Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média e Alta Complexidade dos Estados, Distrito
Federal e Municípios. A partir dela, os procedimentos dos CAPS que eram financiados pelo
FAEC desde 2002 e eram “extra-teto”, passam agora a ser financiados pelos recursos realocados
e transferidos, fundo a fundo, para o teto financeiro dos municípios.

166
PORTARIA CONJUNTA SAS/SVS Nº 02, DE 16 DE ABRIL DE 2009

Torna público o Concurso para Seleção de Projetos de Redução de Danos

O Secretário de Atenção à Saúde e a Secretária de Vigilância em Saúde – Substituta, no


uso de suas atribuições,

Considerando que a redução de danos é uma estratégia da saúde pública que visa reduzir
os danos sociais e à saúde, decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, regulada
pela Portaria nº 1.028/GM, de 1º de julho de 2005;

Considerando que essa estratégia deve ser desenvolvida por meio de ações de saúde
dirigidas a pessoas que não conseguem ou não querem interromper o referido uso sem,
necessariamente, intervir na oferta ou no consumo;

Considerando que as pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas podem
estar mais vulneráveis à infecção pelo HIV, hepatites B e C e outras doenças, pelo uso
compartilhado de seringas, cachimbos, canudos, comuns no uso de drogas e sexo sem proteção;

Considerando que o Ministério da Saúde adota a estratégia de redução de danos,


vinculada à prevenção e controle da epidemia de AIDS desde o início dos anos 90 e que esta
intervenção tem permitido a redução de casos de AIDS entre usuários de drogas injetáveis, cuja
proporção no total de casos notificados em 2000 representava 13%, tendo diminuído para 7%
em 2006;

Considerando que o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde –


Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Área Técnica de Saúde Mental, ao definir
sua Política de Álcool e outras Drogas avança no conceito de redução de danos e amplia suas
ações para o contexto de atenção integral do usuário de álcool e outras drogas;

Considerando que movimentos sociais de redutores de danos e de usuários de álcool e


outras drogas têm se articulado para a defesa de seus direitos e contribuído na construção das
políticas nas três esferas do Sistema Único de Saúde - SUS; e

Considerando que durante o Seminário Nacional sobre a Articulação das Ações de


Redução de Danos no Âmbito do SUS, realizado em 2007, com participação de gestores,
Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde - CONASEMS, Secretaria Nacional Antidrogas - SENAD, United Nations
Office on Drugs and Crime - UNODC, universidades, profissionais e usuários de diversas partes
do país, o Ministério da Saúde comprometeu-se a lançar Edital conjunto de projetos, como uma
das estratégias para implementar as ações de redução de danos, resolve:

Art. 1º Tornar público o Concurso para Seleção de Projetos de Redução de Danos 2009,
a ser regulamentado pelo Edital Conjunto SAS/SVS nº 01, de 16 de abril de 2009, com o
objetivo de apoiar projetos de redução de danos que contribuam para o fortalecimento de
serviços de saúde, redes, fóruns e movimentos sociais prioritários para a resposta ao
enfrentamento da epidemia de DST/AIDS, Hepatites Virais e outros agravos, bem como
minimizar as conseqüências negativas relacionadas ao uso prejudicial do álcool e outras drogas.

Art. 2º Os contratos provenientes das propostas aprovadas poderão ser celebrados com o
UNODC Projeto (AD/BRA/03H34) ou com o Ministério da Saúde, via Fundo Nacional de

167
Saúde, neste caso, devendo onerar os Programas de Trabalho 10.302.1220.20B0.0001 –
Atenção Especializada em Saúde Mental e 10.243.1312.6177.0001 – Implementação de
Políticas de Atenção à Saúde do Adolescente e Jovem.

Art. 3º A seleção dos projetos será realizada por meio de Comitê específico, constituído
a convite do Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental e Secretaria de Vigilância em
Saúde/Programa Nacional de DST/AIDS, do Ministério da Saúde.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ALBERTO BELTRAME
Secretário de Atenção à Saúde

HELOIZA MACHADO DE SOUZA


Secretário de Vigilância em Saúde - Substituta

168
PORTARIA Nº 1.190 DE 4 DE JUNHO DE 2009

Institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao


Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema
Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes
gerais, ações e metas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os


incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do


consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (pasta-base, crack, merla) e
inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens;
Considerando a lacuna assistencial nas políticas de saúde para a questão da prevenção e
tratamento dos transtornos associados ao consumo do álcool e de outras drogas;
Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas
para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao
consumo prejudicial de substâncias psicoativas;
Considerando a necessidade de construção, sob a coordenação do campo da saúde
pública, de respostas públicas intersetoriais eficazes, sensíveis à cultura e às peculiaridades da
clínica de álcool e outras drogas;
Considerando a necessidade de fortalecimento e qualificação da rede de atenção à saúde
mental existente;
Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental”;
Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e
do Adolescente e, em seus arts. 4º e 11º, estabelece como absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida e à saúde por meio de políticas públicas que assegurem o acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde;
Considerando as diretrizes da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a
Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando as diretrizes e recomendações para Atenção Integral à Saúde de
Adolescentes e Jovens;
Considerando as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, no que diz
respeito à morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, às ações
preventivas ao consumo de álcool e outras drogas previstas no Programa Saúde na Escola e à
necessidade de abordagens preventivas e de promoção da saúde dirigidas às crianças desde a
primeira infância;
Considerando a Portaria nº 2.197/GM, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a
atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde –
SUS;
Considerando a Portaria nº 816/GM, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa
Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando a Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as Normas
de Funcionamento e Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para
a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas;
Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), que atravessa as diferentes
ações, serviços e instâncias gestoras do SUS;
Considerando as determinações da Portaria Interministerial MS/SEDH/SEPM nº 1.426,
de 14 de julho de 2004 e da Portaria SAS/MS nº 647, de 11 de novembro de 2008, que dispõem
sobre a atenção integral de saúde para adolescentes em cumprimento de medidas sócio-

169
educativas;
Considerando a adesão do Brasil ao Programa “Mental Health Gap Action Program”, da
Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna
assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os
países do mundo, especialmente os países em desenvolvimento; e
Considerando a pactuação ocorrida na Reunião Ordinária da Comissão Intergestores
Tripartite – CIT, realizada no dia 28 de maio de 2009, resolve:

Art. 1º Instituir o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e


Prevenção em Álcool e outras Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009 - 2010),
com as seguintes finalidades:
I - ampliar o acesso ao tratamento e à prevenção em álcool e outras drogas no Sistema
Único de Saúde (SUS);
II - diversificar as ações orientadas para a prevenção, promoção da saúde, tratamento e
redução dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e
III - construir respostas intersetoriais efetivas, sensíveis ao ambiente cultural, aos direitos
humanos e às peculiaridades da clínica do álcool e outras drogas, e capazes de enfrentar, de
modo sustentável, a situação de vulnerabilidade e exclusão social dos usuários.

Art. 2º São prioridades do PEAD:


I - Os 100 maiores municípios, com população superior a 250.000 habitantes, além de
Palmas, por ser capital, e 7(sete) municípios de fronteira, listados todos no Anexo I desta
Portaria, por apresentarem fragilidades na rede assistencial e/ou problemas de maior magnitude,
do ponto de vista epidemiológico; e
II - O segmento populacional formado por crianças, adolescentes e jovens em situação de
vulnerabilidade e risco.

Parágrafo único. As ações, já em curso e/ou planejadas, de expansão e qualificação da


rede de saúde mental nos demais municípios, não sofrerão prejuízo em função da prioridade
definida no caput. Caso sejam identificadas novas necessidades emergenciais, outros municípios
poderão ser incorporados ao PEAD.

Art. 3º Estabelecer que as ações do PEAD (2009 – 2010) devem orientar-se segundo as
seguintes diretrizes gerais:
I - direito ao tratamento: todo usuário de álcool e outras drogas tem direito a um
tratamento de qualidade, ofertado pela rede de serviços do SUS, e que considere os diversos
aspectos envolvidos no seu processo de adoecimento;
II - redução da lacuna assistencial: ao SUS cabe a tarefa de garantir o acesso a ações e
serviços de saúde mental, compatíveis com as demandas dos usuários de álcool e outras drogas;
III - respeito e promoção dos direitos humanos e da inclusão social: os usuários de álcool
e outras drogas devem ser tratados com dignidade e respeito e a eles deve ser garantido o real
acesso ao direito à saúde, ao bem-estar físico e mental, ao tratamento de qualidade, à moradia, à
cultura, entre outros;
IV - enfrentamento do estigma: deve haver uma dimensão política de enfrentamento do
estigma associada a toda e qualquer ação proposta para a população usuária de álcool e outras
drogas, tendo em vista que o acesso ao cuidado tem importantes barreiras sociais, oriundas da
compreensão ainda existente de que a estes cidadãos devem ser ofertadas somente políticas
repressivas. O estigma se manifesta também pela desconfiança dos usuários em relação ao
acolhimento e cuidado oferecidos pelo Estado;
V - garantia de acesso a um tratamento de eficácia comprovada: na discussão de modelos
de atenção aos usuários de álcool e outras drogas é preciso incorporar as pesquisas e avaliações
que vêm sendo feitas no país e no exterior, que apontam as melhores estratégias, eficazes e
custo-efetivas, de cuidado para essa população;

170
VI - reconhecimento dos determinantes sociais de vulnerabilidade, risco e dos padrões de
consumo: as políticas públicas voltadas para os usuários de álcool e outras drogas devem levar
em conta a estreita ligação entre a dinâmica social e os processos de adoecimento;
VII - garantia do cuidado em rede, no território, e de atenção de base comunitária: o
cuidado integral aos usuários de álcool e outras drogas deve ser garantido em uma rede
diversificada de ações e serviços de saúde mental, de base comunitária e territorial;
VIII - priorização de ações para crianças, adolescentes e jovens em situações de
vulnerabilidade: há uma tendência de uso de álcool e outras drogas cada vez mais cedo nessa
população, além das altas prevalências de uso de álcool e drogas entre jovens. Esta situação
apresenta-se mais grave quando se considera também o impacto das consequências danosas do
álcool e do crack, por exemplo, na vida afetiva, familiar e social, além dos prejuízos à saúde
nessa população;
IX - enfoque intersetorial: o cuidado à saúde mental da população infanto-juvenil tem
sempre caráter multidisciplinar e intersetorial. As ações de atenção integral à crianças e
adolescentes não se desenvolvem somente no campo das ações clínicas, mas se relacionam com
as questões da família, da comunidade, da escola, da moradia, do trabalho, da cultura, além dos
grandes problemas sociais do mundo contemporâneo - como o tráfico de drogas e a violência;
X - qualificação das redes de saúde: devem ser ampliadas as ofertas de capacitação e
fortalecidos os processos de formação permanente e supervisão para profissionais que lidam
com essa população, de acordo com as demandas identificadas; e
XI - adoção da estratégia de redução de danos: este deve ser um norte ético de todo e
qualquer serviço do SUS, que deve reduzir os danos decorrentes do consumo de álcool e outras
drogas, especialmente relacionados à saúde, mas não exclusivamente. Trata-se de uma diretriz
que toma como base as condições e possibilidades do usuário do SUS, em vez de partir do que
os serviços oferecem.

Art. 4º Definir os seguintes eixos de intervenções para as linhas de ação do PEAD


(2009–2010):
I - EIXO 1 - Ampliação do acesso ao tratamento: expansão da rede de Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS); ampliação dos leitos de atenção integral em saúde mental e do
atendimento pela Rede de Urgência e Emergência; expansão das ações de saúde mental na
atenção básica; articulação efetiva da rede de saúde com a rede de suporte social:
a) expansão dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPSad),
Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) e Centros de Atenção Psicossocial 24
horas (CAPS III), de modo a assegurar cobertura ambulatorial plena nos municípios prioritários;
b) implantação de leitos de atenção integral em saúde mental em hospitais gerais;
c) estímulo ao fortalecimento do componente de saúde mental/álcool e outras drogas nas
equipes de saúde da família e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), através da
incorporação de profissional capacitado em álcool/drogas às novas equipes dos NASF nos
Municípios prioritários;
d) construção de mecanismos para implantação do acolhimento com classificação de risco
a situações de álcool e outras drogas na Rede de Urgência e Emergência, com garantia de
continuidade do cuidado e fomento à ampliação do acesso para atendimento pela Rede de
Urgência e Emergência – SAMU 192, UPA 24h e QualiSUS - a estas situações clínicas;
e) implantação/piloto de casas de passagem/moradias assistidas e outras experiências de
acolhimento transitório;
f) fortalecimento e expansão de experiência de intervenção comunitária, como
consultórios de rua, ações no território, atenção domiciliar e outros (articuladas à atenção básica
e visando à inclusão social);
g) articulação eficaz da rede de saúde mental do SUS com a rede de suporte social
intersetorial, composta por entidades governamentais e não-governamentais;

171
II - EIXO 2 - Qualificação da Atenção - Formação, avaliação, monitoramento e produção
de conhecimento: qualificação da rede de cuidados, com investimento na formação, avaliação,
monitoramento e produção de conhecimento:
a) realização de cursos de Especialização e atualização em saúde mental, com ênfase em
álcool e drogas, para profissionais da atenção básica e Centros de Atenção Psicossocial - CAPS
(incluindo a estratégia de Telessaúde e ensino a distância);
b) criação do Observatório Nacional sobre Álcool, Drogas e Saúde Pública;
c) implantação da Rede de Pesquisa em Saúde Mental;
d) lançamento de publicações sobre álcool e outras drogas dirigidas a públicos
diversificados; e
e) desenvolvimento de ações contínuas de monitoramento e avaliação das ações de saúde
mental, com ênfase nos CAPS e atenção básica.

III - EIXO 3 - Articulação intra e intersetorial, com a sociedade civil e participação social:
apoio à articulação entre as políticas da Saúde, Desenvolvimento Social, Educação, Esporte,
Justiça, Trabalho, Direitos Humanos, Cultura e outras políticas sociais. Apoio a ações com a
participação da sociedade civil, em projetos comunitários que se articulem às redes de saúde
mental:
a) implantação de ações culturais articuladas ao campo da saúde mental (Programa Mais
Cultura/Ministério da Cultura);
b) apoio a iniciativas de Geração de Renda e Inclusão Social pelo trabalho, para pessoas
com transtornos mentais relacionadas ao uso de álcool e outras drogas;
c) criação de Comitê Interministerial para integração de políticas federais para ações
intersetoriais de prevenção e tratamento voltadas para usuários de álcool e drogas;
d) incentivo e qualificação das ações de redução de danos na rede de atenção em saúde
mental, em articulação com a rede ampliada de saúde e proteção social;
e) implantação de Centros de Convivência (Pontos de Acolhimento e Integração Social)
para usuários de álcool e outras drogas, em articulação com as políticas de assistência social e
direitos humanos;
f) fomento à criação de fóruns intersetoriais voltados para crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade;
g) ampliação da rede de suporte social (instituições sociais de acolhimento, casas de
passagem, grupos de ajuda mútua e outras); e
h) ampliação de ações em articulação com o Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania - PRONASCI.

IV - EIXO 4 - Promoção da saúde e dos direitos, inclusão social, enfrentamento do


estigma: apoio a estratégias e ações para a sensibilização de gestores, profissionais e população
em geral sobre os direitos das pessoas que usam álcool e outras drogas e a experiências
comunitárias e ações culturais que trabalham com o estigma e com a inclusão social:
a) promoção de educação para prevenção do uso de álcool e outras drogas para alunos do
ensino técnico, médio e fundamental;
b) sensibilização de gestores públicos da rede de atenção à saúde mental para os direitos
dos usuários de álcool e outras drogas, especialmente crianças e adolescentes, e para o estigma
como barreira para o acesso aos serviços;
c) articulação de ações com os Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde
já implantados nos Municípios prioritários do PEAD;
d) desenvolvimento prioritário de ações conjuntas previstas no componente da redução da
morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas da Política Nacional
de Promoção da Saúde;
e) fortalecimento da articulação com as ações do Programa Saúde na Escola
(Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPES/Departamento de Atenção Básica
- DAB, da Secretaria de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde e Ministério da Educação –

172
MEC) e Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (Secretaria de Atenção à Saúde/Secretaria de
Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde e Ministério da Educação - MEC); e
f) desenvolvimento de ações de promoção e prevenção em saúde mental na primeira
infância.

§ 1º A definição das prioridades para a implantação dos CAPS e outras ações de


ampliação do acesso, nos Municípios listados no Anexo I, levará em conta a combinação dos
seguintes critérios:
I - Critério 1: Parâmetro populacional;
II - Critério 2: Cobertura de CAPS/100.000 habitantes;
III - Critério 3: Cobertura existente de leitos de atenção integral em saúde mental;
IV - Critério 4: Garantia da equidade regional;
V - Critério 5: Cobertura de equipes de saúde da família; e
VI - Critério 6: Existência de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192
ou sistema de regulação urgência/emergência.

§ 2º Os objetivos, ações e metas do Plano de Ação do PEAD estão descritas no Anexo II


desta Portaria.

Art. 5º Definir que o componente hospitalar do PEAD deverá atender às diretrizes e


especificações da Portaria nº 1.612/GM, de 9 de setembro de 2005, que aprova as Normas de
Funcionamento e Credenciamento/Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a
Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (SHRad) e das recomendações
propostas pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde Mental em Hospitais Gerais, instituído pela
Portaria nº 1.899/GM, de 11 de setembro de 2008.
Parágrafo único. O componente hospitalar do PEAD deve conter mecanismos
formalmente definidos de referência e contra-referência, que incluam as redes locais ou
regionais de urgência/emergência, de atenção psicossocial e de proteção social.

Art. 6º Caberá ao Ministério da Saúde:


I - a gestão do PEAD no âmbito federal;
II - a articulação e integração dos programas do governo federal em torno do tema do
acesso ao tratamento do uso/abuso de álcool e outras drogas e da violência;
III - prestar assessoria técnica aos Estados e aos Municípios no processo de discussão e
implantação das ações do PEAD;
IV - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme
pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de
atenção básica integrantes do PEAD;
V - monitorar, acompanhar e avaliar as ações desenvolvidas; e
VI - priorizar o cadastramento de unidades de saúde municipais que dependam de
habilitação específica do Ministério da Saúde.

Art. 7º Caberá às Secretarias de Estado da Saúde:


I - articular e integrar as ações do PEAD no âmbito estadual;
II - coordenar os mecanismos locorregionais de referência e contra-referência do
componente hospitalar e da rede de urgência/emergência;
III - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme
pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de
atenção básica integrantes do PEAD;
IV - monitorar, acompanhar e avaliar, em sua esfera de atuação, as ações desenvolvidas; e
V - articular com os Municípios, listados no Anexo I, o desenvolvimento das ações
previstas no PEAD 2009-2010.

173
Art. 8º Compete às Secretarias Municipais de Saúde:
I - coordenar e executar as ações do PEAD no âmbito municipal;
II - construir mecanismos de articulação intermunicipal e locorregional;
III - apoiar técnica e financeiramente, no âmbito de sua competência e conforme
pactuações estabelecidas, a ampliação dos serviços dos níveis hospitalar, ambulatorial e de
atenção básica integrantes do PEAD;
IV - contribuir para a ampliação da oferta de serviços da rede integrante do PEAD, no
âmbito de sua competência e conforme pactuações estabelecidas; e
V - monitorar, acompanhar e avaliar, em sua esfera de atuação, as ações desenvolvidas; e
VI - identificar, na rede de saúde mental municipal, a necessidade de expansão das
intervenções de saúde e intersetoriais direcionadas às pessoas que com transtornos associados ao
consumo de álcool e outras drogas, previstas no PEAD 2009-2010.

Art. 9º Instituir o Comitê de Acompanhamento e Avaliação do PEAD, coordenado pelo


Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas/Área Técnica de Saúde Mental, e integrado pelas seguintes instâncias e instituições:
I - Ministério da Saúde;
a) Secretaria de Atenção à Saúde - SAS
1. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPES:
- Área Técnica de Saúde Mental;
- Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem;
2. Departamento de Atenção Básica - DAB.
3. Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas - DRAC.
4. Departamento de Atenção Especializada - DAE.
b) Secretaria-Executiva - SE
c) Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS
1. Departamento de Análise e Informação de Saúde - DASIS
2. Programa Nacional de DST-Aids
d) Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES

II - Conselho Nacional dos Secretários de Saúde - CONASS;


III - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS; e
IV - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS.

Parágrafo único. O Comitê de que trata este artigo contará com o apoio de um Grupo
Consultivo Intersetorial para subsidiar a implementação do PEAD de acordo com as parcerias
previstas.

Art. 10 Os recursos financeiros para execução das ações previstas nos Eixos 1 e 2,
constantes do Anexo II a esta Portaria, deverão onerar as seguintes Funcionais
Programáticas/Programas de Trabalho:
I - 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e
Alta Complexidade;
II - 10.302.1220.20B0 - Atenção Especializada em Saúde Mental;
III - 10.301.1312.6233 - Implementação de Políticas de Atenção à Saúde Mental;
IV - 10.243.1312.6177 - Implementação de Políticas de Atenção à Saúde do Adolescente
e Jovem;
V - 10.301.1312.8762 - Implementação de Ações e Serviços às Populações em Localida-
des Estratégicas e Vulneráveis de Agravo;
V - 10.128.1436.8612.0001 - Formação de Profissionais Técnicos de Saúde e
Fortalecimento das Escolas Técnicas/Centros de Formadores do SUS; e
VI - 10.364.1436.8628 - Apoio ao Desenvolvimento da Graduação, Pós Graduação
Stricto e Latu Sensu, em Áreas Estratégicas para o SUS, relativas à Política Nacional de

174
Educação Permanente em Saúde, prevista na Portaria nº 2.813/GM, de 20 de novembro de 2008
e Portaria n. 1996/GM, de 20 de agosto de 2007.

Parágrafo único. As programações orçamentárias por meio das quais serão executadas as
ações intersetoriais relativas aos Eixos 3 e 4, previstos no Anexo II a esta Portaria, serão objeto
de atos normativos específicos.

Art. 11 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir de julho de 2009.
JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:
O PEAD é um plano que prioriza a expansão de estratégias de tratamento e prevenção
relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas. O plano busca alcançar, prioritariamente,
crianças, adolescentes e jovens em situação de grave vulnerabilidade social, por meio das ações
de prevenção, promoção e tratamento dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de
substâncias psicoativas.

175
ANEXO I
Municípios prioritários para as ações do PEAD
U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃO
SP São Paulo 10.990.249
RJ Rio de Janeiro 6.161.047
BA Salvador 2.948.733
DF Brasília 2.557.158
CE Fortaleza 2.473.614
MG Belo Horizonte 2.434.642
PR Curitiba 1.828.092
AM Manaus 1.709.010
PE Recife 1.549.980
RS Porto Alegre 1.430.220
PA Belém 1.424.124
SP Guarulhos 1.279.202
GO Goiânia 1.265.394
SP Campinas 1.056.644
MA São Luís 986.826
RJ São Gonçalo 982.832
AL Maceió 924.143
RJ Duque de Caxias 864.392
RJ Nova Iguaçu 855.500
SP São Bernardo do Campo 801.580
RN Natal 798.065
PI Teresina 793.915
MS Campo Grande 747.189
SP Osasco 713.066
PB João Pessoa 693.082
PE Jaboatão dos Guararapes 678.346
SP Santo André 671.696
MG Uberlândia 622.441
MG Contagem 617.749
SP São José dos Campos 609.229
BA Feira de Santana 584.497
SP Sorocaba 576.312
SP Ribeirão Preto 558.136
MT Cuiabá 544.737
SE Aracaju 536.785
MG Juiz de Fora 520.612
PR Londrina 505.184
RJ Belford Roxo 495.694
PA Ananindeua 495.480
GO Aparecida de Goiânia 494.919
SC Joinville 492.101
RJ Niterói 477.912
RJ São João de Meriti 468.309

U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃO


RJ Campos dos Goytacazes 431.839
MG Betim 429.507
SP Santos 417.518

176
SP São José do Rio Preto 414.272
SP Mauá 412.753
ES Vila Velha 407.579
RS Caxias do Sul 405.858
SC Florianópolis 402.346
ES Serra 397.226
PE Olinda 394.850
SP Diadema 394.266
SP Carapicuíba 388.532
PB Campina Grande 381.422
RO Porto Velho 379.186
SP Mogi das Cruzes 371.372
SP Piracicaba 365.440
ES Cariacica 362.277
AP Macapá 359.020
MG Montes Claros 358.271
SP Bauru 355.675
SP Itaquaquecetuba 351.493
SP Jundiaí 347.738
RS Pelotas 343.167
MG Ribeirão das Neves 340.033
PR Maringá 331.412
GO Anápolis 331.329
RS Canoas 329.903
SP São Vicente 328.522
SP Franca 327.176
CE Caucaia 326.811
PR Foz do Iguaçu 319.189
ES Vitória 317.817
PE Paulista 314.302
BA Vitória da Conquista 313.898
RJ Petrópolis 312.766
PR Ponta Grossa 311.106
SP Guarujá 304.274
AC Rio Branco 301.398
SC Blumenau 296.151
PE Caruaru 294.558
MG Uberaba 292.377
PR Cascavel 291.747
SP Suzano 279.394
SP Limeira 278.776
PE Petrolina 276.174
U.F. MUNICÍPIO POPULAÇÃO
PA Santarém 275.571
PR São José dos Pinhais 272.530
SP Taubaté 270.918
RS Santa Maria 266.822
RS Gravataí 266.230
SP Barueri 264.619
MG Governador Valadares 261.981
RR Boa Vista 260.930

177
RJ Volta Redonda 259.811
RS Viamão 257.844
RS Novo Hamburgo 255.945
CE Juazeiro do Norte 246.515
TO Palmas 184.018
RS Uruguaiana 127.138
MS Corumbá 99.196
RS Santana do Livramento 84.779
MS Ponta Porã 74.601
AM Tabatinga 47.501
AM São Gabriel da Cachoeira 40.806
RO Guajará-Mirim 40.541

ANEXO II

Plano de Ação

Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras


Drogas no Sistema Único de Saúde

EIXO 1 AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO TRATAMENTO EM SAÚDE MENTAL

Objetivo Assegurar cobertura ambulatorial plena nos municípios prioritários, através da


1.1 implantação de 92 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD, CAPS-i e CAPS
III).
Objetivo Implantar, nos municípios prioritários, 2.325 novos leitos de atenção integral em saúde
1.2 mental especializados em atendimento de transtornos de álcool/drogas, em hospitais
gerais, nos termos da Portaria nº 1.612/GM, de 09 de setembro de 2005.
Objetivo Implantar acolhimento com classificação de risco a situações de álcool e outras drogas na
1.3 Rede de Urgência e Emergência, com garantia de continuidade do cuidado

Objetivo Estimular a contratação de pelo menos 1 profissional de saúde mental nas equipes de
1.4 Núcleos de Atenção à Saúde da Família (NASF) a serem implantadas nos 100 maiores
municípios do País e Capitais.
Objetivo Fomentar estratégias de implantação de projetos-piloto de casas de passagem/moradias
1.5 assistidas ou outras experiências de acolhimento transitório, em todos os municípios com
mais de 500.000 habitantes.

EIXO 2 QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO: FORMAÇÃO, SUPERVISÃO E PRODUÇÃO DE


INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Objetivo Realizar 15 Cursos de Especialização regionais e 65 cursos de atualização em saúde
2.1 mental, com ênfase em álcool e drogas, abrangendo profissionais de saúde dos 100
Municípios do país previstos no Anexo I, além de programas intensivos de ensino a
distância (Telessaúde e Supera III/SENAD).

Objetivo Implantar Observatório Nacional sobre Álcool, Drogas e Saúde Pública.


2.2
Objetivo Qualificar e fortalecer os sistemas de informação/inquéritos que se relacionam ao consumo
2.3 de álcool e drogas.

178
Objetivo Ampliar a supervisão clínico-institucional junto aos CAPSad, CAPSi e CAPS III
2.4 cadastrados no SUS nos Municípios prioritários.
Objetivo Realizar levantamento preliminar para estimar a demanda potencial para tratamento de
2.5 crack nos 100 maiores Municípios brasileiros.
Objetivo Implantar Rede de Pesquisa em Saúde Mental.
2.6
Objetivo Lançar publicação sobre álcool e outras drogas dirigidas aos profissionais da rede de
2.7 atenção à saúde mental e às redes intersetoriais (justiça, assistência social, cultura, trabalho
e outras) e publicação dirigida aos alunos da rede regular de ensino

ARTICULAÇÃO INTRA E INTERSETORIAL, SOCIEDADE CIVIL E


EIXO 3
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Objetivo Publicar edital conjunto do Ministério da Saúde e Ministério da Cultura para implantação
3.1 de ações culturais articuladas às redes de saúde e saúde mental (Programa Mais Cultura)
em 2009 e 2010.
Objetivo Publicar edital conjunto do Ministério da Saúde com Ministério do Trabalho e Emprego
3.2 (MTE) para apoio a 100 iniciativas de Geração de Renda.

Objetivo Fortalecer as ações educativas e de promoção da saúde relacionadas à associação do


3.3 consumo de álcool e situações de violência, em parceria com Estados e Municípios.

Objetivo Consolidar as ações de prevenção de acidentes de trânsito relacionados com o consumo de


3.4 álcool - Estratégia conjunta com MS, MJ e Ministério das Cidades.

Objetivo Criar Comitê Interministerial para integração de políticas federais para ações intersetoriais
3.5 voltadas para o tratamento e prevenção ao consumo de álcool e outras drogas.

Objetivo Publicar e divulgar os projetos selecionados por meio do Edital para qualificação das
3.6 ações de redução de danos na rede de atenção em saúde mental (lançado em abril/09).

Objetivo Implantar 15 Pontos de Acolhimento e Integração Social (Centros de Convivência), em


3.7 articulação com Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e
Cultura (MINC) e Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), em municípios com
população superior a 500.000 habitantes.
Objetivo Fomentar a criação de fóruns intersetoriais voltados para crianças e adolescentes em
3.8 situação de vulnerabilidade com participação de operadores de justiça e defesa dos direitos
humanos.
Objetivo Fomentar ações de prevenção do consumo de álcool e outras drogas e HIV/AIDS para
3.9 população de rua.
Objetivo Ampliar ações compartilhadas entre a rede de atenção básica e saúde mental, com os
3.10 Núcleos de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde.
Objetivo Realizar Seminário Nacional sobre Atenção em Saúde Mental aos Adolescentes Privados
3.11 de Liberdade para divulgação e debate dos dados do Levantamento Nacional realizado
sobre o tema (Brasília, agosto/09).
Objetivo Realizar oficina nacional de articulação com comunidades terapêuticas e ONGs (Brasília,
3.12 outubro/09).
Objetivo Criar critérios para regulação das vagas para internação em comunidades terapêuticas,
3.13 quando necessárias, no contexto locorregional.

179
Objetivo Inserir o canal Disque Jovem no Disque Saúde.
3.14
Objetivo Estimular e fortalecer a criação de grupos de protagonismo juvenil.
3.15
Objetivo Ampliar ações em articulação com o PRONASCI (Ministério da Justiça), especialmente
3.16 com o projeto “Drogas e Violência: respostas integradas” (Ministério da Justiça/Gabinete
de Segurança Institucional).
Objetivo Articular o PEAD com o Programa Jovem Atleta (Ministério dos Esportes), Jovem
3.17 Trabalhador (MTE), Inclusão Digital (MCT) e Programa de Proteção a Crianças e
Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM/SEDH) e CRAS/CREAS (MDS).
Objtetivo Fomentar e apoiar, através de Edital, estratégias intersetoriais ativas de ações extra-muros,
3.18 que promovam no território alternativas de convivência, sociabilidade e vínculos, às
pessoas em situação de rua com transtornos mentais e/ou associados ao consumo de
álcool/drogas (30 projetos).

EIXO 4 PROMOÇÃO DA SAÚDE, DOS DIREITOS E ENFRENTAMENTO AO ESTIGMA


Objetivo Promover educação para prevenção do uso de álcool e outras drogas para alunos do
4.1 ensino técnico, médio e fundamental, em consonância com ações previstas no Programa
de Saúde nas Escolas e no Saúde e Prevenção nas Escolas (Ministérios da Saúde e
Educação).
Objetivo Articular ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e Secretaria Especial de Direitos
4.2 Humanos para atenção integral em unidades de medida sócio-educativa.
Objetivo Incluir nas ações de Educação Popular em Saúde que contribuam para ampliar o
4.3 conhecimento da população sobre o uso de álcool e outras drogas, com vistas a combater
a exclusão social, o preconceito e o estigma em relação às pessoas que fazem uso de
álcool e outras drogas.
Objetivo Incorporar, nas ações de humanização dirigidas aos profissionais de saúde, a redução do
4.4 estigma no acolhimento e tratamento dos usuários de álcool e outras drogas e na
continuidade do cuidado dos usuários na rede.
Objetivo Realizar de Seminário sobre Drogas e Mídia (Brasília, setembro/09).
4.5

180
PORTARIA Nº 1.191, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Concede reajuste nos valores dos procedimentos para o tratamento da dependência de


álcool e outras drogas nos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e outras Drogas (SHRad)

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os


incisos I e II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, e

Considerando a necessidade de aumentar o acesso ao tratamento, nos hospitais gerais dos


transtornos decorrentes do consumo de álcool e outras drogas; e

Considerando a Portaria nº 1.190/GM de 4 de junho de 2009, que institui o Plano


Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no
Sistema Único de Saúde - SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e
metas, resolve:

Art. 1º Conceder reajuste nos valores dos procedimentos constantes na Tabela de


Procedimentos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de
Saúde, conforme especificado a seguir:
Código Descrição Valor Valor Valor total
Procedimento SH SP Hospitalar
03.03.17.002-6 Tratamento da R$ R$ R$130,00
intoxicação aguda em 99,59 30,41
usuários de álcool e
outras drogas
03.03.17.003-4 Tratamento da síndrome R$ R$ R$ 70,00
de abstinência do álcool 64,21 5,79
em Serviço Hospitalar de
Referência para a
Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e
outras Drogas (por dia)
03.03.17.004-2 Tratamento de R$ R$ R$ 65,00
dependência do álcool 59,62 5,38
em Serviço Hospitalar de
Referência para a
Atenção Integral aos
Usuários de Álcool e
outras Drogas (por dia)
Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, previstos no artigo anterior corram por
conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho
10.302.1220.8585 -Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta
Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

181
PORTARIA Nº 1.195, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto


Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e
Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I
e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "Dispõe sobre a


proteção e os diretos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental"; Considerando a necessidade de ampliar a cobertura e garantir a
sustentabilidade dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no território brasileiro; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento


e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 8.070.745,14 (oito milhões, setenta mil


setecentos e quarenta e cinco reais e quatorze centavos), a serem incorporados ao Teto
Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e
Municípios, conforme Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a


transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério da
Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da
População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir
da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Município (R$) ano (R$) mês


SÃO LUIZ DO
AL 270850 QUITUNDE 17.690,28 1.474,19
17.690,28 1.474,19
AM 130420 TEFÉ 180.000,00 15.000,00
180.000,00 15.000,00
BA 291005 DIAS D´AVILA 203.457,12 16.954,76
BA 291210 IBICARAI 74.586,00 6.215,50

182
BA 291370 INHAMBUPE 71.626,44 5.968,87
BA 291980 MACAUBAS 223.758,00 18.646,50
573.427,56 47.785,63
CE 230100 AQUIRAZ 46.462,80 3.871,90
CE 230523 HORIZONTE 69.165,48 5.763,79
CE 230540 ICO 201.374,28 16.781,19
MONSENHOR
CE 230860 TABOSA 70.513,56 5.876,13
CE 230950 OROS 70.125,00 5.843,75
CE 231025 PA R A I PA B A 204.266,76 17.022,23
CE 231320 TA M B O R I L 146.646,96 12.220,58
808.554,84 67.379,57
SÃO JOSÉ DO
ES 320480 CALÇADO 298.344,00 24.862,00
298.344,00 24.862,00
GO 521850 QUIRINOPOLIS 26.437,20 2.203,10
GO 522140 TRINDADE 63.110,76 5.259,23
89.547,96 7.462,33
MA 210330 CODO 88.883,88 7.406,99
MA 210550 JOAO LISBOA 95.146,68 7.928,89
MA 210860 PINHEIRO 110.505,48 9.208,79
MA 210890 POCAO DE PEDRAS 73.924,56 6.160,38
VITORIA DO
MA 211290 141.910,56 11.825,88
MEARIM
MA 211300 VITORINO FREIRE 92.328,36 7.694,03
602.699,52 50.224,96
MG 310160 ALFENAS 171.562,08 14.296,84
MG 310350 ARAGUARI 14.046,35 1.170,53
MG 310900 BRUMADINHO 26.136,65 2.178,05
MG 316860 TEOFILO OTONI 20.590,65 1.715,89
232.335,73 19.361,31
MS 5 0 0 11 0 AQUIDAUANA 290.583,48 24.215,29
MS 500830 TRES LAGOAS 78.732,00 6.561,00
369.315,48 30.776,29

183
BARRA DO
MT 510180 GARCAS 48.840,00 4.070,00
48.840,00 4.070,00
CONCEICAO DO
PA 150270 82.598,28 6.883,19
ARAGUAIA
SAO FELIX DO
PA 150730 XINGU 56.175,96 4.681,33
PA 150808 TUCUMA 26.490,55 2.207,55
165.264,79 13.772,07
PB 250030 ALAGOA GRANDE 74.586,00 6.215,50
PB 250100 ARARUNA 156.279,72 13.023,31
PB 250150 BANANEIRAS 50.518,92 4.209,91
PB 250180 B AY E U X 153.825,12 12.818,76
PB 250250 BOQUEIRAO 172.309,32 14.359,11
PB 250320 CABEDELO 63.683,16 5.306,93
PB 250370 CAJAZEIRAS 209.378,28 17.448,19
PB 250400 CAMPINA GRANDE 985.995,12 82.166,26
PB 250440 CONCEICAO 82.227,24 6.852,27
PB 250600 ESPERANCA 70.377,60 5.864,80
PB 250630 GUARABIRA 140.054,28 11.671,19
PB 250750 JOAO PESSOA 364.165,44 30.347,12
2.523.400,20 210.283,35
JABOATAO DOS
PE 260790 GUARARAPES 9.116,25 759,69
PE 261450 SURUBIM 47.476,44 3.956,37
56.592,69 4.716,06
RJ 330390 PETROPOLIS 6.545,10 545,43
RJ 330420 RESENDE 81.800,88 6.816,74
SAO JOAO DE
RJ 330510 MERITI 306.575,40 25.547,95
RJ 330570 SUMIDOURO 44.826,30 3.735,53
439.747,68 36.645,64
RN 240940 PAU DOS FERROS 19.247,85 1.603,99
SAO JOSE DE
RN 241220 MIPIBU 187.189,68 15.599,14
206.437,53 17.203,13

184
RO 11 0 0 1 0 GUAJARA-MIRIM 47.245,80 3.937,15
RO 11 0 0 2 8 ROLIM DE MOURA 87.614,28 7.301,19
134.860,08 11.238,34
RR 140010 BOA VISTA 1.397,40 11 6 , 4 5
1.397,40 11 6 , 4 5
RS 430460 CANOAS 118.964,40 9.913,70
RS 431490 PORTO ALEGRE 255.629,28 21.302,44
RS 431870 SAO LEOPOLDO 58.659,48 4.888,29
RS 432260 VENANCIO AIRES 53.841,24 4.486,77
487.094,40 40.591,20
BALNEARIO
SC 420200 31.692,30 2.641,03
CAMBORIU
SC 420830 I TA P E M A 53.288,40 4.440,70
SC 421170 ORLEANS 46.233,84 3.852,82
SC 421420 QUILOMBO 67.607,52 5.633,96
198.822,06 16.568,51
SP 351000 CANDIDO MOTA 90.400,68 7.533,39
SP 351870 GUARUJA 258.927,96 21.577,33
SP 352400 ITUPEVA 46.118,52 3.843,21
SP 352530 JAU 2.884,50 240,38
SP 353650 PA U L I N I A 25.923,20 2.160,27
SP 355395 TARUMA 117.059,28 9.754,94
SP 355700 VOTORANTIM 25.541,05 2.128,42
566.855,19 47.237,93
TO 170950 GURUPI 69.517,80 5.793,15
69.517,75 5.793,15
Total GERAL 8.070.745,14 672.562,10

Comentário:

As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram


complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867,
de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem
incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9
Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da
rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores
incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

185
PORTARIA Nº 1.196, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual


do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados,
Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os


incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os


diretos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental";

Considerando a necessidade de ampliar a cobertura e garantir a sustentabilidade dos


Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no território brasileiro; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o


financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde,
resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 6.060.000,00 (seis milhões e sessenta mil


reais), a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta
Complexidade dos Estados e Municípios, conforme Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a


transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério
da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da
População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência junho de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Ti p o Município Gestão Mensal Anual


Teixeira de
BA 293135 CAPS ad Freitas Municipal 12.000,00 144.000,00
BA 292400 CAPS ad Paulo Afonso Municipal 12.000,00 144.000,00
BA 292530 CAPS ad Porto Seguro Municipal 12.000,00 144.000,00
36.000,00 432.000,00
CE 230190 CAPS III Barbalha Municipal 25.000,00 300.000,00
25.000,00 300.000,00

186
5 2 0 11
GO 0 CAPS i Anápolis Municipal 12.000,00 144.000,00
GO 520870 CAPS ad Goiânia Municipal 12.000,00 144.000,00
GO 520450 CAPS II Caldas Novas Municipal 12.000,00 144.000,00
GO 521880 CAPS II Rio Verde Municipal 12.000,00 144.000,00
48.000,00 576.000,00
MS 500270 CAPS II Campo Grande Municipal 12.000,00 144.000,00
12.000,00 144.000,00
Santa Isabel do
PA 150650 CAPS ad Estadual 12.000,00 144.000,00
Pará
12.000,00 144.000,00
MA 210320 CAPS II Chapadinha Municipal 12.000,00 144.000,00
MA 210530 CAPS ad Imperatriz Municipal 12.000,00 144.000,00
24.000,00 288.000,00
MG 312710 CAPS II Frutal Municipal 12.000,00 144.000,00
3 11 3 4
MG 0 CAPS II Caratinga Municipal 12.000,00 144.000,00
24.000,00 288.000,00
PB 251080 CAPS i Patos Municipal 12.000,00 144.000,00
PB 250370 CAPS i Cajazeiras Municipal 12.000,00 144.000,00
2 5 11 3
PB CAPS i Piancó Municipal 12.000,00 144.000,00
0
36.000,00 432.000,00
PE 260960 CAPS ad Olinda Municipal 12.000,00 144.000,00
Cabo de Santo
PE 260290 CAPS ad Municipal 12.000,00 144.000,00
Agostinho
PE 261070 CAPS ad Paulista Municipal 12.000,00 144.000,00
PE 260600 CAPS II Garanhuns Municipal 12.000,00 144.000,00
48.000,00 576.000,00
PR 410140 CAPS i Apucarana Municipal 12.000,00 144.000,00
PR 410180 CAPS ad Araucária Municipal 12.000,00 144.000,00
PR 411990 CAPS II Ponta Grossa Estadual 12.000,00 144.000,00
36.000,00 432.000,00
RJ 330045 CAPS i Belford Roxo Municipal 12.000,00 144.000,00
RJ 330190 CAPS i Itaboraí Municipal 12.000,00 144.000,00
RJ 330455 CAPS II Rio de Janeiro Municipal 12.000,00 144.000,00

RJ 330240 CAPS ad Macaé Estadual 12.000,00 144.000,00


RJ 330200 CAPS ad Itaguaí Municipal 12.000,00 144.000,00

187
60.000,00 720.000,00
RS 430790 CAPS ad Farroupilha Estadual 12.000,00 144.000,00
RS 431490 CAPS II Porto Alegre Municipal 12.000,00 144.000,00
24.000,00 288.000,00
SC 420930 CAPS i Lages Municipal 12.000,00 144.000,00
12.000,00 144.000,00
SP 350160 CAPS i Americana Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 355030 CAPS II São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00
Presidente
SP 354140 CAPS ad Municipal 12.000,00 144.000,00
Prudente
SP 352050 CAPS II Indaiatuba Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 352250 CAPS II Itapevi Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 354890 CAPS ad São Carlos Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 350750 CAPS ad Botucatu Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 355030 CAPS II São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00
SP 355030 CAPS i São Paulo Municipal 12.000,00 144.000,00
108.000,00 1.296.000,00
TOTAL
505.000,00 6.060.000,00
GERAL

Comentário:

As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009, procuram


complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT GM 2867,
de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem
incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9
Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da
rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores
incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

188
PORTARIA Nº 1.197, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto


Financeiro Anual do Bloco de Atenção de Média e
Alta Complexidade dos Estados, Distrito Federal e
Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os in-
cisosI e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os di -


retos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saú-
de mental";

Considerando as Portarias nº 375 e 376/SAS, de 8 de julho de 2008, que habilitaram 17


(dezessete) Centros de Atenção Psicossocial para cobrança dos procedimentos constantes da
Portaria nº 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002; e

Considerando a Portaria nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financi -


amento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 4.972.253,40 (quatro milhões, novecen-


tos esetenta e dois mil duzentos e cinquenta e três reais e quarenta centavos), a serem incorpora -
dos ao TetoFinanceiro Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados
e Municípios,conforme descrito no Anexo a esta Portaria.

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a trans-
ferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do Distri -
to Federale Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério
daSaúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da Po -
pulação paraProcedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partirde julho de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

UF Código Ti p o Município Gestão Valor mensal Valor anual


Munici-
CE 230020 CAPS II Acaraú 23.692,70 284.312,40
pal
23.692,70 284.312,40
Munici-
GO 520890 CAPS I Goiás 21.016,06 252.192,72
pal
Munici-
GO 520800 CAPS II Formosa 27.011,36 324.136,32
pal

189
48.027,42 576.329,04
M
210380 CAPS I Dom Pedro Estadual 21.804,00 261.648,00
A
21.804,00 261.648,00
M 3 11 5 1
CAPS I Cássia Estadual 21.804,00 261.648,00
G 0
M
312780 CAPS I Grão Mogol Estadual 21.804,00 261.648,00
G
43.608,00 523.296,00
PA 150040 CAPS I Alenquer Estadual 21.804,00 261.648,00
21.804,00 261.648,00
PB 250690 CAPS I Itabaiana Estadual 21.804,00 261.648,00
21.804,00 261.648,00
PR 410580 CAPSad Colombo Estadual 32.000,00 384.000,00
32.000,00 384.000,00
RJ 330260 CAPS I Mangaratiba Estadual 21.804,00 261.648,00
21.804,00 261.648,00
11 0 0 0 Munici-
RO CAPS II Ariquemes 32.000,00 384.000,00
2 pal
32.000,00 384.000,00
RS 431020 CAPS I Ijuí Estadual 21.804,00 261.648,00
21.804,00 261.648,00
Rio Negri- Munici-
SC 421500 CAPS I 19.184,52 230.214,24
nho pal
19.184,52 230.214,24
Munici-
SP 352340 CAPS II Itatiba 31.213,81 374.565,72
pal
Munici-
SP 355030 CAPS II São Paulo 32.000,00 384.000,00
pal
63.213,81 758.565,72
TO 170220 CAPS I Araguatins Estadual 21.804,00 261.648,00
TO 170700 CAPS I Dianópolis Estadual 21.804,00 261.648,00
43.608,00 523.296,00
TOTAL GERAL 414.354,45 4.972.253,40

Comentário: As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009,


procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT
GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem
incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9
Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da
rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores
incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

190
PORTARIA Nº 1.198, DE 4 DE JUNHO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro


Anual do Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade dos
Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I
e II, do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental";
Considerando a Portaria Nº 1.917/GM, de 11 de setembro de 2008, que habilitou 2
(dois) Centros de Atenção Psicossocial a cobrar os procedimentos da Portaria No- 189/SAS/MS,
de 20 de março de 2002; e
Considerando a Portaria Nº 204/GM, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde,
resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos, no montante de R$ 645.648,00 (seiscentos e quarenta cinco mil e


seiscentos e quarenta e oito reais), a serem incorporados ao Teto Financeiro Anual do Bloco de
Atenção de Média e Alta Complexidade dos Estados e Municípios, conforme descrito a seguir.

UF Código TIPO MUNICÍPIO GESTÃO Valor mensal Valor anual


RN 2 4 0 11 0 CAPS I Areia Branca Estadual 21.804,00 261.648,00
RN 240710 CAPS ad Macaíba Municipal 32.000,00 384.000,00
53.804,00 645.648,00

Parágrafo único. O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a


transferência, regular e automática, do valor mensal para os respectivos Fundos Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Saúde.

Art. 2º Os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, correrão por conta do Ministério da
Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da
População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir
de setembro de 2008.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário: As portarias 1195, 1196, 1197 e 1198, publicadas em 4 de junho de 2009,


procuram complementar os recursos já repassados ao estados e municípios por ocasião da PT
GM 2867, de 27 de novembro de 2008. Estas 4 portarias estabeleceram novos recursos a serem
incorporados ao teto financeiro anual do bloco de atenção de média e alta complexidade de 9
Estados e 111 Municípios. Estes novos recursos destinam-se à qualificação e sustentabilidade da
rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), complementando aqueles valores
incorporados aos tetos dos municípios e Estados (PT GM 2867/08).

191
PORTARIA Nº 2.629, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009
Reajusta os valores dos procedimentos para a atenção
em saúde mental em Hospitais Gerais e incentiva in-
ternações de curta duração.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade de aumentar o acesso e a qualidade do tratamento das pessoas com


transtornos mentais nos Hospitais Gerais;

Considerando a necessidade de estimular a implantação de serviços de atenção à saúde mental


com hospitalidade noturna, articulados à rede de atenção psicossocial;

Considerando a necessidade de ampliar e qualificar o atendimento em saúde mental prestado pe-


los hospitais e emergências gerais, incluindo o atendimento dos casos de crianças e adolescentes
e os que envolvem o uso abusivo de álcool e/ou de outras drogas;

Considerando a necessidade de aumentar o acesso e qualificar o atendimento clínico às pessoas


com transtornos mentais nos hospitais gerais e nos serviços de urgência/emergência;

Considerando a necessidade de integrar a rede nacional SAMU 192 à rede de atenção psicosso-
cial;

Considerando a adesão do Brasil ao Plano de Ação Global para Ampliar o Acesso ao Tratamen -
to em Saúde Mental (Mental Health Gap Action Programme - mhGAP), uma estratégia global
para diminuir a lacuna no acesso ao tratamento para transtornos mentais, neurológicos e associa-
dos ao consumo prejudicial de drogas, proposta pela Organização Mundial da Saúde, resolve:

Art. 1º Conceder reajuste nos valores dos procedimentos constantes da Tabela de Procedimen-
tos, Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde, confor-
me especificado a seguir:

Código Proce- Descrição Valor Valor SP Valor Total


dimento SH Hospitalar

03.03.17.008-5 TRATAMENTO EM PSIQUIA- 49,28 6,72 R$ 36,00


TRIA - EM
HOSPITAL GERAL TPOR DIA)

03.03.17.001-8 DIAGNOSUCO E/OU ATENDI- 48,40 6,60 R$ 55,00


MENTO DE
URGENCIA EM PSIOUTATRTA

Art. 2º Estabelecer incentivo de 10% no valor de Serviço Profissional e Serviço Hospitalar para
o procedimento TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA - EM HOSPITAL GERAL (POR DIA)
para internações que não ultrapassarem 20 (vinte) dias, e que informe como motivo de saída
"alta de paciente agudo", com data de entrada do paciente a partir de 1º de novembro de 2009.

192
§ 1º O não-cumprimento dos requisitos definidos neste artigo acarretará a perda do incentivo
adicional previsto.

§ 2º Para receber o incentivo de 10% previsto neste artigo, o hospital não poderá apresentar
mais de uma AIH para o mesmo paciente na mesma competência de produção.

Art. 3º Estabelecer que é de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar o


acompanhamento, o controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento do
disposto nesta Portaria, observadas as prerrogativas e as competências compatíveis com cada ní -
vel de gestão.

Art. 4º Estabelecer que os recursos orçamentários, previstos nesta Portaria, corram por conta do
orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 -
Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir
da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:

Esta portaria reajusta os procedimentos para a atenção em saúde mental em Hospitais Gerais. A
partir desta portaria, pela primeira vez, os procedimentos de psiquiatria em HG passam a ser
melhor remunerados do que os procedimentos em Hospitais Psiquiátricos.

193
PORTARIA MS/GM Nº 2.644, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009

Estabelece novo reagrupamento de classes para os


hospitais psiquiátricos, reajusta os respectivos incre-
mentos e cria incentivo para internação de curta du-
ração nos hospitais psiquiátricos e dá outras provi-
dências.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a necessidade de aprimorar o Programa Anual de Reestruturação da Assistência


Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de
2004;

Considerando a necessidade de estimular a redução do tempo de permanência nas internações


psiquiátricas, otimizando a utilização dos leitos existentes; e

Considerando as determinações da Lei Nº 10.216 de 2001 resolve:

Art. 1º Estabelecer nova classificação dos hospitais psiquiátricos de acordo com o porte, reagru -
pando as classes definidas na Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, na forma abaixo:

CLASSE ANTERIOR
CLASSE PORTE
(Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004)
NI Até 160 leitos I e II
N II De 161 a 240 III e IV
N III De 241 a 400 V, VI, VII, VIII
N IV Acima de 400 IX a XIV

Parágrafo único. O número de leitos será considerado a partir dos dados do Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde, que deve ser mantido atualizado permanentemente pelos gesto-
res local e estadual.

Art. 2º Reajustar os incrementos por classe do procedimento 03.03.17.009-3 - TRATAMENTO


EM PSIQUIATRIA (POR DIA) - gerando os seguintes valores:

CLASSE PORTE SH SP Valores


NI Até 160 leitos 43,73 5,97 R$ 49,70
N II De 161 a 240 37,28 5,09 R$ 42,37
N III De 241 a 400 33,95 4,64 R$ 38,59
N IV Acima de 400 31,31 4,27 R$ 35,58

Art. 3º Estabelecer incentivo adicional de 10% no valor de Serviço Hospitalar e Serviço Profis -
sional nas classes N I e N II para as internações que não ultrapassarem 20 (vinte) dias e que in-
forme como motivo de saída "alta de paciente agudo", com data de entrada do paciente a partir
de 1º de novembro de 2009.

194
§ 1º O não-cumprimento dos requisitos definidos neste artigo acarretará a perda do incentivo
adicional previsto.

§ 2º As internações com os requisitos definidos neste artigo não deverão ultrapassar 10% do to-
tal dos leitos de cada hospital.

§ 3º Para receber o incentivo de 10% previsto, o hospital não poderá apresentar mais de uma
AIH, para o mesmo paciente, na mesma competência de produção.

Art. 4º É de responsabilidade dos gestores estaduais e municipais efetuar o acompanhamento, o


controle, a avaliação e a auditoria que permitam garantir o cumprimento do disposto nesta Por-
taria, observadas as prerrogativas e competências compatíveis com cada nível de gestão.

Art. 5º Estabelecer que os recursos orçamentários para os reajustes previstos nesta Portaria cor-
ram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho
10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta Com-
plexidade.

Art. 6º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir
da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Comentário:

Os resultados efetivos alcançados pelo Programa Anual de Reestruturação da Assistência


Psiquiátrica Hospitalar (PRH) geraram a necessidade de sua atualização diante do novo perfil do
parque hospitalar, no qual passaram a predominar hospitais de pequeno e médio porte. Com a
publicação da Portaria desta portaria, há um reagrupamento das classes dos hospitais
psiquiátricos. A partir desta portaria, os hospitais passam a ser classificados em quatro classes,
definidas por porte. Foi mantido o mecanismo de melhor remuneração aos hospitais de menor
porte.

195
PORTARIA Nº 2.647, DE 28 DE OUTUBRO DE 2009

Estabelece recursos a serem incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta


Complexidade, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Portaria GM/MS Nº 52, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa


Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH);

Considerando a Portaria Nº 2644/GM, de 28 de outubro de 2009, que estabelece novo


reagrupamento de classes para os hospitais psiquiátricos, reajusta os respectivos incrementos e
cria incentivo para internação de curta duração nos hospitais psiquiátricos e dá outras
providências;

Considerando a Portaria Nº 2629/GM, de 28 de outubro de 2009, que reajusta os valores


dos procedimentos para a atenção em saúde mental em Hospitais Gerais e incentiva internações
de curta duração, resolve:

Art. 1º Estabelecer recursos financeiros no montante de R$ 81.372.101,85 (oitenta e um


milhões, trezentos e setenta e dois mil, cento e um reais e oitenta e cinco centavos), a serem
incorporados ao Teto Financeiro anual de Média e Alta Complexidade, dos Estados, Distrito
Federal e Municípios, conforme anexo a esta portaria.

Art. 2º Estabelecer que os recursos orçamentários, objeto desta Portaria, corram por conta
do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho
10.302.1220.8585 – Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta
Complexidade.

Art. 3º Determinar que o Fundo Nacional de Saúde adote as medidas necessárias para a
transferência, regular e automática, aos Estados, Distrito Federal e Municípios, dos valores
correspondentes a 1/12 (um doze avos) do valor estabelecido no artigo 1º desta Portaria.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência novembro de 2009.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

196
PORTARIA Nº 404, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2009

Reclassifica os Hospitais Psiquiátricos nas Classes N I, N II, N III e N IV.

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria Nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa


Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004; e

Considerando a nova classificação do Programa Anual de Reestruturação da Assistência


Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela Portaria Nº 2.644/GM, de 28 de outubro
de 2009, resolve:

Art. 1º Reclassificar os hospitais psiquiátricos descritos no Anexo desta Portaria, de


acordo com o porte, nas Classes N I, N II, N III e N IV.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com vigência a partir da
competência de Novembro de 2009.

ALBERTO BELTRAME

ANEXO

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N I - até 160 leitos


n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos
SUS (CNES)
out/2009
HOSPITAL DE HOSPITAL DE
1 AC RIO BRANCO 2000857 SAUDE MENTAL SAUDE MENTAL DO 53
DO ACRE HOSMAC ACRE HOSMAC
HOSPITAL HOSPITAL
2 AL MACEIO 2003368 PORTUGAL PORTUGAL 160
RAMALHO RAMALHO
CLINICA SANTA CASA DE SAUDE
3 AL MACEIO 2006391 JULIANA SC LTDA MIGUEL COUTO 160
4 AL MACEIO 2006413 ORGANIZACAO DE CASA DE SAUDE E 160
ASSISTENCIA CLINICA DE
NEURO REPOUSO ULYSSES
PSIQUIATRICA PERNAMBUCANO
ORGANEP LT D A
ASSOCIACAO
INSTITUTO
PISIQUIATRICA
5 AL ARAPIRACA 2005123 TEODORA 120
TEODORA
ALBUQUERQUE
ALBUQUERQUE
HOSPITAL
HOSPITAL
PSIQUIATRICO
6 AM MANAUS 2019590 PSIQUIATRICO 126
EDUARDO
EDUARDO RIBEIRO
RIBEIRO
7 BA ITABUNA 2444895 CLIPI CLNICA CASA DE SAUDE 154
PSIQUIATRA DE SAO JUDAS TADEU

197
ITABUNA LTDA
VITORIA DA HOSPITAL AFRANIO
8 BA CONQUISTA 2407221 SESAB PEIXOTO 50
SECRETARIA DE
SAUDE DO HOSPITAL
ESTADO DA BAHIA ESPECIALIZADO
9 BA SALVADOR 0005436 SESAB MARIO LEAL 32
SECRETARIA DE
HOSPITAL DE
SAUDE DO
10 CE FORTALEZA 2480026 SAUDE MENTAL DE 160
ESTADO DO
MESSEJANA
CEARA
HOSPITAL MIRA Y HOSPITAL MIRA Y
11 CE FORTALEZA 2529459 160
LOPEZ LOPEZ
INSTITUICAO INSTITUICAO
ESPIRITA NOSSO ESPIRITA NOSSO
12 CE FORTALEZA 2529424 LAR LAR 150
13 CE FORTALEZA 2529394 IRMANDADE BEN HOSPITAL 120
DA SANTA CASA PSIQUIATRICO SAO
DE MISERICORDIA VICENTE DE PAULO
DE FORTALEZA
CLINICA DE CLINICA DE SAUDE
14 CE FORTALEZA 2529467 SAUDE MENTAL MENTAL DR 103
DR SULIANO LTDA SULIANO
INSTITUTO DE IPC INSTITUTO DE
15 CE FORTALEZA 2664720 PSIQUIATRIA DO PSIQUIATRIA DO 80
CEARA LTDA CEARA
HOSPITAL SAO
VICENTE DE
16 DF TAGUATINGA 0010618 PAULO HSVP 85
CENTRO DE
ATENDIMENTO
INSTITUTO PSQUIATRICO DR
CACHOEIRO DE ESTADUAL DE ARISTIDES A
17 ES ITAPEMIRIM 2547783 SAUDE PUBLICA CAMPOS 35
PAX CLINICA
APARECIDA DE PSIQUIATRICA PAX CLINICA
18 GO GOIANIA 2589672 LTDA PSIQUIATRICA 160
CLINICA DE CLINICA DE
19 GO GOIANIA 2338122 REPOUSO DE REPOUSO DE 160
GOIANIA LTDA GOIANIA
HOSPITAL
ESPIRITA CASA DE
20 GO GOIANIA 2517957 131
EURIPEDES EURIPEDES
BARSANULFO
CLINICA JARDIM CLINICA JARDIM
21 GO GOIANIA 2339188 AMERICA LTDA AMERICA 120
22 GO GOIANIA 2518872 WALTER MASSI CLINICA ISABELA 102
INSTITUTO
INSTITUTO ESPIRITA
ESPIRITA BATUIRA
23 GO GOIANIA 2519186 BATUIRA DE SAUDE 56
DE SAUDE
MENTAL
MENTAL

198
CLINICA CLINICA
24 GO RIO VERDE 2340674 PSIQUIATRICA PSIQUIATRICA 45
PINEL SC LTDA MARAT DE SOUZA
SOCIEDADE DE
BENEFICIENCIA CENTRO DE SAUDE
ALBERGUE S V MENTAL CLODOVEU
25 GO JATAI 2340186 PAULA DE JATAI DE CARVALHO 39
ASSOCIACAO PRO ASSOCIACAO
26 GO RIO VERDE 2340682 CARITAS PROCARITAS 38
GERENCIA DE HOSPITAL NINA
ESTADUAL DE RODRIGUES
QUALIDADE DE
27 MA SAO LUIS 2457768 VIDA 102
FUNDACAO HOSPITAL
SAO SEBASTIAO
28 MG 2146401 SANATORIO PSIQUIATRICO 160
DO PARAISO
GEDOR SILVEIRA GEDOR SILVEIRA
CLINICA SAO JOSE CLINICA SAO JOSE
29 MG LEOPOLDINA 2179148 150
LTDA LTDA
BELO FUNDACAO HOSPITAL GALBA
HORIZONTE HOSPITALAR DO VELLOSO
ESTADO DE MINAS
30 MG 0026913 GERAIS 145
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
31 MG JUIZ DE FORA 2153076 ESPERANCA SA ESPERANCA SA 145
CASA DE SAUDE
CASA DE SAUDE DR
32 MG JUIZ DE FORA 2221764 DR ARAGAO 140
ARAGAO VILLAR
VILLAR LTDA
CLINICA
CLINICA
33 MG BARBACENA 2098466 MANTIQUEIRA 120
MANTIQUEIRA LTDA
LTDA
CLINICA SAO CLINICA SAO
34 MG JUIZ DE FORA 2153033 120
DOMINGOS SA DOMINGOS SA
35 MG LAVRAS 2111861 CASA DE SAUDE 120
PAULO CASA DE SAUDE
MENICUCCI PAULO MENICUCCI
FUNDACAO HOSPITAL OTTO
BENEFICENTE KRAKAUER
SAO JOAO DA
36 MG PASSOS 2761033 ESCOCIA 120
SANATORIO
CENTRO ESPIRITA
37 MG UBERABA 2195593 ESPIRITA DE 120
UBERABENSE
UBERABA
CASA DE SAUDE
CASA DE SAUDE
38 MG BARBACENA 2138964 SANTA IZABEL 117
SANTA IZABEL LTDA
LTDA
BELO FUNDACAO INSTITUTO RAUL
HORIZONTE HOSPITALAR DO SOARES
ESTADO DE MINAS
39 MG 0026999 GERAIS 109
40 MG DIVINOPOLIS 2159295 CONGREGACAO CLINICA SAO BENTO 87
DAS IRMAS MENNI

199
HOSPITALEIRAS
DO SAG CORACAO
DE JESUS
SANATORIO SANATORIO
41 MG ITUIUTABA 2113791 ESPIRITA JOSE ESPIRITA JOSE DIAS 51
DIAS MACHADO MACHADO
CENTRO ESPIRITA
HOSPITAL NOSSO
42 MS CAMPO GRANDE 0009792 DISCIPULOS DE 160
LAR
JESUS
HOSPITAL HOSPITAL
PSIQUIATRICO DR PSIQUIATRICO DR
ADOLFO BEZERRA ADOLFO BEZERRA
43 MS PARANAIBA 2375885 DE MENEZES DE MENEZES 40
SECRETARIA DE
ESTADO DE
SAUDE DE MATO CIAPS HOSPITAL
44 MT CUIABA 2604396 GROSSO ADAUTO BOTELHO 120
ASSOCIACAO
BENEFICENTE CASA DE SAUDE
45 MT RONDONOPOLIS 2396424 PAULO DE TARSO PAULO DE TARSO 82
CENTRO
INTEGRADO
46 PA BENEVIDES 2328879 ASSISTENCIA CIASPA 56
SOCIAL DO
PARACIASPA
INSTITUTO DE
INSTITUTO DE
47 PB JOAO PESSOA 2399113 PSIQUITRIA DA 160
PSIQUIATRIA
PARAIBA LTDA
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
48 PB JOAO PESSOA 2707500 SAO PEDRO SAO PEDRO 160
HOSPITAL
SECRETARIA DE PSIQUIATRICO
ESTADO DE COLONIA JULIANO
49 PB JOAO PESSOA 2399067 SAUDE MOREIRA 153
SECRETARIA DE SANATORIO
50 PB JOAO PESSOA 2755823 90
ESTADO DE SAUDE CLIFFORD
COMUNIDADE
ORGANIZACAO
PSICOTERAPEUTICA
51 PE CAMARAGIBE 2346591 HOSPITALAR DE 160
NOSSA SENHORA
PERNAMBUCO LTA
DAS GRACAS
FUNDACAO DE HOSPITAL ULISSES
SAUDE AMAURY DE PERNAMBUCANODA
52 PE RECIFE 0001546 MEDEIROS TAMARINEIRA 160
CLINICA
PSIQUIATRICA CLINICA
SANTO ANTONIO PSIQUIATRICA
53 PE RECIFE 2752778 LTDA SANTO ANTONIO 160
SANATORIO RECIFE
54 PE RECIFE 2777509 SANATORIO RECIFE 159
LTDA
55 PE SERRA 2427435 CLINICA CLINICA 160
TALHADA PSIQUIATRICA SAO PSIQUIATRICA SAO

200
VICENTE LTDA VICENTE
SANATORIO
PSIQUIATRICO DE COMUNIDADE
RECUPERACAO TERAPEUTICA DE
56 PE OLINDA 2344866 LTDA OLINDA 148
CLINICA HOSPITAL
PSIQUIATRICA DE PSIQUIATRICO DE
57 PE CARUARU 2345617 CARUARU LTDA CARUARU 120
FUNDACAO DE HOSPITAL COLONIA
SAUDE AMAURY DE PROFESSOR
58 PE IGARASSU 2347342 MEDEIROS ALCIDES CODICEIRA 120
CLINICA CLINICA
PSIQUIATRICA PSIQUIATRICA
59 PE RECIFE 0001570 104
SANTO ANTONIO DE SANTO ANTONIO DE
PADUA LTDA PADUA
HOSPITAL DA HOSPITAL DA
60 PE GARANHUNS 2639017 101
PROVIDENCIA LTDA PROVIDENCIA
HOSPITAL
AREOLINO DE HOSPITAL AREOLINO
61 PI TERESINA 2323346 ABREU DE ABREU 160
FEP HOSPITAL
ESPIRITA DE
PSIQUIATRIA BOM HOSPITAL BOM
62 PR CURITIBA 0016365 RETIRO RETIRO 160
CASA DE SAUDE CASA DE
63 PR ROLANDIA 2727250 157
ROLANDIA LTDA SC SAUDEROLANDIA
CLINICA SANTA CLINICA SANTA
64 PR UMUARAMA 2594358 150
CRUZ LTDA CRUZ
HOSPITAL PINEL CLINICA DR HELIO
65 PR CURITIBA 0016292 LTDA ROTENBERG 143
IRMANDADE DA
SANTA CASA DE
MISERICORDIA DE HOSPITAL NOSSA
66 PR CURITIBA 0015571 CURITIBA SENHORA DA LUZ 140
67 PR LONDRINA 2578409 VILLA NORMANDA VILLA NORMANDA 65
CLINICA
PSIQUIATRICA
COMUNITARIA SC
LTDA
ALBERGUE HOSPITAL
68 PR LOANDA 2753987 NOTURNO NOSSO PSIQUIATRICO 48
LAR NOSSO LAR
ASSOCIACAO DE ASSOCIACAO DE
CAMPO PESQUISA E PESQUISA E
69 PR 0014001 36
LARGO TRATAMENTO TRATAMENTO
ALCOOLISMO ALCOOLISMO
COMUNIDADE
UNIAO DA CLINICA MEDICA HJ TERAPEUTICA DR
70 PR VITORIA 2568292 LTDA WARRIB MOTTA 33
71 RJ NOVA 2293382 CLINICA DE CLINICA DE 160
FRIBURGO REPOUSO SANTA REPOUSO SANTA

201
LUCIA LTDA LUCIA LTDA
CLINICA DE
REPOUSO EGO CLINICA DE
72 RJ TANGUA 2283697 LTDA REPOUSO EGO 160
CLINICA DE CLINICA DE
73 RJ TRES RIOS 2292661 REPOUSO TRES REPOUSO TRES 160
RIOS RIOS
SEAP RJ SEAP RJ HOSPITAL
COORDENACAO DE DE CUST E TRAT
74 RJ NITEROI 0012823 153
GESTAO EM SAUDE PSIQUIATRICO
PENITENCIARIA HENRIQUE ROXO
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
SAO JOSE DE SAO JOSE DE
75 RJ VASSOURAS 2273780 VASSOURAS VASSOURAS 138
INSTITUTO DE
DOENCAS
CAMPOS DOS NERVOSAS E SANATORIO
76 RJ GOYTACAZES 2696444 MENTAIS LTDA HENRIQUE ROXO 120
LIGA ESPIRITA DE
CAMPOS DOS CAMPOS MANT DO HOSPITAL JOAO
77 RJ 2696908 120
GOYTACAZES HOSP ABRIGO J VIANA
VIANA
FUNDACAO HOSPITAL
78 RJ NITEROI 0012718 MUNICIPAL DE PSIQUIATRICO DE 120
SAUDE DE NITEROI JURUJUBA
INSTITUICAO CASA DE SAUDE
79 RJ NITEROI 2282186 120
FREDERICO LEOMIL NITEROI
RIO DE CLINICA DA GAVEA
80 RJ JANEIRO 2269406 SA CLINICA DA GAVEA 120
CLINICA DAS
RIO DE AMENDOEIRAS CLINICA DAS
81 RJ JANEIRO 2269643 LTDA AMENDOEIRAS 120
CLINICA DE
RIO DE SANATORIO RIO DE
82 RJ 2295059 REPOUSO SANTA 120
JANEIRO JANEIRO LTDA
ALICE
SAO CLINICA SANTA CLINICA SANTA
83 RJ 2297450 120
GONCALO CATARINA LTDA CATARINA
INSTITUTO DE INSTITUTO DE
RIO DE PSIQUIATRIA DA PSIQUIATRIA DA
84 RJ JANEIRO 2269430 UFRJ IPUB UFRJ IPUB 115
85 RJ MAGE 2278758 SAME SOCIEDADE SAME 104
DE ASSISTENCIA
MEDICA
ESPECIALIZADA
LTDA
SMS RIO INSTITUTO SMS RIO INSTITUTO
RIO DE MUNICIPAL MUNICIPAL PHILIPPE
86 RJ JANEIRO 2288362 PHILIPPE PINEL PINEL 95
CLINICA DE CLINICA DE
RIO DE
87 RJ 2295385 REPOUSO SANTA REPOUSO SANTA 90
JANEIRO
EDWIGES LTDA EDWIGES LTDA

202
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
88 RJ NITEROI 0012742 ALFREDO NEVES ALFREDO NEVES 80
LTDA LTDA
89 RJ RIO DE 2273403 ASS ESPIRITA HOSPITAL PEDRO DE 60
JANEIRO OBREIROS DO BEM ALCANTARA
HOSPITAL PEDRO
DE ALCANTA R A
SMS RIO HOSPITAL SMS RIO HOSPITAL
MUNICIPAL MUNICIPAL
RIO DE JURANDYR JURANDYR
90 RJ JANEIRO 2273381 MANFREDINI MANFREDINI 53
CASA DE SAUDE
VOLTA VOLTA REDONDA CASA DE SAUDE
91 RJ REDONDA 0025151 SOB INTERVENCAO VOLTA REDONDA 40
SESDEC RJ
SESDEC RJ CENTRO
RIO DE CENTRO
92 RJ 2291304 PSIQUIATRICO RIO 17
JANEIRO PSIQUIATRICO RIO
DE JANEIRO
DE JANEIRO
SECRETARIA
HOSPITAL COLONIA
93 RN NATAL 2408260 ESTADUAL DE 160
DR JOAO MACHADO
SAUDE DO RN
HOSPITAL
SOCIEDADE PSIQUIATRICO
PROFESSOR PROFESSOR
94 RN NATAL 2409186 HEITOR CARRILHO SEVERINO LOPES 160
CLINICA SANTA CLINICA SANTA
95 RN NATAL 2409003 MARIA LTDA MARIA 100
HOSPITAL HOSPITAL
PORTO PSIQUIATRICO SAO PSIQUIATRICO SAO
96 RS ALEGRE 2237806 PEDRO PEDRO 100
HOSPITAL HOSPITAL
PSIQUIATRICO PSIQUIATRICO
97 RS RIO GRANDE 2707640 100
VICENCA MARIA DA VICENCA MARIA DA
FONTOURA LOPES FONTOURA LOPES
HOSPITAL
PASSO PSIQUIÁTRICO HOSPITAL BEZERRA
98 RS 2247054 50
FUNDO BEZERRA DE PASSO FUNDO
MENEZES
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE RIO
99 SC CRICIUMA 2758121 RIO MAINA LTDA MAINA LTDA 160
SECRETARIA DE INSTITUTO DE
100 SC SAO JOSE 2706369 ESTADO DA SAUDE PSIQUIATRIA IPQ 160
INSTITUTO SAO JOSE INSTITUTO SAO
101 SC SAO JOSE 2778866 LTDA JOSE 120
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
102 SE ARACAJU 0003743 SANTA MARIA LTDA SANTA MARIA 160
CLINICA DE CLINICA DE
103 SE ARACAJU 0003085 REPOUSO SAO REPOUSO SAO 120
MARCELLO LTDA MARCELLO LTDA
104 SP A M PA R O 2082233 SANATORIO ISMAEL SANATORIO ISMAEL 160

203
SECRETARIA DE CAIS CANTIDIO DE
ESTADO DA SAUDE MOURA CAMPOS
105 SP BOTUCATU 2090309 DE SAO PAULO BOTUCATU 160
SECRETARIA DE
ESTADO DA SAUDE CAIS CLEMENTE
106 SP LINS 2081725 DE SAO PAULO FERREIRA DE LINS 160
HOSPITAL ESPIRITA HOSPITAL ESPIRITA
107 SP PELOTAS 2252376 160
DE PELOTAS DE PELOTAS
CLINICA DE
CLINICA NOSSO
108 SP ADAMANTINA 2082446 REPOUSO NOSSO 152
LAR ADAMANTINA
LAR
HOSPITAL
BENEDITA
ASSOCIACAO DAS FERNANDES
109 SP ARACATUBA 2082683 SENHORAS CRISTAS ARACATUBA 150
CENTRO DE
SAO JOSE VALORIZACAO DA CVV FRANCISCA
110 SP DOS CAMPOS 2085569 VIDA JULIA 147
111 SP AMERICANA 2081733 SEARA SERVICO SEARA HOSPITAL 140
ESPIRITA DE PSIQUIATRICO
ASSISTENCIA E
RECUPERACAO DE
AMERI
112 SP SAO PAULO 2077612 CONGREGACAO DAS CASA DE SAUDE 140
IRMAS NOSSA SENHORA
HOSPITALEIRAS D0 DE FATIMA
SAGR COR DE JESUS
HOSPITAL HOSPITAL
113 SP CATANDUVA 2058626 PSIQUIATRICO ESP PSIQUIATRICO 138
MAHATMA GANDHI MAHATMA GANDHI
CLINICA FAZENDA
114 SP A M PA R O 2084317 SANATORIO ISMAEL 120
PALMEIRAS
HOSPITAL
PSIQUIATRICO
ESPIRITA CAIRBAR CASA CAIRBAR
115 SP ARARAQUARA 2079763 SCHUTEL SCHUTEL 120
FUNDACAO DE HOSP COLONIA
SAUDE AMAURY DE VICENTE GOMES DE
116 SP BARREIROS 2319543 MEDEIROS MATOS 120
INSTITUTO DE
REABILITACAO E INSTITUTO INDAIA
117 SP INDAIATUBA 2084244 120
PREVENCAO EM OSCIP
SAUDE INDAIA
118 SP SAO PAULO 2089637 CONGREGACAO DAS CASA DE SAUDE 120
IRMAS HOSPIT DO NSRA DO CAMINHO
SAGRADO CORACAO
DE JESUS
CAISM DR DAVID
SECRETARIA DE
CAPISTRANO DA
119 SP SAO PAULO 2070766 ESTADO DA SAUDE 113
COSTA FILHO DA
DE SAO PAULO
AGUA FUNDA

204
SERVICO DE SAUDE SERVICO DE SAUDE
DR CANDIDO DR CANDIDO
120 SP CAMPINAS 2079003 FERREIRA FERREIRA 112
HOSPITAL FELICIO HOSPITAL FELICIO
121 SP BIRIGUI 2082160 LUCHINI LUCHINI BIRIGUI 89
HOSPITAL ESPIRITA HOSPITAL ESPIRITA
122 SP PENAPOLIS 2078384 JOAO MARCHESI JOAO MARCHESI 78
IRMANDADE DA
ANEXO
SANTA CASA DE
123 SP GARCA 2086263 PSIQUIATRICO SAO 76
MISERICORDIA DE
LUCAS
GARCA
SECRETARIA DE
CAISM PHILIPPE
124 SP SAO PAULO 2077418 ESTADO DA SAUDE 72
PINEL
DE SAO PAULO
ISCMSP CENTRO DE
ATENCAO CAISM SANTA CASA
INTEGRADA A SAUDE DE MISERICORDIA
125 SP SAO PAULO 2688514 MENTAL DE SAO PAULO 65
ASSOCIACAO
REGIONAL ESP DE HOSPITAL ALLAN
PRESIDENTE ASSISTENCIA DA 25 KARDEC PRES
126 SP PRUDENTE 2058774 REGIAO PRUDENTE 60
HOSPITAL SANTA
HOSPITAL STA
MARIA DE
127 SP PIRAPOZINHO 2750554 MARIA DE 59
PIRAPOZINHO SC
PIRAPOZINHO
LTDA
FUNDACAO
FUNDACAO FACULDADE DE
128 SP SAO PAULO 2812703 FACULDADE DE MEDICINAHCFMUSP 59
MEDICINA MECMPAS INST DE
PSIQUIATRIA
CLINICA DE
ESPIRITO CLINICA DE REPOUSO SANTA
SANTO DO REPOUSO SANTA ROSA ESPIRITO
129 SP PINHAL 2081563 ROSA LTDA SC SANTO DO PINHAL 50
HOSPITAL JOAO HOSPITAL JOAO
130 SP SAO PAULO 2078570 EVANGELISTA EVANGELISTA 36
ASSISTENCIA LAR BUSSOCABA
VICENTINA DE SAO ASSISTENCIA
131 SP OSASCO 0008478 PAULO VICENTINA 34
CLINICA DE
L C DE OLIVEIRA REPOUSO SAO
132 TO ARAGUAINA 2370638 160
XAVIER FRANCISCO
ARAGUAINA
15015
HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N II - de 161 até 240 leitos
n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de leitos
SUS
(CNES)
out/2009
1 BA SALVADOR 0004286 SECRETARIA DA HOSPITAL JULIANO 200

205
SAUDE DO ESTADO
DA BAHIA MOREIRA
CE CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE 180
2 CRATO 2415453
SANTA TEREZA LTDA SANTA TEREZA
ES INSTITUTO 185
HOSPITAL ADAUTO
3 CARIACICA 2465752 ESTADUAL DE
BOTELHO
SAUDE PUBLICA
MA CLINICA SAO 240
FRANCISCO DE CLINICA SAO
4 SAO LUIS 2455781 NEURO PSIQUIATRIA FRANCISCO
PI SANATORIO MEDUNA SANATORIO 200
5 TERESINA 2360861 LTDA MEDUNA
PR CENTRO DE 240
HOSPITAL
JANDAIA DO TRIAGEM E OBRAS
6 2573504 REGIONAL DO VALE
SUL SOCIAIS DO VALE DO
DO IVAI
IVAI
7 PR MARECHAL 2810077 HOSPITAL E HOSPITAL 240
CANDIDO MATERNIDADE FILADELFIA
RONDON FILADELFIA LTDA
PR SANATORIO HOSPITAL 240
8 MARINGA 2587289 MARINGA LTDA PSIQUIATRICO DE
MARINGA
PR SECRETARIA DE HOSPITAL COLONIA 240
9 PINHAIS 0018260 ESTADO DA SAUDE ADAUTO BOTELHO
PR CLINICA CLINICA 200
PSIQUIATRICA DE PSIQUIATRICA DE
10 LONDRINA 2578468 LONDRINA LTDA LONDRINA
RJ DUQUE DE SANATORIO DUQUE SANATORIO DUQUE 240
11 CAXIAS 2277778 DE CAXIAS DE CAXIAS
RJ HOSPITAL HOSPITAL 240
12 PARACAMBI 2279592
PARACAMBI LTDA PARACAMBI LTDA
RJ SAO JOAO DE CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE 240
13 2274523
MERITI VILAR DOS TELES VILAR DOS TELES
RJ CLINICA VALE DO 200
14 QUATIS 2272490 PARAIBA LTDA CLIVAPA
SEAP RJ SEAP RJ HOSPITAL
RIO DE COORDENACAO DE DE CUST E TRAT
15 RJ 2270722 167
JANEIRO GESTAO EM SAUDE PSIQUIATRICO
PENITENCIARIA HEITOR CARRILHO
SEAP RJ CENTRO
SEAP RJ
TRAT EM
RIO DE COORDENACAO DE
16 RJ 2270188 DEPENDENCIA 161
JANEIRO GESTAO EM SAUDE
QUIMICA ROBERTO
PENITENCIARIA
MEDEIROS
PREFEITURA
CASA DE SAUDE
17 RN MOSSORO 2389215 MUNICIPAL DE 240
SAO CAMILO LELLIS
MOSSORO
CLINICA CLINICA
CAXIAS DO
18 RS 2223589 PROFESSOR PAULO PROFESSOR PAULO 200
SUL
GUEDES LTDA GUEDES LTDA

206
PORTO HOSPITAL ESPIRITA
19 RS 2237180 HEPA 200
ALEGRE DE PORTO ALEGRE
CLINICA DE
CLINICA CRISTALIA
20 SP ITAPIRA 2084279 REPOUSO ITAPIRA 240
ITAPIRA
LTDA
21 SP SANTA RITA 2091275 SECRETARIA DE CAIS CENTRO ATENCAO 240
DO PASSA ESTADO DA SAUDE INTEGRAL SAUDE
QUATRO DE SAO PAULO SANTA RITA PASSA
QUATRO
SOCIEDADE CIVIL
DE ASSISTENCIA INSTITUTO DE
22 SP TUPA 2080656 235
MEDICA SOCIAM PSIQUIATRIA TUPA
LTDA
ASSOCIACAO HOSPITAL
PRESIDENTE ASSISTENCIAL PSIQUIATRICO ESPIRITA
23 SP 2058782 225
PRUDENTE ADOLPHO BEZERRA BEZERRA DE MENEZES
DE MENEZES P PRUDENT
ASSOCIACAO HOSPITAL
PROTETORA DOS PSIQUIATRICO JARDIM
24 SP SOROCABA 2084465 220
INSANOS DE DAS ACACIAS
SOROCABA SOROCABA
ASSOCIACAO
HOSPITALAR HOSPITAL TEREZA
25 SP JAU 2790653 203
TEREZA PERLATTI PERLATTI JAU
DE JAU
FUNDACAO HOSPITAL
26 SP FRANCA 2080117 ESPIRITA ALLAN PSIQUIATRICO ALLAN 200
KARDEC KARDEC FRANCA SP
CASA DE SAUDE
CASA DE SAUDE SANTA
27 SP PETROPOLIS 2275600 SANTA MONICA 200
MONICA LTDA
LTDA
CLINICA DE
CLINICA DE REPOUSO
28 SP TUPA 2083221 REPOUSO DOM 198
DOM BOSCO
BOSCO SC LTDA
SAO JOSE HOSPITAL DR
HOSPITAL BEZERRA DE
29 SP DO RIO 2097648 ADOLFO BEZERRA 197
MENEZES
PRETO DE MENEZES
CASA DE SAUDE CASA DE SAUDE
30 SP RIO CLARO 2083159 BEZERRA DE BEZERRA DE MENEZES 195
MENEZES RIO CLARO
ASSOCIACAO HOSPITAL
31 SP GARCA 2745356 BENEFICENTE PSIQUIATRICO ANDRE 180
ESPIRITA DE GARCA LUIZ
PRESIDENTE SANATORIO SAO HOSPITAL SAO JOAO
32 SP 2096625 180
PRUDENTE JOAO LTDA PRESIDENTE PRUDENTE
6766
HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N III - de 241 até 400 leitos
n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de
leitos
SUS

207
(CNES)
out/2009
SC CLINICA DE
CLINICA DE REPOUSO
REPOUSO DR JOSE
1 AL MACEIO 2006383 DR JOSE LOPES DE 280
LOPES DE
MENDONCA
MENDONCA
2 ES CACHOEIRO 2548143 CLINICA DE CLINICA DE REPOUSO 400
DE REPOUSO SANTA SANTA IZABEL LTDA
ITAPEMIRIM IZABEL LTDA
SANATORIO
HOSPITAL ESPIRITA DE
3 GO ANAPOLIS 2361779 ESPIRITA DE 320
PSIQUIATRIA ANAPOLIS
ANAPOLIS
CLINICA LA
CLINICA LA RAVARDIERE
4 MA SAO LUIS 2698056 RAVARDIERE 320
LTDA
LIMITADA
FUNDACAO
HOSPITLAR DO
5 MG BARBACENA 2098946 C H P B FHEMIG 320
ESTADO DE MINAS
GERAIS
BELO CLINICA SERRA CLINICA SERRA VERDE
6 MG 0027677 248
HORIZONTE VERDE LTDA LTDA
HOSPITAL
7 PE RECIFE 2777487 PSIQUIATRICO DE HPP 352
PERNAMBUCO LTDA
INSTITUTO DE
INSTITUTO DE
8 PE RECIFE 2752816 PSIQUIATRIA DO 273
PSIQUIATRIA DO RECIFE
RECIFE
ASSOCIACAO SAN
9 PR PIRAQUARA 0018384 JULIAN AMIGOS E ASJA 360
COLABORADORES
CLINICA NOSSA
SAO CLINICA NOSSA
10 RJ 2297515 SENHORA DAS 360
GONCALO SENHORA DAS VITORIAS
VITORIAS LTDA
INSTITUTO DOUTOR
RIO DE INSTITUTO DOUTOR
11 RJ 2270706 FRANCISCO 280
JANEIRO FRANCISCO SPINOLA
SPINOLA
RIO DE SMS RIO IMAS NISE SMS RIO IMAS NISE DA
12 RJ 2280728 280
JANEIRO DA SILVEIRA SILVEIRA
HOSPITAL COLONIA CENTRO DE
13 SC SAO JOSE 2778785 269
SANTANA CONVIVENCIA SANTANA
MENTAL MEDICINA
HOSPITAL MENTAL
14 SP SOROCABA 2081474 ESPECIALIZADA SC 368
SOROCABA
LTDA
15 SP ESPIRITO 2084384 ASSOCIACAO INSTITUTO BEZERRA DE 330
SANTO DO ESPIRITA VICENTE MENEZES ESPIRITO
PINHAL DE PAULO SANTO DO PINHAL
16 SP SAO 2082292 SOCIEDADE HOSPITAL LACAN 320
BERNARDO ASSISTENCIAL
DO CAMPO BANDEIRANTES
17 SP RIBEIRAO 2078031 SECRETARIA DE HOSPITAL SANTA 280

208
ESTADO DA SAUDE TEREZA DE RIBEIRAO
PRETO
DE SAO PAULO PRETO
HOSPITAL ESPIRITA HOSPITAL ESPIRITA DE
18 SP MARILIA 2080990 260
DE MARILIA MARILIA
INSTITUTO
PSIQUIATRICO PROF HOSPITAL TEIXEIRA
19 SP SOROCABA 2083167 254
ANDRE TEIXEIRA LIMA
LIMA LTDA
5874
HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS - CLASSE N IV- acima de 400 leitos
n UF MUNICÍPIO CNES RAZAO SOCIAL NOME FANTASIA Nº de
leitos
SUS
(CNES)
out/2009
RIO DE SMS RIO IMAS SMS RIO IMAS JULIANO
1 RJ 2269996 680
JANEIRO JULIANO MOREIRA MOREIRA
2 SP ARARAS 2082470 CLINICA ANTONIO CLINICA SAYAO ARARAS 639
LUIZ SAYAO
ACOMPANHAMENTO
PSIQUIATRICO
HOSPITAL
HOSPITAL
SALTO DE PSIQUIATRICO SANTA
3 SP 2081547 PSIQUIATRICO 503
PIRAPORA CRUZ SALTO DE
SANTA CRUZ LTDA
PIRAPORA
HOSPITAL HOSPITAL
4 SP SOROCABA 2082616 PSIQUIATRICO VERA PSIQUIATRICO VERA 512
CRUZ SC LTDA CRUZ
FUNDACAO INSTITUTO AMERICO
5 SP ITAPIRA 2085143 ESPIRITA AMERICO BAIRRAL DE 511
BAIRRAL PSIQUIATRIA ITAPIRA
SECRETARIA DE
FRANCO DA COMPLEXO HOSPITALAR
6 SP 2746220 ESTADO DA SAUDE 492
ROCHA JUQUERY
DE SAO PAULO
HOSPITAL HOSPITAL
PSIQUIATRICO VALE PSIQUIATRICO VALE
7 SP PIEDADE 2078236 465
DAS HORTENCIAS DAS HORTENCIAS
SC LTDA PIEDADE
CLINICA
SALTO DE PSIQUIATRICA CLINICA PSIQUIATRICA
8 SP 2082918 415
PIRAPORA SALTO DE SALTO DE PIRAPORA
PIRAPORA SC LTDA
CENTRO DE
CASA SECRETARIA DE
9 SP 2749033 REABILITACAO DE CASA 405
BRANCA ESTADO DA SAUDE
BRANCA
4622

209
PORTARIA Nº 426, DE 3 DE DEZEMBRO DE 2009

Estabelece que hospitais indicados para descredenciamento permaneçam nas classes em


que se encontravam em outubro de 2009

O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições,

Considerando a Portaria nº 251/GM, de 31 de janeiro de 2002, que instituiu o Programa


Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatria;
Considerando a Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004, que institui o Programa
Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS - 2004 e a Portaria nº
53/GM de 20 de janeiro de 2004, que cria novos procedimentos no âmbito deste Programa; e
Considerando a nova classificação dos hospitais psiquiátricos no âmbito do Programa
Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH), instituído pela
Portaria nº 2644/GM, de 28 de outubro de 2009 e a Portaria nº 404/GM, de 19 de novembro de
2009 que habilita os hospitais psiquiátricos à nova classificação, resolve:

Art. 1º - Estabelecer que os hospitais psiquiátricos indicados para descredenciamento


pelo Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatria
permaneçam nas classes em que se encontravam em outubro de 2009, conforme Anexo desta
Portaria, seguindo classificação prevista na Portaria nº 52/GM, de 20 de janeiro de 2004
(Classes de I a XIV) até o seu descredenciamento.
Parágrafo único. Os referidos hospitais psiquiátricos permanecem nesta classificação
por não atenderem aos critérios mínimos de qualidade assistencial definidos pelo
PNASH/Psiquiatria e por necessitarem de novas pactuações para que seja finalizado o processo
de desinstitucionalização dos pacientes internados.
Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com vigência a partir da
competência de novembro de 2009.

ALBERTO BELTRAME

UF MUNICÍPIO CNES RAZÃO SOCIAL CLASSE


Nº DE LEITOS (Portaria
SUS (CNES 52/04)
out/09)

BA FEIRA DE 2603063 SECRETARIA DE SAUDE DO VI


SANTANA ESTADO DA BAHIA 314

BA JUAZEIRO 2510189 75 I

210
ASSOCIACAO SANFRANCISCANA
DE ASSITENCIA AO PSICOPATA
DESVALIDO

BA S A LVA D O R 0004472 SANATORIO SAO PAULO LTDA 120


I

MG JUIZ DE FORA
2153068 HOSPITAL SAO MARCOS SA 101 I

MG JUIZ DE FORA 2153041


CLINICA PSIQUIATRICA PINHO 78 I
MASINI LTDA

PE CAMARAGIBE 2346605 HOSPITAL JOSE ALBERTO MAIA


LTDA 980 XIV

RJ BOM JESUS DO
ITABAPOANA 2282755 CLINICA DE REPOUSO 320 VI
ITABAPOANA LTDA

RJ RIO BONITO 2291061 HOSPITAL COLONIA DE RIO


BONITO 480 X

SP NOVA 2082659 I
GRANADA IRMANDADE DA SANTA CASA DE 108
MISERICORDIA DE NOVA
GRANADA

SP SAO JOSE DOS 0009636


CAMPOS ASSOCIACAO INSTITUTO CHUI DE 139 II
PSIQUIATRIA

211
PORTARIA Nº 2.841, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde -


SUS, o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool
e outras Drogas – 24 horas - CAPS AD III.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o


inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;

Considerando a Portaria Nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta


as modalidades de Centro de Atenção Psicossocial - CAPS, estabelece normas de
funcionamento e composição de equipe;

Considerando a Portaria Nº 189/SAS/MS, de 20 de março de 2002, que determina e


normatiza os processos de cadastramento;

Considerando a Portaria Nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o


Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria Nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e


amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único
de Saúde - SUS; Ministério da Saúde .

Considerando a Portaria Nº 245/GM/MS, de 17 de fevereiro de 2005, que destina


incentivo financeiro para implantação de Centros de Atenção Psicossocial e dá outras
providências;

Considerando a Portaria Nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano


Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas
no Sistema Único de Saúde - PEAD;

Considerando o Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano


Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor e dá outras
providências;

Considerando a Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito


extraordinário, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação
do Plano Integrado de Enfrentamento do Crack;

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do


consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (na forma de cloridrato e de
pasta-base, crack, merla) e inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de
crianças, adolescentes e jovens;

212
Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas
para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao
consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e

Considerando a adesão do Brasil ao Programa "Mental Health Gap Action Program",


da Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna
assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os
países do mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, resolve:

Art. 1º Instituir, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os Centros de Atenção


Psicossocial de Álcool e outras Drogas - 24 horas - CAPS AD III.

§ 1º Entende-se por CAPS AD III aquele estabelecimento destinado a proporcionar


atenção integral e contínua a pessoas com transtornos decorrentes do uso abusivo e da
dependência de álcool e outras drogas, com funcionamento durante as 24 horas do dia,
inclusive nos feriados e finais de semana.

§ 2º Os critérios para implantação, características, modo de funcionamento, atividades,


recursos humanos necessários para os CAPS AD III estão estabelecidos no Anexo a esta
Portaria.

Art. 2º Estabelecer Incentivo Financeiro para Implantação de CAPS AD III nas


modalidades e valores a seguir descritos:

I - implantação de novo CAPS AD III - R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil


reais); e

II - implantação de CAPS AD III mediante adaptação de CAPS AD II pré-


existente para a realização das novas atividades - R$ 100.000,00 (cem mil reais).

§ 1º Os incentivos serão transferidos em parcela única, aos respectivos fundos de saúde


dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, sem onerar os respectivos tetos da
assistência de média e alta complexidade, observadas as diretrizes constantes desta Portaria.

§ 2º Os incentivos repassados deverão ser aplicados na implantação dos CAPS AD III,


podendo ser utilizados para reforma predial, compra de equipamentos, aquisição de material
de consumo e/ou capacitação da equipe técnica e outros itens de custeio.

§ 3º O incentivo de que trata esta Portaria destina-se a apoiar financeiramente apenas a


implantação de serviços de natureza jurídica pública.

Art. 3º Determinar que as solicitações de Incentivo Financeiro para Implantação dos


CAPS AD III de que trata o art. 2º desta Portaria, sejam apresentadas ao Ministério da Saúde,
com cópia para a respectiva Secretaria de Estado da Saúde, devendo ser instruídas com os
seguintes documentos:

I - ofício do gestor solicitando o incentivo financeiro;

II - documentação da Secretaria de Saúde solicitante;

III - projeto técnico do CAPS AD III;

213
IV - termo de compromisso do gestor local assegurando a contratação dos
profissionais que comporão a equipe mínima prevista no Anexo a esta Portaria;

V - termo de compromisso do gestor local de início do funcionamento do CAPS,


no prazo de até 3 (três) meses, renovável uma única vez, mediante justificativa,
por igual período;

VI - no caso de CAPS AD III Regional - termo de compromisso dos gestores dos


Municípios componentes, de acordo com o instruído no Anexo a esta Portaria; e

VII - Resolução da CIB aprovando a implantação do CAPS.

§ 1º O processo completo será remetido à Área Técnica de Saúde Mental, do


Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde, do
Ministério da Saúde - DAPES/SAS/MS que o avaliará e autorizará, ou não, o repasse do
Incentivo Financeiro de que trata o artigo 2º desta Portaria.

§ 2º Caso o gestor local não cumpra o prazo estabelecido no Termo de Compromisso


definido na alínea V deste artigo, o Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde -
FNS/MS adotará as medidas necessárias para a devolução ao Ministério da Saúde dos
recursos recebidos pelo gestor local.

Art. 4º Estabelecer recursos financeiros mensais no valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil


reais) a serem incorporados ao Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade
Ambulatorial e Hospitalar dos respectivos Estados, Municípios e do Distrito Federal para o
custeio dos procedimentos a serem realizados pelo CAPS AD III.

§ 1º A incorporação de que trata o caput deste artigo será realizada a contar da


habilitação do serviço junto ao gestor federal, que se dará mediante o envio dos seguintes
documentos:

I - Resolução da CIB que ateste o início do funcionamento do CAPS AD III;

II - Relatório de Vistoria da Vigilância Sanitária local;

III - Relatório de Vistoria das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito


Federal;

IV - apresentação do número do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de


Saúde (CNES) do CAPS AD III;

V - apresentação do Projeto Técnico do CAPS AD III;

VI - relação nominal dos profissionais integrantes da Equipe Técnica do CAPS,


anexados os currículos e cópia das identidades profissionais dos técnicos; e

VII - comprovação de matrícula em processo de capacitação para atendimento de


crack, álcool e outras drogas de pelo menos dois profissionais da equipe.

§ 2º No caso de CAPS AD III implantado, a partir da transformação de CAPS AD II, os


recursos a serem incorporados serão calculados a partir da diferença entre os valores já

214
incorporados referente à habilitação anterior, até totalizar o valor mensal de R$ 60.000,00
(sessenta mil reais) para custeio.

Art. 5º Compete à Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS o estabelecimento dos


procedimentos a serem realizados pelos CAPS AD III e a adoção das demais medidas
necessárias ao cumprimento do disposto nesta Portaria.

Art. 6º Determinar que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata esta
Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa
de Trabalho 10.302.1220.20EV - Enfrentamento ao Crack e outras Drogas – Nacional
(Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010) no ano de 2010, e a partir de 2011,
corram por conta do Programa de Trabalho 10.302.1220.20B0 - Atenção Especializada em
Saúde Mental e do Programa de Trabalho 10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População
para Procedimentos de Média e Alta Complexidade.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a
partir da competência setembro de 2010.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

CAPS AD III - CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, MODO


DE FUNCIONAMENTO, ATIVIDADES, RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS

I - CRITÉRIOS POPULACIONAIS PARA IMPLANTAÇÃO DE CAPS AD III:

Os CAPS AD III deverão ser implantados levando em conta uma população mínima de
cobertura de 200 mil habitantes.

Sua implantação poderá ocorrer, portanto:

1 - em Município que, tendo ou não CAPS AD II, conte com uma população de 200 mil
habitantes; e

2 - em Município pólo regional que reúna outros Municípios de referência na região,


cujo somatório populacional (da região) seja igual ou maior que 200 mil habitantes - CAPS
AD III Regional.

No caso de CAPS AD III Regional, conforme definido no item 2 acima, sua


implantação deverá ser pactuada pelo respectivo Colegiado Gestor Regional - CGR, ser objeto
de termo de compromisso firmado pelos gestores de todos os Municípios envolvidos e deverá
contar com uma Comissão Permanente de Regulação e Acompanhamento do CAPS AD III -
Regional.

Essa Comissão será composta pelos coordenadores de saúde mental, representantes dos
Municípios referenciados e representantes do Colegiado Gestor Regional.

215
O objetivo da Comissão é definir os fluxos de atenção para os usuários do CAPS AD
III, estruturar as redes municipais de álcool e outras drogas, promover a sustentabilidade do
CAPS AD III e desenvolver parcerias que envolvam apoio técnico (matriciamento) por parte
da equipe do serviço para os Municípios de referência e outras ações que garantam a
continuidade, a efetividade e a qualidade na assistência desse serviço.

A escolha do Município para sediar o CAPS AD III deverá recair sobre aquele que
apresente rede de saúde mais diversificada e estruturada, preferencialmente com Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, Unidades de Pronto Atendimento - UPA, leitos em
Hospital Geral, outras modalidades de CAPS e outros serviços de saúde e de rede intersetorial
de proteção social.

O Município-Sede deverá, ainda, ter um hospital geral de referência para o CAPS AD


III - Regional, que funcione como apoio qualificado a usuários que apresentem quadros de
abstinência, intoxicação aguda ou agravos clínicos relacionados ao consumo de álcool e
outras drogas.

Os recursos de incentivo para implantação e custeio dos procedimentos a serem


realizados pelo CAPS AD III Regional serão repassados ao Município-Sede.

Já os Municípios referenciados ao CAPS AD III Regional deverão responsabilizar-se


por ações de atenção integral para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção
Básica, em seu território.

II - CARACTERÍSTICAS GERAIS:

O CAPS AD III deve:

a) constituir-se em serviço aberto, de base comunitária que funcione segundo a lógica


do território, e que forneça atenção contínua, durante 24 horas diariamente, incluindo feriados
e finais de semana;

b) responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e


da rede de cuidados em saúde mental, álcool e outras drogas, no âmbito do seu território;

c) possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regular e articular as ações


de atenção integral aos usuários de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do seu território;

d) coordenar, acompanhar e supervisionar, por delegação do gestor local, internações


em hospital geral e unidades especializadas, no âmbito de seu território;

e) realizar ações de apoio matricial na atenção básica, no âmbito de seu território;

f) realizar e manter atualizado o cadastramento dos pacientes que utilizam


medicamentos essenciais para a área de saúde mental;

g) funcionar, de forma articulada, com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -


SAMU-192 e com a rede de urgência/emergência local/regional; e

h) articular-se com a rede de proteção social de seu território de atuação, para


acompanhamento compartilhado de casos, quando necessário.

216
III - ATIVIDADES:

A atenção integral ao paciente no CAPS AD III inclui as seguintes atividades:

a) atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação, entre outros);

b) atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social,


entre outras);

c) oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;

d) visitas e atendimentos domiciliares;

e) atendimento à família;

f) atividades de integração na comunidade, na família, no trabalho, na escola, na cultura


e na sociedade em geral;

g) acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com, no mínimo, 8 (oito) e, no


máximo, 12 (doze) leitos, para realizar intervenções a situações de crise (abstinência e/ou
desintoxicação sem intercorrência clínica grave e comorbidades) e, também, repouso e/ou
observação;

h) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) receberão uma refeição diária dos


quais assistidos em dois turnos (8 horas) receberão duas refeições diárias, e os que
permanecerem no serviço durante 24 horas contínuas receberão 4 (quatro) refeições diárias;

i) a permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno, caso seja necessário


prolongar-se para além do período médio de 2 a 5 dias, fica limitada a 10 (dez) dias corridos
ou 14 (quatorze) dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias; e

j) estratégias de redução de danos dentro e fora do CAPS AD III, em articulação com


profissionais da atenção básica.

IV - RECURSOS HUMANOS:

A equipe técnica mínima para atuação no CAPS AD III, para o atendimento de 40


(quarenta) pacientes por turno, tendo como limite máximo 60 (sessenta) pacientes/dia, em
regime intensivo, será composta por:

a) 1 (um) médico clínico;

b) 1 (um) médico psiquiatra;

c) 1 (um) enfermeiro com formação em saúde mental;

d) 5 (cinco) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias: psicólogo,


assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional
necessário ao projeto terapêutico;

e) 4 (quatro) técnicos de enfermagem; e

217
f) 4 (quatro) profissionais de nível médio: redutor de danos, técnico administrativo,
técnico educacional, artesão e/ou outros.

Para cada período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe


deve ser composta, por:

a) 1 (um) profissional de nível superior;

b) 3 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e

c) 1 (um) profissional de nível médio da área de apoio.

Para cada período de 12 horas diurnas, nos sábados, domingos e feriados, a equipe deve
ser composta de modo a cobrir todos os turnos por:

a) 1 (um) profissional de nível superior entre as seguintes categorias: médico,


enfermeiro, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, ou outro profissional de nível
superior justificado pelo projeto terapêutico;

b) 3 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e

c) 1 (um) profissional de nível médio da área de apoio.

Observação: O gestor local deverá garantir a composição da equipe técnica mínima em


situações de férias, licenças e outros eventos.

Comentário:

Institui no SUS o CAPSad com funcionamento 24 horas, o CAPSad III.

218
PORTARIA Nº 2.842, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Aprova as Normas de Funcionamento e Habilitação


dos Serviços Hospitalares de Referência para a
Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras
Drogas - SHR-ad.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a


proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental;
Considerando a Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que
redefine e amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do
Sistema Único de Saúde - SUS;
Considerando a Portaria nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o
Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras
Drogas no Sistema Único de Saúde - SUS e define suas diretrizes gerais, ações e metas;
Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano
Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o Comitê Gestor e dá outras
providências;
Considerando a Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre
crédito extraordinário em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à
programação do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack;
Considerando a necessidade da oferta de suporte hospitalar estratégico para a
rede de atenção psicossocial, no que tange a situações de urgência decorrentes do uso de álcool
e de outras drogas que demandem por internações de curta duração que se fizerem necessárias
ao manejo terapêutico de tais casos;
Considerando o cenário epidemiológico que mostra a expansão do consumo no
País de substâncias psicoativas, especialmente do álcool, inalantes e cocaína em suas diferentes
apresentações como cloridrato, pasta-base, crack e merla; em associação a um contexto de
vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens; e
Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações
orientadas para a prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos
associados ao consumo de substâncias psicoativas, bem como de ampliar o acesso ao tratamento
hospitalar em hospitais gerais das pessoas com transtornos decorrentes do consumo de álcool e
outras drogas, resolve:

Art 1º Aprovar, na forma do Anexo a esta Portaria, as Normas de


Funcionamento e Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção Integral
aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.
Parágrafo único. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, em seus respectivos âmbitos de atuação, deverão adotar as medidas necessárias à
organização e habilitação das unidades de que trata o caput deste artigo.

219
Art. 2º Os procedimentos específicos para a atenção hospitalar aos usuários de
álcool e outras drogas realizados em Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad, da Tabela de Procedimentos,
Medicamentos, Órteses/Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde, estão
previstos na Portaria nº 480/SAS/MS, de 20 de setembro de 2010.
Parágrafo único. Ficam mantidos os Procedimentos 03.03.17.003-4 e
03.03.17.004-2 no SIGTAP.

Art. 3º Estabelecer que os recursos orçamentários relativos às ações de que trata


esta Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o
Programa de Trabalho: 10.302.1220.20EV – Enfrentamento ao Crack e outras Drogas –
Nacional (Medida Provisória nº 498, de 29 de julho de 2010) no ano de 2010 e a partir de 2011
corram por conta do Programa de Trabalho: 10.302.1220.8585- Atenção à Saúde da População
para Procedimentos em Média e Alta Complexidade.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Fica revogada a Portaria n° 1.612/GM/MS, de 9 de setembro de 2005,


publicada no Diário Oficial da União n° 175, de 12 de setembro de 2005, Seção 1, páginas 54-
56.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

NORMAS PARA FUNCIONAMENTO E HABILITAÇÃO DOS SERVIÇOS

HOSPITALARES DE REFERÊNCIA PARA A ATENÇÃO INTEGRAL AOS USUÁRIOS DE

ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS - SHR-ad

1 - PLANEJAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS

Os gestores dos Estados/Municípios e do Distrito Federal deverão estabelecer


planejamento de distribuição regional dos Serviços Hospitalares de Referência para a Atenção
Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad, tendo como perspectiva a
constituição de base hospitalar estratégica para a estruturação de redes locais de atenção
psicossocial, de acordo com as diretrizes do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool
e outras Drogas e seus componentes, conforme descrito na Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de
outubro de 2004.

1.1 No planejamento da distribuição dos leitos hospitalares deverão ser levados em


conta os seguintes parâmetros/critérios:
a) o número de leitos deverá ser proporcional à população de cobertura na razão de
1 (um) leito para cada 15 (quinze) mil habitantes;
b) o número de leitos de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, por
hospital, não deverá exceder o percentual de 15% (quinze por cento) do número total de leitos
do hospital geral, até o máximo de 30 (trinta) leitos; e

220
c) projetos que ultrapassarem os parâmetros dos itens a e b poderão, em caráter de
excepcionalidade, ser analisados tecnicamente pelo Ministério da Saúde.

1.2 Deve ser obrigatoriamente considerada a aproximação entre os SHR-ad e os


serviços extra-hospitalares de base comunitária - CAPS I, CAPS II, CAPS III e CAPSi, e
sobretudo os CAPS-AD e os NASF, buscando assim a sua articulação em rede, bem como lidar
com as limitações intrínsecas do hospital geral para abordagem de terapêutica dos usuários de
álcool e outras drogas, devendo levar-se em conta que:
a) em Municípios de até 100 (cem) mil habitantes: para a implantação dos leitos
devem existir, em todos os Municípios abrangidos, programas de atenção a usuários de álcool e
outras drogas na atenção primária e/ou em CAPS (especificar qual); e
b) em Municípios com 100 (cem) mil habitantes ou mais: para a implantação dos
leitos devem existir, no Município, CAPS ad, CAPS I ou CAPS II que realize programa de
atenção a usuários de álcool ou outras drogas ou, ainda, CAPS III.

1.3 A implantação dos leitos deve ocorrer em hospitais gerais, preferencialmente


de natureza pública ou filantrópica, sendo também desejável a sua utilização como espaços de
atuação docente-assistencial.

2 - HABILITAÇÃO

Uma vez realizado o planejamento da distribuição de serviços, o processo de


habilitação deverá ser formalizado pelo gestor local e encaminhado ao Ministério da Saúde,
conforme segue:

2.1- O processo de habilitação de SHR-ad deverá ser instruído com:


a) requerimento de habilitação do gestor local;
b) identificação da Secretaria Estadual/Municipal de Saúde;
c) projeto Técnico do SHR-ad;
d) discriminação da Equipe Técnica, anexados os currículos dos componentes;
e) relatório de vistorias realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde ou pela
Secretaria Municipal de Saúde - a vistoria deverá ser realizada in loco pela Secretaria de Saúde
(Vigilância Sanitária e Área Técnica de Saúde Mental), que avaliará as condições de
funcionamento do SHR-ad para fins de habilitação: área física, recursos humanos,
responsabilidade técnica e demais exigências estabelecidas por esta Portaria;
f) parecer da Comissão Intergestores Bipartite sobre a habilitação; e
g) comprovante de matrícula em curso de formação a distância “Sistema para
Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias Psicoativas: encaminhamentos,
intervenção breve, reinserção social e acompanhamento - SUPERA”, oferecido pela
SENAD/GSI para pelo menos 2 profissionais por estabelecimento.

2.2 Uma vez emitido o parecer favorável da CIB a respeito da habilitação, este
deverá ser encaminhado ao Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção à Saúde - Área Técnica
de Saúde Mental, para fins de habilitação, devendo o processo com a documentação
comprobatória ficar na posse do gestor local do SUS, disponível ao Ministério da Saúde para
fins de supervisão e auditoria.

3 - CARACTERÍSTICAS EXIGIDAS PARA O FUNCIONAMENTO DOS SHR-


ad

Os Serviços Hospitalares de Referência para Atenção Integral aos Usuários de


Álcool e outras Drogas - SRH-ad, destinados à operacionalização, execução e controle do

221
componente hospitalar do Programa de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas,
na sua área de abrangência, devem observar as seguintes diretrizes:
a) sob a coordenação do gestor local, compor rede de atenção integral a usuários de
álcool e outras drogas, participando do sistema de organização e regulação das demandas e
fluxos assistenciais, em área geográfica definida, respeitando as atribuições e competências das
instâncias do SUS para a sua implantação e gerenciamento;
b) estabelecer mecanismos regulares de comunicação e integração com outros
pontos da rede de saúde mental, preferencialmente os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS
e Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF, para potencializar ações de matriciamento,
referência e contrarreferência dos casos;
c) em nível local ou regional, compor a rede hospitalar de retaguarda aos usuários
de álcool e outras drogas, observando o território, a lógica de redução de danos e outras
premissas e princípios do SUS;
d) dar suporte à demanda assistencial caracterizada por situações de
urgência/emergência decorrentes do consumo ou abstinência de álcool e/ou outras drogas,
advindas da rede dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas - CAPSad, da
rede básica de cuidados em saúde (Programa Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde) e
de serviços ambulatoriais especializados e não especializados;
e) oferecer suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração, para
usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais para as quais os recursos extra-
hospitalares disponíveis não tenham obtido a devida resolutividade, ou ainda em casos de
necessidade imediata de intervenção em ambiente hospitalar, sempre respeitadas as
determinações da Lei nº 10.216, de 2001, e sempre acolhendo os pacientes em regime de
curtíssima ou curta permanência;
f) oferecer abordagem, suporte e encaminhamento adequado para a rede hospitalar
de suporte aos usuários que, mediante avaliação geral, evidenciarem indicativos de ocorrência
de comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica;
g) evitar a internação de usuários de álcool e outras drogas em hospitais
psiquiátricos; e
h) funcionar em regime integral, durante 24 horas diárias, nos sete dias da semana,
sem interrupção da continuidade entre os turnos.

3.1 Projeto Técnico do Serviço


Os SHR-ad deverão contemplar em seu projeto técnico as seguintes atividades:
a) avaliação clínica, psiquiátrica, psicológica e social, realizada por equipe
multiprofissional, devendo ser considerado o estado clínico / psíquico do paciente;
b) atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre
outros);
c) atendimento em grupo (psicoterapia, orientação, atividades de suporte social,
entre outras);
d) abordagem familiar, que deve incluir orientações sobre o diagnóstico, o
programa de tratamento, a alta hospitalar e a continuidade do tratamento em dispositivos extra-
hospitalares;
e) quando indicado, integração com programas locais de redução de danos, ainda
durante a internação;
f) preparação do paciente para a alta hospitalar, garantindo obrigatoriamente sua
referência para a continuidade do tratamento em unidades extra-hospitalares da rede local de
atenção integral a usuários de álcool e outras drogas (CAPSad, ambulatórios, atenção primária),
na perspectiva preventiva para outros episódios de internação;
g) mediante demandas de ordem clínica específica, estabelecer mecanismos de
integração com outros setores do hospital geral onde o SHR-ad estiver instalado, por intermédio
de serviços de interconsulta, ou ainda outras formas de interação entre os diversos serviços do
hospital geral;

222
h) deve ser garantida a transferência do usuário para estruturas hospitalares de
maior resolutividade e complexidade, devidamente acreditados pelo gestor local, quando as
condições clínicas impuserem tal conduta;
i) utilização de protocolos técnicos para o manejo terapêutico de intoxicação aguda
e quadros de abstinência decorrentes do uso de substâncias psicoativas, e complicações
clínicas/psíquicas associadas, devendo orientar-se pelas diretrizes “Identificação e manejo dos
transtornos associados ao uso de crack/cocaína”, do Ministério da Saúde;
j) utilização de protocolos técnicos para o manejo de situações especiais, como por
exemplo, a necessidade de contenção física; e
k) estabelecimento de protocolos para a referência e contrarreferência dos usuários,
o que deve obrigatoriamente comportar instrumento escrito que indique o seu destino
presumido, no âmbito da rede local / regional de cuidados.

3.2 Projeto Terapêutico Individual

As atividades relacionadas nos itens acima e seus respectivos desdobramentos


deverão constituir o projeto terapêutico do serviço. Para tanto, fica definido que:
a) projeto terapêutico individual (PTI) é o conjunto de objetivos e ações,
estabelecidos e executados pela equipe multiprofissional, voltados para a atenção aos usuários,
desde o seu acolhimento e admissão no SHR-ad, até o momento de sua alta hospitalar;
b) deve incluir as ações específicas desenvolvidas pela unidade, de forma adequada
ao seu público-alvo;
c) deve haver a compatibilização da proposta terapêutica com as necessidades de
cada usuário e de seus familiares, servindo como eixo diretor para a elaboração de projetos
terapêuticos individuais;
d) o projeto terapêutico do serviço deve envolver ainda o estabelecimento de
mecanismos de referência e contrarreferência que permitam o encaminhamento dos usuários
após a sua alta, para a devida continuidade do tratamento;
e) o Projeto Terapêutico do Serviço deverá ser apresentado, por escrito, e
permanecer disponível para consulta no SHR-ad; e
f) os indicadores de qualidade e humanização à assistência prestada devem ser
avaliados permanentemente pela equipe multiprofissional.

3.3 Instalações físicas

a) a área física do SHR-ad deverá se enquadrar nos critérios e normas estabelecidos


pela legislação em vigor, a saber:
1. Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento
para Técnico para Planejamento, Prorrogação, Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de
Estabelecimentos de Assistência à Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA; e
2. Resolução nº 5, de 5 de agosto de 1993, do CONAMA - Conselho Nacional de
Meio Ambiente,
b) a área física deve ser adequada, convenientemente iluminada e ventilada,
permitindo que os atendimentos sejam desenvolvidos com conforto, organização e segurança;
c) a área física, que pode ser compartilhada com outras seções clínicas do hospital
geral, como a Clínica Médica, deve contar, no mínimo, com:
1 - sala para atendimento individual dos usuários;
2 - enfermarias, que devem constituir espaços mistos, com quartos separados por
sexo;

223
3 - quartos individuais, quando necessário, respeitando eventuais necessidades e
demandas específicas dos usuários e;
4 - posto de enfermagem.
d) em instalações hospitalares de arquitetura vertical, o SHR-ad deve ficar o mais
próximo possível do andar térreo, facilitando o trânsito dos usuários, possibilitando a integração
de pequena área livre para atividades, e diminuindo o risco aos usuários do serviço;
e) deve ser buscada a compatibilização entre espaços hospitalares concebidos de
acordo com a economia espacial utilizada pela arquitetura hospitalar, e o uso deste mesmo
espaço de acordo com a dinâmica da atenção psicossocial, em uma lógica na qual a
humanização do cuidado e a convivência se apresentam como favorecedores do processo
terapêutico.

3.4 - Recursos Humanos

3.4.1 Para hospitais que implantem até 4 leitos, a equipe mínima será:
a) 1 técnico/auxiliar de enfermagem;
b) 1 profissional de saúde mental de nível superior; e
c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos.

3.4.2 Para hospitais que implantem de 5 a 12 leitos, a equipe mínima será:


a) 2 técnicos/auxiliares de enfermagem;
b) 2 profissionais de saúde mental de nível superior; e
c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos.

3.4.3 Para hospitais que implantem de 13 a 20 leitos, a equipe mínima será:


a) 4 técnicos/auxiliares de enfermagem;
b) 3 profissionais de saúde mental de nível superior;
c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos; e
d) 1 médico psiquiatra do hospital responsável pelos leitos.

3.4.4 Para hospitais que implantem de 21 a 30 leitos, a equipe mínima será:


a) 6 técnicos/auxiliares de enfermagem;
b) 4 profissionais de saúde mental de nível superior;
c) 1 médico clínico do hospital responsável pelos leitos; e
d) 1 médico psiquiatra do hospital responsável pelos leitos.’

Comentário:

Aprova normas de Funcionamento e Habilitação dos Serviços Hospitalares de Referência para a


Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas - SHR-ad.

224
PORTARIA Nº 2.843, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Cria, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS,


os Núcleos de Apoio à Saúde da Família -
Modalidade 3 - NASF 3, com prioridade para a
atenção integral para usuários de crack, álcool e
outras drogas.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o


inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei Nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental;

Considerando a Portaria Nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o


Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria Nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e


amplia a atenção integral para usuários de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único
de Saúde - SUS;

Considerando a Portaria Nº 648/GM/MS, de 28 de março de 2006, que aprova a


Política Nacional de Atenção Básica;

Considerando a Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que cria os Núcleos


de Apoio à Saúde da Família - NASF;

Considerando a Portaria Nº 1.190/GM/MS, de 4 de junho de 2009, que institui o Plano


Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas
no SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais, ações e metas;

Considerando o Decreto Nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano


Integrado de Enfrentamento ao crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor, e dá outras
providências;

Considerando a Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010, que abre crédito


extraordinário, em favor de diversos órgãos do Poder Executivo para atender à programação
do Plano Integrado de Enfrentamento do crack;

Considerando o cenário epidemiológico recente, que mostra a expansão no Brasil do


consumo de algumas substâncias, especialmente álcool, cocaína (pasta-base, crack, merla) e
inalantes, que se associa ao contexto de vulnerabilidade de crianças, adolescentes e jovens;

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas


para prevenção, promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos associados ao
consumo prejudicial de substâncias psicoativas; e

Considerando a adesão do Brasil ao Programa "Mental Health Gap Action Program",


da Organização Mundial da Saúde, de 2008, que prevê estratégias para a redução da lacuna

225
assistencial entre a demanda e a oferta de serviços para atenção em saúde mental em todos os
países do mundo, especialmente os países em desenvolvimento, resolve:

Art. 1º Criar, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, os Núcleos de Apoio à


Saúde da Família - Modalidade 3 – NASF 3.

§ 1º Os NASF 3 são estabelecimentos que visam promover a atenção integral em saúde


e saúde mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na Atenção
Básica para Municípios com porte populacional menor que 20.000 (vinte mil) habitantes,
devendo obedecer ao disposto na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que cria
os NASF.

§ 2º Os critérios para implantação, as ações/características específicas e recursos


humanos necessários para os NASF 3 estão previstos no Anexo a esta Portaria.

Art. 2º Estabelecer repasse financeiro mensal para custeio das ações de cada NASF 3
no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Parágrafo único. Depois de cumpridas as exigências do processo de implantação e de


habilitação dos NASF estabelecidas por esta Portaria, os recursos financeiros serão repassados
aos Municípios na seguinte forma:

I - o valor do incentivo financeiro será repassado diretamente do Fundo Nacional


de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde e ao Fundo de Saúde do Distrito
Federal;

II - o repasse será feito a cada mês, tendo como base o número de NASF 3
cadastrados no SCNES;

III - o envio da base de dados do SCNES pelas Secretarias Municipais e


Estaduais de Saúde para o banco nacional deverá estar de acordo com a Portaria
Nº 74/SAS/MS, de 6 de fevereiro de 2007; e

IV - os procedimentos referentes à produção de serviços realizados pelos


profissionais cadastrados nos NASF 3 deverão ser registrados no SIA/SUS, mas
não gerarão créditos financeiros.

Art. 3º Determinar que para habilitação ao recebimento do recurso financeiro mensal


destinado ao custeio de NASF 3, de que trata o art. 2º desta Portaria, os Municípios devam:

I - aprovar a proposta pelo Conselho Municipal de Saúde;

II - encaminhar para análise da respectiva Secretaria de Estado da Saúde - SES,


ou a sua instância regional, sendo que o Distrito Federal, após a aprovação por
seu Conselho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta ao Ministério da Saúde;
e

III - cadastrar os NASF 3, no Sistema Nacional de Cadastro de Estabelecimento


de Saúde - SCNES, da Unidade de Saúde à qual estará vinculado, bem como os
profissionais, observando a composição e descrição constantes do Anexo a esta
Portaria.

226
§ 1º Após a data do protocolo de entrada do processo, a SES ou sua instância regional
terá o prazo máximo de 10 (dez) dias, para análise e encaminhamento à Comissão
Intergestores Bipartite - CIB;

§ 2º Vencido o prazo fixado, o Município poderá enviar a solicitação de habilitação


com o protocolo de entrada na SES, que comprove a expiração, diretamente ao Ministério da
Saúde.

§ 3º Após a aprovação e habilitação dos NASF 3, caberá à Secretaria de Saúde dos


Estados e do Distrito Federal informar ao Ministério da Saúde, até o dia 15 (quinze) de cada
mês, o número de NASF 3 que fazem jus ao recebimento do repasse financeiro do PAB
variável.

§ 4º Deverão ser observadas as competências das Secretarias Municipais e Estaduais de


Saúde e do Distrito Federal, conforme estabelecidas nos arts. 7º e 8º da Portaria Nº
154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008.

Art. 4º Definir que os recursos orçamentários, de que trata esta Portaria, corram, no ano
de 2010, por conta do Programa de Trabalho 10.302.1220.20EV - Enfrentamento ao Crack e
outras Drogas (Medida Provisória Nº 498, de 29 de julho de 2010), e, a partir de 2011, pelo
Programa de Trabalho 10.301.1214.20AD - Piso da Atenção Básica Variável - Saúde da
Família.

Parágrafo único. Os recursos relativos à Atenção básica fazem parte da fração variável
do Piso da Atenção Básica (PAB variável) e compõem o Bloco Financeiro de Atenção Básica,
sendo que a manutenção do repasse dos recursos cumpra as exigências do art. 12, da Portaria
Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

ANEXO

NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA - NASF 3

CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO, AÇÕES/CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS


E RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS

I - CRITÉRIOS PARA IMPLANTAÇÃO

1 - Municípios com porte populacional menor que 20.000 (vinte mil) habitantes;

2 - estar vinculado à implantação e expansão da Atenção Básica/Saúde da Família na


proporcionalidade definida neste Anexo; e

3 - ser orientado por um Projeto de Implantação dos NASF 3 que conste:

a) território de atuação das equipes de Saúde da Família;

b) principais atividades a serem desenvolvidas;

227
c) profissionais a serem inseridos/contratados;

d) forma de contratação e a carga horária dos profissionais;

e) identificação das ESF vinculadas aos NASF 3;

f) planejamento e/ou a previsão de agenda compartilhada entre as diferentes ESF e a


equipe dos NASF 3, que incluam ações individuais e coletivas, de cuidados clínicos em álcool
e outras drogas, de atenção psicossocial, de redução de danos, de visitas domiciliares, de
educação permanente, tanto das ESF quanto da comunidade; e

g) articulação em rede, no sistema de saúde, incluindo os demais serviços da rede


assistencial, como CAPS I, CAPS II, CAPS AD, CAPS AD III (regional), CAPS infanto-
juvenis, leitos em hospitais gerais e outros, prevendo mecanismos de integração e
coordenação do acesso pelas ESF.

II - AÇÕES E CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

Além das ações previstas na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, que


institui os NASF, os profissionais dos NASF 3 deverão realizar prioritariamente as ações
abaixo:

a) desenvolver ações de atenção integral a usuários de crack, álcool e outras drogas,


orientadas para a prevenção e promoção da saúde, tratamento e redução dos riscos e danos;

b) incorporar o matriciamento como lógica de atuação, apoiando as ESF na discussão


de casos, atendimento compartilhado e construção conjunta de Projeto Terapêutico Singular;

c) promover ações de detecção precoce;

d) ações de intervenção breve para abordar problemas vinculados ao uso prejudicial de


álcool e outras drogas;

e) ações de redução de danos;

f) orientar e acompanhar o uso de terapia medicamentosa, quando indicada;

g) apoiar a criação de grupos de ajuda-mútua;

h) orientar a realização de entrevistas motivacionais;

i) ampliar o cuidado aos grupos de maior vulnerabilidade;

j) ações para ampliar o vínculo com as famílias, tomando-as como parceiras no


tratamento;

k) oferecer orientações aos familiares dos usuários atendidos na ESF sobre o consumo
de drogas e o tratamento;

l) ações para constituir redes de apoio e integração;

228
m) articular com os CAPS de referência;

n) articular com os serviços hospitalares de referência no caso de necessidade de


internação hospitalar;

o) acompanhar, na forma de ações de matriciamento, o período de tratamento hospitalar


do paciente da área de abrangência do NASF 3;

p) ações coletivas com vistas à intersetorialidade;

q) ações para integrar as práticas de saúde com as outras políticas sociais como
educação, esporte, cultura, lazer, assistência social e trabalho;

r) apoiar a criação de iniciativas de geração de trabalho e renda, cursos


profissionalizantes com recursos da comunidade para reinserção social das pessoas com
problemas relacionados ao uso de crack, álcool e outras drogas;

s) ações de prevenção nas escolas;

t) ações de promoção da autonomia e dos direitos humanos e sociais da população de


referência das ESF;

u) articular com as estratégias de formação e educação permanente do SUS;

v) informar ao usuário sobre maneiras menos danosas/nocivas/arriscadas relacionadas


ao consumo de álcool e outras drogas; e

x) ampliar as possibilidades de interação social do usuário no território.

III - RECURSOS HUMANOS - Vinculação com o Programa Saúde da Família - PSF,


composição, funcionamento e capacitação da equipe:

Cada NASF 3 deverá:

a) realizar suas atividades vinculadas a, no mínimo, 4 (quatro) e, no máximo, a 7 (sete)


Equipes de Saúde da Família - ESF;

b) ter, no mínimo, 3 (três) profissionais de nível superior de ocupações não


coincidentes, categorias profissionais descritas na Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro
de 2008;

c) funcionar em horário de trabalho coincidente com o das ESF, com carga horária de
40 horas semanais, resguardadas as especificidades das categorias profissionais descritas na
Portaria Nº 154/GM/MS, de 24 de janeiro de 2008, sendo que, para os profissionais médicos
psiquiatras, a carga horária poderá ser de 20 horas semanais; e

d) cadastrar os profissionais dos NASF 3 em uma única unidade de saúde, localizada


preferencialmente dentro do território de atuação das ESF a que estão vinculados.

Da capacitação:

229
a) o Município deverá criar mecanismos de educação permanente para médicos das ESF sobre a
atenção aos problemas relacionados ao crack, álcool e outras drogas, por intermédio de
programas de capacitação existentes nos níveis municipal, estadual e federal; e

b) os profissionais dos NASF 3 e das ESF de referência serão capacitados por meio do
curso a distancia "Sistema para Detecção do Uso Abusivo e Dependência de Substâncias
Psicoativas: Encaminhamento, Intervenção breve, Reinserção social e Acompanhamento"-
SUPERA/SENAD/UNIFESP. O Município deverá garantir o acesso dos profissionais ao
curso, providenciando os recursos necessários (telefone, computador e internet) e a liberação
da carga horária para a participação nas atividades previstas.

Comentário:

Cria no SUS os NASF 3, estabelecimentos que visam promover a atenção integral em


saúde e saúde mental, prioritariamente para usuários de crack, álcool e outras drogas na
Atenção Básica para Municípios com porte populacional menor que 20.000 habitantes.

230
Resoluções
Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária
Conselho Nacional de Justiça

231
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 3, DE 4 DE MAIO DE 2004

Recomenda a adoção do Programa “De volta para Casa” do Ministério da Saúde.

O CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA reunido em


sessão ordinária aos 03 e 04 dias do mês de maio do ano de dois mil e quatro, na cidade de
Brasília, resolve:

Art. 1º Recomendar o Programa “De volta para Casa”, consubstanciado no manual do


Ministério da Saúde.

Art. 2º Recomendar à Secretaria deste Conselho que remeta cópia desta Resolução e do manual,
às Secretarias Estaduais que administram o Sistema Prisional, Secretarias de Saúde, bem como
aos Conselhos Penitenciários Estaduais e ao DEPEN/MJ.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ANTÔNIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA


Presidente do Conselho
Comentário:
É de extrema relevância o reconhecimento e a recomendação pelo Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária - o primeiro dos órgãos da execução penal - do Programa de
Volta para Casa. É direito do egresso de longa internação em manicômio judiciário ser um
beneficiário do Programa.

232
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 5, DE 4 DE MAIO DE 2004

Dispõe a respeito das Diretrizes para o cumprimento das Medidas de Segurança,


adequando-as à previsão contida na Lei nº10.216 de 06 de abril de 2001.

O CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA, reunido em


sessão ordinária aos 04 dias do mês de maio do ano de dois mil e quatro, na cidade de Brasília,
tendo presente a Proposta de Diretrizes para o cumprimento de Medidas de Segurança,
adequando-as ao contido na Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, resolve:

Art. 1º. Aprovar as Diretrizes Anexas à presente Resolução, visando adequar as Medidas de
Segurança às disposições da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001.

Art. 2º. Recomendar à Secretaria deste Conselho que remeta cópia desta Resolução e do Anexo
que a integra às Secretarias Estaduais que administram o Sistema Prisional, bem como aos
Conselhos Penitenciários Estaduais e ao DEPEN/MJ.

Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação.

ANTONIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA


Presidente do Conselho

ANEXO

DIRETRIZES PARA O CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

A partir dos resultados do “Projeto de Apoio à Reinserção Social dos Pacientes


Internados em Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Rio de Janeiro”, realizado
por equipe da Superintendência de Saúde da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária
e considerando as propostas aprovadas na “III Conferência Nacional de Saúde Mental” e no
“Seminário para a Reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico”, bem
como as discussões ocorridas na Comissão eleita no referido Seminário para encaminhar projeto
de mudança à Lei de Execução Penal, e tendo como objetivo adequar as medidas de segurança
aos princípios do SUS e às diretrizes previstas na Lei nº 10.216/2001, ficam propostas as
seguintes diretrizes:

1. O tratamento aos portadores de transtornos mentais considerados inimputáveis “visará, como


finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio” (art. 4º, § 1° da Lei nº
10.216/01), tendo como princípios norteadores o respeito aos direitos humanos, a
desospitalização e a superação do modelo tutelar.

2. A atenção prestada aos pacientes inimputáveis deverá seguir um programa individualizado de


tratamento, concebido por equipe multidisciplinar que contemple ações referentes às áreas de
trabalho, moradia e educação e seja voltado para a reintegração sócio-familiar.

233
3. O internado deverá “ter acesso ao melhor tratamento consentâneo às suas necessidades” (art.
2º, § 1º, inciso I), de mesma qualidade e padrão dos oferecidos ao restante da população.

4. Os pacientes inimputáveis deverão ser objeto de política intersetorial específica, de forma


integrada com as demais políticas sociais, envolvendo as áreas de Justiça e Saúde e
congregando os diferentes atores e serviços que compõem a rede.

5. A medida de segurança deverá ser cumprida em hospital estruturado de modo a oferecer


assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de
assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer etc. (art. 4º, § 2º).

6. A atenção deverá incluir ações dirigidas aos familiares e comprometer-se com a construção
de projetos voltados ao desenvolvimento da cidadania e à geração de renda, respeitando as
possibilidades individuais.

7. Os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico deverão estar integrados à rede de


cuidados do SUS, adequando-se aos padrões de atendimento previstos no Programa Nacional de
Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/ Psiquiatria e aos princípios de integralidade,
gratuidade, eqüidade e controle social.

8. Nos Estados onde não houver Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico os pacientes
deverão ser tratados na rede SUS.

9. Os Estados deverão realizar censos jurídicos, clínicos e sociais dos portadores de transtornos
mentais que sejam inimputáveis, a fim de conhecer suas necessidades terapêuticas,
disponibilizar recursos, garantir seu retorno à comunidade de referência e acesso a serviços
territoriais de saúde.

10. A conversão do tratamento ambulatorial em internação só será feita com base em critérios
clínicos, não sendo bastante para justificá-la a ausência de suporte sócio-familiar ou
comportamento visto como inadequado.

11. A medida de segurança só poderá ser restabelecida em caso de novo delito e após sentença
judicial. Os casos de reagudização de sintomatologia deverão ser tratados no serviço de
referência local.

12. A medida de segurança deve ser aplicada de forma progressiva, por meio de saídas
terapêuticas, evoluindo para regime de hospital-dia ou hospital-noite e outros serviços de
atenção diária tão logo o quadro clínico do paciente assim o indique. A regressão para regime
anterior só se justificará com base em avaliação clínica.
13. A fim de garantir o acesso dos egressos dos hospitais de custódia aos serviços residenciais
terapêuticos, deverão ser estabelecidas cotas específicas para estes pacientes nos novos serviços
que forem sendo criados.

14. Como forma de superar as dificuldades de (re)inserção dos egressos nos serviços de saúde
mental da rede, os gestores de saúde locais devem ser convocados, desde o início da medida,
para participarem do tratamento, realizando busca ativa de familiares e
preparando a família e a comunidade para o retorno do paciente.

15. Após a desinternação, desde o primeiro ano, o paciente deve ser assistido no serviço local de
saúde mental, paralelamente ao tratamento ambulatorial previsto em lei, com o objetivo de
construir laços terapêuticos em sua comunidade.

234
16. Os pacientes com longo tempo de internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, que apresentem quadro clínico e/ou neurológico grave, com profunda dependência
institucional e sem suporte sócio-familiar, deverão ser objeto de “política específica de alta
planejada e reabilitação psicossocial assistida” (art.5º da Lei), beneficiados com bolsas de
incentivo à desinternação e inseridos em serviços residenciais terapêuticos.

17. Os portadores de transtornos relacionados ao uso de drogas deverão ser objeto de programas
específicos, de conformidade com a política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral ao
Usuário de Álcool e outras Drogas.

18. Em caso de falta às consultas ou abandono de tratamento, os serviços locais de saúde


deverão realizar visitas domiciliares com o fim de avaliar a situação e estimular o retorno do
paciente ao tratamento.

Comentário:
Esta peça traz as primeiras diretrizes para o cumprimento de Medidas de Segurança, a partir da
reorientação do modelo de atenção proposto pela lei 10.216/01. Essas diretrizes já apontam para
as mudanças em curso nos parâmetros assistenciais para as pessoas com transtornos mentais que
cometem crimes. Emanadas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, estas
diretrizes elegem como princípios norteadores do tratamento das pessoas em medida de
segurança o respeito aos direitos humanos, a desospitalização e a superação do modelo tutelar.

235
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 30 DE JULHO DE 2010

Dispõe sobre as Diretrizes Nacionais de Atenção aos Pacientes Judiciários e Execução da


Medida de Segurança.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E


PENITENCIÁRIA, no uso de suas atribuições legais, previstas no Art. 64, I, Lei nº 7.210/84,
CONSIDERANDO a Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
saúde mental; CONSIDERANDO os princípios e diretrizes aprovados na III Conferência
Nacional de Saúde Mental, realizada de 11 a 15 de dezembro de 2001; CONSIDERANDO os
princípios e diretrizes aprovados na IV Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada de 27
de junho a 1 de julho de 2010; CONSIDERANDO a Resolução N° 5, de 4 de maio de 2004,
deste Conselho, que dispõe a respeito das diretrizes para o cumprimento das medidas de
segurança, adequando-as à previsão contida na Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001;
CONSIDERANDO a Resolução N° 113, de 20 de abril de 2010, do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que, entre outras providências, dispõe sobre o procedimento relativo à execução
de pena privativa de liberdade e medida de segurança; CONSIDERANDO, finalmente, o
aprendizado a partir do amadurecimento de programas pioneiros no Brasil de atenção a
pacientes judiciários adotando a política antimanicomial; resolve:

Art. 1º - O CNPCP, como órgão responsável pelo aprimoramento da política criminal,


recomenda a adoção da política antimanicomial no que tange à atenção aos pacientes judiciários
e à execução da medida de segurança.
§ 1° - Devem ser observados na execução da medida de segurança os princípios estabelecidos
pela Lei 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção dos direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial de tratamento e cuidado em saúde
mental que deve acontecer de modo antimanicomial, em serviços substitutivos em meio aberto;
§ 2° - Devem ser também respeitadas as seguintes orientações:

I - Intersetorialidade como forma de abordagem, buscando o diálogo e a parceria entre as


diversas políticas públicas e a sociedade civil e criando espaços e processos integradores de
saberes e poderes;
II - Acompanhamento psicossocial contínuo, realizado pela equipe interdisciplinar que
secretaria o transcurso do processo e oferece os recursos necessários para a promoção do
tratamento em saúde mental e invenção do laço social possível compartilhando os espaços da
cidade, bem como realiza a coleta de subsídios que auxiliem na adequação da medida judicial às
condições singulares de tratamento e inserção social;
III - Individualização da medida, respeitando as singularidades psíquicas, sociais e biológicas do
sujeito, bem como as circunstâncias do delito;
IV - Inserção social, que promove a acessibilidade do sujeito aos seus direitos fundamentais
gerais e sociais, bem como a sua circulação na sociedade, colocando-o de modo responsável
para com o mundo público;
V - Fortalecimento das habilidades e capacidades do sujeito em responder pelo que faz ou deixa

236
de fazer por meio do laço social, através da oferta de recursos simbólicos que viabilizem a
resignificação de sua história, produção de sentido e novas respostas na sua relação com o
outro;

Art. 2° - A abordagem à pessoa com doença mental na condição de autor do fato, réu ou
sentenciado em processo criminal, deve ser objeto de atendimento por programa específico de
atenção destinado a acompanhar o paciente judiciário nas diversas fases processuais, mediando
as relações entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo, visando à promoção da
individualização da aplicação das penas e medidas de segurança e no encaminhamento das
questões de execução penal dos pacientes judiciários;

I - A União e os Estados devem garantir que o programa específico de atenção ao paciente


judiciário tenha extensão em todo o território nacional, podendo contar nos Estados com uma
estrutura central e núcleos regionais ou municipais.

Art. 3º - São responsabilidades do programa específico de atenção ao paciente judiciário:

I - promover o estudo e o acompanhamento dos processos criminais e infracionais em que


figurem pacientes judiciários, visando à elaboração de projeto individualizado de atenção
integral;
II - realizar o acompanhamento psicológico, jurídico e social do paciente judiciário usando a
rede substitutiva de serviços de saúde mental;
III - manter contato e articulação intersetoriais, em caráter permanente, com:
a) a rede pública de saúde, visando a efetivar a individualização do projeto de atenção integral;
b) a rede social, visando à promoção social do paciente judiciário e à efetivação das políticas
públicas pertinentes ao caso;

IV - realizar discussões com peritos criminais nos casos em que houver exame de sanidade
mental e cessação de periculosidade, apresentando, em caso de determinação judicial, dados
relativos ao acompanhamento do paciente;
V - emitir relatórios e pareceres ao juiz competente sobre o acompanhamento do paciente
judiciário nas diversas fases processuais;
VI - sugerir à autoridade judicial medidas processuais pertinentes, com base em subsídios
advindos do acompanhamento clínico- social;
VII - prestar ao juiz competente as informações clínicosociais necessárias à garantia dos direitos
do paciente judiciário.

Parágrafo único - Para o cumprimento das responsabilidades de que trata este artigo, serão
realizadas diligências externas, sempre que necessário.

Art. 4º - Em caso de internação, mediante o laudo médico circunstanciado, deve ela ocorrer na
rede de saúde municipal com acompanhamento do programa especializado de atenção ao
paciente judiciário.

237
Parágrafo único - Recomenda-se às autoridades responsáveis que evitem tanto quanto possível a
internação em manicômio judiciário.

Art. 5º - O paciente judiciário há longo tempo internado em cumprimento de medida de


segurança, ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente
de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será encaminhado para política
específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, conforme previsão no art. 5º da
Lei 10.216, de 2001.

Art. 6º - O Poder Executivo, em parceria com o Poder Judiciário, irá implantar e concluir, no
prazo de 10 anos, a substituição do modelo manicomial de cumprimento de medida de
segurança para o modelo antimanicomial, valendo-se do programa específico de atenção ao
paciente judiciário.
§ 1° - Será realizado levantamento trimestral de dados estatísticos sobre as medidas de
seguranças impostas e executadas, de incumbência dos órgãos responsáveis pelos internamentos
e tratamentos impostos.
§ 2° - O levantamento a que se refere o parágrafo anterior será realizado por equipe constituída
pelo Ministério da Justiça, Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Social e
Conselho Nacional de Justiça.

Art. 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
GEDER LUIZ ROCHA GOMES

Comentário:

O CNPCP reafirma e a direção da desinstitucionalização dos pacientes longamente internados


em HCTP, o direito das pessoas em medida de segurança à tratamento adequado, e dá outras
orientações.

238
Conselho Nacional de Justiça

RESOLUÇÃO Nº 113 DE 20 DE ABRIL DE 2010

Dispõe sobre o procedimento relativo à execução de pena privativa de liberdade e de


medida de segurança, e dá outras providências

CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar procedimentos relativos à execução de pena


privativa de liberdade e de medida de segurança, no âmbito dos Tribunais;
CONSIDERANDO que o CNJ integra o Sistema de Informações Penitenciárias - INFOPEN, do
Ministério da Justiça, o que dispensa a manutenção de sistema próprio de controle da população
carcerária;
CONSIDERANDO que compete ao juiz da execução penal emitir anualmente atestado de pena
a cumprir, conforme o disposto no inciso X do artigo 66 da Lei nº 7.210/1984, com as
modificações introduzidas pela Lei nº 10.713/2003;
CONSIDERANDO a necessidade de consolidar normas do CNJ em relação à execução de pena
privativa de liberdade e de medida de segurança;
CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na 103ª Sessão
Ordinária, realizada em 20 de abril de 2010, nos autos do ATO 0002698-57.2010.2.00.0000;
CONSIDERANDO o deliberado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça na 103ª Sessão
Ordinária, realizada em 20 de abril de 2010, nos autos do ATO 0002698-57.2010.2.00.0000;
RESOLVE:

DA EXECUÇÃO PENAL
Art. 1º A sentença penal condenatória será executada nos termos da Lei 7.210, de 11 de julho de
1984, da lei de organização judiciária local e da presente Resolução, devendo compor o
processo de execução, além da guia, no que couber, as seguintes peças e informações:

I - qualificação completa do executado;


II - interrogatório do executado na polícia e em juízo;
III - cópias da denúncia;
IV - cópia da sentença, voto(s) e acórdão(s) e respectivos termos de publicação;
V - informação sobre os endereços em que possa ser localizado, antecedentes criminais e grau
de instrução;
VI - instrumentos de mandato, substabelecimentos, despachos de nomeação de defensores
dativos ou de intimação da Defensoria Pública;
VII - certidões de trânsito em julgado da condenação para a acusação e para a defesa;
VIII - cópia do mandado de prisão temporária e/ou preventiva, com a respectiva certidão da data
do cumprimento, bem como com a cópia de eventual alvará de soltura, também com a certidão
da data do cumprimento da ordem de soltura, para cômputo da detração;
IX - nome e endereço do curador, se houver;
X - informações acerca do estabelecimento prisional em que o condenado encontra-se
recolhido;
XI - cópias da decisão de pronúncia e da certidão de preclusão em se tratando de condenação
em crime doloso contra a vida;

239
XII - certidão carcerária;
XIII - cópias de outras peças do processo reputadas indispensáveis à adequada execução da
pena.

Art. 2º A guia de recolhimento para cumprimento da pena privativa de liberdade e a guia de


internação para cumprimento de medida de segurança obedecerão aos modelos dos anexos e
serão expedidas em duas vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa que custodia o
executado e a outra ao juízo da execução penal competente.
§ 1º Estando preso o executado, a guia de recolhimento definitiva ou de internação será
expedida ao juízo competente no prazo máximo de cinco dias, a contar do trânsito em julgado
da sentença ou acórdão, ou do cumprimento do mandado de prisão ou de internação.
§ 2º Em se tratando de condenação em regime aberto a guia de execução será expedida no prazo
fixado no parágrafo anterior, a contar da data da realização da audiência admonitória pelo juízo
da condenação nos termos do artigo 113 da LEP.
§ 3º Recebida a guia de recolhimento, o estabelecimento penal onde está preso o executado
promoverá a sua imediata transferência à unidade penal adequada, conforme o regime inicial
fixado na sentença, salvo se estiver preso por outro motivo, assegurado o controle judicial
posterior.
§ 4º Expedida a guia de recolhimento definitiva, os autos da ação penal serão remetidos à
distribuição para alteração da situação de parte para "arquivado" e baixa na autuação para
posterior arquivamento.

Art. 3º O Juiz competente para a execução da pena ordenará a formação do Processo de


Execução Penal (PEP), a partir das peças referidas no artigo 1º.
§ 1° Para cada réu condenado, formar-se-á um Processo de Execução Penal, individual e
indivisível, reunindo todas as condenações que lhe forem impostas, inclusive aquelas que
vierem a ocorrer no curso da execução.
§ 2° Caso sobrevenha condenação após o cumprimento da pena e extinção do processo de
execução anterior, será formado novo processo de execução penal.
§ 3º Sobrevindo nova condenação no curso da execução, após o registro da respectiva guia de
recolhimento, o juiz determinará a soma ou unificação da pena ao restante da que está sendo
cumprida e fixará o novo regime de cumprimento, observada, quando for o caso, a detração ou
remição.
Art. 4º Os incidentes de execução de que trata a Lei de Execução Penal, o apenso do Roteiro de
Pena, bem como os pedidos de progressão de regime, livramento condicional, remição e
quaisquer outros iniciados de ofício, por intermédio de algum órgão da execução ou a
requerimento da parte interessada deverão ser autuados separadamente e apensos aos autos do
processo de execução.
Parágrafo único. O primeiro apenso constituirá o Roteiro de Penas, no qual devem ser
elaborados e atualizados os cálculos de liquidação da pena, juntadas certidões de feitos em
curso, folhas de antecedentes e outros documentos que permitam o direcionamento dos atos a
serem praticados, tais como requisição de atestado de conduta carcerária, comunicação de fuga
e recaptura.
Art. 5º Autuada a guia de recolhimento no juízo de execução, imediatamente deverá ser
providenciado o cálculo de liquidação de pena com informações quanto ao término e provável
data de benefício, tais como progressão de regime e livramento condicional.
§ 1º Os cálculos serão homologados por decisão judicial, após manifestação da defesa e do
Ministério Público.
§ 2º Homologado o cálculo de liquidação, a secretaria deverá providenciar o agendamento da

240
data do término do cumprimento da pena e das datas de implementação dos lapsos temporais
para postulação dos benefícios previstos em lei, bem como o encaminhamento de duas cópias
do cálculo ou seu extrato ao diretor do estabelecimento prisional, a primeira para ser entregue
ao executado, servindo como atestado de pena a cumprir e a segunda para ser arquivada no
prontuário do executado.
Art. 6º Em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº 7.210/84, o juízo da execução deverá, dentre as
ações voltadas à integração social do condenado e do internado, e para que tenham acesso aos
serviços sociais disponíveis, diligenciar para que sejam expedidos seus documentos pessoais,
dentre os quais o CPF, que pode ser expedido de ofício, com base no artigo 11, V, da Instrução
Normativa RFB nº 864, de 25 de julho de 2008.
Art. 7º Modificada a competência do juízo da execução, os autos serão remetidos ao juízo
competente, excetuada a hipótese de agravo interposto e em processamento, caso em que a
remessa dar-se-á após eventual juízo de retratação.
DA GUIA DE RECOLHIMENTO PROVISÓRIA
Art. 8° Tratando-se de réu preso por sentença condenatória recorrível, será expedida guia de
recolhimento provisória da pena privativa de liberdade, ainda que pendente recurso sem efeito
suspensivo, devendo, nesse caso, o juízo da execução definir o agendamento dos benefícios
cabíveis.
Art. 9º A guia de recolhimento provisória será expedida ao Juízo da Execução Penal após o
recebimento do recurso, independentemente de quem o interpôs, acompanhada, no que couber,
das peças e informações previstas no artigo 1º.
§ 1° A expedição da guia de recolhimento provisória será certificada nos autos do processo
criminal.
§ 2° Estando o processo em grau de recurso, sem expedição da guia de recolhimento provisória,
às Secretarias desses órgãos caberão expedi¬-la e remetê-la ao juízo competente.
Art. 10 Sobrevindo decisão absolutória, o respectivo órgão prolator comunicará imediatamente
o fato ao juízo competente para a execução, para anotação do cancelamento da guia.
Art. 11 Sobrevindo condenação transitada em julgado, o juízo de conhecimento encaminhará as
peças complementares, nos termos do artigo 1º, ao juízo competente para a execução, que se
incumbirá das providências cabíveis, também informando as alterações verificadas à autoridade
administrativa.
DO ATESTADO DE PENA A CUMPRIR
Art. 12 A emissão de atestado de pena a cumprir e a respectiva entrega ao apenado, mediante
recibo, deverão ocorrer:
I - no prazo de sessenta dias, a contar da data do início da execução da pena privativa de
liberdade;
II - no prazo de sessenta dias, a contar da data do reinício do cumprimento da pena privativa de
liberdade; e
III - para o apenado que já esteja cumprindo pena privativa de liberdade, até o último dia útil do
mês de janeiro de cada ano.
Art. 13 Deverão constar do atestado anual de cumprimento de pena, dentre outras informações
consideradas relevantes, as seguintes:
I - o montante da pena privativa de liberdade;
II - o regime prisional de cumprimento da pena;
III - a data do início do cumprimento da pena e a data, em tese, do término do cumprimento
integral da pena; e
IV - a data a partir da qual o apenado, em tese, poderá postular a progressão do regime prisional
e o livramento condicional.

241
DA EXECUÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA
Art. 14 A sentença penal absolutória que aplicar medida de segurança será executada nos termos
da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, da Lei nº 10216, de 06 de abril de 2001, da lei de
organização judiciária local e da presente resolução, devendo compor o processo de execução,
além da guia de internação ou de tratamento ambulatorial, as peças indicadas no artigo 1º dessa
resolução, no que couber.
Art. 15 Transitada em julgado a sentença que aplicou medida de segurança, expedir-se-á guia de
internação ou de tratamento ambulatorial em duas vias, remetendo-se uma delas à unidade
hospitalar incumbida da execução e outra ao juízo da execução penal.
Art. 16 O juiz competente para a execução da medida de segurança ordenará a formação do
processo de execução a partir das peças referidas no artigo 1º dessa resolução, no que couber.
Art. 17 O juiz competente para a execução da medida de segurança, sempre que possível
buscará implementar políticas antimanicomiais, conforme sistemática da Lei nº 10.216, de 06 de
abril de 2001.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 18 O juiz do processo de conhecimento expedirá ofícios ao Tribunal Regional Eleitoral com
jurisdição sobre o domicílio eleitoral do apenado para os fins do artigo 15, inciso III, da
Constituição Federal.
Art. 19 A extinção da punibilidade e o cumprimento da pena deverão ser registrados no rol de
culpados e comunicados ao Tribunal Regional Eleitoral para as providências do Art. 15, III, da
Constituição Federal. Após, os autos do Processo de Execução Penal serão arquivados, com
baixa na distribuição e anotações quanto à situação da parte.
Art. 20 Todos os Juízos que receberem distribuição de comunicação de prisão em flagrante, de
pedido de liberdade provisória, de inquérito com indiciado e de ação penal, depois de recebida a
denúncia, deverão consultar o banco de dados de Processos de Execução Penal, e informar ao
Juízo da Execução, quando constar Processo de Execução Penal (PEP) contra o preso, indiciado
ou denunciado.
Art. 21 Os Juízos com processos em andamento que receberem a comunicação de novos
antecedentes deverão comunicá-los imediatamente ao Juízo da Execução competente, para as
providências cabíveis.
Art. 22 O Juízo que vier a exarar nova condenação contra o apenado, uma vez reconhecida a
reincidência do réu, deverá comunicar esse fato ao Juízo da Condenação e da Execução para os
fins dos arts. 95 e 117, inciso VI, do Código Penal.
Art. 23 Aplica-se a presente resolução, no que couber, aos sistemas eletrônicos de execução
penal.
Art. 24 Os Tribunais e os juízos deverão adaptar sua legislação e práticas aos termos da presente
resolução no prazo de até 60 dias.
Art. 25 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 26 Ficam revogadas a Resolução nº 19, de 29 de agosto de 2006, a Resolução nº 29, de 27
de Fevereiro de 2007, a Resolução nº 33, de 10 de abril de 2007, e a Resolução nº 57, de 24 de
junho de 2008
Ministro GILMAR MENDES
Comentário: Recomenda ao juiz de execução criminal a atenção às diretrizes da lei 10.216/01,
quando se tratar de pessoa em medida de segurança.

242
Recomendações
Fórum Nacional de Saúde Mental
Infanto-Juvenil

243
RECOMENDAÇÃO 01 de 2005

DIRETRIZES PARA PROCESSO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO DE


CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TERRITÓRIO NACIONAL

O "Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil", constituído pela Portaria GM 1608,


de 03.08.2004, reunido em 17 de dezembro do ano de 2004 para debater e deliberar sobre a
questão da institucionalização de crianças e adolescentes, particularmente daquelas portadoras
de transtornos psíquicos,
considerando:

• As determinações da lei 10.216/01, da Lei nº 10.708/03 e as deliberações


da III Conferência Nacional de Saúde Mental que apontam a necessidade
de estender as iniciativas da reforma psiquiátrica à população infanto-
juvenil;
• As determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente;
• A condição de pólo propulsor das políticas públicas na área da saúde
mental infanto-juvenil que este Fórum, por sua ampla representatividade,
toma a si;
• A existência no país de aproximadamente 19.400 crianças e adolescentes
institucionalizados em abrigos, incluindo os abrigos para portadores de
deficiência, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (2004);
• A existência de 11.000 adolescentes cumprindo medida sócio-educativa em
regime de internação;
• A existência de crianças e adolescentes internados em instituições
psiquiátricas voltadas para a população adulta, em sua maioria por
determinação judicial;
• A responsabilidade dos programas de saúde mental (municipais, estaduais
e federal), em particular dos Capsi, em desenvolver ações de
desinstitucionalização consonantes com os princípios da reforma psiquiátrica brasileira.

Recomenda:

• A implementação imediata de ações que visem a reversão da tendência


institucionalizante de crianças e adolescentes, sejam, no campo da saúde
mental, da assistência social, da educação e da justiça. Através de:

1. Criação de serviços de base territorial (Capsi, ambulatórios ampliados,

244
residências terapêuticas, moradias assistidas, casas-lares e demais
equipamentos compatíveis com a lógica territorial);
2. Reestruturação de toda rede de atendimento existente no sentido de afiná-
la às atuais diretrizes da política pública de saúde mental;
3. Fortalecimento das redes de apoio comunitárias e familiares;
4. Articulação co-responsável entre os diferentes setores públicos que
compõem a rede assistencial;

• A promoção de um diálogo permanente e conseqüente com os Operadores


do Direito, no sentido de que sua ação se coadune com os princípios que
norteiam as ações do cuidado em saúde mental;

• A consideração das diferenças étnico-raciais tanto na análise dos fatores de


institucionalização quanto no processo de reversão deste quadro nele
incluindo a questão da acessibilidade à rede de atenção;

• A realização de estudos e pesquisas de caráter científico concernindo as


razões determinantes e os efeitos da institucionalização de crianças e
adolescentes

• A construção de dados qualificados relacionados às condições clínicas e


psicossociais da população institucionalizada, através de censos
populacionais e mapeamento das instituições governamentais, não- governamentais e
filantrópicas (federais, estaduais e/ou municipais) para
subsidiar e instrumentalizar a política de desinstitucionalização;

• A tomada de responsabilidade com ações imediatas por parte dos gestores


municipais, estaduais e federal, no sentido de garantir, em cada localidade
do território nacional, a implementação do conjunto das recomendações que compõe este
documento.

Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 2005.

245
RECOMENDAÇÃO 02 de 2005

CARTA DE CURITIBA

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria GM


1608, de 03/08/2004, reunido no dia 24 de maio de 2005, na cidade de Curitiba/Paraná, com a
presença de 66 (sessenta e seis) representações de instituições governamentais e não-
governamentais e sob a coordenação da área técnica de saúde mental do Ministério da Saúde,
teve como tema central “A Articulação dos Campos da Saúde e do Direito nas Políticas e nas
Práticas de Atenção à Infância e à Adolescência”, e, em especial, a atenção em saúde mental.
Este tema se revela crucial por convocar o entendimento e a convergência de ações
entre dois campos heterogêneos em suas respectivas constelações conceituais, históricas, éticas
e metodológicas, mas que para além das importantes e recíprocas contribuições tem em comum
o compromisso público de assegurar a infância e à juventude seus direitos fundamentais,
rompendo, assim, não só histórica, mas, também, culturalmente, com os desmandos políticos a
que esses segmentos da população brasileira se vêem entregues no nosso País, particularmente,
no que diz respeito à saúde, educação, vida familiar, recursos materiais, direitos e deveres
cidadãos, de modo a garantir-lhes as condições exigíveis a toda e qualquer forma de dignidade
da pessoa humana, consoante com o art. 1º, ine. III, da Constituição da República de 1988.
Ainda mais relevante e crucial se torna este tema quando podemos constatar a
existência, no Brasil, de aproximadamente 13.000 (treze mil) adolescentes vivendo em situação
de privação de liberdade, em instituições distribuídas por 98 (noventa e oito) municípios da
federação (Conanda, 2004): a existência de mais de 20.000 (vinte mil) crianças e adolescentes
institucionalizados em abrigos distribuídos por quase todas as regiões brasileiras, cuja situação
de abrigamento é determinada, na extensa maioria dos casos, pelas instâncias judiciais (IPEA,
2005): o fracasso histórico das ações de confinamento de adolescentes e a necessidade da
criação de mecanismos mais eficazes para uma interlocução conseqüente entre o campo da
saúde mental e o do Direito que, levando em consideração a diferença destes dois campos
discursivos e do cumprimento de suas funções sociais, permita avançar numa direcionalidade
intermediada pelos valores humanos.
O campo da Saúde, e, em particular, o da Saúde Mental, a partir de um recente processo
histórico de transformação da assistência aos portadores de grave sofrimento psíquico no Brasil

246
– processo que é conhecido por Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira – vem
transformando significativamente o modelo de assistência até então vigente, de caráter
manicomial, e vem estabelecendo políticas públicas importantes para a área da infância e da
adolescência. Alguns dos principais dispositivos que atendem à reordenação do modelo
anteriormente existente são os atuais Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que se
caracterizam como serviços de atendimento em saúde mental, com base territorial e
comunitária, e que visam a substituir a lógica de atendimento hospitalocêntrico, permitindo aos
seus usuários os cuidados necessários sem afastá-los da vida cotidiana, o que inclui a família, o
trabalho, os demais círculos sociais, o lazer e o exercício de seus direitos civis. Foram criados
CAPS específicos para o atendimento diário de crianças e adolescentes, os chamados CAPSi,
destinados ao atendimento diário de crianças e adolescentes com transtornos mentais. Os CAPSi
são fundamentais na atenção à saúde dessa população especifica, sem afastá-la de seu ambiente
doméstico e familiar, o que aponta para a possibilidade de maior sucesso nos tratamentos
instituídos.
Também o Fórum, que elabora o presente documento, é um dos produtos da política
resultante desse movimento e fortemente comprometido em discutir e deliberar sobre questões
relativas à saúde mental de crianças e adolescentes, em especial, daqueles que se encontram
institucionalizados.
No campo legal, a partir do advento da Constituição da República de 1988 e, assim,
posteriormente, com a instrumentalização operacional da Doutrina da Proteção Integral, por
meio do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei Federal sob nº 8.069, de 13 de julho de
1990, a infância e a juventude constituem-se em PRIORIDADE ABSOLUTA, isto é, os seus
direitos e garantias individuais passam a ter caráter fundamental e constitucionalmente
assegurados, transformando-os, assim, em sujeitos de direitos, enfim, cidadãos.
O Fórum discutiu o quadro histórico da desassistência e da ausência de políticas
eficazes de atenção às crianças e adolescentes no Brasil. Foi possível então verificar que o
quadro atual de abandono da infância e da adolescência é o resultado inexorável de um longo,
articulado e eficiente processo de privação global (isto é, de tudo o que é importante para a vida
humana) pelo qual passamos em nossa história. Desde o início do século XX até os dias atuais,
pode-se perceber que a questão da infância e da juventude sempre esteve ligada mais ao
controle social do que aos direitos desta população, sendo a mudança de mentalidade punitiva e
tutelar para promotora de direitos e garantias o principal desafio para o fortalecimento do
Direito da Criança e do Adolescente. Isto é, a consagração teórico-pragmática de todas as
figuras legislativas que sistematicamente compõem esta área de conhecimento.
Assinalou-se também a insuficiência estrutural e infalível de toda e qualquer iniciativa

247
de saber teórico que pretenda explicar, em caráter último e exaustivo, este quadro, e portanto
também a insuficiência de qualquer proposta de ação que se pretenda integralmente resolutiva.
Destacou-se, no plano jurídico, a advertência do quão enganoso e perigoso é o ideário
de que o adolescente é responsável pelo aumento da violência urbana. Considerou-se, também,
que a proposta de redução da idade de maioridade penal de adolescentes é inócua quanto à
promoção da socialização – haja vista que as promessas de socialização por meios repressivos e
punitivos já não se constituem mais objetivos a serem alcançados – como, também, constituem
ameaças à efetivação dos direitos humanos.
É importante diferenciar imputabilidade penal e irresponsabilidade subjetiva. O
adolescente como todo sujeito, é responsável por seus atos, quer sejam infracionais ou não.
Sempre que houver prática de ato infracional por adolescente, será imprescindível o
estabelecimento de procedimento especial para apuração da ação conflitante com a lei, de
acordo com sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e subjetivamente responsável,
única condição de possibilidade para o estabelecimento de uma medida legal – protetiva ou
sócio-educativa – adequada para a sua plena formação. O certo é que não se apliquem jamais
quaisquer das sanções criminais previstas no Código Penal brasileiro ou mesmo noutras figuras
legislativas especificas, mas, tão somente as medidas legais previstas no Estatuto da Criança e
do Adolescente, vale dizer, medidas protetivas e ou sócio-educativas, as quais são
suficientemente próprias para a resolução e enfrentamento dos casos legais que são
apresentados.

Considerando as questões apresentadas, o Fórum Nacional de Saúde Mental Infato-


Juvenil recomenda:
· A realização de um projeto-piloto que possa subsidiar a construção de redes de atenção
em saúde mental para adolescentes e jovens em situação de privação de liberdade. O
projeto-piloto deve identificar o fluxo de assistência e proteção a esse público e, a
partir daí, propor saídas para os desafios existentes na área.
· A elaboração de um documento analítico sobre os Conselhos Tutelares que possibilite
visualizar um diagnóstico do atendimento e do encaminhamento dado por eles a
crianças, adolescentes e seus familiares, que sofram de transtornos mentais ou
transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Além disso, a análise deve
levantar os documentos/diretrizes dirigidas aos Conselhos Tutelares que possam
subsidiar o Fórum. O documento final deste estudo fornecerá elementos para a
elaboração de recomendações aos Conselhos Tutelares, após aprovação pelo
CONANDA.

248
· O estabelecimento do compromisso público assumido por este Fórum em se posicionar
contrário a todo e qualquer projeto de lei ou proposta de emenda constitucional que
pretenda reduzir ou mesmo suprimir a idade de maioridade penal, confirmando, assim,
o caráter fundamental o direito individual assegurado no art. 228, da Constituição da
República de 1988.
· O repúdio público a todo e qualquer projeto de lei que pretenda atribuir ou imputar
responsabilidade penal a crianças e adolescentes, no mais das vezes, utilizando-se de
artifícios legislativos para o “combate à violência, ao crime organizado e a crescente
onda de criminalidade”.

Curitiba, 24 de maio de 2005

249
RECOMENDAÇÃO 03 de 2006

CARTA DE SALVADOR
O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria GM
1608/2004, do Ministério da Saúde, reunido nos dias 19 e 20 de junho de 2006 na cidade de
Salvador, Bahia, por ocasião de sua quinta reunião ordinária, formulou as seguintes
considerações:

1. Em continuidade às discussões da IV Reunião Ordinária do Fórum, realizada em


Curitiba, em maio de 2005, foi retomado o diálogo com os operadores do Campo de
Direito. Nesta ocasião foi apresentada uma pesquisa científico-acadêmica, que teve
como objeto a investigação do nível de incidência de transtornos mentais, de acordo
com o CID-10, em jovens que estão cumprindo medida de internação em
instituições sócio-educativas. A partir dessa experiência, o Fórum ressalta a
importância de pesquisas científicas que contribuam para suas discussões e
resoluções, bem como enfatiza a permanente avaliação crítica, em nível ético e
metodológico, no desenvolvimento de estudos. Neste sentido o Fórum alerta para o
risco da patologização do fenômeno da infração e do envolvimento de jovens em
situações de violência, o que poderia, sob a égide da aparente “neutralidade” dos
dados científicos, desconsiderar o processo histórico de exclusão social da
população pobre em nosso país.

2. Constatou-se ainda a necessidade de criar formas de maior engajamento dos gestores


estaduais e municipais de diferentes áreas nas questões relativas a saúde mental de
crianças e adolescentes. Esta ação é decisiva para a consolidação da nova rede de
cuidado dirigida a este segmento da população brasileira, ainda bastante
desassistido. Afirmou-se também a necessidade de que este Fórum amplie sua
sustentação junto às demais instâncias do SUS, operando de forma tripartite para
realização de cada uma de suas reuniões ordinárias.

3. Verificou-se a importância da efetiva articulação do Fórum com movimentos


comunitários, tais como CUFA (Central Única das Favelas) e o Observatório de
Favelas. Experiências como essas vêm criando modos inventivos e inéditos de
inclusão social a partir de suas próprias práticas (culturais, econômicas, sociais...), e
não simplesmente resultantes da intervenção externa. Esse protagonismo local
propicia a emancipação de uma condição tutelada e assistida, que leva a reprodução
da exclusão.

4. Discutiu-se ainda, a importância do acompanhamento sistemático do processo de


implantação e desenvolvimento dos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-
juvenil (CAPSis) no território nacional.

A partir das considerações acima, o Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-


Juvenil recomenda:

- Desenvolver pesquisas científicas na área da saúde mental infanto-juvenil,


com permanente avaliação crítica em termos éticos e metodológicos,

250
evitando a patologização de problemas sociais complexos.
- Garantir maior engajamento e compromisso dos gestores estaduais e
municipais de diversos setores (saúde, assistência, educação, cultura...) no
desenvolvimento da política de saúde mental infanto-juvenil.
- Realizar um projeto piloto na cidade do Rio de Janeiro, em parceria com
organizações da sociedade civil, tais como a CUFA e o Observatório de
Favelas, com o objetivo de desenvolver ações de saúde mental junto à
comunidade, partindo de suas próprias praticas.
- Criar um grupo de trabalho intersetorial para acompanhamento sistemático do
processo de implantação e qualificação dos CAPSis no território nacional,
tendo como uma de suas atividades a elaboração de um instrumento de
avaliação permanente desses serviços (conforme Anexo).

Salvador, 20 de junho de 2006.

ANEXO

FÓRUM NACIONAL DE SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, constituído pela Portaria GM nº 1608,


reunido nos dias 19 e 20/06/2006 em Salvador-BA, por ocasião da sua V Reunião Ordinária, no
exercício do debate amplo e intersetorial da rede assistencial pública em saúde mental para
crianças e adolescentes.

Considerando:

1. As recomendações do I Congresso Brasileiro de CAPS, realizado em São Paulo em


junho de 2004.
2. A significativa expansão da rede CAPSi em todo território nacional.
3. As diretrizes da atual política pública de saúde mental que definem o CAPSi como um
serviço estratégico de cuidado e tratamento para crianças e adolescentes gravemente
comprometidos psiquicamente, assim como estabelecem sua função ordenadora da
demanda de seu território de abrangência.
4. A diversidade das práticas exercidas e da clientela atendida em cada uma das unidades
CAPSi em funcionamento.
5. A constante solicitação das equipes desses serviços para que seja ampliada a
institucionalidade de suas ações.

Recomenda:
A criação de Grupo Técnico de Acompanhamento dos CAPSi, sob a coordenação da Área

251
Técnica de Saúde Mental do Ministério da Saúde, com os seguintes objetivos:

1. Garantir uma linha de ação destas unidades de acordo com a Portaria 336/02.
2. Subsidiar tecnicamente a implantação de novos serviços e a consolidação e reorientação
dos já credenciados.
3. Incrementar a articulação dos CAPSi com toda rede assistencial, considerando seu
fundamento intersetorial e lógica de rede ampliada.
4. Garantir atividades regulares de supervisão clínico-institucional.
5. Estimular uma participação mais ativa dos CAPSi na construção das políticas públicas
para saúde mental.
6. Manter um processo permanente de avaliação dos CAPSi em escala nacional.

Este Grupo de Técnico terá sua composição estabelecida pela Área Técnica de Saúde Mental do
Ministério da Saúde.

Salvador, 20/06/2006.

252
RECOMENDAÇÃO 04 de 2006

DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA

O Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil, instituído pela Portaria 1608/2004,


reunido nos dias 5 e 6 de dezembro de 2006, em Brasília-DF, por ocasião de sua VI Reunião
Ordinária, com a presença de 37 representantes de suas instituições-membro e outros 36
convidados, dentre representantes da rede CAPSi em funcionamento no país, profissionais que
atuam na área, palestrantes, universidades, ong’s, e outros órgãos governamentais, pactuou um
conjunto de diretrizes que deverão nortear o trabalho em todo território nacional, visando a
consolidação da rede pública ampliada de saúde mental para atenção e tratamento de crianças e
adolescentes.
As diretrizes pactuadas tomam, neste documento, a forma de declaração pública e
deverão ser traduzidas em ações concretas por todas as regiões brasileiras, considerando as
particularidades locais e seus desafios específicos.

O Colegiado presente à VI Reunião Ordinária do Fórum Nacional, declara que:

1) É direito das crianças e dos adolescentes o atendimento integral, integrado e intersetorial


em saúde mental.
2) É dever dos gestores públicos assegurar a construção das ações de atendimento e cuidado
às crianças e adolescentes, consoante com: a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e
do Adolescente, os preceitos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança os
princípios da atual Política Pública de Saúde Mental, os princípios do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária.
3) A rede pública ampliada de saúde mental para crianças e adolescentes deverá operar sob o
princípio da intersetorialidade e do cuidado territorial, estabelecendo estratégias de
pactuação coletiva e de verificação permanente de sua efetividade.

Em relação à organização e expansão da rede de cuidados:

4) Os municípios acima de 100.000 habitantes deverão implantar uma rede diversificada de


atenção a crianças e adolescentes que, no setor saúde mental, deverá contar com Centros
de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil-CAPSi, Centros de Atenção Psicossocial para
Álcool e Outras Drogas-Caps AD, ambulatórios com práticas mais integrais e
qualificadas, oficinas terapêuticas, centros de convivência, leitos de suporte em hospital
geral, serviços residenciais terapêuticos – quando necessários -, de tal forma que operem
de forma articulada entre si e com todos os demais recursos intersetoriais e territoriais
disponíveis. Vale ressaltar que em relação aos leitos de suporte m hospitais gerais, as

253
estruturas assistenciais deverão contar com leitos para familiares/responsáveis, em
obediência ao preconizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
5) Os municípios abaixo de 100.000 habitantes deverão organizar a rede de cuidados para
crianças e adolescentes através dos recursos locais existentes, seguindo o fundamento
intersetorial da política, sendo que, no caso especifico do setor saúde mental, os
dispositivos ambulatoriais, CAPSi e Caps AD, assim como as equipes da atenção básica
(Programa de Saúde da Família/PSF, Programa de Agentes Comunitários de Saúde/PACS
e demais) deverão ser as principais referências pelo acolhimento, atendimento e
articulação necessária na rede de atenção.
6) As instâncias gestoras de saúde mental e CAPSis deverão agenciar ações de integração
junto à rede escolar, à rede de assistência social, saúde geral, instituições do campo do
direito e justiça, cultura e lazer, assim como junto aos conselhos tutelares e de direitos
para efetivação de uma rede ampliada em seu âmbito de gestão, que opere sob os
princípios da atual política pública de saúde mental para crianças e adolescentes.

Em relação à formação e qualificação de recursos humanos:

7) Deverá ser garantida, pelas três instâncias do SUS, a supervisão clínico-institucional em


todos os serviços de saúde mental que atendem crianças e adolescentes.
8) Deverá haver investimento intersetorial na formação dos profissionais que atuam na rede
ampliada para crianças e adolescentes, através da oferta de cursos de extensão,
aperfeiçoamento, especialização e demais modalidades pertinentes, sendo indicadas
parcerias entre as secretarias municipais e estaduais, ministérios e universidades.
9) Será necessário ampliar parcerias e ações de formação específica para profissionais da
rede básica, assim como aos profissionais da rede de saúde geral, particularmente os
pediatras, neurologistas, equipes de enfermagem e clínicos gerais, bem como psicólogos,
psiquiatras e assistentes sociais, visando o acolhimento e o cuidado em saúde mental. Da
mesma forma, é necessário incluir o tema da saúde mental na formação dos profissionais
da educação.
10) Deverá ser criado um Grupo de Trabalho, sob a coordenação da Área Técnica de Saúde
Mental do Ministério da Saúde, com a finalidade de construir alternativas metodológicas
de ensino para profissionais que atuam am áreas distantes de centros de formação, tais
como regiões ribeirinhas, do sertão etc.
11) É imprescindível a articulação entre o Ministério da Educação, conselhos e associações
profissionais, Ministério da Saúde e Universidades para manutenção e expansão das

254
residências médicas de psiquiatria infantil, assim como das residências multiprofissionais,
com ênfase em saúde mental infanto-juvenil.

Em relação às estratégias de gestão:

12) É necessário que todos os municípios/regiões constituam um Fórum local, de caráter


inter-institucional, intersetorial e deliberativo, visando o melhor agenciamento das ações
para cobertura assistencial em saúde mental de crianças e adolescentes.
13) A temática da saúde mental infantil e juvenil deverá constar da agenda política do
Conselho Nacional de Saúde, CONASS, CONASEMS, assim como de seus similares nas
esferas de gestão estaduais/municipais e em todos os demais conselhos setoriais.
14) Os Ministérios integrantes deste Fórum deverão elaborar diretrizes gerais para articulação
das ações que tenham por objetivo ampliar a base social, cultural e normativa da atual
política de saúde mental para crianças e adolescentes, nos diferentes serviços que
representam suas políticas especificas.
15) Deverá ser incrementada a participação de familiares e responsáveis nos espaços de
discussão coletiva sobre a política de saúde mental infanto-juvenil.

Em relação à política de financiamento:

16) É necessário que as três esferas de gestão do SUS ampliem seus recursos financeiros para
saúde mental de crianças e adolescentes, investindo tanto na expansão da capacidade
instalada quanto no aumento do contingente de recursos humanos e sua qualificação.
Nesse item merece especial destaque o reordenamento do trabalho na rede básica de
saúde, ou seja, a implementação de equipes de apoio e ou de profissionais de referência
em saúde mental.

Em relação à produção de conhecimento, informação qualificada e difusão da política de saúde


mental:

17) Deverão ser fomentados estudos e pesquisas relacionados aos atuais desafios clínicos e de
gestão no campo da saúde mental infanto-juvenil, assim como estudos de
avaliação/qualificação dos serviços que compõem a rede assistencial.
18) Os gestores de saúde e as Universidades deverão congregar esforços no sentido de
constituir ações de formação e pesquisa afinadas aos princípios da política pública de

255
saúde mental para crianças e adolescentes.
19) O Ministério da Saúde deverá elaborar indicadores de saúde mental infanto-juvenil e
inclui-los no Sistema de Informação da Atenção Básica.
20) Deverá ser organizado, pelo Ministério da Saúde, um “Boletim de Dados e Informações”,
com o objetivo de subsidiar o acompanhamento e análise das ações de saúde mental
infanto-juvenil.

Este Fórum declara, ainda, ser fundamental ampliar o debate sobre ações de promoção da
saúde, analisar as experiências em curso e disseminar o alcance desse trabalho em todas as
políticas públicas dirigidas ao segmento infanto-juvenil.

Além disso, o Fórum definiu como tema para o próximo encontro, previsto para o
primeiro semestre de 2007, aprofundar o debate sobre o fundamento intersetorial na rede de
cuidados em saúde mental dirigido a crianças e adolescentes.

Brasília, 6 de dezembro de 2006.

Coordenação do Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-Juvenil

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Edição fechada em 22/11/2010

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