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CÓD: OP-062AB-23

CBM-PI
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO PIAUÍ

Soldado
CONTEÚDO DIGITAL:
CONHECIMENTOS GERAIS
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

EDITAL Nº 001/2023
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ÍNDICE

Conhecimentos Gerais
1. Política e economia no espaço nacional e mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Disputas interimperialistas e transformações do espaço capitalista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3. Os blocos econômicos e as potências globais e regionais no sistema internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
4. Organismos Internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
5. Globalização e fragmentação do espaço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
6. Conflitos étnicos, políticos e religiosos atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
7. Exploração e uso dos recursos naturais e os desafios geopolíticos do século XXI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
8. Relações econômicas entre o Brasil e o Mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
9. O espaço brasileiro: população, economia e urbanização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
10. Questão Ambiental: problemas ambientais, degradação e conservação no âmbito nacional e internacional . . . . . . . . . . . . . . . 15

Legislação Institucional
1. Lei nº 3.808, de 16/07/1981 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Piauí) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2. Lei nº 3.729, de 27/05/1980 (Lei do Conselho de Disciplina de Policiais Militares e Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí) 35
3. Lei nº 5.276, de 23/12/2002 (Lei de Desvinculação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Piauí) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4. Lei nº 5.459, de 30/06/2005 (Lei de Criação de Quadros de Oficiais e de Praças no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Piauí) (Alterada pela Lei nº 5.520, de 13/12/2005 e Alterada pela Lei nº 7.772, de 04/04/2022) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5. Lei nº 5.460, de 30/06/2005 (Dispõe sobre a Transferência Definitiva de Policiais Militares para o Corpo de Bombeiros Militar
e de Bombeiros Militares para a Polícia Militar) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
6. Lei nº 5.462, de 30/06/2005 (Lei de Promoção de Praças do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí) (Alterada pela
Lei nº 5.640, de 26/03/2007 e Alterada pela Lei nº 7.772, de 04/04/2022) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
7. Lei nº 5.483, de 10/08/2005 (Dispõe sobre a Competência do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e sobre o Código
de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado) (Alterada pela Lei nº 5.801, de 26/09/2008 e Lei nº 6.950, de 20/01/2017) 41
8. Lei nº 5.949 de 17/12/2009 (Lei de Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí) (Alterada pela Lei
nº 7.772, de 04/04/2022) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
9. Lei nº 7.720, de 28/12/2021 (Altera a redação da Lei nº 3.808, de 16 de julho de 1981, para dispor sobre o ingresso na Polícia
Militar do Estado do Piauí) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
10. Lei nº 7.725, de 17/01/2022 (Dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado do Piauí) . . . . . . . . . . . . . . 58
11. Lei nº 7.772, de 04/04/2022 (Lei de Organização Básica) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
CONHECIMENTOS GERAIS

POLÍTICA E ECONOMIA NO ESPAÇO NACIONAL E DISPUTAS INTERIMPERIALISTAS E TRANSFORMAÇÕES


MUNDIAL DO ESPAÇO CAPITALISTA

A política e economia são duas áreas fundamentais para o de- As disputas INTERIMPERIALISTAS e as transformações do es-
senvolvimento de um país, e isso não é diferente quando se trata paço capitalista são temas que têm sido cada vez mais relevantes
do espaço nacional e mundial. Ambas estão interligadas e influen- no cenário global contemporâneo. Com o avanço da globalização
ciam diretamente a vida das pessoas e a forma como as sociedades e a consolidação do capitalismo como sistema econômico predom-
funcionam. Neste texto, vamos explorar como essas duas áreas se inante, as rivalidades entre as potências mundiais e a busca por re-
relacionam e como elas funcionam no espaço nacional e mundial. cursos e mercados têm se intensificado.
Em primeiro lugar, é importante entender que a política e a A disputa pelo controle dos recursos naturais, como petróleo,
economia estão intrinsecamente ligadas. A política determina as gás e minérios, tem sido uma das principais fontes de tensão en-
leis, os regulamentos e as diretrizes que governam o mercado e a tre as potências mundiais. Além disso, a competição por mercados
economia de um país. Ao mesmo tempo, a economia pode influen- consumidores e a disputa por áreas de influência geopolítica têm
ciar a política de um país, já que a prosperidade econômica pode se intensificado, gerando conflitos e tensões em diversas regiões
afetar diretamente as políticas públicas, como programas sociais e do mundo.
investimentos em infraestrutura. A transformação do espaço capitalista tem sido marcada pela
No espaço nacional, a política e a economia estão diretamente crescente concentração de poder e riqueza nas mãos de poucas em-
ligadas à soberania do país. É responsabilidade dos governos nacio- presas e indivíduos, enquanto muitos países e regiões enfrentam
nais criar políticas e programas econômicos que promovam o cres- dificuldades econômicas e sociais. A expansão do capitalismo tem
cimento e o bem-estar da população. Isso inclui a implementação levado à homogeneização cultural e à padronização dos padrões de
de políticas fiscais e monetárias, a criação de leis que protejam o consumo e de vida em diferentes partes do mundo.
mercado interno e a promoção de investimentos que fortaleçam a No entanto, a crescente desigualdade social e a degradação
economia nacional. ambiental têm gerado questionamentos sobre a viabilidade do
No entanto, a política e a economia no espaço mundial têm modelo econômico atual. A busca por alternativas ao capitalismo
uma influência ainda maior no bem-estar das nações. A globaliza- e a defesa de políticas mais justas e sustentáveis têm sido cada vez
ção tornou o mundo mais interconectado, e os efeitos da política e mais presentes nos debates públicos e nas mobilizações sociais.
da economia de uma nação podem ser sentidos em todo o mundo. As transformações do espaço capitalista têm sido acompanha-
As políticas comerciais e econômicas de um país podem afetar di- das por mudanças significativas na geopolítica global. O enfraqueci-
retamente outros países, por meio do comércio internacional e da mento de potências tradicionais, como os Estados Unidos e a União
cooperação em fóruns internacionais. Europeia, e o surgimento de novos atores, como a China, têm gera-
Um exemplo disso é a Organização Mundial do Comércio do desafios e oportunidades para a ordem mundial.
(OMC), que é responsável por regulamentar o comércio internacio- Nesse contexto, a cooperação e a negociação entre os países
nal e promover a cooperação econômica entre as nações. A política têm se mostrado fundamentais para lidar com os desafios globais,
de um país em relação à OMC pode afetar diretamente outros paí- como a mudança climática e a segurança internacional. A busca por
ses que participam do comércio internacional. Além disso, a política soluções colaborativas e multilaterais tem sido cada vez mais urgen-
externa de um país pode influenciar as relações diplomáticas e a te e necessária para enfrentar os problemas que afetam o mundo
cooperação em áreas como a segurança e o meio ambiente. inteiro.
Por fim, é importante destacar que a política e a economia es-
tão em constante evolução. As mudanças tecnológicas e as trans-
formações sociais têm impacto direto nessas áreas, e governos e or-
ganizações precisam estar preparados para se adaptar e promover OS BLOCOS ECONÔMICOS E AS POTÊNCIAS GLOBAIS E
políticas e programas econômicos que atendam às necessidades da REGIONAIS NO SISTEMA INTERNACIONAL
população e promovam o desenvolvimento sustentável.
Em suma, a política e a economia estão diretamente ligadas Os blocos econômicos são organizações formadas por países
e influenciam diretamente a vida das pessoas. No espaço nacional que buscam promover a integração econômica e comercial entre si.
e mundial, essas áreas são fundamentais para o desenvolvimento Essas organizações podem ter objetivos variados, como a redução
econômico e social, e governos e organizações precisam estar pre- de barreiras comerciais, a criação de zonas de livre comércio ou a
parados para se adaptar às mudanças e promover políticas e pro- coordenação de políticas econômicas. Os blocos econômicos são
gramas que promovam o bem-estar da população e o desenvolvi- cada vez mais importantes no sistema internacional, e as potências
mento sustentável. globais e regionais desempenham um papel fundamental na sua
formação e funcionamento.

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CONHECIMENTOS GERAIS

As potências globais, como os Estados Unidos, a China e a mover o desenvolvimento de políticas, programas e projetos que
União Europeia, têm um papel importante na formação dos blocos visam atender às necessidades dos países membros e da população
econômicos e na sua dinâmica. Esses países muitas vezes têm inte- mundial.
resses econômicos específicos em determinadas regiões do mundo Além disso, os organismos internacionais são importantes es-
e buscam promover esses interesses por meio da formação de blo- paços de negociação e cooperação entre os países membros. Eles
cos econômicos. Por exemplo, a UNIÃO EUROPEIA tem promovido oferecem um fórum para que os países possam discutir e resolver
a integração econômica entre seus países membros desde a década suas diferenças em uma plataforma neutra e estabelecer acordos
de 1950, como uma forma de fortalecer sua posição econômica e em áreas de interesse comum. As organizações internacionais tam-
política no mundo. bém podem ajudar a estabelecer padrões internacionais em áreas
As potências regionais também têm um papel importante na como comércio, meio ambiente e direitos humanos, o que pode le-
formação e funcionamento dos blocos econômicos. Esses países var a uma maior harmonização e cooperação entre os países mem-
muitas vezes buscam promover a integração econômica entre seus bros.
vizinhos ou países com interesses comuns. Por exemplo, o MERCO- Apesar de suas vantagens, os organismos internacionais tam-
SUL, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, tem como bém enfrentam críticas e desafios. Algumas organizações são cri-
objetivo a integração econômica e comercial entre esses países da ticadas por sua eficácia limitada, estruturas burocráticas e falta de
América do Sul. representatividade dos países menos desenvolvidos. Além disso,
Os blocos econômicos podem ter um impacto significativo na muitas vezes há dificuldade em alcançar um consenso entre os paí-
economia mundial. Eles podem levar à redução de barreiras comer- ses membros, o que pode levar a impasses e atrasos na tomada de
ciais entre países membros, o que pode levar a um aumento no decisões importantes.
comércio e no investimento. No entanto, eles também podem levar
à discriminação comercial contra países que não são membros do
bloco.
Além disso, os blocos econômicos podem ter consequências GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO ESPAÇO
significativas para a política internacional. Eles podem fortalecer
a posição econômica e política das potências regionais e globais A globalização é um processo de integração econômica, social e
que os lideram, o que pode levar a conflitos e tensões entre essas cultural que tem transformado o mundo nas últimas décadas. Esse
potências. Eles também podem ter um impacto na distribuição de processo tem sido impulsionado pela crescente interdependência
poder no sistema internacional, já que países que são membros de entre os países, decorrente da ampliação das relações comerciais e
blocos econômicos podem ter mais poder do que países que não financeiras, do avanço das tecnologias de comunicação e transpor-
são membros. te, e da liberalização dos fluxos de bens, serviços, capitais e pessoas.
Em resumo, os blocos econômicos são organizações formadas A globalização tem gerado benefícios para muitos países, como
por países que buscam promover a integração econômica e comer- o aumento do comércio e dos investimentos, a difusão de conheci-
cial entre si. As potências globais e regionais desempenham um pa- mentos e tecnologias, e a expansão da cultura e dos valores demo-
pel fundamental na formação e funcionamento desses blocos. Eles cráticos. No entanto, ela também tem gerado desafios e problemas,
podem ter um impacto significativo na economia mundial e na po- como a desigualdade econômica e social, a homogeneização cultu-
lítica internacional, e é importante entender como eles funcionam ral, e a fragmentação do espaço.
para compreender a dinâmica do sistema internacional. A fragmentação do espaço é um fenômeno decorrente da glo-
balização, que se refere à criação de novas desigualdades e divisões
territoriais. Essa fragmentação ocorre em diferentes níveis, desde
o local até o global, e pode ser influenciada por diferentes fatores,
ORGANISMOS INTERNACIONAIS como a concentração de recursos e oportunidades em algumas re-
giões, a segregação socioespacial, e a exclusão de grupos sociais.
Os organismos internacionais são instituições que têm como A fragmentação do espaço pode ter diferentes efeitos sobre as
objetivo promover a cooperação entre países em diversas áreas, sociedades e os territórios. Em alguns casos, ela pode levar a um
como economia, comércio, saúde, meio ambiente e direitos huma- maior isolamento e marginalização de determinadas regiões e gru-
nos. Essas organizações são formadas por países membros que con- pos sociais, gerando exclusão e pobreza. Em outros casos, ela pode
cordam em trabalhar juntos para atingir esses objetivos comuns. levar à criação de novas dinâmicas econômicas e culturais, estimu-
Os organismos internacionais podem ter diferentes estruturas lando a diversidade e a criatividade.
e mecanismos de funcionamento, mas geralmente são compostos A globalização e a fragmentação do espaço são fenômenos in-
por órgãos decisórios, como a assembleia geral, que é formada por terligados e complexos, que exigem abordagens multidisciplinares
todos os países membros, e órgãos executivos, como um secretaria- e políticas integradas. É importante que os países e as organizações
do ou um conselho diretor. Essas instituições muitas vezes possuem internacionais trabalhem juntos para minimizar os efeitos negativos
também comitês técnicos, grupos de trabalho e outras formas de da globalização, promovendo a inclusão e a justiça social, e para
organização que permitem o debate e a troca de informações sobre maximizar seus benefícios, estimulando a cooperação e a inovação.
as questões tratadas.
A ação dos organismos internacionais pode ser ampla, como é
o caso da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como ob-
jetivo promover a paz e a segurança internacionais, ou específica,
como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que atua na promo-
ção da saúde em todo o mundo. Essas organizações podem pro-

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CONHECIMENTOS GERAIS

Além disso, os desafios geopolíticos do século XXI exigem uma


CONFLITOS ÉTNICOS, POLÍTICOS E RELIGIOSOS ATUAIS abordagem mais colaborativa e multilateral por parte dos países e
das organizações internacionais. É preciso promover a cooperação
Os conflitos étnicos, políticos e religiosos são uma realidade entre países produtores e consumidores de recursos, e desenvolver
presente em muitas partes do mundo atualmente. Esses conflitos mecanismos de governança que garantam a transparência e a equi-
têm origens diversas e podem ser causados por diferenças culturais, dade na distribuição dos benefícios gerados pela exploração dos
econômicas, políticas e religiosas, entre outros fatores. recursos naturais.
Os conflitos étnicos geralmente envolvem grupos que se iden- Os desafios geopolíticos do século XXI também exigem uma
tificam com uma mesma etnia ou cultura e que reivindicam direitos abordagem mais integrada, que considere não apenas os aspectos
ou reconhecimento. Esses conflitos podem ser causados por dis- econômicos e políticos, mas também os aspectos ambientais e so-
putas territoriais, pela busca de autonomia ou independência, ou ciais. Isso requer uma compreensão mais ampla das dinâmicas que
regem a exploração e uso dos recursos naturais, e uma maior aten-
pela discriminação e violência contra determinados grupos étnicos.
ção aos impactos dessas atividades sobre as comunidades locais e
Já os conflitos políticos geralmente envolvem disputas de poder
sobre o meio ambiente.
entre diferentes grupos ou partidos políticos. Esses conflitos podem
Em resumo, a exploração e uso dos recursos naturais represen-
ocorrer em países que possuem regimes autoritários ou democráticos,
tam um grande desafio geopolítico no século XXI, mas também ofe-
e podem ser causados por divergências ideológicas, por corrupção, por
recem oportunidades para a construção de um mundo mais justo e
violações dos direitos humanos, ou por fraudes eleitorais.
sustentável. Para alcançar esse objetivo, é fundamental adotar uma
Os conflitos religiosos, por sua vez, geralmente envolvem diferenças
abordagem mais colaborativa e integrada, que leve em conta as
religiosas entre grupos ou indivíduos que defendem crenças distintas. Es-
complexidades e interdependências que caracterizam as relações
ses conflitos podem ser causados por disputas territoriais, por questões
entre os países e as sociedades contemporâneas.
de identidade e pertencimento, ou por divergências teológicas.
Esses conflitos podem gerar graves consequências, como a
violência, a destruição de patrimônio histórico e cultural, o deslo-
camento forçado de populações, e o aumento da discriminação e RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE O BRASIL E O MUNDO
do preconceito. Além disso, eles podem ter efeitos negativos para
a estabilidade política e social dos países envolvidos, dificultando
As relações econômicas entre o Brasil e o mundo são funda-
o desenvolvimento econômico e a construção de sociedades mais
mentais para o desenvolvimento do país e para sua inserção no
justas e inclusivas.
cenário internacional. O Brasil é uma das principais economias do
Para lidar com os conflitos étnicos, políticos e religiosos, é fun-
mundo, com uma grande diversidade de recursos naturais e uma
damental que os países e as organizações internacionais busquem
indústria em constante crescimento. O país tem uma posição geo-
soluções pacíficas e negociadas, promovendo o diálogo entre as
gráfica estratégica, sendo uma ponte entre as Américas e a África, e
partes envolvidas, respeitando os direitos humanos, e investindo
possui uma das maiores populações do mundo.
em medidas de desenvolvimento e inclusão social. Além disso, é
O comércio exterior é uma das principais formas de interação
importante que a comunidade internacional preste assistência hu-
econômica do Brasil com outros países. As exportações brasileiras
manitária às vítimas dos conflitos, e que trabalhe para prevenir a
incluem uma ampla variedade de produtos, desde commodities
escalada da violência e o agravamento da situação.
como soja, café e açúcar, até produtos manufaturados como aviões,
automóveis e produtos químicos. Os principais parceiros comerciais
do Brasil são a China, os Estados Unidos, a Argentina e a União Eu-
EXPLORAÇÃO E USO DOS RECURSOS NATURAIS E OS ropeia.
DESAFIOS GEOPOLÍTICOS DO SÉCULO XXI O investimento estrangeiro direto (IED) também é uma impor-
tante forma de interação econômica entre o Brasil e o mundo. O
país atraiu uma quantidade significativa de investimentos estran-
A exploração e uso dos recursos naturais são fundamentais
geiros nas últimas décadas, especialmente nos setores de energia,
para o desenvolvimento humano e econômico, mas também re-
mineração e infraestrutura. O Brasil tem uma política de incentivos
presentam um grande desafio geopolítico no século XXI. Recursos
fiscais e regulatórios para atrair investimentos estrangeiros, além
como petróleo, gás, minerais, água e terras são cada vez mais dis-
de uma vasta rede de acordos bilaterais e multilaterais de investi-
putados por países e empresas, gerando tensões e conflitos em di-
mento.
versas partes do mundo.
No entanto, as relações econômicas entre o Brasil e o mundo
A exploração dos recursos naturais pode ter impactos ambien-
também enfrentam desafios e controvérsias. Um dos principais
tais significativos, como a degradação de ecossistemas, a poluição
pontos de tensão é o protecionismo comercial adotado por alguns
do ar e da água, e o aumento das emissões de gases de efeito estu-
países, que limitam a entrada de produtos brasileiros em seus mer-
fa. Além disso, a exploração excessiva ou desordenada pode levar
cados. Além disso, há preocupações crescentes em relação à explo-
à escassez de recursos e à exaustão de reservas, gerando desequilí-
ração excessiva dos recursos naturais e aos impactos ambientais e
brios econômicos e sociais.
sociais das atividades econômicas.
No entanto, apesar dos desafios, é possível explorar os recur-
Para lidar com esses desafios, o Brasil tem adotado uma sé-
sos naturais de forma sustentável, respeitando os limites ecológicos
rie de estratégias para fortalecer suas relações econômicas com o
e promovendo a equidade social. Isso requer investimentos em tec-
mundo. Isso inclui a busca por novos parceiros comerciais, a diver-
nologias mais limpas e eficientes, em práticas de gestão ambiental
sificação da pauta de exportação, a promoção de políticas de sus-
e social responsáveis, e em acordos internacionais que incentivem
tentabilidade e a busca por acordos comerciais bilaterais e multila-
a cooperação e a solidariedade entre países.
terais que facilitem o comércio e o investimento.

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CONHECIMENTOS GERAIS

O ESPAÇO BRASILEIRO: POPULAÇÃO, ECONOMIA E URBANIZAÇÃO


População
O crescimento da população brasileira, nas últimas décadas, está ligado principalmente ao crescimento vegetativo (ou natural). A
queda nesse crescimento apresenta outras justificativas que merecem atenção.
• Maior custo para criar filhos;
• Acesso a métodos anticoncepcionais;
• Trabalho feminino extradomiciliar;
• Acesso a tratamento médico;
• Saneamento básico.

Para conhecer a população de um país, devemos, primeiramente, definir dois conceitos demográficos básicos:
– População absoluta: corresponde ao número total de pessoas de uma área. No Brasil, por exemplo, a população absoluta era de
190.755.799 pessoas, pelo censo de 2010.
– População relativa: é também chamada de densidade demográfica e é dada pelo número de habitantes por quilômetro quadrado
de uma determinada região.
O declínio da mortalidade deve-se, em grande parte, à diminuição da mortalidade infantil, isto é, dos óbitos de crianças com menos de
um ano de idade. Em 1970, a taxa era de cem mortes em cada mil nascimentos vivos; em 1980, caiu para setenta por mil; em 1991, para
45 por mil; e no ano de 2000, para 35 por mil.
Em relação aos países desenvolvidos, este índice ainda é elevado. Por isso, programas de combate à mortalidade vêm sendo imple-
mentados tanto pelo governo quanto por entidades privadas
A taxa de mortalidade infantil no Brasil está baixando, conforme indicadores. A queda da mortalidade infantil indica aumento no per-
centual de adultos e melhorias na expectativa de vida, que em 1950 era de mais ou menos 46 anos e, em 2018, chegou a 76 anos (IBGE).

Migrações populacionais
As migrações populacionais remontam aos tempos pré-históricos. O homem parece estar constantemente à procura de novos ho-
rizontes. As razões que justificam as migrações são inúmeras (político-ideológicas, étnico-raciais, profissionais, econômicas, catástrofes
naturais, entre outras), ainda que as razões econômicas sejam predominantes.
A grande maioria das pessoas migra em busca de melhores condições de vida. Todo ato migratório apresenta causas repulsivas (o
indivíduo é forçado a migrar) e/ou atrativas (o indivíduo é atraído por determinado lugar ou país).
Considera-se emigração como a saída de uma área para outra; imigração é a entrada de pessoas em uma área. As migrações podem
ser internas, quando ocorrem dentro do país, e externas, quando ocorrem de um país para outro. Ainda podem ser permanentes ou tem-
porárias.

Movimentos migratórios no Brasil

Externos
Até 1934, foi liberada a entrada de estrangeiros no Brasil. A partir dessa data, ficou estabelecido que só poderiam imigrar 2% de cada
nacionalidade dos estrangeiros que haviam migrado entre 1884 e 1934.
Os fatores que mais favoreceram a entrada de imigrantes no Brasil foram:
– A dificuldade de encontrar escravos após a extinção do tráfico, depois de 1850;
– O ciclo do café, que exigia mão de obra numerosa;
– Abundância de terras.

Para a maior parte dos imigrantes, a adaptação foi muito difícil, pois além das diferenças climáticas, da língua e dos costumes, não
havia no país uma política firme que assegurasse garantias as pessoas que aqui chegavam. As regiões sul e sudeste foram as que receberam
maior contingente de imigrantes, principalmente por causa do ciclo do café e povoamento da região sul.

Internos
Em nossa história, os principais movimentos migratórios foram:
– Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
– Migração de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVII (ouro);
– Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
– Migração de nordestinos para a Amazônia, devido ao ciclo da borracha;
– Migração de nordestinos para Goiás, na década de 1950 (construção de Brasília);
– Migrações de paulistas para Rondônia e Mato Grosso, na década de 1970.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Fonte: www.sogeografia.com.br

Os movimentos migratórios mais intensos nas décadas de 1980 e 1990 foram nas regiões:
– Centro-oeste: Brasília e arredores; áreas do interior do MT, MS e GO, onde ocorre a expansão da pecuária e da agricultura comercial.
– Norte: zonas de extrativismo mineral em RO, AP e PA; zonas madeireiras no PA e AM; áreas agrícolas em RO e AC.
– Sudeste: migrações das capitais para o interior dos estados de SP, RJ e MG.
– Sul: até o final da década de 1980, os movimentos emigratórios para o centro-Oeste e norte foram muito significativos. Na década
de 1990, houve forte migração intraestadual, principalmente das metrópoles para o interior.
– Nordeste: tradicionalmente, o Nordeste era uma área de evasão populacional, principalmente do sertão para a Zona da Mata ou
outras regiões do país, como sudeste e centro-oeste. Atualmente, há uma atração devido os incentivos fiscais dos estados às empresas de
fora, mão de obra barata e turismo.

Estrutura etária da população brasileira


Avalia-se a estrutura da população através da sua distribuição etária, condição socioeconômica e sua posição no IDH (Índice de Desen-
volvimento Humano). Em relação aos critérios de avaliação dos países, desde 1950 até o final da década de 1980, a classificação comum
era aquela que enquadrava os países da seguinte forma:

1º mundo: países capitalistas desenvolvidos;


2º mundo: países socialistas de economia planificada;
3º mundo: países subdesenvolvidos.
Acontecimentos na geopolítica internacional, como a queda do Muro de Berlim, fim da Guerra Fria, ressurgimento da Europa como
potência econômica e o fim da experiência socialista soviética, marcam uma nova disposição da ordem mundial, em que se menciona o
mundo multipolar e a globalização da economia.
A partir daí, tornou-se necessário um novo entendimento para classificar os países. A ONU passou a utilizar o IDH (Índice de Desenvol-
vimento Humano), que tem por objetivo avaliar a qualidade de vida através de alguns critérios:
– Expectativa de vida;
– Renda per capita;
– Grau de instrução.

O IDH avalia e aplica uma nota que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo do 1, melhor o IDH de uma país, ou de uma região. Veremos
mais informações sobre o IDH nos próximos tópicos.

Essa organização é apresentada em gráficos cartesianos, em que na abscissa (horizontal) são colocadas as populações por milhões,
divididas em homens e mulheres, cada qual ficando de um lado da ordenada (vertical), onde é colocada uma tabela de idades, dividida em
faixas de 5 em 5 ou de 10 em 10 anos. Esses gráficos cartesianos são chamados de pirâmides etárias. Normalmente, as faixas resultantes
são divididas em três partes ou faixas etárias:
– População jovem: 0 a 19 anos.
– População adulta: de 20 a 59 anos.
– População idosa: acima de 60 anos.

A pirâmide etária do Brasil tem sua base larga e vai estreitando-se até atingir o topo. Isso significa que o número de idosos é relativa-
mente pequeno. O gráfico do Brasil demonstra que, mesmo com todo o crescimento, continuamos a ser um país jovem, pois no caso dos
países mais desenvolvidos, a base da pirâmide costuma ser menos larga e o topo mais amplo.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

PEA (População Economicamente Ativa)


É a população que exerce atividade remunerada nas formas da lei. Nos países desenvolvidos, os ativos são predominantemente a
população adulta, enquanto nos subdesenvolvidos tanto os jovens quanto os idosos trabalham juntamente com os adultos.

— A população e as formas de ocupação do espaço


Quando avaliamos esta regionalização, percebemos também que existem formas de ocupação de espaço e população.
Região Norte: Pecuária extensiva (é a criação de animais soltos em grandes áreas a pasto para comercialização), também é vazia
demograficamente (baixa concentração populacional);

9
CONHECIMENTOS GERAIS

Região Nordeste: Pecuária extensiva (é a criação de animais soltos em grandes áreas a pasto para comercialização, e segunda região
mais populosa do Brasil);
Centro Oeste: Temos a pecuária intensiva (se baseia na criação do gado em pequenas áreas usando tecnologia na sua criação para
aumento da produtividade. Exemplo: manipulação genética, inseminação artificial e outras, tudo isso visando a comercialização), também
é vazia demograficamente (baixa concentração populacional).
Sul: Temos a pecuária intensiva (se baseia na criação do gado em pequenas áreas usando tecnologia na sua criação para aumento da
produtividade. Exemplo: manipulação genética, inseminação artificial e outras, tudo isso visando a comercialização). É a terceira região
mais populosa do Brasil.
Sudeste: Temos a pecuária intensiva (se baseia na criação do gado em pequenas áreas usando tecnologia na sua criação para aumento
da produtividade. Exemplo: manipulação genética, inseminação artificial e outras, tudo isso visando a comercialização), também é cheia
demograficamente (grande concentração populacional).
Vários aspectos sobre as regiões:
– A Sul é a região que possui menor extensão territorial;
– A Norte é a região que possui maior extensão territorial;
– A Nordeste é a região possui mais estados;
– A Sul é a região que possui menos estados;
– A Sudeste é a mais desenvolvida e a mais populosa do Brasil;
– A Nordeste é a região com maior faixa litorânea;
– A Centro-Oeste é a região que não possui litoral;
– A mais fria do Brasil é a Região Sul.

— Os contrastes regionais do brasil


Vamos caracterizar esses contrastes de acordo com divisão abaixo proposta pelo geógrafo Milton Santos chamada (“os quatro brasis”),
de acordo com a figura abaixo:

Conhecida os “quatro brasis” é o registro técnico-científico-informacional”;


Nesta divisão encontramos a região concentrada que a união das regiões sul e sudeste do modelo do IBGE.
São as regiões: Amazônica, Nordeste, Centro-Oeste e Concentrada.
Região Concentrada: São Paulo, grandes indústrias, pecuária intensiva (Gado criado em espaços pequenos com tecnologia, genética,
inseminação artificial, etc.), grande concentração demográfica (populacional) e maior PIB do Brasil. Nesta região concentrada temos o sul,
resumindo e a união da região sul e sudeste.
Região Nordeste: Péssimos indicadores socioeconômicos, está região apresenta um número alto de pobreza, e pouca industrialização,
Pecuária extensiva (é a criação de animais soltos em grandes áreas a pasto para comercialização).
Região Amazônia: A economia desta região é baseada do extrativismo e agropecuária extensiva. Também existem polos industriais
(Zona franca de Manaus) que contribuem economicamente para a região. A bacia amazônica e considerada a maior bacia hidrográfica do
planeta.
Região Centro-Oeste: Temos também a pecuária intensiva (é diferente a extensiva, este se baseia na criação do gado em pequenas
áreas usando tecnologia na sua criação para aumento da produtividade. Exemplo: manipulação genética, inseminação artificial e outras,
tudo isso visando a comercialização), também é vazia demograficamente (baixa concentração populacional). O estado de Tocantins nesta
divisão encontra-se incorporado.

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CONHECIMENTOS GERAIS

— Urbanização e metropolização  Crescimento do PIB


O que caracteriza uma metrópole é sua elevada taxa de O terceiro trimestre de 2020 registrou crescimento de 7,7% do
urbanização. No caso, existe uma centralização de trabalho, Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao trimestre anterior, perío-
serviços, capital, em fim uma roda econômica. do que foi o pior dos últimos anos. O estudo foi divulgado pelo Insti-
Dentro deste contexto surgiram diversos problemas de tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 3 de dezembro.
infraestrutura, tais como moradia, saneamento básico, transporte, A retomada da indústria e a reabertura de algumas áreas do se-
segurança, que impacta diretamente na vida da população, temos tor de serviços impulsionaram o aumento do PIB do segundo para o
então o conceito de macrocefalia urbana que nada mais é que o terceiro trimestre de 2020. Apesar do crescimento, o levantamento
crescimento desordenado das cidades resultando os problemas mostra que os números ainda são insuficientes para a recuperação
mencionados e muitos outros. das perdas causadas pela pandemia.
São Paulo é o estado mais populoso do Brasil, seguido de Minas Durante três décadas (1950, 1960 e 1970), o Brasil obteve altas
Gerais e Rio de Janeiro, O estado com a menor índice populacional taxas de crescimento acompanhando o bom momento da econo-
é Roraima, que tem 522.636 habitantes. mia mundial. Neste período, o objetivo da política econômica bra-
No cenário econômico, as metrópoles brasileiras impulsionam sileira era a industrialização. O Plano de Metas e o II PND mostram
as mais variadas atividades financeiras e comerciais tornado um claramente a proposta desenvolvimentista.
motor econômico. A partir da década de 1990 com o lançamento do Plano Collor,
Isso faz com que as metrópoles se tornam-se importante no as reservas em moeda estrangeira aumentaram devido às eleva-
contexto nacional tanto no aspecto positivo, quando no aspecto das taxas de juros praticadas pelo governo e também se notou um
negativo (desafios, problemas e a complexidade das relações, etc.). maior liberalismo econômico. Estas medidas, apesar de desestimu-
lar o investimento, foram de suma importância para a implementa-
ção do Plano Real em 1994.
Região Quantidade de Número de Habitantes Passado o período de turbulência e instabilidade, que culmi-
Metropolitana Municípios (2010) nou no impedimento do Presidente Fernando Collor de Mello, o
São Paulo 39 19 683 975 país recuperou o otimismo fruto da instituição de um novo plano
econômico, o Plano Real.
Rio de Janeiro 19 11 835 708
Belo Horizonte 34 5 414 701 A pandemia e o combate aos seus efeitos definiram 20201
A pandemia de coronavírus abalou a economia global em 2020.
Porto Alegre 32 3 958 985
Não foi diferente no Brasil, que, além de ter sofrido com a tragédia
Recife 14 3 690 547 da doença em si, mergulhou em profunda crise econômica. Apesar
Fortaleza 15 3 615 767 de chegarmos ao fim do ano em recuperação, o grau de incerteza
permanece elevado e os efeitos da crise ainda se farão presentes
Salvador 13 3 753 973 em 2021 e, provavelmente, nos anos seguintes.
Curitiba 29 3 174 201 A economia brasileira ainda estava se recuperando da crise de
2014/2016, quando a necessidade de isolamento social para conter
Campinas 19 2 797 137 o avanço da Covid-19 paralisou o setor produtivo em abril. Nesse
Goiânia 11 2 173 141 primeiro momento, Serviços, Comércio e Indústria experimenta-
Censo Demográfica IBGE 2010 ram redução brusca da demanda e restrições em sua capacidade
de operar.
Economia O segmento de serviços foi o mais afetado. Foi o primeiro a
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ser impactado e o último a reabrir no processo de flexibilização das
que o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda recorde de 9,7% no medidas de distanciamento social. Foram afetados, em especial, os
segundo trimestre em comparação com o primeiro. Em relação ao serviços ofertados às famílias, que requerem a presença do consu-
mesmo período do ano passado, a queda foi de 11,4%. A indústria midor (bares e restaurantes, por exemplo). A recuperação tem sido
foi o setor mais afetado pela pandemia, com queda de 12,3%. gradual e só se iniciou em junho.
A maior responsável pela queda foi a pandemia de coronavírus, No período mais crítico da pandemia, a redução na produção
que exigiu medidas de isolamento social. No entanto, em abril o foi imediata, sem o acúmulo de estoques. Adicionalmente, a eleva-
da incerteza e a falta de receita levaram as empresas a reduzirem
IBGE já havia divulgado que o PIB de 2019 foi menor que dos dois
ainda mais seus estoques. Isso ocorre pois, quando o risco de insol-
anos anteriores, o que mostra dificuldade do Governo em recupe-
vência é alto, acumular estoques deixa de fazer sentido.
rar a economia.
O setor produtivo não conseguiu responder de forma homogê-
nea provocando restrições nos elos das cadeias produtivas. A Indús-
Entenda o que é PIB
tria está com dificuldade de obter insumos e/ou matérias-primas
Dados do IBGE também mostram que o desemprego atingiu
e, consequentemente, com dificuldade de atender seus clientes. À
recorde no segundo trimestre: são 13,8% de desempregados. Isso
falta de insumos se somou o aumento nos preços também estimu-
representa mais de 13 milhões de brasileiros. O setor que mais de- lados pela desvalorização do real e demanda crescente da China.
mitiu durante a pandemia foi o comércio, com 2,1 milhões de pes- A recuperação está em andamento, mas o crescimento eco-
soas demitidas. nômico no terceiro e quarto trimestres não serão suficientes para
salvar o ano de 2020. O PIB deverá cair 4,3% na comparação com
1 Confederação Nacional da Indústria - Economia brasileira 2020-2021 / Confe-
deração Nacional da Indústria. – Brasília: CNI, 2020

11
CONHECIMENTOS GERAIS

2019 e o PIB industrial, 3,5%. A queda do PIB que projetamos em – no estado de Minas Gerais, a “Zona Metalúrgica”. Trata-se
2020 ficou muito próxima à prevista no cenário base do primeiro de uma área que se desenvolveu basicamente em função de seus
Informe Conjuntural do ano, de maio. recursos naturais (ferro e manganês). Compreende os municípios
Uma segunda consequência da pandemia que também se es- de Sabará, Monlevade, Ipatinga, Itabira, Coronel Fabriciano, entre
tenderá para o próximo ano é o impacto no mercado de trabalho. outros.
As medidas emergenciais específicas para a proteção do emprego e – A cidade de Belo Horizonte, que possui características de uma
da renda do trabalhador foram eficazes. A queda no emprego for- capital industrializada. No seu subúrbio, instalou-se o Distrito Indus-
mal foi pequena considerando a profundidade da crise. A perda de trial de Contagem. A situação da indústria em outras regiões Na re-
emprego se deu principalmente entre os trabalhadores informais, gião Sul do país destaca-se como áreas industriais: Rio Grande do Sul
que tiveram a queda de renda arrefecida pelo auxílio emergencial. – Porto Alegre se destaca na poli indústria, tendo Canoas e Es-
Os efeitos da crise e a recuperação não são uniformes entre os teio como centros periféricos;
setores de atividade industrial. Alguns setores, como Alimentos, já – Caxias do Sul, São Leopoldo, Garibaldi, Bento Gonçalves des-
apresentam desempenho positivo tanto na comparação com feve- tacam-se com indústrias vinícolas;
reiro como com o acumulado no ano. Outros, como Veículos auto- – Novo Hamburgo concentra indústrias de vestuário e couro;
motores e Vestuário ainda não conseguiram recuperar o patamar – Pelotas destaca-se com a monoindústria alimentar. Santa Ca-
do início do ano. tarina
– Joinville e as cidades do vale do Itajaí, onde se destaca Blume-
O processo industrial brasileiro, sobretudo após a II Grande nau, são áreas poli industriais, mas nota-se a predominância de in-
Guerra, beneficiou consideravelmente o Sudeste, cujas condições dústrias de vestuário, alimentos, maquinário, porcelanas e cristais.
naturais e históricas impulsionaram seu desenvolvimento. Desta- – Curitiba destaca-se com diversificação industrial, Guarapuava
cam-se a existência de uma maior concentração populacional e, por com a indústria de madeira e São José dos Pinhais, com a indústria
conseguinte, de uma maior oferta de mão-de-obra, principalmente automobilística.
no eixo Rio-São Paulo, e também a melhoria nas condições infraes-
truturas (estradas de ferro, rodovias, portos, rede bancária). Essa Urbanização2
concentração vai acentuar-se ainda mais, fazendo convergir para a A urbanização é um processo de transformação das caracterís-
região Sudeste a polarização da economia nacional. Como indústria ticas rurais de uma localidade ou região para características urba-
atrai indústria e como era a indústria que passava a comandar a nas. Normalmente, a urbanização está relacionada ao desenvolvi-
vida econômica brasileira, depois de 1940 o Sudeste ampliou ainda mento da civilização e da tecnologia. Nesse processo, o espaço rural
mais a sua influência a partir de dois núcleos: São Paulo, mais im- transforma-se em espaço urbano e ocorre a migração populacional
portante centro econômico do país, e Rio de Janeiro, capital federal. do tipo campo-cidade.
Essa área, a mais dinâmica do país pela diversificação das atividades A urbanização é estudada por ciências diversas, como a socio-
industriais, constitui-se num autêntico polo de desenvolvimento. logia, a geografia e a antropologia, cada uma delas propondo abor-
Como decorrência do processo, ampliaram-se as diferenças dagens diferentes sobre o problema do crescimento das cidades. As
regionais, cujos problemas procurou-se diminuir por meio de ór- disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e planejar os
gãos governamentais, com destaque para a criação da Sudene (Su- processos de urbanização são o urbanismo, o planejamento urba-
perintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), da Sudam no, o planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geografia,
(Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia) e da Zona entre outras.
Franca de Manaus. A urbanização no Brasil teve seu início na década de 1950, a
Outra característica importante da industrialização brasileira é partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos
sua distribuição. As indústrias concentram-se principalmente na re- fatores fundamentais para o deslocamento da população da área
gião Sudeste. Contudo, dentro dessa região, destaca-se o estado de rural (êxodo rural) em direção à área urbana. Este processo aconte-
São Paulo, pois concentra quase a metade da população operária ceu de maneira rápida e desordenada ao longo do século XX, com
do país e produz mais de 55% do valor da produção total. Na região a grande migração da população, em busca das oportunidades ofe-
Sudeste, destacam-se como áreas industriais: recidas pelas cidades.
– a Grande São Paulo (a cidade de São Paulo e mais 36 muni- O crescimento e o desenvolvimento do Brasil impulsionaram o
cípios); surgimento de diversas cidades, sobretudo com a implementação
– a Baixada Santista, principalmente o município de Cubatão; de várias indústrias, que permitiram novos empregos, atraindo a
– a região de Campinas e Jundiaí; população que vivia no campo para as cidades. No entanto, esse
– Sorocaba (denominada a Manchester Paulista), com a indús- processo não aconteceu da mesma forma em todo o país. Algumas
tria têxtil; regiões brasileiras urbanizaram-se mais do que outras em razão das
– Americana; políticas públicas (que incentivaram determinadas áreas e outras
– Mogi das Cruzes, centro poli industrial, destacando-se a in- não). As regiões sul e sudeste destacam-se porque possuem uma
dústria metalúrgica; concentração maior de áreas urbanas.
– a cidade do Rio de Janeiro, que tem, nas regiões próximas a A região sudeste, por exemplo, por concentrar a maior parte
ela, áreas poli industriais; Petrópolis e Nova Friburgo (cidade mo- das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios
noindustrial têxtil); Volta Redonda, a cidade do aço, situada a meio vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Na região
caminho entre os grandes centros consumidores (São Paulo e Rio 2 “Regiões metropolitanas” em Só Geografia. Virtuous Tecnologia da Informação,
de Janeiro); 2007-2020.Disponivel em http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/Geogra-
fiaHumana/Urbanizacao/urbanizacao3.php

12
CONHECIMENTOS GERAIS

centro-oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhado-
res, a maior parte deles vindos das regiões norte e nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o centro-oeste
tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.
A urbanização na região sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade
familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.
A região nordeste é a que apresenta a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está sustentada no fato de que des-
sa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades
nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.
Até a década de 60, a região norte era a segunda mais urbanizada do país. Porém, a concentração da economia do país no Sudeste e
o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.
O êxodo rural foi muito intenso nas décadas passadas e a migração dessas pessoas gerou um inchaço urbano em determinadas regi-
ões.
A falta de planejamento urbano, junto com o crescimento desordenado, acarretaram em algumas consequências para esses centros
urbanos, tais como: problemas de saneamento básico (como tratamento de distribuição de água e esgoto), congestionamentos no trânsito
(em razão da falta de espaço nas ruas), falta de moradias, poluição ambiental, falta de áreas verdes (como praças e bosques), indústrias e
residências na mesma área (ocasionando problemas ambientais e de saúde), barulho, violência e diversos outros transtornos que resultam
em má qualidade de vida para a sociedade.
Também ocorreu no Brasil o planejamento urbano para a criação de algumas cidades, entre elas a capital federal, Brasília. O plane-
jamento urbano tem como objetivo evitar os problemas que ocorrem com as cidades que se desenvolvem velozmente e não têm um
acompanhamento adequado.

Fontes de energia
Em nosso planeta, encontramos vários tipos de fontes de energia. Essas fontes podem ser renováveis ou esgotáveis. A energia solar e
a eólica (obtida através dos ventos), por exemplo, fazem parte das fontes de energia inesgotáveis.
Em contrapartida, os combustíveis fósseis (derivados do petróleo e do carvão mineral) possuem uma quantidade limitada em nosso
planeta, podendo acabar caso não exista um consumo racional. As fontes tradicionais de energia são esgotáveis (a maior parte delas).
Disso, resulta a necessidade de se encontrar modelos alternativos que contribuam com a produção mundial.
– Energia hidrelétrica: no Brasil, a grande disponibilidade de rios de planaltos e a carência de petróleo, carvão mineral e gás natural
levaram o poder público a optar pela hidreletricidade como principal matriz energética.
– Petróleo: Desde a perfuração do primeiro poço de petróleo na cidade de Lobato no estado da Bahia, a produção de petróleo no Bra-
sil vem crescendo continuamente. Possuindo em seu território treze refinarias, onze delas pertencentes à União, o Brasil é praticamente
autossuficiente no setor, necessitando importar menos de 20% do produto para atender às suas necessidades de consumo.
– Carvão: O carvão encontrado no território brasileiro não é coqueificável. Isso significa que ele se encontra numa fase geológica
prematura, não atingiu o estado de hulha, em que pode ser transformado em coque, uma massa porosa rica em carbono, resultante da
destilação do carvão para produção de derivados plásticos, inseticidas, e ser utilizado como combustível nos altos-fornos das usinas side-
rúrgicas para a produção de ferro e aço. Portanto, o país tem de importar a maior parte do carvão mineral utilizado no país.
– Energia eólica: Gerada a partir do vento, grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que os movimentos delas geram
energia elétrica. É uma fonte limpa e inesgotável, e em expansão no Brasil. A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões
nordeste e sul do Brasil. No entanto, quase todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia. O desenvolvimen-
to da energia eólica no Brasil está ajudando o país a alcançar seus objetivos estratégicos de aumentar a segurança energética, reduzir as
emissões de gases de efeito estufa e criar empregos.

Atividades econômicas do Brasil


A ampla extensão territorial do Brasil permite inúmeras possibilidades no que diz respeito às atividades econômicas.
O Brasil desenvolve em seu território atividades dos setores primário, secundário e terciário. Esse último é o destaque do país, sendo
responsável por mais da metade do seu Produto Interno Bruto (PIB) e pela geração de 75% de seus empregos.

13
CONHECIMENTOS GERAIS

Fonte: www.sogeografia.com.br

O setor terciário é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a pre-
sença de atividades do setor terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o setor terciário foi o setor da economia que
mais se desenvolveu no mundo.
O Brasil é um país que apresenta uma economia sólida, é exportador de uma grande variedade de produtos, fato que fortalece a
economia. As atividades de agropecuária, indústria e serviços são bem atuantes e contribuem para o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto).
Contribuem para o crescimento econômico do país
– Principais produtos agrícolas produzidos no Brasil: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, tabaco, milho,
mate.
– Principais produtos da pecuária: carne bovina, carne de frango, carne suína.
– Principais minérios produzidos: ferro, alumínio, manganês, magnesita e estanho.
– Principais setores de serviços: telecomunicações, transporte rodoviário, técnico-profissionais prestados as empresas, transporte de
cargas, limpeza predial e domiciliar, informática, transportes aéreos e alimentação.
– Principais setores industriais: alimentos e bebidas, produtos químicos, veículos, combustíveis, produtos metalúrgicos básicos, má-
quinas e equipamentos, produtos de plástico e borracha, eletrônicos e produtos de papel e celulose.

A atividade agrícola no Brasil


Desempenhou sempre papel de suma importância na economia brasileira e, ainda hoje, destaca-se a participação desse setor de ativi-
dade na produção econômica nacional. Pode-se dizer que, em termos reais, a agricultura é uma das bases mais importantes da economia
brasileira, pois oferece trabalho para aproximadamente 1/3 dos trabalhadores brasileiros, produz 10% do PIB, matérias-primas para a
crescente indústria nacional, alimentos; e, ainda, seus produtos representam parcela significativa das exportações.
Observado as últimas décadas, ficou notório a acelerada modernização da agricultura, representada, essencialmente, pelo emprego
maciço de maquinaria no processo produtivo e pela utilização, cada vez mais difundida, de insumos químicos. A articulação crescente da
agricultura com o setor industrial dominante da economia, evidenciada nas características do processo produtivo ou na subordinação fre-
quente às indústrias de processamento da produção, configurando a existência de um Complexo Agroindustrial (CAI), redefiniu o contexto
produtivo na agricultura e acentuou as diferenciações existentes entre áreas do país, produtores e segmentos produtivos da economia
agrária.
A agricultura brasileira não tem representado um papel mais relevante devido aos inúmeros problemas que a afetam, tais como:
– Utilização de técnicas de cultivo ultrapassadas e danosas ao solo (queimadas desenfreadas, plantações em declives – que acentua
a erosão – etc.).
– Baixo poder aquisitivo do agricultor.
– Criação de imensas pastagens – que concentram a propriedade de terra e, também, aceleram o processo de erosão do solo.
– Subaproveitamento do espaço agrícola – dos 8,5 milhões de quilômetros do país, apenas 3 milhões são utilizados por estabeleci-
mentos rurais.
– Conflitos sociais: o processo de formação da propriedade de terra no Brasil foi marcado pela violência, pela imprecisão dos limites
dos lotes e, consequentemente, pela falta de garantias legais para o direito de propriedade, dando margens à utilização da força como
solução.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

Cidade — Rede e Hierarquia Urbana Brasileira


Área industrializada e povoada com zonas residenciais e co- Hierarquia Urbana é a organização de cidades em níveis hie-
merciais. A cidade é uma zona urbana, o contrário de zona rural, ou rárquicos de subordinação, ou seja, cidades médias têm influência
seja, é a parte do município em que há uma grande concentração sobre as menores. Dizemos maior em relação a produtividade, bens
de pessoas e estruturas industriais. e serviços oferecidos, e não em relação a seu tamanho físico. A hie-
As zonas rurais, também denominadas de campo, são partes rarquia também integra as cidades em uma rede urbana, uma rede
de um município em que são utilizadas para atividades da agricul- que as conecta econômica, social e culturalmente. Pode ser cate-
tura e agropecuária, onde há pouquíssima industrialização, e são gorizada em:
áreas que abrigam paisagens naturais. • Metrópole: cidade de grande porte que exerce influência so-
As zonas urbanas e rurais coexistem, são dependentes umas bre outras cidades. Uma metrópole pode ser nacional (grande cen-
das outras, pois a zona urbana utiliza produtos produzidos nas zo- tro urbano) ou regional (uma cidade em que habitam mais de um
nas rurais e as zonas rurais comercializam com as zonas urbanas. milhão de habitantes e exerce influência em todo o estado).
• Centros Regionais: cidades de médio porte, exercem influên-
— Industrialização e Urbanização cia na região e produzem bens para outras cidades.
Os processos de industrialização e urbanização são interligados, • Cidade local: cidades de porte pequeno que dependem de
desde a revolução industrial as cidades começaram a se desenvol- cidades maiores.
ver de forma que o movimento de pessoas aumentou e consequen- • Vilas: pequena concentração urbana que não atinge critérios
temente, a urbanização se desenvolveu. Quanto maior o número para se considerar uma cidade, e depende muito das grandes me-
de pessoas, mais consumiam e produziam, movimentando assim, a trópoles.
indústria e ocasionando também deu rápido desenvolvimento.
O crescimento da Indústria em todos os países do mundo, — Concentração e Desconcentração das Indústrias no Brasil
mas principalmente na Inglaterra, proporcionou diversas transfor- Concentração e Desconcentração Industrial é o processo de
mações no espaço geográfico. Além de um maior movimento de migração das indústrias dentro de um certo país. No Brasil, a indus-
pessoas, estruturas relacionadas ao transporte, como trens, metrô, trialização ocorreu tarde, mas não demorou muito para se solidifi-
veículos em geral, ruas asfaltadas, grandes centros comerciais, en- car, nos anos 70, a região do Sudeste já estava bem industrializada
tre outros, foram criadas e desenvolvidas. Isso, mas principalmente e com boa infraestrutura urbana. Há muito tempo, o Sudeste lidera
o fator de empregos na área industrial, acabou causando o êxodo o processo industrial no Brasil, porém atualmente tem acontecido
rural, que é quando as pessoas que residem nas zonas rurais se mu- uma mudança nessa concentração, a partir de planejamentos go-
dam para a zona urbana a fim de encontrar empregos e condições vernamentais de democratizar a indústria pelas regiões do país. São
melhores de vida, o que ocorreu bastante no processo da revolução Paulo continua sendo o estado de maior concentração industrial,
Industrial. porém o desenvolvimento desse setor nas outras regiões tem cres-
cido e possivelmente causará em breve uma desconcentração das
— Urbanização Brasileira e Regiões Metropolitanas Indústrias no Brasil.
A urbanização brasileira iniciou-se no século XX, com o desen-
volvimento da indústria o êxodo rural começou a acontecer, em
meados de 1950, e portanto, a urbanização a se desenvolver prin-
cipalmente no Sudeste do país. Algo que influenciou bastante esse QUESTÃO AMBIENTAL: PROBLEMAS AMBIENTAIS, DE-
desenvolvimento foi a política de desenvolvimento dos governos GRADAÇÃO E CONSERVAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL
Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek que prometiam “50 anos em E INTERNACIONAL
5”. Nos anos 60, a urbanização começa a se desenvolver no centro-
-oeste do país. Hoje, mais de 70% da população do Brasil reside em A questão ambiental é um dos maiores desafios enfrentados
áreas urbanas, portanto as regiões diferem bastante em relação a pela humanidade no século XXI. Com o aumento da população glo-
infraestruturas. As regiões do Sudeste e do Sul são mais desenvol- bal, a industrialização em grande escala e a exploração desenfreada
vidas, enquanto o Nordeste ainda tem uma grande carência. Assim, dos recursos naturais, os problemas ambientais se tornaram cada
a urbanização junto da industrialização causou buracos na socie- vez mais evidentes e urgentes.
dade, como a desigualdade social e falta de oportunidades para as A degradação ambiental, a perda da biodiversidade e a mudan-
pessoas. ça climática são alguns dos principais problemas ambientais que
afetam o mundo atualmente. Esses problemas têm consequências
— A Questão Agrária e Conflitos no Campo no Brasil graves para a qualidade de vida das pessoas, para a saúde do plane-
A questão agrária diz respeito a conflitos que ocorrem no meio ta e para o desenvolvimento sustentável.
rural, nos meios de produção agrícolas e a relação entre o capita- No âmbito internacional, a questão ambiental tem sido obje-
lismo e o trabalho rural. Com a modernização deste espaço rural, to de discussões e negociações há décadas. A criação de organis-
problemas como a desigualdade, concentração de terras e êxodo mos internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas),
rural acabaram se intensificando. A urbanização causou um aumen- a UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e a
to na demanda de produtos agrícolas, e como consequência, meios Convenção sobre Mudança do Clima da ONU são exemplos de ini-
de acelerar essa produção, como o uso de agrotóxicos. Isso diminui ciativas para lidar com a questão ambiental em escala global.
o preço dos produtos enquanto produtos industrializados tem seu A conservação ambiental é outra questão importante na agen-
preço elevado. da internacional. Muitos países e organizações têm adotado políti-
cas e programas para proteger áreas naturais, promover a susten-
tabilidade e minimizar o impacto das atividades humanas no meio

15
CONHECIMENTOS GERAIS

ambiente. Essas iniciativas incluem o estabelecimento de parques


nacionais, a criação de reservas naturais e a promoção de práticas QUESTÕES
sustentáveis em setores como a agricultura e a indústria.
Apesar desses esforços, a questão ambiental ainda é objeto de 1. No século XV, os portugueses chegaram pela primeira vez
controvérsia e desafios no âmbito internacional. A falta de coopera- ao Brasil, onde encontraram os povos nativos, chamados indígenas.
ção entre países, as políticas governamentais inadequadas e o po- Quais os principais grupos étnicos que formaram a população bra-
der econômico de grandes empresas são alguns dos obstáculos que sileira?
impedem uma solução efetiva para a questão ambiental. (A) nativos indígenas
Para enfrentar esses desafios, é necessário adotar uma abor- (B) portugueses e espanhóis
dagem mais integrada e colaborativa para a questão ambiental. Isso (C) indígenas, europeus e africanos
inclui a cooperação entre países, a promoção de políticas públicas (D) alemães, portugueses e chineses
adequadas, a adoção de tecnologias mais limpas e a conscientiza-
ção da população sobre a importância da conservação ambiental. 2. Leia:
I. A partir do século XVI, a formação da população brasileira
Problemas Ambientais teve início com a chegada dos portugueses e a miscigenação com
Meio ambiente é o conjunto dos elementos físicos, químicos grupos indígenas e negros africanos escravizados.
e biológicos necessários à sobrevivência de cada espécie, vegetal e II. Na colonização, os africanos foram trazidos para o Brasil para
mineral. O Brasil não é exceção nesse quadro trágico. A ação huma- serem escravizados, isso ampliou o processo de miscigenação no
na tem provocado sérios danos à diversidade biológica em nosso país.
país. Atualmente, os principais problemas têm origem nas ativida- III. A população brasileira conta com imigrantes franceses, ita-
des agropecuárias predatórias e na extração madeireira. lianos e austríacos na sua formação.
A seguir apresentamos os principais problemas ambientais en-
frentados atualmente: Assinale a correta:
• Poluição do ar por gases poluentes, gerados principalmente (A) todas estão corretas
pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e die- (B) somente a I está correta
sel) e indústrias; (C) somente a II está correta
• Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por des- (D) somente a I e a II estão corretas
pejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petró- (E) somente a I e a III estão corretas
leo), etc;
• Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, 3. (ENEM-2011) O Centro-Oeste apresentou-se como extrema-
fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo; mente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era
• Queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áre- praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem
as para pasto ou agricultura; outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber
• Desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercia- uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia
lização de madeira; moderna.
• Esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adap-
provocado por seu uso incorreto; tado).
• Diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela
caça predatória e destruição de ecossistemas; O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasilei-
• Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso ro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação
irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hí- foi o avanço da:
dricos; (A) industrialização voltada para o setor de base.
• Acidentes nucleares que causam contaminação do solo por (B) economia da borracha no sul da Amazônia.
centenas de anos. Podemos citar como exemplos os acidentes nu- (C) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
cleares de Chernobyl (1986) e na Usina Nuclear de Fukushima no (D) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
Japão (2011); (E) extrativismo na região pantaneira.
• Aquecimento global, causado pela grande quantidade de
emissão de gases do efeito estufa; 4. (UFAC) A intensa e acelerada urbanização brasileira resultou
• Diminuição da camada de ozônio, provocada pela emissão de em sérios problemas sociais urbanos, dentre os quais, podemos
determinados gases (CFC, por exemplo) no meio ambiente. destacar:
(A) Falta de infraestrutura, limitações das liberdades individu-
Referência ais e altas condições de vida nos centros urbanos.
“Problemas ambientais” em Só Geografia. Virtuous Tecnologia da (B) Aumento do número de favelas e cortiços, falta de infraes-
Informação, 2007-2020 trutura e todas as formas de violência.
(C) Conflitos e violência urbana, luta pela posse da terra e acen-
tuado êxodo rural.
(D) Acentuado êxodo rural, mudanças no destino das correntes
migratórias e aumento no número de favelas e cortiços.
(E) Luta pela posse da terra, falta de infraestrutura e altas con-
dições de vida nos centros urbanos.

16
CONHECIMENTOS GERAIS

5. (CESP – CEBRASPE – Instituto Rio Branco) - Julgue (C ou E) Considerando os textos acima, julgue (V Verdadeiro e F Falso)
o item subsequente, relativo à Organização Mundial do Comércio os itens a seguir e assinale a alternativa CORRETA.
(OMC). I. No contexto atual das relações INTERIMPERIALISTAS, as mul-
Os acordos da OMC versam, principalmente, sobre comércio tinacionais organizam sua expansão baseadas, entre outras coisas,
de bens e de serviços e aspectos de direitos de propriedade inte- na exploração das desigualdades ou assimetrias existentes entre
lectual relacionados ao comércio, ficando todos os países-membros os países, na oferta de recursos e nas configurações do mercado
sujeitos às disposições e aos compromissos neles estabelecidos. de trabalho. Nesse sentido, sua expansão para os países periféri-
( ) CERTO cos tem garantido os processos de acumulação de capital, seja via
( ) ERRADO exportação de infraestruturas, expansão de mercados ou mesmo
intensificação da exploração do trabalho.
6. (CESP – CEBRASPE – Instituto Rio Branco) - Julgue (C ou E) II. As potências mundiais, na condução das disputas contem-
o item subsequente, relativo à Organização Mundial do Comércio porâneas, têm se utilizado dos acordos e sanções econômicas, me-
(OMC). didas financeiras protecionistas e da formação de blocos econômi-
cos, deixando de ter importância o poder bélico das forças militares
A diversificação de agentes, pautas comerciais e modalidades na arquitetura das relações de poder no Sistema Internacional.
de comércio bem como a complexidade dos instrumentos e das III. A alteração de uma ordem mundial bipolar para um mundo
medidas que conformam as políticas comerciais justificam a neces- chamado multipolar recompôs o quadro de relações das potências
sidade de compromissos e disciplinas multilaterais que orientem as mundiais, eliminando com isso as assimetrias econômicas exis-
ações dos governos e os agentes comerciais no campo do comércio tentes entre os países asiáticos, africanos e latino- americanos.
internacional. IV. Como consequências das atuais configurações do capital-
( ) CERTO ismo global, parte da manutenção das dinâmicas de acumulação,
( ) ERRADO pode-se incluir a destruição dos recursos ambientais globais (ter-
ra, ar, água), a transformação em mercadoria de formas culturais,
7. (CESP – QUADRIX – COREN - AP) – Acerca da guerra na Ucrâ- históricas e da criatividade intelectual, além da privatização de uma
nia, julgue o item. série de bens e direitos até agora públicos em muitos países (como
as universidades e o acesso à saúde).
À medida que o conflito se estendia, as sanções econômicas
aumentavam em relação à Rússia.
(A) V, F, V, F.
( ) CERTO
(B) V, F, F, V.
( ) ERRADO
(C) F, V, F, F.
(D) F, F, V, V.
8. (NUCEPE – PC - PI) - Leia atentamente os textos a seguir:
(E) F, V, F, V.
“As práticas imperialistas, do ponto de vista da lógica capitalis-
ta, referem-se tipicamente a exploração das condições geográficas 9. (CESP – CEBRASPE – SEPLAG - DF) – Texto Associado: O ad-
desiguais sob as quais ocorre a acumulação do capital, aproveitan- vento da era da informação mudou radicalmente a forma como a
do-se igualmente do que chamo de as ‘assimetrias’ inevitavelmente economia dos Estados se organiza. O saber passou a ser conside-
advindas das relações espaciais de troca. Estas últimas se expres- rado o patrimônio mais importante das nações e começou a existir
sam em trocas não leais e desiguais, em forças monopolistas espa- um consenso cada vez maior em torno da ideia de que o conheci-
cialmente articuladas, em práticas extorsivas vinculadas com fluxos mento é tudo. Atualmente, não basta a um país contar com mão-
de capital restritos e na extração de rendas monopolistas.” -de-obra barata. É necessário que os operários sejam capazes de
David Harvey. O novo imperialismo (2004, p. 35). lidar com as modernas máquinas envolvidas no processo produtivo
e, para tanto, é preciso que os Estados invistam maciçamente na
“O aparecimento de dois novos elementos reestruturadores educação de seu povo.
do capitalismo na passagem do século XX para o XXI torna ainda Tendo as informações contidas no trecho acima como referên-
mais complexo o entendimento acerca do seu funcionamento. Em cia inicial, julgue os itens a seguir.
primeiro lugar, o movimento de reestruturação do capital global A era da informação favoreceu a criação de um espaço mun-
decorre do colapso na liderança dos dois blocos de países que até dial, com base na expansão do modo capitalista, em que uma das
pouco tempo atrás organizavam o mundo, a partir do final da Se- transformações socioespaciais evidentes é descentralização da tec-
gunda Grande Guerra, quando os Estados Unidos assumiram, de nologia, no que diz respeito à sua criação e à sua utilização, tanto
fato, a posição de centro hegemônico capitalista. [...] E, em segun- em países pobres quanto ricos.
do lugar, destaca-se o intenso processo de hipermonopolização do ( ) CERTO
capital, expresso pelo poder inequívoco de não mais de 500 grandes ( ) ERRADO
corporações transnacionais a dominar qualquer setor de atividade
econômica e responder por cerca da metade do PIB global”. 10. (IESES – TJ-RO - Após mais de três anos de impasses, o
Marcio Pochmann. Publicado em Revista Carta Capital, 11/01/2011. Reino Unido oficializou a saída da União Europeia. A saída do Rei-
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/politica/mudancas- no Unido da União Europeia (UE) ficou conhecida mundialmente
no-capitalismo-global como:
(A) BREAKUE
(B) BREXIT
(C) BRICS
(D) UKEXIT

17
CONHECIMENTOS GERAIS

11. (CESPE – Correios - Julgue os itens a seguir, relativos à Eu- Considerando o texto precedente e os múltiplos aspectos a ele
ropa moderna e contemporânea. relacionados, julgue o item seguinte.
A União Europeia, além da integração econômica, visa a inte- A GLOBALIZAÇÃO fortaleceu setores relacionados à tecnologia,
gração cultural da Europa. propiciando a expansão de corporações desses setores e a conso-
( ) CERTO lidação de uma bolsa de valores voltada para empresas desse seg-
( ) ERRADO mento.
( ) CERTO
12. (CESPE – CEBRASPE - Texto associado: No Direito Interna- ( ) ERRADO
cional, há necessidade de previsões normativas para os períodos
pacíficos e para os períodos turbulentos de conflitos e litígios. A 16. (CESPE – CEBRASPE - Instituto Rio branco) - Texto associa-
Carta das Nações Unidas e outras convenções internacionais pro- do: As migrações aparecem como característica permanente da es-
curam tratar dos mecanismos de resolução de conflitos, bem como pécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege
disciplinam a ética dos conflitos bélicos e a efetiva proteção dos di- todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa
reitos humanos em ocasiões de conflitos externos ou internos. lugar importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discus-
Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir, relativos à juris- são das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias.
dição internacional, aos conflitos internacionais e ao direito penal A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006,
internacional. p. 51 (com adaptações).
A ONU deve exercer papel relevante na resolução de conflitos, Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes.
podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da paz. Com a miscigenação e o multiculturalismo - atualmente pre-
( ) CERTO sentes em diversos países -, as diferenças étnicas deixaram de ser
( ) ERRADO causa para migração e conflitos sociais.
( ) CERTO
13. (CESPE – CEBRASPE – FUNPRESP-EXE) Texto associado: Em ( ) ERRADO
meio à circulação da variante ÔMICRON, países ricos e de média
renda apressam a aplicação da dose de reforço das vacinas. En- 17. (CESPE – CEBRASPE - ABIN) - No que tange ao Oriente Mé-
quanto isso, os mais pobres têm menos de 10% de suas populações dio e seu impacto nas relações internacionais bem como aos confli-
com uma dose e dependem de doações para acelerar a imunização. tos étnico-religiosos contemporâneos, julgue o item subsequente.
No entanto, 2022 começa com menos de 50% das vacinas prome- O conflito na Síria, a despeito de suas motivações domésticas,
tidas entregues em 2021. Apenas pelo mecanismo COVAX, criado envolve e reflete, em grande medida, disputas políticas e étnico-re-
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta era entregar 2 ligiosas entre países do Oriente Médio que geram diferentes alinha-
bilhões de doses doadas pelos países ricos às nações de baixa ren- mentos como o apoio do Irã ao governo sírio e o apoio da Arábia
da. Menos de 30% foram entregues.   Saudita e do Catar aos grupos de oposição ao regime de Bashar
O Estado de S. Paulo, 2/1/2022, p. A9 (com adaptações). Al-Assad.
( ) CERTO
Mencionada no texto, a OMS é uma das mais conhecidas e ( ) ERRADO
atuantes agências especializadas da Organização das Nações Uni-
das (ONU), a exemplo de outras como FAO, UNESCO e UNICEF.   18. (CESPE – SEDUS - SE) - Com relação à geografia política
( ) CERTO mundial, julgue o item a seguir.
( ) ERRADO A nova ordem mundial apresenta uma faceta geopolítica e
outra econômica. Na geopolítica, houve uma mudança para um
14. (CESPE – CEBRASPE - SEDU-ES) - A respeito das recentes mundo multipolar, onde as potências impõem mais por seu poder
transformações do espaço agroindustrial brasileiro, julgue o item econômico que pelo poder bélico. Na economia, o que aconteceu
que se segue. foi o processo de globalização e a formação de blocos econômicos
Com a GLOBALIZAÇÃO, houve mudanças na estrutura fundiá- supranacionais.
ria, onde as lavouras de subsistência passaram a substituir paulati- ( ) CERTO
namente os grandes latifúndios. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 19. (CESPE – INSTITUTO RIO BRANCO) -Texto associado
Todas as fontes devem ser aproveitadas, dentro de suas especi-
15. (CESPE – CEBRASPE - ABIN) Texto associado: A fábrica global ficidades. (...) o Plano Nacional de Energia 2030 mostra exatamente
instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecno- isso: a existência de só uma ou duas fontes não significa uma solu-
logia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças pro- ção. O Brasil necessita, principalmente, daquelas fontes que geram
dutivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, energia em grande escala e têm alta disponibilidade, dando segu-
a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas rança ao sistema e tranquilidade aos consumidores.
de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computado- Internet:Com relação a fontes de energia, julgue (C ou E) os
res e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve próximos itens.
fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca No Brasil, a biomassa tem sido bastante explorada para a ge-
a desterritorialização e RETERRITORIALIZAÇÃO das coisas, gentes e ração de energia, o que resulta no fortalecimento da agroindústria
ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos. brasileira.
Octavio Ianni. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Editora Civiliza- ( ) CERTO
ção, 2002. ( ) ERRADO

18
CONHECIMENTOS GERAIS

20. (CESPE – Prefeitura de São Cristovão - SE) - Texto associa-


8 B
do: O fenômeno da globalização tem uma relação direta e dinâmi-
ca com a lógica da regionalização, ao transformar o contexto e as 9 ERRADO
condições da interação e da organização social, levando a um novo 10 B
ordenamento das relações entre território e espaço socioeconômi-
co e político. 11 CERTO
Esse contexto contemporâneo significa um desafio para a ló- 12 CERTO
gica do Estado, no sentido de estabelecer mecanismos de controle
13 CERTO
para o fenômeno da globalização e seus efeitos sobre as sociedades
e economias. 14 ERRADO
Karina Pasquariello Mariano. Globalização, integração e 15 CERTO
o Estado. Internet: (com adaptações).
16 ERRADO
Com relação aos fluxos globalizados nos diferentes espaços 17 CERTO
geopolíticos e econômicos do mundo contemporâneo, julgue o
item a seguir. 18 CERTO
O fato de o produto interno bruto (PIB) do BRASIL estar entre 19 CERTO
os dez maiores do mundo reduziu a desigualdade social na última
20 ERRADO
década.
( ) CERTO 21 ERRADO
( ) ERRADO 22 CERTO
21. (CESPE – Prefeitura de São Cristovão - SE) - A respeito de
educação ambiental, julgue o item subsequente. A conscientiza-
ção da sociedade acerca da importância da natureza como parte
do sistema ambiental deve ser o único foco das ações de educação
ANOTAÇÕES
ambiental.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
22. (CESPE – SEPLAG-DF) Texto associado: O largo espectro de
problemas que permeia toda a discussão acerca da crise ambiental ______________________________________________________
vivenciada atualmente pela humanidade remete a um ponto co-
mum, a valorização do espaço geográfico. ______________________________________________________
Trata-se do resgate da visão integradora da ciência geográfica ______________________________________________________
como forma de entendimento de problemáticas ambientais de es-
truturas espaciais a elas subjacentes. Com relação às possibilidades ______________________________________________________
da abordagem geográfica no tratamento da questão
ambiental, julgue os itens subsequentes. ______________________________________________________
O enfoque mais adequado à apreensão global e articulada dos
múltiplos conflitos inerentes a uma dada configuração espacial é a ______________________________________________________
análise regional de cunho ambientalista.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
2 D ______________________________________________________
3 C ______________________________________________________
4 B
______________________________________________________
5 CERTO
6 CERTO ______________________________________________________
7 CERTO ______________________________________________________

19
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 4º - O serviço policial–militar consiste no exercício de ativi-


LEI ESTADUAL Nº 3.808, DE 16/07/1981 (ESTATUTO DOS dade inerentes à Polícia Militar e compreende todos os encargos na
POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO PIAUÍ) legislação específica e relacionados com a manutenção da ordem
pública no Estado do Piauí.
LEI N.º 3.808, DE 16 DE JULHO DE 1981 Art. 5º - A carreira policial-militar é caracterizada por atividade
continuada e inteiramente devotada às finalidades da Polícia Mili-
Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado do tar, denominada atividade policial-militar.
Piauí, e dá outras providências. § 1º - A carreira policial-militar é privativa do pessoal da ativa.
Inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e obedece à seqüência de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, graus hierárquicos.
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a se- § 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial da Po-
guinte Lei: lícia Militar.
Art. 6º - Os policiais-militares da reserva remunerada poderão
Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, de- ser convocados para o serviço ativo, em caráter transitório e me-
veres, direitos e prerrogativas dos policiais–militares do Estado do diante aceitação voluntária, por ato do Governador do Estado, des-
Piauí. de que haja conveniência para o serviço.
Art. 2º - A Polícia Militar do Estado do Piauí, subordinada ope- Art. 7º - São equivalentes as expressões “na ativa”, “em serviço
racionalmente ao Secretário de Justiça e Segurança Pública, é uma na ativa”, “em serviço”, “em atividade” ou “em atividade policial-mi-
instituição permanente, considerada força auxiliar e reserva do litar” conferidas aos policiais-militares no desempenho de cargo,
Exército, com organização e atribuições definidas em Lei. comissão, encargos, incumbência ou missão, serviço ou atividade
Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar, em razão da desti- policialmilitar ou considerada de natureza policial-militar, nas orga-
nação constitucional da Corporação e em decorrência das Leis vi- nizações policiais-militares, bem como ou em outros órgãos do Es-
gentes, constituem uma categoria especial dos servidores públicos tado do Piauí ou na União, quando previsto em lei ou regulamento.
Art. 8º - A condição jurídica dos policiais–militares é definida
estaduais e são denominados policiais–militares.
pelos dispositivos constitucionais que lhe forem aplicáveis, por este
§ 1º - Os policiais–militares encontram-se em uma das seguin-
Estatuto e pela legislação que lhe outorgar direitos e prerrogativas
tes situações:
e lhes impuser deveres e obrigações.
a) na ativa:
Art. 9º - O disposto neste Estatuto aplica-se no que couber:
I – os policiais–militares de carreira;
I – aos policiais-militares da reserva remunerada e reformados;
II – os incluídos na Polícia Militar voluntariamente, durante os
II – aos capelães policiais-militares.
prazos a que se obrigam a servir;
III – os componentes da reserva remunerada quando convo- CAPITULO I
cados; e DO INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR
IV – os alunos de órgãos de formação de policiais–militares da
ativa. Art. 10 - O ingresso na Polícia Militar fica condicionado à apro-
V - os temporários, incorporados voluntariamente à Polícia Mi- vação em concurso público, que poderá ser regionalizado, com exa-
litar para prestação de serviço militar, por prazo determinado. mes de conhecimentos, exame psicológico, exame de saúde, exame
b) na inatividade: de aptidão física e investigação social. (Alterado pela LC n° 35, de
I – na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da 06.11.2003)2
Corporação e percebem remuneração do Estado do Piauí, porém § 1º Após todas as etapas do concurso, os candidatos a serem
sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convo- nomeados farão curso de formação para ingresso. (Acrescentado
cação; pela LC n° 35, de 06.11.2003)
II – reformados, quando tendo passado por uma das situações § 2º Os exames de conhecimentos, excetuados os exames prá-
anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de ticos, serão classificatórios e habilitatórios, e as demais fases do
serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado concurso público terão caráter apenas habilitatório. (Acrescentado
do Piauí. pela LC n° 35, de 06.11.2003)
§ 2º - Os policiais–militares de carreira são os que no desempe- § 3º Às mulheres serão reservadas até 10% (dez por cento) das
nho voluntário e permanente do serviço policial-militar, tem vitali- vagas oferecidas no concurso público. (Acrescentado pela LC n° 35,
ciedade assegurada. de 06.11.2003)
§ 3º Os militares temporários não adquirem vitaliciedade e § 4º O candidato terá o direito de conhecer as razões de sua
nem estabilidade, passando a compor a reserva não remunerada reprovação em quaisquer fases do concurso, sendo-lhe permi-
da Polícia Militar do Piauí após serem desligados do serviço ativo. tida a apresentação de recursos. (Acrescentado pela LC n° 35, de
06.11.2003)

20
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 5º Excetuadas as razões de reprovação no exame psicológico e I –Curso de Formação de Oficiais: 3.600h/a (três mil e seiscen-
na investigação social, cuja publicidade será restrita ao candidato, os tas horas-aula);
resultados de cada uma das fases do concurso serão publicados no II – Curso de Formação de Soldados, de Cabos e de Sargentos:
Diário Oficial do Estado. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003) 600h/a (seiscentas horas-aula)
§ 6º A habilitação em quaisquer das etapas do concurso pú- § 1º A matrícula do candidato no curso de formação para in-
blico ou no curso de formação para ingresso não poderá ser apro- gresso no quadro de praças ficará condicionada:
veitada para provimento de cargo distinto ou para outro concurso. I – à aprovação nos exames do concurso;
(Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003) II – ao resultado da investigação social, conforme deliberação
§ 7º REVOGADO tacitamente pelo art. 1º, §2º, da Lei nº 5.552, da Comissão do Concurso;
de 23 de março de 2006 III – ter a idade mínima de 18 (Dezoito) anos e máxima de 35
§ 8º Não podem participar de comissão, banca de concurso, as (Trinta e Cinco) anos no período de inscrição para o concurso;
pessoas que tiverem cônjuge, companheiro, ou parente consangüí- IV- à conclusão de curso de graduação superior em qualquer
neo ou afim em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inscrito área.
no concurso público. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003) § 1º-A A matrícula do candidato no curso de formação para
Art. 10-A. O exame de conhecimentos poderá consistir na realização ingresso nos quadros de oficiais ficará condicionada:
de testes objetivos, dissertativos ou práticos, compreendendo as maté- I- à aprovação nos exames do concurso;
rias previstas no edital. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003) II- ao resultado da investigação social, conforme deliberação da
Parágrafo único. Para obter aprovação nesta prova, o candidato Comissão do Concurso;
deverá alcançar aproveitamento mínimo de 60% (sessenta por cen- III- ter a idade mínima de 21 (Vinte e Um) anos e máxima de 35
to) no geral e 50% (cinqüenta por cento) em cada uma das matérias (Trinta e Cinco) anos no período de inscrição para o concurso;
ou ser julgado apto no teste prático. IV- à conclusão de curso de graduação superior em qualquer
Art. 10-B. O exame psicológico adotará critérios científicos ob- área.
jetivos, sendo vedada a realização de entrevistas. (Acrescentado V - o limite de idade de 35 (trinta e cinco) anos a que se refere o
pela LC n° 35, de 06.11.2003) inciso III do §1º do art 10-F não se aplica aos policiais militares que
Parágrafo único. O exame será realizado por meio de represen- já fazem parte da Corporação na condição de praças, os quais não
tante ou comissão de representantes da instituição contratada para se submeterão a limite máximo de idade
a realização do concurso ou por servidor ou comissão de servidores § 1º-B Poderá ser exigido conclusão do curso superior de gra-
públicos efetivos e estáveis, com habilitação em psicologia. (NR) duação em apenas uma área específica do conhecimento para
Art. 10-C. O exame de saúde compreenderá os exames médicos ingresso nos quadros de oficiais, conforme previsão no edital do
e odontológicos previstos no edital do concurso público. (Acrescen- concurso.
tado pela LC n° 35, de 06.11.2003) § 1º-C As cargas horárias dos cursos de adaptação para ingresso
Parágrafo único. O exame de saúde será realizado por meio de nos quadros de oficiais médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêu-
representante ou comissão composta de representantes da insti- ticos, capelães e veterinários serão reguladas dfconforme dispuser
tuição contratada para a realização do concurso ou por servidor ou norma interna da Corporação.
comissão de servidores efetivos e estáveis, com habilitação em me- § 2º Ao candidato inscrito em curso de formação para ingresso
dicina e odontologia”. (NR) fica assegurado uma bolsa no valor previsto no Anexo Único desta
Art. 10-D. O exame de aptidão física constará de provas atléti- Lei, assegurado o direito de opção entre a remuneração do cargo
cas, adequadas ao cargo, conforme previsto no edital. (Acrescenta- ocupado e a bolsa para aqueles que forem policiais militares ou ser-
do pela LC n° 35, de 06.11.2003) vidores públicos do Estado, bem como a revisão da mesma, na data
Parágrafo único. O exame físico será realizado por meio de re- e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos militares
presentante ou comissão composta de representantes da institui- estaduais.
ção contratada para a realização do concurso ou por servidor ou § 3º A aprovação no curso de formação para ingresso atenderá
comissão de servidores efetivos e estáveis, com habilitação em edu- ao disposto no regulamento do Órgão de ensino da Polícia Militar e
cação física. (NR) constituirá requisito indispensável para a nomeação no cargo.
Art. 10-E. A investigação social consistirá na apuração, dentre § 4º O candidato inscrito no curso de formação fica sujeito à
outros requisitos previstos no edital do concurso, na comprovação contribuição previdenciária e ao fundo de saúde5 (Vide art. 44-A,
da ausência de antecedentes criminais, relativos a crimes cuja pu- da Lei nº 5.378, de 10 de fevereiro de 2004)
nibilidade não esteja extinta e não tenha ocorrido a reabilitação, § 5º O policial militar deverá ressarcir ao erário estadual o va-
compreendendo processos na Justiça Comum, na Justiça Federal, lor percebido a título de bolsa, se no momento da investidura não
na Justiça Federal Militar e Justiça Eleitoral, certidão negativa de preencher os requisitos n ecessários ao desempenho do cargo ou
antecedente expedida pela Polícia Federal, Polícia Civil e Auditoria pedir exoneração antes de completar:
Militar e certidão negativa de processo administrativo disciplinar no a) cinco anos de exercício do cargo, se oficial;
âmbito da Corporação. (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003) b) dois anos de exercício do cargo, se praça.
Parágrafo único. A Certidão de Antecedentes será expedida Art. 11 – Para a matrícula nos estabelecimentos de ensino po-
pelo órgão de distribuição das comarcas onde o candidato haja re- licial-militar destinados à formação de oficiais e graduados, além
sidido nos últimos 5 (cinco) anos. (NR) das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual,
Art. 10-F. O curso de formação para ingresso será realizado pela capacidade física e idoneidade moral, é necessário que o candidato
Academia de Polícia Militar do Estado do Piauí, Batalhões, Compa- não exerça, nem tenha exercido atividade prejudiciais ou perigosas
nhias Militares ou outras entidades congêneres, observada a se- à Segurança Nacional.
guinte duração mínima:

21
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo único. O disposto neste Capítulo aplica-se aos candidatos ao ingresso nos Quadros de Praças e Oficiais, para os quais é exi-
gido diploma emitido por estabelecimento de ensino superior reconhecido pelo Governo Federal.
Art. 11-A. Para a investidura nos cargos da polícia militar, além de outros requisitos básicos previstos em lei, serão também exigidos os
seguintes: (Acrescentado pela LC n° 35, de 06.11.2003)
I – permissão para dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação na categoria discriminada no edital do concurso;
II – altura mínima de 1,60 m (um metro e sessenta), para homens, e 1,55 (um metro e cinqüenta e cinco centímetros), para mulheres;
III – aprovação no curso de formação para ingresso.
Parágrafo único. A comprovação de possuir a altura mínima poderá ser exigida na data da inscrição ou em outra data, conforme pre-
visão no edital do concurso
Art. 11-B. Fica facultada aos Oficiais e Praças na ativa em condição de sub judice, aprovados em exame de conhecimento nos termos
desta Lei e com tempo de efetivo serviço superior a 05 (cinco) anos, a realização de novo exame psicológico, de saúde e de aptidão física,
bem como, de nova investigação social. (NR)
§ 1º O reteste a que se refere o caput será organizado e realizado pela Corporação, conforme dispuser regulamentação interna es-
pecífica.
CAPÍTULO II
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12 – A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau
hierárquico.
§ 1º - A hierarquia policial-militar é a ordenação de autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação
se faz por posto ou graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antigüidade no posto ou na gradua-
ção. O respeito à hierarquia é substanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o
organismo policial-militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por
parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º - A disciplina e o respeito à hierárquica devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais-militares da ativa,
da reserva remunerada e reformados.
Art. 13 – Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre policiais-militares da mesma categoria e têm a finalidade de desen-
volver o espírito da camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art. 14 – Os círculos hierárquicos e escala hierárquica na Polícia Militar são fixados no quadro e parágrafos seguintes:

22
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do CAPÍTULO III


Governador do Estado. DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES
§ 2º - REVOGADO (Lei Complementar nº 68, art.17, §1º, de 23
de março de 2006). Art. 19 – Cargo policial-militar é aquele que só pode ser exerci-
§ 3º - Os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos-Oficiais PM, são deno- do por policiaismilitares em serviço ativo.
minados Praças Especiais. § 1º - O cargo policial-militar a que se refere este artigo é o que
§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Quadros se encontra especificado nos Quadros de Organização ou previsto,
e Qualificações são fixados, separadamente, para cada caso, em Lei caracterizado ou definido como tal em outras disposições legais.
de fixação de Efetivo. § 2º - A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto
§ 5º - Sempre que o policial-militar da reserva remunerada ou de atribuições, deveres e responsabilidade que se constituem em
reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mencio- obrigações do respectivo titular.
nando essa situação. § 3º - As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem
Art. 15 – A precedência entre policiais-militares da ativa, do ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas
mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto em legislação ou regulamentação peculiares.
ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional em lei Art. 20 – Os cargos policiais-militares são providos com pessoal
ou regulamento. que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação
§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a exigidos para seu desempenho.
partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomea- Parágrafo Único – O provimento do cargo policial-militar se faz
ção, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fi- por ato de nomeação, designação ou determinação expressa de au-
xada outra data. toridade competente.
§ 2º - No caso de ser igual a antiguidade referida no parágrafo Art. 21 – O cargo policial-militar é considerado vago a partir de
anterior, a antiguidade é estabelecida: sua criação e até que um policial-militar tome posse ou desde que o
a) entre policiais–militares do mesmo Quadro, pela posição nas momento em que o policial-militar exonerado, dispensado ou que
respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o artigo 17; tenha recebido determinação expressa de autoridade competente,
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na gradua- o deixe ou até que o outro policial-militar tome posse, de acordo
ção anterior, se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade, com as normas de provimento previstas no Parágrafo Único do art.
recorrer-se-á sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, a 20.
data de inclusão e à data de nascimento para definir a precedência Parágrafo Único – Consideram-se também vagos os cargos po-
e , neste último caso, o mais velho considerado mais antigo; liciais-militares cujos ocupantes:
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de poli- a) tenham falecido;
ciais-militares, de acordo com o regulamento de respectivo órgão, b) tenham sido considerados extraviados; e
se não estiverem especificamente enquadrados nas letra “a” e “b”. c) tenham sido considerados desertores.
§ 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os policiais-milita- Art. 22 – Função policial-militar é o exercício das obrigações
res da ativa têm precedência sobre os da inatividade. inerentes ao cargo policial-militar.
§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência en- Art. 23 – Dentro de uma mesma organização policial-militar, a
tre os policiais-militares de carreira na ativa e os da reserva remu- seqüência de substituições bem como as normas, atribuições e res-
nerada que as tiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo ponsabilidades relativas, são estabelecidas na legislação específica,
serviço no posto ou graduação. respeitadas a precedência e qualificações exigidas para o cargo ou
Paragrafo REVOGADO tacitamente pela Lei Complementar para o exercício da função.
nº 68, de 23 de março de 2006, que dispõe sobre a promoção de Art. 24 – O policial-militar ocupante do cargo provido em cará-
Praças na Polícia Militar do Piauí [art. 17(...), §1º A promoção das ter efetivo ou interino, de acordo com o Parágrafo Único do art. 20,
praças da Polícia Militar do Estado do Piauí é da competência do faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes ao cargo,
Governador do Estado, mediante proposta do Comandante Geral conforme previsto em lei.
da Corporação. §2º O Governador poderá delegar ao Comandante- Art. 25 – As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade,
-Geral a competência para a promoção das praças.] duração, vulto ou natureza não são catalogadas como posições ti-
Art. 16 – A precedência entre as praças especiais e as demais tuladas em Quadros de Organização ou dispositivo legal são cum-
praças é assim regulada: pridas como “Encargos”, “Incumbência”, “Comissão”, “Serviços” ou
I – Os Aspirantes-a-Oficial PM são hierarquicamente superiores “Atividade”, policial-militar ou de natureza policial-militar.
aos demais praças; Parágrafo Único – Aplica-se, no que couber, ao Encargo, Incum-
II – Os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente superiores aos bência, Comissão, Serviço ou Atividade, policial-militar ou de na-
Subtenentes PM. tureza policial-militar, o disposto neste Capítulo para Cargo Policial
Art. 17 – A Polícia Militar manterá um registro de todos os da- Militar.
dos referentes ao seu pessoal da ativa e da reserva remunerada,
dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções
baixadas pelo Comandante da Corporação.
Art. 18 – REVOGADO. (Lei Complementar nº 68, art.17, §1º, de
23 de março de 2006).

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO II XVIII - abster-se, o policial-militar na inatividade, do uso das de-


DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES signações hierárquica, quando:
a) em atividade político-partidárias;
CAPÍTULO I b) em atividades industrias;
DAS OBRIGAÇÕES POLICIAIS-MILITARES c) em comerciais;
d) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito
SEÇÃO I de assunto políticos ou policiais-militares, excetuando-se os da na-
DO VALOR POLICIAL-MILITAR tureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
e) no exercício de funções de natureza não policial-militar, mes-
Art. 26 – São manifestações essenciais do valor policial-militar: mo oficiais.
I - o sentimento de servir à comunidade, traduzido pela von- XIX – zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos
tade inabalável de cumprir o dever policial-militar e pelo integral seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da
devotamento à manutenção da ordem pública, mesmo com risco ética policial-militar.
da própria vida; Art. 28 – Ao policial-militar da ativa, ressalvado o disposto no
II - o civismo e o culto das tradições históricas; parágrafo segundo, é vedado comerciar ou tomar parte na admi-
III - a fé na elevada missão da Polícia Militar; nistração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar,
IV - o espírito-de-corpo, orgulho do policial-militar pela organi- exceto como acionista ou quotista em sociedade anônima ou por
zação onde serve; quotas de responsabilidade limitada.
V - o amor a profissão policial-militar e o entusiasmo com que
é exercida; e § 1º - Os policiais-militares na reserva remunerada, quando
VI - o aprimoramento técnico-profissional. convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações policiais-
-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de organi-
SEÇÃO II zações ou empresas privadas de qualquer natureza.
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR § 2º - Os policiais-militares da ativa podem exercer diretamen-
te, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no
Art. 27 – O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e presente artigo.
decoro da classe impõe a cada um dos integrantes da Polícia Militar, § 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos inte-
conduta moral e profissional irrepreensíveis, com observância dos grantes do Quadro de Saúde, é-lhes permitido o exercício da ativi-
seguintes preceitos da ética policial-militar: dade técnico-profissional, no meio civil, desde que tal prática não
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da prejudiquem9 o serviço.
dignidade pessoal; Art. 29 – O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá deter-
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções minar aos policiaismilitares da ativa que, no interesse da salvaguar-
que lhe couber em decorrência do cargo; da da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza
III - respeitar a dignidade da pessoa humana; dos seus bens, sempre que houver razões relevantes que recomen-
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instru- dem tal medida.
ções e as ordens das autoridades competentes;
V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação CAPÍTULO II
do mérito dos subordinados; DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e tam-
bém pelo dos subordinados; Art. 30 – Os deveres policiais-militares emanam de vínculo ra-
VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço; cionais e morais que ligam o policial-militar à comunidade estadual
VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente e à sua segurança, e compreendem, essencialmente:
o espírito de cooperação; I - a dedicação integral ao serviço policial-militar e a fidelidade
IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem à instituição à que pertence, mesmo com sacrifício da própria vida;
escrita e falada; II - o culto aos símbolos nacionais;
X - abster-se de tratar, fora do Âmbito apropriado, de matéria III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
sigilosa, relativa à Segurança Nacional; IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
XI - acatar as autoridades civis; V - o rigoroso cumprimento das obrigações; e
XII - cumprir seus deveres de cidadão; VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com ur-
XIII - proceder da maneira ilibada na vida pública e na particu- banidade.
lar; Art. 31 – Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar me-
XIV - observar as normas da boa educação; diante inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de
XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir- honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e
-se como chefe de família modelar; dos deveres policiais-militares e manifestará a sua firme disposição
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de de bem cumpri-los.
modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do Art. 32 – O compromisso a que se refere o artigo anterior terá
respeito e do decoro policial-militar; caráter solene e será prestado na presença da tropa, tão logo o po-
XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para ob- licial-militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com
ter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da Polí-
negócios particulares ou de terceiros; cia Militar, conforme os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Militar do Piauí, prometo regular a minha conduta pelos preceitos CAPÍTULO III
da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES
estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-
-militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comuni- Art. 40 – A violação das obrigações ou dos deveres policiais-
dade, mesmo com o risco de própria vida”. -militares constituirá crime, contravenção penal ou transgressão
§ 1º - O compromisso do Aspirante-Oficial PM será prestado de disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação
acordo com o cerimonial constante do regulamento da Academia peculiares.
de Policia Militar, onde for formado. Esse compromisso obedece- § 1º - A violação dos preceitos da ética policial-militar é tão
rá aos seguintes dizeres: “Ao ser declarado Aspirante-a-Oficial da mais grave quando mais elevado for o grau hierárquico de quem a
Polícia Militar, assumo o compromisso de cumprir rigorosamente cometer
as ordens das autoridades a que estiver subordinado e de me de- § 2º- REVOGADO10 (Revogado expressamente pela Lei Com-
dicar inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da or- plementar nº 90, de 26 de outubro de 2007)
dem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da Art. 41 – A inobservância dos deveres especificados nas leis e
própria vida”. regulamentos ou a falta de exação no cumprimento dos mesmos
§ 2º - Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial PM presta- acarreta para o policial-militar responsabilidade funcional, pecuniá-
rá o compromisso de Oficial, em solenidade especialmente progra- ria, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica.
mada, de acordo com os seguintes dizeres: “Perante a Bandeira do Parágrafo Único – A apuração da responsabilidade funcional,
Brasil e pela minha honra prometo cumprir os deveres do Oficial da pecuniária, disciplinar ou penal, poderá concluir pela incompatibi-
Polícia Militar do Piauí e dedicar-me inteiramente ao seu serviço”. lidade do policial militar com o cargo ou pela incapacidade para o
exercício das funções policiais-militares a ele inerentes.
SEÇÃO II Art. 42 – O Policial-militar que, por sua atuação, se tornar in-
DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO compatível com o cargo ou demonstrar incapacidade no exercício
das funções policiais-militares a ele inerentes, será afastado do car-
Art. 33 – Comando é a soma de autoridade, deveres e respon- go.
sabilidades de que o policial-militar é investido legalmente, quando § 1º - São competentes para determinar o imediato afastamen-
conduz homens ou dirige uma organização policial-militar. O Co- to do cargo ou o impedimento do exercício da função:
mando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerroga- a) o Governador do Estado do Piauí;
tiva impessoal, em cujo exercício o policial-militar se define e se b) o Comandante-Geral da Polícia Militar; e
caracteriza como chefe. c) os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade
Parágrafo Único – Aplica-se à Direção e à Chefia da Organização da legislação ou regulamentação da Corporação.
Policial-Militar, no que couber, o estabelecido para o Comando. § 2º - O policial-militar afastado do cargo, nas condições, men-
Art. 34 – A subordinação não afeta, de modo algum a dignidade cionadas neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer fun-
pessoal do policialmilitar e decorre, exclusivamente, da estrutura ção policial-militar, até a solução final do processo ou das providên-
hierárquica da Polícia Militar. cias legais que couberem no caso.
Art. 35 – O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o Art. 43 – São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tan-
exercício do Comando, da Chefia e da Direção das Organizações Po- to sobre atos de superiores, quanto às de caráter reivindicatória.
liciais-Militares.
Art. 36 – Os subtenentes e sargentos auxiliam e completam as SEÇÃO I
atividades dos Oficiais, quer no adestramento da tropa e no em- DOS CRIMES MILITARES
prego dos meios, quer na instrução e na administração, bem como
no comando de frações de tropa, mesmo agindo isoladamente, nas Art. 44 – Os Conselhos de Justiça, em 1ª instância são com-
atividades de policiamento ostensivo peculiares à Polícia Militar. petentes para processar e julgar os policiais-militares, nos crimes
Parágrafo Único – No exercício das atividades mencionadas definidos em lei como militares.
neste artigo e no comando de elementos subordinados os subte- Art. 45 – Aplicam-se aos policiais-militares, no que couber, as
nentes e sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo disposições estabelecidas no Código Penal Militar.
e pela capacidade profissional e técnica incumbindo-lhes assegurar
a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do SEÇÃO II
serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
diretamente subordinadas e a manutenção, da coesão e do moral
das mesmas praças em todas as circunstâncias. Art. 46 – O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar12 especi-
Art. 37 – Os cabos e soldados são, essencialmente, os elemen- ficará e classificará as transgressões e estabelecerá as normas rela-
tos de execução. tivas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação
Art. 38 – Às praças especiais cabe a rigorosa observância das do comportamento policial-militar e à interposição de recursos con-
prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo- tra as penas disciplinares.
-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profis- § 1º - As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem
sional. ultrapassar de trinta dias.
Art. 39 – Cabe ao policial-militar a responsabilidade integral § 2º - Ao Aluno-Oficial PM aplicam-se também as disposições
pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que disciplinares previstas no estabelecimento de ensino onde estiver
praticar. matriculado.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO III m) porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas


DOS CONSELHOS DE JUSTIFICAÇÃO E DISCIPLINA pela Polícia Militar
Parágrafo Único – REVOGADO pelo art. 83, da Lei nº 5.210, de
Art. 47 – O Oficial presumivelmente incapaz de permanecer 19/09/2001 e pelo disposto no art. 40, §2º, da CF/88. Vide §2º, do
como policial-militar da ativa será submetido a Conselho de Justifi- art. 10, da Lei Complementar nº 68, de 23/03/03).
cação na forma da legislação específica. Art. 50 – O policial-militar que se julgar prejudicado ou ofendi-
§ 1º - O Oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, do por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hie-
poderá ser afastado do exercício de suas funções automaticamente rárquico, poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração,
ou a critério do Comandante-Geral da Polícia Militar, conforme es- queixa ou representação, segundo legislação vigente na Corpora-
tabelecido em Lei específica. ção.
§ 2º - Compete ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, julgar § 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescre-
em única instância os processo oriundos dos Conselhos de Justifica- verá:
ção, na forma estabelecida em Lei específica. a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da
§ 3º - O Conselho de Justificação também poderá ser aplicado comunicação oficial, quanto a ato que decorra da composição de
aos oficiais reformados e na reserva remunerada. Quadro de Acesso;
Art. 48 – O Aspirante-a-Oficial PM, bem como as praças com b) em 120 (cento e vinte) dias corridos, nos demais casos.
estabilidade assegurada, presumivelmente incapaz de permanecer § 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação
como policiais-militares da ativa serão submetidos a Conselho de não podem ser feitos coletivamente.
Disciplina, na forma da legislação específica. § 3º - O policial-militar da ativa que, nos casos cabíveis, se di-
§ 1º - O Aspirante-a-Oficial PM e as praças com estabilidade rigir ao Poder Judiciário, deverá participar, antecipadamente, esta
assegurada, ao serem submetidos a Conselho de Disciplina, serão iniciativa à autoridade a qual estiver subordinado.
afastados das atividades que estiverem exercendo. Art. 51 – Os policiais-militares são alistáveis como eleitores na
§ 2º - Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar julgar forma do que estabelece a Constituição Federal
processos oriundos do Conselho de Disciplina convocados no âmbi-
to da Corporação. SEÇÃO I
§ 3º - O Conselho de Disciplina também poderá ser aplicado as DA REMUNERAÇÃO
praças reformadas e na reserva remunerada.
Art. 52 – A remuneração dos policiais-militares compreendem
TÍTULO III vencimentos ou proventos, indenização e outros direitos e é devida
DOS DIREITOS E DAS PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS–MLITA- em base estabelecidas em lei peculiar.18
RES § 1º - Os policiais-militares na ativa percebem remuneração
constituídas pelas seguintes parcelas:
CAPÍTULO I a) mensalmente:
DOS DIREITOS I - vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;
II - indenizações.
Art. 49 – São direitos dos policiais-militares: b) eventualmente, outras indenizações.
I - garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vanta- § 2º - Os policiais-militares em inatividade percebem:
gens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando Oficial; a) mensalmente: proventos;
II – REVOGADO. Revogado pelo art. 83, da Lei nº 5.210, de b) eventualmente: auxílio – invalidez.
19/09/2001 e pelo disposto no art. 40, §2º, da CF/88. Vide §2º, do § 3º - Os policiais-militares receberão salário-família de confor-
art. 10, da Lei Complementar nº 68, de 23/03/03). midade com a lei que o rege
III - nas condições e nas limitações imposta na legislação e re- Art. 53 – REVOGADO (Revogado expressamente pela Lei Com-
gulamentação específica: plementar nº 90, de 26 de outubro de 2007, ao revogar o art. 59,
a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) anos ou mais anos da Lei nº 5.378/04)
de tempo de efetivo serviço; Art. 54 – REVOGADO (Revogado tacitamente pela Lei nº 6.173,
b) uso das designações hierárquicas; de 02 de fevereiro de 2012, publicada no DOE nº 24, de 02/02/12
c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação; que instituiu o subsídio para os militares estaduais, ativos, inativos
d) percepção de remuneração; do Estado do Piauí, bem como seus pensionistas, na forma do que
e) outros direitos previstos na lei específica que trata da remu- dispõe o art. 37, X e XI, da CF/88)
neração dos policiaismilitares do Estado do Piauí; Art. 55 – REVOGADO (Revogado tacitamente pela Lei nº 6.173,
f) a constituição de pensão policial-militar; de 02 de fevereiro de 2012, publicada no DOE nº 24, de 02/02/12
g) a promoção; que instituiu o subsídio para os militares estaduais, ativos, inativos
h) a transferência para a reserva remunerada, a pedido, ou a do Estado do Piauí, bem como seus pensionistas, na forma do que
reforma; dispõe o art. 37, X e XI, da CF/88)
i) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças; Art. 56 – É proibido acumular remuneração de inatividade.
j) a demissão e o licenciamento voluntário; Parágrafo Único – O disposto neste artigo, não se aplica aos
l) o porte de arma, quando Oficial, em serviço ativo ou em ina- policiais-militares da reserva remunerada e aos reformados, quanto
tividade, salvo aqueles em inatividade por alienação mental ou con- ao exercício do mandado eletivo, quanto ao de função de magisté-
denação por crimes contra a Segurança Nacional ou por atividades rio ou cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de
que desaconselham aquele porte; e serviços técnicos ou especializados.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 57 – Os proventos da inatividade serão previstos sempre Art. 62 – Os policiais-militares têm direito, ainda, aos seguintes
que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se mo- períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as disposi-
dificarem os vencimentos dos policiais-militares em serviço ativo, ções legais e regulamentares, por motivo de :
na percentagem concedida. I - núpcias: 08 (oito) dias;
Parágrafo Único – Ressalvados os casos, previstos em lei, os II - luto: 08 (oito) dias;
proventos de inatividade não poderão exceder a remuneração per- III - instalação: até 10 (dez) dias;
cebida pelo policial-militar da ativa no posto ou na graduação cor- VI - trânsito: até 30 (trinta) dias.
respondente aos dos seus proventos. Parágrafo Único – O afastamento do serviço por motivo de núpcias
ou luto será concedido, no primeiro caso, se solicitado por anteposição,
SEÇÃO II à data do evento e, no segundo caso, tão logo a autoridade a que esti-
DA PROMOÇÃO ver subordinado o policial-militar tenha conhecimento do óbito.
Art. 63 – As férias e os outros afastamentos mencionados nes-
Art. 58 – O acesso na hierarquia policial-militar é seletiva, gra- ta Seção são concedidos com a remuneração prevista na legislação
dual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos
com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de os efeitos legais.
oficiais e de praças22, de modo a obter-se um fluxo regular e equili-
brado de carreira para os policiais-militares a que esses dispositivos SEÇÃO VI
se referem. DAS LICENÇAS
§ 1º - O planejamento da carreira dos oficiais e praças, obede-
cidas as disposições da legislação e regulamentação a que se refere Art. 64 – Licença é a autorização para o afastamento total do
este artigo, é atribuição do Comandante-Geral da Polícia Militar. serviço, em caráter temporário, concedida ao policial-militar, obe-
§ 2º - A promoção é um ato administrativo e tem como fina- decidas as disposições legais e regulamentares.
lidade básica a seleção dos policiais-militares para o exercício de § 1º - A licença poder ser:
funções pertinentes ao grau hierárquico superior. a) especial;
Art. 59 – As promoções serão efetuadas pelos critérios de anti- b) para tratar de interesse particular;
guidade e merecimento ou, ainda post-mortem. c) para tratamento de saúde de pessoa da família;
§ 1º - Em casos extraordinários, poderá haver promoção em d) para tratamento de saúde própria.
ressarcimento de preterição. § 2º - A remuneração do policial-militar, quando no gozo de
§ 2º - A promoção de policiais-militares feita em ressarcimen- qualquer das licenças constantes do parágrafo anterior, é regulada
to de preterição será efetuada segundo o princípio de antiguidade, em legislação peculiar.
recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, Art. 65 – A licença especial é a autorização para afastamento
como se houvesse sido promovido na época devida. total do serviço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo serviço
Art. 60 – Não haverá promoção de policial-militar por ocasião prestado, concedida ao policial-militar que a requerer, sem que im-
de sua transferência para a reserva remunerada ou por ocasião de plique em qualquer restrição para a sua carreira.
sua reforma. § 1º - A licença especial tem a duração de 06 (seis) meses, a
ser gozado de uma só vez, podendo ser parcelada em 02 (dois) ou
SEÇÃO III 03 (três) meses por ano civil, quando solicitado pelo interessado e
DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO julgado conveniente pelo Comandante – Geral da Corporação.
SERVIÇO § 2º - O período de licença especial não interrompe a contagem
do tempo de efetivo serviço.
Art. 61 – Ao policial-militar será concedido obrigatoriamente, § 3º - REVOGADO27 (Revogado tacitamente, pelo art. 75, da Lei
30 (trinta) dias consecutivos de férias, observado o plano elaborado nº 5.378de 10 de fevereiro de 2004).
pela sua Organização Policial-Militar. § 4º - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior
§ 1º - Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar a regu- de qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam
lamentação da concessão das férias anuais. cumpridos atos de serviços, bem como não anula o direito àquelas
§ 2º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo ante- licenças.
rior de licença para tratamento de saúde, por punição decorren- § 5º - Uma vez concedida a licença especial, o policial-militar será
te de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que exerce
estejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito e ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar.
àquelas licenças. § 6º - A concessão da licença especial é regulada pelo Coman-
§ 3º - Somente em casos de interesse de Segurança Nacional, dante-Geral da Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.
de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço ou Art. 66 – A licença para tratar de interesse particular é a auto-
de transferência para a inatividade, o Comandante-Geral poderá rização para afastamento total do serviço, concedida ao policial-mi-
interromper ou deixar de conceder na época prevista, o período litar com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requerer
de férias a que tiverem direito, registrando-se então o fato em seus com aquela finalidade.
assentamentos § 1º - A licença será sempre concedida com prejuízo da remu-
§ 4º - REVOGADO (Revogado tacitamente, pelo art. 74, da Lei neração e da contagem de tempo de efetivo serviço.
nº 5.378de 10 de fevereiro de 2004). § 2º - A concessão de licença para tratar de interesse particu-
lar é regulada pelo Comandante-Geral da Polícia Militar, de acordo
com o interesse do serviço.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 67 – As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas Parágrafo Único – Constituem crimes previstos na legislação
condições estabelecidas neste artigo. específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e em-
§ 1º - A interrupção da licença especial ou de licença para tratar blemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a eles não
de interesse particular poderá ocorrer: tiver direito.
a) em caso de mobilização e estado de guerra; Art. 72 – O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias
b) em caso de decretação de estado de sítio; e emblemas, bem como modelos, descrição, composição, peças,
c) para cumprimento de sentença que importe em restrição de acessórios e outras disposições são estabelecidas na regulamenta-
liberdade individual; ção peculiar da Polícia Militar.
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme for re- § 1º - É proibido ao policial-militar o uso de uniformes:
gulamentado pelo Comandante-Geral da Polícia Militar; e a) em reuniões, programas ou qualquer outra manifestação de
e) em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação caráter políticopartidário;
em inquérito policialmilitar, a juízo da autoridade que efetivar a b) na inatividade, salvo para comparecer a solenidade militar
pronúncia ou a indiciação. e policiais-militares, e, quando autorizado, a cerimônias cívicas co-
§ 2º - A interrupção da licença para tratamento de saúde de memorativas de datas nacionais ou atos sociais solenes de caráter
pessoa da família, para de cumprimento de pena disciplinar que particular;
importe em restrição da liberdade individual, será regulada na le- c) no estrangeiro, quando em atividade não relacionadas com a
gislação da Polícia Militar. missão do policialmilitar, salvo quando expressamente determina-
do ou autorizado.
CAPÍTULO II § 2º - Os policiais-militares na inatividade, cuja conduta possa
DAS PRERROGATIVAS ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, poderão ser
definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão do Co-
Art. 68 – As prerrogativas dos policiais-militares são constituí- mandante-Geral da Polícia Militar.
das pelas honras, dignidade e distinção devidas aos graus hierárqui- Art. 73 – O policial-militar fardado tem as obrigações corres-
cos e cargos. pondentes ao uniforme que usa e aos distintivos, emblemas ou às
Parágrafo Único – São prerrogativas dos policiais-militares: insígnias que ostente.
a) uso de títulos, uniforme, distintivos, insígnias e emblemas Art. 74 – É vedado ao qualquer elemento civil ou organizações
policiais-militares da Polícia Militar, correspondentes ao posto ou civis usar uniforme ou ostentar distintivos, insígnias ou emblemas
à graduação; que possam ser confundidos com os adotados na Polícia Militar.
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhe sejam asse- Parágrafo Único – São responsáveis pela infração das disposi-
guradas em leis ou regulamentos; ções deste artigo os diretores ou chefes de repartições, organiza-
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em ções de qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas e
organização policialmilitar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor te- institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido
nha precedência sobre o preso ou detido; e sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias ou em-
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares. blemas que possam ser confundidos com os adotados na Polícia
Art. 69 – Somente em caso de flagrante delito, o policial-militar Militar.
poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta, obrigada a
entregá-lo imediatamente à autoridade policialmilitar mais próxi- TÍTULO VI
ma, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 1º - Cabe ao Comandante-Geral da Polícia Militar a iniciativa CAPÍTULO I
de responsabilizar a autoridade policial-militar que não cumprir o
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS
disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltra-
tado qualquer policial-militar ou não lhe der o tratamento devido
SEÇÃO I
ao posto ou à sua graduação.
DA AGREGAÇÃO
§ 2º - Se, durante o processo em julgamento no foro comum,
houver perigo de vida para qualquer preso policial-militar, o Co-
Art. 75 – A agregação é a situação na qual o policial-militar da
mandante-Geral da Polícia Militar providenciará os entendimentos
ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica, do seu quadro
com a autoridade judiciária visando à guarda dos pretórios ou tribu-
nais por força policial-militar. nela permanecendo sem número.
Art. 70 – Os policiais-militares da ativa, no exercício de funções § 1º - O policial-militar deve ser agregado quando:
policiais-militares são dispensados do serviço de júri na justiça civil a) REVOGADO (Revogado expressamente pela Lei nº 5.468, de
e do serviço na justiça eleitoral. 18 de julho de 2005).
b) aguardar transferência “ex–ofício” para a reserva remune-
SEÇÃO ÚNICA rada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a
DO USO DOS UNIFORMES DA POLÍCIA MILITAR motivam; e
c) for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo
Art. 71 – Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, de:
insígnias e emblemas são privativos dos policiais-militares e repre- I - ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano con-
sentam o símbolo da autoridade policial-militar com as prerrogati- tínuo de tratamento;
vas que lhe são inerentes. II - ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita
o processo de reforma;

28
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - haver ultrapassado um ano contínuo de licença para trata- Art. 77 – A agregação se faz por ato do Governador do Estado
mento de saúde própria; do Piauí.
IV - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença
para tratar de interesse particular; SEÇÃO II
V - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença DA REVERSÃO
para tratamento de saúde de pessoa da família;
VI - ter sido considerado oficialmente extraviado; Art. 78 – Reversão é o ato pelo qual o policial-militar agregado
VII - haver sido esgotado prazo que caracteriza o crime de de- retorna ao respectivo quadro tão logo cesse o motivo que determi-
serção previsto no Código Penal Militar, se oficial ou praça com es- nou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na
tabilidade assegurada; respectiva escala numérica, na 1ª vaga que ocorrer.
VIII - como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou Parágrafo Único – A qualquer tempo poderá ser determinada
ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar; a reversão do policialmilitar agregado, exceto nos casos previstos
IX - se ver processar, após fiar exclusivamente à disposição da nos incisos I, II, III, VI, VII, VIII, XI, XIV e XV, da alínea “c” do § 1º do
justiça comum; art. 75.
X - haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos sujeito a pro- Art. 79 – A reversão será efetuada mediante ato do Governador
cesso no foro militar; do Estado do Piauí.
XI - ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a
06 (seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a SEÇÃO III
execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar DO EXCEDENTE
ou com ela incompatível;
XII - ter passado à disposição da Secretaria do Governo ou de Art. 80 – Excedente é a situação transitória a que, automatica-
outros órgãos do Estado do Piauí, da União, dos demais Estados ou mente, passa o policialmilitar que:
dos Territórios e dos Municípios, para exercerfunção de natureza I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, re-
civil; verte ao respectivo quadro, estando este com seu efetivo completo;
XIII - ter sido nomeado para qualquer cargo público civil tempo- II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica após
rário, não eletivo, inclusive da administração indireta; haver sido transferido de quadro, estando o mesmo com seu efetivo
XIV - ter-se candidatado a cargo eletivo desde que conte 05 completo;
(cinco) ou mais anos de efetivo serviço; III – REVOGADO (Revogado tacitamente, pelo art. 4º, da Lei
XV - ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do Complementar nº 68, de 23/03/2006 ao não prever dentre os crité-
posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar. rios de promoção, o por “bravura”);
§ 2º - O policial-militar agregado de conformidade com as alí- IV - REVOGADO (Revogado expressamente por DERROGAÇÃO
neas “a” e “b” do § 1º, continua a ser considerado, para todos os pelo art. 29, da Lei Complementar nº 68, de 23/03/2006);
efeitos, em serviço ativo. V - REVOGADO (Revogado expressamente pela Lei Comple-
§ 3º - A agregação do policial-militar, a que se refere a alínea mentar nº 68, de 23/03/2006);
“a” e os itens XII e XIII da letra “c” do § 1º, é contada a partir da data VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por
de posse do novo cargo até o regresso à Corporação ou transferên- incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro, estando este
cia “ex-ofício” para a reserva remunerada. com seu efetivo completo
§ 4º - A agregação do policial-militar, a que se refere os itens I, § 1º - REVOGADO (Revogado expressamente por DERROGA-
III, IV, V e X, da alínea “c” do § 1º, é contada a partir do primeiro dia ÇÃO pela Lei Complementar nº 68, de 23/03/2006);
após os respectivos prazos e enquanto durar o respectivo evento. § 2º - REVOGADO (Revogado expressamente por DERROGA-
§ 5º - A agregação do policial-militar, a que se referem a alínea ÇÃO pela Lei Complementar nº 68, de 23/03/2006);
“b” e item II, VI, VII, VIII, IX e XV, da alínea “c” do § 1º, é contada a § 3º - REVOGADO (Lei Complementar nº 68, de 23/03/2006); .
partir da data indicada no ato que torna público o respectivo even- § 4º - REVOGADO (REVOGADO pelo art. 26, da Lei nº 5.461, de
to. 30 de junho de 2005- Lei de Promoção de Oficiais do CBMEPI).
§ 6º - A agregação do policial-militar, que se refere o item XIV
da alínea “c” do § 1º, é contada a partir da data do registro como SEÇÃO IV
candidato até sua diplomação ou seu regresso à Corporação, se não DO AUSENTE E DO DESERTOR
houver sido eleito.
§ 7º - O policial-militar agregado fica sujeito às obrigações dis- Art. 81 – É considerado ausente o policial-militar que por mais
ciplinares concernentes às suas relações com outros policiais-mili- de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas:
tares e autoridades civis, salvo quando titular do cargo quer lhe dê I – deixar de comparecer à sua Organização Policial Militar sem
precedência funcional sobre outros policiais-militares mais gradua- comunicar qualquer motivo de impedimento; e
dos ou mais antigos. II – ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-militar
§ 8º - Este artigo não será aplicado para os policiais-militares onde serve ou local onde deve permanecer.
nomeados para o Gabinete Militar do Governador do Estado. Parágrafo Único – Decorrido o prazo mencionado neste artigo,
Art. 76 – O policial-militar agregado ficará adido, para efeito de serão observadas as formalidades previstas em legislação específi-
alterações e remuneração, à organização policial-militar que lhe for ca.
designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem nú- Art. 82 – O policial-militar é considerado desertor nos casos
mero, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura “Ag” e previstos na Legislação Penal Militar.
anotações esclarecedoras de sua situação.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO V à realização do diante indenização de todas as despesas correspon-


DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO dentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as dife-
renças de vencimentos.
Art. 83 – É considerado desaparecido o policial-militar da ativa § 2º - Não será concedida transferência para a reserva remune-
que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em opera- rada, a pedido, ao policial-militar que:
ções policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver pa- a) estiver respondendo inquérito ou processo em qualquer ju-
radeiro ignorado por mais de 08 (oito) dias. risdição; e
Parágrafo Único – A situação de desaparecimento só será con- b) estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
siderado quando não houver indício de deserção. Art. 90 – REVOGADO38 (Lei Complementar nº 84, de 07 de
Art. 84 – O policial-militar que, na forma do artigo anterior, per- maio de 2007)
manecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, será oficialmen- § 1º - REVOGADO39 (Lei Complementar nº 84, de 07 de maio
te considerado extraviado. de 2007)
§ 2º - REVOGADO40 (Lei Complementar nº 84, de 07 de maio
CAPÍTULO II de 2007)
DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO § 3º - REVOGADO41 (Lei Complementar nº 84, de 07 de maio
de 2007)
Art. 85 – O desligamento ou a exclusão do serviço ativo da Polí- Art. 91 – A transferência “ex-ofício” para a reserva remunera-
cia Militar é feito em conseqüência de: da, verificar-se-á sempre que o policial-militar incidir nos seguintes
I - transferência para a reserva remunerada; casos:42
II - reforma; I – O oficial ou a praça atingirem a idade-limite de 63(sessenta e
III - demissão; três) anos, e 66(sessenta e seis) anos para o Capelão Militar.
IV - perda de posto e patente; a) REVOGADA pelo art. 2º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de
V - licenciamento; 2016, DOE nº 91, de 16/05/16;
VI - exclusão a bem da disciplina; b) REVOGADA pelo art. 2º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de
VII - deserção; 2016, DOE nº 91, de 16/05/16;
VIII - falecimento; e c) REVOGADA pelo art. 2º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de
IX -extravio. 2016, DOE nº 91, de 16/05/16.
Parágrafo Único – O desligamento de serviço ativo só ocorrerá II - REVOGADO44 (Lei nº 6.414, de 24/09/14)
após a expedição de ato de autoridade competente. a) REVOGADO45 (Lei nº 6.414, de 24/09/14)
Art. 86 – A transferência para a reserva remunerada ou a re- b) REVOGADO46(Lei nº 6.414, de 24/09/14)
forma não isentam o policial-militar da indenização dos prejuízos III - ser oficial considerado não habilitado para o acesso, em ca-
causados à Fazenda do Estado ou a terceiro, nem ao pagamento das ráter definitivo, no momento em que vier ser objeto de apreciação
pensões decorrentes de sentença judicial. para ingresso em Quadro de Acesso;
Art. 87 – O policial-militar da ativa, enquadrado em um dos IV - ultrapassar 02 (dois) anos, contínuos ou não, em licença
itens I, II e V, do art. 85, ou demissionário a pedido, continuará no para tratar de interesse particular;
exercício de suas funções até ser desligado da Organização Policial V - ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para trata-
Militar em que serve. mento de saúde de pessoa da família.
Parágrafo Único – O desligamento da Organização Policial-mili- VI - ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento, contínuo ou
tar em que serve deverá ser feito após a publicação em Diário Ofi- não, agregado em virtude de ter sido empossado em cargo público
cial ou Boletim da Corporação do ato correspondente, e não poderá civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
exceder de 45 (quarenta e cinco) dias da data da primeira publica- VII - ser diplomado em cargo eletivo, desde que conte 05 (cin-
ção oficial. co) ou mais anos de efetivo serviço;
VIII - após 03 (três) indicações para freqüentar os Cursos: Su-
SEÇÃO I perior de Polícia; de Aperfeiçoamento de Oficiais ou de Aperfeiçoa-
DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA mento de Sargentos. A transferência para a reserva remunerada
dar-se-á após a 3ª indicação, mediante parecer da Comissão de
Art. 88 – A passagem do policial-militar à situação de inativida- Promoções e de decisão do Comandante- Geral.
de mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua: § 1º - A transferência para a reserva remunerada processar-se-
I - a pedido; -á à medida que o policial-militar for enquadrado em um item deste
II - em condições especiais; e artigo.
III - “ex-ofício”. § 2º - A nomeação do policial-militar para os cargos de que tra-
Art. 89 – A transferência para a reserva remunerada, a pedi- ta o item VI, somente poderá ser feita;
do, será concedida, mediante requerimento, ao policial-militar que a) pela autoridade federal competente;
conte, no mínimo, 30 (trinta) anos de serviços. b) pelo Governador do Estado ou mediante sua autorização,
§ 1º - No caso do policial-militar haver realizado qualquer curso nos demais casos.
ou estágio de duração superior a 06 (seis) meses, por conta do Esta- § 3º - Ao policial-militar enquanto permanecer no cargo de que
do do Piauí, no Exterior, sem haver decorrido 03 (três) anos de seu trata o item VI:
término, a transferência par a reserva remunerada, só será conce- a) ser-lhe-á assegurado a opção entre a remuneração do cargo
dida mediante indenização de todas as despesas correspondentes e a do posto ou de graduação;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

b) somente poderá ser promovido por antigüidade; Art. 97 – A situação de inatividade do policial-militar da reserva
c) ser-lhe-á contado o tempo de serviço para efeito da promo- remunerada quando reformado por limite de idade, não sofre so-
ção por antigüidade ou transferência para a inatividade. lução de continuidade, exceto quanto às condições de convocação.
§ 4º - O policial-militar transferido “ex-ofício” para a reserva Art. 98 – A incapacidade definitiva pode sobrevir em conse-
remunerada por incidir nos itens I e II deste artigo terá os seus pro- qüência de:
ventos calculados tomando-se por base o soldo integral do seu pos- I – ferimento recebido na manutenção da ordem pública ou
to ou graduação. enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenha sua causa
Art. 92 – A transferência do policial-militar para a reserva re- eficiente;
munerada poderá ser suspensa na vigência do estado de guerra, II – acidente em serviço;
estado de sítio ou em caso de mobilização. III – doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação
Art. 93 – O oficial da reserva remunerada poderá ser convo- de causa e efeito a condições inerentes ao serviço;
cado para o serviço ativo por ato do Governador do Estado para IV – tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia, maligna,
compor Conselho de Justificação, para ser encarregado de Inquérito cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
Policial Militar ou incumbido de outros procedimentos administra- grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante,
tivos, na falta de oficial da ativa em situação hierárquica compatível nefopatia grave e outras moléstias que a lei indicar com base nas
com a do oficial envolvido. conclusões da medicina especializada;
§ 1º - O oficial convocado nos termos deste artigo, terá os di- V – acidente ou doença, moléstia ou enfermidade sem relação
reitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto de causa e efeito com o serviço.
quanto à promoção a que não concorrerá, e contará como acrésci- § 1º - Os casos de que tratam os itens I, II e III, deste artigo
mo esse tempo de serviço. serão provados por atestados de origem ou inquérito sanitário de
§ 2º A convocação de que trata este artigo dependerá da origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas
anuência do convocado, precedida de inspeção de saúde, não po- de tratamento nas enfermidades e hospitais, e os registros de baixa,
dendo ser superior a 12 (doze) meses. utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão
SEÇÃO II basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em observações clí-
DA REFORMA nicas, acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo
a comprovar com segurança, a atividade da doença, após acom-
Art. 94 – A passagem do policial-militar à situação de inativida- panhar sua evolução até 03 (três) períodos de 06 (seis) meses de
de, mediante reforma, se efetua “ex–ofício”. tratamento clínico – cirúrgico metódico atualizado e, sempre que
Art. 95 – A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de formas “grande-
ao policial-militar que: mente avançadas” no conceito clínico e sem qualquer possibilidade
I - O oficial ou a praça atingirem a idade-limite de 68 (sessenta de regressão completa, as quais, terão parecer imediato da incapa-
e oito) anos,de permanência na reserva remunerada, aplicando-se cidade definitiva.
o mesmo limite de idade ao Capelão Militar; § 3º - O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose,
a) REVOGADA pelo art. 3º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de para os portadores de lesões aparentemente inativas, ficará condi-
2016, DOE nº 91, de 16/05/16; cionado a um período de consolidação extranosocomial nunca infe-
b) REVOGADA pelo art. 3º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de rior a 06 (seis) meses contados a partir da época da cura.
2016, DOE nº 91, de 16/05/16; § 4º - Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio
c) REVOGADA pelo art. 3º, da Lei nº 6.821, de 16 de maio de mental ou neuro-mental grave persistente, no qual, esgotados os
2016, DOE nº 91, de 16/05/16. meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa ou
II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da considerável da personalidade, destruindo a autodeterminação do
Polícia Militar; pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente im-
III - estiver agregado por mais de 02 (dois) anos, por ter sido possibilitado para qualquer trabalho.
julgado incapaz temporariamente, mediante homologação da Junta § 5º - Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epi-
de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável; lepsias psíquicas e neurológicas, assim julgadas pelas Juntas de Saú-
IV - for condenado à pena de reforma, prevista no Código Penal de.
Militar, por sentença passada em julgado; § 6º - Consideram-se paralisia, todo caso de neuropatia grave e
V - sendo Oficial, tiver sido determinado por decisão transitado definitiva que afeta a mobilidade, sensibilidade, troficidade e mais
em julgado; funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de trata-
VI - sendo Aspirante-a-Oficial PM e Praça com estabilidade as- mento, permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos que
segurada, for para tal indicado ao Comandante-Geral da Polícia Mi- tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para
litar, em julgamento de Conselho de Disciplina. qualquer trabalho.
Parágrafo Único – O policial-militar reformado, na forma do
§ 7º - São também equiparados às paralisias os casos de afec-
item V, só poderá readquirir a situação policial-militar anterior, por
ções ósteo-músculoarticulares graves e crônicas (reumatismos gra-
outra sentença do Poder Judiciário e nas condições nela estabele-
ves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos quais es-
cidas, e, na forma do item VI, por decisão do Comandante-Geral da
gotados os meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios
Polícia Militar.
extensos e definitivos, quer ósteo-músculo-articulares residuais,
Art. 96 – Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de pessoal
quer secundários das funções nervosas, motilidade, troficidade ou
da Corporação, organizará a relação dos policiais-militares que hou-
mais funções que tornem o indivíduo total e permanentemente im-
verem atingindo a idade limite de permanência na reserva remune-
rada, a fim de serem reformados. possibilitado para qualquer trabalho.

31
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 8º - São equiparados à cegueira, não só os casos de afecções b) não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas
crônicas, progressivas e incuráveis, que conduzirão à cegueira total, neste artigo.
como também os de visão rudimentar que permitam a percepção § 3º - Os processos e os atos de registros de interdição do po-
de vultos, não susceptíveis de correção por lentes, nem removíveis licial-militar terão andamento sumário, serão instruídos com laudo
por tratamento médico-cirúrgico. proferido por Junta de Saúde e isentos de custas.
Art. 99 – O policial-militar da ativa, julgado incapaz definitiva- Art. 104 – Para fins do previsto na presente seção, as Praças
mente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III e IV do art. constantes do quadro a que se refere o artigo 14, são consideradas:
98, será reformado com qualquer tempo de serviço. I – Segundo Tenente PM: os Aspirantes-a-Oficiais PM;
Art. 100 – O policial-militar da ativa, julgado incapaz definiti- II – Aspirante a Oficial PM: os alunos-oficiais PM;
vamente por um dos motivos constantes do item I, do art. 98, será III – Terceiro Sargento PM: os Alunos do Curso de Formação de
reformado com a remuneração calculada com base no soldo cor- Sargentos PM;
respondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir da ativa. IV – Cabo: os alunos do Curso de formação de Cabo PM e de
§ 1º - Aplica-se o disposto neste artigo, aos cargos previstos nos Soldado PM.
itens II, III e IV, do art. 98, quando verificada a incapacidade definiti-
va, for o policial-militar considerado inválido, isto é, impossibilitado SEÇÃO III
total e permanentemente para qualquer trabalho. DA DEMISSÃO; DA PERDA DO POSTO E DA PATENTE E DA DE-
§ 2º - Considera-se, para efeito deste artigo, grau hierárquico CLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU INCOMPATIBILIDADE COM O
imediato: OFICIALATO
a) o de Primeiro Tenente PM, para Aspirante-a-Oficial PM;
b) o de Segundo Tenente PM, para Subtenente PM, Primeiro Art. 105 – A demissão da Polícia Militar, aplicada exclusivamen-
Sargento PM, Segundo Sargento PM e Terceiro Sargento PM; te aos oficiais, efetua-se:
c) o de Terceiro Sargento PM, para Cabo PM e Soldado PM. I – a pedido; e
§ 3º - Aos benefícios previstos neste artigo e seus parágrafos II – “ex-ofício”.
poderão ser acrescidos outros relativos à remuneração, estabeleci- Art. 106 – A demissão a pedido será concedida, mediante re-
dos em leis peculiares, desde que o policial-militar, ao ser reforma- querimento do interessado:
do, já satisfaça as condições por elas exigidas. I – sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de
Art. 101 – O policial-militar da ativa, julgado incapaz definiti- 05(cinco) anos de oficialato, na Corporação;
vamente por um dos motivos constantes do item V, do art. 98, será II – com indenização das despesas feitas pelo Estado do Piauí,
reformado: com a sua preparação e formação, quando contar menos de 05 (cin-
I – com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Ofi- co) anos de oficialato, na Corporação.
cial ou Praça com estabilidade assegurada; e § 1º No caso do Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de
II – com remuneração calculada com base no soldo integral do duração igual ou superior a 06 (seis) meses e inferior ou igual a 18
posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de serviço, (dezoito) meses, por conta do Estado do Piauí, e não tendo decorri-
seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanen- do mais de 03 (três) anos do seu término, a demissão só será conce-
temente para qualquer trabalho. dida mediante indenização de todas as despesas correspondentes
Art. 102 – O policial-militar reformado por incapacidade defini- ao referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das previstas
tiva que for julgado apto em inspeção de saúde por Junta de Saúde, no item II, deste artigo e das diferenças de vencimentos.
em grau de recursos ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou § 2º - No caso do Oficial ter feito qualquer curso ou estágio
ser transferido par a reserva remunerada, conforme dispuser regu- de duração superior a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado do
lamentação peculiar. Piauí, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido houver decorrido mais de 05 (cinco) anos de seu término.
na situação de reforma não ultrapassar 02 (dois) anos e na forma do § 3º - O Oficial demissionário, a pedido, não terá direito a qual-
disposto no § 1º, do artigo 80; quer remuneração, sendo a sua situação militar definida pela Lei do
§ 2º - A transferência para a reserva remunerada, observado Serviço Militar.
o limite de idade para permanência nessa situação, ocorrerá se o § 4º - O direito à demissão, a pedido, poderá ser suspenso, na
tempo decorrido na situação de reformado, ultrapassar 02 (dois) vigência do estado de guerra, calamidade pública, perturbação da
anos. ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização.
Art. 103 – O policial-militar reformado por alienação mental en- Art. 107 – O Oficial da ativa empossado em cargo público per-
quanto não ocorrer a designação do curador, terá sua remuneração manente, estranho à sua carreira e cuja função não seja de magis-
paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob sua guarda e tério, será imediatamente, mediante demissão “ex– ofício” por esse
responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno. motivo transferido para a reserva, onde ingressará com posto que
§ 1º - A interdição judicial do policial-militar, reformado por possuía na ativa, não podendo acumular qualquer provento de ina-
alienação mental, deverá ser providenciada junto ao Ministério Pú- tividade com a remuneração do cargo público permanente.
blico, por iniciativa de beneficiário, parentes ou responsáveis, até Art. 108 – O Oficial que houver perdido o posto e a patente será
60 (sessenta) dias a contar da data do ato da reforma. demitido “exofício”, sem direito a qualquer remuneração ou indeni-
§ 2º - A interdição judicial do policial-militar e seu internamen- zação e terá a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
to em instituição apropriada, policial-militar ou não, deverão ser Art. 109 – O Oficial perderá o posto e a patente de for decla-
providenciados pela Corporação quando: rado indigno de oficialato, ou com ele incompatível por decisão
a) não houver beneficiários, parentes ou responsáveis; ou se transitado em julgado, do Tribunal de Justiça, em decorrência do
não o requerer no prazo previsto no § 1º; julgamento a que for submetido.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único – O Oficial declarado indigno do oficialato ou II – se assim tiver decidido o Conselho Permanente de Justiça,
com ele incompatível, e condenado à perda do posto e patente só por haverem perdido a nacionalidade brasileira;
poderá readquirir a situação policialmilitar anterior por outra sen- III – nos casos que motivaram o julgamento pelo Conselho de
tença do Tribunal de Justiça e nas condições nelas estabelecidas. Disciplina previstas no art. 48, e neste forem considerados culpa-
Art. 110 – Fica sujeito à declaração de indignidade para o ofi- dos.
cialato, ou de incompatibilidade com o mesmo por julgamento do Parágrafo Único – O Aspirante a Oficial PM ou a Praça com esta-
órgão competente do Poder Judiciário, o oficial que: bilidade assegurada que houver sido excluído a bem da disciplina só
I – for condenado por tribunal civil ou militar à pena restritiva poderá readquirir a situação policial-militar anterior:
de liberdade individual superior a 02 (dois) anos em decorrência de a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas
sentença condenatória passado em julgado com a declaração por condições nela estabelecidas, se a exclusão for conseqüência de
expressa dessa medida; sentença daquele Conselho; e
II – for condenado por sentença passado em julgado por crime b) por decisão do Comandante-Geral da Polícia Militar, se a ex-
para os quais o Código Penal Militar comina essas penas acessó- clusão for conseqüência de ter sido julgado culpado com Conselho
rias e por crimes previstos na legislação concernente à Segurança de Disciplina.
Pública; Art. 115 – É da competência do Comandante – Geral da Polícia
III – incidir nos casos previstos em lei específica, que motivam Militar o ato de exclusão a bem da disciplina do Aspitante-a-Oficial
apreciação por Conselho de Justificação e neste for considerado PM, bem como das praças com estabilidade assegurada.
culpado. Art. 116 – A exclusão da praça a bem da disciplina acarreta
IV – tiver perdido a nacionalidade brasileira. perda do seu grau hierárquico e não a isenta das indenizações dos
prejuízos causados à Fazenda do Estado do Piauí ou a terceiros, nem
SEÇÃO IV das pensões decorrentes da sentença judicial.
DO LICENCIAMENTO Parágrafo Único – A praça excluída a bem da disciplina não terá
direito a qualquer remuneração ou indenização a sua situação mili-
Art. 111 – O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente tar será definida pela Lei do serviço Militar.
às praças, se efetua:
I – a pedido; e SEÇÃO VI
II – “ex-ofício”. DA DESERÇÃO
§ 1º - O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde
que não haja prejuízo para o serviço, à praça engajada ou reengaja- Art. 117 – A deserção do policial-militar, acarreta uma interrup-
da que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se ção do serviço policial-militar, com a conseqüente demissão “ex–
obrigou. ofício” para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.
§ 2º - O licenciamento “ex-ofício” será feito na forma da legis- § 1º - A demissão do oficial ou a exclusão da praça com estabili-
lação peculiar: dade assegurada processar-se-á após 01 (um) ano de agregação, se
a) por conclusão de tempo de serviço; não houver captura ou apresentação voluntária antes deste prazo.
b) por conveniência do serviço; e § 2º - A praça sem estabilidade assegurada será automatica-
c) a bem da disciplina. mente excluída após oficialmente declarada desertora.
§ 3º - O policial-militar licenciado não tem direito a qualquer § 3º - O policial-militar desertor, que for capturado ou que se
remuneração e terá a sua situação militar definitiva pela Lei do Ser- apresentar voluntariamente depois de haver sido demitido ou ex-
viço Militar. cluído, será reincluído no serviço ativo e a seguir agregado para se
§ 4º - O licenciamento50 “ex-ofício” a bem da disciplina recebe- ver processar.
rá o Certificado de Isenção previsto na Lei do Serviço Militar. § 4º - A reinclusão em definitivo do policial-militar, de que trata
Art. 112 – O Aspirante-a-Oficial PM e as demais praças empos- o parágrafo anterior, dependerá da sentença do Conselho de Justi-
sadas em cargos públicos permanente, estanho à sua carreira e cuja ça.
função não seja de magistério, serão imediatamente licenciados
“ex-ofício”, sem remuneração e terão sua situação militar definida SEÇÃO VII
pela Lei do Serviço Militar. DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO
Art. 113 – O direito ao licenciamento a pedido poderá ser sus-
penso na vigência do Estado de Guerra, Calamidade Pública, Pertur- Art. 118 – O falecimento do policial-militar da ativa acarreta
bação da Ordem Interna, Estado de Sítio ou em caso de mobilização. interrupção do serviço policial militar, com o conseqüente desliga-
mento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência
SEÇÃO V do óbito.
DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA Art. 119 – O extravio do policial-militar da ativa acarreta inter-
rupção do serviço policial militar, com o conseqüente afastamento
Art. 114 – A exclusão a bem da disciplina, será aplicada “ex-o- temporário de serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for
fício” ao Aspirante a Oficial PM ou às praças com estabilidade as- oficialmente considerado extraviado.
segurada. § 1º - O desligamento do serviço ativo será feito 06 (seis) meses
I – se assim houver decidido o Conselho Permanente de Justiça após a agregação por motivo de extravio.
ou se a Justiça Comum houver aplicado pena restritiva de liberda- § 2º - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, cala-
de individual superior a 02 (dois) anos, em sentença transitado em midade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o
julgado51; extravio ou o desaparecimento do policial-militar da ativa será con-

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

siderado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam III – REVOGADO55 (Revogado expressamente por DERROGA-
esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando ÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008);
se dêem por encerradas as providências de salvamento. IV – REVOGADO56 (Revogado expressamente por DERROGA-
Art. 120 – O reaparecimento do policial-militar extraviado ou ÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008);
desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclu- § 1º - REVOGADO57 (Revogado expressamente por DERROGA-
são e nova agregação, enquanto se apurar as causas que derem ori- ÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008);
gem ao seu afastamento. § 2º - REVOGADO58 (Revogado expressamente por DERROGA-
Parágrafo Único – O policial-militar reaparecido será submetido ÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008);
a Conselho e Justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão § 3º - Não é computável, para efeito algum, o tempo:
do Comandante Geral da Polícia Militar, se assim for julgado neces- a) que ultrapassar de 01(um) ano, contínuo ou não, em licença
sário. para tratamento de saúde de pessoa da família;
b) passado de licença para tratar de interesse particular;
SEÇÃO III c) passado como desertor;
DO TEMPO DE SERVIÇO d) decorrido em cumprimento de pena ou suspensão de exer-
cício do posto, graduação, cargo ou função, por sentença passada
Art. 121 – Os policiais-militares começam contar tempo de ser- em julgado;
viço na Polícia Militar a partir da data de sua inclusão, matrícula em e) decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade,
órgão de formação de policiais-militares ou nomeação para posto por sentença passada em julgado, desde então não tenha sido con-
ou graduação na Polícia Militar. cedida suspensão condicional da pena, quando então, o tempo que
§ 1º - Considera-se como data de inclusão, para fins deste ar- exceder ao período da pena será computado para todos os efeitos,
tigo: caso as condições estipuladas na sentença não o impeçam.
a) a data em que o policial-militar é considerado incluído em Art. 125 – O tempo que o policial-militar vier a passar afastado
uma Organização Policial Militar; do exercício de suas funções em conseqüência de ferimentos rece-
b) a data de matrícula em órgão de formação de policiais-mi- bidos em recebidos em acidentes quando em serviço, na manuten-
litares; e ção da ordem pública ou de moléstia adquirida no exercício de qual-
c) a data da apresentação pronto para o serviço no caso de no- quer função policial-militar, será computado como se ele estivesse
meação. passado no exercício daquelas funções.
§ 2º - O policial-militar reincluído começa a contar tempo de Art. 126 – O tempo passado pelo policial-militar no exercício
serviço na data de reinclusão. de atividades decorrentes ou dependentes de operações de guerra
§ 3º - Quando, por motivo de força maior oficialmente reco- será regulado em legislação específica.
nhecida (inundação, naufrágio, incêndio, sinistro aéreo e outras Art. 127 – O tempo de serviço dos policiais-militares benefi-
calamidades), faltarem dados para contagem de tempo de serviço, ciados por anistia será contado como estabelecer o ato legal que a
caberá ao Comandante-Geral da Polícia Militar arbitrar o tempo a conceder.
ser computado, para cada caso particular, de acordo com os ele- Art. 128 – A data limite estabelecida para final de contagem dos
mentos disponíveis. anos de serviço, para fins de passagem para a inatividade, será a do
Art. 122 – Na apuração do tempo de serviço do policial-militar desligamento do serviço ativo.
será feita a distinção entre: Parágrafo Único – A data limite não poderá exceder a 45 (qua-
I – tempo de efetivo serviço; e renta e cinco) dias, dos quais um máximo de 15 (quinze) dias no
II – anos de serviço. órgão encarregado de efetivar a transferência, da data da publica-
Art. 123 – Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo, com- ção do ato da transferência para a reserva remunerada ou reforma
putado dia-a-dia, entre a data de inclusão e a data limite estabe- em Diário Oficial ou Boletim da Corporação, considerada sempre a
lecida para contagem ou a data de desligamento do serviço ativo, primeira publicação oficial.
mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado. Art. 129 – Na contagem dos anos de serviços não poderá ser
§ 1º - Será também computado como tempo de efetivo serviço, computado qualquer superposição dos tempos de serviço público
o tempo passado diaa-dia, pelo policial-militar na reserva remune- (federal, estadual e municipal ou passado em órgão da administra-
rada que for convocado para o exercício da função policial-militar, ção direta) entre si nem como os de acréscimos de tempo para os
na forma do art. 93. possuidores de curso universitário, e nem com o tempo de serviço
§ 2º - Não será deduzido do tempo de efetivo além dos afasta- computável após a inclusão na Polícia Militar, matrícula em órgão
mentos previstos no artigo 63, os períodos em que o policial-militar de formação policial-militar ou nomeação para posto ou graduação
estiver afastado do exercício de suas funções em gozo de licença na Corporação.
especial.
§ 3º - Ao tempo de serviço de que trata este artigo e seus pa- CAPÍTULO IV
rágrafos apurados e totalizados em dias, será aplicado o divisor 365 DO CASAMENTO
(trezentos e sessenta e cinco), para a correspondente obtenção dos
anos de efetivo serviço Art. 130 – O policial-militar da ativa pode contrair matrimônio,
Art. 124 – REVOGADO52 (Revogado expressamente por DERRO- desde que observada a legislação civil específica.
GAÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008) § 1º - É vedado o casamento ao Aluno – Oficial PM, e demais
I – REVOGADO53 (Revogado expressamente por DERROGAÇÃO praças enquanto estiverem sujeitos aos regulamentos dos órgãos
pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008); de Formação de Oficiais, de graduados e de praças, cujos requisitos
II – REVOGADO54 (Revogado expressamente por DERROGA- para admissão exijam a condição de solteiro, salvo em casos excep-
ÇÃO pelo art. 24, da Lei Complementar nº 103, de 15/05/2008); cionais, a critério do Comandante –Geral da Corporação.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º - O casamento com mulher estrangeira, somente só pode-


rá ser realizado após a autorização do Comandante Geral da Polícia LEI ESTADUAL Nº 3.729, DE 27/05/1980 (CONSELHO DE
Militar. DISCIPLINA DA POLÍCIA MILITAR E CORPO DE BOM-
Art. 131 – O Aluno- Oficial PM, e demais praças que contrariem BEIROS DO ESTADO DO PIAUÍ)
matrimônio em desacordo com o § 1º do artigo anterior, serão ex-
cluídas sem direito a qualquer remuneração ou indenização. LEI Nº 3.729 , DE 27 DE MAIO DE 1980

CAPÍTULO V Dispõe sobre o Conselho de Disciplina da Polícia Militar e Cor-


DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO po de Bombeiros do Estado do Piauí e dá outras providências.

Art. 132 – As dispensas constituem reconhecimento dos bons O GOVERNADO DO ESTADO DO PIAUÍ,
serviços prestados pelos policiais-militares. Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Piauí de-
§ 1º - São recompensas policiais-militares: creta e eu sanciono a seguinte Lei:
a) prêmios de Honra ao Mérito; Art. 1º - O Conselho de Disciplina destina-se a apreciar a inca-
b) condecoração por serviços prestados; pacidade dos Aspirantes a Oficial, Subtenentes, Sargentos, Cabos e
c) elogios, louvores e referências elogiosas; e Soldados da Polícia Militar ( ou Corpo de Bombeiros) do Estado do
d) dispensas do serviço. Piauí, com estabilidade assegurada, para permanecerem na ativa,
§ 2º - As recompensas serão concedidas de acordo com as nor- bem como, dos Aspirantes a Oficial e das demais praças, reforma-
mas estabelecidas nas leis e nos regulamentos da Polícia Militar. dos ou na reserva remunerada, de permanecerem na situação de
Art. 133 – As dispensas do serviço são autorizações concedidas inatividade em que se encontram, criandolhe, ao mesmo tempo,
aos policiaismilitares para o afastamento total do serviço, em cará- condições para se defenderem.
ter temporário. Art. 2º - Serão submetidas a Conselho de Disciplina, “ex. - ofí-
Art. 134 – As dispensas do serviço podem ser concedidas aos cio”, as praças referidas no Art. 1º:
policiais-militares: I – Acusadas oficialmente ou por qualquer meio lícito de comu-
I – como recompensa; nicação social, de terem:
II – para desconto em férias; e a) Procedido incorretamente no desempenho do cargo de que
III – em decorrência de prescrição médica. estejam investidas;
Parágrafo Único – As dispensas de serviço serão concedidas b) Tido conduta (civil ou policial – militar) irregular ; ou
com a remuneração integral e computadas com o tempo de efetivo c) Praticado ato que afete a honra pessoal, a administração, o
serviço. pundonor policial – militar ou decoro da classe.
Art. 135 – A assistência religiosa à Polícia Militar do Estado do II – Afastadas do cargo ou função, na forma da Legislação Poli-
Piauí é regulada por legislação específica. cial – Militar, por se tornarem incompatíveis com os mesmos ou de-
monstrarem incapacidade no exercício de função policial – militar
TÍTULO V a elas inerentes, salvo se afastamento for em decorrência de fatos
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS que motivem sua submissão a processo.
III – Condenadas por crime de natureza dolosa, não prevista na
Art. 136 – É vedado o uso por parte da organização civil, de de- Legislação especial, concernentes à Segurança Nacional, em Tribu-
signações que possam sugerir sua vinculação à Polícia Militar. nal Civil e Militar, à pena restritiva de liberdade individual até dois
Parágrafo Único – Excetuam-se das prescrições deste artigo, as (02) anos(mínimo) tão logo transite em julgado a sentença; ou
associações, clubes, círculos e outros que congregam membros da IV – Pertencentes a partidos políticos ou associações, suspen-
Polícia Militar que se destinam exclusivamente, a promover inter- sos ou dissolvidos por força de disposição legal ou decisão judicial,
câmbio social e assistência entre policiais-militares e seus familiares ou que exerçam atividade prejudiciais ou perigosas à Segurança Na-
e entre esses e a sociedade civil local. cional.
Art. 137 – O Estado concederá pensão, na forma que dispuser Parágrafo Único – São consideradas, entre outras, para os efei-
em Lei, à família do policial-militar falecido ou extraviado. tos desta Lei, pertencentes a partido ou associação a que se refere
Art. 138 – São adotados na Polícia Militar, em matéria não re- este artigo, as praças constantes no art. 1º que, ostensiva ou clan-
gulada na Legislação Estadual, os regulamentos e leis em vigor no destinamente:
Exército Brasileiro, até que sejam adotados e regulamentos pecu- a) Estejam inscritos como seus membros;
liares. a) Prestem serviços ou angariam valores em seu benefícios;
Art. 139 – Após a vigência do presente Estatuto, serão a ele b) Realizem propaganda de suas doutrinas; ou
ajustados todos os dispositivos legais e regulamentares que com ele c) Colaborem, por qualquer forma, mas sempre do modo ine-
tenham pertinência. quívoco, em suas atividades.
Art. 140 – O Oficial superior ou intermediário que, na data da Art. 3º - As praças da ativa, constantes no Art. 1º, ao serem
publicação desta lei, já tiver incidido nas disposições previstas nos submetidas a Conselho de Disciplina, serão afastadas do exercício
incisos I, do art. 61, e que estejam desempenhando função ou cargo de suas funções.
em comissão, nomeado pelo Governador do Estado, não será trans- Art. 4º - A nomeação do Conselho de Disciplina, por delibera-
ferido “exofício” para a reserva remunerada, enquanto permanecer ção própria ou por ordem superior, será da competência do Coman-
nessa situação. dante Geral da Polícia Militar do Piauí.
Art. 141 – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, Art. 5º - O Conselho de Disciplina será composta de três(03)
revogada as disposições em contrário. Oficiais da Corporação policial – militar.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º - O membro mais antigo do Conselho de Disciplina, no mí- b) No caso do item III do art. 2º, levados em consideração os
nimo um Oficial intermediário (Capitão), será o Presidente, o que preceitos da aplicação da pena prevista no Código Penal Militar,
se lhe seguir em antigüidade será o interrogante e relator e, o mais está, ou não, incapaz de permanecer na ativa ou não na situação
moderno, o escrivão. em que se encontra na inatividade.
§ 2º - Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina; § 2º - A decisão do Conselho de Disciplina será tomada por
a) O Oficial que formulou a acusação; maioria de votos de seus membros .
b) Os Oficiais que tenham, entre si, com o acusador ou com o § 3º - Quando houver vencido, será facultada a sua justificação
acusado, parentesco consangüíneo ou afim, até o quarto grau; por escrito.
c) Os Oficiais quer tenham particular interesse na decisão do § 4º - Elaborado o relatório, com um termo de encerramento, o
Conselho de Disciplina. Conselho de Disciplina remeterá o processo ao Comandante Geral
Art. 6º - O Conselho de Disciplina funcionará sempre com a da Polícia Militar do Piauí.
totalidade de seus membros, em local onde seu Presidente julgar Art. 13 – Recebido os autos do processo do Conselho de Disci-
melhor indicado, para apuração do fato. plina, o Comandante Geral, dentro do prazo de vinte (20) dias, acei-
Art. 7º - Reunido o Conselho de Disciplina, convocado previa- tando, ou não, sua deliberação e, neste último caso, justificando os
mente por seu Presidente, em local, dia e hora designados com motivos do despacho, determinará:
antecedência, presente o acusado, o Presidente mandará proceder I – O arquivamento do processo, se não julgar a praça culpada
à leitura e à autuação dos documentos que constituírem o ato de ou incapaz de permanecer na ativa ou na situação em que se en-
nomeação do Conselho de Disciplina; em seguida, ordenará a qua- contra na inatividade;
lificação e o interrogatório do acusado, o que será reduzido a auto, II – A aplicação da pena disciplinar, se considerar contravenção
assinado por todos os membros do Conselho e pelo acusado, fazen- ou transgressão disciplinar a razão pela qual a praça foi julgada cul-
do-se a juntada de todos os documentos por este oferecidos. pada.
Parágrafo Único – Quando o acusado for praça da reserva re- III – A remessa do processo à Auditoria da Justiça Militar do Es-
munerada ou reformado e não for localizado ou deixar de atender tado do Piauí, se considerar crime – militar a razão pela qual a praça
à intimação, por escrito, para comparecer perante o Conselho de foi considerada culpada ; ou
Disciplina: IV – A efetivação da reforma ou exclusão, a bem da disciplina,
a) Não sendo localizada a intimação publicada em órgão de di- se considerar que:
vulgação na área do seu domicilio; a) A razão pela qual a praça foi considerada culpada, está pre-
b) Deixando de atender à intimação por escrito ou à publicação vista nos itens I, II e IV do Art. 2º; ou
o processo correrá a revelia.] b) Se, pelo crime cometido, previsto no item III do art. 2º a pra-
Art. 8º - Aos membros do Conselho de Disciplina será licito re- ça foi julgada incapaz de permanecer na ativa ou na situação de
perguntar ao acusado e às testemunhas sobre o objeto da acusação inatividade em que se encontrar.
e propor diligências para o esclarecimentos. § 1º - O despacho do Comandante Geral que determinar o ar-
Art. 9º - Ao acusado será assegurada ampla defesa, tendo, quivamento do processo, deverá ser publicado em Boletim do Co-
após, o interrogatório, prazo de cinco(05) dias, para oferecer razões, mando Geral nos assentamentos da praça, se esta for da ativa.
por escrito, devendo o Conselho de Disciplina fornece-lhe o libelo § 2º - Também será publicado em Boletim do comando Geral
acusatório. o despacho exarado no processo, procedendo-se, neste caso, como
Art. 10º - O Conselho de Disciplina poderá inquiri o acusador ou no parágrafo anterior, para o caso da praça da ativa.
§ 3º - No caso de a decisão do Comando Geral ser pela refor-
receber, por escrito, seus esclarecimentos, ouvindo, posteriormen-
ma da praça, esta será efetuada no grau hierárquico que a mesma
te a respeito, o acusado.
possui na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 11- O Conselho de Disciplina disporá de um prazo de trin-
Art. 14 – O acusado ou, em caso de revelia, o Oficial designado
ta(30)dias, a contar da data de sua nomeação, para conclusão dos para acompanhar o processo, poderá interpor recurso da decisão
trabalhos, inclusive remessas de relatório. do Conselho de Disciplina ou da solução posterior do Comandante
§ 1º - O Comandante Geral da Polícia Militar do Piauí, a reque- da Polícia Militar do Piauí.
rimento do Presidente do Conselho de Disciplina, poderá prorrogar Parágrafo Único – O prazo para interposição de recurso será
por mais vinte(20) dias o prazo de conclusão dos trabalhos, para de dez(10) dias, contados da data em que o acusado tomar conhe-
efetuar diligências visando à produção de novas provas imprescin- cimento oficial da decisão do Conselho de Disciplina, ou da publi-
díveis à elucidação do fato. cação da decisão do Comandante Geral da Corporação, em Boletim
§ 2º - Poderá o Comandante Geral da Polícia Militar do Piauí, do Comando Geral.
por motivo de morte do acusado suspender, em qualquer fase, os Art. 15 – Caberá, em princípio, ao Comandante Geral da Polícia
trabalhos do Conselho de Disciplina, por terem cessado os motivos Militar do Piauí, no prazo de vinte(20) dias, contados da data do re-
de sua de nomeação. cebimento do processo, apreciar os recursos que forem interpostos
Art. 12 – Realizada todas as diligências, o Conselho de Discipli- nos processos oriundos dos Conselhos de Disciplina.
na passará a deliberar, em sessão secreta, sobre o relatório a ser Art. 16 – Aplicam-se a esta lei, subsidiariamente, no que cou-
redigido. ber, as normas do Código de Processo Penal Militar.
§ 1º - O relatório, elaborado pelo escrivão, após conclusão do Art. 17 – Prescrevem-se em seis (06) anos, contados da data em
Conselho de Disciplina sobre o mesmo, e assinado por todos os que forem praticados, os casos previstos nesta Lei.
seus membros, deverá decidir se a praça: Art. 18 – O Comandante Geral da Polícia Militar do Piauí , aten-
a) É ou não, culpada da acusação que lhe imputada; ou dendo as peculiaridades da Corporação, baixará instruções para o
funcionamento dos Conselhos de Disciplina.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 19 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, § 1º Os integrantes da reserva remunerada quando convocados
revogadas as disposições em contrário para ativa ficarão vinculados ao Núcleo de Voluntários da Reserva
Remunerada.
§ 2º Para estabelecimento de vagas do Núcleo de Voluntários
LEI Nº 5.276, DE 23/12/2002 (LEI DE DESVINCULAÇÃO da Reserva Remunerada, utilizar-se-á como referência a Lei de fixa-
DO CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ção de efetivo da Corporação, não poderá ultrapassar o percentual
PIAUÍ) de um terço de todo efetivo previsto na referida Lei.
§ 3º VETADO.” (NR)
Art. 2º O Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Combatentes
Prezado(a), será constituído por Oficiais aprovados em concurso público e em
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares.
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- § 1º Os postos no Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Com-
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, batentes são os seguintes:
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- I - 2º Tenente;
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não II - 1º Tenente;
cabem na estrutura de nossas apostilas. III - Capitão;
IV - Major;
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são V - Tenente-Coronel;
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- VI - Coronel.
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste § 2° Os oficiais integrantes do extinto “Quadro de Oficiais Bom-
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. beiros Militares” farão parte do Quadro de Oficiais Bombeiros Mili-
tares Combatentes – QOBM Comb.
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- Art. 3º O Quadro de Oficiais Bombeiros Militares de Saúde será
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da constituído por aprovados em concurso público com habilitação em
apostila. Medicina, Odontologia, Enfermagem, Psicologia, Terapia ocupacio-
nal, Farmácia-bioquímica e Fisioterapia.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao http://www. Parágrafo Único Os postos no Quadro de Oficiais Bombeiros
cbm.pi.gov.br/download/201311/CBM25_e614766e06.pdf Militares de Saúde são os seguintes:
Bons estudos! I - 2º Tenente;
II - 1º Tenente;
III - Capitão;
IV - Major;
LEI Nº 5.459, DE 30/06/2005 (LEI DE CRIAÇÃO DE QUA- V - Tenente-Coronel.
DROS DE OFICIAIS E DE PRAÇAS NO CORPO DE BOM- Art. 4º O Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Engenheiros
BEIROS MILITAR DO ESTADO DO PIAUÍ) (ALTERADA será constituído por aprovados em concurso público com habilita-
PELA LEI Nº 5.520, DE 13/12/2005 E ALTERADA PELA ção em Engenharia Civil, Elétrica, Mecânica, Química e de Seguran-
LEI Nº 7.772, DE 04/04/2022) ça.
Parágrafo Único Os postos no Quadro de Oficiais Bombeiros
Militares Engenheiros são os seguintes:
LEI ORDINÁRIA Nº 5.459 DE 30/06/2005 I - 2º Tenente;
II - 1º Tenente;
Dispõe sobre a criação de Quadros de Oficiais e de Praças no III - Capitão;
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e dá outras provi- IV - Major;
dências. V - Tenente-Coronel.
Art. 5º O Quadro Complementar de Oficiais Bombeiros Milita-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, res será constituído pelos Oficiais promovidos a partir da graduação
FAÇO saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a de subtenente BM.
seguinte Lei: § 1º Os postos no Quadro Complementar de Oficiais Bombeiros
Militares serão os seguintes:
Art. 1º São criados no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do I - 2º Tenente;
Piauí os seguintes Quadros: II - 1º Tenente;
I - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Combatentes ¿ III - Capitão.
QOBM/Comb; § 2º O ingresso no Quadro Complementar de Oficiais Bombei-
II - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares de Saúde ¿ QOBM/S; ros Militares é privativo da graduação de Subtenente, obedecidos
III - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Engenheiros ¿ QOB- aos seguintes requisitos:
M/E; I - possuir certificado de conclusão do ensino médio;
IV - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Complementares II - possuir o Curso de Habilitação de Oficiais – CHO;
¿ QCOBM; III - idoneidade moral e bom conceito geral, resultante de estu-
V - Quadro de Praças Bombeiros Militares ¿ QPBM. dos dos assentamentos.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º A antiguidade será determinada pela média final no Curso


de Habilitação de Oficiais, sendo o mais antigo aquele que obtiver a
LEI Nº 5.460, DE 30/06/2005 (DISPÕE SOBRE A TRANS-
maior nota, seguindo-se os demais, sempre da maior para a menor.
FERÊNCIA DEFINITIVA DE POLICIAIS MILITARES PARA
§ 4° Os oficiais que pertenciam ao Quadro de Oficiais Adminis-
O CORPO DE BOMBEIROS MILITAR E DE BOMBEIROS
trativos – QOAPM e optaram por permanecer no Corpo de Bom-
MILITARES PARA A POLÍCIA MILITAR).
beiros serão integrados ao Quadro de Oficiais Bombeiros Militares
Complementares – QCOBM LEI ORDINÁRIA Nº 5.460 DE 30/06/2005
Art. 6º As vagas nos Quadros previstos nesta lei serão organiza-
das pela Lei de Fixação de Efetivo. Dispõe sobre a opção para a transferência definitiva de policiais
Art. 7º O ingresso nos Quadros previstos nos itens I, II, III e V, militares para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e
do art. 1º desta Lei dá-se-á somente através de concurso público. de bombeiros militares para a Policia Militar do Piauí e da outras
§ 1º Os candidatos aprovados em concurso público para os de providencias.
Quadros de Oficiais Bombeiros Militares de Saúde e Engenheiros só
receberão a patente de 2º Tenente após a conclusão, com aprovei- O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, FACO saber que o Po-
tamento, do Curso de Adaptação para Oficiais Bombeiros Militares der Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
realizado na Corporação.
§ 2º Os candidatos aprovados em concurso público para o Art. 1º Esta Lei estabelece as condições para a transferência
Quadro de Praças só receberão a graduação de Soldado BM após a definitiva de policiais militares para o Corpo de Bombeiros Militar
conclusão, com aproveitamento, do Curso de Formação de Soldado do Estado do Piauí e de bombeiros militares para a Policia Militar do
Bombeiro Militar. Piauí, em razão da desvinculação dessas Corporações Militares pela
Art. 8º As graduações no Quadro de Praças são as seguintes: Lei nº 5.276, de 23 de dezembro de 2002.
I - Soldado; Parágrafo Único A transferência é restrita aos militares qA
II - Cabo; transferência é restrita aos militares que até 1 (um) ano após a
III - 3º Sargento; vigência da Lei de desvinculação estivessem servindo em unidade
IV - 2º Sargento; da Polícia Militar, se bombeiro militar, ou em unidade do Corpo de
V - 1º Sargento; Bombeiros, se policial militar que até 1 (um) ano após a vigência
VI - Subtenente; da Lei de desvinculação estivessem servindo em unidade da Polícia
VII - Aspirante a Oficial. Militar, se bombeiro militar, ou em unidade do Corpo de Bombeiros,
Parágrafo Único A partir da vigência desta Lei o Quadro de Pra- se policial militar.
ças, para efeito do efetivo existente, será organizado com base no Art. 2º O policial militar ou bombeiro militar que deseje trans-
critério de antiguidade. ferir-se deve dirigir requerimento ao Comandante Geral da Corpo-
Art. 9º Excetuado o disposto no art. 5º, é vedada ao bombeiro ração em que estiver servindo no prazo de 60 (sessenta) dias, con-
militar a mudança de Quadro. tado da vigência desta Lei.
Art. 10 Até que sejam editadas normas específicas, aplicam- Parágrafo Único Após o transcurso desse prazo, o bombeiro mi-
-se ao Corpo de Bombeiros Militares a Lei 3.808, de 16 de julho de litar ou policial militar que não tiver solicitado transferência deverá
1981, a Lei Complementar 17, de 08 de janeiro de 1996, e as nor- retornar, no prazo de dez dias, à Corporação de origem.
mas disciplinares vigentes para a Polícia Militar do Estado do Piauí. Art. 3º A transferência definitiva somente será aceita nas se-
Art. 11 O Quadro de Oficiais Bombeiros Militares da Saúde, terá guintes condições:
a seguinte composição: I - em qualquer caso, se houver vaga para o mesmo posto ou
Médico 03 graduação e entre quadros correspondentes nas duas Corporações;
Farmacêutico-Bioquímico 02 II - se a transferência for para o Quadro de Oficiais Bombeiros
Odontólogo 02 Militares Combatentes ¿ QOBM/Comb, será exigida a conclusão do
Enfermeiro 02 Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares (CFO/BM), rea-
Psicólogo 01 lizado em Academia de Bombeiro Militar, e o respectivo histórico
Terapeuta Ocupacional 01 escolar;
Fisioterapeuta 01 III - se a transferência for para o Quadro de Oficiais Policiais
Militares ¿ QOPM, será exigida a conclusão do Curso de Formação
Art. 12 Revogam-se as disposições em contrário, em especial, o de Oficiais Policiais Militares (CFO/PM), realizado em Academia de
art. 22, “b”, da Lei 3.936, de 03 de julho de 1984; arts. 22 e 36, “b”, Polícia Militar, e o respectivo histórico escolar;
do Decreto 6.155, de 10 de janeiro 1985; art. 14, §§ 1º e 2º, da Lei IV - se a transferência for para o Quadro de Praças, será exigida
4.355, de julho de 1990; e o art. 24, II, do Decreto 9.888, de 24 de a conclusão de curso específico de bombeiro ou de polícia militar,
março de 1998. conforme o caso.
Art. 13 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 4º O policial militar ou bombeiro militar ao ser transferido
definitivamente terá, em relação aos seus pares, a sua antiguidade
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina(PI), 30 de junho de 2005. assegurada tomando-se como referência a data da respectiva últi-
ma promoção.
Parágrafo Único No caso de empate o transferido será conside-
rado mais moderno.
Art. 5º Após a sua conclusão, a transferência será irretratável.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 6º Fica assegurada a permanência na Polícia Militar e no § 2º A promoção em ressarcimento de preterição implica o re-
Corpo de Bombeiros Militares, conforme o caso, aos bombeiros mi- torno à graduação anterior do praça bombeiro militar indevidamen-
litares e policiais militares que neles estejam servindo desde perío- te promovido.
do anterior a vigência da Lei nº 5.276, de 23 de dezembro de 2002. § 3º A promoção post mortem independe da existência de va-
Art. 7º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. gas.
Art. 5º Promoção por antiguidade é aquela que se baseia na
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina(PI), 30 de junho de 2005. precedência hierárquica de uma praça bombeiro militar sobre os
GOVERNADOR DO ESTADO SECRETÁRIO DE GOVERNO demais de igual graduação, dentro do mesmo Quadro.
Art. 6º Promoção por merecimento é aquela que se baseia no
conjunto de qualidades e atributos que distinguem e realçam o va-
LEI Nº 5.462, DE 30/06/2005 (LEI DE PROMOÇÃO DE lor da praça entre seus pares, avaliados no decurso carreira, em par-
PRAÇAS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ticular na graduação que ocupa ao ser cogitado para a promoção.
ESTADO DO PIAUÍ) (ALTERADA PELA LEI Nº 5.640, Parágrafo Único As qualidades e atributos de que trata este ar-
DE 26/03/2007 E ALTERADA PELA LEI Nº 7.772, DE tigo serão computadas na ficha de conceito da praça, conforme o
04/04/2022) estabelecido no Anexo Único e no Regulamento desta Lei.
Art. 7º Promoção post mortem é aquela que visa expressar o
reconhecimento do Estado do Piauí à praça bombeiro militar faleci-
LEI ORDINÁRIA Nº 5.462 DE 30/06/2005 da no cumprimento do dever ou em conseqüência disto.
Art. 8º Promoção em ressarcimento de preterição é aquela fei-
Dispõe sobre a promoção de Praças do Corpo de Bombeiros ta após ser reconhecido à praça preterida por decisão administrati-
Militar do Estado do Piauí e dá outras providências. va ou judicial, o direito à promoção que lhe caberia.
§ 1º A promoção será efetuada segundo os critérios de anti-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, guidade ou de merecimento, recebendo a praça o número que lhe
competia na escala hierárquica como se houvesse sido promovido
FAÇO saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a na época devida.
seguinte Lei: § 2º A praça bombeiro promovida indevidamente retornará à
graduação anterior e, salvo comprovada má-fé, não ficará obrigada
CAPÍTULO I a restituir o que houver recebido a maior.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º A praça bombeiro militar a ser promovida será indenizado
pela diferença da remuneração à qual tiver direito.
Art. 1º Esta Lei estabelece os critérios e as condições que asse- Art. 9º As promoções são efetuadas:
guram às praças do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí I - para Soldado, Cabo, 3º Sargento e 2º Sargento, pelo critério
(CBMEPI) o acesso na hierarquia bombeiro militar, mediante pro- de antiguidade;
moção de forma seletiva, gradual e sucessiva. II - para 1º sargento e subtenente, duas por antiguidade e uma
Art. 2º A promoção é um ato administrativo e tem como fina- por merecimento.
lidade básica o preenchimento seletivo das vagas pertinentes ao § 1º Nas promoções previstas no inciso II deste artigo serão
grau imediatamente superior, com base nos efetivos fixados em lei aplicadas as seguintes regras:
para o Quadro de Praças Bombeiros Militares. III - havendo somente uma vaga, será preenchida por antigui-
Parágrafo Único Ressalvadas as situações decorrentes de pro- dade;
moção post mortem, não poderá haver mais praças do que os res- IV - havendo apenas duas vagas, serão preenchidas uma por
pectivos cargos e graduações previstos no Quadro estabelecido por antiguidade e outra por merecimento;
lei. V - havendo número de vagas superior a três e ocorrendo quo-
Art. 3º A forma seletiva, gradual e sucessiva da promoção re- ciente fracionado, para mais pelo critério de antiguidade e despre-
sultará de um planejamento para a carreira das praças, organizada zada pelo critério de merecimento.
no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, de acordo com § 2º Quando a praça bombeiro militar concorrer à promoção
a sua peculiaridade. por ambos os critérios, o preenchimento de vagas de antiguidade
Parágrafo Único O planejamento assim realizado deverá asse- poderá ser feito pelo critério de merecimento, sem prejuízo do
gurar um fluxo de carreira regular e equilibrado. cômputo das futuras quotas de merecimento, de acordo com a re-
gulamentação desta Lei.
CAPÍTULO II
DOS CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO CAPÍTULO III
DAS CONDIÇÕES BÁSICAS
Art. 4º As promoções são efetuadas pelos critérios de:
I - antiguidade; Art. 10 O ingresso na carreira de praça é feito na graduação ini-
II - merecimento; cial do Quadro de Praças Bombeiros, satisfeitas as exigências legais.
III - post mortem. § 1º A ordem hierárquica de colocação das praças nas gradua-
IV - em casos extraordinários, ressarcimento de preterição. ções iniciais resulta da ordem de classificação no curso correspon-
§ 1º A promoção por antiguidade ou merecimento fica sempre dente.
condicionada à existência de vaga. § 2º Não há promoção de praça por ocasião de sua transferên-
cia para a reserva remunerada ou reforma.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 11 Para ser promovido pelos critérios de antiguidade ou Art. 17 A promoção por merecimento é feita com base no Qua-
de merecimento, é imprescindível que a praça esteja incluída no dro de Acesso por Merecimento (QAM).
Quadro de Acesso correspondente. Parágrafo Único As vagas para promoção por merecimento se-
Art. 12 Para o ingresso em Quadro de Acesso é necessário que rão preenchidas obedecendo rigorosamente à ordem de colocação
a praça satisfaça os seguintes requisitos essenciais, estabelecidos no Quadro de Acesso por Merecimento.
para cada graduação: Art. 18 Somente se houver vagas para a graduação no Quadro
I - condição de acesso: de Praças, serão elaborados Quadros de Acesso por Antiguidade e
a) interstício; por Merecimento.
b) apto em inspeção de saúde; e Art. 19. O processamento das promoções das praças é de res-
c) as peculiares a cada graduação do Quadro de Praças. ponsabilidade da Comissão de Promoção de Praças, presidida pelo
II - conceito moral. Subcomandante-Geral, que será constituída de membros natos e
Art. 13 São condições para ingresso nos Quadros de Acessos efetivos.
para Quadro de Praças Bombeiros Militares: § 1º São membros natos, 02 (dois) Comandantes Regionais de
I - ter completado até a data da promoção, em cada graduação, Bombeiros, designados pelo Subcomandante-Geral;
o interstício mínimo de: § 2º São membros efetivos, 02 (dois) oficiais Superiores do
a) cinco anos como Soldado, para a graduação de Cabo; Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Complementares, designados
b) quatro anos como Cabo, para a graduação 3º Sargento; pelo Subcomandante-Geral.
c) dois anos como 3º Sargento, para a graduação de 2º Sargen- § 3º A Comissão terá como suplentes, 02 (dois) oficiais superio-
to; res, designados pelo Subcomandante-Geral e como secretário, 01
d) dois anos como 2º Sargento, para a graduação de 1º Sar- (um) oficial superior designado pelo Subcomandante-Geral. ” (NR)
gento;
e) dois anos como 1º Sargento, para a graduação de Subtenen- CAPÍTULO V
te. DOS QUADROS DE ACESSO
II - ter concluído o Curso realizado para o fim de promoção;
III - estar classificado no mínimo no comportamento “BOM”. Art. 20 Quadros de Acessos são relações nominais de praças,
IV - ser julgado apto na inspeção de saúde. organizados por graduações, para as promoções por antiguidade –
Parágrafo Único A incapacidade física temporária, verificada na Quadro de Acesso por Antiguidade, e por merecimento – Quadro
inspeção de saúde, não impede a praça de ser promovida. de Acesso por Merecimento, previstas, respectivamente, nos arti-
gos 5º e 6º.
CAPÍTULO IV § 1º O Quadro de Acesso por Antiguidade é a relação das pra-
DO PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES ças habilitadas ao acesso, colocadas em ordem decrescente da an-
tiguidade.
Art. 14 Somente serão consideradas para as promoções as va- § 2º O Quadro de Acesso por Merecimento é a relação das pra-
gas provenientes de: ças habilitadas ao acesso e resultante da apreciação do mérito e das
I - promoção à graduação superior; qualidades exigidas para a promoção, na forma do Anexo Único e
II - passagem à situação de inatividade; do Regulamento desta Lei.
III - demissão; § 3º Os Quadros de Acesso por Antiguidade e Merecimento são
IV - falecimento; e organizados, para cada data de promoção, na forma estabelecida na
V - aumento de efetivo. regulamentação desta Lei.
§ 1º As vagas são consideradas abertas: Art. 21 A praça não poderá constar de qualquer Quadro de
VI - na data da assinatura do ato que promove, passa para a Acesso quando:
inatividade, demite, salvo se no próprio ato for estabelecida outra I - deixar de satisfazer as condições estabelecidas no artigo 13;
data; II - for condenada, enquanto durar o cumprimento da pena,
VII - na data oficial do óbito; e inclusive no caso de suspensão condicional da pena, não se compu-
VIII - como dispuser a lei, no caso de aumento de efetivo. tando o tempo acrescido à pena original para fins de sua suspensão
§ 2º Não haverá promoção quando não houver vagas. condicional;
Art. 15. As Promoções serão efetuadas, anualmente, por anti- III - for licenciada para tratar de interesse particular;
guidade ou merecimento, nos dias 18 de julho e 25 dezembro, obe- IV - for condenada à pena de suspensão do exercício do posto,
decendo a calendário estabelecido no regulamento desta lei cargo ou função prevista no Código Penal Militar, durante o prazo
§ 1º A promoção das praças do Corpo de Bombeiros Militar do dessa suspensão;
Estado do Piauí é da competência do Governador do Estado, me- V - for considerada desaparecida, extraviada ou desertor.
diante proposta do Comandante Geral da Corporação Parágrafo Único Será excluída de qualquer Quadro de Acesso
I - O Governador poderá delegar ao Comandante-Geral a com- a praça bombeiro que incidir em uma das circunstâncias previstas
petência para a promoção das praças. neste artigo ou em uma das seguintes:
Art. 16 A promoção por antiguidade é feita na seqüência do VI - for nele incluído indevidamente;
respectivo Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA). VII - for promovida;
Parágrafo único. A antiguidade das praças será determinada VIII - tiver falecido;
pela média final atribuída no curso realizado como requisito para a IX - passar à inatividade.
promoção a graduação superior, com exceção do Curso Aperfeiçoa- Art. 22 Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimento,
mento de Sargentos, cuja classificação não alterará a antiguidade.” já organizado, ou dele não poderá constar a praça que agregar ou
(NR) estiver agregado:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

a) por motivo de gozo de licença para tratamento de saúde de II - de cabo a 3° sargento BM 25% (vinte e cinco por cento do
pessoa da família por prazo superior a seis meses contínuos; efetivo previsto na graduação de 3° sargento), ficando habilitado
b) em virtude de encontrar-se no exercício de cargos públicos até a graduação de 2° Sargento BM;
civis temporários, não eletivos, inclusive da Administração indireta; III - de 2º Sargento a 1° sargento possuir o Curso de Aperfei-
ou çoamento de Sargento Bombeiro Militar, ficando habilitado até a
c) por ter passado à disposição de órgãos federais, estaduais, graduação de Subtenente BM.
do Distrito Federal ou municipais, para exercer função de natureza Art. 27 Os Cursos para a promoção à Cabo BM e 3º Sargento
civil. BM, serão realizados no âmbito do Corpo de Bombeiros Militar do
Parágrafo Único Para poder ser incluído ou reincluído nos Qua- Estado do Piauí através da 3ª Seção do Estado-Maior e chamar-se-
dros de Acesso por Merecimento, o praça abrangido pelo disposto -ão Curso de Habilitação a Cabos BM e Curso de Habilitação a Sar-
neste artigo deve reverter ao respectivo Quadro, pelo menos trinta gentos BM.
dias antes da data de promoção. Art. 28 Revogam-se as disposições em contrário, em especial, o
art. 24, II, do Decreto 9.888, de 24 de março de 1998.
CAPÍTULO VI Art. 29 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
DOS RECURSOS
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina(PI), 30 de junho de 2005.
Art. 23 A praça que se julgar prejudicada em conseqüência de
composição de Quadro de Acesso, em seu direito de promoção,
poderá interpor ao Governador do Estado, através do Comandan-
te-Geral do Corpo de Bombeiros, como última instância na esfera LEI Nº 5.483, DE 10/08/2005 (DISPÕE SOBRE A COM-
administrativa. PETÊNCIA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
§ 1º Para a apresentação do recurso, a praça terá o prazo de ESTADO DO PIAUÍ E SOBRE O CÓDIGO DE SEGURANÇA
quinze dias corridos, a contar do recebimento da notificação do ato CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO ESTADO) (ALTERADA
que julga prejudicá-la ou da publicação oficial no Boletim Interno. PELA LEI Nº 5.801, DE 26/09/2008 E LEI Nº 6.950, DE
§ 2º Recebido o recurso, o Comandante-Geral da Corporação 20/01/2017)
deverá encaminhá-lo ao Governador do Estado do Piauí, após ava-
liação pela Comissão de Promoção de Praças e com o parecer jurídi- LEI ORDINÁRIA Nº 5.483 DE 10/08/2005
co da Procuradoria-Geral do Estado do Piauí.
§ 3º O recurso referente à composição de Quadro de Acesso e Dispõe sobre a competência do Corpo de Bombeiros Militar do
a promoção deverá ser solucionado no prazo de 60 (sessenta) dias, Estado do Piauí e sobre o Código de Segurança Contra Incêndio e
contados a partir da data de seu recebimento. Pânico do Estado, e dá outras providências.
§ 4º O Governador poderá delegar ao Comandante-Geral a atri-
buição de decidir os recursos referentes à promoção de praças. O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, FAÇO saber que o Po-
der Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO VII
DAS FICHAS DE CONCEITO DE PRAÇAS CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA E DA FINALIDADE
Art. 24 A ficha de conceito de praça, destinada ao cômputo dos
pontos que qualificaram o seu merecimento, será preenchida com Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí, ins-
dados colhidos em seus assentamentos, os quais receberão valores tituição permanente, força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro,
numéricos, positivos e negativos, conforme previsto no Anexo Úni- organizado com base na hierarquia e disciplina, destina-se a realizar
co desta Lei e no regulamento desta Lei. serviços específicos de bombeiro militar e atividades de defesa civil
Parágrafo Único O Regulamento desta Lei poderá estabelecer na área do Estado do Piauí.
outros critérios objetivos de pontuação positiva ou negativa. Art. 2º São competências do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Piauí:
CAPÍTULO VIII I - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios;
II - realizar serviços de prevenção e extinção de incêndios em
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
florestas e matas, visando à proteção do meio ambiente, na esfera
de sua competência;
Art. 25 No prazo de sessenta dias contados da publicação desta
III - realizar serviços de resgate, busca e salvamento;
Lei, será editado seu Regulamento, ao qual caberá, em especial: IV - realizar perícias sobre incêndios e explosões, relacionadas
I - fixar calendário para as promoções; com sua competência;
II - estabelecer outros critérios objetivos de avaliação do mé- V - analisar projetos, realizar vistorias e emitir pareceres acerca
rito. dos sistemas preventivos contra incêndio e pânico e qualquer outra
Art. 26 O número de vagas para os cursos de habilitação à gra- atividade de sua competência;
duação imediatamente superior deve ser calculado com base nas VI - analisar, exigir e fiscalizar todos os serviços e instalações
vagas existentes, em cada graduação, obedecendo-se aos seguintes concernentes às atividades de segurança contra incêndio e pânico
percentuais: ou outra atividade, com vistas à proteção das pessoas e dos bens
I - de soldado a cabo BM 18% (dezoito por cento) do efetivo públicos e privados;
previsto na graduação de cabo;

41
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VII - prestar socorro e atendimento médico emergencial e pré- Art. 4º Será exigido o cumprimento integral dos dispositivos
-hospitalar, nos casos de acidentes com vítimas ou a pessoas em desta Lei e de sua regulamentação a todas as edificações existentes
iminente perigo de morte; e a construir que se localizam na área do Estado do Piauí.
VIII - atuar na execução das atividades de defesa civil; Art. 5º As edificações já existentes, construídas em data ante-
IX - isolar, interditar ou embargar obras, serviços, habitações rior à vigência desta Lei, bem como aquelas a construir, que tiveram
e locais de uso público ou privado que não ofereçam condições de seus projetos já aprovados junto ao Corpo de Bombeiros Militar,
segurança, no âmbito de sua competência; deverão se adequar às suas exigências, em conformidade com os
X - aplicar as penalidades, conforme a legislação pertinente. critérios estabelecidos no seu regulamento.
XI - desenvolver pesquisas científicas em seu campo de atua- § 1º Os projetos de edificações a construir, referidos neste arti-
ção funcional e ações educativas de prevenção de incêndio, socorro go, cuja aprovação junta ao Corpo de Bombeiros Militar tenha ocor-
de emergência pré-hospitalar, pânico coletivo, bem como, ações de rido em um prazo superior a seis meses, deverão ser representados
proteção e promoção do bem-estar da coletividade e dos direitos, àquela Corporação, no prazo máximo de cento e oitenta dias, a con-
garantias e liberdades do cidadão; tar da data vigência da presente Lei para efeito de reavaliação dos
XII - manter intercâmbio com órgãos congêneres nacionais e sistemas projetados.
internacionais, sobre assuntos de interesse de suas competências; § 2º A não observância ao disposto no parágrafo anterior impli-
XIII - credenciar, normatizar e fiscalizar as escolas e empresas cará em nulidade da aprovação já concedida.
de formação de brigadas, bombeiros civis, guarda-vidas privados e § 3º As edificações já construídas que possuírem o “Atestado
congêneres; de Regularidade” fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar den-
XIV - normatizar e fiscalizar as brigadas de incêndio, os bombei- tro do seu prazo de validade, não sofrerão novas exigências, desde
ros civis, guarda-vidas privados e congêneres; que providenciadas as respectivas renovações nos prazos previstos
XV - formar, credenciar, normatizar e fiscalizar, com exclusivida- no respectivo atestado.
de, os bombeiros voluntários;
XVI - desenvolver programas e projetos sociais, através de CAPÍTULO III
ações de natureza preventiva e educacional, estimulando o civismo DA CLASSIFICAÇÃO E DA DEFINIÇÃO
e exercício da cidadania.
§ 1º A enumeração dessas competências não exclui outras de- SEÇÃO I
correntes da função constitucional do Corpo de Bombeiros. DA CLASSIFICAÇÃO
§ 2º O Estado do Piauí, através do Corpo de Bombeiros Militar,
pode celebrar convênios com a União, Estados, Municípios e suas SUBSEÇÃO I
respectivas entidades da administração indireta bem como com en- DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS
tidades privadas, com a finalidade de desempenhar outras compe-
tências relacionadas com a sua função constitucional. Art. 6º As edificações e áreas de risco serão classificadas atra-
§ 3º Estabelecer na lei o valor a ser cobrado pelo CBMEPI para vés de regulamentação à presente Lei, agrupadas por risco, pelos
os serviços de análise de projeto e vistorias conforme as fórmulas critérios de natureza da ocupação, altura e carga de incêndio
abaixo:
I - Para os serviços de análise de projetos e vistorias serão reco- SUBSEÇÃO II
lhidos os seguintes valores: DA CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES
a) Para edificações com área de até 900m² (novecentos metros Art. 7º As edificações serão classificadas por grupos, dentro de
quadrado) os valores das taxas deverão ser calculados conforme as cada risco, em conformidade com a probabilidade de incêndio, vo-
fórmulas abaixo: lume, localização, interferência com a vida da coletividade, condi-
1. Taxa de análise de projeto = 50 x UFR ções de evacuação e de sua carga-incêndio, conforme estabelecido
2. Taxa de vistoria = 100 x UFR neste artigo, através de regulamentação à presente Lei:
b) Para edificações com área superior a 900m² (novecentos I - risco pequeno;
metros quadrado) os valores das taxas deverão ser calculados con- II - risco médio;
forme as fórmulas abaixo: III - risco grande.
1. Taxa de análise de projeto = (50 x UFR) + (0,03 x UFR x Área
- 900m²) SUBSEÇÃO III
2. Taxa de vistoria= (100 x UFR) + (0,03 x Área - 900m²) DA CLASSIFICAÇÃO DAS OCUPAÇÕES

CAPÍTULO II Art. 8º As edificações serão classificadas pelas ocupações se-


DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO guintes:
I - residências privativas:
Art. 3º Esta Lei tem por finalidade determinar o cumprimento a) unifamiliares;
das condições mínimas necessárias para as instalações de seguran- b) multifamiliares.
ça contra incêndio e pânico em edificações e áreas de risco no Es- II - residências coletivas;
tado do Piauí. III - residências transitórias;
Parágrafo Único Compete ao Corpo de Bombeiros Militar o es- IV - comerciais;
tudo, a análise, o planejamento, a fiscalização e a execução das nor- V - escritórios;
mas que disciplinam a segurança das pessoas e de seus bens contra VI - mistas;
incêndio e pânico em todo o Estado. VII - reunião de público;

42
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VIII - hospitalares; CAPÍTULO IV


IX - públicas; DAS EXIGÊNCIAS E DA FISCALIZAÇÃO
X - escolares;
XI - industriais; SEÇÃO I
XII - garagens; DAS EXIGÊNCIAS
XIII - galpões ou depósitos;
XIV - produção, manipulação, armazenamento, distribuição ou Art. 11. As exigências de sistemas de segurança contra incêndio
comércio de derivados de petróleo, álcool e/ou gás natural; e pânico, aplicáveis às edificações e áreas de risco, serão estabeleci-
XV - templos religiosos; das em regulamentação à presente Lei
XVI - especiais; Art. 12 As normas de segurança previstas nesta Lei e em sua
XVII - outras, a serem definidas na regulamentação à presente regulamentação se aplicam às edificações e áreas de risco, deven-
Lei. do ser observadas por ocasião da construção, reforma, ampliação,
mudança da ocupação ou uso, e na regularização das edificações e
SEÇÃO II áreas de risco existentes.
DA DEFINIÇÃO DOS SISTEMAS § 1º Os sistemas de segurança contra incêndios previstos para
as edificações deverão ser apresentados ao Corpo de Bombeiros
Art. 9º As edificações, dentro de suas respectivas ocupações, Militar, acompanhados dos respectivos projetos, para fins de análi-
terão seus sistemas de segurança contra incêndio e pânico exigidos se de conformidade com as normas pertinentes.
em função de parâmetros relativos à construção e à ocupação. § 2º Para a obtenção, junto aos órgãos municipais competen-
Art. 10. Os Sistemas de Segurança contra Incêndio e pânico das tes, de licença de funcionamento, Alvará de construção, concessão
edificações e áreas de riscos previstos nesta Lei são as medidas que de ¿Habite-se¿, bem como de suas respectivas renovações, das
deverão ser definidas em função dos seguintes critérios: edificações classificadas nesta Lei, será necessária a aprovação dos
I - acesso de viatura na edificação e áreas de risco; respectivos sistemas de segurança contra incêndio e pânico previs-
II - separação entre edificações; tos para aquelas edificações junto ao Corpo de Bombeiros Militar,
III - resistência ao fogo dos elementos de construção; podendo o Corpo de Bombeiros Militar celebrar convênios nesse
IV - compartimentação; sentido com Municípios.
V - controle de materiais de acabamento; § 3º As medidas de segurança contra incêndio e pânico apre-
VI - saídas de emergência; sentadas em Projeto terão validade de 01 ano, a contar da data da
VII - elevador de emergência; aprovação pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí.
VIII - controle de fumaça; § 4º Vencido o prazo de validade, e não sendo expedida a res-
IX - gerenciamento de risco de incêndio; pectiva licença e Alvará de construção, reforma, modificação ou
X - brigada de incêndio; acréscimo, os sistemas de segurança contra incêndio e pânico deve-
XI - brigada profissional; rão ser reapresentados ao Corpo de Bombeiros Militar, para efeito
XII - iluminação de emergência; de revalidação.
XIII - detecção automática de incêndio; § 5º Ficam excluídas das exigências da presente Lei:
XIV - alarme de incêndio; a) as edificações de uso residencial exclusivamente unifamilia-
XV - sinalização de emergência; res;
XVI - extintores; b) as residências exclusivamente unifamiliares localizadas no
XVII - hidrante e mangotinhos; pavimento superior de ocupação mista com até dois pavimentos, e
XVIII - chuveiros automáticos; que possuam acessos independentes;
XIX - resfriamento; c) Estruturas provisórias ou edificações térreas, com área utili-
XX - espuma; zável inferior ou igual a 20 m2 (vinte metros quadrados), de baixo
XXI - sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2); risco de incêndio, e afastada no mínimo 05 (cinco) metros de estru-
XXII - sistema de proteção contra descargas atmosféricas turas provisórias e edificações circunvizinhas.” (NR)
(SPDA); Art. 13 O cumprimento das exigências estabelecidas será ob-
XXIII - controle de fontes de ignição (sistema elétrico, soldas, servado através da fiscalização a ser executada pelo Corpo de Bom-
chamas, aquecedores, etc). beiros Militar.
§ 1º Outros sistemas poderão ser previstos no regulamento Art. 14 Os processos de vistorias de edificações deverão ser so-
desta Lei para a proteção contra incêndio e pânico, desde que de- licitados ao Corpo de Bombeiros Militar, para obtenção do compe-
vidamente testados e aprovados por entidades tecnológicas que tente “Atestado de Regularidade”.
mantenham laboratórios específicos para ensaios, e aprovados pelo
§ 1º O Atestado de Regularidade será emitido pelo Corpo de
Corpo de Bombeiros Militar.
Bombeiros Militar quando as edificações satisfizerem às exigências
§ 2º É proibido o uso de captores que contenham material
específicas para as mesmas, não sendo fornecidos provisórios ou
radioativo no sistema de proteção contra descargas atmosféricas -
parciais, salvo os casos julgados procedentes por Comissão Técnica
SPDA (para-raios).
do Corpo de Bombeiros, mediante compromisso de ajustamento, e
§ 3º Os proprietários das instalações cujos sistemas de pro-
com a fixação de um cronograma para a implantação dos sistemas
teção contra descargas atmosféricas utilizem captores que conte-
de segurança contra incêndio e pânico, previstos no Art. 10 desta
nham materiais radioativos, deverão providenciar a remoção por
empresa especializada, bem como o encaminhamento à uma uni- Lei.
dade da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN no prazo de
720 (setecentos e vinte) dias.” (NR)

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º O “Atestado de Regularidade” de que trata este artigo terá § 3º A autoridade que tiver conhecimento de infração é obriga-
prazo de validade pré-determinado através de regulamentação do da a promover a sua apuração imediata, mediante processo admi-
Corpo de Bombeiros Militar, de acordo com a classificação quanto nistrativo próprio.
a natureza da ocupação e carga de incêndio, podendo ser de no § 4º As infrações são apuradas em processo administrativo pró-
máximo 03 (três) anos a contar da data de sua emissão. prio, assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, obser-
§ 3º O Atestado de Regularidade poderá ser invalidado a qual- vadas as disposições desta Lei e seu regulamento.
quer tempo, no decorrer do prazo de sua validade, quando for cons- Art. 17 Constatada qualquer das irregularidades previstas nesta
tatado, mediante fiscalização, qualquer irregularidade prevista no Lei ou em sua regulamentação, o agente fiscalizador expedirá notifi-
art. 19 desta Lei. cação ao proprietário ou responsável pela edificação, que aporá sua
§ 4º Poderá ser fornecido Atestado de Regularidade para edifica- assinatura, certificando o recebimento.
ções e áreas de risco classificadas de baixo e médio risco de incêndio, § 1º Quando o proprietário ou seu representante legal se negar
mediante declaração prestada pelo proprietário ou responsável pelo a receber a notificação, esta será considerada entregue, mediante
uso, acerca das condições de segurança contra incêndio e pânico certificação do agente.
a) a edificação seja caracterizada como risco isolado em relação § 2º Da notificação, ao proprietário ou responsável, constará
às edificações e áreas de risco circunvizinhas; prazo determinado para que as irregularidades, constatadas em vis-
b) o somatório total das áreas utilizáveis e áreas construídas torias, sejam corrigidas.
seja igual ou inferior a 900,00 m2 (novecentos metros quadrados); § 3º O prazo referido no § 2º, que não poderá ser inferior a 10
c) tenha no máximo 12 (doze) metros de altura; (dez) dias, será determinado em função dos fatores de segurança e
d) seja classificada como de baixo ou médio risco de incêndios; risco, em conformidade com os critérios estabelecidos em regula-
e) tenha capacidade máxima para 100 (cem) pessoas; mentação à presente Lei.
f) o proprietário ou responsável pelo uso apresente uma decla- § 4º vencido o prazo estabelecido na notificação, não havendo
ração, juntamente com um profissional Responsável Técnico, ates- o proprietário ou responsável pela edificação apresentado defesa
tando as condições atuais e de manutenção futura, relativas à se- ou interposto recurso, e não cumprindo as exigências apresentadas,
gurança contra incêndio e pânico. Os declarantes deverão ter suas ao infrator serão aplicadas as penalidades previstas nesta Lei.
assinaturas devidamente reconhecidas em cartório público.
§ 5º Caberão ao proprietário do imóvel e ao responsável pelo CAPÍTULO V
uso a instalação e manutenção do conjunto de medidas de preven- DAS INFRAÇÕES
ção contra incêndios e pânico, sob pena de cassação do Atestado de
Regularidade e aplicação de demais sanções administrativas.” (NR) Art. 18. Entende-se por infração às normas dos sistemas e me-
Art. 14-A. As irregularidades contatadas em vistorias e análises didas de segurança contra incêndio e pânico, qualquer ato, fato,
de projetos dos sistemas de segurança contra incêndio e pânico de- omissão ou situação de inobservância às disposições desta Lei, De-
vem ser sanadas pelos responsáveis no prazo máximo de 06 (seis) cretos e Instruções Técnicas regulamentares, que comprometa o
meses a contar da primeira notificação que as constatou, sob pena perfeito funcionamento ou operacionalização daqueles sistemas e
de arquivamento do processo. medidas, provocando riscos à integridade e à vida da comunidade e
§ 1º Submetem-se também ao prazo máximo estabelecido no à segurança do patrimônio público ou privado.” (NR)
caput deste artigo, contados a partir da vigência desta Lei, os pro- “Art. 19. Para efeito de aplicação das exigências desta Lei e de
cessos pendentes. sua regulamentação, qualquer uma das situações abaixo, conside-
§ 2º Após cinco anos de permanência no arquivo do Corpo de rada isoladamente ou no conjunto, está inclusa na definição cons-
Bombeiros Militar, os documentos previstos neste artigo serão sub- tante do art. 18:
metidos a apreciação de Comissão designada pelo Comandante Ge- I - GRUPO I - Infrações Gravíssimas:
ral, para fins de avaliação da destinação ou destruição, observado o a) Armazenamento e utilização de explosivos em desconformi-
interesse da Administração Pública.” (NR)
dade com a Legislação;
b) Local destinado à reunião de público com lotação acima do
SEÇÃO II
permitido;
DA FISCALIZAÇÃO
c) Local destinado à reunião de público com saída de emergên-
cia obstruída ou trancada;
Art. 15 O Corpo de Bombeiros Militar fiscalizará toda e qual-
d) Dificultar, embaraçar ou criar resistência à ação fiscalizadora
quer edificação existente no Estado e, quando necessário, expedirá
dos vistoriadores do Corpo de Bombeiros Militar;
notificação e aplicará penalidades, na forma prevista nesta Lei ou
em seu regulamento. e) Declaração falsa acerca das condições de segurança contra
Art. 16 Os agentes investidos na função fiscalizadora poderão, incêndio e pânico;
observadas as formalidades legais, vistoriar qualquer imóvel, obra, II - GRUPO II - Infrações Graves:
estabelecimento ou local de evento com concentração de público, a) Acesso de viatura inexistente;
bem como documentos relacionados com a segurança contra in- b) Isolamento de risco inexistente;
cêndio e pânico. c) Resistência ao fogo dos elementos de construção inexisten-
§ 1º Mesmo fardados, os agentes fiscalizadores deverão identi- te;
ficar-se pela carteira funcional. d) Compartimentação inexistente;
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração às medidas de e) Controle de material de acabamento e de revestimento ine-
proteção contra incêndio e pânico, poderá dirigir representação às xistente;
autoridades competentes, para efeito do exercício do seu poder de f) Saída de emergência inexistente;
polícia. g) Elevador de emergência inexistente;

44
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

h) Sistema de pressurização da escada inexistente; b) Isolamento de Risco deficiente;


i) Sistema de controle de fumaça inexistente; c) Resistência ao fogo dos elementos de construção deficiente;
j) Plano de emergência inexistente; d) Compartimentação deficiente;
k) Brigada de incêndio ou bombeiro civil inexistente; e) Controle de material de acabamento e de revestimento de-
l) Sistema de iluminação de emergência inexistente; ficiente;
m) Sistema de detecção de incêndio inexistente; f) Saída de emergência deficiente;
n) Sistema de alarme de incêndio inexistente; g) Elevador de emergência deficiente;
o) Sinalização de emergência inexistente; h) Sistema de pressurização da escada deficiente;
p) Sistema de extintores de incêndio inexistente; i) Sistema de controle de fumaça deficiente;
q) Sistema de hidrantes ou mangotinhos inexistente; j) Plano de emergência deficiente;
r) Sistema de chuveiros automáticos inexistente; k) Brigada de incêndio ou bombeiro civil deficiente;
s) Sistema de resfriamento inexistente; l) Bombeiro civil não credenciado junto ao CBMEPI;
t) Sistema de proteção por espuma inexistente; m) Sistema de iluminação de emergência deficiente;
u) Sistema fixo de gases para combate a incêndio inexistente; n) Sistema de detecção de incêndio deficiente;
v) Sistema elétrico dos equipamentos de segurança contra in- o) Sistema de alarme de incêndio deficiente;
cêndio desprotegido contra a ação do fogo; p) Sinalização de emergência deficiente;
w) Sistema de proteção contra descargas atmosféricas inexis- q) Sistema de extintores de incêndio deficiente;
tente; r) Sistema de hidrantes ou mangotinhos deficiente;
x) Armazenamento e utilização de produtos perigosos em des- s) Sistema de chuveiros automáticos deficiente;
conformidade com a legislação; t) Sistema de resfriamento deficiente;
y) Edificação ou área de risco com Licença do Corpo de Bom- u) Sistema de proteção por espuma deficiente;
beiros vencida; v) Sistema fixo de gases para combate a incêndio deficiente;
z) Deixar de atualizar o Projeto Técnico em decorrência de mu- w) Instalações elétricas prediais em desconformidade com a
dança de leiaute, de altura, de área ou de ocupação da edificação ou legislação;
área de risco, quando tais alterações implicam em novas exigências x) Documentação em desconformidade com a legislação;
ou redimensionamento das medidas de segurança contra incêndio; y) Atestado de Regularidade do Corpo de Bombeiros Militar
aa) Edificação ou área de risco sem Atestado de Regularidade não afixada em local visível ao público;
do Corpo de Bombeiros. (NR) § 1º Será considerado:
III - GRUPO III - Infrações Médias: I - deficiente: o sistema ou medida de segurança contra incên-
a) Elemento automatizado de compartimentação inoperante; dio que está instalada no todo ou em parte na edificação, que pode
b) Saída de emergência inoperante; ser utilizado, porém não atende totalmente as especificações das
c) Elevador de emergência inoperante; Instruções Técnicas e normas afins.
d) Sistema de controle de escada inoperante; II - inoperante: o sistema ou medida de segurança contra o in-
e) Sistema de controle de fumaça inoperante; cêndio que está instalado na edificação, porém não funciona;
f) Brigada de incêndio ou bombeiro civil reprovado na avaliação III - inoperante: o sistema ou medida de segurança contra o
de desempenho; incêndio que não está instalada na edificação;
g) Sistema de iluminação de emergência inoperante; § 2º A existência de sistemas de segurança contra incêndio e
h) Sistema de detecção de incêndio inoperante; pânico em edificações onde não haja obrigatoriedade legal ou nor-
i) Sistema de alarme de incêndio inoperante; mativa de instalação dos ditos sistemas, não isenta os proprietários
j) Sistema de extintores de incêndio inoperante; ou responsáveis por aquelas edificações das exigências pertinentes,
k) Sistema de hidrantes ou mangotinhos inoperante; contidas nesta Lei e em sua regulamentação, relativas aos sistemas
l) Sistema de chuveiros automáticos inoperante; referidos.
m) Sistema de resfriamento inoperante;
n) Sistema de proteção por espuma inoperante; CAPÍTULO VI
o) Sistema fixo de gases para combate a incêndio inoperante; DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO
p) Armazenamento de líquidos inflamáveis em desconformida-
de com a legislação; SEÇÃO I
q) Armazenamento e utilização de gás liquefeito de petróleo DAS PENALIDADES
(GLP) em desconformidade com legislação;
r) Armazenamento e utilização de gás natural (GN) em descon- Art. 20 O Corpo de Bombeiros Militar, no exercício da fiscaliza-
formidade com legislação; ção que lhe compete por força de lei, aplicará as seguintes penalida-
s) Materiais ou equipamentos de sistemas segurança contra in- des pelo não cumprimento de qualquer das exigências de medidas
cêndio sem certificação quando exigida; de proteção contra incêndio e pânico:
t) Deixar de atualizar o Projeto Técnico em decorrência de mu- I - multa;
dança de altura, de área ou de ocupação da edificação ou área de II - Cassação do Atestado de regularidade ou Atestado de Con-
risco, quando tais alterações não implicam em redimensionamento formidade;
das medidas de segurança contra incêndio; III - destruição ou inutilização de equipamentos e produtos;
IV - GRUPO IV - Infrações Leves: IV - interdição ou embargo de obra ou atividade;
a) Acesso de viatura deficiente quanto à localização ou às di- V - restritiva de direitos.
mensões;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais in- IV - Grupo IV - Infrações de natureza leve, punida com multa de
frações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas valor correspondente a 50 (cinquenta) UFR-PI.
cominadas. § 1º Em casos de riscos de graves acidentes, com a possibilida-
§ 2º As sanções previstas nos incisos II a V deste artigo poderão de de elevado número de vítimas ou em eventos com grande reu-
ser aplicadas juntamente com a do inciso I. nião de público, os limites das multas poderão ser decuplicados.
§ 3º A multa será aplicada sempre que o agente, por culpa ou § 2º Considerar-se-á reincidência o não cumprimento das exi-
dolo: gências inicialmente apresentadas em notificação ao proprietário
I - notificado, deixar de sanar as irregularidades no prazo assi- ou responsável, constatado através de nova vistoria, realizada após
nalado; a expiração do prazo concedido para tal cumprimento, quando da
II - opuser embaraço à fiscalização do Corpo de Bombeiros. aplicação da primeira multa.
III - cometer infração gravíssima, nos termos do art. 19, inciso § 3º A caracterização da reincidência referida no § 2º indepen-
I, desta Lei derá do pagamento da primeira multa aplicada.
§ 4º As sanções indicadas no inciso IV do caput serão aplicadas § 4º Em caso de reincidência, os valores das multas serão co-
quando o equipamento, a obra, a atividade ou o estabelecimento bradas em dobro, obedecendo-se a proporcionalidade estabelecida
não estiver obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. neste artigo.
Art. 21 A aplicação das penalidades referidas neste Capítu- § 5º Os valores das multas serão corrigidos e atualizados pela
lo não isenta o proprietário, locatário ou representante legal pelo variação da UFR-PI ou outro índice legal de correção dos débitos
cumprimento das exigências citadas em notificação. fiscais.
Art. 22 Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade § 6º A aplicação da multa correspondente não exime o infra-
competente observará: tor de responsabilidades civis e penais porventura cabíveis, nem da
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e obrigação de sanar as irregularidades apresentadas.
suas conseqüências para a segurança pública; § 7º O cumprimento das exigências apresentadas em notifica-
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da le- ção não isenta o infrator do recolhimento das multas porventura
gislação de interesse de prevenção contra incêndio e pânico; aplicadas.
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. § 8º As multas aplicadas, quando não recolhidas pelo infrator,
Art. 23 Para a aplicação das penalidades previstas nesta Lei no prazo previsto em Lei, serão inscritas em dívida ativa do Estado,
será assegurada ampla defesa aos interessados, observando-se o e remetidas para cobrança judicial, com os acréscimos pertinentes.
disposto na regulamentação. § 9º Para o cálculo da multa, deverão ser computados cumula-
Art. 24 Será considerado reincidente o proprietário ou locatário tivamente os valores de cada infração, tendo como limite máximo:
ou representante legal da edificação que, no período de vigência I - 02 (duas) infrações para o grupo das infrações gravíssimas;
do Atestado de Regularidade, vier a cometer nova infração prevista II - 04 (quatro) infrações para o grupo das infrações graves;
neste Código ou em sua regulamentação, constatada em vistoria. III - 04 (quatro) infrações para o grupo das infrações médias;
Parágrafo Único Caracterizada a reincidência de que trata este IV - 04 (quatro) infrações para o grupo das infrações leves.” (NR)
artigo, o Atestado de Regularidade será imediatamente cassado, § 10º A multa pode ser recolhida com redução de 50% (cin-
podendo ainda ser aplicadas penalidades constantes deste Código. quenta por cento) do seu valor no caso de renúncia ao direito de
Art. 25 Os acréscimos de área e as mudanças de ocupação das recorrer, com o pagamento dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a
edificações, que possam implicar em alteração do seu risco, bem contar da data de sua emissão.”
como o aumento ou redução dos sistemas de segurança contra in- Art. 27 As empresas de que trata o artigo 51 e os seus profis-
cêndio e pânico, deverão ser apresentados ao Corpo de Bombeiros sionais técnicos responsáveis, quando cometerem infrações a esta
Militar, para efeito de análise e posterior aprovação. Lei ou a seu regulamento, ficarão sujeitos à multa, que variará de
§ 1º As alterações previstas neste artigo incluem as edificações 100 (cem) a 300 (trezentas) UFR-PI, aplicadas de forma gradativas,
existentes e as projetadas para construção, mesmo já aprovadas proporcional à gravidade da infração cometida, além das penalida-
junto ao Corpo de Bombeiros. des de suspensão temporária e cancelamento do seu cadastro e
§ 2º em caso de serem constatadas as alterações previstas nes- credenciamento junto ao Corpo de Bombeiros Militar, na forma dos
te artigo, através de vistoria, sem o prévio conhecimento do Corpo dispositivos constantes em regulamentação à presente Lei.
de Bombeiros Militar, ao proprietário ou responsável pela edifica- § 1º Aos casos de reincidência específica, serão aplicadas mul-
ção serão aplicadas as penalidades contidas neste capítulo. tas em dobro.
§ 2º Para efeito de aplicação de multas, serão observados os
SEÇÃO II dispositivos constantes do artigo 26.
DAS MULTAS Art. 28 Os valores arrecadados em pagamento de multas por
infração a qualquer das exigências de medidas de proteção contra
Art. 26. Os valores das multas serão cobrados em Unidades Fis- incêndio e pânico serão revertidos a fundo de aparelhamento do
cais de Referência - UFR-PI e proporcional a natureza da infração, corpo de Bombeiros Militar a ser criado por lei.
em conformidade com o disposto no art. 19 desta Lei:
I - Grupo I - Infrações de natureza gravíssima, punida com multa SEÇÃO III
de valor correspondente a 500 (quinhentos) UFR-PI; APREENSÃO E PERDIMENTO DE EQUIPAMENTOS E PRODU-
II - Grupo II - Infrações de natureza grave, punida com multa de TOS
valor correspondente a 300 (trezentos) UFR-PI;
III - Grupo III - Infrações de natureza média, punida com multa Art. 29 Serão apreendidos os equipamentos e produtos relacio-
de valor correspondente a 200 (duzentos) UFR-PI; nados à proteção contra incêndio e pânico:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - que não atendam as exigências técnicas vigentes; § 6º Cabe aos beneficiários das incorporações de que tratam
II - encontrados em empresas de instalação, manutenção e co- os incisos III e IV a responsabilidade pela adequada utilização dos
mercialização desses que não estejam credenciadas e cadastradas bens, na forma da legislação pertinente, de modo a atender ao in-
no Corpo de Bombeiros Militar e não providenciem a regularização teresse público ou social.
no prazo assinado pela autoridade competente; Art. 32 Na destinação de que trata esta Lei será observada le-
III - acompanhados de documento de arrecadação falso ou for- gislação que dê tratamento próprio a bens com características es-
jado. peciais, tais como produtos tóxicos ou explosivos.
Art. 30 Estão sujeitos à pena de perdimento:
I - os produtos e equipamentos, componentes dos sistemas SEÇÃO IV
preventivos de combate a incêndio e pânico que estiverem em de- DESTRUIÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E PRO-
sacordo com a legislação técnica vigente; DUTOS
II - os produtos e equipamentos, componentes dos sistemas
preventivos apreendidos nas empresas referidas no art. 29, II, que Art. 33 Serão incinerados, destruídos ou inutilizados, observa-
não regularizem sua situação junto ao Corpo de Bombeiros; das as cautelas estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros Militar, os
III - os produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos, equi- produtos e equipamentos, componentes dos sistemas preventivos
pamentos e artefatos que ofereçam risco de grave acidente, quí- de combate a incêndio e pânico em desacordo com as normas téc-
mico, físico ou biológico, com perigo de danos ao meio ambiente. nicas vigentes.
Parágrafo Único A pena de perdimento será aplicada pelo Co- § 1º O Corpo de Bombeiros Militar regulamentará as formas
mandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar, que também de- de destruição dos produtos de que trata este artigo, observando a
cidirá sobre a destinação desses bens, na forma estabelecida em legislação ambiental.
regulamento. § 2º A destruição, incineração ou inutilização de bens será efe-
Art. 31 Aos bens de que trata o artigo 30 poderá ser atribuída tivada por comissão própria, designada pelo Comandante-Geral do
uma das seguintes destinações: Corpo de Bombeiros, integrada, no mínimo, por três bombeiros mi-
I - venda, mediante leilão, a pessoas jurídicas, para seu uso, litares.
consumo, industrialização ou comércio;
II - venda, mediante leilão, a pessoas físicas, para uso ou con- SEÇÃO V
sumo; DA INTERDIÇÃO OU EMBARGO DE OBRA OU ATIVIDADE
III - incorporação à administração direta ou a pessoas jurídicas
de direito público da administração indireta federal, estadual ou Art. 34º A interdição, isolamento ou embargo de edificações
municipal; será procedido quando ocorrer o não cumprimento das exigências
IV - incorporação a entidades sem fins lucrativos declaradas de apresentadas em notificação, após a aplicação de multa, observado
utilidade pública federal, estadual ou municipal;
o prazo estabelecido.
V - incineração, destruição ou inutilização.
§ 1º A interdição, isolamento ou embargo, previsto nesta Lei,
§ 1º Os produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos, equi-
somente serão levantados quando do cumprimento integral das
pamentos e artefatos declarados perdidos em decisão administra-
exigências apresentadas em notificação.
tiva final, e que não devam ser destruídos, poderão ser incorpo-
§ 2º O recolhimento das multas aplicadas, por parte do infra-
radas ao patrimônio da Fazenda Estadual, ou alienados, inclusive
tor, não determinará o levantamento da interdição, isolamento ou
por meio de doação a instituições de educação, de pesquisa, ou de
embargo da edificação.
assistência social.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, entende-se por incorporação a Art. 35º Quando a situação justificar, pela iminência de risco
transferência dos bens, destinados pela autoridade competente, de morte, para a integridade física de pessoas ou que possa causar
para a administração da entidade ou órgão beneficiário, os quais graves danos materiais, o Corpo de Bombeiros Militar poderá ime-
passarão a constituir bem patrimonial da entidade ou órgão, ou diatamente proceder, independentemente da aplicação de outras
bem de consumo a ser utilizado em suas atividades rotineiras, es- penalidades, a interdição, isolamento ou embargo da edificação,
peciais ou de representação. obra, atividade ou local de concentração de público, notificando o
§ 3º A incorporação de que trata este artigo é decorrente da proprietário ou responsável a cumprir as exigências apresentadas.
avaliação, pela autoridade competente, de sua oportunidade e con- § 1º Na situação prevista neste artigo, o contraditório será pos-
veniência, relativamente à escolha de outra forma de destinação, tergado, devendo o local interditado, isolado ou embargado assim
objetivando alcançar, mais rapidamente, benefícios administrati- permanecer até parecer contrário do Corpo de Bombeiros Militar,
vos, econômicos e sociais. após o cumprimento integral das exigências, ou julgamento favorá-
§ 4º A incorporação referida no inciso III dependerá de forma- vel ao recurso interposto pelo interessado.
lização do pedido por parte da entidade interessada ou de determi- § 2º O infrator não estará isento das multas correspondentes,
nação de autoridade competente. caso não venha a cumprir as exigências apresentadas, no prazo de-
§ 5º A destinação aludida no inciso IV dependerá de pedido da terminado em notificação.
entidade interessada, devendo o processo respectivo ser instruído
com documentos comprobatórios da personalidade jurídica da en- SEÇÃO VI
tidade, investidura do representante legal da entidade que tenha DAS PENALIDADES RESTRITIVAS DE DIREITO
assinado o pedido, entrega da última Declaração de Isenção do Im-
posto de Renda - Pessoa Jurídica devida, declaração de utilidade Art. 36º As penalidades restritivas de direito são:
pública, bem assim outros elementos a critério da autoridade com- I - suspensão de registro, licença ou autorização;
petente para efetuar a destinação. II - suspensão de registro, licença ou autorização;

47
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; § 3º O prazo fixado neste artigo só será prorrogável, a critério
IV - proibição de contratar com a Administração Pública Esta- do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, se a parte
dual, pelo período de até três anos. interessada apresentar motivo justo.
Art. 37º As penalidades de suspensão ou cancelamento de
registro, licença ou autorização serão aplicadas, na forma prevista SEÇÃO II
em regulamento, às empresas instaladoras, de manutenção e de DO DIREITO DE DEFESA
comercialização de equipamentos de sistemas de segurança contra
incêndio e pânico que não atenderem às exigências previstas em Art. 43. Da notificação e da aplicação de penalidades caberá
notificação. defesa, em primeira instância, ao Chefe do órgão competente do
Art. 38º As pessoas jurídicas favorecidas com quaisquer benefí- Corpo de Bombeiros Militar, no prazo improrrogável de 15 (quinze)
cios ou incentivos fiscais concedidos ou previstos por leis estaduais, dias úteis, a contar da data de recebimento da notificação ou termo
caso não atendam as exigências contidas em notificação, ficam tam- de multa pelo proprietário ou responsável pela edificação.” (NR)
bém sujeitas a perda ou restrição desses benefícios ou incentivos, “Art. 44. Da decisão do chefe do órgão competente do Corpo
na forma prevista no regulamento desta Lei. de Bombeiros Militar caberá recurso, em segunda e última instân-
Art. 39º Na forma prevista no regulamento desta Lei, as em- cia, para o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, no
presas que não atendam a exigências relativas à segurança contra prazo improrrogável de 15 (quinze) dias úteis, a contar da data em
incêndio podem ser proibidas de contratar por até três anos com a que o interessado tomar ciência da decisão de primeira instância.”
Administração Pública estadual. (NR)
“Art. 45. O processo administrativo para apuração de infração
CAPÍTULO VII deve observar os seguintes prazos máximos:
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO I - 15 (quinze) dias úteis para o infrator oferecer defesa ou im-
pugnação contra a notificação, contados da data da ciência da irre-
SEÇÃO I gularidade;
DOS PROCEDIMENTOS DE APLICAÇÃO DAS PENALIDADES II - 15 (quinze) dias úteis para a autoridade competente julgar
a notificação, a defesa ou o recurso, contados da data da expedição
Art. 40º O Corpo de Bombeiros Militar, procedendo a vistoria da notificação ou da apresentação, se houver, da defesa ou recurso;
em edificações ou demais locais sujeitos a sua fiscalização, consta- III - 15 (quinze) dias úteis para o infrator recorrer da decisão
tando quaisquer das irregularidades previstas nesta Lei ou em seu desfavorável à instância superior;
regulamento, em benefício da segurança de vidas e bens, procede-
IV - 30 (trinta) dias corridos para o pagamento de multa, conta-
rá a expedição de notificação ao proprietário ou responsável pela
dos da data do recebimento do respectivo termo.” (NR)
edificação, estabelecendo orientações, apresentando exigências e
§ 1º Na ausência de termo inicial específico, o prazo é contado
fixando prazo para seu integral cumprimento, com vistas à regula-
a partir da ciência ou divulgação oficial do ato ou da decisão recor-
rização das edificações ou demais locais junto àquela Corporação.
rida.
§ 1º O prazo de que trata este artigo dependerá da natureza
§ 2º O responsável pela infração poderá ser notificado por re-
da irregularidade constatada, em conformidades com os critérios
messa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que
estabelecidos em regulamentação a esta Lei.
assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 2º Os prazos estipulados em notificação poderão ser pror-
rogados, a critério do Corpo de Bombeiros Militar, através de deci- § 3º A notificação devolvida por desatualização do endereço,
são firmada em requerimento do interessado, caso os argumentos dos dados do proprietário ou responsável, será considerada válida
apresentados justifiquem tal medida. para todos os efeitos.
Art. 41º Decorrido o prazo fixado na notificação, e não havendo § 4º A falta de decisão no prazo estipulado não importa perda
o cumprimento das exigências apresentadas, será lavrado o termo do direito de fiscalizar ou punir, mas apenas sujeita a autoridade
de multa, em duas vias. responsável às penalidades administrativas cabíveis.
§ 1º A primeira via do termo de multa será remetida ao infrator, Art. 46º Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
e a segunda será destinada à formação de processo no Corpo de efeito suspensivo.
Bombeiros Militar. Parágrafo Único Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
§ 2º A multa será cobrada nos valores estabelecidos no artigo incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
26 e seus parágrafos e será arrecadada pelo Corpo de Bombeiros ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
Militar. efeito suspensivo ao recurso.
Art. 42º Após a expedição do termo de multa, ao infrator será Art. 47º O recurso não será conhecido quando interposto:
dado um prazo de quinze dias para o cumprimento das exigências I - fora do prazo;
apresentadas e para o recolhimento da importância corresponden- II - perante órgão incompetente;
te. III - por quem não seja legitimado;
§ 1º Findo o prazo fixado neste artigo, e não havendo a obser- IV - após exaurida a esfera administrativa.
vância de seus dispositivos, será procedida a interdição, isolamento ou § 1º Salvo a hipótese de má-fé, o recorrente não será prejudica-
embargo da edificação, e a emissão de novo termo de multa, corres- do pela interposição de recurso perante órgão incompetente.
pondente ao dobro do valor da multa anteriormente aplicada. § 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administra-
§ 2º O recolhimento da multa inicialmente aplicada, sem que ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
haja o cumprimento das exigências apresentadas, não isenta o in- administrativa.
frator das penalidades previstas no parágrafo anterior.

48
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 48º Prescreve em cinco anos a ação punitiva do Corpo de Art. 55º Esta Lei deverá ser regulamentada por Decreto Gover-
Bombeiros Militar, no exercício do poder de polícia, objetivando namental no prazo de sessenta dias e por Instruções Técnicas baixa-
apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática das por ato do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar.
do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia Art. 56º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, fi-
em que tiver cessado. cando revogadas as disposições em contrário.
§ 1º Incide a prescrição no procedimento administrativo parali-
sado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina. (PI), 10 de agosto de 2005.
cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento
da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilida-
de funcional decorrente da paralisação, se for o caso. LEI Nº 5.949 DE 17/12/2009 (LEI DE ORGANIZAÇÃO
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração BÁSICA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ES-
também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previs- TADO DO PIAUÍ) (ALTERADA PELA LEI Nº 7.772, DE
to na lei penal. 04/04/2022).
Art. 49º Interrompe-se a prescrição:
I - pela notificação do interessado, inclusive por meio de edital;
II - por qualquer ato inequívoco de fiscalização; LEI ORDINÁRIA Nº 5.949 DE 17/12/2009
III - pela decisão de primeira instância ou do julgamento de re-
curso. Dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Mi-
litar do Estado do Piauí e dá outras providências.
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ,

Art. 50º As normas vigentes, emitidas pela Associação Brasilei- Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a se-
ra de Normas Técnicas ¿ ABNT, pelas Agências Reguladoras Nacio- guinte Lei:
nais, pelo IRB-Brasil Resseguros, e pelo Ministério do Trabalho, que
tenham relação com a segurança contra incêndio e pânico, poderão TÍTULO I
ser adotadas plena ou parcialmente, ou servirem de base para dis- ORGANIZAÇÃO BÁSICA
positivos de normas próprias, a serem definidas em regulamenta-
ção à presente Lei. CAPÍTULO ÚNICO
Art. 51. As empresas de formação e reciclagem de brigada de DA ESTRUTURA GERAL
incêndio deverão ser credenciadas e ter funcionamento autorizado
pelo Corpo de Bombeiros Militar. Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar está estruturado em ór-
§ 1º O Corpo de Bombeiros Militar manterá atualizado um ca- gãos de direção geral, órgãos de direção setorial, órgãos de apoio,
dastro das empresas de formação e reciclagem de brigadas de in- órgãos de assessoramento e órgãos de execução.
cêndio capacitadas a executar os serviços pertinentes. § 1º O Efetivo dos Batalhões e Companhias Independentes do
§ 2º As empresas referidas neste artigo somente poderão abrir Corpo de Bombeiros é o estabelecido nos Anexo I desta Lei.
processos de segurança contra incêndios junto ao corpo de Bom- § 2º Desde que não importe na criação de cargos e de despesas
beiro Militar quando devidamente credenciadas e cadastradas no ou na extinção de cargos, o Governador do Estado pode, através de
órgão competente daquela Corporação; Decreto, redistribuir cargos previstos nos órgãos da Corporação ou
§ 3º Ao Corpo de Bombeiros cabe baixar as respectivas normas, delegar essa atribuição ao Comandante-Geral do Corpo de Bom-
atinentes ao cadastramento previsto neste artigo, conforme os cri- beiros.
térios estabelecidos em regulamentação à presente Lei. Art. 2º Os órgãos de direção geral realizam o comando da Cor-
Art. 52º Para efeito do cumprimento do disposto nesta Lei e em poração.
sua regulamentação, o Corpo de Bombeiros Militar poderá vistoriar Art. 3º Os órgãos de direção setorial incubem-se do planeja-
todos os imóveis habitados e todos os estabelecimentos em fun- mento geral, visando o emprego do pessoal e material da Corpo-
cionamento, para verificação da existência e situação dos sistemas ração.
de segurança contra incêndio e pânico, com vistas à regularização Art. 4º Os órgãos de apoio atendem às necessidades de pes-
das citadas edificações, e à expedição do competente “Atestado de soal, de material e de serviço de toda a corporação.
Regularidade” a que se refere o artigo 14 desta Lei. Art. 5º Os órgãos de assessoramento prestam serviços afetos às
Art. 53º Quando em operações de combate a incêndios seja áreas de consultoria e de assessoramento técnico.
julgado necessário, o Corpo de Bombeiro Militar poderá utilizar os Art. 6º Os órgãos de execução são responsáveis pela realização
volumes de água armazenados em reservatórios de edificações pú- das operações bombeiros militares.
blicas e particulares.
Parágrafo Único O Corpo de Bombeiros Militar encaminhará SEÇÃO I
relatórios de consumo de água ao proprietário ou responsável pela ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL
edificação envolvida, e à empresa concessionária do serviço públi-
co, caso em uma emergência utilize água armazenada em reserva- “Art. 7º São órgãos de Direção Geral:
tório de edificações públicas ou particulares. I - Comando Geral, constituído de:
Art. 54º Em caso de extinção da UFR-PI, as multas serão calcu- a) Comandante-Geral;
ladas com base no índice ou unidade que o substituir. b) Subcomandante-Geral.

49
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - Alto Comando. ” (NR) III - as Companhias Independentes;


Parágrafo Único Para os fins desta Lei:
SEÇÃO II I - Batalhão é a unidade bombeiro militar formado por três
ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL Companhias, cada uma das quais com três pelotões;
II - Companhia incorporada é a que fica na sede do Batalhão;
Art. 8º São Órgãos de Direção Setorial: III - Companhias destacadas são as que não ficam na sede do
I - Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP); Batalhão;
II - Diretoria de Segurança Contra Incêndio (DSCI); IV - Companhias independentes são as que não pertencem a
III - Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (DEIP); Batalhão, estando diretamente subordinadas ao Comando Opera-
IV- Diretoria Administrativa e Financeira (DAF). ” (NR) cional de Bombeiros.

SEÇÃO III TÍTULO II


DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO DA COMPETÊNCIA E ESTRUTURAÇÃO DOS ÓRGÃOS

“Art. 9º São Órgãos de Assessoramento: CAPÍTULO I


I - Gabinete do Comandante-Geral (GAB. CBMT); DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL
II - Gabinete do Subcomandante-Geral (GAB. SUBCMT);
III - Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE); SEÇÃO I
IV- Núcleo de Defesa Civil (NDC); DO COMANDANTE-GERAL
V- Ajudância Geral (AJG);
VI - Núcleo de Controle Interno (NCI); Art. 12 O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do
VII - Estado-Maior-Geral (EMG); Estado do Piauí é responsável pela administração superior, coman-
VIII - Comissões; do e emprego da Corporação.
IX - Assessorias. ” (NR) Parágrafo Único A remuneração do cargo em comissão de Co-
Art. 10. São Órgãos de Apoio: mandante-Geral corresponde a 100% (cem por cento) da remune-
I - Centro de Manutenção (CEMAN), órgão de apoio da direto- ração do Secretário de Estado.
ria administrativa e financeira; Art. 13. O cargo de Comandante-Geral do Corpo de Bombei-
II - Centro de Suprimento de Material (CSM), órgão de apoio da ros Militar do Estado do Piauí é privativo de oficial do último posto
diretoria administrativa e financeira; da Corporação, integrante do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
III - Centro de Treinamento Operacional (CTO), órgão de apoio Combatentes a ser nomeado pelo Governador do Estado
da diretoria de ensino, instrução e pesquisa;
Parágrafo Único Quando a escolha para o exercício do cargo
IV - Centro de Operações e Comunicações (COC), órgão de
de Comandante-Geral não incidir sobre o Oficial da ativa de último
apoio do comando operacional de bombeiros;
posto mais antigo da Corporação, o escolhido terá precedência fun-
V - Centro de Atividades Físicas e Desportos (CAFD), órgão de
cional sobre os demais.
apoio da diretoria ensino, instrução e pesquisa;
VI - Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros (CEIB), órgão de
SEÇÃO II
apoio da diretoria ensino, instrução e pesquisa;
DO SUBCOMANDANTE-GERAL
VII - Núcleo de Saúde (NS), órgão de apoio da diretoria de ges-
tão de pessoas
Art. 14. O Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiro Militar
SEÇÃO V do Estado do Piauí, acumula a função de Chefe do Estado-Maior-Ge-
ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO ral, sendo o substituto imediato do Comandante-Geral, cumprindo-
-lhe substituí-lo em suas faltas ou impedimentos e desempenhar
Art. 11. São Órgãos de Execução do Corpo de Bombeiros Mi- outras atribuições previstas em leis ou regulamentos, ou mediante
litar. expressa delegação do Comandante-Geral.
I - Unidades: Parágrafo Único A remuneração do cargo em comissão de Sub-
a) Comando Operacional de Bombeiros (COB); comandante-Geral corresponde a 90% (noventa por cento) da que
b) Comando Regional de Bombeiros Militar do Meio-Norte (CR- percebe o Comandante-Geral.
BM-I); Art. 15. O cargo de Subcomandante-Geral do Corpo de Bombei-
c) Comando Regional de Bombeiros Militar do Litoral (CRBM- ros Militar do Estado do Piauí é privativo de oficial do último posto
-II); da Corporação, integrante do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
d) Comando Regional de Bombeiros Militar do Semiárido (CR- Combatentes, a ser nomeado pelo Governador do Estado, sendo
BM-III); seu substituto em suas faltas ou impedimentos, o coronel mais an-
e) Comando Regional de Bombeiros Militar do Cerrados (CRB- tigo do mesmo quadro. .
M-IV); Parágrafo Único Quando a escolha para o exercício do cargo de
f) Grupamento de Bombeiros Militar (GBM); Subcomandante- Geral não incidir sobre o Oficial de último posto
g) Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo (GBMar). mais antigo, o escolhido terá precedência funcional sobre os de-
II - Subunidades: mais.
a) Subgrupamento de Bombeiros Militar (SGBM);
b) Subgrupamento de Bombeiros Militar Marítimo (SGBMar).
” (NR)

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO III VII - Seção de Justiça e Disciplina (DGP-6);


DO ALTO COMANDO VIII - Núcleo de Voluntários da Reserva Remunerada

Art. 16. O Alto Comando da Corporação é o órgão colegiado SEÇÃO II


e deliberativo composto pelos Coronéis da ativa da corporação, a DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
ser convocado pelo Comandante- Geral ou seu substituto para co-
laborar com o processo decisório nos assuntos de relevância para Art. 19. A Diretoria Administrativa e Financeira, o órgão de di-
o desenvolvimento e cumprimento das atribuições da corporação e reção setorial responsável pelo funcionamento do sistema de ad-
elaborar políticas institucionais, sendo composto de: ministração financeira, programação, orçamento, contabilidade, in-
I - Comandante-Geral, na qualidade de presidente; cumbindo ainda o estudo, o planejamento, a orientação normativa,
II - Subcomandante-Geral, na qualidade de vice-presidente; a coordenação, supervisão, o controle e a execução das atividades
III - Diretor de Gestão de Pessoas; relativas à gestão do material e patrimônio da corporação terá a
IV - Diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa; seguinte organização básica:
V - Diretor Administrativo e Financeiro; I - Diretor;
VI - Comandante Operacional de Bombeiros; II - Seção Administrativa Financeira (DAF-1);
VII - Secretaria. III - Seção de Orçamento, Compras e Contabilidade (DAF-2);
§ 1º O Chefe de Gabinete do Comandante-Geral será o Secre- IV - Seção de Cadastro, Controle e Alienação do Patrimônio
tário do Alto Comando. (DAF-3);
§ 2º O Comandante-Geral convocará o Alto Comando para de- V - Seção de Administração de Frota (DAF- 4);
cidir em forma de colegiado, sobre: VI - Seção de Controle de Armas e Munições (DAF-5).
I - emprego de pessoal;
II - ensino e instrução; SEÇÃO III
III - controle interno; DA DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
IV - disciplina;
V- legislação; Art. 20. A Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, o órgão
VI - projetos e convênios; de direção setorial do sistema de ensino e instrução, incumbe-se
VII - processos de promoções em grau de recurso; do planejamento, da coordenação, do controle e da fiscalização de
VIII - outros assuntos de interesse da Corporação todas as atividades de formação, aperfeiçoamento e especialização,
nos diferentes níveis do ensino, do adestramento e da instrução,
CAPITULO IV terá a seguinte organização básica:
DOS ORGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL I - Diretor;
II - Seção Técnica de Ensino (DEIP-1);
Art. 17. As Diretorias, órgãos de direções setoriais, organiza- III - Seção de Curso e Estágios (DEIP-2);
das sob forma de sistema, competem realizar o planejamento, a IV - Seção de Pesquisa e Doutrina (DEIP-3);
orientação, o controle, a coordenação, a fiscalização e a execução V - Banda de Música
das atividades, dos programas e dos planos relativos às estratégias
setoriais específicas.
§ 1º A 1ª Seção (BM/1) está estruturada da seguinte forma: SEÇÃO IV
I - Diretoria de Pessoal; DA DIRETORIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
II - Gerência de Ativos e Inativos;
III - Coordenação de Gestão de Pessoas; Art. 21. A Diretoria de Segurança Contra Incêndio, unidade
IV - Seção de Justiça e Disciplina; administrativa responsável pelo planejamento, análise, controle e
V - Seção de Folha e Cadastro; fiscalização das atividades atinentes à segurança contra incêndio e
VI - Seção de Ingresso e Identificação; pânico no âmbito do Estado do Piauí, terá a seguinte organização
VII - Seção de Seleção, e Movimentação; básica:
VIII - Seção de Pensionistas. I - Diretor;
II - Seção de Análise de Projetos (DSCI – 1);
SEÇÃO I III - Seção de Vistorias e Pareceres (DSCI –2);
DA DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS IV - Seção de Fiscalização (DSCI – 3);
V - Seção de Apoio Técnico (DSCI – 4);
Art. 18. A Diretoria de Gestão de Pessoas, órgão de direção se- VI - Seção de Estatística e Arquivo (DSCI – 5)
torial do sistema de pessoal, incumbe-se do planejamento, da coor-
denação, da execução, do controle, e da fiscalização das atividades SEÇÃO V
relacionadas à pessoal, terá a seguinte organização básica: DIRETORIA DE ENGENHARIA
I - Diretor;
II - Seção de Folha e Cadastro (DGP – 1); Art. 22 A Diretoria de Engenharia é responsável pelo planeja-
III - Seção de Promoções e Movimentações (DGP – 2); mento, análise, controle e fiscalização das atividades atinentes à
IV - Seção de Identificação e Ingresso (DGP – 3); segurança contra incêndio e pânico no Estado do Piauí, a qual será
V - Seção de Inativos e Pensionistas (DGP-4); dirigida pelo Diretor de Serviços Técnicos.
VI - Seção de Atos (DGP-5);

51
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único A 6ª Seção (BM/6) está estruturada da seguin- I - Chefe;


te forma: II - Adjunto;
I - Diretoria de Engenharia; III - Coordenação de Projetos;
II - Gerência de Engenharia; IV - Seção de Estatística;
III - Coordenação de Estudos e Projetos; V - Seção de Estudos Prospectivos.
IV - Coordenação de Vistorias;
V - Coordenação de Apoio Técnico; SEÇÃO IV
VI - Seção de Hidrantes; DO NÚCLEO DE DEFESA CIVIL
VII - Seção de Perícias;
VIII - Seção de Estatística. Art. 26. O Núcleo de Defesa Civil é órgão de assessoramento do
Comando Operacional de Bombeiros responsável pelo planejamen-
CAPÍTULO III to e execução de atividades de defesa civil na área de competência
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO do Corpo de Bombeiros.
Parágrafo único. O Núcleo de Defesa Civil terá a seguinte orga-
SEÇÃO I nização básica:
DO GABINETE DO COMANDO GERAL I - Chefe;
II - Seção de Defesa Civil da Capital;
Art. 23 Ao Gabinete do Comando Geral compete acompanhar III - Seção de Defesa Civil do Interior
os trabalhos das assessorias e comissões de caráter temporário,
assessorar o Comandante Geral nos assuntos de controle interno, SEÇÃO V
produzir informações estratégicas com vistas ao preparo e emprego DA AJUDÂNCIA GERAL
do Corpo de Bombeiros Militar e desempenhar as funções de apoio
administrativo, serviços gerais e os trabalhos de secretaria do co- Art. 27. A Ajudância Geral, subordinada diretamente ao Co-
mando geral. mandante Geral, compete a publicação dos atos administrativos,
Parágrafo Único Compõem o Gabinete do Comandante Geral: recepção de correspondências, assim como auxiliar nas funções de
I - Chefe; administração, conservação e segurança das instalações do Quartel
II - Comissão de Promoções de Oficiais;
do Comando Geral (QCG), considerado como Organização de Bom-
III - Ajudante de Ordens;
beiros Militar.
IV - Ouvidoria;
§ 1º Terá a seguinte organização básica:
V - Assessoria Técnica III;
I - Ajudante-Geral;
VI - Assessoria Técnica II;
II - Secretaria Administrativa;
VII - Assistência de Serviços II;
III - Seção de Comando, Serviços e Segurança (SCS);
VIII - Seção de Arquivo.
IV - Seção de Arquivo.
§ 2º A Seção de Comando, Serviços e Segurança, será composta
SEÇÃO II
DO GABINETE DO SUBCOMANDO-GERAL pelo seu efetivo previsto no Quadro de Organização e Distribuição
Geral, acrescentado do efetivo de praças distribuído nos órgãos do
Art. 24 Ao Gabinete do Subcomando-Geral compete assessorar Quartel do Comando Geral.
o Subcomandante Geral nos assuntos relativos à justiça e discipli-
na bem como supervisionar os serviços diários desenvolvidos pela SEÇÃO VI
Corporação. DO NÚCLEO DE CONTROLE INTERNO
Parágrafo Único Compõem o Gabinete do Subcomandante Ge-
ral: Art. 28 Ao Núcleo de Controle Interno compete acompanhar a
I - Chefe; implementação, pelos órgãos e suas unidades administrativas, das
II - Comissão de Promoções de Praças; recomendações da Procuradoria Geral do Estado, da Controladoria-
III - Ajudante de Ordens; -Geral do Estado e do Tribunal de Contas do Estado.
IV - Assessor Técnico II; Parágrafo Único O Núcleo de Controle de Gestão Interna será
V - Assessor Técnico I; estruturado da seguinte forma:
VI - Assistência de Serviços I; I - Chefe;
II - Coordenador;
SEÇÃO III III - Auxiliares.
DO NÚCLEO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS
SEÇÃO III
Art. 25 O Núcleo de Estudos Estratégicos é o órgão encarrega- DO ESTADO-MAIOR-GERAL
do da realização de estudos em todas as áreas de atuação da Cor-
poração, com vistas à permanente construção de um sistema de Art. 28-A. O Estado-Maior-Geral, encarregado da elaboração
segurança pública na área de bombeiros e de defesa civil capaz de das diretrizes e ordens do comando, tem por missão o estudo, o
responder às demandas da sociedade. planejamento, a coordenação, a programação orçamentária e fi-
Parágrafo Único O Núcleo de Estudos Estratégicos é composto nanceira e o controle de todas as atividades da Corporação, por in-
dos seguintes órgãos: termédio dos órgãos de direção setorial, de apoio e de execução, no

52
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

exercício de suas competências, em conformidade com as decisões SEÇÃO IV


e diretrizes do Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar DO CENTRO DE OPERAÇÕES E COMUNICAÇÕES
do Estado do Piaui.
Parágrafo único. Terá a seguinte organização básica: Art. 32 O Centro de Operações e Comunicações é o órgão res-
I - Chefe do Estado-Maior-Geral (Ch EMG); ponsável pela execução dos serviços de comunicação das ações
II - Subchefe do Estado-Maior-Geral (Sub Ch EMG); operacionais.
III - Secretaria; Parágrafo Único O Centro Operacional de Comunicações tem a
IV - Seções: seguinte organização básica:
a) 1ª Seção - Seção de Planejamento Orçamentária (SEPLO); I - Chefe;
b) 2ª Seção - Seção de Inteligência e Contra Inteligência (SEICI); II - Seção de Operações;
c) 3ª Seção - Seção de Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SECPT); III - Seção de Comunicações;
d) 4ª Seção - Seção de Geoprocessamento e Legislação (SEGEL); IV - Seção de Apoio.
e) 5ª Seção - Seção de Relações Públicas, Ação Comunitária e
Comunicação Social (SERPACS). SEÇÃO IV
DO CENTRO DE ATIVIDADES FÍSICAS E DESPORTOS
CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS DE APOIO Art. 32-A. O Centro de Atividades Físicas e Desportos é um ór-
gão de apoio da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, compe-
SEÇÃO I tindo-lhe desenvolver programas específicos de condicionamento
DO CENTRO DE MANUTENÇÃO físico e desportos da corporação, possuindo a seguinte estrutura:
I- Chefe;
Art. 29 O Centro de Manutenção é órgão encarregado da ma- II- Subchefe;
nutenção das instalações dos quartéis, viaturas e manutenção de III- Seção de Avaliação e Reabilitação Física;
equipamentos de telecomunicações e operacionais da Corporação. IV- Seção de Condicionamento Físico;
Parágrafo Único O Centro de Manutenção tem a seguinte orga- V- Academia.” (NR)
nização básica:
I - Chefe; SEÇÃO VI
II - Seção de Manutenção; DO CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS
III - Seção de Equipamentos Operacionais;
IV - Seção de Equipamentos de Telecomunicações. Art. 32-B. O Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros é o
órgão de apoio da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, incum-
SEÇÃO II bido da formação, habilitação, aperfeiçoamento, especialização,
DO CENTRO DE SUPRIMENTO DE MATERIAL treinamento e da instrução especializada dos bombeiros militar do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e, eventualmente,
Art. 30 O Centro de Suprimento de Material é órgão encarre- de bombeiros de outras corporações, possui a seguinte estrutura:
gado de atender as necessidades básicas de subsistência da Corpo- I- Comandante;
ração. II- Subcomandante;
Parágrafo Único O Centro de Suprimento e Material tem a se- III- Seção de Administração;
guinte organização básica: IV- Seção Pedagógica;
I - Chefe; V- Comando do Corpo de Alunos.” (NR)
II - Seção de Controle e Distribuição;
III - Almoxarifado. SEÇÃO VII
DO NÚCLEO DE SAÚDE
SEÇÃO III
DO CENTRO DE TREINAMENTO OPERACIONAL Art. 32-C. O Núcleo de Saúde é responsável pelo planejamento,
orientação, coordenação, controle e execução de programas de me-
Art. 31 O Centro de Treinamento Operacional é órgão encarre- dicina preventiva, saúde comunitária e controle médico-sanitário
gado da realização de treinamentos técnicos operacionais de com- de pessoal, execução das atividades de assistência médica, odonto-
bate a incêndio, salvamento aquático e salvamento em altura da lógica, bem como pelas perícias médicas e homologar os pareceres
Corporação. da junta Médica de Saúde (JMS) no âmbito da corporação.
Parágrafo Único O Centro de Treinamento Operacional tem a §1º Possuindo a seguinte constituição:
seguinte organização básica: I - Chefe;
I - Chefe; II - Perícias Médicas (PM);
II - Adjunto; III - Junta Médica de Saúde (JMS);
III - Seção de Incêndio; IV - Seção Médica e Odontológica;
IV - Seção de Salvamento Aquático e Mergulho; V - Seção de Psicologia;
V - Seção de Salvamento em Altura; VI - Seção de Enfermagem.
VI - Seção de Salvamento Terrestre; VII - Seção de Apoio Administrativo.
VII - três Pelotões Operacionais; § 2º O Chefe do Núcleo de Saúde será um oficial superior do
VIII - Pelotão Administrativo. Quadro de Oficiais Bombeiros Militar de Saúde da Corporação.”

53
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO V VI - Seção de Estatística;


DA CONSTITUIÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DE VII - Grupamentos de Bombeiros Militar;
EXECUÇÃO VIII - Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo.
§ 2º Os cargos de Comandantes das Regionais de Bombeiros
Art. 33. Os órgãos de execução do Corpo de Bombeiros Militar Militar serão exercidos respectivamente por Oficiais do penúltimo
do Estado do Piauí, constituídos de unidades e subunidades opera- posto da Corporação do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Com-
cionais, realizam a atividade-fim da instituição, cumprindo as mis- batentes..
sões que lhes são inerentes, sendo apoiados em suas necessidades
de pessoal e material pelos demais órgãos SUBSEÇÃO III
DOS GRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR
SEÇÃO I
DO COMANDO OPERACIONAL DE BOMBEIROS Art. 37. Os Grupamentos de Bombeiros Militar têm a seu cargo,
dentro de uma determinada área operacional, as missões de pre-
Art. 34. O Comando Operacional de Bombeiros é órgão de exe- venção e extinção de incêndios, busca, salvamento, atendimento
cução do mais alto escalão do sistema operacional subordinado ao pré-hospitalar e auxílio nas atividades de defesa civil.
órgão de direção geral, tendo a seu cargo o planejamento estraté- § 1º Terá a seguinte organização básica:
gico e a fiscalização do emprego dos Comandos Regionais de Bom- I - Comandante;
beiros. II - Subcomandante;
§ 1º Terá seguinte organização básica: III - Administrativa;
I - Comandante Operacional de Bombeiros; IV - Seção de Planejamento Operacional;
II - Subcomandante Operacional de Bombeiros; V - Seção de Logística;
III - Seção Administrativa; VI - Seção de Estatística;
IV - Seção de Operações e Comunicações; VII - Seção de Serviços Técnicos;
V - Seção de Controle e Fiscalização de Hidrantes; VIII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar.
VI - Seção de Planejamento, Estatística e Avaliação Operacional;
§ 2º Os cargos de Comandantes dos Grupamentos serão exerci-
VII - Núcleo de Investigação e Prevenção de Incêndios;
dos por Oficiais Superiores do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
VIII - Comandos Regionais de Bombeiros Militar.
Combatentes, e excepcionalmente por Oficiais Superiores de outros
§ 2º Os cargos de Comandante e Subcomandante Operacional
quadros
de Bombeiros serão exercidos respectivamente por Coronel e Te-
nente Coronel do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Combaten-
SUBSEÇÃO V
tes
DO GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MILITAR MARÍTIMO
SUBSEÇÃO I
DO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO Art. 38. O Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo tem a
seu cargo a realização de operações aquáticas com a finalidade de
Art. 35. O Núcleo de Investigação e Prevenção de Incêndios executar serviços de prevenção em eventos náuticos, a busca, sal-
destina-se a realizar as análises laboratoriais relacionadas a investi- vamentos de pessoas e bens, combate a incêndio em embarcações
gação de incêndios e de explosões, emitir conclusões técnicas sobre e instalações portuárias, bem como a preservação ambiental limi-
atividades preventivas e será estruturado da seguinte forma: tada às orlas fluviais e lacustre inscritas nos limites geográficos dos
I - Chefe; municípios de Ilha Grande de Santa Isabel, Parnaíba, Luís Correia e
II - Subchefe; Cajueiro da Praia, assim como de toda a costa marítima piauiense.
III - Seção de Perícias; § 1º Terá a seguinte organização básica:
IV - Seção de Pesquisas; I - Comandante;
V - Laboratório II - Subcomandante;
III - Seção Administrativa;
SUBSEÇÃO II IV - Seção de Planejamento Operacional e Estatística;
DOS COMANDOS REGIONAIS DE BOMBEIROS MILITAR V - Seção de Logística e Comunicações;
VI - Seção de Capacitação Técnico-Profissional;
Art. 36. Os Comandos Regionais de Bombeiros Militar são ór- VII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar Marítimo – SGB-
gãos de execução subordinados diretamente ao Comandante Ope- Mar.
racional de Bombeiros, devem efetuar o planejamento operacional, Parágrafo único. O cargo de Comandante do Grupamento de
a supervisão, a coordenação, prevenção, o controle, a fiscalização e Bombeiros Militar Marítimo será exercido por Major do Quadro de
a execução das atividades de bombeiro no âmbito de suas respecti- Oficiais Bombeiros Militar Combatentes.
vas responsabilidades e circunscrições.
§ 1º Terão a seguinte organização básica: SUBSEÇÃO VI
I - Comandante; DOS SUBGRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR
II - Subcomandante;
III - Seção Administrativa; Art. 39. Os Subgrupamentos de Bombeiros Militar, são subuni-
IV - Seção de Planejamento e Avaliação Operacional; dades operacionais subordinadas a seus respectivos grupamentos,
V - Seção de Comunicações e Logística; tem a seus cargos, dentro de uma determinada área operacional, as

54
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

missões específicas de prevenção e extinção de incêndios, de resga- a) 1º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do
te, atendimento pré-hospitalar e busca e salvamentos, e as demais 1º GBM abrangerá 16 municípios no território de desenvolvimento
que lhe sejam conexas. Entre Rios, compreendendo: Teresina, Alto Longá, Altos, Coivaras,
§ 1º Terão a seguinte organização básica: José de Freitas, Lagoa Alegre, Miguel Alves, Nazária, Pau d’Arco,
I - Comandante; União, Beneditinos, Curralinhos, Demerval Lobão, Lagoa do Piauí,
II - Subcomandante; Miguel Leão e Monsenhor Gil.
III - Seção de Operações; 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/1º GBM)
IV - Seção de Comunicações e Logística; – Sede – Região Central;
V - Seção de Operações e Comunicações; 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/1º GBM)
VI - Seção de Vistoria e Fiscalização; – Zona Norte;
VII - Sargenteação. 3) 3º Subgrupamento de Bombeiros Militar (3º SGBM/1º GBM)
§ 2º Os cargos de Comandantes dos Subgrupamentos de Bom- – Zona Sul;
beiros Militar serão exercidos por Capitães do Quadro de Oficiais 4) 4º Subgrupamento de Bombeiros Militar (4º SGBM/1º GBM)
Bombeiros Militar Combatentes, e excepcionalmente por Oficiais – Zona Leste.
Intermediários e Subalternos de outros quadros.. b) 2º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação
do 2º GBM abrangerá 16 municípios no território de desenvolvi-
SUBSEÇÃO VII mento Entre Rios, compreendendo: Teresina (sede), Agricolândia,
DOS SUBGRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR MARITIMO Água Branca, Amarante, Angical do Piauí, Barro Duro, Hugo Napo-
leão, Jardim do Mulato, Lagoinha do Piauí, Olho d’Água do Piauí,
Art. 40. Os Subgrupamentos de Bombeiros Militar Marítimo Palmeirais, Passagem Franca do Piauí, Regeneração, Santo Antônio
têm a seu cargo as missões de prevenção, combate a incêndio em do Milagres, São Gonçalo do Piauí e São Pedro do Piauí.
embarcações e instalações portuárias, busca, resgate, guarda-vidas, 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/2º GBM)
salvamento aquático e demais que lhe sejam conexas. – Sede – Zona Sudeste;
§ 1º Terá a seguinte organização básica: c) 6º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do
I - Comandante; 6º GBM abrangerá 24 municípios no território de desenvolvimento
II - Subcomandante; Cocais, compreendendo: Piripiri (sede), Barras, Batalha, Campo Lar-
III - Seção Administrativa; go do Piauí, Esperantina, Joaquim Pires, Joca Marques, Luzilândia,
IV - Seção de Combate a Incêndio Marítimo e Fluvial; Madeiro, Matias Olímpio, Morro do Chapéu do Piauí, Nossa Senho-
V - Seção de Prevenção e Operações Aquáticas. ra dos Remédios, Porto, São João do Arraial, Brasileira, Domingos
§ 2º Os cargos de Comandantes dos Subgrupamentos de Bom- Mourão, Lagoa de São Francisco, Milton Brandão, Pedro II, Piracuru-
beiros Militar Marítimo serão exercidos por Capitães do Quadro de ca, São João da Fronteira, São José do Divino, mais 16 municípios no
Oficiais Bombeiro.” (NR) território de desenvolvimento Carnaubais, compreendendo: Cam-
po Maior , Boa Hora, Boqueirão do Piauí, Cabeceiras do Piauí, Capi-
SEÇÃO II tão de Campos, Cocal de Telhas, Jatobá do Piauí, Nossa Senhora de
DA CLASSIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ÓRGÃO DE EXECU- Nazaré, Sigefredo Pacheco, Assunção do Piauí, Buriti dos Montes,
ÇÃO Castelo do Piauí, Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São João da
Serra e São Miguel do Tapuio.
Art. 41. Os órgãos de execução serão classificados de acordo 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/6º GBM)
com a necessidade dos serviços operacionais e administrativos de – Sede;
uma determinada área, sendo considerados para este fim, os se- 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/ 6º GBM)
guintes requisitos: – Campo Maior;
a) população; 3) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (3º SGBM/ 6º GBM)
b) território de desenvolvimento; – Esperantina.
c) malha viária; II – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua-
d) mapeamento aéreo do Piauí; ção macrorregião do Litoral (CRBM-II):
e) densidade de indústria e comércio; a) 3º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do
f) valor histórico e cultural; 3º GBM abrangerá 08 municípios no território de desenvolvimento
g) meio ambiente; Planície Litorânea, compreendendo: Parnaíba (sede), Bom Princípio
h) poder operacional; do Piauí, Buriti dos Lopes, Caraúbas do Piauí, Caxingó, Cocal, Cocal
i) estrutura hierárquica-disciplinar; do Alves e Murici dos Portela.
j) a carreira bombeiro militar; 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/3º GBM)
l) indicadores de acidentes e violência no Trânsito. – Sede;
§ 1º A desconcentração, interiorização e efetiva implantação b) Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo – A área de
das unidades de bombeiros previstas nesta Lei, dar-se-ão conforme atuação do (GBMAR) abrangerá 03 municípios no território de de-
as disponibilidades financeiras do Estado do Piauí. senvolvimento Planície Litorânea, compreendendo: Luís Correia
§ 2º O Comando Operacional de Bombeiros, terá suas unidades (sede), Cajueiro da Praia e Ilha Grande.
e subunidades operacionais localizadas, conforme segue: 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar Marítimo (1º SGB-
I – Comando Regional de Bombeiros Militar I – A área de atua- Mar/GBMar) – Sede;
ção macrorregião do Meio-Norte (CRBM-I): III – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua-
ção macrorregião do Semiárido (CRBM-III):

55
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

a) 4º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação Eliseu Martins, Manoel Emídio, Palmeira do Piauí, Santa Luz, Avelino
do 4º GBM abrangerá 23 municípios no território de desenvolvi- Lopes, Curimatá, Júlio Borges, Morro Cabeça do Tempo, Parnaguá,
mento Vale do Rio Guaribas, compreendendo: Picos (sede), Aroei- Redenção do Gurguéia, Barreiras do Piauí, Corrente, Cristalândia do
ras do Itaim, Bocaina, Dom Expedito Lopes, Geminiano, Itainópolis, Piauí, Gilbués, Monte Alegre do Piauí, Riacho Frio, Santa Filomena,
Paquetá, Santana do Piauí, Santo Antônio de Lisboa, São João da São Gonçalo do Gurguéia, Sebastião Barros.
Canabrava, São José do Piauí, São Luís do Piauí, Sussuapara, Vera 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/12º
Mendes, Alagoinha do Piauí, Alegrete do Piauí, Campo Grande do GBM) – Sede.
Piauí, Francisco Santos, Fronteiras, Monsenhor Hipólito, Pio 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/12º
IX, São Julião e Vila Nova do Piauí, mais 16 municípios no ter- GBM) – Corrente.
ritório de desenvolvimento Chapada Vale do Rio Itaim, compreen- c) 10º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação
dendo: Paulistana (sede), Belém do Piauí, Caldeirão Grande do do 10º GBM abrangerá 12 municípios no território de desenvolvi-
Piauí, Francisco Macedo, Jaicós, Marcolândia, Massapê do Piauí, mento Alto Parnaíba, compreendendo: Uruçuí (sede), Bertolínea,
Padre Marcos, Simões, Acauã, Betânia do Piauí, Caridade do Piauí, Canavieira, Guadalupe, Jerumenha, Landri Sales, Marcos Parente,
Curral Novo do Piauí, Jacobina do Piauí, Patos do Piauí, e Queimada Porto Alegre do Piauí, Antônio Almeida, Baixa Grande do Ribeiro,
Nova. Ribeiro Gonçalves e Sebastião Leal.
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/4º GBM) 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/10º
– Sede; GBM) – Sede.
d) 7º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do Parágrafo único. Os Comandos Regionais de Bombeiros Militar
7º GBM abrangerá 17 municípios no território de desenvolvimen- serão sediados em Teresina
to Vale do Canindé, compreendendo: Oeiras (sede), Cajazeiras do Art. 42º A 2ª Companhia Independente, com sede em Bom Je-
Piauí, Colônia do Piauí, Santa Cruz do Piauí, Santa Rosa do Piauí, São sus do Gurguéia, tem a missão de prevenção e extinção de incên-
João da Varjota, Tanque do Piauí, Wall Ferraz, Bela Vista do Piauí, dios, resgate e busca e salvamento, tendo a seguinte estrutura:
Campinas do Piauí, Conceição do Canindé, Floresta do Piauí, Isaías I - Comando;
Coelho, Santo Inácio do Piauí, São Francisco do Piauí, São Francisco II - Subcomando;
de Assis do Piauí e Simplício Mendes, mais 15 municípios no territó- III - Aprovisionamento;
rio de desenvolvimento Vale do Sambito, compreendendo: Valença IV - Almoxarifado;
do Piauí, Aroazes, Prata do Piauí, Santa Cruz dos Milagres, São Félix V - Seção de Pessoal;
do Piauí, São Miguel da Baixa Grande, Barra d’Alcântara, Elesbão Ve- VI - Seção Contra Incêndio;
loso, Francinópolis, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Lagoa do Sítio, Novo VII - Seção de Busca e Salvamento;
Oriente do Piauí, Pimenteiras, e Várzea Grande. VIII - Seção de Atendimento Pré-hospitalar;
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/7º GBM) IX - três Pelotões Operacionais;
– Sede; X - Pelotão Administrativo;
2) 2º Subgrupamento de Bombeiro Militar (2º SGB BM/7º XI - Sargenteação.
GBM) - Valença Art. 43º A 3ª Companhia independente, com sede em Teresina,
e) 8º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do tem a finalidade de prestar socorro e atendimento médico emer-
8º GBM abrangerá 18 municípios no território de desenvolvimento gencial e pré-hospitalar, nos casos de acidentes com vítimas ou a
Serra da Capivara, compreendendo: São Raimundo Nonato (sede), pessoas em iminente perigo de morte, tendo a seguinte estrutura:
Campo Alegre do Fidalgo, Capitão Gervásio Oliveira, João Costa, La- I - Comando;
goa do Barro do Piauí, Anísio de Abreu, Bonfim do Piauí, Caracol, II - Subcomando;
Guaribas, Jurema, São Braz do Piauí, Várzea Branca, Coronel José III - Aprovisionamento;
Dias, Dom Inocêncio, Dirceu Arcoverde, Fartura do Piauí, São Lou- IV - Almoxarifado;
renço do Piauí e São João do Piauí. V - Seção de Pessoal;
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/8º GBM) VI - Seção de Material de Resgate;
– Sede; VII - Seção de Desinfecção;
IV – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua- VIII - Seção de Comunicações;
ção macrorregião do Cerrados (CRBM-IV): IX - três Pelotões Operacionais;
a) 5º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do X - Pelotão Administrativo;
5º GBM abrangerá 19 municípios no território de desenvolvimen- XI - Sargenteação.
to Vale dos Rios Piauí e Itaueiras, compreendendo: Floriano (sede), Art. 44º As Seções de Combate a incêndio em aeroportos tem
Arraial, Francisco Ayres e Nazaré do Piauí, Nova Santa Rita, Paes a seu cargo a responsabilidade pelas atividades específicas de pre-
Landim, Pedro Laurentino, Ribeira do Piauí, Socorro do Piauí, São venção e combate a incêndio nos Aeródromos dos Aeroportos do
José do Peixe, São Miguel do Fidalgo, Brejo do Piauí, Canto do Buriti, Estado do Piauí.
Flores do Piauí, Itaueiras, Pajeú do Piauí, Pavussu, Rio Grande do Parágrafo Único Haverá Seções de Combate a incêndio nos ae-
Piauí e Tamboril do Piauí. roportos de Teresina, Parnaíba e São Raimundo Nonato.
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/5º GBM) Art. 45º As unidades e subunidades bombeiros militares serão
– Sede: subordinadas diretamente ao Comando Operacional de Bombeiros.
b) 9º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do Art. 46º A descentralização, interiorização e efetiva implanta-
9º GBM abrangerá 24 municípios no território de desenvolvimento ção das unidades de bombeiros previstas nesta Lei dar-se-ão con-
Chapada das Mangabeiras, compreendendo: Bom Jesus (sede), Al- forme as disponibilidades financeiras do Estado do Piauí.
vorada do Gurguéia, Colônia do Gurguéia, Cristino Castro, Currais,

56
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO III
Capitão 02
DISPOSIÇÕES FINAIS
1º Tenente 02
Art. 47. A distribuição do efetivo previsto nessa Lei será feita no 2º Tenente 06
Quadro de Organização e Distribuição Geral (QODG), sendo regula-
mentada através de Decreto.” III – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES ENGENHEI-
Parágrafo único. Na falta de Oficiais para preencher os cargos, ROS
os mesmos serão exercidos por oficiais de postos imediatamente
inferiores e assim sucessivamente, levando em consideração o qua-
dro de organização e distribuição geral POSTO QTD
Art. 48 As atribuições dos órgãos serão baixadas através do Re- Tenente-Coronel 02
gulamento de Administração do Corpo de Bombeiros Militar do Es-
tado do Piauí (RACBMEPI), será editado através de Decreto no prazo Major 02
de 90 dias, após a publicação dessa Lei. Capitão 02
Parágrafo Único Os atos normativos editados pelo Comandan-
1º Tenente 02
te-Geral devem ser publicados no Diário Oficial do Estado, para que
tenham eficácia. 2º Tenente 02
Art. 49. Os cargos em comissão e as funções de confiança do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí são apenas os pre- IV - QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS BOMBEIROS MI-
vistos nos anexos I dessa Lei, na Lei Complementar 028, de 09 de LITARES
junho de 2003 e nas suas alterações
Parágrafo Único A existência de cargo em comissão ou função POSTO QTD
de confiança com o mesmo título ou designação não implica mul-
tiplicidade desses cargos ou funções, a não ser que haja expressa Major 06
determinação legal em contrário. Capitão 24
Art. 50º O caput do Art. 1º e o Anexo Único da Lei nº 5.458, de
30 de junho de 2005, que dispõe sobre o efetivo do Corpo de Bom- 1º Tenente 36
beiros Militar do Estado do Piauí, passam a vigorar com a seguinte 2º Tenente 41
redação e fixação de efetivo:
V - QUADRO DE PRAÇAS BOMBEIROS MILITARES
“Art.1º O efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Piauí (CBMEPI) fica fixado em 1.442 (mil quatrocentos e quarenta e
dois) bombeiros militares, dispostos nos quadros de: GRADUAÇÃO QTD
.................................................................................................... Sub Tenente 63
..........................” (NR)
1º Sargento 102
“ANEXO ÚNICO 2º Sargento 130
3º Sargento 150
I - QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES COMBATEN-
TES Cabo 240
Soldado 428
POSTO QTD
RESUMO GERAL DO EFETIVO
Coronel 06
Tenente-Coronel 16 POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE
Major 35 Oficiais 329
Capitão 38 Praças 1.113
1º Tenente 50 TOTAL 1.442
2º Tenente 56
Art. 51º Ficam revogadas as disposições em contrário, em es-
II – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES DE SAÚDE pecial o arts. 45 a 57 e arts. 60 e 65 do Decreto-Lei nº 3.529, de 20
de outubro de 1977; os arts. 3º a 5º, 10 e Anexo II da Lei nº 4.355,
de 30 de julho de 1990, a Lei nº 5.877, de 20 de julho de 2009, e as
POSTO QTD
gratificações por função de chefia e assessoramento referentes ao
Tenente-Coronel 01 Corpo de Bombeiros que são previstas no Anexo X da Lei nº 5.755,
Major 01 de 8 de maio de 2008.

57
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 52º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação, com
exceção do seu Anexo II, que entra em vigor em maio de 2010, na LEI Nº 7.725, DE 17/01/2022 (DISPÕE SOBRE O CÓDIGO
forma do § 2º do art. 45-C da Lei nº 5.378, de 10 de fevereiro de DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS MILITARES DO ESTADO
2004, acrescentado pela Lei nº 5.755, de 8 de maio de 2008. DO PIAUÍ)

PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI), 17 de dezembro de LEI Nº 7.725, DE 17 DE JANEIRO DE 2022


2009.
Dispõe sobre o Código de Ética e Disciplina dos Militares do
Estado do Piauí – CEDME/PI.
LEI Nº 7.720, DE 28/12/2021 (ALTERA A REDAÇÃO DA
LEI Nº 3.808, DE 16 DE JULHO DE 1981, PARA DISPOR O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, Faço saber que o Poder
SOBRE O INGRESSO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DO PIAUÍ)
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 7.720, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2021
SEÇÃO I
Altera a redação da Lei nº 3.808, de 16 de julho de 1981, para DA FINALIDADE E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
dispor sobre o ingresso na Polícia Militar do Estado do Piauí.
Art. 1º Esta Lei tem por finalidade dispor sobre o Código de
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, Faço saber que o Poder Ética e Disciplina que trata do poder disciplinar no âmbito das Cor-
Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei: porações Militares Estaduais - Polícia Militar e Corpo de Bombeiros
Art. 1º A Lei nº 3.808 de 16 de julho de 1981, passa a vigorar Militar do Estado do Piauí, definindo competências, transgressões,
com as seguintes alterações: circunstâncias para sua aplicação, instrumentos de apuração, puni-
Art. 10-F ções, recursos, recompensas, revisão dos atos disciplinares e rea-
I - Curso de Formação de Oficiais: 3.600h/a (três mil e seiscen- bilitação.
tas horas-aula); Parágrafo único. A aplicação do poder disciplinar visa à pro-
II - .... teção de valores, preceitos éticos e deveres do militar estadual, à
§ 1º garantia da legalidade, da disciplina e hierarquia militar, princípios
I - .... indispensáveis para que as Corporações atinjam plenamente sua
I.... missão constitucional de preservação da ordem pública e respeito
III - .... aos direitos humanos.
IV - à conclusão de curso de graduação superior em qualquer Art. 2º Estão sujeitos a este Código os militares estaduais da
área. ativa, inativos (da reserva remunerada e reformados), bem como os
§ 1º A militares estaduais em circunstâncias de agregação ou no desempe-
IV - à conclusão de curso de graduação superior em qualquer nho de cargos ou funções públicas de natureza civil.
área. § 1º Estarão também sujeitos a este Código os militares esta-
(NR) duais temporários, na forma da Lei.
Art. 11. ... § 2º Os alunos matriculados nos cursos militares estarão sujei-
Parágrafo único. O disposto neste Capítulo aplica-se aos can- tos às normas internas das respectivas unidades de ensino e, subsi-
didatos ao ingresso nos Quadros de Praças e Oficiais, para os quais diariamente, do constante neste Código.
é exigido diploma emitido por estabelecimento de ensino superior § 3º O militar da reserva remunerada convocado para ativida-
reconhecido pelo Governo Federal. (NR) de estará sujeito, além destas normas, às dispostas em legislação
Art. 2º Esta Lei não se aplica aos concursos em andamento no específica.
momento da sua publicação. § 4º O militar reformado não estará sujeito a este Código.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Para efeito deste Código, consideram-se Organizações
Militares - OM: Comandos Gerais, Comandos Intermediários, Cor-
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI) regedorias, Coordenadorias, Diretorias, Unidades de Ensino, Unida-
des de Saúde, Locais de Instruções, Corpos de Tropa, Unidades e
Subunidades Operacionais, Presídio Militar, dentre outras, na forma
da Lei.

SEÇÃO II
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 4º A hierarquia e a disciplina são as bases das Corporações


Militares Estaduais.
§ 1º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos,
permanentemente, pelos militares estaduais.

58
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º A civilidade, a camaradagem, a confiança e a lealdade são § 2º Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar
indispensáveis à formação e ao convívio nas Organizações Militares, os esclarecimentos necessários ao seu total entendimento e com-
incumbindo aos seus integrantes incentivar e manter a harmonia e preensão.
a solidariedade, promovendo estímulos de aproximação e cordiali- § 3º Quando a ordem contrariar preceito regulamentar ou le-
dade. gal, de forma não manifestadamente expressa, o executante poderá
Art. 5º Hierarquia militar é a ordenação progressiva da autori- solicitar a sua confirmação por escrito, cabendo à autoridade que a
dade, em níveis diferentes, por postos e graduações, da qual decor- emitiu atender à solicitação.
re a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar e do Corpo de § 4º Cabe ao executante que exorbitou no cumprimento de
Bombeiros Militar, culminando no Governador do Estado, Coman- ordem recebida, a responsabilidade pelos excessos e abusos que
dante superior dessas Corporações. tenha cometido.
§ 1º Para efeito desta Lei, a palavra “Comandante”, quando
usada genericamente, engloba também as funções de Corregedor, CAPÍTULO II
Diretor, Chefe, Gerente e Coordenador. DA DEONTOLOGIA MILITAR
§ 2º A ordenação da autoridade se faz por postos e graduações,
de acordo com o escalonamento hierárquico, a antiguidade e a pre- SEÇÃO I
cedência funcional. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3º Posto é o grau hierárquico dos oficiais militares estaduais,
conferido por Decreto do Governador do Estado. Art. 8º A deontologia militar é constituída pelos valores e deve-
§ 4º Graduação é o grau hierárquico das praças militares esta- res éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para
duais, conferida por Decreto do Governador do Estado. que o exercício da profissão do militar estadual atinja plenamente
§ 5º Salvo disposição legal contrária, a antiguidade entre os mi- os ideais de realização do bem-comum, mediante:
litares estaduais dentro das respectivas corporações, em igualdade I - relativamente aos policiais militares, a preservação da ordem
de posto ou graduação, será definida sucessivamente pelas seguin- pública e a garantia dos poderes constituídos;
tes condições: II - relativamente aos bombeiros militares, a proteção da pes-
I - data da última promoção; soa visando sua incolumidade, em situações de risco, infortúnio ou
II - prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anteriores; de calamidade.
III - classificação no curso de formação, adaptação, habilitação, § 1º Aplicada aos componentes das Corporações Militares, in-
nivelamento ou aperfeiçoamento; dependentemente de posto ou graduação, a deontologia militar
IV - data de nomeação, admissão ou inclusão; reúne princípios e valores úteis e lógicos a valores espirituais supe-
V - maior idade. riores, destinados a elevar a profissão do militar estadual à condi-
§ 6º Durante os cursos militares prevalecerá, para efeito de an- ção de missão.
tiguidade, a ordem de classificação definida pelos regimentos dos § 2º O militar estadual, ao ser admitido nas Corporações, pres-
respectivos cursos. tará compromisso de honra, em caráter solene, afirmando a cons-
§ 7º Após os cursos de formação de oficiais e de praças preva- ciente aceitação dos valores e deveres militares e a firme disposição
lecerá, para efeito de antiguidade, a ordem de classificação obtida de bem cumpri-los.
nos respectivos cursos. § 3º O compromisso a que se refere o parágrafo anterior será
§ 8º A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade prestado na presença de tropa, conforme os seguintes dizeres: “Ao
de posto ou graduação, o oficial ou a praça: ingressar na Polícia Militar do Estado do Piauí (ou Corpo de Bom-
I - ocupar função que lhe atribua superioridade funcional sobre beiros Militar do Estado do Piauí), prometo regular a minha condu-
os integrantes do órgão ou serviço que dirige, comanda ou chefia; ta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das
II - o militar ativo, em relação aos inativos. autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente
Art. 6º Disciplina militar é a exteriorização da ética profissional ao serviço militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da
e manifesta-se pelo exato cumprimento dos deveres do militar esta- comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.
dual, traduzindo-se na rigorosa observância e acatamento integral
das Constituições, leis, regulamentos, normas e ordens, por parte SEÇÃO II
de todos os integrantes das Corporações militares estaduais. DOS VALORES MILITARES
§ 1º São manifestações essenciais da disciplina:
I - a observância das prescrições legais e regulamentares; Art. 9º Os valores fundamentais determinantes da moral do mi-
II - a pronta obediência às ordens dos seus superiores hierár- litar são os seguintes:
quicos, salvo se manifestamente criminosa; I - respeito aos direitos humanos, especialmente à liberdade, à
III - proatividade em benefício do serviço; igualdade, à segurança, à vida, à integridade física e à propriedade;
IV - a correção de atitudes; II - moralidade pública, caracterizada pela honestidade e probi-
V - as manifestações espontâneas de acatamento dos valores dade, tanto no exercício das atividades administrativas quanto nas
e deveres éticos; atividades operacionais;
VI - a colaboração espontânea na disciplina coletiva e na efi- III - responsabilidade pública, evidenciada pelo profissionalis-
ciência da Corporação. mo, consistente no exercício da profissão com entusiasmo e perfei-
Art. 7º As ordens devem ser prontamente acatadas e executa- ção, visando à busca constante de resultados;
das. IV - justiça, alicerçando todas as ações no ordenamento jurí-
§ 1º Cabe ao militar a inteira responsabilidade pelas ordens dico;
que der e pelas consequências que delas advierem.

59
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - patriotismo e lealdade, manifestados pela fidelidade aos para esquivar-se do cumprimento de ordem ou obrigações impos-
compromissos para com a Pátria, o Estado do Piauí, a Polícia Militar tas, em razão do serviço, de interesse institucional ou circunstâncias
e o Corpo de Bombeiros Militar, e pela confiabilidade dos superio- em que se encontre;
res, pares e subordinados; XII - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função
VI - hierarquia, traduzida no respeito e valorização dos postos que esteja sendo exercido por outro militar estadual;
e graduações; XIII - procurar manter boas relações com outras categorias pro-
VII - disciplina, essencial à preservação da ordem pública, signi- fissionais, conhecendo e respeitando-lhes os limites de atribuição;
ficando o exato cumprimento do dever; XIV - ser fiel na vida militar, cumprindo os compromissos rela-
VIII - coragem, demonstrada pelo destemor ante o perigo e cionados às suas atribuições, mantendo ânimo forte e fé na missão
devotamento à proteção de pessoas, do patrimônio e do meio am- militar, mesmo diante das dificuldades, dedicando-se ao serviço,
biente; buscando, com vigor, o êxito e o aprimoramento técnico-profissio-
IX - respeito à honra-militar, ao sentimento do dever, ao pundo- nal e moral;
nor-militar e ao decoro da classe. XV - zelar pelo bom nome da instituição militar e de seus com-
Parágrafo único. Considera-se, para fins de aplicação desta Lei: ponentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos
I - honra-pessoal: sentimento de dignidade própria, apreço e e legais;
respeito de que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante XVI - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;
seus superiores, pares e subordinados; XVII - abster-se do uso do posto, graduação ou cargo para obter
II - pundonor militar: dever do militar pautar a sua conduta facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar ne-
corretamente, exigindo dele em qualquer ocasião, comportamento gócios particulares ou de terceiros;
ético que refletirá no seu desempenho perante a Corporação; e XVIII - exercer sempre a função pública com honestidade, não
III - decoro da classe: valor moral e social da Instituição perante aceitando vantagem indevida de qualquer espécie;
a comunidade. XIX - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designa-
ções hierárquicas em:
SEÇÃO III a) atividade político-partidária, salvo quando candidato a cargo
DOS DEVERES MILITARES eletivo;
b) atividade comercial ou industrial;
Art. 10. Os deveres éticos, emanados dos valores militares esta- c) pronunciamento público a respeito de assunto militar, salvo
duais, que conduzem a atividade profissional sob o signo da retidão os de natureza técnica.
moral, são os seguintes: XX - prestar assistência moral e material ao lar;
I - cumprir os deveres de cidadão; XXI - respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa
II - buscar e amar a verdade e a justiça como fundamentos da do preso ou de quem seja objeto de incriminação, evitando o uso
atuação profissional; desnecessário de força;
III - observar os direitos e garantias fundamentais e respeitar XXII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente
a dignidade da pessoa humana, agindo com isenção e equidade, com abnegação e desprendimento pessoal;
não usando sua condição de autoridade pública para a prática de XXIII - observar as normas de boa educação e ser discreto nas
arbitrariedade; atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou falada;
IV - observar os princípios da administração pública no exer- XXIV - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida
cício das atribuições que lhe couberem em decorrência do cargo, profissional, solidarizando-se nas dificuldades que esteja ao seu al-
cumprindo e fazendo cumprir as constituições, as leis e as ordens cance, abstendo-se de comentários desairosos sobre os componen-
das autoridades competentes, exercendo suas atividades com res- tes das Corporações Militares;
ponsabilidade e incutindo-a em seus subordinados; XXV - não provocar publicidade visando à própria promoção
V - servir à comunidade acima dos interesses particulares, pro- pessoal, utilizando-se do cargo ou função exercidos na Corporação;
curando, no exercício da suprema missão de preservar a ordem pú- XXVI - não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual
blica e de proteger a pessoa, promover, com devotamento, o bem- ou em avaliação profissional, inclusive no âmbito do ensino;
-estar comum, dentro da estrita observância da legalidade; XXVII - não abusar dos meios do Estado postos à sua disposi-
ção, nem distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos
VI - dedicar-se ao serviço militar estadual, buscando o êxito e o
fins da Administração Pública, coibindo ainda a transferência, para
aprimoramento técnico profissional e moral;
fins particulares, de tecnologias próprias das Corporações Militares;
VII - estar sempre disponível e preparado para as missões que
XXVIII - exercer a profissão sem discriminações ou restrições
desempenhar;
de religião, política, raça, etnia origem, idade, cor, sexo, orientação
VIII - exercer as funções com integridade e equilíbrio, segundo
sexual, condição social ou outras de qualquer natureza;
os princípios que regem a administração pública, não sujeitando o
XXIX - atuar com prudência nas ocorrências militares, evitando
cumprimento do dever a influências indevidas;
excessos;
IX - buscar sempre a justiça na apreciação de atos e méritos dos
XXX - considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade
subordinados; como fundamentos de dignidade pessoal;
X - cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado do XXXI - zelar pela correta apresentação pessoal e dos uniformes
Piauí e das Corporações Militares, e zelar por sua inviolabilidade; militares;
XI - abster-se, quando no serviço ativo, de buscar apoio ou de XXXII - preservar a natureza e o meio ambiente;
usar de influências políticas, pessoas importantes ou autoridades
estranhas à Corporação, para a obtenção de facilidades pessoais ou

60
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXXIII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela econo- I - presenciar o cometimento da transgressão deixando de
mia e conservação dos bens públicos, cuja utilização lhe for confia- atuar para fazê-la cessar imediatamente;
da; II - concorrer diretamente, por ação ou omissão, para o come-
XXXIV - manter atualizado seu endereço residencial, em seus timento da transgressão, mesmo não estando presente no local do
registros funcionais, comunicando qualquer mudança; ato.
XXXV - atuar onde estiver, resguardando a sua integridade físi- § 3º A violação da disciplina militar será tão mais grave quanto
ca, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.
ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento e lugar,
força de serviço suficiente; CAPÍTULO III
XXXVI - cumprir o expediente ou serviços ordinário, especial ou DA COMPETÊNCIA
extraordinário, para os quais estejam nominalmente escalado ou
convocado, salvo impedimento de força maior; SEÇÃO I
XXXVII - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com res- DO CONTROLE DISCIPLINAR
peito mútuo de superiores e subordinados, e preocupação com a
integridade física, moral e psíquica de todos os militares do Estado, Art. 12. O controle disciplinar será exercido pelas autoridades
envidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas referidas no art. 13, desta Lei.
apresentados. Parágrafo único. A disciplina e o comportamento do militar es-
§ 1º Ao militar da ativa é vedado exercer: tadual estão sujeitos também à fiscalização, controle e orientação
I - atividade de segurança, investigação ou vigilância particula- pela Corregedoria da Corporação Militar respectiva ou, na ausência
res, ou outra qualquer que tenha relação com as funções desem- desta, por órgão equivalente, competindo-lhe, além do que vier a
penhadas na Corporação Militar, para as quais recebeu formação ser previsto em Lei:
específica; I - receber sugestões e reclamações, dando a elas o devido en-
II - atividade como instrutor, professor ou consultor, para mi- caminhamento, inclusive de denúncias que cheguem ao seu conhe-
nistrar, em cursos de formação de vigilantes particulares, conheci- cimento, bem como acompanhar as suas apurações e soluções;
mentos específicos, inerentes ao serviço e à técnica policial-militar; II - requerer a instauração de Conselho de Justificação ou de
III - atividade de comércio ou tomar parte da administração ou Disciplina ou de processo administrativo-disciplinar, bem como
gerência de sociedade empresarial e comercial ou dela ser sócio ou acompanhar a sua apuração ou solução;
participar, exceto como acionista, cotista ou comanditário. III - realizar, inclusive por iniciativa própria, inspeções, vistorias,
exames, investigações e auditorias administrativas nos estabeleci-
§ 2º Compete aos Comandantes, Chefes, Diretores e ao Corre-
mentos das Corporações Militares do Estado;
gedor fiscalizar os subordinados que apresentarem sinais exteriores
IV - requerer ou adotar as providências para a instauração de
de riqueza, incompatíveis com a remuneração do respectivo cargo,
inquérito policial ou policial militar, bem como acompanhar a sua
mediante a instauração de procedimento criminal e/ou administra-
apuração ou solução;
tivo, necessário à comprovação da origem dos seus bens, observa-
V - realizar os serviços de correição, em caráter permanente ou
da a legislação específica.
extraordinário, nos procedimentos penais militares e administrati-
§ 3º Aos militares são proibidas a sindicalização e a greve, sen-
vos disciplinares realizados pela Corporação.
do-lhes vedadas manifestações coletivas sobre atos de superiores, Art. 13. A competência disciplinar é inerente ao cargo, função
de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitan- ou posto, sendo autoridades competentes para o exercício do po-
dose as manifestações de caráter individual aos preceitos deste der disciplinar na aplicação de sanção disciplinar:
Código. I - o Governador do Estado, a todos os militares estaduais;
§ 4º Os militares estaduais na inatividade poderão tratar no II - o Comandante-Geral da Corporação, a todos os militares
meio civil, individualmente, inclusive sob a forma de crítica, pela estaduais da respectiva Corporação Militar;
imprensa ou outro meio de divulgação, de qualquer assunto, ex- III - o Subcomandante-Geral e Chefe do Estado-Maior da Cor-
cetuando os de natureza militar, devendo observar e preservar os poração, o Corregedor e o Chefe do Gabinete Militar aos militares
preceitos da ética e dos valores militares em suas manifestações estaduais da respectiva Corporação Militar;
essenciais. IV - o Subchefe do Estado-Maior da Corporação, o Coordenador
Geral de Operações e o
SEÇÃO IV Comandante Operacional, aos militares estaduais que estive-
DA VIOLAÇÃO DOS VALORES, DOS DEVERES E DA DISCIPLINA rem sob seu comando ou coordenação;
V - os Comandantes e Subcomandantes de Comandos de Po-
Art. 11. A ofensa aos valores e aos deveres vulnera a disciplina liciamento (ou Comandos análogos no âmbito do Corpo de Bom-
militar, constituindo infração administrativa, penal ou civil, isolada beiros) e Diretores, aos militares estaduais que estiverem sob seu
ou cumulativamente. comando ou direção;
§ 1º O militar estadual é responsável pelas decisões que tomar VI - os Comandantes e Subcomandantes de Unidades, Coman-
ou pelos atos que praticar, inclusive nas missões expressamente de- dantes de Subunidades Independentes, Ajudante-Geral, Chefes de
terminadas, bem como pela não observância ou falta de exação no Seção do Estado Maior Geral, Chefe de Centro, Assessores, aos mi-
cumprimento de seus deveres. litares estaduais que estiverem sob seu comando, chefia ou asses-
§ 2º O superior hierárquico responderá solidariamente, na es- soria;
fera administrativa disciplinar, nas transgressões praticadas por seu VII - os Comandantes e Subcomandantes de Subunidades,
subordinado, quando: Coordenadores, aos militares estaduais que estiverem sob seu co-
mando ou coordenação.

61
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º As autoridades contidas no inciso III estão no mesmo grau SEÇÃO III


disciplinar. DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
§ 2º A competência do Chefe do Gabinete Militar constante no
inciso III caberá apenas aos militares sob sua chefia. Art. 17. Transgressão disciplinar é toda ação praticada pelo
§ 3º Durante o trânsito, o militar movimentado fica sujeito à militar contrária aos preceitos estatuídos no ordenamento jurídico
ação disciplinar do comandante, chefe ou diretor da Organização pátrio ofensiva à ética, aos deveres e às obrigações militares, mes-
Militar para a qual foi transferido. mo na sua manifestação elementar e simples, ou, ainda, que afete
§ 4º Havendo conflito de competência, caberá à autoridade a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, previstas
preventa a apuração dos fatos. neste Código, não caracterizada como crime ou contravenção pe-
Art. 14. Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo nal.
militares de mais de uma Organização Militar, caberá ao comandan- § 1º Da prática de transgressão disciplinar decorre ao infrator
te da área territorial onde ocorreu o fato comunicar à autoridade as sanções previstas neste Código, sem prejuízo das responsabilida-
funcional comum aos envolvidos, para as providências cabíveis. des penal e civil.
Art. 15. Quando duas autoridades de graus hierárquicos dife- § 2º As transgressões compreendem:
rentes, ambas com ação disciplinar sobre o transgressor, conhece- I - todas as ações ou omissões contrárias à disciplina militar,
rem, concomitantemente, da transgressão disciplinar, competirá à especificadas no art. 18, inclusive, as condutas criminosas previstas
de maior hierarquia apurá-la ou determinar que a de menor grau na legislação penal militar ou comum;
o faça. II - todas as ações ou omissões não especificadas no art. 18,
Parágrafo único. Em se tratando de duas autoridades de mes- mas que também violem os valores e deveres militares.
mo grau hierárquico, competirá à autoridade com precedência em § 3º As transgressões disciplinares previstas nos incisos I e II
razão da função apurá-la ou determinar que outra o faça. do parágrafo anterior serão classificadas como graves, desde que
venham a ser:
SEÇÃO II I - atentatórias à disposição expressa da Constituição Federal e
DOS LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES aos direitos humanos fundamentais;
II - atentatórias aos Poderes Constituídos, às instituições, ou
Art. 16. São competentes para aplicar as sanções disciplinares ao Estado;
previstas neste Código: III - de natureza atentatória à dignidade, ao decoro e à repu-
I - o Governador do Estado: advertência, repreensão e suspen- tação.
são por até 30 (trinta) dias, a demissão e a reforma disciplinar com- § 4º As transgressões previstas no inciso II do § 2º e não enqua-
pulsória de oficiais, podendo também aplicar as demais sanções dráveis em algum dos incisos do § 3º, deste artigo, serão classifica-
previstas neste Código; das pela autoridade competente como médias ou leves, considera-
II - o Comandante-Geral da Corporação Militar: advertência, das as circunstâncias do fato.
repreensão e suspensão por até 30 (trinta) dias, o licenciamento e § 5º Ao aluno matriculado em curso de formação para ingresso
a exclusão a bem da disciplina e a reforma disciplinar compulsória nas Corporações Militares, aplica-se, no que concerne à disciplina,
das praças; além do disposto nos regulamentos próprios dos estabelecimentos
III - o Subcomandante-Geral e Chefe do Estado-Maior da Cor- de ensino, onde estiver matriculado, subsidiariamente, o previsto
poração, o Corregedor e o Chefe do Gabinete Militar: advertência, neste Código.
repreensão e suspensão por até 20 (vinte) dias; § 6º Ao militar do Estado, aluno de curso militar, aplica-se, no
IV - o Subchefe do Estado-Maior da Corporação, o Coordenador que concerne à disciplina, além do disposto nos regulamentos pró-
Geral de Operações e o Comandante Operacional: advertência, re- prios dos estabelecimentos de ensino onde estiver matriculado,
subsidiariamente, o previsto neste Código.
preensão e suspensão por até 20 (vinte) dias;
§ 7º A aplicação das sanções disciplinares previstas neste Códi-
V - os Comandantes e Subcomandantes de Comandos de Poli-
go independe do resultado de eventual ação penal ou cível.
ciamento (ou Comandos análogos no âmbito do Corpo de Bombei-
Art. 18. As transgressões são classificadas, de acordo com a sua
ros) e Diretores: advertência, repreensão e suspensão por até 15
gravidade, em graves, médias e leves, conforme disposto neste ar-
(quinze) dias;
tigo.
VI - os Comandantes e Subcomandantes de Unidades, Coman-
§ 1º São transgressões disciplinares graves:
dantes de Subunidades Independentes, Ajudante-Geral, Chefes de
I - desconsiderar os direitos constitucionais da pessoa no ato
Seção do Estado Maior Geral, Chefe de Centro, Assessores: adver- da prisão;
tência, repreensão e suspensão por até 10 (dez) dias; II - comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório,
VII - os Comandantes e Subcomandantes de Subunidades, no qual os participantes portem qualquer tipo de armamento, ou
Coordenadores: advertência, repreensão e suspensão por até 08 participar de greve;
(oito) dias. III - usar de força desnecessária no atendimento de ocorrência
Parágrafo único. Quando uma autoridade, na esfera de sua ou no ato de efetuar prisão;
competência, ao aplicar o limite máximo previsto para a sanção, IV - não garantir a integridade física e psicológica das pessoas
concluir que o fato merece sanção mais severa, cabe-lhe solicitar à que tiver sob sua guarda;
autoridade imediatamente superior, com ação sobre o transgressor, V - agredir física, moral ou psicologicamente preso sob sua
o agravamento da sanção aplicada. guarda ou permitir que outros o façam;
VI - permitir que o preso, sob sua guarda, conserve em seu po-
der instrumentos ou outros objetos proibidos, com que possa ferir
a si próprio ou a outrem;

62
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VII - faltar com a verdade; XXVIII - exercer, individual ou coletivamente, atividades de inte-
VIII - ameaçar, induzir ou instigar alguém para que não declare ligência, sem estar devidamente credenciado ou autorizado por lei,
a verdade em processo administrativo, civil ou penal; em proveito próprio ou de terceiros para prática de delitos;
IX - utilizar-se do anonimato, inclusive, através da internet, mí- XXIX - concorrer para o desprestígio da Corporação Militar, por
dia eletrônica ou quaisquer outros meios de comunicação social, a meio da prática de crime doloso devidamente comprovado em pro-
fim de denegrir ou comprometer a imagem da Corporação, de seus cedimento apuratório que, por sua natureza, amplitude e repercus-
integrantes ou para quaisquer outros fins ilícitos; são afete gravemente a credibilidade e a imagem dos militares;
X - espalhar boatos ou notícias tendenciosas a prejudicar à boa XXX - deixar de fiscalizar o subordinado que apresentar sinais
ordem civil ou militar ou do bom nome da Corporação; exteriores de riqueza incompatíveis com a remuneração do cargo;
XI - envolver, indevidamente, o nome de outrem para esquivar- XXXI - não cumprir, sem justo motivo, a execução de ordem re-
-se de responsabilidade; cebida;
XII - publicar, divulgar ou contribuir para a divulgação de fatos, XXXII - dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifestamente
documentos ou assuntos administrativos ou técnicos de natureza ilegal que possa acarretar responsabilidade ao subordinado, ainda
militar ou judiciária, que possam concorrer para o desprestígio da que não chegue a ser cumprida;
Corporação; XXXIII - deixar de assumir a responsabilidade de seus atos ou
XIII - atentar contra a hierarquia ou a disciplina, comprometer a pelos praticados por subordinados que agirem em cumprimento de
segurança da sociedade e do Estado; sua ordem;
XIV - atentar contra honra e a imagem de pessoas, contrariando XXXIV - aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qual-
os preceitos legais em vigor; quer ordem legal de autoridade competente, ou serviço, ou para
XV - liberar preso ou detido ou dispensar parte envolvida em que seja retardada, prejudicada ou embaraçada a sua execução;
ocorrência sem competência legal para tanto; XXXV - ofender a moral e os bons costumes por atos, palavras
XVI - solicitar, exigir, receber ou permitir que o subordinado o ou gestos;
faça, em razão da função pública, vantagem indevida, bem ou valor, XXXVI - dirigir-se, referir-se ou responder a superior de modo
por prestação de serviço em qualquer tipo de ocorrência; desrespeitoso;
XVII - assumir compromisso em nome da Corporação, ou repre- XXXVII - recriminar ato legal de superior ou procurar descon-
sentá-la em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado; siderá-lo;
XVIII - apropriar-se de bens pertencentes ao patrimônio públi- XXXVIII - ofender, provocar ou desafiar superior, par ou subor-
co ou particular; dinado, estando ou não de serviço;
XIX - empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qual- XXXIX - promover ou participar de luta corporal com superior,
quer meio material ou financeiro sob sua responsabilidade ou não, par, ou subordinado hierárquico;
para a execução de atividades diversas daquelas para as quais fo- XL - desrespeitar, em público ou pela imprensa ou pelas mídias
ram destinadas, em proveito próprio ou de outrem; sociais, os atos ou decisões das autoridades civis ou dos órgãos dos
XX - provocar desfalques ou deixar de adotar providências, na Poderes Constituídos ou de qualquer de seus representantes;
esfera de suas atribuições, para evitá-los; XLI - desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por pala-
XXI - utilizar-se da condição de militar estadual para obter facili- vras, atos ou gestos, no atendimento de ocorrência militar ou em
dades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios outras situações de serviço;
particulares ou de terceiros; XLII - evadir-se ou tentar evadir-se de escolta, bem como resis-
XXII - dar, receber, pedir ou exigir gratificação ou presente com tir a ela;
finalidade de retardar, apressar ou obter solução favorável em qual- XLIII - deixar de apurar transgressão disciplinar, da qual tomou
quer ato de serviço; conhecimento;
XXIII - fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, agiotagem XLIV - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausên-
ou transação pecuniária envolvendo assunto de serviço, bens da admi- cia deste, a qualquer autoridade superior toda informação que tiver
nistração pública ou material cuja comercialização seja proibida; sobre iminente perturbação da ordem pública, crime ou grave alte-
XXIV - exercer o militar estadual em serviço ativo, a função de ração do serviço, logo que tenha conhecimento;
segurança, investigação ou vigilância particulares, ou administrar XLV - omitir, em boletim de ocorrência, relatório ou qualquer
ou manter vínculo de qualquer natureza com empresa do ramo de documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
segurança, vigilância ou investigação, ou outra qualquer que tenha
XLVI - subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos,
relação com as funções desempenhadas na Corporação, para as
bens ou semoventes pertencentes ao patrimônio público ou parti-
quais recebeu formação específica;
cular, que estejam ou não sob sua responsabilidade;
XXV - exercer o militar estadual do serviço ativo, em empresas
XLVII - deixar de assumir, orientar ou auxiliar o atendimento
ou a particulares, atividade de instrutor, professor ou consultoria a
de ocorrência, quando esta, por sua natureza ou amplitude, assim
fim de ministrar conhecimentos técnicos policiais-militares adquiri-
o exigir;
dos em cursos realizados na Corporação;
XLVIII - abandonar serviço para o qual tenha sido designado ou
XXVI - exercer o militar estadual da ativa, o comércio ou tomar
parte na administração ou gerência de sociedade empresarial e co- recusar-se a executá-lo na forma determinada;
mercial com fins lucrativos ou dela ser sócio, exceto como acionista, XLIX - faltar sem justa causa ao expediente ou ao serviço para o
cotista ou comanditário; qual esteja nominalmente escalado;
XXVII - exercer qualquer atividade estranha à instituição militar L - afastar-se, quando em serviço ou em razão função com veí-
com prejuízo do serviço ou com emprego de meios do Estado ou culo automotor, aeronave, embarcação ou a pé, da área em que
manter vínculo de qualquer natureza com organização voltada para deveria permanecer ou não cumprir roteiro predeterminado para
a prática de atividade tipificada como contravenção ou crime; o serviço;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

LI - fazer uso, estar sob ação ou induzir outrem ao uso de subs- II - provocar ou fazer-se, voluntariamente, causa ou origem de
tância proibida, entorpecente ou que determine dependência física alarmes injustificados;
ou psíquica, ou introduzi-las em local sob administração militar; III - comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório,
LII - ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar- no qual os participantes não portem qualquer tipo de armamento,
-se embriagado ou com sinais de embriaguez, para prestá-lo; que possa concorrer para o desprestígio da Corporação Militar ou
LIII - ingerir bebida alcoólica, uniformizado e fora do serviço, ferir a hierarquia e a disciplina;
salvo em eventos previamente autorizados; IV - concorrer para a discórdia, desarmonia ou cultivar inimiza-
LIV - portar ou possuir arma em desacordo com as normas vi- de entre companheiros;
gentes; V - entender-se com o preso, de forma velada, ou deixar que
LV - andar ostensivamente armado, em trajes civis, não se alguém o faça, sem autorização de autoridade competente ou con-
achando de serviço; trariando normas;
LVI - disparar arma por imprudência, negligência, imperícia ou VI - contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas
desnecessariamente; possibilidades financeiras, desde que venha a expor ostensivamen-
LVII - não obedecer às normas técnicas ou regras básicas de te a imagem da Corporação Militar;
segurança no manuseio de armamentos e munições ou não ter cau- VII - retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem
tela ou devido zelo na guarda de arma própria ou sob sua respon- recebida;
sabilidade; VIII - procrastinar, injustificadamente, expediente que lhe seja
LVIII - não obedecer às normas técnicas ou regras básicas de encaminhado, bem como atrasar o prazo para conclusão de proce-
segurança no manuseio e cautela de equipamentos, ou não ter o dimentos de polícia judiciária militar ou demais procedimentos e
devido zelo na sua guarda e utilização quando estiver sob sua res- processos administrativos disciplinares militares;
ponsabilidade; IX - manter relações de amizade ou exibir-se em público com
LIX - ceder, emprestar, remeter, empregar, adulterar arma de pessoas de notórios e desabonados antecedentes criminais ou poli-
fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem auto- ciais, salvo por motivo relevante ou de serviço;
rização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. X - interferir na administração de serviço ou na execução de
LX - retirar ou tentar retirar de local, sob administração militar, ordem ou missão sem ter a devida competência para tal;
material, documento, viatura, aeronave, embarcação ou animal, ou XI - desacreditar seu superior, par ou subordinado hierárquico;
mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário; XII - deixar de prestar a superior hierárquico continência ou ou-
LXI - tentar, entrar ou sair de Organização Militar, com tropa, tros sinais de honra e respeito previstos em regulamento;
sem prévio conhecimento da autoridade competente, salvo para XIII - deixar de corresponder a cumprimento de seu subordinado;
fins de instrução ou serviço autorizado pelo comando; XIV - deixar de exibir, estando ou não uniformizado, documen-
LXII - dormir em serviço de policiamento, vigilância ou seguran- to de identidade funcional ou recusar-se a declarar seus dados de
ça de pessoas ou instalações, salvo quando autorizado; identificação quando lhe for exigido por autoridade competente;
LXIII - pilotar aeronave ou embarcação oficial, com imprudên- XV - deixar de comunicar fato que, em tese, constitua trans-
cia, imperícia, negligência ou sem estar devidamente habilitado; gressão disciplinar;
LXIV - conduzir ou operar viatura militar, com imprudência, im- XVI - deixar de fazer os devidos procedimentos formais no âm-
perícia, negligência ou sem ter a carteira nacional de habilitação;
bito da aplicação de sanção disciplinar;
LXV - frequentar ou fazer parte de sindicatos ou de associações
XVII - não levar ao conhecimento da autoridade competente
cujos estatutos não estejam de conformidade com a lei;
fato ilegal ou irregularidade que presenciar ou de que tiver ciência
LXVI - retardar ou deixar de cumprir dever ou norma de ação
e que não lhe caiba reprimir;
estabelecidos em norma legal, em benefício próprio ou de tercei-
XVIII - deixar de manifestar-se nos documentos e processos que
ros, com prejuízos para a administração pública;
lhe forem encaminhados, exceto nos casos de suspeição ou impedi-
LXVII - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
mento, ou de absoluta falta de elementos, hipóteses em que essas
ofício;
LXVIII - deixar de punir o transgressor da disciplina, salvo se circunstâncias serão fundamentadas;
houver causa de justificação; XIX - deixar de encaminhar à autoridade competente, no mais
LXIX - tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os curto prazo e pela via hierárquica, documento ou processo que re-
permitidos, quando fardado; ceber, se não for de sua alçada a solução;
LXX - divulgar, permitir ou concorrer para a divulgação indevida XX - retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar
de fato ou documento de interesse da administração pública com que deva promover ou em que esteja investido;
classificação sigilosa; XXI - desrespeitar atos administrativos, ordens judiciais, ou em-
LXXI - ferir a hierarquia ou a disciplina, de modo compromete- baraçar suas execuções;
dor para a segurança da sociedade e do Estado. XXII - causar ou contribuir para a ocorrência de acidente de ser-
LXXII - frequentar lugares incompatíveis com o decoro social ou viço ou instrução;
militar, salvo por motivo de serviço; XXIII - apresentar comunicação disciplinar ou representação
LXXIII - violar, alterar ou deixar de preservar local de crime; sem fundamento ou interpor recurso disciplinar sem observar as
LXXIV - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do prescrições regulamentares;
dever. XXIV - dificultar ao subordinado o oferecimento de representa-
§ 2º São transgressões disciplinares médias: ção, recurso disciplinar ou o exercício do direito de petição;
I - reter o preso, a vítima, as testemunhas, informantes ou par- XXV - faltar a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte
tes não envolvidas por mais tempo que o necessário para a solução ou assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento sem a
do procedimento policial, administrativo ou penal; devida autorização;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXVI - faltar a ato judiciário, administrativo ou similar, salvo mo- XLVII - apresentar-se, em qualquer situação, mal uniformizado,
tivo relevante a ser comunicado por escrito à autoridade a que es- com o uniforme alterado ou diferente do previsto, contrariando o
tiver subordinado, e assim considerado por esta, na primeira opor- Regulamento de Uniformes da Corporação Militar ou norma a res-
tunidade, antes ou depois do ato, do qual tenha sido previamente peito;
cientificado; XLVIII - usar no uniforme, insígnia, medalha, condecoração ou
XXVII - afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força distintivo, não regulamentares ou de forma indevida;
de dispositivo ou ordem legal; XLIX - deixar de exibir no uniforme a tarja de identificação do
XXVIII - permutar serviço sem permissão da autoridade com- nome de guerra;
petente; L - ostentar, quando uniformizado, tatuagem que atente contra
XXIX - deixar de apresentar-se à Junta Médica (ou perícia ofi- a moral, os bons costumes, a dignidade da pessoa humana e às ins-
cial) ou seguir os trâmites regulamentares e administrativos, quan- tituições democráticas;
do de dispensa por questões de doença; LI - exibir, a militar estadual feminina, quando uniformizada,
XXX - deixar de se apresentar às autoridades competentes nos brincos, piercings, joias ou adereços em desacordo com o disposto
casos de movimentação ou quando designado para comissão ou no Regulamento de Uniformes da Corporação Militar ou norma a
serviço extraordinário, prontidão, treinamentos, instrução formatu- respeito;
ras, solenidades e manobras; LII - usar, o militar estadual masculino, quando uniformizado,
XXXI - deixar de identificar-se quando solicitado, ou quanto as brincos e piercings;
circunstâncias o exigirem; LIII - usar, o militar estadual masculino, quando uniformizado,
XXXII - não se apresentar ao seu superior imediato ao término adereços em desacordo com os costumes militares;
de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber que LIV - comparecer, uniformizado, a manifestações ou reuniões
o mesmo tenha sido interrompido ou suspenso; de caráter político-partidária, salvo por motivo de serviço ou quan-
XXXIII - introduzir bebidas alcoólicas em local sob administra- do autorizado;
ção militar, salvo se devidamente autorizado; LV - autorizar, promover ou participar de petições ou mani-
XXXIV - ter em seu poder, introduzir, ou distribuir em local sob festações de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário,
administração militar, substância ou material inflamável ou explosi- religioso, de crítica ou de apoio a ato de superior, para tratar de
vo sem permissão da autoridade competente; assuntos de natureza militar, ressalvados os de natureza técnica ou
XXXV - desrespeitar regras de trânsito, de tráfego aéreo ou de científica havidos em razão do exercício da função militar;
navegação marítima, lacustre ou fluvial; LVI - recorrer a outros órgãos, pessoas ou instituições, exceto
XXXVI - autorizar, promover ou executar manobras perigosas ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, para resolver assunto
com viaturas, aeronaves, embarcações ou animais; de interesse pessoal relacionados com a Corporação Militar, sem
XXXVII - não ter o devido zelo, por ação ou omissão, com os observar os preceitos estabelecidos neste Código;
bens ou semoventes pertencentes ao patrimônio público ou parti- LVII - deixar de cumprir as normas legais ou regulamentares, na
cular, que estejam ou não sob sua responsabilidade; esfera de suas atribuições;
XXXVIII - deixar de solicitar a presença de perícia oficial quando LVIII - ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em local sob
envolver-se em ocorrência de trânsito com veículos pertencentes à administração militar, publicações, estampas ou jornais que aten-
Corporação Militar, bem como os cedidos ou locados para o serviço; tem contra a disciplina, a moral ou as instituições;
XXXIX - trabalhar mal, intencionalmente ou por desídia, em LIX - distribuir, ainda que fora de local sob administração mili-
qualquer serviço, instrução ou missão; tar, publicações, estampas ou jornais que atentem contra a discipli-
XL - negar-se a utilizar ou a receber do Estado fardamento, ar- na, a moral ou as instituições;
mamento, equipamento ou bens que lhe sejam destinados ou de- LX - discutir ou provocar discussão, por qualquer veículo de
vam ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade; comunicação, sobre assuntos políticos, militares ou policiais, exce-
XLI - deixar o responsável pela segurança da Organização Mili- tuando-se os de natureza exclusivamente técnica, quando devida-
tar de cumprir as prescrições regulamentares com respeito a entra- mente autorizado;
da, saída e permanência de pessoa estranha; LXI - não ter pelo preparo próprio, ou de seus subordinados ou
XLII - permitir que pessoa não autorizada adentre prédio ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever;
local interditado; LXII - conduzir veículo, pilotar aeronave ou embarcação oficial,
XLIII - deixar, ao entrar ou sair de Organização Militar onde não sem autorização, mesmo estando habilitado;
sirva, de dar ciência da sua presença ao oficial ou graduado de ser- LXIII - chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual
viço e, em seguida, se oficial, de procurar o comandante ou o oficial esteja escalado, convocado, designado ou a qualquer outro ato em
de posto mais elevado ou seu substituto legal para expor a razão de que deva tomar parte ou assistir;
sua presença, salvo as exceções regulamentares previstas; LXIV - maltratar, permitir maus tratos ou não ter o devido cui-
XLIV - abrir ou tentar abrir qualquer dependência da Organiza- dado com animais.
ção Militar, desde que não seja a autoridade competente ou sem § 3º São transgressões disciplinares leves:
sua ordem, salvo em situações de emergência; I - fumar em local não permitido;
XLV - permanecer em dependência de outra Organização Mili- II - deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele
tar ou local de serviço sem consentimento ou ordem da autoridade recebida, no mais curto prazo possível;
competente; III - retirar-se da presença do superior hierárquico sem obe-
XLVI - deixar de exibir a superior hierárquico, quando por ele diência às normas regulamentares;
solicitado, objeto ou volume, ao entrar ou sair de qualquer Organi- IV - deixar, tão logo seus afazeres o permitam, de apresentar-se
zação Militar; ao seu superior funcional conforme prescrições regulamentares;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - dirigir-se diretamente ao superior hierárquico pelo nome, VI- licenciamento e a exclusão a bem da disciplina;
sem fazer menção ao posto ou graduação; Parágrafo único. Todo fato que constituir transgressão deverá
VI - deixar, nas solenidades, de apresentar-se ao superior hie- ser levado ao conhecimento da autoridade competente para as pro-
rárquico de posto ou graduação mais elevada e de saudar os de- vidências disciplinares.
mais, de acordo com as normas regulamentares;
VII - consentir, o responsável pelo posto de serviço ou a senti- SEÇÃO II
nela, na formação de grupo ou permanência de pessoas junto ao DA ADVERTÊNCIA
seu posto;
VIII - içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de auto- Art. 20. A advertência, forma mais branda de sanção, é apli-
ridade; cada ao transgressor, publicada de forma reservada ou ostensiva,
IX - dar toques ou fazer sinais, previstos nos regulamentos, sem devendo sempre ser registrada nos assentamentos individuais, não
ordem de autoridade competente; devendo surtir efeito no comportamento das praças e no conceito
X - conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impró- dos oficiais, bem como não constar em certidão de punições.
prios; Parágrafo único. A sanção de que trata o caput deste artigo,
XI - deixar de comunicar a alteração de dados de qualificação aplica-se exclusivamente às transgressões de natureza leve.
pessoal, telefone ou mudança de endereço residencial;
XII - deixar de comunicar a tempo, à autoridade competente, a SEÇÃO III
impossibilidade de comparecer à Organização Militar ou a qualquer DA REPREENSÃO
ato ou serviço de que deva participar ou a que deva assistir;
XIII - permanecer, alojado ou não, deitado em horário de expe- Art. 21. A repreensão é a sanção feita por escrito ao transgres-
diente no interior da Organização Militar, sem autorização de quem sor, publicada de forma reservada ou ostensiva, devendo sempre
de direito; ser registrada nos assentamentos individuais.
XIV - adentrar, sem permissão ou ordem, em lugar cuja entrada Parágrafo único. A sanção de que trata o caput deste artigo
lhe seja vedada; aplica-se às transgressões de naturezas leve e média.
XV - transportar na viatura, aeronave ou embarcação que este-
ja sob seu comando ou responsabilidade, pessoas, animais ou ma- SEÇÃO IV
teriais, sem autorização da autoridade competente; DA SUSPENSÃO
XVI - andar a cavalo, a trote ou galope, sem necessidade, pelas
ruas da cidade ou castigar a montada; Art. 22. A suspensão é a medida disciplinar sancionatória que
XVII - acionar desnecessariamente o rádio ou sirene de viatura consiste no afastamento temporário do exercício de cargo, encargo
militar; ou função do militar estadual da ativa que incorrer em transgres-
XVIII - permanecer em dependência da própria Organização sões de natureza média ou grave, implicando em desconto no sub-
Militar ou local de serviço, desde que a ele estranho, sem consenti- sídio do punido de 1/30 (um trinta avos) por dia de suspensão por
mento ou ordem da autoridade competente; ficar afastado de suas atividades.
XIX - entrar ou sair, de qualquer Organização Militar, por luga- § 1º O militar que sofrer a sanção constante no caput deste
res que não sejam para isso designados; artigo não fará jus ao adicional noturno e ao auxílio alimentação,
XX - usar vestuário incompatível com o local ou ocasião ou des- correspondente ao período de suspensão.
cuidar do asseio próprio; § 2º O desconto previsto no caput deste artigo não poderá ser
XXI - estar em desacordo com as normas regulamentares de superior a trinta por cento do valor do subsídio mensal do punido.
apresentação pessoal;
XXII - permitir ou aceitar qualquer manifestação coletiva de pa- SEÇÃO V
res e subordinados, com exceção das demonstrações de boa e sã DA REFORMA DISCIPLINAR COMPULSÓRIA
camaradagem e com prévio conhecimento do homenageado;
XXIII - adentrar ao quartel em trajes civis em horário de expe- Art. 23. A reforma disciplinar compulsória consiste na passa-
diente sem autorização de quem de direito. gem do militar estadual da ativa para a inatividade, pelo reiterado
cometimento de transgressões ou pela sua gravidade, em vista da
CAPÍTULO IV constatação da falta de condições para o desempenho das suas fun-
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES ções na Corporação Militar.
§ 1º A reforma disciplinar compulsória poderá ser aplicada, em
SEÇÃO I sede de pertinente processo administrativo disciplinar, pelas auto-
DISPOSIÇÕES GERAIS ridades dos incisos I e II, do art. 13, deste Código, quando o militar
estadual, mediante parecer da Junta Médica ou perícia oficial, em
Art. 19. As sanções disciplinares aplicáveis aos militares es- laudo de exame de insanidade mental, for considerado incapaz de
taduais, independentemente do posto, graduação ou função que permanecer no serviço ativo da Corporação Militar.
ocupem, são: § 2º A reforma disciplinar compulsória do militar estadual será
I- advertência; efetuada no grau hierárquico, graduação ou posto que possuir na
II- repreensão; ativa e com proventos proporcionais ao seu tempo de serviço.
III- suspensão;
IV- reforma disciplinar compulsória;
V- demissão;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO VI Art. 28. A comunicação disciplinar deve ser clara, concisa e pre-
DA DEMISSÃO cisa, contendo os dados capazes de identificar as pessoas ou coisas
envolvidas, o local, a data e a hora do fato, além de caracterizar
Art. 24. A demissão decorrerá de processo de perda do posto e as circunstâncias que o envolveram sem tecer comentários ou opi-
da patente, consequente da submissão do oficial militar estadual a niões pessoais.
Conselho de Justificação. Parágrafo único. A autoridade militar que receber a comuni-
§ 1º O oficial perderá o posto e a patente se for julgado indig- cação disciplinar, não sendo competente para solucioná-la, deverá
no do oficialato, ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal encaminhá-la a seu superior imediato para as medidas que se fize-
competente, tendo por consequência a sua demissão por ato do rem necessárias.
Governador do Estado. Art. 29. No caso de ocorrência disciplinar envolvendo milita-
§ 2º O oficial da ativa demitido não terá direito a qualquer re- res integrantes das Forças Armadas ou de outras co-irmãs militares
muneração ou indenização. estaduais, as autoridades dos incisos II e III, do art. 13 deste Códi-
§ 3º O oficial inativo demitido perderá todos os seus direitos go deverão tomar as medidas administrativas necessárias sobre a
inerentes ao posto e à patente militares, exceto a percepção de re- ocorrência e do que foi apurado aos Comandantes das respectivas
muneração. forças.

SEÇÃO VII CAPÍTULO VI


DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA DA DISPONIBILIDADE CAUTELAR

Art. 25. O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina serão Art. 30. A disponibilidade cautelar é a medida administrativa
aplicados pelo Comandante Geral e consiste no desligamento com- não sancionatória que se presta a retirar o militar estadual do exer-
pulsório e definitivo da Corporação Militar Estadual. cício das funções do local onde ocorreu o fato, até o término da sua
§ 1º A exclusão a bem da disciplina será aplicada às praças da apuração, devendo prestar serviços, normalmente, em nova Orga-
ativa com estabilidade assegurada, às inativas da reserva remune- nização Militar na localidade em que for designado pelo Comandan-
rada ou reformadas e às praças especiais. te Geral da respectiva Corporação.
§ 2º O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado à § 1º A disponibilidade cautelar será solicitada, via Corregedo-
praça sem estabilidade assegurada. ria, pelos encarregados de processos, de procedimentos e de co-
Art. 26. A exclusão e o licenciamento a bem da disciplina decor- missões processantes, pelas autoridades delegantes elencadas no
rem da apreciação da incapacidade da praça militar para permane- art. 13, na ocorrência das hipóteses de:
cer na Corporação, apurados, respectivamente, mediante Conselho I - dar causa a desvios de conduta grave que afetem os valores
de Disciplina e Processo Administrativo Disciplinar Ordinário. militares previstos no art. 9º, deste Código;
§ 1º A praças da ativa e as praças especiais licenciadas ou ex- II - ser acusado de prática de crime ou de ato irregular que efe-
cluídas a bem da disciplina não terão direito a qualquer remunera- tivamente concorra para o desprestígio da Corporação Militar e de
ção ou indenização. seus integrantes.
§ 2º A praça inativa excluída a bem da disciplina perderá todos § 2º É imprescindível a existência de provas da conduta irregu-
os seus direitos inerentes à graduação militar, exceto a percepção lar e indícios suficientes de responsabilidade do militar, para que
de remuneração. seja declarada a sua disponibilidade cautelar.
Art. 31. A autoridade que solicitar a disponibilidade cautelar
CAPÍTULO V deverá, em seu pedido, sugerir o local de seu cumprimento, bem
DO CONHECIMENTO E DA COMUNICAÇÃO DISCIPLINAR como especificar a duração da medida, com observância do prazo
máximo de 40 (quarenta) dias, que poderá ser prorrogado por mais
Art. 27. Todo militar que tiver conhecimento de fato contrário 20 (vinte) dias.
à disciplina praticado por subordinado hierárquico ou funcional de- § 1º Os pedidos para aplicação inicial da medida de disponibi-
lidade cautelar ou de sua prorrogação deverão ser feitos com ante-
verá participá-lo a seu diretor, chefe ou comandante imediato por
cedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
meio de comunicação disciplinar por escrito.
§ 2º A disponibilidade cautelar assegura ao militar a percepção
§ 1º A comunicação disciplinar deverá ser lavrada e remetida
dos seus vencimentos e vantagens integrais inerentes ao seu cargo.
ao diretor, chefe ou comandante imediato até o término do expe-
diente do primeiro dia útil subsequente ao fato motivador.
CAPÍTULO VII
§ 2º A comunicação disciplinar poderá ser lavrada em forma de
DA APURAÇÃO, DO JULGAMENTO, DA APLICAÇÃO E DO CUM-
parte, ofício, correio eletrônico, ou qualquer outro meio em uso na
PRIMENTO DA
Corporação Militar.
SANÇÃO DISCIPLINAR
§ 3º Quando o militar tomar conhecimento de indícios da prá-
tica de transgressão da disciplina através de jornais, publicações, SEÇÃO I
termos de declarações ou outros meios, deverá promover a remes- DA APURAÇÃO
sa à autoridade competente, por intermédio do seu diretor, chefe
ou comandante imediato, no primeiro dia útil subsequente ao fato Art. 32. A apuração disciplinar ocorrerá a critério da autoridade
motivador, caso não seja a autoridade competente para promover competente, ao tomar conhecimento de um fato por meio de co-
a apuração. municação disciplinar, em razão de requerimento da parte ofendida

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

ou de quem legalmente a represente, em virtude de representa- VI - ter sido a transgressão praticada em decorrência da falta
ção de autoridade que tenha conhecimento do dano ou infração de melhores esclarecimentos quando da emissão da ordem ou de
disciplinar, cuja repressão não tenha competência, e por meio das falta de meios adequados para o seu cumprimento, devendo tais
mídias sociais, dentre outros. circunstâncias ser plenamente comprovadas;
Art. 33. Na apuração disciplinar serão observados os princípios VII - colaborar na apuração da transgressão disciplinar;
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên- VIII - ter o agente confessado espontaneamente a autoria da
cia, dentro dos pressupostos da proporcionalidade e razoabilidade, transgressão, quanto esta for ignorada ou imputada a outrem;
cabendo à autoridade militar que tiver conhecimento da prática de IX - ter o transgressor procurado diminuir as consequências da
dano ou infração disciplinar, sempre considerar a natureza, a gra- transgressão, antes da sanção, reparando os danos.
vidade e os motivos determinantes do fato, os danos causados, a Art. 40. São circunstâncias agravantes:
personalidade e os antecedentes do transgressor, a intensidade do I - estar em mau comportamento;
dolo ou o grau da culpa, para adoção das medidas administrativas II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgres-
e disciplinares cabíveis. sões;
Art. 34. Na apuração disciplinar nenhum militar será interroga- III - reincidência;
do se estiver em estado de embriaguez ou sob a ação de substância IV - conluio de duas ou mais pessoas;
entorpecente. V - ter sido a falta praticada durante a execução do serviço;
Art. 35. A apuração disciplinar ocorrerá através dos procedi- VI - ter praticado a transgressão com premeditação;
mentos e processos disciplinares previstos neste Código. VII - ter sido a falta praticada em presença de subordinado, de
tropa ou de civil;
SEÇÃO II VIII - ter sido a falta praticada com abuso de autoridade hierár-
DO JULGAMENTO quica ou funcional ou com emprego imoderado de violência mani-
festamente desnecessária.
Art. 36. O julgamento dos fatos ou atos transgressionais deve § 1º Considera-se reincidência quando o militar pratica trans-
ser feito com serenidade e imparcialidade, para que o agente fi- gressão disciplinar depois da decisão administrativa irrecorrível que
que consciente e convicto de que ele se inspira no cumprimento o tenha aplicado sanção por qualquer transgressão prevista neste
Código.
exclusivo do dever, na preservação da disciplina que tem em vista o
§ 2º Serão considerados para reincidência os seguintes requi-
benefício educativo dele e da coletividade.
sitos:
Art. 37. O julgamento deve se precedido de um exame e de
I - decisão administrativa irrecorrível de transgressão discipli-
uma análise que considerem:
nar anterior;
I - os antecedentes do transgressor;
II - prática de qualquer nova transgressão disciplinar;
II - as causas que a determinarem;
III - a reincidência não poderá ser invocada, passados 05(cinco)
III - a natureza dos fatos ou os atos que a envolverem;
anos de cumprida pelo acusado sua última sanção disciplinar ou
IV - as consequências que dela possam resultar. após o seu cancelamento.
Parágrafo único. No julgamento dos fatos ou atos transgressio- § 3º A sanção de advertência aplicada ao militar estadual não
nais ainda podem ser levantadas causas de justificação ou as cir- será considerada para fins de reincidência.
cunstâncias que os atenuem e /ou os agravem. Art. 41. A prática reiterada de transgressões disciplinares de
Art. 38. São causas de justificação: naturezas média e grave, demonstrada pela aparente insensibilida-
I - motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente com- de por parte do transgressor, ante à ineficiência das punições que
provados; lhe forem impostas, poderá ensejar em motivos para demissão, li-
II - em preservação da ordem pública ou do interesse coletivo, cenciamento a bem disciplina ou exclusão a bem da disciplina.
na prática de ação meritória ou no interesse do serviço, da ordem
ou do sossego público; SEÇÃO III
III - legítima defesa própria ou de outrem; DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR
IV - obediência a ordem superior, desde que a ordem recebida
não seja manifestamente ilegal; Art. 42. A sanção disciplinar será proporcional à gravidade e
V - uso de força para compelir o subordinado a cumprir rigoro- natureza da infração, observados os seguintes limites:
samente o seu dever, no caso de perigo, necessidade urgente, es- I - as faltas leves são puníveis com sanção de advertência ou
tado de necessidade, calamidade pública ou manutenção da ordem repreensão;
e da disciplina; II - as faltas médias são puníveis com sanção de repreensão ou
VI - ter praticado a transgressão para evitar mal maior; suspensão;
VII - ter praticado a transgressão sob coação irresistível; III - as faltas graves são puníveis com suspensão, demissão,
Parágrafo único. Não haverá aplicação de sanção disciplinar exclusão bem da disciplina e licenciamento a bem da disciplina ou
quando for reconhecida qualquer causa de justificação. reforma disciplinar compulsória.
Art. 39. São circunstâncias atenuantes: Parágrafo único. Na ocorrência de mais de uma transgressão,
I - estar, no mínimo, no bom comportamento; quando forem praticadas de forma conexa, as de menor gravidade
II - ter relevância de serviços prestados; serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão
III - ter praticado a falta em defesa própria, de seus próprios principal.
direitos ou dos de outrem; Art. 43. Pela mesma transgressão não será aplicada mais de
IV - ter praticado a falta por motivo de relevante valor social; uma sanção disciplinar e, no concurso de transgressões, aplicar-se-
V - falta de prática do serviço; -á a sanção relativa à mais grave.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 44. A aplicação da sanção disciplinar, nos termos do art. 19, CAPÍTULO VIII
deste Código compreenderá em: DO COMPORTAMENTO DAS PRAÇAS
I - elaboração da nota de punição com o respectivo enquadra-
mento; SEÇÃO I
II - publicação em boletim ou Diário Oficial do Estado do Piauí DISPOSIÇÕES GERAIS
– DOE/PI; e
III - registro na ficha disciplinar individual do punido. Art. 50. O comportamento da praça militar estadual terá acom-
Art. 45. A nota de punição não conterá comentários deprecia- panhamento contínuo e permanente, demonstrado através de re-
tivos ou ofensivos, nem alusões pessoais ao punido, permitidos os gistros em seus assentamentos que avaliarão o seu procedimento
ensinamentos, devendo conter: na vida profissional e particular, sob o ponto de vista disciplinar.
I - a descrição clara e precisa dos fatos; Art. 51. O comportamento da praça militar está sujeito à classi-
II - as circunstâncias que configuram a transgressão; ficação, à reclassificação e à melhoria.
III - o enquadramento disciplinar constando: § 1º Compete às autoridades discriminadas nos incisos do art.
a) a indicação dos dispositivos legais infringidos; 13, deste Código, adotarem os procedimentos administrativos ne-
b) as circunstâncias atenuantes ou agravantes e as causas de cessários à classificação, à reclassificação e à melhoria do compor-
justificação; tamento das praças.
c) a classificação da transgressão; § 2º Para efeito de reclassificação ou melhoria do comporta-
d) a sanção disciplinar imposta; mento ter-se-ão como bases as datas em que as sanções disciplina-
e) a reclassificação ou melhoria do comportamento militar; res foram publicadas.
f) as datas do início e do término do cumprimento da sanção;
g) a determinação para posterior cumprimento, se o punido es- SEÇÃO II
tiver baixado ou afastado do serviço; DA CLASSIFICAÇÃO
h) outros dados que a autoridade competente julgar necessá-
rios; Art. 52. A classificação é o procedimento administrativo que re-
IV - a assinatura da autoridade competente. conhece a categoria comportamental em que se deve enquadrar a
Art. 46. A publicação é a divulgação oficial do ato administra- praça, com a devida consignação na sua ficha disciplinar, a partir do
tivo referente à aplicação da sanção disciplinar, através da qual se seu ingresso na Corporação, ficando sujeito a gradações de acordo
dará início a seus efeitos, devendo ser feita em boletim, e se neces- com sua conduta castrense.
sário, também publicada no DOE/PI. Art. 53. O comportamento da praça, na Corporação, será clas-
Parágrafo único. As sanções aplicadas a oficiais e aspirantes- sificado em:
-a-oficial serão publicadas em boletim reservado da Corporação e I - Excepcional;
somente para conhecimento dos integrantes dos seus respectivos II - Ótimo;
círculos e superiores hierárquicos, podendo ser dadas ao conheci- III - Bom;
mento geral se as circunstâncias ou a natureza da transgressão e o IV - Insuficiente;
bem da disciplina assim o recomendarem. V - Mau.
Art. 47. A sanção disciplinar não exime o militar estadual puni- Art. 54. Ao ser admitida, a praça militar estadual será classifica-
do da responsabilidade civil e criminal emanadas do mesmo fato. da no comportamento previsto no inciso III, deste artigo.
Parágrafo único. Ressalvados os casos de negativa de autoria
ou inexistência do fato, a instauração de inquérito ou ação criminal, SEÇÃO III
não impedirá a imposição, na esfera administrativa, de sanção pela DA RECLASSIFICAÇÃO
prática de transgressão disciplinar sobre o mesmo fato.
Art. 55. A reclassificação consiste na gradação decrescente de
SEÇÃO IV comportamento, em razão de sanção disciplinar aplicada ao militar.
DO CUMPRIMENTO DA SANÇÃO DISCIPLINAR § 1º Para fins disciplinares a praça terá o seu comportamento
reclassificado:
Art. 48. Estando à disposição ou a serviço de autoridade diver- I - do excepcional para o:
sa, o transgressor será requisitado à apresentação pela autoridade a) ótimo, quando for punida com repreensão;
competente para aplicar-lhe a sanção. b) bom, quando for punida com suspensão;
Art. 49. De ofício, ou a pedido das autoridades disciplinares II - do ótimo para o bom, quando for punida no período de 04
competentes e visando o cumprimento da sanção, o comandante (quatro) anos de efetivo serviço, com mais de 01 (uma) repreensão;
ou chefe imediato do transgressor poderá sustar ou interromper III - do bom para o:
o seu gozo de férias, dispensas e trânsito, para fins de aplicação da a) insuficiente, quando for punida, no período de 01(um) ano
sanção disciplinar. de efetivo serviço com 01(uma) suspensão;
Parágrafo único. Para fins de aplicação deste artigo, a sustação b) mau, quando for punida, no período de 01(um) ano de efeti-
ou interrupção das licenças especiais e para tratar de assuntos de vo serviço, com mais de 02(duas) suspensões;
interesse particular, são de competência do respectivo Comandante IV - do insuficiente para o mau, quando for punida, no período
Geral. de um 01(um) ano de efetivo serviço, com mais de 02(duas) sus-
pensões.
§ 2º Para efeito de reclassificação:
I- 02(duas) advertências equivalem a 01(uma) repreensão;

69
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II- 02(duas) advertências e 01(uma) repreensão equivalem a Art. 61. Poderão ser delegados para proceder a sindicância,
01(uma) suspensão; oficiais ou aspirantes-a-oficial, e excepcionalmente, subtenentes ou
III- 02(duas) repreensões equivalem a 01(uma) suspensão. sargentos, devendo os sindicantes sempre serem superiores hierár-
quicos dos sindicados e se, do mesmo posto ou graduação, mais
SEÇÃO IV antigos.
DA MELHORIA § 1º Não poderá ser encarregado de sindicância quem formu-
lou a acusação, quem tiver com o sindicado ou suposto ofendido
Art. 56. A melhoria de comportamento consiste na gradação parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou colateral até o
crescente de comportamento, em razão de lapso temporal sem 3º grau por consanguinidade colateral ou afinidade de natureza civil
sanção disciplinar sofrida pelo militar. ou que tenha particular interesse.
§ 1º Para fins disciplinares a praça terá melhoria do seu com- § 2° Se, no decorrer da sindicância, o encarregado verificar a
portamento, feita automaticamente: existência de indícios contra militar superior ou mais antigo, deverá
I- do mau para o insuficiente, quando, no período de 01(um) encerrar a apuração e comunicar imediatamente seu impedimen-
ano, não houver sofrido qualquer punição; to à autoridade delegante, a fim de que outro seja designado para
II- do insuficiente para o bom, quando, no período de 02(dois) prossegui-la.
anos, não houver sofrido qualquer punição; § 3º Caberá ao sindicante, se não tiver sido feita pela autorida-
III- do bom para o ótimo, quando, no período de 04(quatro) de instauradora, caso necessário, a designação de escrivão para os
anos, não houver sofrido qualquer punição; trabalhos de digitação, recaindo em oficial, subtenente, sargento
IV- do ótimo para o excepcional, quando no período de 08(oito) ou cabo.
anos, não houver sofrido qualquer punição. Art. 62. O prazo para conclusão da sindicância será de 20 (vinte)
dias, a contar do dia útil posterior ao do recebimento, prorrogável
CAPÍTULO IX por 20(vinte) dias, mediante pedido justificado do sindicante à au-
DOS PROCEDIMENTOS E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DIS- toridade instauradora.
CIPLINARES Art. 63. Toda sindicância instaurada deverá ter curso normal,
não podendo ser sua portaria revogada ou invalidada, a não ser que
apresente vício insanável ou que os fatos nela citados estejam sen-
SEÇÃO I
do apurados em outro procedimento.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º O ato de revogação ou invalidação deverá ser motivado,
indicando as razões de fato e de direito e publicado em boletim.
Art. 57. Os procedimentos e processos disciplinares de que tra-
§ 2º A autoridade instaurada da sindicância deverá ao final
ta este Código, para os militares do Estado, serão:
sempre efetuar a remessa de cópias da portaria, do relatório e da
I - Sindicância;
solução à Corregedoria para fins de controle apuratório e estatístico
II - Inquérito Técnico; da Corporação Militar.
III - Processo Administrativo Disciplinar Simplificado;
IV - Processo Administrativo Disciplinar Ordinário; SEÇÃO III
V - Conselhos de Ética e Disciplina Militares. DO INQUÉRITO TÉCNICO
SEÇÃO II Art. 64. Inquérito Técnico é o procedimento administrativo mi-
DA SINDICÂNCIA litar destinado a levantar dados sobre acidentes com viaturas de
posse da Corporação e apurar as responsabilidades pelos danos
Art. 58. A sindicância é o procedimento administrativo, de materiais causados.
caráter célere e de instrução provisória, que tem por finalidade a Parágrafo único. Do Inquérito Técnico poderá resultar respon-
elucidação de fatos supostamente ilícitos ou irregulares, objetivan- sabilidade civil, independentemente das sanções administrativa e
do identificar suas circunstâncias e a determinação de sua autoria, criminal aplicáveis.
podendo servir como medida antecedente a providências discipli- Art. 65. O Inquérito Técnico será instaurado, pelas autoridades
nares, cíveis, criminais e/ou administrativas. constantes nos incisos II a VI do art. 13, deste Código, mediante
Parágrafo único. Da sindicância pode resultar: delegação, quando tomarem conhecimento de acidente de trânsito
I - arquivamento; envolvendo viaturas que estejam sob sua responsabilidade.
II - instauração de Processo Administrativo Disciplinar Simplifi- Parágrafo único. Excepcionalmente o Comandante Geral da
cado ou Ordinário; Corporação instaurará o Inquérito técnico, adotando as medidas
III - instauração de Conselho de Disciplina ou de Justificação; pertinentes constantes neste Código.
IV - instauração de Inquérito Técnico; Art. 66. Poderão ser delegados encarregados para procederem,
V - instauração de Inquérito Policial Militar; ao Inquérito Técnico, oficiais ou aspirantes-a-oficial, e excepcional-
VI - a realização de Termo de Ajustamento de Conduta por mente, subtenentes ou sargentos, devendo os encarregados serem
dano material; sempre superiores hierárquicos dos condutores envolvidos nos aci-
VII - encaminhamento à autoridade de Polícia Judiciária com- dentes e se, do mesmo posto ou graduação, mais antigos.
petente, se resultar indícios de infração penal comum a apurar. § 1º Não poderá ser encarregado do Inquérito Técnico quem
Art. 59. Em caso de denúncia anônima, a autoridade compe- formulou a acusação, quem tiver com os envolvidos no acidente
tente determinará a realização de uma sindicância. parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou colateral até o
Art. 60. A sindicância será instaurada pelas autoridades cons- 3º grau por consanguinidade colateral ou afinidade de natureza civil
tantes no art. 13, deste Código. ou que tenha particular interesse.

70
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2° No decorrer do Inquérito Técnico se o encarregado verifi- § 1º O militar estadual submetido a Processo Administrativo
car a existência de indícios contra militar superior ou mais antigo, Disciplinar Simplificado será denominado de acusado.
deverá encerrar a apuração e comunicar imediatamente seu impe- § 2º O Processo Administrativo Disciplinar Simplificado deverá
dimento à autoridade delegante, a fim de que outro seja designado conter:
para prossegui-lo. I - identificação da Organização Militar;
§ 3º Caberá ao encarregado do Inquérito Técnico, se não tiver II - numeração sequencial;
sido feita pela autoridade instauradora, caso necessário, a designa- III - identificação do militar acusado;
ção de escrivão para os trabalhos de digitação, recaindo em oficial, IV - identificação do militar responsável pela comunicação dis-
subtenente, sargento ou cabo. ciplinar, quando houver;
Art. 67. O prazo para conclusão do Inquérito Técnico será de V - relato sucinto do fato imputado ao acusado, bem como
20(vinte) dias, a contar do dia útil posterior ao do recebimento, menção dos incisos dos parágrafos do art. 18, em tese, infringidos
prorrogável por 20(vinte) dias, mediante pedido justificado do seu pelo acusado.
encarregado à autoridade instauradora. Art. 72. O Processo Administrativo Disciplinar Simplificado será
Art. 68. A autoridade instauradora do Inquérito Técnico após instaurado pelas autoridades constantes no art. 13, deste Código,
recebê-lo do encarregado, deverá dar solução, justificando os moti- mediante delegação, sendo assegurados aos acusados o contradi-
vos de seu despacho, podendo inclusive: tório e a ampla defesa.
I - sugerir o arquivamento dos autos; § 1º A autoridade instauradora poderá designar como autori-
II - opinar pela instauração de processo administrativo discipli- dade processante para realizar o Processo Administrativo Discipli-
nar, no caso de indícios de transgressão disciplinar ou de Inquérito nar Simplificado, oficial, e excepcionalmente, subtenente ou sar-
Policial Militar, se houver indícios de crime militar; gento, devendo sempre ser superior hierárquico do acusado, e se,
III - avocar o parecer do encarregado e dar solução diferente; do mesmo posto ou graduação, mais antigo.
IV - determinar a composição de solução amigável; § 2º O prazo para realização do Processo Administrativo Disci-
§ 1º Decidindo a autoridade instaurada pela culpabilidade do plinar Simplificado será de 10(dez) dias, prorrogável por igual pe-
causador do acidente, deverá este ser notificado para compor solu- ríodo.
ção amigável por meio de termo de ajustamento de conduta; Art. 73. O Processo Administrativo Disciplinar Simplificado terá
§ 2º A autoridade instauradora não poderá arquivar os autos como primeira página um formulário, cuja segunda via será entre-
do Inquérito Técnico, devendo, imediatamente após a solução, en- gue ao acusado, o qual constará o seu ciente na primeira via, fican-
caminhá-los ao Comandante-Geral da Corporação Militar por meio do notificado que está sendo aberto o prazo de 03(três) dias para
da Corregedoria para homologação do resultado. a apresentação de suas razões de defesa, por escrito, o que poderá
Art. 69. Do ato de homologação do Comandante Geral poderá ser no verso do formulário do processo ou em documento apenso,
resultar: produzido pelo próprio acusado, ou defensor.
I - encaminhamento ao setor competente da Corporação Mili- § 1º Quando o acusado não desejar apresentar justificativas ou
tar para proceder aos descontos autorizados pelo militar causador defesa, ele deverá manifestar, de próprio punho, sua intenção no verso
do acidente, consoante firmado no termo de ajustamento de con- do formulário do Processo Administrativo Disciplinar Simplificado.
duta; § 2º Quando houver recusa do militar em receber a segunda
II - encaminhamento à Procuradoria Geral do Estado, para os via do termo de apuração da transgressão disciplinar, no momento
fins judiciais cabíveis acerca da responsabilidade subjetiva por par- da notificação, a autoridade executora do ato deverá realizar a sua
te do causador do acidente, quando não for possível, no âmbito leitura na presença de duas testemunhas, lavrando-se a respectiva
da Corporação, a composição amigável da reparação dos danos por certidão, considerando-o notificado sobre o prazo legal previsto no
meio de termo de ajustamento de conduta; caput deste artigo, para a apresentação de suas razões de defesa.
III - encaminhamento à Corregedoria para as providências dis- Art. 74. As solicitações, requisições e pedidos apresentados
ciplinares ou de polícia judiciária militar; pelo militar em suas razões de defesa poderão ser deferidos pela
IV - encaminhamento ao setor competente da Corporação para autoridade processante, porém, em caso de indeferimento deverá
conserto do veículo avariado; ser motivado em despacho que antecederá o relatório do Processo
V - encaminhamento ao setor de patrimônio da Corporação Administrativo Disciplinar Simplificado.
para descarga; Art. 75. Recebido o Processo Administrativo Disciplinar Simpli-
VI - arquivamento dos autos. ficado, a autoridade instauradora prolatará solução, podendo:
I - arquivar o termo, em virtude de:
SEÇÃO IV a) julgar que o fato não constitui transgressão da disciplina;
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR SIMPLIFICADO b) falta de elementos comprobatórios;
c) justificação da transgressão disciplinar.
Art. 70. As transgressões da disciplina de natureza leve, média II - aplicação de sanção disciplinar;
com autoria e tipo transgressional previamente conhecidos, serão III- determinar à autoridade processante o prosseguimento da
apuradas através do Processo Administrativo Disciplinar Simplifica- apuração disciplinar por meio de Processo Administrativo Discipli-
do, de acordo com as disposições desta Seção. nar Ordinário;
Art. 71. Recebida a comunicação disciplinar ou outro documen- IV- determinar a instauração de inquérito policial militar, em
to relatando transgressão da disciplina, a autoridade instauradora virtude da existência de indícios de crime militar.
competente, mediante portaria, quando entender haver indícios de Parágrafo único. No caso de solução pela aplicação de sanção
transgressão da disciplina, deverá determinar a abertura do Proces- disciplinar, esta deverá ser fundamentada, esta deverá ser publica-
so Administrativo Disciplinar Simplificado para que o militar esta- da em boletim, bem como deverá o acusado ou seu defensor ser
dual acusado exerça o seu direito de defesa. intimado, para que, caso queira, possa recorrer da decisão.

71
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO V Art. 82. Constituirão fases do Processo Administrativo Discipli-


DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ORDINÁRIO nar Ordinário - instauração, instrução, alegações finais de defesa,
relatório e julgamento.
Art. 76. O Processo Administrativo Disciplinar Ordinário desti- Art. 83. Do julgamento do Processo Administrativo Disciplinar
na-se: Ordinário poderá resultar:
I - a apuar os fatos que constituem transgressões disciplinares I - no arquivamento do processo, quando:
médias e graves; a) julgar que o fato não constitui transgressão da disciplina;
II - a apreciar a permanência ou não das praças não-estáveis b) falta de elementos comprobatórios;
nas fileiras da Corporação. c) justificação da transgressão disciplinar
Parágrafo único. O militar estadual submetido a Processo Ad- II - na aplicação de sanção disciplinar;
ministrativo Disciplinar Ordinário será denominado de acusado. III - instauração de Inquérito Policial Militar;
Art. 77. O Processo Administrativo Disciplinar Ordinário será IV - licenciamento a bem a disciplina;
instaurado pelas autoridades constantes no art. 13, deste Código, V - em remessa à Corregedoria para fins de análise acerca da
de ofício ou mediante determinação, sendo assegurados aos acusa- instauração de Conselho de Disciplina ou de Justificação;
dos o contraditório e a ampla defesa. VI - encaminhamento à autoridade de Polícia Judiciária compe-
Art. 78. Para os fins do inciso I, da art. 76, será designado um tente, se resultar indícios de infração penal comum a apurar.
oficial que atuará como autoridade processante no Processo Admi-
nistrativo Disciplinar Ordinário. SEÇÃO VI
Art. 79. O Processo Administrativo Disciplinar Ordinário será DOS CONSELHOS DE ÉTICA E DISCIPLINA MILITARES
realizado por uma comissão processante, para os fins do inciso II, do
art. 76, sendo composta por 03 (três) oficiais membros, em que o Art. 84. Os Conselhos de Ética e Disciplina Militares são proces-
mais antigo será designado presidente e os demais, respectivamen- sos administrativos disciplinares procedidos por comissões proces-
te, por ordem de antiguidade, o interrogante-relator e o escrivão, santes, designadas pelas autoridades dos incisos I e II, do art. 13,
devendo sempre serem superiores hierárquicos do acusado, e se, no âmbito da Corporações Militares Estaduais, sendo realizados nas
do mesmo posto, mais antigos. seguintes modalidades:
§ 1º Será designada comissão processante de oficiais somente I - Conselho de Disciplina; e
pelas autoridades constantes nos incisos I e II, do art. 13, quando II - Conselho de Justificação.
pela gravidade ou repercussão dos fatos, as circunstâncias assim Parágrafo único. As comissões processantes serão instituídas
exigirem. por meio de Decreto Governamental ou Portaria, publicado em bo-
§ 2º A comissão processante de oficiais funcionará sempre com letim ou Diário Oficial, e serão compostas cada uma, por três ofi-
a totalidade de seus membros, em local que a autoridade instau- ciais membros.
radora ou seu presidente julgue melhor indicado para a realização
dos trabalhos. SUBSEÇÃO I
§ 3º Caberá à autoridade processante, se não tiver sido feita DO CONSELHO DE DISCIPLINA
pela autoridade instauradora, caso necessário, a designação do es-
crivão para os trabalhos de digitação, recaindo em oficial, subte- Art. 85. O Conselho de Disciplina é o processo administrativo
nente, sargento ou cabo. disciplinar especial destinado a apreciar a capacidade de perma-
§ 4º Para o Processo Administrativo Disciplinar Ordinário, rea- nência nas fileiras da Corporação Militar Estadual das praças do ser-
lizado por comissão processante, deverão ser utilizados os prazos viço ativo com estabilidade assegurada, das praças especiais, bem
previstos no art. 96, deste Código. como a capacidade das praças da reserva remunerada e reformadas
Art. 80. O prazo para a conclusão do Processo Administrativo de permanecerem na situação de inatividade em que se encontram,
criandolhes, ao mesmo tempo, condições para se defenderem.
Disciplinar Ordinário, realizado por autoridade processante será de
Parágrafo único. O militar estadual submetido a Conselho de
40 (quarenta) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte) dias, mediante
Disciplina será denominado de acusado ou disciplinado.
pedido fundamentado da autoridade ou comissão processante à
Art. 86. Serão submetidas a Conselho de Disciplina, ex-oficio,
autoridade instauradora.
praças referidas no artigo anterior:
Art. 81. Será instaurado apenas um único Processo Adminis-
I - acusadas oficialmente ou por meio lícito de comunicação
trativo Disciplinar Ordinário, pelo Governador do Estado, quando o
social, de terem:
ato ou fatos motivadores tenham sido praticados em concurso de
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo de que
praças sem estabilidade das duas Corporações Militares Estaduais. estejam investidas;
§ 1º O Governador do Estado na instauração do Processo Ad- b) tido conduta (civil ou policial-militar) irregular que por sua
ministrativo Disciplinar Ordinário, designará uma comissão mista natureza venha a denegrir a imagem da Corporação;
composta por oficiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. c) praticado ato que afete a honra pessoal, o decoro da classe
§ 2º O Processo Administrativo Disciplinar Ordinário, para os e o pudonor militar;
fins do caput deste artigo, será composto por 03(três) oficiais, des- d) praticado atos que revelem incompatibilidade com a função
tes, sendo 02 (dois) oficiais pertencentes à Corporação Militar Esta- militar estadual;
dual que tiver a maior quantidade de acusados. e) acumulado cargo público em desacordo com o disposto na
§ 3º Ocorrendo igual número de acusados, será o Processo Ad- legislação vigente.
ministrativo Disciplinar Ordinário composto, em sua maioria, por II - acusado oficialmente de haver cometido ato atentatório à
oficiais da Polícia Militar. moralidade pública, à probidade administrativa e grave violação aos
direitos humanos;

72
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - afastadas do cargo, na forma da legislação militar, por se Parágrafo único. Se no curso dos trabalhos do Conselho de Dis-
tornar incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no ciplina surgirem indícios de crime comum ou militar, o presidente
exercício de funções militares a ele inerentes, salvo se o afastamen- deverá extrair cópia dos autos, remetendo-os, por ofício, à autori-
to decorrer de fatos que motivem sua submissão a processo; dade competente para início do respectivo inquérito policial ou da
IV - forem condenadas na justiça comum ou militar a pena pri- ação penal cabível.
vativa de liberdade por tempo igual ou superior a 02 (dois) anos, Art. 94. Será instaurado apenas um único Conselho de Discipli-
por sentença transitada em julgado; na, pelo Governador do Estado, quando o ato ou fatos motivadores
V - pertencentes a partidos políticos que exerçam atividades tenham sido praticados em concurso de praças das duas Corpora-
prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional; ções Militares Estaduais.
VI - atentarem contra a segurança das instituições, participan- § 1º O Governador do Estado, na instauração do Conselho de
do de greve, passeatas ou movimentos reivindicatórios, com uso de Disciplina, designará uma comissão mista composta por oficiais do
arma, meio de transporte oficial pertencente à Corporação, ou, ain- Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
da, ocupando estabelecimento militar ou qualquer prédio público; § 2º O Conselho de Disciplina, para os fins do caput deste arti-
VII - que demonstrarem, no comportamento mau, incorrigibi- go, será composto por 03 (três) oficiais, destes, sendo 02 (dois) ofi-
lidade pela prática contumaz de transgressões disciplinares, cujo ciais pertencentes à Corporação Militar Estadual que tiver a maior
histórico e somatório de sanções indiquem sua inadaptabilidade ou quantidade de acusados.
incompatibilidade ao regime disciplinar militar, e, por conseguinte, § 3º Ocorrendo igual número de acusados, será o Conselho de
à melhoria de seu comportamento; Disciplina composto, em sua maioria, por oficiais da Polícia Militar.
Parágrafo único. Havendo concurso de ações entre praças com Art. 95. Após a elaboração do decreto ou portaria de instaura-
estabilidade e sem estabilidade, será instaurado Conselho de Dis- ção, elementos de autoria e materialidade de infrações disciplina-
ciplina. res conexas, em continuidade ou em concurso, poderão ser adita-
Art. 87. O Conselho de Disciplina será composto por 03 (três) das, abrindo-se novos prazos para a defesa.
membros, sendo estes oficiais da ativa e terá como autoridade ins- Art. 96. O Conselho de Disciplina dispõe de um prazo de 90(no-
tauradora o Governador do Estado ou o Comandante-Geral da res- venta) dias, a contar da data da publicação da portaria de nomea-
pectiva Corporação. ção em boletim da Corporação ou do decreto no DOE/PI para a con-
Art. 88. O mais antigo do Conselho de Disciplina, no mínimo um clusão dos trabalhos relativos ao processo, deliberação, confecção,
capitão, será o presidente e o que se lhe seguir em antiguidade será leitura e remessa do relatório conclusivo.
o interrogante, sendo relator e escrivão, o mais moderno. § 1º A autoridade instauradora, a requerimento motivado do
Art. 89. Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina: Presidente do Conselho de Disciplina, poderá prorrogar por mais
I - o oficial que formulou a acusação; 30(trinta) dias, o prazo de conclusão dos trabalhos.
II - os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o § 2º A autoridade instauradora, por motivo de morte do acusa-
acusado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou cola- do, poderá suspender, em qualquer fase, os trabalhos do Conselho
teral até o 3º grau por consanguinidade colateral ou afinidade de de Disciplina, por terem cessado os motivos de sua nomeação.
natureza civil; e, Art. 97. Reunido o Conselho de Disciplina, convocado previa-
III - o oficial que tenham particular interesse na decisão do Con- mente por seu presidente, em local, dia e hora designados com
selho de Disciplina. antecedência, presentes o acusado e seu defensor, caso tenha, o
IV - o oficial que se der, justificadamente, por suspeito ou im- presidente fará a abertura da audiência de instalação, observando-
pedido; -se o seguinte:
V - o oficial que seja inimigo ou amigo íntimo do acusado ou I - verificação de possíveis suspeições ou impedimentos dos
da vítima;
membros do Conselho que possam suscitar a imparcialidade do
VI - o oficial que esteja submetido a qualquer processo discipli-
colegiado;
nar previsto neste Código ou que se encontre sub judice, em razão
II - prestação do compromisso legal pelos membros do Conse-
de prisão em flagrante delito ou de processo criminal com denúncia
lho;
recebida.
III - autuação pelo escrivão de todos os documentos apresenta-
Art. 90. O Conselho de Disciplina funcionará sempre com a to-
dos, inclusive os oferecidos pelo acusado;
talidade de seus membros, em local que a autoridade instaurado-
IV - leitura, pelo escrivão, perante o Conselho e acusado, da
ra, ou seu presidente, julgue melhor indicado para a realização dos
portaria ou decreto de instauração, mandado de citação e demais
trabalhos.
Art. 91. A praça submetida a Conselho de Disciplina ficará adida peças do processo, sendo-lhe entregue o libelo acusatório;
à Organização Militar que lhe for designada, será afastada do ser- V - designação, pelo Comandante Geral, de um oficial para
viço ou instrução nos dias em que estiver à disposição do processo atuar como defensor dativo, caso o acusado assim requeira para
para as audiências das quais for notificada. fazer sua defesa;
Art. 92. O Comandante-Geral, com base na natureza da falta IV - leitura, pelo escrivão, perante o Conselho de Disciplina,
ou na inconsistência dos fatos apontados, poderá considerar, desde o acusado e/ou defensor, da portaria ou decreto de instauração,
logo, insuficiente a acusação e, em consequência, deixar de instau- mandado de citação e demais peças do processo, sendo entregue
rar o Conselho de Disciplina, sem prejuízo de novas diligências. o libelo acusatório;
Art. 93. O Conselho de Disciplina poderá ser instaurado, inde- V - nomeação, pelo Comandante Geral ou pelo Presidente do
pendentemente da existência ou da instauração de inquérito poli- Conselho de Disciplina, de um oficial para atuar como defensor da-
cial comum ou militar, de processo criminal ou de sentença criminal tivo, caso se faça necessário, em todos os atos processuais;
transitada em julgado.

73
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VI - proceder-se-á a qualificação do acusado, previamente cien- Art. 102. Apresentadas as alegações finais de defesa, o Conse-
tificado da acusação, sendo o ato reduzido a termo, assinado por lho de Disciplina passará a deliberar acerca do relatório conclusivo
todos os membros do Conselho de Disciplina, pelo acusado e pelo e sua respectiva leitura, em sessão, que contará com a presença
defensor, fazendo-se a juntada de todos os documentos por este, do acusado e de seu defensor, os quais deverão ser previamente
porventura oferecidos em defesa; notificados.
§ 1º Aos membros do Conselho de Disciplina é lícito interrogar § 1º O relatório conclusivo, assinado por todos os membros do
novamente o acusado e reinquirir as testemunhas sobre o objeto Conselho de Disciplina, terá como parecer se deve o acusado per-
da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. manecer ou não nas fileiras da Corporação Militar.
§ 2º Em sua defesa, pode o acusado requerer a produção, pe- § 2º O parecer conclusivo do Conselho de Disciplina será dado
rante o Conselho de Disciplina, de todas as provas permitidas pelo por maioria de votos de seus membros, facultada a justificação, por
ordenamento jurídico. escrito, do voto vencido.
§ 3º Conselho de Disciplina indeferirá, em decisão fundamenta- § 3º Após a leitura do relatório deverá ser lavrada Ata, constan-
da, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. do a deliberação pela remessa dos autos do Conselho de Disciplina
§ 4º As provas a serem colhidas mediante carta precatória se- pelo presidente à autoridade instauradora.
rão efetuadas por intermédio da Autoridade Militar deprecante ou, Art. 103. Recebidos os autos do Conselho de Disciplina, a auto-
na falta desta, da Polícia Judiciária local. ridade instauradora, disporá do prazo de 30 (trinta) dias, para deci-
§ 5º Para fins de efetivação do disposto no inciso V, deste ar- dir, em julgamento, determinando:
tigo, deverá o Presidente ante ao incidente da falta de advogado I - o arquivamento do processo, caso improcedente a acusação,
do acusado, realizar a audiência de instalação, porém, deliberando adotando as razões constantes do relatório conclusivo do Conselho
com o Conselho de Disciplina pela nomeação de um defensor dati- de Disciplina ou concebendo outros fundamentos;
vo, sendo remarcada para a próxima a sessão, a entrega do libelo II - a aplicação da sanção disciplinar cabível, adotando as ra-
acusatório ao acusado e/ou defensor, para apresentação de sua de- zões constantes do relatório conclusivo do Conselho de Disciplina
fesa prévia, ficando desde já, o defensor, intimado para consequen- ou concebendo outros fundamentos;
te atuação nos demais atos processuais. III - a adoção das providências necessárias à efetivação da re-
§ 6º Em caso de nomeação do defensor dativo, para Conselho forma disciplinar compulsória ou da exclusão a bem da disciplina;
de Disciplina, pelo Comandante Geral, haverá o sobrestamento do IV - a remessa do processo ao Juízo competente, se considerar
Processo, voltando o prazo processual a correr a partir do momento infração penal a razão pela qual o acusado foi julgado culpado;
em que for o defensor dativo intimado da referida nomeação. Parágrafo único. A decisão proferida no processo deve ser pu-
Art. 98. O acusado, ressalvado o disposto no §5º do art. 97, blicada oficialmente no boletim da Corporação ou Diário Oficial e
já na audiência de instalação, receberá o libelo acusatório, tendo transcrita nos assentamentos da praça.
o prazo de 05 (cinco) dias, a contar do primeiro dia útil após o seu
recebimento, para apresentar defesa prévia, podendo arrolar até SUBSEÇÃO II
08 (oito) testemunhas e requerer a juntada de documentos que en- DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO
tender convenientes à sua defesa.
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem Art. 104. O Conselho de Justificação é o processo administrati-
compromisso e as referidas. vo disciplinar especial destinado a apreciar a capacidade de perma-
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das tes- nência nas fileiras da Corporação Militar Estadual, do oficial na ativa
temunhas arroladas. ou na situação de inatividade em que se encontra, criando-lhe, ao
§ 3º O Conselho de Disciplina, quando julgar necessário, pode- mesmo tempo, condições para se justificar, quando incidir nas dis-
rá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. posições deste Código.
§ 4º Se ao Conselho parecer conveniente, serão ouvidas as pes- § 1º O Conselho de Justificação pode, também, ser aplicado
soas a que as testemunhas se referirem. ao oficial da reserva remunerada ou reformado, presumivelmente
Art. 99. Apresentada ou não a defesa prévia, no Conselho de incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se en-
Disciplina, proceder-se-á à inquirição do ofendido, se houver, das contra.
testemunhas e informantes, devendo os de acusação, até 08 (oito), § 2º O militar estadual submetido a Conselho de Justificação
serem ouvidas em primeiro lugar, seguidas das arroladas pela defe- será denominado de acusado ou justificante.
sa na mesma quantidade. Art. 105. Será submetido a Conselho de Justificação, a pedido
§ 1º Antecedendo as alegações finais serão os acusados notifi- ou ex-officio, o oficial:
cados para a realização dos seus respectivos interrogatórios. I - acusado oficialmente ou por qualquer meio lícito de comu-
§ 2º A não apresentação da defesa prévia, dentro do prazo nicação social de ter:
constante no artigo anterior, será certificada nos autos pelo escri- a) procedido incorretamente no desempenho do cargo de que
vão, entendendo-se que o acusado irá se manifestar no processo esteja investido;
apenas em sede de alegações finais. b) tido conduta (civil ou policial-militar) irregular que por sua
Art. 100. O acusado e seu defensor, querendo, poderão com- natureza venha a denegrir a imagem da Corporação Militar;
parecer a todos os atos do processo conduzidos pelo Conselho de c) praticado ato que afete a honra pessoal, o decoro da classe
Disciplina, sendo para tanto, notificados. e o pundonor militar;
Art. 101. Encerrada a fase de instrução, a praça acusada ou d) praticado atos que revelem incompatibilidade com a função
seu defensor serão notificados para darem vistos no processo, para militar estadual;
apresentar, no prazo de 08 (oito) dias, suas alegações finais de de- e) acumulado cargo público em desacordo com o disposto na
fesa.
legislação vigente.

74
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - acusado oficialmente de haver cometido ato atentatório à Art. 108. O Governador do Estado, com base na natureza da
moralidade pública, a probidade administrativa e grave violação aos falta ou na inconsistência dos fatos apontados, poderá considerar,
direitos humanos; desde logo, insuficiente a acusação e, em consequência, deixar de
III - afastado na forma da legislação militar, por se tornar in- instaurar o Conselho de Justificação, sem prejuízo de novas diligên-
compatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no exercício cias.
de funções militares a ele inerentes, salvo se o afastamento decor- Art. 109. O Conselho de Justificação poderá ser instaurado,
rer de fatos que motivem sua submissão a processo; independentemente da existência ou da instauração de inquérito
IV - for condenado na justiça comum ou militar a pena privativa policial comum ou militar, de processo criminal ou de sentença cri-
de liberdade por tempo igual ou superior a 02 (dois) anos, por sen- minal transitada em julgado.
tença transitada em julgado; Parágrafo único. Se no curso dos trabalhos do Conselho de Jus-
V - pertencer a partidos políticos que exerçam atividades preju- tificação surgirem indícios de crime comum ou militar, o presidente
diciais ou perigosas à Segurança Nacional; deverá extrair cópia dos autos, remetendo-os, por ofício, à autori-
VI - atentar contra a segurança das instituições, participando dade competente para início do respectivo inquérito policial ou da
de greve, passeatas ou movimentos reivindicatórios, com uso de ação penal cabível.
arma, meio de transporte oficial pertencente à Corporação, ou, ain- Art. 110. Será instaurado apenas um único Conselho de Justi-
da, ocupando estabelecimento militar ou qualquer prédio público. ficação, pelo Governador do Estado, quando o ato ou fatos moti-
Parágrafo único. Havendo concurso de ações entre oficial e pra- vadores tenham sido praticados em concurso de oficiais das duas
ça, será instaurado Conselho de Justificação. Corporações Militares Estaduais.
Art. 106. O oficial submetido a Conselho de Justificação e con- § 1º O Governador do Estado, na instauração do Conselho de
siderado culpado, por parecer unânime, será adido à Organização Justificação, designará uma comissão mista composta por oficiais
Militar que lhe for designada, devendo até decisão final do Tribunal do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
competente, ficar: § 2º O Conselho de Justificação, para os fins do caput deste ar-
I - afastado das suas funções; tigo, será composto por 03 (três) oficiais, destes, sendo 02 (dois) ofi-
II - proibido de usar armamento; ciais pertencentes à Corporação Militar Estadual que tiver a maior
III - mantido no respectivo Quadro, sem número, não concor- quantidade de acusados.
rendo à promoção. § 3º Ocorrendo igual número de acusados, será o Conselho de
Art. 107. A constituição do Conselho de Justificação dar-se-á Justificação composto, em sua maioria, por oficiais da Polícia Mili-
por ato do Governador do Estado, que designará como membros tar.
03 (três) oficiais da ativa de posto superior ao do acusado, indicados Art. 111. Após a elaboração do decreto de instauração, elemen-
pelo Comandante Geral da respectiva Corporação, contando sem- tos de autoria e materialidade de infrações disciplinares conexas,
pre com pelo menos um oficial superior, cabendo o exercício das em continuidade ou em concurso, poderão ser aditadas, abrindo-se
funções de presidente, interrogante e relator, respectivamente, por novos prazos para a defesa.
ordem decrescente de antiguidade. Art. 112. O Conselho de Justificação dispõe de um prazo de
§ 1º Quando o justificante for oficial superior do último posto, 90 (noventa) dias, a contar da data da publicação do decreto de
o Conselho de Justificação será formado por oficiais daquele posto, nomeação no DOE/PI, para a conclusão dos trabalhos relativos ao
da ativa, mais antigos. processo, deliberação, confecção, leitura e remessa do relatório
§ 2º Inexistindo oficiais da ativa mais antigos que o justificante conclusivo.
para compor o Conselho de Justificação, serão convocados os ofi- § 1º O Governador do Estado, a requerimento motivado do
ciais inativos do último posto, tantos quantos forem necessários. Presidente do Conselho de Justificação, encaminhado por meio do
§ 3º Não podem fazer parte do Conselho de Justificação: Comandante Geral, poderá prorrogar por mais 30 (trinta) dias, o
I - o oficial que formulou a acusação; prazo de conclusão dos trabalhos.
II - os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com § 2º O Governador do Estado, por motivo de morte do acusado,
o acusado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou co- poderá suspender, em qualquer fase, os trabalhos do Conselho de
lateral até o quarto 3º grau por consanguinidade ou afinidade de Justificação, por terem cessado os motivos de sua nomeação.
natureza civil; Art. 113. Reunido o Conselho de Justificação, convocado pre-
III - os oficiais que tenham particular interesse na decisão do viamente por seu presidente, em local, dia e hora designados com
Conselho de Justificação; antecedência, presentes o acusado e seu defensor, caso tenha, o
IV - o oficial que seja inimigo ou amigo íntimo do acusado ou presidente fará a abertura da audiência de instalação, observando-
da vítima; -se o seguinte:
V - o oficial que esteja submetido a qualquer processo discipli- I - verificação de possíveis suspeições ou impedimentos dos
nar previsto neste Código ou que se encontre sub judice, em razão membros do Conselho de Justificação que possam suscitar a impar-
de prisão em flagrante delito ou de processo criminal com denúncia cialidade do colegiado;
recebida. II - prestação do compromisso legal pelos membros do Conse-
§ 4º Quando o acusado for oficial da reserva remunerada ou lho de Justificação;
reformado, um dos membros do Conselho de Justificação poderá III - autuação pelo escrivão de todos os documentos apresenta-
ser da reserva remunerada. dos, inclusive os oferecidos pelo acusado;
§ 5º O Conselho de Justificação funcionará sempre com a tota- IV - leitura, pelo escrivão, perante o Conselho e acusado, da
lidade de seus membros, em local que o Comandante Geral, ou seu portaria ou decreto de instauração, mandado de citação e demais
presidente, julgue melhor indicado para a realização dos trabalhos. peças do processo, sendo-lhe entregue o libelo acusatório;

75
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - designação, pelo Comandante Geral, de um oficial para § 2º A não apresentação da defesa prévia, dentro do prazo
atuar como defensor dativo, caso o justificante assim requeira para constante no artigo anterior, será certificada nos autos pelo escri-
fazer sua defesa; vão, entendendo-se que o acusado irá se manifestar no processo
IV - leitura, pelo escrivão, perante o Conselho de Justificação, apenas em sede de alegações finais.
o acusado e/ou defensor, da portaria ou decreto de instauração, Art. 116. O acusado e seu defensor, querendo, poderão com-
mandado de citação e demais peças do processo, sendo entregue parecer a todos os atos do processo conduzido pelo Conselho de
o libelo acusatório; Justificação, sendo para tanto notificados.
V - nomeação, pelo Comandante Geral ou pelo Presidente do Art. 117. Encerrada a fase de instrução, o oficial acusado e seu
Conselho de Justificação, de um oficial para atuar como defensor defensor serão notificados para darem vistos no processo, para
dativo, caso se faça necessário, em todos os atos processuais; apresentar, no prazo de 08 (oito) dias, suas alegações finais de de-
VI - proceder-se-á a qualificação do justificante, previamente fesa.
cientificado da acusação, sendo o ato reduzido a termo, assinado Art. 118. Apresentadas as alegações finais de defesa, o Conse-
por todos os membros do Conselho de Justificação, pelo acusado lho de Justificação passará a deliberar acerca do relatório conclusi-
e pelo defensor, fazendo-se a juntada de todos os documentos por vo e sua respectiva leitura, em sessão, que contará com a presença
este, porventura oferecidos em defesa. do acusado e de seu defensor, os quais deverão ser previamente
§ 1º Aos membros do Conselho de Justificação é lícito interro- notificados.
gar novamente o acusado e reinquirir as testemunhas sobre o obje- Art. 119. O relatório conclusivo, assinado por todos os mem-
to da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos. bros do Conselho de Justificação, terá como parecer se o oficial jus-
§ 2º Em sua defesa, pode o acusado requerer a produção, pe- tificante é capaz ou não de permanecer nas fileiras da Corporação
rante o Conselho de Justificação, de todas as provas permitidas pelo Militar.
ordenamento jurídico. § 1º O parecer conclusivo do Conselho de Justificação será
§ 3º O Conselho de Justificação indeferirá, em decisão funda- dado por maioria de votos de seus membros, facultada a justifica-
mentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. ção, por escrito, do voto vencido.
§ 4º As provas a serem colhidas mediante carta precatória se- § 2º Após a leitura do relatório deverá ser lavrada Ata, cons-
tando a deliberação pela remessa dos autos do Conselho de Justifi-
rão efetuadas por intermédio da Autoridade Militar ou, na falta des-
cação pelo presidente do Conselho de Justificação, ao Governador
ta, da Polícia Judiciária local.
do Estado, por intermédio do Comandante-Geral da respectiva Cor-
§ 5º Para fins de efetivação do disposto no inciso V, deste ar-
poração.
tigo, deverá o Presidente ante ao incidente da falta de advogado
Art. 120. Recebidos os autos do Conselho de Justificação, o Go-
do acusado, realizar a audiência de instalação, porém, deliberando
vernador do Estado, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, decidirá se
com o Conselho de Justificação pela nomeação de um defensor da-
aceita ou não o parecer do Conselho, constante do relatório conclu-
tivo, sendo remarcada para a próxima a sessão, a entrega do libelo
sivo, julgando:
acusatório ao acusado e/ou defensor, para apresentação de sua de- I - pelo arquivamento do processo, caso improcedente a acusa-
fesa prévia, ficando desde já, o defensor, intimado para consequen- ção, adotando as razões constantes do relatório conclusivo do Con-
te atuação nos demais atos processuais. selho de Disciplina ou concebendo outros fundamentos;
§ 6º Em caso de nomeação do defensor dativo, para Conselho II - pela aplicação pelo Comandante Geral da sanção disciplinar
de Justificação, pelo Comandante Geral, haverá o sobrestamento do cabível, adotando as razões constantes do relatório conclusivo do
Processo, voltando o prazo processual a correr a partir do momento Conselho de Justificação ou concebendo outros fundamentos;
em que for o defensor dativo intimado da referida nomeação. III - pela adoção das providências necessárias quanto à reforma
Art. 114. O justificante, ressalvado o disposto no §5º do art. disciplinar compulsória;
113, já na audiência de instalação, receberá o libelo acusatório, ten- IV - pela remessa do processo ao Juízo competente, se conside-
do o prazo de 05 (cinco) dias, a contar do primeiro dia útil após o rar infração penal a razão pela qual o acusado foi julgado culpado;
seu recebimento, para apresentar defesa prévia, podendo arrolar V - pela remessa, através da Procuradoria Geral do Estado, ao
até 08 (oito) testemunhas e requerer a juntada de documentos que Tribunal competente, para fins de julgamento pela incapacidade de
entender convenientes à sua defesa. permanência na ativa ou na inatividade, nos termos do disposto no
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem art. 121, incisos I e II.
compromisso e as referidas. Parágrafo único. O despacho que considerar procedente a jus-
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das tes- tificação deverá ser publicado oficialmente e transcrito nos assen-
temunhas arroladas. tamentos do oficial, se este for da ativa.
§ 3º O Conselho de Justificação, quando julgar necessário, po- Art. 121. O Tribunal competente, caso julgue procedente a acu-
derá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. sação, confirmando a decisão oriunda do Conselho de Justificação,
§ 4º Se ao Conselho de Justificação parecer conveniente, serão declarará o oficial indigno do oficialato ou com ele incompatível,
ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. determinando:
Art. 115. Apresentada ou não a defesa prévia, no Conselho de I - a perda do posto e da patente; ou,
Justificação, proceder-se-á à inquirição do ofendido, se houver, das II - a reforma compulsória disciplinar, no posto que o oficial
testemunhas e informantes, devendo os de acusação, até 08 (oito), possuir na ativa, com proventos proporcionais ao tempo de serviço
serem ouvidas em primeiro lugar, seguidas das arroladas pela defe- militar.
sa na mesma quantidade. § 1º Após o trânsito em julgado, o processo será encaminhado
§ 1º Antecedendo as alegações finais serão os acusados notifi- ao Governador do Estado, o qual decretará a demissão do oficial, ex
cados para a realização dos seus respectivos interrogatórios. officio, por perda do posto e da patente ou a sua reforma disciplinar
compulsória.

76
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º Ocorrendo a hipótese do parágrafo único, do art. 105, SEÇÃO III


deste Código, o Governador do Estado poderá decretar o licencia- DA INSTRUÇÃO
mento e a exclusão a bem da disciplina da praça, ou a sua reforma
disciplinar compulsória, independentemente das medidas previstas Art. 127. A instrução é a fase de elucidação dos fatos com a pro-
nos incisos do art. 120, referente ao oficial acusado. dução de provas, compreendendo a defesa prévia, os depoimentos,
as declarações, o interrogatório do acusado, a coleta de provas do-
CAPÍTULO X cumentais, realização de exames e perícias, inspeções pessoais e
DO RITO PROCESSUAL outras diligências necessárias à busca da verdade.
Art. 128. Devidamente citado, terá o acusado o prazo para
SEÇÃO I apresentar a defesa prévia, podendo arrolar 08 (oito) testemunhas
DISPOSIÇÕES GERAIS e requerer a juntada de documentos que entender convenientes à
sua defesa.
Art. 122. Os processos disciplinares militares previstos nos inci- Parágrafo único. Quando o acusado for militar da reserva re-
sos III, IV e V, do art. 57 deste Código, se desenvolvem nas seguintes munerada ou reformado, a citação poderá ser dirigida diretamente
fases: instauração, instrução, defesa, relatório e julgamento. a ele.
Art. 129. Apresentada ou não a defesa prévia, proceder-se-á,
SEÇÃO II sucessivamente: à tomada de declarações do ofendido ou denun-
DA INSTAURAÇÃO ciante, se houver; aos depoimentos das testemunhas e informantes
de acusação e os depoimentos das testemunhas e informantes de
Art. 123. A instauração compreende a expedição da portaria defesa; aos interrogatório dos acusados; e, em caso necessário, às
de designação, o compromisso legal do colegiado processante e a diligências complementares.
citação do acusado. Art. 130. As testemunhas que nada disserem para o esclareci-
Art. 124. A portaria ou o decreto de instauração são os atos mento dos fatos, a juízo da Comissão ou Conselho, não serão com-
administrativos que nomeiam as autoridades ou comissões proces- putadas no número máximo previsto neste Código, sendo desconsi-
santes, descreve os fatos com suficiente especificidade e determina derados seus depoimentos.
a instauração do processo. Art. 131. Quando a testemunha ou ofendido for civil ou militar
Art. 125. A citação é o ato administrativo pelo qual a autorida- da reserva remunerada ou reformado, serão notificados diretamen-
de ou comissão processante dá ciência ao acusado da instauração te pela autoridade processante para comparecerem para prestarem
do processo disciplinar e chama-o a se defender. depoimentos ou para a realização de outro ato probatório.
§ 1º A citação poderá suprir o libelo acusatório; Art. 132. O acusado e seu advogado, querendo, poderão com-
§ 2º Sempre que o acusado não for localizado ou deixar de parecer a todos os atos do processo, sendo, para tanto, devidamen-
atender à citação formal para comparecer serão adotadas as se- te notificados.
guintes providências: Parágrafo único. Se defensor dativo, ou seja, oficial nomeado,
I - a citação poderá ser por edital, publicada no DOE/PI, em por sua atuação ser ato de serviço, será obrigado a comparecer aos
boletim da Corporação e em meios de comunicação de grande di- atos processuais desde que previamente notificado.
vulgação. Art. 133. Se regularmente requisitados ou notificados o compa-
II - o processo correrá à revelia do acusado, se não atender à recimento do ofendido ou de testemunha, e não houver compareci-
publicação, sendo desnecessária sua citação para os demais atos mento, a autoridade ou comissão processante, certificando-se das
processuais. razões, expedirá, se for o caso, nova requisição ou notificação, sem
§ 3º Decretada a revelia, ao acusado revel, poderá ser nomea- prejuízo de outras providências julgadas pertinentes.
do defensor dativo pela autoridade processante ou presidente do Parágrafo único. Persistindo o não comparecimento, consignar-
conselho ou de comissão processante. -se-á tal fato no relatório do processo disciplinar.
§ 4º Havendo impossibilidade de nomeação de defensor dati- Art. 134. A carta precatória será expedida através de ofício ou
vo pelas autoridades do parágrafo anterior, poderá por aquelas ser correio eletrônico, cabendo à autoridade ou comissão processan-
solicitada à autoridade instauradora a referida nomeação, a fim de te deprecante formular as perguntas ou diligências a serem feitas,
promover a defesa do acusado, devendo o defensor ser intimado com notificação da defesa, a qual, caso queira, apresente seus que-
para acompanhar os atos processuais. sitos, em prazo fixado pela autoridade ou comissão processante.
§ 5º Reaparecendo, o revel poderá acompanhar o processo no § 1º A autoridade deprecada acusará imediatamente o recebi-
estágio em que se encontrar, podendo nomear advogado de sua mento da carta precatória, devolvendo-a, de modo imediato, de-
escolha, em substituição ao defensor dativo. pois de concluída a diligência.
Art. 126. Na reunião de instalação, o presidente da comissão § 2º A carta precatória expedida para outra co-irmã ou autori-
processante prestará o seguinte compromisso: “Prometo apreciar dade militar federal, deverá ser encaminhada através do Comando-
com imparcialidade os fatos que me forem submetidos de acordo -Geral da respectiva Corporação.
com a lei e a prova dos autos”. Esse compromisso será também § 3º As provas a serem colhidas mediante carta precatória se-
prestado pelos demais membros, sob a fórmula: “Assim o prometo”. rão efetuadas por intermédio da autoridade militar, na falta desta,
da polícia judiciária local, com a notificação da defesa.
Art. 135. Na impossibilidade de efetivação do reconhecimento
pessoal, poderá ser feito o fotográfico, observadas as cautelas apli-
cáveis àquele.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 136. Às autoridades e comissões processantes é lícito rein- III - a aplicação da sanção disciplinar cabível, adotando as ra-
quirir o acusado e as testemunhas, ofendido e informantes, sobre zões constantes do relatório ou concebendo outros fundamentos;
o objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento IV - a adoção das providências necessárias à efetivação da re-
dos fatos. forma disciplinar compulsória, demissão, ou licenciamento e exclu-
Art. 137. Em sua defesa, pode o acusado requerer a produção, são a bem da disciplina;
perante o processo, de todas as provas legalmente permitidas. V - a remessa do processo à autoridade judiciária competente,
caso a acusação julgada administrativamente procedente seja tam-
SEÇÃO IV bém, em tese, crime.
DAS ALEGAÇÕES FINAIS Parágrafo único. O acusado será intimado das decisões do pro-
cesso disciplinar para fins recursais ou no caso do seu arquivamen-
Art. 138. Concluída a instrução, será assegurado o direito de to.
vista do processo ao acusado para apresentação de suas alegações
finais escritas de defesa. CAPÍTULO XI
§ 1º A vista dos autos será franqueada ao acusado no local DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO
onde estiver funcionando os trabalhos da autoridade ou colegiado
processante, pelo prazo máximo de 08 (oito) dias. Art. 141. Em todos os processos disciplinares serão sempre
§ 2º Havendo mais de um acusado, com diferentes defensores, assegurados ao acusado a ampla defesa e o contraditório, com os
o prazo das alegações finais será em dobro e em comum para todos. meios e recursos inerentes, conforme dispõe este Código.
§ 3º O escrivão certificará, com a declaração do dia e hora, a § 1º Os processos disciplinares admitem a defesa por escrito e
abertura de vistas e o recebimento das alegações da defesa. nos prazos regulamentares.
§ 4º A falta de apresentação das alegações finais, no prazo pre- § 2º Incumbirá ao acusado o ônus de provar os fatos por ele
visto, não obsta a elaboração do relatório, salvo se ocorrer revelia, alegados em sua defesa, entre estes os de existência de fato impe-
com a necessária nomeação de defensor dativo. ditivo, modificativo ou extintivo da pretensão punitiva-disciplinar,
§ 5º A apresentação extemporânea das alegações finais poderá bem como o de apresentar e conduzir à autoridade competente as
ser considerada válida se ocorrer antes da elaboração do relatório. provas documentais e testemunhais que arrolar como pertinentes
ao fato.
SEÇÃO V Art. 142. Para fins de ampla defesa e contraditório, são direitos
DO RELATÓRIO do acusado nos processos disciplinares:
I - ter conhecimento e acompanhar todos os atos de apura-
Art. 139. Expirado o prazo das alegações finais, terá a autori- ção, julgamento, aplicação e cumprimento da sanção disciplinar, de
dade ou comissão processante que elaborar o relatório circunstan- acordo com os procedimentos adequados para cada situação;
ciado com o parecer conclusivo, remetendo os autos à autoridade II - ser ouvido;
competente. III - produzir provas;
§ 1º A autoridade ou comissão processante, conclusivamente, IV - obter cópias de documentos necessários à defesa;
deverá manifestar-se, no relatório, conforme o caso, sobre: V - ter oportunidade, no momento adequado, de contrapor-se
I - a comprovação da existência ou não dos fatos imputados; às acusações que lhe são imputadas;
II - os dispositivos legais infringidos; VI - utilizar-se dos recursos cabíveis, segundo a legislação;
III - a culpabilidade do acusado; VII - adotar outras medidas necessárias ao esclarecimento dos
IV - a capacidade de permanência ou não do acusado na ativa fatos;
ou na situação em que se encontra na inatividade; VIII - ser informado de decisão que fundamente, de forma ob-
V- a improcedência das acusações ou procedência em parte e a jetiva e direta, o eventual nãoacolhimento de alegações formuladas
proposta para aplicação da sanção disciplinar cabível. ou de provas apresentadas.
§ 2º A conclusão do relatório, se de Conselho ou comissão pro- § 1º É facultado ao acusado apresentar sua defesa pessoalmen-
cessante, será tomada por maioria de votos, facultada a justifica- te ou por defensor.
ção, por escrito, do voto vencido. § 2º Ao acusado são assegurados prazos processuais e recursais
§ 3º Elaborado o relatório e a ata da sessão correspondente, para a apresentação de sua defesa.
serão os autos encaminhados, após o termo de encerramento, à
autoridade instauradora. CAPÍTULO XII
DOS RECURSOS DISCIPLINARES
SEÇÃO VI
DO JULGAMENTO SEÇÃO I
DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DE ATO
Art. 140. Recebidos os autos do processo, a autoridade instau-
radora proferirá decisão fundamentada determinando: Art. 143. O militar estadual, que considere a si próprio, a su-
I - caso entenda necessário, o encaminhamento dos autos à bordinado seu ou a serviço sob sua responsabilidade prejudicado,
Procuradoria Geral do Estado, para análise e emissão de parecer; ofendido ou injustiçado por ato de superior hierárquico, poderá in-
II - o arquivamento do processo, caso improcedente a acusa- terpor os seguintes recursos disciplinares.
ção, adotando as razões constantes do relatório ou concebendo I - o pedido de reconsideração de ato; e
outros fundamentos; II - o recurso hierárquico.

78
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 144. O pedido de reconsideração de ato é recurso interpos- Art. 147. Solucionado o recurso hierárquico, encerra-se para
to, mediante requerimento, à autoridade que praticou, ou aprovou, o recorrente a possibilidade de recorrer do ato disciplinar sofrido,
o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, ocorrendo coisa julgada administrativa.
para que o reexamine, devendo ser redigido de forma respeitosa,
precisando o objetivo e as razões que o fundamentam, sem comen- CAPÍTULO XIII
tários ou insinuações desnecessários, podendo ser acompanhado DO PRAZO DECADENCIAL E DA COISA JULGADA ADMINISTRA-
de documentos comprobatórios. TIVA
§ 1º O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado,
diretamente, à autoridade recorrida e por uma única vez. Art. 148. Os prazos para a interposição dos recursos de que tra-
§ 2º O pedido de reconsideração de ato tem efeito suspensivo ta este Código são decadenciais e começarão a contar a partir do
devendo ser apresentado no prazo máximo de 05 (cinco) dias para primeiro dia útil posterior ao da intimação da decisão e, caso esta
os Processos Administrativos Disciplinares Simplificado e Ordinário não seja possível, contará da data da publicação em boletim da Cor-
e 10 (dez) dias para os Conselhos de Disciplina e de Justificação. poração ou no DOE/PI.
§ 3º A autoridade a quem for dirigido o pedido de reconside- § 1º Da decisão do Governador do Estado, sendo ele a própria
ração de ato deverá, saneando se possível o ato praticado, dar so- autoridade instauradora, só caberá em instância única, o recurso de
lução ao recurso, no prazo máximo de 10 (dez) dias, a contar do pedido de reconsideração de ato.
primeiro dia útil posterior à data de recebimento do documento de § 2º Da decisão do Comandante-Geral, proferida em primei-
intimação, dando conhecimento ao interessado, mediante despa- ra instância, caberá em segunda instância administrativa, recurso
cho fundamentado que deverá ser publicado. hierárquico ao Governador do Estado, desde que contenha fatos
§ 4º Não será conhecido o pedido de reconsideração intem- novos, devendo ser admitido, apenas, após interposto àquela auto-
pestivo, procrastinador ou que não apresente fatos ou argumentos ridade o recurso de pedido de reconsideração de ato.
novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada. § 3º Caberá recurso hierárquico, em segunda instância admi-
§ 5º A decisão do Governador do Estado pela remessa dos au- nistrativa, das decisões das autoridades dos incisos III a VII, do art.
tos do Conselho de Justificação ao Tribunal competente, para os fins 13, desde que interposto às suas respectivas autoridades imedia-
art. 121, incisos I e II, é irrecorrível administrativamente. tamente superioras, e de uma única vez, ocorrendo coisa julgada
administrativa ao final a decisão por esgotamento da instância re-
SEÇÃO II cursal.
DO RECURSO HIERÁRQUICO Art. 149. A coisa julgada administrativa da decisão disciplinar
ocorrerá por decadência quando não houver a interposição dos re-
Art. 145. O recurso hierárquico, interposto por uma única vez, cursos disciplinares nos prazos previstos neste Código ou em decor-
terá efeito suspensivo e será redigido sob a forma de parte ou ofício rência do esgotamento da esfera recursal, se em instância única ou
e endereçado diretamente à autoridade imediatamente superior em segunda instância administrativa.
àquela que não reconsiderou o ato tido por irregular, ofensivo, in-
justo ou ilegal. CAPÍTULO XIV
§ 1º O recurso hierárquico deve ser precedido de pedido de DA REVISÃO DOS ATOS DISCIPLINARES
reconsideração do ato e somente poderá ocorrer depois de conhe-
cido o resultado deste pelo requerente. Art. 150. As autoridades competentes para aplicar sanção disci-
§ 2º O recurso hierárquico será interposto no prazo máximo plinar, quando tiverem conhecimento, por via recursal ou de ofício,
de 05 (cinco) dias para os Processos Administrativos Disciplinares da possível existência de irregularidade ou ilegalidade na aplicação
Simplificado e Ordinário e 10(dez) dias para os Conselhos de Disci- da sanção imposta por elas ou pelas autoridades subordinadas, po-
plina e de Justificação, a contar do primeiro dia útil posterior à data dem, de forma motivada e com publicação, praticar um dos seguin-
de recebimento do documento de intimação, dando conhecimento tes atos:
ao interessado, mediante despacho fundamentado que deverá ser I - retificação;
publicado. II - relevação;
§ 3º A autoridade que receber o recurso hierárquico deverá III - atenuação;
comunicar tal fato, por escrito, àquela contra a qual está sendo in- IV - agravamento;
terposto. V - anulação.
§ 4º O recurso hierárquico, em termos respeitosos, precisará o Art. 151. Retificação é a correção de irregularidade formal sa-
objeto que o fundamenta de modo a esclarecer o ato ou fato, po- nável, contida na sanção disciplinar aplicada pela própria autorida-
dendo ser acompanhado de documentos comprobatórios. de ou por autoridade subordinada.
§ 5º O recurso hierárquico não poderá tratar de assunto estra- Art. 152. Relevação é a suspensão do cumprimento da sanção
nho ao ato ou fato que o tenha motivado, nem versar sobre matéria imposta e poderá ser concedida nos seguintes casos:
impertinente ou fútil. I- quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos
§ 6º Não existirá interposição de recurso hierárquico em face visados com a aplicação da mesma, independente do tempo de pu-
de ato do Governador do Estado. nição a cumprir;
Art. 146. Não será conhecido o recurso hierárquico intempes- II- por motivo de passagem de comando, data de aniversário
tivo, procrastinador ou que não apresente fatos ou argumentos no- da Corporação, ou data nacional, quando já estiver sido cumprida,
vos que modifiquem a decisão anteriormente tomada, devendo ser pelo menos, metade da sanção.
cientificado o interessado.

79
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 153. Atenuação é a redução da sanção proposta ou aplica- I - elogios;


da, para outra menos rigorosa ou, ainda, a redução do número de II - referências elogiosas;
dias da sanção de suspensão, nos limites do art. 16, se assim o exigir III - dispensas dos serviços.
o interesse da disciplina e a ação educativa sobre o militar estadual. Art. 162. Os elogios são atos administrativos que colocam em
Art. 154. Agravamento é a aplicação de uma sanção mais rigo- relevo as qualidades morais e profissionais do militar, podendo ser
rosa ou a ampliação do número de dias propostos para sanção de formulados independentemente da classificação de seu comporta-
suspensão, nos limites do art. 16, se assim o exigir o interesse da mento.
disciplina e a ação educativa sobre o militar do Estado. § 1º Os elogios serão classificados em:
Art. 155. Anulação é a declaração de invalidade da sanção I - Elogio individual: aquele conferido por autoridade compe-
disciplinar aplicada pela própria autoridade ou por autoridade su- tente ao militar estadual com o fim de colocar em relevo as suas
bordinada, quando verificar a ocorrência de ilegalidade, devendo qualidades morais e profissionais, que o destaquem do resto da
retroagir à data do ato. coletividade no desempenho de ato de serviço ou ação meritória,
Parágrafo único. A anulação de sanção administrativo-disciplinar devendo os aspectos principais abordados serem referentes ao ca-
somente poderá ser feita no prazo de 02 (dois) anos, a contar da data ráter, à coragem e desprendimento, à inteligência, à conduta civil e
da publicação do ato que se pretende invalidar, salvo no caso de aplica- militar, às culturas profissional e geral, à capacidade como instrutor,
ção de mais de uma sanção disciplinar pela mesma transgressão. à capacidade como comandante e como administrador e à capaci-
dade física;
CAPÍTULO XV II - Elogio individual filantrópico: o concedido aos militares es-
DA REABILITAÇÃO DISCIPLINAR taduais que praticaram atos voluntários de doação de sangue, doa-
ção de medula, doação de órgãos e outras ações que destaquem o
Art. 156. A reabilitação consiste na demonstração efetiva e filantropismo praticado pelo militar estadual, conforme regulação
constante de bom comportamento na vida pública e privada e na em lei específica;
vida profissional, manifestada, sobretudo, pelo respeito aos valo- III - Elogio coletivo: aquele concedido pela autoridade militar
res éticos estatuídos, tendo como consequência o cancelamento competente com o fito de reconhecer e ressaltar um grupo de mili-
de sanções disciplinares aplicadas, com a retirada dos respectivos tares estaduais ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma
registros nos assentamentos individuais do militar da ativa. determinada missão, cuja identificação dos militares deverá estar
Parágrafo único. Somente se aplica a reabilitação às sanções arrolada nominalmente.
previstas nos incisos II e III, do art. 19, deste Código. § 2º Na concessão dos elogios deverão ser especificadas a sua
Art. 157. A reabilitação ocorrerá: classificação como individual, coletivo ou individual filantrópico, de-
vendo ser escritos e publicados em boletim da Corporação Militar,
I - pelo decurso de tempo de efetivo serviço sem a ocorrência
para fins de ser constado nas alterações do militar elogiado.
de qualquer outra sanção, mediante requerimento do interessado
§ 3º A autorização para publicação em boletim dos elogios não
que preencher os seguintes requisitos:
ilide a necessidade de sua submissão à Comissão de Promoção de
a) 02 (dois) anos se a punição a cancelar for repreensão;
Oficiais ou Comissão de Promoção de Praças da Corporação.
b) 04 (quatro) anos se a punição a cancelar for suspensão;
Art. 163. As referências elogiosas são atos administrativos que
II - por motivo de relevantes serviços prestados à instituição
visam reconhecer e ressaltar um grupo de militares, fração de tropa
e à comunidade, reconhecidos publicamente ou pela Corporação,
ou ao militar estadual que cumprir destacadamente uma determi-
mediante iniciativa das autoridades referidas no art. 13. nada missão.
Art. 158. A reabilitação não terá efeito retroativo, exceto para a § 1º As referências elogiosas poderão ser individuais ou coleti-
mudança de comportamento militar, e não motivará o direito de re- vas e serão concedidas nas seguintes situações:
visão de outros atos administrativos decorrentes das sanções can- a) ao término de atividades individuais que mereçam destaque;
celadas, bem como para quaisquer fins retroativos de promoção. b) na despedida de militar da Organização Militar;
Parágrafo único. Na margem das anotações relacionadas com c) na passagem para a inatividade, quando poderá conter um
as sanções canceladas, na ficha disciplinar, deve ser anotado o nú- resumo da carreira do profissional;
mero e a data do boletim que publicou o ato de reconhecimento da d) nas passagens de Comando, Chefia ou Direção, em qualquer
reabilitação, sendo esta anotação rubricada pela autoridade com- nível; e
petente para assinar as folhas de alterações. e) ao término de atividades coletivas, no âmbito administrati-
Art. 159. Compete ao Comandante-Geral a decisão sobre a rea- vo, operacional e de instrução.
bilitação disciplinar do militar estadual. § 2º As referências elogiosas listadas nas alíneas “a”, “b” e “c”,
do parágrafo anterior, terão caráter individual e as listadas nas alí-
CAPÍTULO XVI neas “d” e “e” poderão ter caráter individual ou coletivo, a critério
DAS RECOMPENSAS da autoridade que as conceder.
Art. 164. A descrição do fato ou fatos que motivarem os elogios
Art. 160. As recompensas militares constituem reconhecimen- ou as referências elogiosas deve precisar a atuação do militar em
to dos bons serviços prestados pelo militar e consubstanciam-se em linguagem sucinta, sóbria, sem generalizações e adjetivações des-
prêmios concedidos por atos meritórios e serviços relevantes devi- providas de real significado, como convém ao estilo castrense.
damente comprovados e fundamentados. Art. 165. Os elogios ou proposições de elogios advindos de
Parágrafo único. As autoridades que possuem competência personalidades não previstas no rol do art. 13 serão encaminha-
para conceder as recompensas são as especificadas no art. 13, des- dos para o comandante imediato do militar, que deliberará sobre a
te Código. concessão ou não do elogio, se estiver em conformidade com este
Art. 161. São recompensas militares: Código e demais normas vigentes.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 166. Os elogios e as referências elogiosas serão registrados Parágrafo único. Podem ser, dentre outras, as seguintes hipóte-
nos assentamentos dos militares agraciados. ses para sobrestamento:
Art. 167. O elogio individual filantrópico não necessita passar a) motivo de força maior;
por processo de homologação e será atribuído ponto para promo- b) ordem judicial que determine suspensão do procedimento
ção, conforme legislação específica. ou processo administrativo disciplinar;
Art. 168. Todos os demais elogios concedidos pelas autoridades c) quando da necessidade de nomeação de defensor dativo, se
previstas no art. 13 deste Código, somente serão atribuídos pontos o referido ato se der pela autoridade instauradora;
para promoção após homologação pela Comissão de Promoção de d) realização de exame de insanidade mental, observado o dis-
Oficiais ou Comissão de Promoção de Praças, conforme seja oficial posto no §5º do artigo anterior.
ou praça o militar a ser elogiado. Art. 174. É permitido o sobrestamento de procedimento ou
Art. 169. Às referências elogiosas não serão atribuídos pontos processo administrativo disciplinar, por um período de até 30 (trin-
para fins de promoção. ta) dias, mediante requerimento fundamentado do sindicante, en-
Art. 170. As dispensas do serviços, como recompensa, podem ser: carregado do inquérito técnico, autoridade ou presidente da comis-
I- dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da são processante, dirigido às autoridades instauradoras dentre as
Organização Militar, inclusive os de instruções; previstas no art. 13 deste Código.
II- dispensa parcial do serviço isenta de alguns trabalhos, que § 1º O prazo de que trata o caput deste artigo poderá ser pror-
devem ser especificados na concessão. rogado por igual período, desde que o pedido de prorrogação seja
§ 1º A dispensa total do serviço é concedida pelo prazo máximo motivado e tempestivo.
de 08 (oito) dias e não deve ultrapassar o total de 16 (dezesseis) § 2º Não haverá outro sobrestamento, além do previsto no pa-
dias no decorrer de um ano civil. rágrafo anterior, salvo dificuldade insuperável, a juízo da autoridade
§ 2º A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da sede, instauradora.
fica subordinada às mesmas regras de concessão de férias. § 3º Durante o sobrestamento é vedada a prática de qualquer
§ 3º As dispensas de que tratam este artigo não invalidam o ato procedimental ou processual, salvo, a juízo da autoridade ins-
direito de férias. tauradora, atos inadiáveis e indispensáveis ao bom andamento do
Art. 171. São competentes para anular, restringir ou ampliar processo, mediante decisão fundamentada.
as recompensas concedidas, por si ou por seus subordinados, as § 4º A publicação do ato de sobrestamento suspenderá o trans-
autoridades especificadas no art. 13, deste Código, devendo essa curso do prazo prescricional, que voltará a correr após cessarem
decisão ser justificada com publicação em boletim. seus motivos.

CAPÍTULO XVII CAPÍTULO XVIII


DOS INCIDENTES PROCESSUAIS DO AJUSTAMENTO DE CONDUTA
SEÇÃO I Art. 175. O ajustamento de conduta é a composição adminis-
DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL trativa fundada nos princípios constitucionais da eficiência, econo-
micidade, proporcionalidade e razoabilidade para reparação volun-
Art. 172. Quando houver dúvida razoável sobre a sanidade tária de danos materiais ao patrimônio pertencente à Corporação
mental do acusado, a autoridade processante ou o presidente da Militar, pelo autor que a eles deu causa.
comissão processante, proporá à autoridade instauradora que o mi- § 1º O ajustamento de conduta efetivar-se-á por iniciativa da
litar acusado seja submetido a exame de sanidade mental por Junta
autoridade disciplinar competente, mediante assinatura do Termo
Médica ou perícia oficial, da qual participe pelo menos um médico
de Ajuste de Conduta pelo causador do dano e pela autoridade de-
psiquiatra.
signada para o procedimento de Sindicância ou Inquérito Técnico.
§ 1º Para esse fim, considera-se dúvida razoável aquela retra-
§ 2º O Termo de Ajuste de Conduta firmado pelo militar esta-
tada nos autos por elementos que levem à fundada dúvida, não
dual dispensa a instauração de processo administrativo disciplinar e
bastando para tanto a palavra do acusado.
exclui eventual aplicação de sanção disciplinar, caso sejam cumpri-
§ 2º O incidente de sanidade mental será processado em au-
das as obrigações constantes do termo.
tos apartados e apenso ao processo principal, após a expedição do
laudo pericial. § 3º A assinatura do Termo de Ajuste de Conduta implica no
§ 3º O militar acusado ou seu defensor poderão requerer a ins- reconhecimento do dano cometido pelo causador (civil ou militar) e
tauração de incidente de sanidade mental. no seu comprometimento em repará-lo.
§ 4º Ao militar acusado é facultado submeter-se a exame de § 4º O Termo de Ajuste de Conduta conterá, no mínimo, as se-
insanidade mental. guintes informações:
§ 5º O incidente de insanidade mental suspenderá o curso do I - a informação do procedimento ou processo que o originar;
processo disciplinar. II - a qualificação do causador do dano ou acidente;
III - os fundamentos de fato e de direito para a celebração do
SEÇÃO II ajustamento de conduta e descrição das obrigações assumidas para
DO SOBRESTAMENTO reparar o dano;
IV - o prazo e o modo do cumprimento da obrigação assumida.
Art. 173. Sobrestamento é uma suspensão dos atos procedi- § 5º É vedada a realização de ajustamento de conduta quando
mentais ou processuais, devido a fatos supervenientes, que impe- houver indícios de prejuízos efetivos ao erário ou ao serviço públi-
dem o seu prosseguimento, indicando que ele não terá andamento co, de improbidade administrativa, de crime ou de má-fé do autor.
algum, devendo ser devidamente motivado para ser aplicado.

81
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 6º O Termo de Ajuste de Conduta será registrado nos assenta- CAPÍTULO XX


mentos do militar estadual causador do dano ou acidente. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 7º Caso não haja aceitação do Termo de Ajuste de Condu-
ta por parte do causador do dano, para o reparo ou ressarcimento Art. 181. Aplicam-se ao Processo Administrativo Disciplinar Or-
ao patrimônio militar danificado, será a partir da Sindicância ou In- dinário, no que couber, as disposições constantes nos arts. 86, 89 a
quérito Técnico, instaurado um Processo Administrativo Disciplinar, 103, incisos I e II, arts. 123 a 149, 176 a 180, deste Código.
para apuração da responsabilidade disciplinar, em sendo o militar Art. 182. Para fins de cancelamento de punições as sanções
o causador. disciplinares de detenção e prisão, aplicadas anteriormente a este
§ 8º Não sendo constatado ser militar estadual o causador do Código, corresponderão à suspensão.
dano ao patrimônio da Corporação Militar, caberá ao Comandante Art. 183. O militar estadual, enquanto estiver respondendo
Geral adotar as providências cabíveis quanto ao envio à autoridade a processo administrativo disciplinar, só poderá ser licenciado ou
policial competente ante ao dano material verificado e encaminhar demitido, a pedido, ou transferido para a reserva remunerada vo-
à Procuradoria Geral do Estado para os fins cíveis pertinentes, no luntariamente, após a conclusão do respectivo processo e o cumpri-
tocante à reparação ou responsabilização. mento da sanção disciplinar, caso aplicada.
Art. 184. A ação disciplinar prescreverá em 06 (seis) anos, con-
CAPÍTULO XIX tados da data do conhecimento do fato pela administração militar
DOS DEFENSORES estadual.
§ 1º A interposição de recurso disciplinar suspende a prescri-
SEÇÃO I ção da punibilidade até a solução final do recurso.
DA DEFESA TÉCNICA § 2º O prazo de prescrição também será suspenso nos casos de:
I - licença para tratar da saúde própria ou de pessoa de família
Art. 176. A defesa técnica será realizada pelo advogado, que é que impeça o militar estadual de responder ao processo adminis-
o profissional legalmente constituído pelo militar estadual investi- trativo disciplinar;
gado ou acusado em processo ou procedimento administrativo que II - decisão judicial que determine a paralisação dos trabalhos
do processo administrativo disciplinar.
vier a ser instaurado pela Corporação Militar.
Art. 185. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
Parágrafo único. A intimação ou notificação deverá ser encami-
instauradora determinará que seja registrado o fato nos assenta-
nhada ao advogado e ao acusado no processo administrativo disci-
mentos funcionais do militar estadual e realizado o arquivamento
plinar, devendo o prazo ser contado a partir da última intimação ou
do processo disciplinar.
notificação.
Art. 186. Admitir-se-á a utilização de meio eletrônico na for-
malização de atos e procedimentos previstos neste Código, desde
SEÇÃO II
que assegurados a comprovação da autoria e o atendimento dos
DO DEFENSOR DATIVO requisitos de autenticidade, integridade e validade jurídica das in-
formações e documentos.
Art. 177. A falta de defesa técnica por advogado não impede Art. 187. Aplicam-se, supletivamente, aos processos e proce-
o prosseguimento do processo administrativo disciplinar, cabendo dimentos administrativos previstos neste Código, pela ordem, as
à autoridade processante ou presidente do conselho ou comissão normas do Código do Processo Penal Militar, do Código de Processo
processante nomear ou solicitar da autoridade instauradora a no- Penal e do Código de Processo Civil.
meação de um defensor dativo, o qual é obrigado, por ser ato de Art. 188. Os Comandantes-Gerais poderão baixar instruções
serviço, a comparecer e realizar os atos de defesa. complementares conjuntas, necessárias à interpretação, orientação
Parágrafo único. Caberá a nomeação do defensor dativo: e fiel aplicação do disposto neste Código.
I - em caso de recusa do acusado de recebimento do mandado Art. 189. Ficam revogadas todas as disposições em contrário,
de citação; em especial, as Leis nº 3.728 e 3.729, de 27 de maio de 1980 e o
II - em caso de revelia do acusado, tendo, embora notificado, Decreto nº 3.548, de 31 de janeiro de 1980.
deixado de apresentar alegações finais; Art. 190. Este Código entrará em vigor 90 (noventa) dias após a
III - quando houver solicitação por parte do acusado; data de sua publicação.
IV - para os demais atos processuais, caso necessário.
Art. 178. A autoridade instauradora em processo administra- PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI), 17 de janeiro de 2022.
tivo disciplinar, no mesmo ato que nomear a comissão ou autori-
dade processante, excepcionalmente, poderá nomear também um
defensor dativo. LEI Nº 7.772, DE 04/04/2022 (LEI DE ORGANIZAÇÃO
Art. 179. O defensor dativo será um oficial, que deverá sempre BÁSICA)
ser superior hierárquico ou mais antigo do que o acusado, e prefe-
rencialmente, ser bacharel em Direito.
Art. 180. Caso o acusado apresente advogado legalmente cons- LEI Nº 7.772, DE 04 DE ABRIL DE 2022
tituído em qualquer fase do processo administrativo, no qual seja
já assistido de defensor dativo, este poderá, a qualquer tempo, ser Dispõe sobre alterações na Lei nº 5.949 de 17 de dezembro de
desincumbido deste mister. 2009, altera dispositivos da Lei nº 5.458, de 30 de junho de 2005,
Lei nº 5.459, de 30 de junho de 2005, Lei nº 5.461, de 30 de junho
de 2005, Lei nº 5.462, de 30 de junho de 2005, e dá outras provi-
dências.

82
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

A GOVERNADORA DO ESTADO DO PIAUÍ, Faço saber que o Po- b) Subgrupamento de Bombeiros Militar Marítimo (SGBMar). ” (NR)
der Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei: “Art. 13. O cargo de Comandante-Geral do Corpo de Bombei-
ros Militar do Estado do Piauí é privativo de oficial do último posto
Art. 1º A Lei nº 5.949, de 17 de dezembro de 2009, passam a da Corporação, integrante do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
vigorar com a seguinte redação: Combatentes a ser nomeado pelo Governador do Estado.
“Art. 7º São órgãos de Direção Geral: ....................................................................................................
I - Comando Geral, constituído de: .........................” (NR)
a) Comandante-Geral; “Art. 14. O Subcomandante-Geral do Corpo de Bombeiro Mi-
b) Subcomandante-Geral. litar do Estado do Piauí, acumula a função de Chefe do Estado-
II - Alto Comando. ” (NR) -Maior-Geral, sendo o substituto imediato do Comandante-Geral,
“Art. 8º São Órgãos de Direção Setorial: cumprindo-lhe substituí-lo em suas faltas ou impedimentos e de-
I - Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP); sempenhar outras atribuições previstas em leis ou regulamentos,
II - Diretoria de Segurança Contra Incêndio (DSCI); ou mediante expressa delegação do Comandante-Geral.
III - Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa (DEIP); ....................................................................................................
IV- Diretoria Administrativa e Financeira (DAF). ” (NR) ..........................” (NR)
“Art. 15. O cargo de Subcomandante-Geral do Corpo de Bom-
SEÇÃO III beiros Militar do Estado do Piauí é privativo de oficial do último
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO posto da Corporação, integrante do Quadro de Oficiais Bombeiros
Militar Combatentes, a ser nomeado pelo Governador do Estado,
“Art. 9º São Órgãos de Assessoramento: sendo seu substituto em suas faltas ou impedimentos, o coronel
I - Gabinete do Comandante-Geral (GAB. CBMT); mais antigo do mesmo quadro.
II - Gabinete do Subcomandante-Geral (GAB. SUBCMT); ....................................................................................................
III - Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE); ..........................” (NR)
IV- Núcleo de Defesa Civil (NDC);
V- Ajudância Geral (AJG); SEÇÃO III
DO ALTO COMANDO
VI - Núcleo de Controle Interno (NCI);
VII - Estado-Maior-Geral (EMG);
“Art. 16. O Alto Comando da Corporação é o órgão colegiado
VIII - Comissões;
e deliberativo composto pelos Coronéis da ativa da corporação, a
IX - Assessorias. ” (NR)
ser convocado pelo Comandante- Geral ou seu substituto para co-
“Art. 10. São Órgãos de Apoio:
laborar com o processo decisório nos assuntos de relevância para
I - Centro de Manutenção (CEMAN), órgão de apoio da direto-
o desenvolvimento e cumprimento das atribuições da corporação e
ria administrativa e financeira;
elaborar políticas institucionais, sendo composto de:
II - Centro de Suprimento de Material (CSM), órgão de apoio da I - Comandante-Geral, na qualidade de presidente;
diretoria administrativa e financeira; II - Subcomandante-Geral, na qualidade de vice-presidente;
III - Centro de Treinamento Operacional (CTO), órgão de apoio III - Diretor de Gestão de Pessoas;
da diretoria de ensino, instrução e pesquisa; IV - Diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa;
IV - Centro de Operações e Comunicações (COC), órgão de V - Diretor Administrativo e Financeiro;
apoio do comando operacional de bombeiros; VI - Comandante Operacional de Bombeiros;
V - Centro de Atividades Físicas e Desportos (CAFD), órgão de VII - Secretaria.
apoio da diretoria ensino, instrução e pesquisa; § 1º O Chefe de Gabinete do Comandante-Geral será o Secre-
VI - Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros (CEIB), órgão de tário do Alto Comando.
apoio da diretoria ensino, instrução e pesquisa; § 2º O Comandante-Geral convocará o Alto Comando para de-
VII - Núcleo de Saúde (NS), órgão de apoio da diretoria de ges- cidir em forma de colegiado, sobre:
tão de pessoas. ” (NR) I - emprego de pessoal;
“Art. 11. São Órgãos de Execução do Corpo de Bombeiros Mi- II - ensino e instrução;
litar. III - controle interno;
I - Unidades: IV - disciplina;
a) Comando Operacional de Bombeiros (COB); V- legislação;
b) Comando Regional de Bombeiros Militar do Meio-Norte (CR- VI - projetos e convênios;
BM-I); VII - processos de promoções em grau de recurso;
c) Comando Regional de Bombeiros Militar do Litoral (CRBM- VIII - outros assuntos de interesse da Corporação.” (NR)
-II);
d) Comando Regional de Bombeiros Militar do Semiárido (CR- CAPITULO IV
BM-III); DOS ORGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL
e) Comando Regional de Bombeiros Militar do Cerrados (CRB-
M-IV); “Art. 17. As Diretorias, órgãos de direções setoriais, organiza-
f) Grupamento de Bombeiros Militar (GBM); das sob forma de sistema, competem realizar o planejamento, a
g) Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo (GBMar). orientação, o controle, a coordenação, a fiscalização e a execução
II - Subunidades: das atividades, dos programas e dos planos relativos às estratégias
a) Subgrupamento de Bombeiros Militar (SGBM); setoriais específicas.” (NR)

83
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I IV - Seção de Fiscalização (DSCI – 3);


DA DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAS V - Seção de Apoio Técnico (DSCI – 4);
VI - Seção de Estatística e Arquivo (DSCI – 5).
“Art. 18. A Diretoria de Gestão de Pessoas, órgão de direção se- ....................................................................................................
torial do sistema de pessoal, incumbe-se do planejamento, da coor- ........................ ” (NR)
denação, da execução, do controle, e da fiscalização das atividades “Art. 26. O Núcleo de Defesa Civil é órgão de assessoramento
relacionadas à pessoal, terá a seguinte organização básica: do Comando Operacional de Bombeiros responsável pelo planeja-
I - Diretor; mento e execução de atividades de defesa civil na área de compe-
II - Seção de Folha e Cadastro (DGP – 1); tência do Corpo de Bombeiros.
III - Seção de Promoções e Movimentações (DGP – 2); Parágrafo único. O Núcleo de Defesa Civil terá a seguinte orga-
IV - Seção de Identificação e Ingresso (DGP – 3); nização básica:
V - Seção de Inativos e Pensionistas (DGP-4); I - Chefe;
VI - Seção de Atos (DGP-5); II - Seção de Defesa Civil da Capital;
VII - Seção de Justiça e Disciplina (DGP-6); III - Seção de Defesa Civil do Interior.” (NR)
VIII - Núcleo de Voluntários da Reserva Remunerada.” (NR) “Art. 27. A Ajudância Geral, subordinada diretamente ao Co-
mandante Geral, compete a publicação dos atos administrativos,
SEÇÃO II recepção de correspondências, assim como auxiliar nas funções de
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA administração, conservação e segurança das instalações do Quartel
do Comando Geral (QCG), considerado como Organização de Bom-
“Art. 19. A Diretoria Administrativa e Financeira, o órgão de di- beiros Militar.
reção setorial responsável pelo funcionamento do sistema de ad- § 1º Terá a seguinte organização básica:
ministração financeira, programação, orçamento, contabilidade, in- I - Ajudante-Geral;
cumbindo ainda o estudo, o planejamento, a orientação normativa, II - Secretaria Administrativa;
a coordenação, supervisão, o controle e a execução das atividades III - Seção de Comando, Serviços e Segurança (SCS);
relativas à gestão do material e patrimônio da corporação terá a IV - Seção de Arquivo.
seguinte organização básica: § 2º A Seção de Comando, Serviços e Segurança, será composta
I - Diretor; pelo seu efetivo previsto no Quadro de Organização e Distribuição
II - Seção Administrativa Financeira (DAF-1); Geral, acrescentado do efetivo de praças distribuído nos órgãos do
III - Seção de Orçamento, Compras e Contabilidade (DAF-2); Quartel do Comando Geral.
IV - Seção de Cadastro, Controle e Alienação do Patrimônio ....................................................................................................
(DAF-3); ........................ ” (NR)
V - Seção de Administração de Frota (DAF- 4);
VI - Seção de Controle de Armas e Munições (DAF-5).” (NR) CAPÍTULO V
DA CONSTITUIÇÃO E DAS ATRIBUIÇÕES DOS ÓRGÃOS DE EXE-
SEÇÃO III CUÇÃO
DA DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
“Art. 33. Os órgãos de execução do Corpo de Bombeiros Militar
“Art. 20. A Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, o órgão do Estado do Piauí, constituídos de unidades e subunidades opera-
de direção setorial do sistema de ensino e instrução, incumbe-se cionais, realizam a atividade-fim da instituição, cumprindo as mis-
do planejamento, da coordenação, do controle e da fiscalização de sões que lhes são inerentes, sendo apoiados em suas necessidades
todas as atividades de formação, aperfeiçoamento e especialização, de pessoal e material pelos demais órgãos.” (NR)
nos diferentes níveis do ensino, do adestramento e da instrução, “Art. 34. O Comando Operacional de Bombeiros é órgão de
terá a seguinte organização básica: execução do mais alto escalão do sistema operacional subordina-
I - Diretor; do ao órgão de direção geral, tendo a seu cargo o planejamento
II - Seção Técnica de Ensino (DEIP-1); estratégico e a fiscalização do emprego dos Comandos Regionais
III - Seção de Curso e Estágios (DEIP-2); de Bombeiros.
IV - Seção de Pesquisa e Doutrina (DEIP-3); § 1º Terá seguinte organização básica:
V - Banda de Música. ” (NR) I - Comandante Operacional de Bombeiros;
II - Subcomandante Operacional de Bombeiros;
SEÇÃO IV III - Seção Administrativa;
DA DIRETORIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO IV - Seção de Operações e Comunicações;
V - Seção de Controle e Fiscalização de Hidrantes;
“Art. 21. A Diretoria de Segurança Contra Incêndio, unidade VI - Seção de Planejamento, Estatística e Avaliação Operacional;
administrativa responsável pelo planejamento, análise, controle e VII - Núcleo de Investigação e Prevenção de Incêndios;
fiscalização das atividades atinentes à segurança contra incêndio e VIII - Comandos Regionais de Bombeiros Militar.
pânico no âmbito do Estado do Piauí, terá a seguinte organização § 2º Os cargos de Comandante e Subcomandante Operacional
básica: de Bombeiros serão exercidos respectivamente por Coronel e Te-
I - Diretor; nente Coronel do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Combaten-
II - Seção de Análise de Projetos (DSCI – 1); tes.” (NR)
III - Seção de Vistorias e Pareceres (DSCI –2);

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO V
DO NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO DO GRUPAMENTO DE BOMBEIROS MILITAR MARÍTIMO

“Art. 35. O Núcleo de Investigação e Prevenção de Incêndios “Art. 38. O Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo tem a
destina-se a realizar as análises laboratoriais relacionadas a investi- seu cargo a realização de operações aquáticas com a finalidade de
gação de incêndios e de explosões, emitir conclusões técnicas sobre executar serviços de prevenção em eventos náuticos, a busca, sal-
atividades preventivas e será estruturado da seguinte forma: vamentos de pessoas e bens, combate a incêndio em embarcações
I - Chefe; e instalações portuárias, bem como a preservação ambiental limi-
II - Subchefe; tada às orlas fluviais e lacustre inscritas nos limites geográficos dos
III - Seção de Perícias; municípios de Ilha Grande de Santa Isabel, Parnaíba, Luís Correia e
IV - Seção de Pesquisas; Cajueiro da Praia, assim como de toda a costa marítima piauiense.
V - Laboratório. ” (NR) § 1º Terá a seguinte organização básica:
I - Comandante;
SUBSEÇÃO II II - Subcomandante;
DOS COMANDOS REGIONAIS DE BOMBEIROS MILITAR III - Seção Administrativa;
IV - Seção de Planejamento Operacional e Estatística;
“Art. 36. Os Comandos Regionais de Bombeiros Militar são ór- V - Seção de Logística e Comunicações;
gãos de execução subordinados diretamente ao Comandante Ope- VI - Seção de Capacitação Técnico-Profissional;
racional de Bombeiros, devem efetuar o planejamento operacional, VII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar Marítimo – SGB-
a supervisão, a coordenação, prevenção, o controle, a fiscalização e Mar.
a execução das atividades de bombeiro no âmbito de suas respecti- Parágrafo único. O cargo de Comandante do Grupamento de
vas responsabilidades e circunscrições. Bombeiros Militar Marítimo será exercido por Major do Quadro de
§ 1º Terão a seguinte organização básica: Oficiais Bombeiros Militar Combatentes.” (NR)
I - Comandante;
II - Subcomandante; SUBSEÇÃO VI
III - Seção Administrativa; DOS SUBGRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR
IV - Seção de Planejamento e Avaliação Operacional;
V - Seção de Comunicações e Logística; “Art. 39. Os Subgrupamentos de Bombeiros Militar, são subuni-
VI - Seção de Estatística; dades operacionais subordinadas a seus respectivos grupamentos,
VII - Grupamentos de Bombeiros Militar; tem a seus cargos, dentro de uma determinada área operacional, as
VIII - Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo. missões específicas de prevenção e extinção de incêndios, de resga-
§ 2º Os cargos de Comandantes das Regionais de Bombeiros te, atendimento pré-hospitalar e busca e salvamentos, e as demais
Militar serão exercidos respectivamente por Oficiais do penúltimo que lhe sejam conexas.
posto da Corporação do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Com- § 1º Terão a seguinte organização básica:
batentes.” (NR) I - Comandante;
II - Subcomandante;
SUBSEÇÃO III III - Seção de Operações;
DOS GRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR IV - Seção de Comunicações e Logística;
V - Seção de Operações e Comunicações;
“Art. 37. Os Grupamentos de Bombeiros Militar têm a seu car- VI - Seção de Vistoria e Fiscalização;
go, dentro de uma determinada área operacional, as missões de VII - Sargenteação.
prevenção e extinção de incêndios, busca, salvamento, atendimen- § 2º Os cargos de Comandantes dos Subgrupamentos de Bom-
to pré-hospitalar e auxílio nas atividades de defesa civil. beiros Militar serão exercidos por Capitães do Quadro de Oficiais
§ 1º Terá a seguinte organização básica: Bombeiros Militar Combatentes, e excepcionalmente por Oficiais
I - Comandante; Intermediários e Subalternos de outros quadros.” (NR)
II - Subcomandante;
III - Administrativa; SUBSEÇÃO VII
IV - Seção de Planejamento Operacional; DOS SUBGRUPAMENTOS DE BOMBEIROS MILITAR MARITIMO
V - Seção de Logística;
VI - Seção de Estatística; “Art. 40. Os Subgrupamentos de Bombeiros Militar Marítimo
VII - Seção de Serviços Técnicos; têm a seu cargo as missões de prevenção, combate a incêndio em
VIII - Subgrupamentos de Bombeiros Militar. embarcações e instalações portuárias, busca, resgate, guarda-vidas,
§ 2º Os cargos de Comandantes dos Grupamentos serão exerci- salvamento aquático e demais que lhe sejam conexas.
dos por Oficiais Superiores do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar § 1º Terá a seguinte organização básica:
Combatentes, e excepcionalmente por Oficiais Superiores de outros I - Comandante;
quadros.” (NR) II - Subcomandante;
III - Seção Administrativa;
IV - Seção de Combate a Incêndio Marítimo e Fluvial;
V - Seção de Prevenção e Operações Aquáticas.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º Os cargos de Comandantes dos Subgrupamentos de Bom- ca, São João da Fronteira, São José do Divino, mais 16 municípios no
beiros Militar Marítimo serão exercidos por Capitães do Quadro de território de desenvolvimento Carnaubais, compreendendo: Cam-
Oficiais Bombeiro.” (NR) po Maior , Boa Hora, Boqueirão do Piauí, Cabeceiras do Piauí, Capi-
tão de Campos, Cocal de Telhas, Jatobá do Piauí, Nossa Senhora de
SEÇÃO II Nazaré, Sigefredo Pacheco, Assunção do Piauí, Buriti dos Montes,
DA CLASSIFICAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ÓRGÃO DE EXECU- Castelo do Piauí, Juazeiro do Piauí, Novo Santo Antônio, São João da
ÇÃO Serra e São Miguel do Tapuio.
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/6º GBM)
“Art. 41. Os órgãos de execução serão classificados de acordo – Sede;
com a necessidade dos serviços operacionais e administrativos de 2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/ 6º GBM)
uma determinada área, sendo considerados para este fim, os se- – Campo Maior;
guintes requisitos: 3) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (3º SGBM/ 6º GBM)
a) população; – Esperantina.
b) território de desenvolvimento; II – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua-
c) malha viária; ção macrorregião do Litoral (CRBM-II):
d) mapeamento aéreo do Piauí; a) 3º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do
e) densidade de indústria e comércio; 3º GBM abrangerá 08 municípios no território de desenvolvimento
f) valor histórico e cultural; Planície Litorânea, compreendendo: Parnaíba (sede), Bom Princípio
g) meio ambiente; do Piauí, Buriti dos Lopes, Caraúbas do Piauí, Caxingó, Cocal, Cocal
h) poder operacional; do Alves e Murici dos Portela.
i) estrutura hierárquica-disciplinar; 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/3º GBM)
j) a carreira bombeiro militar; – Sede;
l) indicadores de acidentes e violência no Trânsito. b) Grupamento de Bombeiros Militar Marítimo – A área de
§ 1º A desconcentração, interiorização e efetiva implantação atuação do (GBMAR) abrangerá 03 municípios no território de de-
das unidades de bombeiros previstas nesta Lei, dar-se-ão conforme senvolvimento Planície Litorânea, compreendendo: Luís Correia
as disponibilidades financeiras do Estado do Piauí. (sede), Cajueiro da Praia e Ilha Grande.
§ 2º O Comando Operacional de Bombeiros, terá suas unidades 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar Marítimo (1º SGB-
e subunidades operacionais localizadas, conforme segue: Mar/GBMar) – Sede;
I – Comando Regional de Bombeiros Militar I – A área de atua- III – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua-
ção macrorregião do Meio-Norte (CRBM-I): ção macrorregião do Semiárido (CRBM-III):
a) 1º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do a) 4º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação
1º GBM abrangerá 16 municípios no território de desenvolvimento do 4º GBM abrangerá 23 municípios no território de desenvolvi-
Entre Rios, compreendendo: Teresina, Alto Longá, Altos, Coivaras, mento Vale do Rio Guaribas, compreendendo: Picos (sede), Aroei-
José de Freitas, Lagoa Alegre, Miguel Alves, Nazária, Pau d’Arco, ras do Itaim, Bocaina, Dom Expedito Lopes, Geminiano, Itainópolis,
União, Beneditinos, Curralinhos, Demerval Lobão, Lagoa do Piauí, Paquetá, Santana do Piauí, Santo Antônio de Lisboa, São João da
Miguel Leão e Monsenhor Gil. Canabrava, São José do Piauí, São Luís do Piauí, Sussuapara, Vera
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/1º GBM) Mendes, Alagoinha do Piauí, Alegrete do Piauí, Campo Grande do
– Sede – Região Central; Piauí, Francisco Santos, Fronteiras, Monsenhor Hipólito, Pio IX, São
2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/1º GBM) Julião e Vila Nova do Piauí, mais 16 municípios no território de de-
– Zona Norte; senvolvimento Chapada Vale do Rio Itaim, compreendendo: Paulis-
3) 3º Subgrupamento de Bombeiros Militar (3º SGBM/1º GBM) tana (sede), Belém do Piauí, Caldeirão Grande do Piauí, Francisco
– Zona Sul; Macedo, Jaicós, Marcolândia, Massapê do Piauí, Padre Marcos, Si-
4) 4º Subgrupamento de Bombeiros Militar (4º SGBM/1º GBM) mões, Acauã, Betânia do Piauí, Caridade do Piauí, Curral Novo do
– Zona Leste. Piauí, Jacobina do Piauí, Patos do Piauí, e Queimada Nova.
b) 2º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação 1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/4º GBM)
do 2º GBM abrangerá 16 municípios no território de desenvolvi- – Sede;
mento Entre Rios, compreendendo: Teresina (sede), Agricolândia, d) 7º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do
Água Branca, Amarante, Angical do Piauí, Barro Duro, Hugo Napo- 7º GBM abrangerá 17 municípios no território de desenvolvimen-
leão, Jardim do Mulato, Lagoinha do Piauí, Olho d’Água do Piauí, to Vale do Canindé, compreendendo: Oeiras (sede), Cajazeiras do
Palmeirais, Passagem Franca do Piauí, Regeneração, Santo Antônio Piauí, Colônia do Piauí, Santa Cruz do Piauí, Santa Rosa do Piauí, São
do Milagres, São Gonçalo do Piauí e São Pedro do Piauí. João da Varjota, Tanque do Piauí, Wall Ferraz, Bela Vista do Piauí,
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/2º GBM) Campinas do Piauí, Conceição do Canindé, Floresta do Piauí, Isaías
– Sede – Zona Sudeste; Coelho, Santo Inácio do Piauí, São Francisco do Piauí, São Francisco
c) 6º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do de Assis do Piauí e Simplício Mendes, mais 15 municípios no territó-
6º GBM abrangerá 24 municípios no território de desenvolvimento rio de desenvolvimento Vale do Sambito, compreendendo: Valença
Cocais, compreendendo: Piripiri (sede), Barras, Batalha, Campo Lar- do Piauí, Aroazes, Prata do Piauí, Santa Cruz dos Milagres, São Félix
go do Piauí, Esperantina, Joaquim Pires, Joca Marques, Luzilândia, do Piauí, São Miguel da Baixa Grande, Barra d’Alcântara, Elesbão Ve-
Madeiro, Matias Olímpio, Morro do Chapéu do Piauí, Nossa Senho- loso, Francinópolis, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Lagoa do Sítio, Novo
ra dos Remédios, Porto, São João do Arraial, Brasileira, Domingos Oriente do Piauí, Pimenteiras, e Várzea Grande.
Mourão, Lagoa de São Francisco, Milton Brandão, Pedro II, Piracuru-

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/7º GBM) ....................................................................................................


– Sede; .........................” (NR)
2) 2º Subgrupamento de Bombeiro Militar (2º SGB BM/7º “Art. 49. Os cargos em comissão e as funções de confiança do
GBM) - Valença Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí são apenas os pre-
e) 8º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do vistos nos anexos I dessa Lei, na Lei Complementar 028, de 09 de
8º GBM abrangerá 18 municípios no território de desenvolvimento junho de 2003 e nas suas alterações
Serra da Capivara, compreendendo: São Raimundo Nonato (sede), ....................................................................................................
Campo Alegre do Fidalgo, Capitão Gervásio Oliveira, João Costa, La- .........................” (NR)
goa do Barro do Piauí, Anísio de Abreu, Bonfim do Piauí, Caracol, Art. 2º Os Capítulos III e IV, da Lei nº 5.949, de 17 de dezembro
Guaribas, Jurema, São Braz do Piauí, Várzea Branca, Coronel José de 2009, passam a vigorar acrescidos dos arts. 28-A, 32-A, 32-B e
Dias, Dom Inocêncio, Dirceu Arcoverde, Fartura do Piauí, São Lou- 32-C, a seguir:
renço do Piauí e São João do Piauí.
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/8º GBM) SEÇÃO III
– Sede; DO ESTADO-MAIOR-GERAL
IV – Comando Regional de Bombeiros Militar – A área de atua-
ção macrorregião do Cerrados (CRBM-IV): “Art. 28-A. O Estado-Maior-Geral, encarregado da elaboração
a) 5º Grupamento de Bombeiros Militar – a área de atuação do das diretrizes e ordens do comando, tem por missão o estudo, o
5º GBM abrangerá 19 municípios no território de desenvolvimen- planejamento, a coordenação, a programação orçamentária e fi-
to Vale dos Rios Piauí e Itaueiras, compreendendo: Floriano (sede), nanceira e o controle de todas as atividades da Corporação, por in-
Arraial, Francisco Ayres e Nazaré do Piauí, Nova Santa Rita, Paes termédio dos órgãos de direção setorial, de apoio e de execução, no
Landim, Pedro Laurentino, Ribeira do Piauí, Socorro do Piauí, São exercício de suas competências, em conformidade com as decisões
José do Peixe, São Miguel do Fidalgo, Brejo do Piauí, Canto do Buriti, e diretrizes do Comandante-Geral do
Flores do Piauí, Itaueiras, Pajeú do Piauí, Pavussu, Rio Grande do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piaui.
Piauí e Tamboril do Piauí. Parágrafo único. Terá a seguinte organização básica:
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/5º GBM) I - Chefe do Estado-Maior-Geral (Ch EMG);
– Sede: II - Subchefe do Estado-Maior-Geral (Sub Ch EMG);
b) 9º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação do III - Secretaria;
9º GBM abrangerá 24 municípios no território de desenvolvimento IV - Seções:
Chapada das Mangabeiras, compreendendo: Bom Jesus (sede), Al- a) 1ª Seção - Seção de Planejamento Orçamentária (SEPLO);
vorada do Gurguéia, Colônia do Gurguéia, Cristino Castro, Currais, b) 2ª Seção - Seção de Inteligência e Contra Inteligência (SEICI);
Eliseu Martins, Manoel Emídio, Palmeira do Piauí, Santa Luz, Avelino c) 3ª Seção - Seção de Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SECPT);
Lopes, Curimatá, Júlio Borges, Morro Cabeça do Tempo, Parnaguá, d) 4ª Seção - Seção de Geoprocessamento e Legislação (SEGEL);
Redenção do Gurguéia, Barreiras do Piauí, Corrente, Cristalândia do e) 5ª Seção - Seção de Relações Públicas, Ação Comunitária e
Piauí, Gilbués, Monte Alegre do Piauí, Riacho Frio, Santa Filomena, Comunicação Social (SERPACS).” (NR)
São Gonçalo do Gurguéia, Sebastião Barros.
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/12º SEÇÃO IV
GBM) – Sede. DO CENTRO DE ATIVIDADES FÍSICAS E DESPORTOS
2) 2º Subgrupamento de Bombeiros Militar (2º SGBM/12º
GBM) – Corrente. “Art. 32-A. O Centro de Atividades Físicas e Desportos é um ór-
c) 10º Grupamento de Bombeiros Militar – A área de atuação gão de apoio da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, compe-
do 10º GBM abrangerá 12 municípios no território de desenvolvi- tindo-lhe desenvolver programas específicos de condicionamento
mento Alto Parnaíba, compreendendo: Uruçuí (sede), Bertolínea, físico e desportos da corporação, possuindo a seguinte estrutura:
Canavieira, Guadalupe, Jerumenha, Landri Sales, Marcos Parente, I- Chefe;
Porto Alegre do Piauí, Antônio Almeida, Baixa Grande do Ribeiro, II- Subchefe;
Ribeiro Gonçalves e Sebastião Leal. III- Seção de Avaliação e Reabilitação Física;
1) 1º Subgrupamento de Bombeiros Militar (1º SGBM/10º IV- Seção de Condicionamento Físico;
GBM) – Sede. V- Academia.” (NR)
Parágrafo único. Os Comandos Regionais de Bombeiros Militar
serão sediados em Teresina.” (NR) SEÇÃO VI
“Art. 47. A distribuição do efetivo previsto nessa Lei será feita DO CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO DE BOMBEIROS
no Quadro de Organização e Distribuição Geral (QODG), sendo re-
gulamentada através de Decreto.” “Art. 32-B. O Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros é o
Parágrafo único. Na falta de Oficiais para preencher os cargos, órgão de apoio da Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa, incum-
os mesmos serão exercidos por oficiais de postos imediatamente bido da formação, habilitação, aperfeiçoamento, especialização,
inferiores e assim sucessivamente, levando em consideração o qua- treinamento e da instrução especializada dos bombeiros militar do
dro de organização e distribuição geral.” (NR) Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí e, eventualmente,
“Art. 48 As atribuições dos órgãos serão baixadas através do de bombeiros de outras corporações, possui a seguinte estrutura:
Regulamento de Administração do Corpo de Bombeiros Militar do I- Comandante;
Estado do Piauí (RACBMEPI), será editado através de Decreto no II- Subcomandante;
prazo de 90 dias, após a publicação dessa Lei. III- Seção de Administração;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV- Seção Pedagógica; ....................................


V- Comando do Corpo de Alunos.” (NR) I - ................................................................................................
....................................
SEÇÃO VII ....................................................................................................
DO NÚCLEO DE SAÚDE .....................................
IV – .............................................................................................
“Art. 32-C. O Núcleo de Saúde é responsável pelo planejamen- ...................................
to, orientação, coordenação, controle e execução de programas ....................................................................................................
de medicina preventiva, saúde comunitária e controle médico-sa- .....................................
nitário de pessoal, execução das atividades de assistência médica, § 1º Os integrantes da reserva remunerada quando convocados
odontológica, bem como pelas perícias médicas e homologar os pa- para ativa ficarão vinculados ao Núcleo de Voluntários da Reserva
receres da junta Médica de Saúde (JMS) no âmbito da corporação. Remunerada.
§1º Possuindo a seguinte constituição: § 2º Para estabelecimento de vagas do Núcleo de Voluntários
I - Chefe; da Reserva Remunerada, utilizar-se-á como referência a Lei de fixa-
II - Perícias Médicas (PM); ção de efetivo da Corporação, não poderá ultrapassar o percentual
III - Junta Médica de Saúde (JMS); de um terço de todo efetivo previsto na referida Lei.
IV - Seção Médica e Odontológica; § 3º VETADO.” (NR)
V - Seção de Psicologia; Art. 7º O caput do art. 1º e o Anexo Único da Lei nº 5.458, pas-
VI - Seção de Enfermagem. sam a vigorar com a seguinte redação:
VII - Seção de Apoio Administrativo. “Art.1º O efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
§ 2º O Chefe do Núcleo de Saúde será um oficial superior do Piauí (CBMEPI) fica fixado em 1.442 (mil quatrocentos e quarenta e
Quadro de Oficiais Bombeiros Militar de Saúde da Corporação.” dois) bombeiros militares, dispostos nos quadros de:
(NR) ....................................................................................................
Art. 3º Ficam criadas no âmbito do Corpo de Bombeiros Militar ..........................................
do Estado do Piauí, as comissões, de caráter permanente ou tempo- ....................................................................................................
rário, com a finalidade de assessorar em assuntos específicos sendo .....................” (NR)
fixadas por legislação específica ou por ato do Comandante-Geral,
com os seguintes encargos: ANEXO ÚNICO
a) Comissão de Condecorações e Cerimoniais (CCONDEC);
b) Comissão Permanente de Licitações (CPL); I - QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES COMBATEN-
c) Comissão Permanente de Contratos e Convênios (CPCC); TES
d) Comissões Temáticas.
§ 2º A Comissão Permanente de Licitações - CPL terá a atribui-
POSTO QTD
ção de conduzir os processos licitatórios no âmbito do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Piauí e terá a seguinte composição: Coronel 06
I - Presidente da CPL; Tenente-Coronel 16
II - Membros;
III - Pregoeiros; Major 35
IV - Assistência de serviços; Capitão 38
V - Assessoria técnica.
1º Tenente 50
Art. 4º A Comissão Permanente de Contratos e Convênios é
responsável pela gestão de contratos e execução das ações pre- 2º Tenente 56
vistas em convênios e suas respectivas prestações de conta, bem
como pela adoção das medidas administrativas necessárias à aqui- II – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES DE SAÚDE
sição de bens e, ainda, pela elaboração e fiscalização de contratos
administrativos referentes a essa aquisição.
POSTO QTD
Parágrafo único. A comissão de Contratos e Convênios tem a
seguinte composição: Tenente-Coronel 01
I - Presidente da CPCC; Major 01
II - Gestor de contratos;
III - Fiscal de Contratos; Capitão 02
IV - Subcomissão de recebimento; 1º Tenente 02
V - Assessoria técnica;
VI - Gestores de Convênios. 2º Tenente 06
Art. 5º As Comissões Temáticas, designadas pelo Comando Ge-
ral e de caráter temporário, são destinadas para desempenhar fun-
ções específicas ou realizar determinados estudos técnicos.
Art. 6º Os artigos da Lei nº 5.459, de 30 de junho de 2005, pas-
sam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º .......................................................................................

88
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III – QUADRO DE OFICIAIS BOMBEIROS MILITARES ENGENHEI- § 2º Para frequentar o Curso de Habilitação de Oficiais será
ROS necessário ser Subtenente Bombeiro Militar ter concluído o ensino
médio, devidamente comprovado através de certificado, reconhe-
cido pelo órgão competente, além de:
POSTO QTD
I - estar no mínimo no comportamento “BOM”;
Tenente-Coronel 02 II - estar apto em inspeção de saúde e teste de aptidão física;
Major 02 III - ter no mínimo 01 (um) ano na graduação de Subtenente.
” (NR)
Capitão 02 Art. 9º Os artigos da Lei nº 5.461, de 30 de junho de 2005, pas-
1º Tenente 02 sam a vigorar com as seguintes redações:
“Art. 13. ...............;......................................................................
2º Tenente 02
................................
§ 4º .............................................................................................
IV - QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS BOMBEIROS MILI- ....................................
TARES I - ................................................................................................
....................................
POSTO QTD a) ................................................................................................
....................................
Major 06
b) dois anos como 2º Tenente, para o posto de 1º Tenente;
Capitão 24 c) dois anos como 1º Tenente, para o posto de Capitão;
1º Tenente 36 d) dois anos como Capitão, para o posto de Major;”
....................................................................................................
2º Tenente 41 ....................................
III - Curso de graduação em nível superior, reconhecido pelo
V - QUADRO DE PRAÇAS BOMBEIROS MILITARES Ministério da Educação para acesso ao posto de Major.” (NR)
“Art. 17. A promoção por merecimento em qualquer quadro é
GRADUAÇÃO QTD feita com base no Quadro de Acesso por Merecimento (QAM), onde
serão listados os nomes dos Oficiais por ordem decrescente de pon-
Sub Tenente 63 tos, sendo prioridade a antiguidade, como critério de desempate,
1º Sargento 102 na apuração do merecimento.
....................................................................................................
2º Sargento 130
.........................” (NR)
3º Sargento 150 “Art. 19. O processamento das promoções dos oficiais é de
Cabo 240 responsabilidade da Comissão de Promoção de Oficiais, presidida
pelo Comandante-Geral, que será constituída de membros natos e
Soldado 428 efetivos.
§ 1º .............................................................................................
RESUMO GERAL DO EFETIVO ....................................
a) o Subcomandante Geral;
POSTO/GRADUAÇÃO QUANTIDADE b) o Diretor de Pessoal.
§ 2º São membros efetivos, 02 (dois) coronéis designados pelo
Oficiais 329 Comandante-Geral.
Praças 1.113 § 3º A Comissão terá como suplente 01 (um) coronel, designa-
do pelo Comandante Geral e como secretário o Chefe do Gabinete
TOTAL 1.442
do Comandante-Geral.” (NR)
Art. 10. Os arts. 16 e 19 da Lei nº 5.462, de 30 de junho de
”(NR) 2005, passam a vigorar com as seguintes redações:
Art. 8º O art. 5º da Lei nº 5.459, de 30 de junho de 2005, passa “Art. 16. ......................................................................................
a vigorar com a seguinte redação: ....................................
“Art. 5º O Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Complementa- Parágrafo único. A antiguidade das praças será determinada
res será constituído pelos Oficiais promovidos a partir da graduação pela média final atribuída no curso realizado como requisito para a
de Subtenente do Quadro de Praças, possuidores do Curso de Habi- promoção a graduação superior, com exceção do Curso Aperfeiçoa-
litação de Oficiais Bombeiros Militar (CHOBM). mento de Sargentos, cuja classificação não alterará a antiguidade.”
§ 1º Os postos no Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Com- (NR)
plementares serão os seguintes: ....................................................................................................
.................................................................................................... .....................................
..................................... “Art. 19. O processamento das promoções das praças é de res-
IV - Major ponsabilidade da Comissão de Promoção de Praças, presidida pelo
Subcomandante-Geral, que será constituída de membros natos e
efetivos.

89
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º São membros natos, 02 (dois) Comandantes Regionais de


Bombeiros, designados pelo Subcomandante-Geral;
ANOTAÇÕES
§ 2º São membros efetivos, 02 (dois) oficiais Superiores do
Quadro de Oficiais Bombeiros Militar Complementares, designados ______________________________________________________
pelo Subcomandante-Geral.
§ 3º A Comissão terá como suplentes, 02 (dois) oficiais superio- ______________________________________________________
res, designados pelo Subcomandante-Geral e como secretário, 01
(um) oficial superior designado pelo Subcomandante-Geral. ” (NR) ______________________________________________________
Art. 11. Os arts. 3º e 11 da Lei nº 5.459, de 30 de junho de 2005,
passam a vigorar com as seguintes redações: ______________________________________________________
“Art. 3º O Quadro de Oficiais Bombeiros Militar de Saúde será
______________________________________________________
constituído por aprovados em concurso público com habilitação em
Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem. ______________________________________________________
....................................................................................................
..............................” (NR) ______________________________________________________
“Art. 11. ......................................................................................
.................................... ______________________________________________________
Médico – 04;
Odontólogo – 02; ______________________________________________________
Psicólogo – 02;
______________________________________________________
Enfermeiro – 04. ” (NR)
Art. 12. Será transferido ex-offício para a reserva remunerada o ______________________________________________________
oficial do penúltimo posto do Quadro de Oficiais Bombeiros Militar
Complementares que: ______________________________________________________
a) tenha completado o tempo de contribuição para a previdên-
cia social fixada em lei; ______________________________________________________
b) tenha completado o interstício e deixar de ingressar, por 2
(duas) vezes consecutivas nos quadros de acesso de promoção ao ______________________________________________________
posto superior por falta de curso superior.
Parágrafo único. Os atuais oficiais ocupantes do penúltimo pos- ______________________________________________________
to do Quadro de Oficiais Bombeiros Militares Complementares, que
______________________________________________________
não possuírem curso superior fica assegurado os benefícios do art.
4º da Lei Complementar nº 17, de 8 de janeiro de 1996. ______________________________________________________
Art. 13. Será transferido ex-officio para a reserva remunerada o
Subtenente Bombeiro Militar que: ______________________________________________________
a) tenha completado o tempo de contribuição para a previdên-
cia social fixada em Lei; ______________________________________________________
b) tenha completado o interstício e deixar de ingressar, por 2
(duas) vezes consecutivas nos quadros de acesso a promoção ao ______________________________________________________
posto superior, por falta de certificação no curso de habilitação de
______________________________________________________
oficiais, desde que ofertado pela instituição.
Art. 14. Revogam-se as disposições em contrário, em especial, ______________________________________________________
o §3º do Art. 5º e o inciso VII do Art. 8º da Lei nº 5.459, de 30 de
junho de 2005; o §4º do Art. 9 da Lei nº 5.461, de 30 de junho de ______________________________________________________
2005; os arts. 22, 42, 43, 44, 45, 46 e 50, incisos VII e VIII do art. 31
da Lei nº 5.949, de 30 de junho de 2005. _____________________________________________________
Art. 15. Cumpridas as demais exigências estabelecidas para a
promoção de oficiais e praças do Corpo de Bombeiros Militar do _____________________________________________________
Estado do Piauí poderá ser reduzido por ato do Governador do Es-
tado sempre que houver preenchidas uma das seguintes condições: ______________________________________________________
I - a redução de interstício pela metade quando o quadro apre-
______________________________________________________
sentar cargos vagos para promoção acima de 50% (cinquenta por
cento); ______________________________________________________
II - as condições de interstícios estabelecidas poderão ser re-
duzidas até a metade por ato do Governador do Estado, mediante ______________________________________________________
proposta do Comandante-Geral da Corporação, visando à renova-
ção dos Quadros e a valorização profissional. ______________________________________________________
Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
______________________________________________________
PALÁCIO DE KARNAK, em Teresina (PI), 04 de abril de 2022

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

ANOTAÇÕES

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