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A Educação e a Sociedade Civil A Educação e a

Sociedade Civil
9 788570 184993
A Educação e a Sociedade Civil
Senado Federal
MESA
Biênio 2013/2014

Senador Renan Calheiros


PRESIDENTE

Senador Jorge Viana


1o VICE-PRESIDENTE

Senador Romero Jucá


2o VICE-PRESIDENTE

Senador Flexa Ribeiro


1o SECRETÁRIO

Senadora Ângela Portela


2a SECRETÁRIA

Senador Ciro Nogueira


3o SECRETÁRIO

Senador João Vicente Claudino


4o SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO

Senador Magno Malta


Senador Jayme Campos
Senador João Durval
Senador Casildo Maldaner
Senado Federal
Secretaria Especial de Editoração e Publicações
Subsecretaria de Edições Técnicas

A Educação e a Sociedade Civil


Dispositivos Constitucionais Pertinentes
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Índice Temático

1a Edição
Brasília – 2013
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Doris Marize Romariz Peixoto
Secretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra Nascimento

Impresso na Secretaria Especial de Editoração e Publicações


Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga

Produzido na Subsecretaria de Edições Técnicas


Diretora: Anna Maria de Lucena Rodrigues

Organização: Cláudia Aparecida Lessa da Cunha Canto e Fabianne Stephanne Pinna


Revisão: Maria José de Lima Franco
Projeto gráfico: Subsecretaria de Edições Técnicas
Ilustrações: Lucas Santos de Oliveira
Ficha Catalográfica: Vanessa Oliveira Pacheco

Atualizada até abril de 2013.

A educação e a sociedade civil. – Brasília : Senado Federal, Subsecretaria


de Edições Técnicas, 2013.
148 p.

ISBN: 978-85-7018-499-3

Conteúdo: Dispositivos Constitucionais Pertinentes – Leis de Diretrizes


e Bases da Educação – Índice Temático.

1. Educação, legislação, Brasil. 2. Educação e estado, Brasil. 3. Política


Educacional. I. Título.

CDD 379.81

Subsecretaria de Edições Técnicas


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CEP: 70165-900 – Brasília, DF
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Sumário

Dispositivos Constitucionais Pertinentes


8 Constituição da República Federativa do Brasil
15 Emenda Constitucional n. 53
16 Emenda Constitucional n. 67

A Educação
18 Lei n. 4.024/1961
21 Lei n. 9.394/1996
42 Lei n. 9.795/1999
46 Lei n. 11.161/2005
47 Lei n. 12.612/2012
48 Lei n. 12.799/2013
49 Decreto n. 5.154/2004
51 Decreto n. 5.622/2005
59 Decreto n. 5.773/2006

O Estudante
76 Lei n. 10.219/2001
80 Lei n. 10.260/2001
89 Lei n. 11.096/2005
96 Lei n. 11.180/2005
98 Lei n. 11.788/2008
103 Lei n. 12.155/2009
105 Decreto n. 5.493/2005
Os Professores
110 Lei n. 9.424/1996
112 Lei n. 11.273/2006
114 Lei n. 11.738/2008
116 Lei n. 12.772/2012
129 Decreto n. 3.276/1999

As Instituições de Ensino
132 Lei n. 9.536/1997
133 Lei n. 10.861/2004
138 Lei n. 10.870/2004
140 Lei n. 11.988/2009
141 Lei n. 12.031/2009
142 Lei n. 12.089/2009
143 Lei n. 12.711/2012
Dispositivos Constitucionais
Pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

............................................................................... Parágrafo único.  Leis complementares fixa-


rão normas para a cooperação entre a União e
TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
Fundamentais tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento
............................................................................... e do bem-estar em âmbito nacional.

CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais Art. 24.  Compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar concorrentemente
Art. 6o  São direitos sociais a educação, a saúde, sobre:
a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, ...............................................................................
a segurança, a previdência social, a proteção IX – educação, cultura, ensino e desporto;
à maternidade e à infância, a assistência aos ...............................................................................
desamparados, na forma desta Constituição.
CAPÍTULO IV – Dos Municípios
Art. 7o  São direitos dos trabalhadores urbanos ...............................................................................
e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social: Art. 30.  Compete aos Municípios:
............................................................................... ...............................................................................
XXV – assistência gratuita aos filhos e de- VI – manter, com a cooperação técnica e
pendentes desde o nascimento até 5 (cinco) financeira da União e do Estado, programas
anos de idade em creches e pré-escolas; de educação infantil e de ensino fundamental;
............................................................................... ...............................................................................

TÍTULO III – Da Organização do Estado CAPÍTULO VII – Da Administração


............................................................................... Pública
...............................................................................
CAPÍTULO II – Da União
............................................................................... SEÇÃO II – Dos Servidores Públicos
...............................................................................
Art. 22.  Compete privativamente à União
legislar sobre: Art. 40.  Aos servidores titulares de cargos
............................................................................... efetivos da União, dos Estados, do Distrito
XXIV – diretrizes e bases da educação Federal e dos Municípios, incluídas suas
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nacional; autarquias e fundações, é assegurado regime


............................................................................... de previdência de caráter contributivo e so-
lidário, mediante contribuição do respectivo
Art. 23.  É competência comum da União, dos ente público, dos servidores ativos e inativos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: e dos pensionistas, observados critérios que
............................................................................... preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e
V – proporcionar os meios de acesso à cul- o disposto neste artigo.
tura, à educação e à ciência; § 1o  Os servidores abrangidos pelo regime
............................................................................... de previdência de que trata este artigo serão
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aposentados, calculados os seus proventos a ...............................................................................
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3o VI – instituir impostos sobre:
e 17: ...............................................................................
I – por invalidez permanente, sendo os pro- c) patrimônio, renda ou serviços dos par-
ventos proporcionais ao tempo de contribuição, tidos políticos, inclusive suas fundações, das
exceto se decorrente de acidente em serviço, entidades sindicais dos trabalhadores, das insti-
moléstia profissional ou doença grave, conta- tuições de educação e de assistência social, sem
giosa ou incurável, na forma da lei; fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de d) livros, jornais, periódicos e o papel desti-
idade, com proventos proporcionais ao tempo nado a sua impressão.
de contribuição; ...............................................................................
III – voluntariamente, desde que cumprido
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício TÍTULO VIII – Da Ordem Social
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo ...............................................................................
em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: CAPÍTULO II – Da Seguridade Social
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco ...............................................................................
de contribuição, se homem, e cinqüenta e
cinco anos de idade e trinta de contribuição, SEÇÃO III – Da Previdência Social
se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, Art. 201.  .............................................................
e sessenta anos de idade, se mulher, com pro- § 7o  É assegurada aposentadoria no regime
ventos proporcionais ao tempo de contribuição. geral de previdência social, nos termos da lei,
............................................................................... obedecidas as seguintes condições:
§ 5o  Os requisitos de idade e de tempo de I – trinta e cinco anos de contribuição, se ho-
contribuição serão reduzidos em cinco anos, mem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
em relação ao disposto no § 1o, III, “a”, para o II – sessenta e cinco anos de idade, se
professor que comprove exclusivamente tempo homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
de efetivo exercício das funções de magistério reduzido em cinco anos o limite para os tra-
na educação infantil e no ensino fundamental balhadores rurais de ambos os sexos e para
e médio. os que exerçam suas atividades em regime de
............................................................................... economia familiar, nestes incluídos o produtor
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
§ 8o  Os requisitos a que se refere o inciso I
TÍTULO VI – Da Tributação e do do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco
Orçamento anos, para o professor que comprove exclusiva-
mente tempo de efetivo exercício das funções
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário de magistério na educação infantil e no ensino
Dispositivos Constitucionais Pertinentes

Nacional fundamental e médio.


............................................................................... ...............................................................................

SEÇÃO II – Das Limitações do Poder de CAPÍTULO III – Da Educação, da Cultura e


Tributar do Desporto
...............................................................................
SEÇÃO I – Da Educação
Art. 150.  Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, Art. 205.  A educação, direito de todos e de-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- ver do Estado e da família, será promovida e
cípios: incentivada com a colaboração da sociedade,
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visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, todos os que a ela não tiveram acesso na idade
seu preparo para o exercício da cidadania e sua própria;
qualificação para o trabalho. II – progressiva universalização do ensino
médio gratuito;
Art. 206.  O ensino será ministrado com base III – atendimento educacional especializado
nos seguintes princípios: aos portadores de deficiência, preferencialmen-
I – igualdade de condições para o acesso e te na rede regular de ensino;
permanência na escola; IV – educação infantil, em creche e pré-
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar -escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
e divulgar o pensamento, a arte e o saber; V – acesso aos níveis mais elevados do ensi-
III – pluralismo de idéias e de concepções no, da pesquisa e da criação artística, segundo
pedagógicas, e coexistência de instituições a capacidade de cada um;
públicas e privadas de ensino; VI – oferta de ensino noturno regular, ade-
IV – gratuidade do ensino público em esta- quado às condições do educando;
belecimentos oficiais; VII – atendimento ao educando, em todas as
V – valorização dos profissionais da educa- etapas da educação básica, por meio de progra-
ção escolar, garantidos, na forma da lei, planos mas suplementares de material didáticoescolar,
de carreira, com ingresso exclusivamente por transporte, alimentação e assistência à saúde.
concurso público de provas e títulos, aos das § 1o  O acesso ao ensino obrigatório e gra-
redes públicas; tuito é direito público subjetivo.
VI – gestão democrática do ensino público, § 2o  O não-oferecimento do ensino obri-
na forma da lei; gatório pelo Poder Público, ou sua oferta irre-
VII – garantia de padrão de qualidade. gular, importa responsabilidade da autoridade
VIII – piso salarial profissional nacional para competente.
os profissionais da educação escolar pública, § 3o  Compete ao Poder Público recensear os
nos termos de lei federal. educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
Parágrafo único.  A lei disporá sobre as ca- chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
tegorias de trabalhadores considerados profis- pela freqüência à escola.
sionais da educação básica e sobre a fixação de
prazo para a elaboração ou adequação de seus Art. 209.  O ensino é livre à iniciativa privada,
planos de carreira, no âmbito da União, dos atendidas as seguintes condições:
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. I – cumprimento das normas gerais da edu-
cação nacional;
Art. 207.  As universidades gozam de auto- II – autorização e avaliação de qualidade
nomia didático-científica, administrativa e de pelo Poder Público.
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão
ao princípio de indissociabilidade entre ensino, Art. 210.  Serão fixados conteúdos mínimos
pesquisa e extensão. para o ensino fundamental, de maneira a
§ 1o  É facultado às universidades admitir assegurar formação básica comum e respeito
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, aos valores culturais e artísticos, nacionais e
A Educação e a Sociedade Civil

na forma da lei. regionais.


§ 2o  O disposto neste artigo aplica-se às § 1o  O ensino religioso, de matrícula faculta-
instituições de pesquisa científica e tecnológica. tiva, constituirá disciplina dos horários normais
das escolas públicas de ensino fundamental.
Art. 208.  O dever do Estado com a educação § 2o  O ensino fundamental regular será
será efetivado mediante a garantia de: ministrado em língua portuguesa, assegurada
I – educação básica obrigatória e gratuita às comunidades indígenas também a utilização
dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, de suas línguas maternas e processos próprios
assegurada inclusive sua oferta gratuita para de aprendizagem.
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Art. 211.  A União, os Estados, o Distrito Fede- art. 208, VII, serão financiados com recursos
ral e os Municípios organizarão em regime de provenientes de contribuições sociais e outros
colaboração seus sistemas de ensino. recursos orçamentários.
§ 1o  A União organizará o sistema federal § 5o  A educação básica pública terá como
de ensino e o dos Territórios, financiará as ins- fonte adicional de financiamento a contribui-
tituições de ensino públicas federais e exercerá, ção social do salário-educação, recolhida pelas
em matéria educacional, função redistributiva empresas na forma da lei.
e supletiva, de forma a garantir equalização de § 6o  As cotas estaduais e municipais da
oportunidades educacionais e padrão mínimo arrecadação da contribuição social do salário-
de qualidade do ensino mediante assistência -educação serão distribuídas proporcional-
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito mente ao número de alunos matriculados na
Federal e aos Municípios; educação básica nas respectivas redes públicas
§ 2o  Os Municípios atuarão prioritariamente de ensino.
no ensino fundamental e na educação infantil.
§ 3o  Os Estados e o Distrito Federal atua- Art. 213.  Os recursos públicos serão destina-
rão prioritariamente no ensino fundamental dos às escolas públicas, podendo ser dirigidos
e médio. a escolas comunitárias, confessionais ou filan-
§ 4o  Na organização de seus sistemas de trópicas, definidas em lei, que:
ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal I – comprovem finalidade não-lucrativa
e os Municípios definirão formas de colabora- e apliquem seus excedentes financeiros em
ção, de modo a assegurar a universalização do educação;
ensino obrigatório. II – assegurem a destinação de seu patrimô-
§ 5o  A educação básica pública atenderá nio a outra escola comunitária, filantrópica ou
prioritariamente ao ensino regular. confessional, ou ao Poder Público, no caso de
encerramento de suas atividades.
Art. 212.  A União aplicará, anualmente, nunca § 1o  Os recursos de que trata este artigo
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Fe- poderão ser destinados a bolsas de estudo para
deral e os Municípios vinte e cinco por cento, o ensino fundamental e médio, na forma da
no mínimo, da receita resultante de impostos, lei, para os que demonstrarem insuficiência
compreendida a proveniente de transferências, de recursos, quando houver falta de vagas e
na manutenção e desenvolvimento do ensino. cursos regulares da rede pública na localidade
§ 1o  A parcela da arrecadação de impostos da residência do educando, ficando o Poder
transferida pela União aos Estados, ao Distrito Público obrigado a investir prioritariamente na
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos expansão de sua rede na localidade.
respectivos Municípios, não é considerada, para § 2o  As atividades universitárias de pesquisa
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita e extensão poderão receber apoio financeiro do
do governo que a transferir. Poder Público.
§ 2o  Para efeito do cumprimento do disposto
Dispositivos Constitucionais Pertinentes

no “caput” deste artigo, serão considerados os Art. 214.  A lei estabelecerá o plano nacional de
sistemas de ensino federal, estadual e municipal educação, de duração decenal, com o objetivo
e os recursos aplicados na forma do art. 213. de articular o sistema nacional de educação
§ 3o  A distribuição dos recursos públicos em regime de colaboração e definir diretrizes,
assegurará prioridade ao atendimento das objetivos, metas e estratégias de implementação
necessidades do ensino obrigatório, no que se para assegurar a manutenção e desenvolvimen-
refere a universalização, garantia de padrão to do ensino em seus diversos níveis, etapas e
de qualidade e equidade, nos termos do plano modalidades por meio de ações integradas dos
nacional de educação. poderes públicos das diferentes esferas federa-
§ 4o  Os programas suplementares de ali- tivas que conduzam a:
mentação e assistência à saúde previstos no I – erradicação do analfabetismo;
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II – universalização do atendimento escolar; destinarão parte dos recursos a que se refere
III – melhoria da qualidade do ensino; o caput do art. 212 da Constituição Federal à
IV – formação para o trabalho; manutenção e desenvolvimento da educação
V – promoção humanística, científica e básica e à remuneração condigna dos traba-
tecnológica do País. lhadores da educação, respeitadas as seguintes
VI – estabelecimento de meta de aplicação disposições:
de recursos públicos em educação como pro- I – a distribuição dos recursos e de respon-
porção do produto interno bruto. sabilidades entre o Distrito Federal, os Estados
............................................................................... e seus Municípios é assegurada mediante a
criação, no âmbito de cada Estado e do Dis-
CAPÍTULO VI – Do Meio Ambiente trito Federal, de um Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Art. 225.  Todos têm direito ao meio ambien- Valorização dos Profissionais da Educação –
te ecologicamente equilibrado, bem de uso FUNDEB, de natureza contábil;
comum do povo e essencial à sadia qualidade II – os Fundos referidos no inciso I do caput
de vida, impondo-se ao Poder Público e à co- deste artigo serão constituídos por 20% (vinte
letividade o dever de defendê-lo e preservá- lo por cento) dos recursos a que se referem os
para as presentes e futuras gerações. incisos I, II e III do art. 155; o inciso II do caput
§ 1o  Para assegurar a efetividade desse di- do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do
reito, incumbe ao Poder Público: art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso
............................................................................... II do caput do art. 159, todos da Constituição
............................................................................... Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus
VI – promover a educação ambiental em Municípios, proporcionalmente ao número de
todos os níveis de ensino e a conscientização alunos das diversas etapas e modalidades da
pública para a preservação do meio ambiente; educação básica presencial, matriculados nas
............................................................................... respectivas redes, nos respectivos âmbitos de
atuação prioritária estabelecidos nos §§ 2o e 3o
CAPÍTULO VII – Da Família, da Criança, do art. 211 da Constituição Federal;
do Adolescente, do Jovem e do Idoso III – observadas as garantias estabelecidas
............................................................................... nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208 da
Constituição Federal e as metas de universaliza-
Art. 227.  É dever da família, da sociedade e ção da educação básica estabelecidas no Plano
do Estado assegurar à criança, ao adolescente Nacional de Educação, a lei disporá sobre:
e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à a) a organização dos Fundos, a distribuição
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la- proporcional de seus recursos, as diferenças e
zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, as ponderações quanto ao valor anual por aluno
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar entre etapas e modalidades da educação básica
e comunitária, além de colocá-los a salvo de e tipos de estabelecimento de ensino;
toda forma de negligência, discriminação, b) a forma de cálculo do valor anual mínimo
exploração, violência, crueldade e opressão. por aluno;
A Educação e a Sociedade Civil

............................................................................... c) os percentuais máximos de apropriação


dos recursos dos Fundos pelas diversas etapas
TÍTULO X – Ato Das Disposições e modalidades da educação básica, observados
Constitucionais Transitórias os arts. 208 e 214 da Constituição Federal, bem
............................................................................... como as metas do Plano Nacional de Educação;
d) a fiscalização e o controle dos Fundos;
Art. 60.  Até o 14o (décimo quarto) ano a partir e) prazo para fixar, em lei específica, piso
da promulgação desta Emenda Constitucional, salarial profissional nacional para os profissio-
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nais do magistério público da educação básica;
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IV – os recursos recebidos à conta dos X – aplica-se à complementação da União o
Fundos instituídos nos termos do inciso I do disposto no art. 160 da Constituição Federal;
caput deste artigo serão aplicados pelos Estados XI – o não-cumprimento do disposto nos
e Municípios exclusivamente nos respectivos incisos V e VII do caput deste artigo impor-
âmbitos de atuação prioritária, conforme esta- tará crime de responsabilidade da autoridade
belecido nos §§ 2o e 3o do art. 211 da Consti- competente;
tuição Federal; XII – proporção não inferior a 60% (ses-
V – a União complementará os recursos senta por cento) de cada Fundo referido no
dos Fundos a que se refere o inciso II do caput inciso I do caput deste artigo será destinada ao
deste artigo sempre que, no Distrito Federal e pagamento dos profissionais do magistério da
em cada Estado, o valor por aluno não alcançar educação básica em efetivo exercício.
o mínimo definido nacionalmente, fixado em § 1o  A União, os Estados, o Distrito Federal
observância ao disposto no inciso VII do caput e os Municípios deverão assegurar, no finan-
deste artigo, vedada a utilização dos recursos a ciamento da educação básica, a melhoria da
que se refere o § 5o do art. 212 da Constituição qualidade de ensino, de forma a garantir padrão
Federal; mínimo definido nacionalmente.
VI – até 10% (dez por cento) da comple- § 2o  O valor por aluno do ensino funda-
mentação da União prevista no inciso V do mental, no Fundo de cada Estado e do Distrito
caput deste artigo poderá ser distribuída para Federal, não poderá ser inferior ao praticado no
os Fundos por meio de programas direcionados âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvi-
para a melhoria da qualidade da educação, na mento do Ensino Fundamental e de Valorização
forma da lei a que se refere o inciso III do caput do Magistério  FUNDEF, no ano anterior à
deste artigo; vigência desta Emenda Constitucional.
VII – a complementação da União de que § 3o  O valor anual mínimo por aluno do
trata o inciso V do caput deste artigo será de, ensino fundamental, no âmbito do Fundo de
no mínimo: Manutenção e Desenvolvimento da Educação
a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de re- Básica e de Valorização dos Profissionais da
ais), no primeiro ano de vigência dos Fundos; Educação  FUNDEB, não poderá ser inferior ao
b) R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de reais), valor mínimo fixado nacionalmente no ano ante-
no segundo ano de vigência dos Fundos; rior ao da vigência desta Emenda Constitucional.
c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e § 4o  Para efeito de distribuição de recursos
quinhentos milhões de reais), no terceiro ano dos Fundos a que se refere o inciso I do caput
de vigência dos Fundos; deste artigo, levar-se-á em conta a totalida-
d) 10% (dez por cento) do total dos recursos de das matrículas no ensino fundamental e
a que se refere o inciso II do caput deste artigo, considerar-se-á para a educação infantil, para
a partir do quarto ano de vigência dos Fundos; o ensino médio e para a educação de jovens e
VIII – a vinculação de recursos à manuten- adultos 1/3 (um terço) das matrículas no pri-
ção e desenvolvimento do ensino estabelecida meiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano e
Dispositivos Constitucionais Pertinentes

no art. 212 da Constituição Federal suportará, sua totalidade a partir do terceiro ano.
no máximo, 30% (trinta por cento) da comple- § 5o  A porcentagem dos recursos de cons-
mentação da União, considerando-se para os tituição dos Fundos, conforme o inciso II do
fins deste inciso os valores previstos no inciso caput deste artigo, será alcançada gradativa-
VII do caput deste artigo; mente nos primeiros 3 (três) anos de vigência
IX – os valores a que se referem as alíneas a, dos Fundos, da seguinte forma:
b, e c do inciso VII do caput deste artigo serão I – no caso dos impostos e transferências
atualizados, anualmente, a partir da promulga- constantes do inciso II do caput do art. 155; do
ção desta Emenda Constitucional, de forma a inciso IV do caput do art. 158; e das alíneas a e
preservar, em caráter permanente, o valor real b do inciso I e do inciso II do caput do art. 159
da complementação da União; da Constituição Federal:
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a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis últimos três anos, tenham recebido recursos
centésimos por cento), no primeiro ano; públicos, poderão continuar a recebê-los, salvo
b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três disposição legal em contrário.
centésimos por cento), no segundo ano;
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro Art. 62.  A lei criará o Serviço Nacional de
ano; Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes
II – no caso dos impostos e transferências da legislação relativa ao Serviço Nacional de
constantes dos incisos I e III do caput do art. Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço
155; do inciso II do caput do art. 157; e dos Nacional de Aprendizagem do Comércio (SE-
incisos II e III do caput do art. 158 da Consti- NAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos
tuição Federal: públicos que atuam na área.
a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis cen- ...............................................................................
tésimos por cento), no primeiro ano;
b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três cen- Art. 79.  É instituído, para vigorar até o ano de
tésimos por cento), no segundo ano; 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza,
ano. a ser regulado por lei complementar com o ob-
§ 6o (Revogado). jetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso
§ 7o (Revogado). a níveis dignos de subsistência, cujos recursos
serão aplicados em ações suplementares de
Art. 61.  As entidades educacionais a que se nutrição, habitação, educação, saúde, reforço
refere o art. 213, bem como as fundações de de renda familiar e outros programas de rele-
ensino e pesquisa cuja criação tenha sido au- vante interesse social voltados para melhoria
torizada por lei, que preencham os requisitos da qualidade de vida.
dos incisos I e II do referido artigo e que, nos ...............................................................................
A Educação e a Sociedade Civil

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Emenda Constitucional n. 53
de 19 de dezembro de 2006

Dá nova redação aos arts. 7o, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Se- MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS –


nado Federal, nos termos do § 3o do art. 60 da Deputado Aldo Rebelo, Presidente – Deputado
Constituição Federal, promulgam a seguinte José Thomaz Nonô, 1 o Vice-Presidente –
Emenda ao texto constitucional: Deputado Ciro Nogueira, 2o Vice-Presidente
............................................................................... – Deputado Inocêncio Oliveira, 1o Secretário
– Deputado Nilton Capixaba, 2o Secretário –
Art. 3o  Esta Emenda Constitucional entra em Deputado Eduardo Gomes, 3o Secretário.
vigor na data de sua publicação, mantidos os MESA DO SENADO FEDERAL – Senador
efeitos do art. 60 do Ato das Disposições Cons- Renan Calheiros, Presidente – Senador Tião
titucionais Transitórias, conforme estabelecido Viana, 1o Vice-Presidente – Senador Antero Paes
pela Emenda Constitucional no 14, de 12 de se- de Barros, 2o Vice-Presidente – Senador Efraim
tembro de 1996, até o início da vigência dos Fun- Morais, 1o Secretário – Senador João Alberto
dos, nos termos desta Emenda Constitucional. Souza, 2o Secretário – Senador Paulo Octávio, 3o
Secretário – Senador Eduardo Siqueira Campos,
Brasília, em 19 de dezembro de 2006. 4o Secretário.

Dispositivos Constitucionais Pertinentes

15
Emenda Constitucional n. 67
de 22 de dezembro de 2010

Prorroga, por tempo indeterminado, o prazo de vigência do Fundo de Combate e Erradicação da


Pobreza.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Se- Art. 2o  Esta Emenda Constitucional entra em
nado Federal, nos termos do § 3o do art. 60 da vigor na data de sua publicação.
Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao texto constitucional: Brasília, em 22 de dezembro de 2010.

Art. 1o  Prorrogam-se, por tempo indetermi- MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
nado, o prazo de vigência do Fundo de Com- – Deputado Marco Maia, Presidente –
bate e Erradicação da Pobreza a que se refere Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto,
o caput do art. 79 do Ato das Disposições 2o Vice-Presidente – Deputado Odair Cunha,
Constitucionais Transitórias e, igualmente, 3o Secretário – Deputado Nelson Marquezelli,
o prazo de vigência da Lei Complementar 4o Secretário.
no 111, de 6 de julho de 2001, que “Dispõe MESA DO SENADO FEDERAL − Senador
sobre o Fundo de Combate e Erradicação da Jo s é S ar n e y , P re s i d e nt e – S e n a d o ra
Pobreza, na forma prevista nos arts. 79, 80 e Serys Slhessarenko, 2a Vice-Presidente − Senador
81 do Ato das Disposições Constitucionais Heráclito Fortes, 1o Secretário − Senador Mão
Transitórias”. Santa, 3o Secretário.
A Educação e a Sociedade Civil

16
A Educação
Lei n. 4.024/1961
de 20 de dezembro de 19611

Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 1o  Ao Conselho Nacional de Educação,


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono além de outras atribuições que lhe forem con-
a seguinte Lei:1 feridas por lei, compete:
a) subsidiar a elaboração e acompanhar a
Arts. 1o a 5o Revogados. execução do Plano Nacional de Educação;
b) manifestar-se sobre questões que abran-
jam mais de um nível ou modalidade de ensino;
TÍTULO IV – Da Administração do Ensino c) assessorar o Ministério da Educação e
do Desporto no diagnóstico dos problemas e
Art. 6o  O Ministério da Educação e do Des- deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os
porto exerce as atribuições do poder público sistemas de ensino, especialmente no que diz
federal em matéria de educação, cabendo-lhe respeito à integração dos seus diferentes níveis
formular e avaliar a política nacional de educa- e modalidades;
ção, zelar pela qualidade do ensino e velar pelo d) emitir parecer sobre assuntos da área
cumprimento das leis que o regem.2 educacional, por iniciativa de seus conselheiros
§ 1o  No desempenho de suas funções, o ou quando solicitado pelo Ministro de Estado
Ministério da Educação e do Desporto contará da Educação e do Desporto;
com a colaboração do Conselho Nacional de e) manter intercâmbio com os sistemas de
Educação e das Câmaras que o compõem. ensino dos Estados e do Distrito Federal;
§ 2o  Os conselheiros exercem função de f) analisar e emitir parecer sobre questões
interesse público relevante, com precedência relativas à aplicação da legislação educacional,
sobre quaisquer outros cargos públicos de que no que diz respeito à integração entre os dife-
sejam titulares e, quando convocados, farão rentes níveis e modalidade de ensino;
jus a transporte, diárias e jetons de presença g) elaborar o seu regimento, a ser aprovado
a serem fixados pelo Ministro de Estado da pelo Ministro de Estado da Educação e do
Educação e do Desporto. Desporto.
§ 3o  O ensino militar será regulado por lei § 2o  O Conselho Nacional de Educação
especial. reunir-se-á ordinariamente a cada dois meses
e suas Câmaras, mensalmente e, extraordina-
Art. 7o  O Conselho Nacional de Educação, riamente, sempre que convocado pelo Ministro
composto pelas Câmaras de Educação Básica de Estado da Educação e do Desporto.
e de Educação Superior, terá atribuições nor- § 3o  O Conselho Nacional de Educação será
A Educação e a Sociedade Civil

mativas, deliberativas e de assessoramento ao presidido por um de seus membros, eleito por


Ministro de Estado da Educação e do Desporto, seus pares para mandato de dois anos, vedada
de forma a assegurar a participação da socieda- a reeleição imediata.
de no aperfeiçoamento da educação nacional.3 § 4o  O Ministro de Estado da Educação e do
Desporto presidirá as sessões a que comparecer.
1
Revogada pela Lei no 9.394/1996, exceto os arts.
6o a 9o. Art. 8o  A Câmara de Educação Básica e a
2
Lei no 9.131/1995. Câmara de Educação Superior serão constitu-
3
Lei no 9.131/1995. ídas, cada uma, por doze conselheiros, sendo
18
membros natos, na Câmara de Educação Bá- escolha do membro nato, para mandato de um
sica, o Secretário de Educação Fundamental e ano, permitida uma única reeleição imediata.
na Câmara de Educação Superior, o Secretário
de Educação Superior, ambos do Ministério Art. 9o  As Câmaras emitirão pareceres e deci-
da Educação e do Desporto e nomeados pelo dirão, privativa e autonomamente, os assuntos
Presidente da República. 4 a elas pertinentes, cabendo, quando for o caso,
§ 1o  A escolha e nomeação dos conselheiros recurso ao Conselho Pleno.5
será feita pelo Presidente da República, sendo § 1o  São atribuições da Câmara de Educação
que, pelo menos a metade, obrigatoriamente, Básica:
dentre os indicados em listas elaboradas espe- a) examinar os problemas da educação
cialmente para cada Câmara, mediante consulta infantil, do ensino fundamental, da educação
a entidades da sociedade civil, relacionadas às especial e do ensino médio e tecnológico e
áreas de atuação dos respectivos colegiados. oferecer sugestões para sua solução;
§ 2o  Para a Câmara de Educação Básica b) analisar e emitir parecer sobre os resulta-
a consulta envolverá, necessariamente, indi- dos dos processos de avaliação dos diferentes
cações formuladas por entidades nacionais, níveis e modalidades mencionados na alínea
públicas e particulares, que congreguem os anterior;
docentes, dirigentes de instituições de ensino c) deliberar sobre as diretrizes curriculares
e os Secretários de Educação dos Municípios, propostas pelo Ministério da Educação e do
dos Estados e do Distrito Federal. Desporto;
§ 3o  Para a Câmara de Educação Superior d) colaborar na preparação do Plano Nacio-
a consulta envolverá, necessariamente, indi- nal de Educação e acompanhar sua execução,
cações formuladas por entidades nacionais, no âmbito de sua atuação;
públicas e particulares, que congreguem os rei- e) assessorar o Ministro de Estado da Edu-
tores de universidades, diretores de instituições cação e do Desporto em todos os assuntos
isoladas, os docentes, os estudantes e segmentos relativos à educação básica;
representativos da comunidade científica. f ) manter intercâmbio com os sistemas
§ 4o  A indicação, a ser feita por entidades de ensino dos Estados e do Distrito Federal,
e segmentos da sociedade civil, deverá incidir acompanhando a execução dos respectivos
sobre brasileiros de reputação ilibada, que te- Planos de Educação;
nham prestado serviços relevantes à educação, g) analisar as questões relativas à aplicação
à ciência e à cultura. da legislação referente à educação básica;
§ 5o  Na escolha dos nomes que comporão as § 2o  São atribuições da Câmara de Educação
Câmaras, o Presidente da República levará em Superior:
conta a necessidade de estarem representadas a) (Revogada);
todas as regiões do país e as diversas modalida- b) oferecer sugestões para a elaboração do
des de ensino, de acordo com a especificidade Plano Nacional de Educação e acompanhar sua
de cada colegiado. execução, no âmbito de sua atuação;
§ 6 o  Os conselheiros terão mandato de c) deliberar sobre as diretrizes curriculares
quatro anos, permitida uma recondução para propostas pelo Ministério da Educação e do
o período imediatamente subseqüente, haven- Desporto, para os cursos de graduação;
do renovação de metade das Câmaras a cada d) deliberar sobre as normas a serem segui-
dois anos, sendo que, quando da constituição das pelo Poder Executivo para a autorização,
do Conselho, metade de seus membros serão o reconhecimento, a renovação e a suspensão
nomeados com mandato de dois anos. do reconhecimento de cursos e habilitações
§ 7o  Cada Câmara será presidida por um oferecidos por instituições de ensino superior;
A Educação

conselheiro escolhido por seus pares, vedada a


5
Leis nos 9.131/1995 e 10.861/2004 e Medida
4
Lei no 9.131/1995. Provisória no 2.216-37/2001.
19
e) deliberar sobre as normas a serem se- bre autorização prévia daqueles oferecidos por
guidas pelo Poder Executivo para o creden- instituições não universitárias, por iniciativa do
ciamento, o recredenciamento periódico e o Ministério da Educação em caráter excepcional,
descredenciamento de instituições de ensino na forma do regulamento a ser editado pelo
superior integrantes do Sistema Federal de Poder Executivo.
Ensino, bem assim a suspensão de prerroga- § 3o  As atribuições constantes das alíneas
tivas de autonomia das instituições que dessas d, e e f do parágrafo anterior poderão ser de-
gozem, no caso de desempenho insuficiente de legadas, em parte ou no todo, aos Estados e ao
seus cursos no Exame Nacional de Cursos e nas Distrito Federal.
demais avaliações conduzidas pelo Ministério § 4o  O recredenciamento a que se refere
da Educação; a alínea e do § 2o deste artigo poderá incluir
f) deliberar sobre o credenciamento e o re- determinação para a desativação de cursos e
credenciamento periódico de universidades e habilitações.
centros universitários, com base em relatórios
e avaliações apresentados pelo Ministério da Arts. 10 a 120. Revogados.
Educação, bem assim sobre seus respectivos
estatutos; Brasília, 20 de dezembro de 1961; 140o da In-
g) deliberar sobre os relatórios para reco- dependência e 73o da República.
nhecimento periódico de cursos de mestrado
e doutorado, elaborados pelo Ministério da JOÃO GOULART – Tancredo Neves – Alfredo
Educação e do Desporto, com base na avaliação Nasser – Angelo Nolasco – João de Cegadas
dos cursos; Viana – San Tiago Dantas – Walther Moreira
h) analisar questões relativas à aplicação da Salles – Vigílio Távora – Armando Monteiro
legislação referente à educação superior; – Antonio de Oliveira Brito – A. Franco Mon-
i) assessorar o Ministro de Estado da Edu- touro – Clovis M. Travassos – Souto Maior
cação e do Desporto nos assuntos relativos à – Ulysses Guimarães – Gabriel de R. Passos
educação superior.
j) deliberar sobre processos de reconheci- Publicada no DOU de 27/12/1961.6
mento de cursos e habilitações oferecidos por
instituições de ensino superior, assim como so-
6
Retificada em 28/12/1961.
A Educação e a Sociedade Civil

20
Lei n. 9.394/1996
de 20 de dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber IV – respeito à liberdade e apreço à tole-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono rância;
a seguinte Lei: V – coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em esta-
TÍTULO I – Da Educação belecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educa-
Art. 1o  A educação abrange os processos for- ção escolar;
mativos que se desenvolvem na vida familiar, VIII – gestão democrática do ensino público,
na convivência humana, no trabalho, nas insti- na forma desta Lei e da legislação dos sistemas
tuições de ensino e pesquisa, nos movimentos de ensino;
sociais e organizações da sociedade civil e nas IX – garantia de padrão de qualidade;
manifestações culturais. X – valorização da experiência extra-escolar;
§ 1o  Esta Lei disciplina a educação escolar, XI – vinculação entre a educação escolar, o
que se desenvolve, predominantemente, por trabalho e as práticas sociais.
meio do ensino, em instituições próprias. XII – consideração com a diversidade
§ 2o  A educação escolar deverá vincular-se étnico-racial.
ao mundo do trabalho e à prática social.

TÍTULO III – Do Direito à Educação e do


TÍTULO II – Dos Princípios e Fins da Dever de Educar
Educação Nacional
Art. 4o  O dever do Estado com educação
Art. 2   A educação, dever da família e do
o
escolar pública será efetivado mediante a ga-
Estado, inspirada nos princípios de liberdade rantia de:8
e nos ideais de solidariedade humana, tem por I – educação básica obrigatória e gratuita
finalidade o pleno desenvolvimento do educan- dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
do, seu preparo para o exercício da cidadania e organizada da seguinte forma:
sua qualificação para o trabalho. a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
Art. 3o  O ensino será ministrado com base nos c) ensino médio;
seguintes princípios:7 II – educação infantil gratuita às crianças de
I – igualdade de condições para o acesso e até 5 (cinco) anos de idade;
permanência na escola; III – atendimento educacional especializado
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar gratuito aos educandos com deficiência, trans-
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o tornos globais do desenvolvimento e altas habi-
saber; lidades ou superdotação, transversal a todos os
III – pluralismo de idéias e de concepções níveis, etapas e modalidades, preferencialmente
A Educação

pedagógicas; na rede regular de ensino;


7
 Lei no 12.796/2013. 8
Leis nos 11.700/2008, 12.061/2009 e 12.796/2013.
21
IV – acesso público e gratuito aos ensinos acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste
fundamental e médio para todos os que não artigo, contemplando em seguida os demais
os concluíram na idade própria; níveis e modalidades de ensino, conforme as
V – acesso aos níveis mais elevados do ensi- prioridades constitucionais e legais.
no, da pesquisa e da criação artística, segundo § 3 o  Qualquer das partes mencionadas
a capacidade de cada um; no caput deste artigo tem legitimidade para
VI – oferta de ensino noturno regular, ade- peticionar no Poder Judiciário, na hipótese
quado às condições do educando; do § 2o do art. 208 da Constituição Federal,
VII – oferta de educação escolar regular sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial
para jovens e adultos, com características e correspondente.
modalidades adequadas às suas necessidades e § 4o  Comprovada a negligência da autori-
disponibilidades, garantindo-se aos que forem dade competente para garantir o oferecimento
trabalhadores as condições de acesso e perma- do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada
nência na escola; por crime de responsabilidade.
VIII – atendimento ao educando, em todas § 5o  Para garantir o cumprimento da obri-
as etapas da educação básica, por meio de gatoriedade de ensino, o Poder Público criará
programas suplementares de material didático- formas alternativas de acesso aos diferentes
-escolar, transporte, alimentação e assistência níveis de ensino, independentemente da esco-
à saúde; larização anterior.
IX – padrões mínimos de qualidade de en-
sino, definidos como a variedade e quantidade Art. 6o  É dever dos pais ou responsáveis efetuar
mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis a matrícula das crianças na educação básica a
ao desenvolvimento do processo de ensino- partir dos 4 (quatro) anos de idade.10
-aprendizagem.
X – vaga na escola pública de educação in- Art. 7o  O ensino é livre à iniciativa privada,
fantil ou de ensino fundamental mais próxima atendidas as seguintes condições:
de sua residência a toda criança a partir do dia I – cumprimento das normas gerais da
em que completar 4 (quatro) anos de idade. educação nacional e do respectivo sistema de
ensino;
Art. 5o  O acesso à educação básica obrigatória II – autorização de funcionamento e avalia-
é direito público subjetivo, podendo qualquer ção de qualidade pelo Poder Público;
cidadão, grupo de cidadãos, associação co- III – capacidade de autofinanciamento, res-
munitária, organização sindical, entidade de salvado o previsto no art. 213 da Constituição
classe ou outra legalmente constituída e, ainda, Federal.
o Ministério Público, acionar o poder público
para exigi-lo.9
§ 1o  O poder público, na esfera de sua com- TÍTULO IV – Da Organização da Educação
petência federativa, deverá: Nacional
I – recensear anualmente as crianças e
adolescentes em idade escolar, bem como os Art. 8o  A União, os Estados, o Distrito Federal
A Educação e a Sociedade Civil

jovens e adultos que não concluíram a educa- e os Municípios organizarão, em regime de


ção básica; colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
II – fazer-lhes a chamada pública; § 1 o  Caberá à União a coordenação da
III – zelar, junto aos pais ou responsáveis, política nacional de educação, articulando os
pela freqüência à escola. diferentes níveis e sistemas e exercendo função
§ 2o  Em todas as esferas administrativas, o normativa, redistributiva e supletiva em relação
Poder Público assegurará em primeiro lugar o às demais instâncias educacionais.
9
Lei no 12.796/2013. 10
Leis nos 11.114/2005 e 12.796/2013.
22
§ 2o  Os sistemas de ensino terão liberdade § 3o  As atribuições constantes do inciso IX
de organização nos termos desta Lei. poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito
Federal, desde que mantenham instituições de
Art. 9o  A União incumbir-se-á de: educação superior.
I – elaborar o Plano Nacional de Educação,
em colaboração com os Estados, o Distrito Art. 10.  Os Estados incumbir-se-ão de:11
Federal e os Municípios; I – organizar, manter e desenvolver os ór-
II – organizar, manter e desenvolver os ór- gãos e instituições oficiais dos seus sistemas
gãos e instituições oficiais do sistema federal de de ensino;
ensino e o dos Territórios; II – definir, com os Municípios, formas de
III – prestar assistência técnica e financeira colaboração na oferta do ensino fundamental,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- as quais devem assegurar a distribuição pro-
pios para o desenvolvimento de seus sistemas porcional das responsabilidades, de acordo
de ensino e o atendimento prioritário à esco- com a população a ser atendida e os recursos
laridade obrigatória, exercendo sua função financeiros disponíveis em cada uma dessas
redistributiva e supletiva; esferas do Poder Público;
IV – estabelecer, em colaboração com os III – elaborar e executar políticas e planos
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, educacionais, em consonância com as diretrizes
competências e diretrizes para a educação in- e planos nacionais de educação, integrando e
fantil, o ensino fundamental e o ensino médio, coordenando as suas ações e as dos seus Mu-
que nortearão os currículos e seus conteúdos nicípios;
mínimos, de modo a assegurar formação básica IV – autorizar, reconhecer, credenciar,
comum; supervisionar e avaliar, respectivamente, os
V – coletar, analisar e disseminar informa- cursos das instituições de educação superior e
ções sobre a educação; os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
VI – assegurar processo nacional de avalia- V – baixar normas complementares para o
ção do rendimento escolar no ensino funda- seu sistema de ensino;
mental, médio e superior, em colaboração com VI – assegurar o ensino fundamental e ofe-
os sistemas de ensino, objetivando a definição recer, com prioridade, o ensino médio a todos
de prioridades e a melhoria da qualidade do que o demandarem, respeitado o disposto no
ensino; art. 38 desta Lei;
VII – baixar normas gerais sobre cursos de VII – assumir o transporte escolar dos alu-
graduação e pós-graduação; nos da rede estadual.
VIII – assegurar processo nacional de ava- Parágrafo único.  Ao Distrito Federal aplicar-
liação das instituições de educação superior, -se-ão as competências referentes aos Estados
com a cooperação dos sistemas que tiverem e aos Municípios.
responsabilidade sobre este nível de ensino;
IX – autorizar, reconhecer, credenciar, Art. 11.  Os Municípios incumbir-se-ão de:12
supervisionar e avaliar, respectivamente, os I – organizar, manter e desenvolver os ór-
cursos das instituições de educação superior e gãos e instituições oficiais dos seus sistemas
os estabelecimentos do seu sistema de ensino. de ensino, integrando-os às políticas e planos
§ 1o  Na estrutura educacional, haverá um educacionais da União e dos Estados;
Conselho Nacional de Educação, com funções II – exercer ação redistributiva em relação
normativas e de supervisão e atividade perma- às suas escolas;
nente, criado por lei. III – baixar normas complementares para o
§ 2o  Para o cumprimento do disposto nos seu sistema de ensino;
A Educação

incisos V a IX, a União terá acesso a todos os


dados e informações necessários de todos os 11
Leis nos 10.709/2003 e 12.061/2009.
estabelecimentos e órgãos educacionais. 12
Lei no 10.709/2003.
23
IV – autorizar, credenciar e supervisionar I – participar da elaboração da proposta
os estabelecimentos do seu sistema de ensino; pedagógica do estabelecimento de ensino;
V – oferecer a educação infantil em creches II – elaborar e cumprir plano de trabalho,
e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino segundo a proposta pedagógica do estabeleci-
fundamental, permitida a atuação em outros mento de ensino;
níveis de ensino somente quando estiverem III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
atendidas plenamente as necessidades de sua IV – estabelecer estratégias de recuperação
área de competência e com recursos acima para os alunos de menor rendimento;
dos percentuais mínimos vinculados pela V – ministrar os dias letivos e horas-aula
Constituição Federal à manutenção e desen- estabelecidos, além de participar integralmente
volvimento do ensino. dos períodos dedicados ao planejamento, à
VI – assumir o transporte escolar dos alunos avaliação e ao desenvolvimento profissional;
da rede municipal. VI – colaborar com as atividades de arti-
Parágrafo único.  Os Municípios poderão culação da escola com as famílias e a comu-
optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual nidade.
de ensino ou compor com ele um sistema único
de educação básica. Art. 14.  Os sistemas de ensino definirão as
normas da gestão democrática do ensino
Art. 12.  Os estabelecimentos de ensino, respei- público na educação básica, de acordo com as
tadas as normas comuns e as do seu sistema de suas peculiaridades e conforme os seguintes
ensino, terão a incumbência de:13 princípios:
I – elaborar e executar sua proposta peda- I – participação dos profissionais da edu-
gógica; cação na elaboração do projeto pedagógico
II – administrar seu pessoal e seus recursos da escola;
materiais e financeiros; II – participação das comunidades escolar e
III – assegurar o cumprimento dos dias local em conselhos escolares ou equivalentes.
letivos e horas-aula estabelecidas;
IV – velar pelo cumprimento do plano de Art. 15.  Os sistemas de ensino assegurarão
trabalho de cada docente; às unidades escolares públicas de educação
V – prover meios para a recuperação dos básica que os integram progressivos graus de
alunos de menor rendimento; autonomia pedagógica e administrativa e de
VI – articular-se com as famílias e a comu- gestão financeira, observadas as normas gerais
nidade, criando processos de integração da de direito financeiro público.
sociedade com a escola;
VII – informar pai e mãe, conviventes ou não Art. 16.  O sistema federal de ensino com-
com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis preende:
legais, sobre a frequência e rendimento dos I – as instituições de ensino mantidas pela
alunos, bem como sobre a execução da proposta União;
pedagógica da escola; II – as instituições de educação superior
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do criadas e mantidas pela iniciativa privada;
A Educação e a Sociedade Civil

Município, ao juiz competente da Comarca III – os órgãos federais de educação.


e ao respectivo representante do Ministério
Público a relação dos alunos que apresentem Art. 17.  Os sistemas de ensino dos Estados e
quantidade de faltas acima de cinqüenta por do Distrito Federal compreendem:
cento do percentual permitido em lei. I – as instituições de ensino mantidas, res-
pectivamente, pelo Poder Público estadual e
Art. 13.  Os docentes incumbir-se-ão de: pelo Distrito Federal;
II – as instituições de educação superior
13
Leis nos 10.287/2001 e 12.013/2009. mantidas pelo Poder Público municipal;
24
III – as instituições de ensino fundamental IV – filantrópicas, na forma da lei.
e médio criadas e mantidas pela iniciativa
privada;
IV – os órgãos de educação estaduais e do TÍTULO V – Dos Níveis e das Modalidades
Distrito Federal, respectivamente. de Educação e Ensino
Parágrafo único.  No Distrito Federal, as
instituições de educação infantil, criadas e CAPÍTULO I – Da Composição dos Níveis
mantidas pela iniciativa privada, integram seu Escolares
sistema de ensino.
Art. 21.  A educação escolar compõe-se de:
Art. 18.  Os sistemas municipais de ensino I – educação básica, formada pela educação
compreendem: infantil, ensino fundamental e ensino médio;
I – as instituições do ensino fundamental, II – educação superior.
médio e de educação infantil mantidas pelo
Poder Público municipal;
II – as instituições de educação infantil cria- CAPÍTULO II – Da Educação Básica
das e mantidas pela iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação. SEÇÃO I – Das Disposições Gerais

Art. 19.  As instituições de ensino dos diferen- Art. 22.  A educação básica tem por finalidades
tes níveis classificam-se nas seguintes categorias desenvolver o educando, assegurar-lhe a forma-
administrativas: ção comum indispensável para o exercício da
I – públicas, assim entendidas as criadas ou cidadania e fornecer-lhe meios para progredir
incorporadas, mantidas e administradas pelo no trabalho e em estudos posteriores.
Poder Público;
II – privadas, assim entendidas as mantidas Art. 23.  A educação básica poderá organizar-
e administradas por pessoas físicas ou jurídicas -se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
de direito privado. alternância regular de períodos de estudos,
grupos não-seriados, com base na idade, na
Art. 20.  As instituições privadas de ensino se competência e em outros critérios, ou por
enquadrarão nas seguintes categorias:14 forma diversa de organização, sempre que o
I – particulares em sentido estrito, assim interesse do processo de aprendizagem assim
entendidas as que são instituídas e mantidas o recomendar.
por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas § 1o  A escola poderá reclassificar os alunos,
de direito privado que não apresentem as ca- inclusive quando se tratar de transferências
racterísticas dos incisos abaixo; entre estabelecimentos situados no País e no
II – comunitárias, assim entendidas as que exterior, tendo como base as normas curricu-
são instituídas por grupos de pessoas físicas ou lares gerais.
por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive § 2o  O calendário escolar deverá adequar-se
cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, às peculiaridades locais, inclusive climáticas e
que incluam na sua entidade mantenedora econômicas, a critério do respectivo sistema
representantes da comunidade; de ensino, sem com isso reduzir o número de
III – confessionais, assim entendidas as que horas letivas previsto nesta Lei.
são instituídas por grupos de pessoas físicas ou
por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem Art. 24.  A educação básica, nos níveis funda-
a orientação confessional e ideologia específicas mental e médio, será organizada de acordo com
A Educação

e ao disposto no inciso anterior; as seguintes regras comuns:


I – a carga horária mínima anual será de
14
Lei no 12.020/2009. oitocentas horas, distribuídas por um mínimo
25
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, e nas normas do respectivo sistema de ensi-
excluído o tempo reservado aos exames finais, no, exigida a freqüência mínima de setenta e
quando houver; cinco por cento do total de horas letivas para
II – a classificação em qualquer série ou eta- aprovação;
pa, exceto a primeira do ensino fundamental, VII – cabe a cada instituição de ensino
pode ser feita: expedir históricos escolares, declarações de
a) por promoção, para alunos que cursaram, conclusão de série e diplomas ou certificados
com aproveitamento, a série ou fase anterior, na de conclusão de cursos, com as especificações
própria escola; cabíveis.
b) por transferência, para candidatos proce-
dentes de outras escolas; Art. 25.  Será objetivo permanente das autori-
c) independentemente de escolarização an- dades responsáveis alcançar relação adequada
terior, mediante avaliação feita pela escola, que entre o número de alunos e o professor, a carga
defina o grau de desenvolvimento e experiência horária e as condições materiais do estabele-
do candidato e permita sua inscrição na série cimento.
ou etapa adequada, conforme regulamentação Parágrafo único.  Cabe ao respectivo sistema
do respectivo sistema de ensino; de ensino, à vista das condições disponíveis e
III – nos estabelecimentos que adotam das características regionais e locais, estabele-
a progressão regular por série, o regimento cer parâmetro para atendimento do disposto
escolar pode admitir formas de progressão neste artigo.
parcial, desde que preservada a seqüência do
currículo, observadas as normas do respectivo Art. 26.  Os currículos da educação infantil, do
sistema de ensino; ensino fundamental e do ensino médio devem
IV – poderão organizar-se classes, ou tur- ter base nacional comum, a ser complementada,
mas, com alunos de séries distintas, com níveis em cada sistema de ensino e em cada estabele-
equivalentes de adiantamento na matéria, para cimento escolar, por uma parte diversificada,
o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou ou- exigida pelas características regionais e locais
tros componentes curriculares; da sociedade, da cultura, da economia e dos
V – a verificação do rendimento escolar educandos.15
observará os seguintes critérios: § 1o  Os currículos a que se refere o caput
a) avaliação contínua e cumulativa do devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da
desempenho do aluno, com prevalência dos língua portuguesa e da matemática, o conheci-
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e mento do mundo físico e natural e da realidade
dos resultados ao longo do período sobre os social e política, especialmente do Brasil.
de eventuais provas finais; § 2o  O ensino da arte, especialmente em suas
b) possibilidade de aceleração de estudos expressões regionais, constituirá componente
para alunos com atraso escolar; curricular obrigatório nos diversos níveis da
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas educação básica, de forma a promover o de-
séries mediante verificação do aprendizado; senvolvimento cultural dos alunos.
d) aproveitamento de estudos concluídos § 3o  A educação física, integrada à proposta
A Educação e a Sociedade Civil

com êxito; pedagógica da escola, é componente curricular


e) obrigatoriedade de estudos de recupera- obrigatório da educação básica, sendo sua prá-
ção, de preferência paralelos ao período letivo, tica facultativa ao aluno:
para os casos de baixo rendimento escolar, a I – que cumpra jornada de trabalho igual ou
serem disciplinados pelas instituições de ensino superior a seis horas;
em seus regimentos;
VI – o controle de freqüência fica a cargo da 15
Leis nos 10.793/2003, 11.769/2008, 12.287/2010
escola, conforme o disposto no seu regimento 12.608/2012 e 12.796/2013.

26
II – maior de trinta anos de idade; todo o currículo escolar, em especial nas áreas
III – que estiver prestando serviço militar de educação artística e de literatura e história
inicial ou que, em situação similar, estiver brasileiras.
obrigado à prática da educação física;
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, Art. 27.  Os conteúdos curriculares da edu-
de 21 de outubro de 1969; cação básica observarão, ainda, as seguintes
V – (vetado); diretrizes:
VI – que tenha prole. I – a difusão de valores fundamentais ao
§ 4o  O ensino da História do Brasil levará interesse social, aos direitos e deveres dos ci-
em conta as contribuições das diferentes cultu- dadãos, de respeito ao bem comum e à ordem
ras e etnias para a formação do povo brasileiro, democrática;
especialmente das matrizes indígena, africana II – consideração das condições de escola-
e européia. ridade dos alunos em cada estabelecimento;
§ 5o  Na parte diversificada do currículo será III – orientação para o trabalho;
incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta IV – promoção do desporto educacional e
série, o ensino de pelo menos uma língua es- apoio às práticas desportivas não-formais.
trangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo
da comunidade escolar, dentro das possibilida- Art. 28.  Na oferta de educação básica para
des da instituição. a população rural, os sistemas de ensino
§ 6o  A música deverá ser conteúdo obri- promoverão as adaptações necessárias à sua
gatório, mas não exclusivo, do componente adequação às peculiaridades da vida rural e de
curricular de que trata o § 2o deste artigo. cada região, especialmente:
§ 7o  Os currículos do ensino fundamental e I – conteúdos curriculares e metodologias
médio devem incluir os princípios da proteção apropriadas às reais necessidades e interesses
e defesa civil e a educação ambiental de forma dos alunos da zona rural;
integrada aos conteúdos obrigatórios. II – organização escolar própria, incluindo
adequação do calendário escolar às fases do
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino ciclo agrícola e às condições climáticas;
fundamental e de ensino médio, públicos e pri- III – adequação à natureza do trabalho na
vados, torna-se obrigatório o estudo da história zona rural.
e cultura afro-brasileira e indígena.16
§ 1o  O conteúdo programático a que se
refere este artigo incluirá diversos aspectos SEÇÃO II – Da Educação Infantil
da história e da cultura que caracterizam a
formação da população brasileira, a partir Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa
desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da educação básica, tem como finalidade o
da história da África e dos africanos, a luta desenvolvimento integral da criança de até 5
dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicoló-
cultura negra e indígena brasileira e o negro gico, intelectual e social, complementando a
e o índio na formação da sociedade nacional, ação da família e da comunidade.17
resgatando as suas contribuições nas áreas
social, econômica e política, pertinentes à Art. 30.  A educação infantil será oferecida
história do Brasil. em:18
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e I – creches, ou entidades equivalentes, para
cultura afro-brasileira e dos povos indígenas crianças de até três anos de idade;
brasileiros serão ministrados no âmbito de
A Educação

17
Lei no 12.796/2013.
18
16
Lei no 11.645/2008. Lei no 12.796/2013.

27
II – pré-escolas, para as crianças de 4 (qua- tolerância recíproca em que se assenta a vida
tro) a 5 (cinco) anos de idade. social.
§ 1o  É facultado aos sistemas de ensino
Art. 31.  A educação infantil será organizada desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
de acordo com as seguintes regras comuns:19 § 2 o  Os estabelecimentos que utilizam
I – avaliação mediante acompanhamento e progressão regular por série podem adotar no
registro do desenvolvimento das crianças, sem ensino fundamental o regime de progressão
o objetivo de promoção, mesmo para o acesso continuada, sem prejuízo da avaliação do pro-
ao ensino fundamental; cesso de ensino-aprendizagem, observadas as
II – carga horária mínima anual de 800 normas do respectivo sistema de ensino.
(oitocentas) horas, distribuída por um mí- § 3o  O ensino fundamental regular será
nimo de 200 (duzentos) dias de trabalho ministrado em língua portuguesa, assegura-
educacional; da às comunidades indígenas a utilização de
III – atendimento à criança de, no mínimo, suas línguas maternas e processos próprios de
4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e aprendizagem.
de 7 (sete) horas para a jornada integral; § 4o  O ensino fundamental será presencial,
IV – controle de frequência pela instituição sendo o ensino a distância utilizado como com-
de educação pré-escolar, exigida a frequência plementação da aprendizagem ou em situações
mínima de 60% (sessenta por cento) do total emergenciais.
de horas; § 5o  O currículo do ensino fundamental
V – expedição de documentação que per- incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate
mita atestar os processos de desenvolvimento dos direitos das crianças e dos adolescentes,
e aprendizagem da criança. tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de
julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança
e do Adolescente, observada a produção e dis-
SEÇÃO III – Do Ensino Fundamental tribuição de material didático adequado.
§ 6o  O estudo sobre os símbolos nacionais
Art. 32.  O ensino fundamental obrigatório, será incluído como tema transversal nos cur-
com duração de 9 (nove) anos, gratuito na rículos do ensino fundamental.
escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos
de idade, terá por objetivo a formação básica Art. 33.  O ensino religioso, de matrícula fa-
do cidadão, mediante: 20 cultativa, é parte integrante da formação básica
I – o desenvolvimento da capacidade de do cidadão e constitui disciplina dos horários
aprender, tendo como meios básicos o pleno normais das escolas públicas de ensino fun-
domínio da leitura, da escrita e do cálculo; damental, assegurado o respeito à diversidade
II – a compreensão do ambiente natural e cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer
social, do sistema político, da tecnologia, das formas de proselitismo.21
artes e dos valores em que se fundamenta a § 1o  Os sistemas de ensino regulamenta-
sociedade; rão os procedimentos para a definição dos
III – o desenvolvimento da capacidade de conteúdos do ensino religioso e estabelecerão
A Educação e a Sociedade Civil

aprendizagem, tendo em vista a aquisição de as normas para a habilitação e admissão dos


conhecimentos e habilidades e a formação de professores.
atitudes e valores; § 2o  Os sistemas de ensino ouvirão entidade
IV – o fortalecimento dos vínculos de fa- civil, constituída pelas diferentes denominações
mília, dos laços de solidariedade humana e de religiosas, para a definição dos conteúdos do
ensino religioso.
19
Lei no 12.796/2013.
20
Leis nos 11.274/2006, 11.525/2007 e 12.472/2011. 21
Lei no 9.475/1997.

28
Art. 34.  A jornada escolar no ensino funda- II – adotará metodologias de ensino e de
mental incluirá pelo menos quatro horas de avaliação que estimulem a iniciativa dos es-
trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres- tudantes;
sivamente ampliado o período de permanência III – será incluída uma língua estrangeira
na escola. moderna, como disciplina obrigatória, escolhi-
§ 1o  São ressalvados os casos do ensino no- da pela comunidade escolar, e uma segunda, em
turno e das formas alternativas de organização caráter optativo, dentro das disponibilidades
autorizadas nesta Lei. da instituição.
§ 2o  O ensino fundamental será ministrado IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia
progressivamente em tempo integral, a critério como disciplinas obrigatórias em todas as séries
dos sistemas de ensino. do ensino médio.
§ 1o  Os conteúdos, as metodologias e as
formas de avaliação serão organizados de tal
SEÇÃO IV – Do Ensino Médio forma que ao final do ensino médio o educando
demonstre:
Art. 35.  O ensino médio, etapa final da educa- I – domínio dos princípios científicos e tec-
ção básica, com duração mínima de três anos, nológicos que presidem a produção moderna;
terá como finalidades: II – conhecimento das formas contemporâ-
I – a consolidação e o aprofundamento dos neas de linguagem;
conhecimentos adquiridos no ensino funda- III – revogado.
mental, possibilitando o prosseguimento de § 2o Revogado.
estudos; § 3o  Os cursos do ensino médio terão equi-
II – a preparação básica para o trabalho e a valência legal e habilitarão ao prosseguimento
cidadania do educando, para continuar apren- de estudos.
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com § 4o Revogado.
flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como SEÇÃO IV-A – Da Educação Profissional
pessoa humana, incluindo a formação ética e Técnica de Nível Médio23
o desenvolvimento da autonomia intelectual e
do pensamento crítico; Art. 36-A.  Sem prejuízo do disposto na Seção
IV – a compreensão dos fundamentos cien- IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a
tífico-tecnológicos dos processos produtivos, formação geral do educando, poderá prepará-lo
relacionando a teoria com a prática, no ensino para o exercício de profissões técnicas.24
de cada disciplina. Parágrafo único.  A preparação geral para
o trabalho e, facultativamente, a habilitação
Art. 36.  O currículo do ensino médio obser- profissional poderão ser desenvolvidas nos
vará o disposto na Seção I deste Capítulo e as próprios estabelecimentos de ensino médio ou
seguintes diretrizes:22 em cooperação com instituições especializadas
I – destacará a educação tecnológica bási- em educação profissional.
ca, a compreensão do significado da ciência,
das letras e das artes; o processo histórico de Art. 36-B.  A educação profissional técnica de
transformação da sociedade e da cultura; a nível médio será desenvolvida nas seguintes
língua portuguesa como instrumento de co- formas: 25
municação, acesso ao conhecimento e exercício
da cidadania;
A Educação

23
Lei no 11.741/2008.
24
Lei no 11.741/2008.
22
Leis nos 11.684/2008 e 11.741/2008. 25
Lei no 11.741/2008.

29
I – articulada com o ensino médio; mas articulada concomitante e subseqüente,
II – subseqüente, em cursos destinados a quando estruturados e organizados em etapas
quem já tenha concluído o ensino médio. com terminalidade, possibilitarão a obtenção
Parágrafo único.  A educação profissional de certificados de qualificação para o trabalho
técnica de nível médio deverá observar: após a conclusão, com aproveitamento, de cada
I – os objetivos e definições contidos nas etapa que caracterize uma qualificação para o
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas trabalho.
pelo Conselho Nacional de Educação;
II – as normas complementares dos respec-
tivos sistemas de ensino; SEÇÃO V – Da Educação de Jovens e
III – as exigências de cada instituição de Adultos
ensino, nos termos de seu projeto pedagógico.
Art. 37.  A educação de jovens e adultos será
Art. 36-C.  A educação profissional técnica de destinada àqueles que não tiveram acesso ou
nível médio articulada, prevista no inciso I do continuidade de estudos no ensino fundamen-
caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida tal e médio na idade própria.28
de forma:26 § 1o  Os sistemas de ensino assegurarão
I – integrada, oferecida somente a quem já gratuitamente aos jovens e aos adultos, que
tenha concluído o ensino fundamental, sendo o não puderam efetuar os estudos na idade re-
curso planejado de modo a conduzir o aluno à gular, oportunidades educacionais apropriadas,
habilitação profissional técnica de nível médio, consideradas as características do alunado, seus
na mesma instituição de ensino, efetuando-se interesses, condições de vida e de trabalho,
matrícula única para cada aluno; mediante cursos e exames.
II – concomitante, oferecida a quem ingres- § 2o  O Poder Público viabilizará e estimu-
se no ensino médio ou já o esteja cursando, lará o acesso e a permanência do trabalhador
efetuando-se matrículas distintas para cada na escola, mediante ações integradas e comple-
curso, e podendo ocorrer: mentares entre si.
a) na mesma instituição de ensino, apro- § 3o  A educação de jovens e adultos deverá
veitando-se as oportunidades educacionais articular-se, preferencialmente, com a educação
disponíveis; profissional, na forma do regulamento.
b) em instituições de ensino distintas,
aproveitando-se as oportunidades educacionais Art. 38.  Os sistemas de ensino manterão
disponíveis; cursos e exames supletivos, que compreen-
c) em instituições de ensino distintas, me- derão a base nacional comum do currículo,
diante convênios de intercomplementaridade, habilitando ao prosseguimento de estudos em
visando ao planejamento e ao desenvolvimento caráter regular.
de projeto pedagógico unificado. § 1o  Os exames a que se refere este artigo
realizar-se-ão:
Art. 36-D.  Os diplomas de cursos de educação I – no nível de conclusão do ensino funda-
profissional técnica de nível médio, quando mental, para os maiores de quinze anos;
A Educação e a Sociedade Civil

registrados, terão validade nacional e habilita- II – no nível de conclusão do ensino médio,


rão ao prosseguimento de estudos na educação para os maiores de dezoito anos.
superior.27 § 2 o   Os conhecimentos e habilidades
Parágrafo único.  Os cursos de educação adquiridos pelos educandos por meios infor-
profissional técnica de nível médio, nas for- mais serão aferidos e reconhecidos mediante
exames.
26
Lei no 11.741/2008.
27
Lei no 11.741/2008. 28
Lei no 11.741/2008.

30
CAPÍTULO III – Da Educação Profissional e regulares, oferecerão cursos especiais, abertos
Tecnológica29 à comunidade, condicionada a matrícula à
capacidade de aproveitamento e não necessa-
Art. 39.  A educação profissional e tecnológica, riamente ao nível de escolaridade.33
no cumprimento dos objetivos da educação
nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do CAPÍTULO IV – Da Educação Superior34
trabalho, da ciência e da tecnologia.30
§ 1o  Os cursos de educação profissional e Art. 43.  A educação superior tem por fina-
tecnológica poderão ser organizados por eixos lidade:
tecnológicos, possibilitando a construção de I – estimular a criação cultural e o desenvol-
diferentes itinerários formativos, observadas as vimento do espírito científico e do pensamento
normas do respectivo sistema e nível de ensino. reflexivo;
§ 2o  A educação profissional e tecnológica II – formar diplomados nas diferentes áreas
abrangerá os seguintes cursos: de conhecimento, aptos para a inserção em
I – de formação inicial e continuada ou setores profissionais e para a participação no
qualificação profissional; desenvolvimento da sociedade brasileira, e
II – de educação profissional técnica de colaborar na sua formação contínua;
nível médio; III – incentivar o trabalho de pesquisa e
III – de educação profissional tecnológica de investigação científica, visando o desenvolvi-
graduação e pós-graduação. mento da ciência e da tecnologia e da criação e
§ 3o  Os cursos de educação profissional difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver
tecnológica de graduação e pós-graduação o entendimento do homem e do meio em que
organizar-se-ão, no que concerne a objetivos, vive;
características e duração, de acordo com as IV – promover a divulgação de conhecimen-
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas tos culturais, científicos e técnicos que consti-
pelo Conselho Nacional de Educação. tuem patrimônio da humanidade e comunicar
o saber através do ensino, de publicações ou de
Art. 40.  A educação profissional será desen- outras formas de comunicação;
volvida em articulação com o ensino regular V – suscitar o desejo permanente de aperfei-
ou por diferentes estratégias de educação con- çoamento cultural e profissional e possibilitar
tinuada, em instituições especializadas ou no a correspondente concretização, integrando
ambiente de trabalho.31 os conhecimentos que vão sendo adquiridos
numa estrutura intelectual sistematizadora do
Art. 41.  O conhecimento adquirido na edu- conhecimento de cada geração;
cação profissional e tecnológica, inclusive no VI – estimular o conhecimento dos pro-
trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reco- blemas do mundo presente, em particular os
nhecimento e certificação para prosseguimento nacionais e regionais, prestar serviços especia-
ou conclusão de estudos.32 lizados à comunidade e estabelecer com esta
Parágrafo único.  (Revogado). uma relação de reciprocidade;
VII – promover a extensão, aberta à parti-
Art. 42.  As instituições de educação pro- cipação da população, visando à difusão das
fissional e tecnológica, além dos seus cursos conquistas e benefícios resultantes da criação
cultural e da pesquisa científica e tecnológica
29
Lei no 11.741/2008. geradas na instituição.
A Educação

30
Lei no 11.741/2008.
31
Decreto no 5.154/2004 (Regulamento). 33
Lei no 11.741/2008.
32
Lei no 11.741/2008. 34
Decreto no 5.773/2006 (Regulamento).

31
Art. 44.  A educação superior abrangerá os temporária de prerrogativas da autonomia, ou
seguintes cursos e programas:35 em descredenciamento.
I – cursos seqüenciais por campo de saber, § 2o  No caso de instituição pública, o Poder
de diferentes níveis de abrangência, abertos a Executivo responsável por sua manutenção
candidatos que atendam aos requisitos esta- acompanhará o processo de saneamento e
belecidos pelas instituições de ensino, desde fornecerá recursos adicionais, se necessários,
que tenham concluído o ensino médio ou para a superação das deficiências.
equivalente;
II – de graduação, abertos a candidatos que Art. 47.  Na educação superior, o ano letivo
tenham concluído o ensino médio ou equiva- regular, independente do ano civil, tem, no
lente e tenham sido classificados em processo mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico
seletivo; efetivo, excluído o tempo reservado aos exames
III – de pós-graduação, compreendendo finais, quando houver.
programas de mestrado e doutorado, cursos § 1o  As instituições informarão aos in-
de especialização, aperfeiçoamento e outros, teressados, antes de cada período letivo, os
abertos a candidatos diplomados em cursos programas dos cursos e demais componentes
de graduação e que atendam às exigências das curriculares, sua duração, requisitos, qualifi-
instituições de ensino; cação dos professores, recursos disponíveis e
IV – de extensão, abertos a candidatos que critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir
atendam aos requisitos estabelecidos em cada as respectivas condições.
caso pelas instituições de ensino. § 2o  Os alunos que tenham extraordinário
Parágrafo único.  Os resultados do processo aproveitamento nos estudos, demonstrado
seletivo referido no inciso II do caput deste ar- por meio de provas e outros instrumentos
tigo serão tornados públicos pelas instituições de avaliação específicos, aplicados por banca
de ensino superior, sendo obrigatória a divul- examinadora especial, poderão ter abreviada
gação da relação nominal dos classificados, a a duração dos seus cursos, de acordo com as
respectiva ordem de classificação, bem como normas dos sistemas de ensino.
do cronograma das chamadas para matrícula, § 3o  É obrigatória a freqüência de alunos e
de acordo com os critérios para preenchimento professores, salvo nos programas de educação
das vagas constantes do respectivo edital. a distância.
§ 4o  As instituições de educação superior
Art. 45.  A educação superior será ministrada oferecerão, no período noturno, cursos de
em instituições de ensino superior, públicas ou graduação nos mesmos padrões de qualidade
privadas, com variados graus de abrangência mantidos no período diurno, sendo obrigató-
ou especialização. ria a oferta noturna nas instituições públicas,
garantida a necessária previsão orçamentária.
Art. 46.  A autorização e o reconhecimento
de cursos, bem como o credenciamento de Art. 48.  Os diplomas de cursos superiores re-
instituições de educação superior, terão prazos conhecidos, quando registrados, terão validade
limitados, sendo renovados, periodicamente, nacional como prova da formação recebida por
A Educação e a Sociedade Civil

após processo regular de avaliação. seu titular.


§ 1o  Após um prazo para saneamento de § 1o  Os diplomas expedidos pelas univer-
deficiências eventualmente identificadas pela sidades serão por elas próprias registrados, e
avaliação a que se refere este artigo, haverá aqueles conferidos por instituições não-uni-
reavaliação, que poderá resultar, conforme o versitárias serão registrados em universidades
caso, em desativação de cursos e habilitações, indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
em intervenção na instituição, em suspensão § 2o  Os diplomas de graduação expedidos
por universidades estrangeiras serão revalida-
35
Leis nos 11.331/2006 e 11.632/2007. dos por universidades públicas que tenham
32
curso do mesmo nível e área ou equivalente, Parágrafo único.  É facultada a criação de uni-
respeitando-se os acordos internacionais de versidades especializadas por campo do saber.
reciprocidade ou equiparação.
§ 3o  Os diplomas de Mestrado e de Douto- Art. 53.  No exercício de sua autonomia, são
rado expedidos por universidades estrangeiras asseguradas às universidades, sem prejuízo de
só poderão ser reconhecidos por universidades outras, as seguintes atribuições:
que possuam cursos de pós-graduação reco- I – criar, organizar e extinguir, em sua sede,
nhecidos e avaliados, na mesma área de co- cursos e programas de educação superior pre-
nhecimento e em nível equivalente ou superior. vistos nesta Lei, obedecendo às normas gerais
da União e, quando for o caso, do respectivo
Art. 49.  As instituições de educação superior sistema de ensino;
aceitarão a transferência de alunos regulares, II – fixar os currículos dos seus cursos e
para cursos afins, na hipótese de existência de programas, observadas as diretrizes gerais
vagas, e mediante processo seletivo.36 pertinentes;
Parágrafo único.  As transferências ex officio III – estabelecer planos, programas e proje-
dar-se-ão na forma da lei. tos de pesquisa científica, produção artística e
atividades de extensão;
Art. 50.  As instituições de educação superior, IV – fixar o número de vagas de acordo
quando da ocorrência de vagas, abrirão ma- com a capacidade institucional e as exigências
trícula nas disciplinas de seus cursos a alunos do seu meio;
não regulares que demonstrarem capacidade V – elaborar e reformar os seus estatutos e
de cursá-las com proveito, mediante processo regimentos em consonância com as normas
seletivo prévio. gerais atinentes;
VI – conferir graus, diplomas e outros títulos;
Art. 51.  As instituições de educação superior VII – firmar contratos, acordos e convênios;
credenciadas como universidades, ao deliberar VIII – aprovar e executar planos, programas
sobre critérios e normas de seleção e admissão e projetos de investimentos referentes a obras,
de estudantes, levarão em conta os efeitos desses serviços e aquisições em geral, bem como ad-
critérios sobre a orientação do ensino médio, ministrar rendimentos conforme dispositivos
articulando-se com os órgãos normativos dos institucionais;
sistemas de ensino. IX – administrar os rendimentos e deles
dispor na forma prevista no ato de constituição,
Art. 52.  As universidades são instituições nas leis e nos respectivos estatutos;
pluridisciplinares de formação dos quadros X – receber subvenções, doações, heranças,
profissionais de nível superior, de pesquisa, legados e cooperação financeira resultante de
de extensão e de domínio e cultivo do saber convênios com entidades públicas e privadas.
humano, que se caracterizam por: Parágrafo único.  Para garantir a autonomia
I – produção intelectual institucionalizada didático-científica das universidades, caberá
mediante o estudo sistemático dos temas e aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir,
problemas mais relevantes, tanto do ponto dentro dos recursos orçamentários disponíveis,
de vista científico e cultural, quanto regional sobre:
e nacional; I – criação, expansão, modificação e extinção
II – um terço do corpo docente, pelo me- de cursos;
nos, com titulação acadêmica de mestrado ou II – ampliação e diminuição de vagas;
doutorado; III – elaboração da programação dos cursos;
III – um terço do corpo docente em regime IV – programação das pesquisas e das ativi-
A Educação

de tempo integral. dades de extensão;


V – contratação e dispensa de professores;
36
Lei no 9.536/1997 (Regulamento). VI – planos de carreira docente.
33
Art. 54.  As universidades mantidas pelo Poder colegiados deliberativos, de que participarão os
Público gozarão, na forma da lei, de estatuto segmentos da comunidade institucional, local
jurídico especial para atender às peculiaridades e regional.
de sua estrutura, organização e financiamento Parágrafo único.  Em qualquer caso, os do-
pelo Poder Público, assim como dos seus planos centes ocuparão setenta por cento dos assentos
de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. em cada órgão colegiado e comissão, inclusive
§ 1o  No exercício da sua autonomia, além nos que tratarem da elaboração e modificações
das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, estatutárias e regimentais, bem como da escolha
as universidades públicas poderão: de dirigentes.
I – propor o seu quadro de pessoal docente,
técnico e administrativo, assim como um plano Art. 57.  Nas instituições públicas de educação
de cargos e salários, atendidas as normas gerais superior, o professor ficará obrigado ao mínimo
pertinentes e os recursos disponíveis; de oito horas semanais de aulas.
II – elaborar o regulamento de seu pessoal
em conformidade com as normas gerais con-
cernentes; CAPÍTULO V – Da Educação Especial
III – aprovar e executar planos, programas
e projetos de investimentos referentes a obras, Art. 58.  Entende-se por educação especial,
serviços e aquisições em geral, de acordo com para os efeitos desta Lei, a modalidade de edu-
os recursos alocados pelo respectivo Poder cação escolar oferecida preferencialmente na
mantenedor; rede regular de ensino, para educandos com
IV – elaborar seus orçamentos anuais e deficiência, transtornos globais do desenvol-
plurianuais; vimento e altas habilidades ou superdotação.37
V – adotar regime financeiro e contábil que § 1o  Haverá, quando necessário, serviços
atenda às suas peculiaridades de organização de apoio especializado, na escola regular, para
e funcionamento; atender às peculiaridades da clientela de edu-
VI – realizar operações de crédito ou de cação especial.
financiamento, com aprovação do Poder § 2o  O atendimento educacional será feito
competente, para aquisição de bens imóveis, em classes, escolas ou serviços especializados,
instalações e equipamentos; sempre que, em função das condições específi-
VII – efetuar transferências, quitações e cas dos alunos, não for possível a sua integração
tomar outras providências de ordem orçamen- nas classes comuns de ensino regular.
tária, financeira e patrimonial necessárias ao § 3o  A oferta de educação especial, dever
seu bom desempenho. constitucional do Estado, tem início na faixa
§ 2o  Atribuições de autonomia universitária etária de zero a seis anos, durante a educação
poderão ser estendidas a instituições que com- infantil.
provem alta qualificação para o ensino ou para
a pesquisa, com base em avaliação realizada Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão
pelo Poder Público. aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 55.  Caberá à União assegurar, anual- ou superdotação:38


mente, em seu Orçamento Geral, recursos I – currículos, métodos, técnicas, recursos
suficientes para manutenção e desenvolvimento educativos e organização específicos, para
das instituições de educação superior por ela atender às suas necessidades;
mantidas. II – terminalidade específica para aqueles
que não puderem atingir o nível exigido para a
Art. 56.  As instituições públicas de educação
superior obedecerão ao princípio da gestão 37
Lei no 12.796/2013.
democrática, assegurada a existência de órgãos 38
Lei no 12.796/2013.
34
conclusão do ensino fundamental, em virtude II – trabalhadores em educação portadores
de suas deficiências, e aceleração para concluir de diploma de pedagogia, com habilitação
em menor tempo o programa escolar para os em administração, planejamento, supervisão,
superdotados; inspeção e orientação educacional, bem como
III – professores com especialização ade- com títulos de mestrado ou doutorado nas
quada em nível médio ou superior, para aten- mesmas áreas;
dimento especializado, bem como professores III – trabalhadores em educação, portadores
do ensino regular capacitados para a integração de diploma de curso técnico ou superior em
desses educandos nas classes comuns; área pedagógica ou afim.
IV – educação especial para o trabalho, Parágrafo único.  A formação dos profis-
visando a sua efetiva integração na vida em sionais da educação, de modo a atender às
sociedade, inclusive condições adequadas para especificidades do exercício de suas atividades,
os que não revelarem capacidade de inserção bem como aos objetivos das diferentes etapas
no trabalho competitivo, mediante articula- e modalidades da educação básica, terá como
ção com os órgãos oficiais afins, bem como fundamentos:
para aqueles que apresentam uma habilidade I – a presença de sólida formação básica,
superior nas áreas artística, intelectual ou que propicie o conhecimento dos fundamentos
psicomotora; científicos e sociais de suas competências de
V – acesso igualitário aos benefícios dos trabalho;
programas sociais suplementares disponíveis II – a associação entre teorias e práticas, me-
para o respectivo nível do ensino regular. diante estágios supervisionados e capacitação
em serviço;
Art. 60.  Os órgãos normativos dos sistemas de III – o aproveitamento da formação e expe-
ensino estabelecerão critérios de caracterização riências anteriores, em instituições de ensino e
das instituições privadas sem fins lucrativos, em outras atividades.
especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial, para fins de apoio técnico e Art. 62.  A formação de docentes para atuar
financeiro pelo Poder Público.39 na educação básica far-se-á em nível superior,
Parágrafo único.  O poder público adotará, em curso de licenciatura, de graduação plena,
como alternativa preferencial, a ampliação do em universidades e institutos superiores de
atendimento aos educandos com deficiência, educação, admitida, como formação mínima
transtornos globais do desenvolvimento e altas para o exercício do magistério na educação
habilidades ou superdotação na própria rede infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do en-
pública regular de ensino, independentemente sino fundamental, a oferecida em nível médio
do apoio às instituições previstas neste artigo. na modalidade normal.41
§ 1o  A União, o Distrito Federal, os Estados e
os Municípios, em regime de colaboração, deve-
TÍTULO VI – Dos Profissionais da Educação rão promover a formação inicial, a continuada
e a capacitação dos profissionais de magistério.
Art. 61.  Consideram-se profissionais da edu- § 2o  A formação continuada e a capacitação
cação escolar básica os que, nela estando em dos profissionais de magistério poderão utilizar
efetivo exercício e tendo sido formados em recursos e tecnologias de educação a distância.
cursos reconhecidos, são:40 § 3o  A formação inicial de profissionais de
I – professores habilitados em nível médio ou magistério dará preferência ao ensino presen-
superior para a docência na educação infantil e cial, subsidiariamente fazendo uso de recursos
nos ensinos fundamental e médio; e tecnologias de educação a distância.
A Educação

39
Lei no 12.796/2013. 41
Leis nos 12.056/2009, 12.796/2013 e Decreto no
40
Lei no 12.014/2009. 3.276/99 (Regulamento).
35
§ 4o  A União, o Distrito Federal, os Estados Art. 64.  A formação de profissionais de
e os Municípios adotarão mecanismos facilita- educação para administração, planejamento,
dores de acesso e permanência em cursos de inspeção, supervisão e orientação educacional
formação de docentes em nível superior para para a educação básica, será feita em cursos de
atuar na educação básica pública. graduação em pedagogia ou em nível de pós-
§ 5o  A União, o Distrito Federal, os Esta- -graduação, a critério da instituição de ensino,
dos e os Municípios incentivarão a formação garantida, nesta formação, a base comum
de profissionais do magistério para atuar na nacional.
educação básica pública mediante programa
institucional de bolsa de iniciação à docência Art. 65.  A formação docente, exceto para a
a estudantes matriculados em cursos de licen- educação superior, incluirá prática de ensino
ciatura, de graduação plena, nas instituições de de, no mínimo, trezentas horas.
educação superior.
§ 6 o  O Ministério da Educação poderá Art. 66.  A preparação para o exercício do
estabelecer nota mínima em exame nacional magistério superior far-se-á em nível de pós-
aplicado aos concluintes do ensino médio como -graduação, prioritariamente em programas de
pré-requisito para o ingresso em cursos de mestrado e doutorado.
graduação para formação de docentes, ouvido Parágrafo único.  O notório saber, reconhe-
o Conselho Nacional de Educação – CNE. cido por universidade com curso de doutorado
§ 7o (Vetado). em área afim, poderá suprir a exigência de título
acadêmico.
Art. 62-A.  A formação dos profissionais a que
se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio Art. 67.  Os sistemas de ensino promoverão
de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em a valorização dos profissionais da educação,
nível médio ou superior, incluindo habilitações assegurando-lhes, inclusive nos termos dos
tecnológicas.42 estatutos e dos planos de carreira do magistério
Parágrafo único.  Garantir-se-á formação público:43
continuada para os profissionais a que se refere I – ingresso exclusivamente por concurso
o caput, no local de trabalho ou em instituições público de provas e títulos;
de educação básica e superior, incluindo cursos II – aperfeiçoamento profissional continu-
de educação profissional, cursos superiores ado, inclusive com licenciamento periódico
de graduação plena ou tecnológicos e de pós- remunerado para esse fim;
-graduação. III – piso salarial profissional;
IV – progressão funcional baseada na
Art. 63.  Os institutos superiores de educação titulação ou habilitação, e na avaliação do
manterão: desempenho;
I – cursos formadores de profissionais para V – período reservado a estudos, plane-
a educação básica, inclusive o curso normal jamento e avaliação, incluído na carga de
superior, destinado à formação de docentes trabalho;
para a educação infantil e para as primeiras VI – condições adequadas de trabalho.
A Educação e a Sociedade Civil

séries do ensino fundamental; § 1o  A experiência docente é pré-requisito


II – programas de formação pedagógica para para o exercício profissional de quaisquer
portadores de diplomas de educação superior outras funções de magistério, nos termos das
que queiram se dedicar à educação básica; normas de cada sistema de ensino.
III – programas de educação continuada § 2o  Para os efeitos do disposto no § 5o do
para os profissionais de educação dos diversos art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição
níveis. Federal, são consideradas funções de magistério
42
Lei no 12.796/2013. 43
Lei no 11.301/2006.
36
as exercidas por professores e especialistas em por lei que autorizar a abertura de créditos
educação no desempenho de atividades edu- adicionais, com base no eventual excesso de
cativas, quando exercidas em estabelecimento arrecadação.
de educação básica em seus diversos níveis e § 4o  As diferenças entre a receita e a despe-
modalidades, incluídas, além do exercício da sa previstas e as efetivamente realizadas, que
docência, as de direção de unidade escolar e as resultem no não atendimento dos percentuais
de coordenação e assessoramento pedagógico. mínimos obrigatórios, serão apuradas e corri-
§ 3o  A União prestará assistência técnica aos gidas a cada trimestre do exercício financeiro.
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na § 5o  O repasse dos valores referidos neste
elaboração de concursos públicos para provi- artigo do caixa da União, dos Estados, do Dis-
mento de cargos dos profissionais da educação. trito Federal e dos Municípios ocorrerá imedia-
tamente ao órgão responsável pela educação,
observados os seguintes prazos:
TÍTULO VII – Dos Recursos financeiros I – recursos arrecadados do primeiro ao
décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia;
Art. 68.  Serão recursos públicos destinados à II – recursos arrecadados do décimo
educação os originários de: primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o
I – receita de impostos próprios da União, trigésimo dia;
dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- III – recursos arrecadados do vigésimo pri-
cípios; meiro dia ao final de cada mês, até o décimo
II – receita de transferências constitucionais dia do mês subseqüente.
e outras transferências; § 6o  O atraso da liberação sujeitará os recur-
III – receita do salário-educação e de outras sos a correção monetária e à responsabilização
contribuições sociais; civil e criminal das autoridades competentes.
IV – receita de incentivos fiscais;
V – outros recursos previstos em lei. Art. 70.  Considerar-se-ão como de manuten-
ção e desenvolvimento do ensino as despesas
Art. 69.  A União aplicará, anualmente, nunca realizadas com vistas à consecução dos ob-
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Fe- jetivos básicos das instituições educacionais
deral e os Municípios, vinte e cinco por cento, de todos os níveis, compreendendo as que se
ou o que consta nas respectivas Constituições destinam a:
ou Leis Orgânicas, da receita resultante de im- I – remuneração e aperfeiçoamento do
postos, compreendidas as transferências cons- pessoal docente e demais profissionais da
titucionais, na manutenção e desenvolvimento educação;
do ensino público. II – aquisição, manutenção, construção e
§ 1o  A parcela da arrecadação de impostos conservação de instalações e equipamentos
transferida pela União aos Estados, ao Distrito necessários ao ensino;
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos III – uso e manutenção de bens e serviços
respectivos Municípios, não será considerada, vinculados ao ensino;
para efeito do cálculo previsto neste artigo, IV – levantamentos estatísticos, estudos e
receita do governo que a transferir. pesquisas visando precipuamente ao aprimo-
§ 2o  Serão consideradas excluídas das re- ramento da qualidade e à expansão do ensino;
ceitas de impostos mencionadas neste artigo as V – realização de atividades-meio necessá-
operações de crédito por antecipação de receita rias ao funcionamento dos sistemas de ensino;
orçamentária de impostos. VI – concessão de bolsas de estudo a alunos
§ 3o  Para fixação inicial dos valores corres- de escolas públicas e privadas;
A Educação

pondentes aos mínimos estatuídos neste artigo, VII – amortização e custeio de operações de
será considerada a receita estimada na lei do crédito destinadas a atender ao disposto nos
orçamento anual, ajustada, quando for o caso, incisos deste artigo;
37
VIII – aquisição de material didático-escolar Parágrafo único.  O custo mínimo de que
e manutenção de programas de transporte trata este artigo será calculado pela União ao
escolar. final de cada ano, com validade para o ano
subseqüente, considerando variações regionais
Art. 71.  Não constituirão despesas de manu- no custo dos insumos e as diversas modalidades
tenção e desenvolvimento do ensino aquelas de ensino.
realizadas com:
I – pesquisa, quando não vinculada às ins- Art. 75.  A ação supletiva e redistributiva da
tituições de ensino, ou, quando efetivada fora União e dos Estados será exercida de modo a
dos sistemas de ensino, que não vise, precipu- corrigir, progressivamente, as disparidades de
amente, ao aprimoramento de sua qualidade acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade
ou à sua expansão; de ensino.
II – subvenção a instituições públicas ou § 1o  A ação a que se refere este artigo obede-
privadas de caráter assistencial, desportivo ou cerá a fórmula de domínio público que inclua
cultural; a capacidade de atendimento e a medida do
III – formação de quadros especiais para a esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito
administração pública, sejam militares ou civis, Federal ou do Município em favor da manuten-
inclusive diplomáticos; ção e do desenvolvimento do ensino.
IV – programas suplementares de ali- § 2o  A capacidade de atendimento de cada
mentação, assistência médico-odontológica, governo será definida pela razão entre os re-
farmacêutica e psicológica, e outras formas de cursos de uso constitucionalmente obrigatório
assistência social; na manutenção e desenvolvimento do ensino
V – obras de infra-estrutura, ainda que rea- e o custo anual do aluno, relativo ao padrão
lizadas para beneficiar direta ou indiretamente mínimo de qualidade.
a rede escolar; § 3o  Com base nos critérios estabelecidos
VI – pessoal docente e demais trabalhadores nos §§ 1o e 2o, a União poderá fazer a transfe-
da educação, quando em desvio de função ou rência direta de recursos a cada estabelecimento
em atividade alheia à manutenção e desenvol- de ensino, considerado o número de alunos que
vimento do ensino. efetivamente freqüentam a escola.
§ 4o  A ação supletiva e redistributiva não
Art. 72.  As receitas e despesas com manuten- poderá ser exercida em favor do Distrito Fe-
ção e desenvolvimento do ensino serão apura- deral, dos Estados e dos Municípios se estes
das e publicadas nos balanços do Poder Público, oferecerem vagas, na área de ensino de sua
assim como nos relatórios a que se refere o § 3o responsabilidade, conforme o inciso VI do art.
do art. 165 da Constituição Federal. 10 e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número
inferior à sua capacidade de atendimento.
Art. 73.  Os órgãos fiscalizadores examinarão,
prioritariamente, na prestação de contas de Art. 76.  A ação supletiva e redistributiva pre-
recursos públicos, o cumprimento do disposto vista no artigo anterior ficará condicionada ao
no art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito
A Educação e a Sociedade Civil

do Ato das Disposições Constitucionais Tran- Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem
sitórias e na legislação concernente. prejuízo de outras prescrições legais.

Art. 74.  A União, em colaboração com os Art. 77.  Os recursos públicos serão destinados
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
estabelecerá padrão mínimo de oportunidades escolas comunitárias, confessionais ou filan-
educacionais para o ensino fundamental, basea- trópicas que:
do no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz I – comprovem finalidade não-lucrativa
de assegurar ensino de qualidade. e não distribuam resultados, dividendos,
38
bonificações, participações ou parcela de seu § 1o  Os programas serão planejados com
patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto; audiência das comunidades indígenas.
II – apliquem seus excedentes financeiros § 2o  Os programas a que se refere este artigo,
em educação; incluídos nos Planos Nacionais de Educação,
III – assegurem a destinação de seu patri- terão os seguintes objetivos:
mônio a outra escola comunitária, filantrópica I – fortalecer as práticas sócio-culturais e a
ou confessional, ou ao Poder Público, no caso língua materna de cada comunidade indígena;
de encerramento de suas atividades; II – manter programas de formação de pes-
IV – prestem contas ao Poder Público dos soal especializado, destinado à educação escolar
recursos recebidos. nas comunidades indígenas;
§ 1o  Os recursos de que trata este artigo III – desenvolver currículos e programas
poderão ser destinados a bolsas de estudo para específicos, neles incluindo os conteúdos
a educação básica, na forma da lei, para os que culturais correspondentes às respectivas co-
demonstrarem insuficiência de recursos, quan- munidades;
do houver falta de vagas e cursos regulares da IV – elaborar e publicar sistematicamente
rede pública de domicílio do educando, ficando material didático específico e diferenciado.
o Poder Público obrigado a investir prioritaria- § 3o  No que se refere à educação superior,
mente na expansão da sua rede local. sem prejuízo de outras ações, o atendimento
§ 2o  As atividades universitárias de pesquisa aos povos indígenas efetivar-se-á, nas universi-
e extensão poderão receber apoio financeiro dades públicas e privadas, mediante a oferta de
do Poder Público, inclusive mediante bolsas ensino e de assistência estudantil, assim como
de estudo. de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de
programas especiais.

TÍTULO VIII – Das Disposições Gerais Art. 79-A. (Vetado)45

Art. 78.  O Sistema de Ensino da União, com a Art. 79-B.  O calendário escolar incluirá o dia
colaboração das agências federais de fomento à 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Cons-
cultura e de assistência aos índios, desenvolverá ciência Negra’46.
programas integrados de ensino e pesquisa,
para oferta de educação escolar bilingüe e inter- Art. 80.  O Poder Público incentivará o de-
cultural aos povos indígenas, com os seguintes senvolvimento e a veiculação de programas de
objetivos: ensino a distância, em todos os níveis e moda-
I – proporcionar aos índios, suas comunida- lidades de ensino, e de educação continuada.47
des e povos, a recuperação de suas memórias § 1o  A educação a distância, organizada
históricas; a reafirmação de suas identidades com abertura e regime especiais, será oferecida
étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; por instituições especificamente credenciadas
II – garantir aos índios, suas comunidades e pela União.
povos, o acesso às informações, conhecimentos § 2o  A União regulamentará os requisitos
técnicos e científicos da sociedade nacional e para a realização de exames e registro de diplo-
demais sociedades indígenas e não-índias. ma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3o  As normas para produção, controle e
Art. 79.  A União apoiará técnica e financei- avaliação de programas de educação a distân-
ramente os sistemas de ensino no provimento cia e a autorização para sua implementação,
da educação intercultural às comunidades in-
dígenas, desenvolvendo programas integrados
A Educação

45
Lei no 10.639/2003.
de ensino e pesquisa.44 46
Lei no 10.639/2003.
47
Lei no 12.603/2012, Decreto no 5.622/2005 (Regu-
44
Lei no 12.416/2011. lamento) e Decreto no 5.773/2006 (Regulamento).
39
caberão aos respectivos sistemas de ensino, -ão, também, na sua condição de instituições
podendo haver cooperação e integração entre de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e
os diferentes sistemas. Tecnologia, nos termos da legislação específica.
§ 4o  A educação a distância gozará de tra-
tamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em TÍTULO IX – Das Disposições Transitórias
canais comerciais de radiodifusão sonora e de
sons e imagens e em outros meios de comuni- Art. 87.  É instituída a Década da Educação, a
cação que sejam explorados mediante autoriza- iniciar-se um ano a partir da publicação desta
ção, concessão ou permissão do poder público; Lei.49
II – concessão de canais com finalidades § 1o  A União, no prazo de um ano a par-
exclusivamente educativas; tir da publicação desta Lei, encaminhará, ao
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus Congresso Nacional, o Plano Nacional de
para o Poder Público, pelos concessionários de Educação, com diretrizes e metas para os dez
canais comerciais. anos seguintes, em sintonia com a Declaração
Mundial sobre Educação para Todos.
Art. 81.  É permitida a organização de cursos § 2o (Revogado).
ou instituições de ensino experimentais, desde § 3 o  O Distrito Federal, cada Estado e
que obedecidas as disposições desta Lei. Município, e, supletivamente, a União, devem:
I – (Revogado);
Art. 82.  Os sistemas de ensino estabelecerão as a) (Revogado);
normas de realização de estágio em sua juris- b) (Revogado);
dição, observada a lei federal sobre a matéria.48 c) (Revogado);
II – prover cursos presenciais ou a distância
Art. 83.  O ensino militar é regulado em lei aos jovens e adultos insuficientemente escola-
específica, admitida a equivalência de estudos, rizados;
de acordo com as normas fixadas pelos sistemas III – realizar programas de capacitação para
de ensino. todos os professores em exercício, utilizando
também, para isto, os recursos da educação a
Art. 84.  Os discentes da educação superior distância;
poderão ser aproveitados em tarefas de ensino IV – integrar todos os estabelecimentos de
e pesquisa pelas respectivas instituições, exer- ensino fundamental do seu território ao sistema
cendo funções de monitoria, de acordo com seu nacional de avaliação do rendimento escolar.
rendimento e seu plano de estudos. § 4o (Revogado).
§ 5o  Serão conjugados todos os esforços
Art. 85.  Qualquer cidadão habilitado com a objetivando a progressão das redes escolares
titulação própria poderá exigir a abertura de públicas urbanas de ensino fundamental para
concurso público de provas e títulos para cargo o regime de escolas de tempo integral.
de docente de instituição pública de ensino § 6o  A assistência financeira da União aos
que estiver sendo ocupado por professor não Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
A Educação e a Sociedade Civil

concursado, por mais de seis anos, ressalvados bem como a dos Estados aos seus Municípios,
os direitos assegurados pelos arts. 41 da Cons- ficam condicionadas ao cumprimento do art.
tituição Federal e 19 do Ato das Disposições 212 da Constituição Federal e dispositivos
Constitucionais Transitórias. legais pertinentes pelos governos beneficiados.

Art. 86.  As instituições de educação superior Art. 87-A. (Vetado).


constituídas como universidades integrar-se-
48
Lei no 11.788/2008. 49
Leis nos 11.274/2006, 11.330/2006 e12.796/2013.
40
Art. 88.  A União, os Estados, o Distrito Fe- órgãos normativos dos sistemas de ensino,
deral e os Municípios adaptarão sua legislação preservada a autonomia universitária.
educacional e de ensino às disposições desta Lei
no prazo máximo de um ano, a partir da data Art. 91.  Esta Lei entra em vigor na data de
de sua publicação. sua publicação.
§ 1o  As instituições educacionais adapta-
rão seus estatutos e regimentos aos disposi- Art. 92.  Revogam-se as disposições das Leis
tivos desta Lei e às normas dos respectivos nos 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540,
sistemas de ensino, nos prazos por estes de 28 de novembro de 1968, não alteradas pelas
estabelecidos. Leis nos 9.131, de 24 de novembro de 1995 e
§ 2o  O prazo para que as universidades 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as
cumpram o disposto nos incisos II e III do art. Leis nos 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044,
52 é de oito anos. de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e
decretos-lei que as modificaram e quaisquer
Art. 89.  As creches e pré-escolas existentes ou outras disposições em contrário.
que venham a ser criadas deverão, no prazo
de três anos, a contar da publicação desta Lei, Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175o da In-
integrar-se ao respectivo sistema de ensino. dependência e 108o da República.

Art. 90.  As questões suscitadas na transição FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo


entre o regime anterior e o que se institui nesta Renato Souza
Lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de
Educação ou, mediante delegação deste, pelos Publicada no DOU de 23/12/1996.

A Educação

41
Lei n. 9.795/1999
de 27 de abril de 199950

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber mover ações de educação ambiental integradas


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aos programas de conservação, recuperação e
a seguinte Lei:50 melhoria do meio ambiente;
IV – aos meios de comunicação de massa,
colaborar de maneira ativa e permanente na dis-
CAPÍTULO I – Da Educação Ambiental seminação de informações e práticas educativas
sobre meio ambiente e incorporar a dimensão
Art. 1o  Entendem-se por educação ambiental ambiental em sua programação;
os processos por meio dos quais o indivíduo V – às empresas, entidades de classe, institui-
e a coletividade constroem valores sociais, ções públicas e privadas, promover programas
conhecimentos, habilidades, atitudes e com- destinados à capacitação dos trabalhadores,
petências voltadas para a conservação do visando à melhoria e ao controle efetivo sobre
meio ambiente, bem de uso comum do povo, o ambiente de trabalho, bem como sobre as
essencial à sadia qualidade de vida e sua sus- repercussões do processo produtivo no meio
tentabilidade. ambiente;
VI – à sociedade como um todo, manter
Art. 2o  A educação ambiental é um componen- atenção permanente à formação de valores,
te essencial e permanente da educação nacional, atitudes e habilidades que propiciem a atuação
devendo estar presente, de forma articulada, individual e coletiva voltada para a prevenção,
em todos os níveis e modalidades do processo a identificação e a solução de problemas am-
educativo, em caráter formal e não-formal. bientais.

Art. 3o  Como parte do processo educativo Art. 4o  São princípios básicos da educação
mais amplo, todos têm direito à educação am- ambiental:
biental, incumbindo: I – o enfoque humanista, holístico, demo-
I – ao Poder Público, nos termos dos arts. crático e participativo;
205 e 225 da Constituição Federal, definir II – a concepção do meio ambiente em sua
políticas públicas que incorporem a dimensão totalidade, considerando a interdependência
ambiental, promover a educação ambiental entre o meio natural, o sócio-econômico e o
em todos os níveis de ensino e o engajamento cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
da sociedade na conservação, recuperação e III – o pluralismo de idéias e concepções
A Educação e a Sociedade Civil

melhoria do meio ambiente; pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e


II – às instituições educativas, promover a transdisciplinaridade;
educação ambiental de maneira integrada aos IV – a vinculação entre a ética, a educação,
programas educacionais que desenvolvem; o trabalho e as práticas sociais;
III – aos órgãos integrantes do Sistema V – a garantia de continuidade e permanên-
Nacional de Meio Ambiente – Sisnama, pro- cia do processo educativo;
VI – a permanente avaliação crítica do pro-
50
Decreto no 4.281/2002 (Regulamento). cesso educativo;

42
VII – a abordagem articulada das questões Nacional de Meio Ambiente – Sisnama, insti-
ambientais locais, regionais, nacionais e globais; tuições educacionais públicas e privadas dos
VIII – o reconhecimento e o respeito à plu- sistemas de ensino, os órgãos públicos da União,
ralidade e à diversidade individual e cultural. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, e organizações não-governamentais com
Art. 5o  São objetivos fundamentais da educa- atuação em educação ambiental.
ção ambiental:
I – o desenvolvimento de uma compreensão Art. 8o  As atividades vinculadas à Política
integrada do meio ambiente em suas múltiplas Nacional de Educação Ambiental devem ser
e complexas relações, envolvendo aspectos eco- desenvolvidas na educação em geral e na edu-
lógicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, cação escolar, por meio das seguintes linhas de
econômicos, científicos, culturais e éticos; atuação inter-relacionadas:
II – a garantia de democratização das infor- I – capacitação de recursos humanos;
mações ambientais; II – desenvolvimento de estudos, pesquisas
III – o estímulo e o fortalecimento de uma e experimentações;
consciência crítica sobre a problemática am- III – produção e divulgação de material
biental e social; educativo;
IV – o incentivo à participação individu- IV – acompanhamento e avaliação.
al e coletiva, permanente e responsável, na § 1o  Nas atividades vinculadas à Política
preservação do equilíbrio do meio ambiente, Nacional de Educação Ambiental serão res-
entendendo-se a defesa da qualidade ambien- peitados os princípios e objetivos fixados por
tal como um valor inseparável do exercício da esta Lei.
cidadania; § 2o  A capacitação de recursos humanos
V – o estímulo à cooperação entre as diversas voltar-se-á para:
regiões do País, em níveis micro e macrorregio- I – a incorporação da dimensão ambiental
nais, com vistas à construção de uma sociedade na formação, especialização e atualização dos
ambientalmente equilibrada, fundada nos prin- educadores de todos os níveis e modalidades
cípios da liberdade, igualdade, solidariedade, de ensino;
democracia, justiça social, responsabilidade e II – a incorporação da dimensão ambiental
sustentabilidade; na formação, especialização e atualização dos
VI – o fomento e o fortalecimento da inte- profissionais de todas as áreas;
gração com a ciência e a tecnologia; III – a preparação de profissionais orientados
VII – o fortalecimento da cidadania, auto- para as atividades de gestão ambiental;
determinação dos povos e solidariedade como IV – a formação, especialização e atualização
fundamentos para o futuro da humanidade. de profissionais na área de meio ambiente;
V – o atendimento da demanda dos diversos
segmentos da sociedade no que diz respeito à
CAPÍTULO II – Da Política Nacional de problemática ambiental.
Educação Ambiental § 3o  As ações de estudos, pesquisas e expe-
rimentações voltar-se-ão para:
SEÇÃO I – Disposições Gerais I – o desenvolvimento de instrumentos e
metodologias, visando à incorporação da di-
Art. 6o  É instituída a Política Nacional de mensão ambiental, de forma interdisciplinar,
Educação Ambiental. nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
II – a difusão de conhecimentos, tecnologias
Art. 7o  A Política Nacional de Educação Am- e informações sobre a questão ambiental;
A Educação

biental envolve em sua esfera de ação, além III – o desenvolvimento de instrumentos e


dos órgãos e entidades integrantes do Sistema metodologias, visando à participação dos inte-

43
ressados na formulação e execução de pesquisas Parágrafo único.  Os professores em ativi-
relacionadas à problemática ambiental; dade devem receber formação complementar
IV – a busca de alternativas curriculares e em suas áreas de atuação, com o propósito de
metodológicas de capacitação na área ambiental; atender adequadamente ao cumprimento dos
V – o apoio a iniciativas e experiências locais princípios e objetivos da Política Nacional de
e regionais, incluindo a produção de material Educação Ambiental.
educativo;
VI – a montagem de uma rede de banco de Art. 12.  A autorização e supervisão do fun-
dados e imagens, para apoio às ações enume- cionamento de instituições de ensino e de seus
radas nos incisos I a V. cursos, nas redes pública e privada, observarão
o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11
desta Lei.
SEÇÃO II – Da Educação Ambiental no
Ensino Formal
SEÇÃO III – Da Educação Ambiental Não-
Art. 9o  Entende-se por educação ambiental na Formal
educação escolar a desenvolvida no âmbito dos
currículos das instituições de ensino públicas e Art. 13.  Entendem-se por educação ambien-
privadas, englobando: tal não-formal as ações e práticas educativas
I – educação básica: voltadas à sensibilização da coletividade sobre
a) educação infantil; as questões ambientais e à sua organização e
b) ensino fundamental e participação na defesa da qualidade do meio
c) ensino médio; ambiente.
II – educação superior; Parágrafo único.  O Poder Público, em níveis
III – educação especial; federal, estadual e municipal, incentivará:
IV – educação profissional; I – a difusão, por intermédio dos meios de
V – educação de jovens e adultos. comunicação de massa, em espaços nobres,
de programas e campanhas educativas, e de
Art. 10.  A educação ambiental será desenvol- informações acerca de temas relacionados ao
vida como uma prática educativa integrada, meio ambiente;
contínua e permanente em todos os níveis e II – a ampla participação da escola, da uni-
modalidades do ensino formal. versidade e de organizações não-governamen-
§ 1o  A educação ambiental não deve ser tais na formulação e execução de programas
implantada como disciplina específica no cur- e atividades vinculadas à educação ambiental
rículo de ensino. não-formal;
§ 2o  Nos cursos de pós-graduação, extensão III – a participação de empresas públicas e
e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da privadas no desenvolvimento de programas
educação ambiental, quando se fizer necessário, de educação ambiental em parceria com a
é facultada a criação de disciplina específica. escola, a universidade e as organizações não-
§ 3o  Nos cursos de formação e especializa- -governamentais;
A Educação e a Sociedade Civil

ção técnico-profissional, em todos os níveis, IV – a sensibilização da sociedade para a


deve ser incorporado conteúdo que trate da importância das unidades de conservação;
ética ambiental das atividades profissionais a V – a sensibilização ambiental das popu-
serem desenvolvidas. lações tradicionais ligadas às unidades de
conservação;
Art. 11.  A dimensão ambiental deve constar VI – a sensibilização ambiental dos agri-
dos currículos de formação de professores, em cultores;
todos os níveis e em todas as disciplinas. VII – o ecoturismo.

44
CAPÍTULO III – Da Execução da Política III – economicidade, medida pela relação
Nacional de Educação Ambiental entre a magnitude dos recursos a alocar e o
retorno social propiciado pelo plano ou pro-
Art. 14.  A coordenação da Política Nacional de grama proposto.
Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão Parágrafo único.  Na eleição a que se refere
gestor, na forma definida pela regulamentação o caput deste artigo, devem ser contemplados,
desta Lei. de forma eqüitativa, os planos, programas e
projetos das diferentes regiões do País.
Art. 15.  São atribuições do órgão gestor:
I – definição de diretrizes para implementa- Art. 18.  (Vetado).
ção em âmbito nacional;
II – articulação, coordenação e supervisão Art. 19.  Os programas de assistência técnica
de planos, programas e projetos na área de e financeira relativos a meio ambiente e edu-
educação ambiental, em âmbito nacional; cação, em níveis federal, estadual e municipal,
III – participação na negociação de financia- devem alocar recursos às ações de educação
mentos a planos, programas e projetos na área ambiental.
de educação ambiental.

Art. 16.  Os Estados, o Distrito Federal e os CAPÍTULO IV – Disposições Finais


Municípios, na esfera de sua competência e
nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, Art. 20.  O Poder Executivo regulamentará
normas e critérios para a educação ambiental, esta Lei no prazo de noventa dias de sua publi-
respeitados os princípios e objetivos da Política cação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio
Nacional de Educação Ambiental. Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.

Art. 17.  A eleição de planos e programas, Art. 21.  Esta Lei entra em vigor na data de
para fins de alocação de recursos públicos sua publicação.
vinculados à Política Nacional de Educação
Ambiental, deve ser realizada levando-se em Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Indepen-
conta os seguintes critérios: dência e 111o da República.
I – conformidade com os princípios, ob-
jetivos e diretrizes da Política Nacional de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo
Educação Ambiental; Renato Souza – José Sarney Filho
II – prioridade dos órgãos integrantes do
Sisnama e do Sistema Nacional de Educação; Publicada no DOU de 28/4/1999.

A Educação

45
Lei n. 11.161/2005
de 5 de agosto de 2005

Dispõe sobre o ensino da língua espanhola.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber tégias que incluam desde aulas convencionais
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono no horário normal dos alunos até a matrícula
a seguinte Lei: em cursos e Centro de Estudos de Língua
Moderna.
Art. 1o  O ensino da língua espanhola, de oferta
obrigatória pela escola e de matrícula faculta- Art. 5o  Os Conselhos Estaduais de Educação
tiva para o aluno, será implantado, gradativa- e do Distrito Federal emitirão as normas ne-
mente, nos currículos plenos do ensino médio. cessárias à execução desta Lei, de acordo com
§ 1o  O processo de implantação deverá estar as condições e peculiaridades de cada unidade
concluído no prazo de cinco anos, a partir da federada.
implantação desta Lei.
§ 2o  É facultada a inclusão da língua espa- Art. 6o  A União, no âmbito da política nacional
nhola nos currículos plenos do ensino funda- de educação, estimulará e apoiará os sistemas
mental de 5a a 8a séries. estaduais e do Distrito Federal na execução
desta Lei.
Art. 2o  A oferta da língua espanhola pelas
redes públicas de ensino deverá ser feita no Art. 7o  Esta Lei entra em vigor na data da sua
horário regular de aula dos alunos. publicação.

Art. 3o  Os sistemas públicos de ensino implan- Brasília, 5 de agosto de 2005; 184o da Indepen-
tarão Centros de Ensino de Língua Estrangeira, dência e 117o da República.
cuja programação incluirá, necessariamente, a
oferta de língua espanhola. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
Haddad
Art. 4o  A rede privada poderá tornar dispo-
nível esta oferta por meio de diferentes estra- Publicada no DOU de 8/8/2005.
A Educação e a Sociedade Civil

46
Lei n. 12.612/2012
de 13 de abril de 2012

Declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber Brasília, 13 de abril de 2012; 191o da Indepen-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono dência e 124o da República.
a seguinte Lei:
DILMA ROUSSEFF – Aloizio Mercadante
Art. 1o  O educador Paulo Freire é declarado
Patrono da Educação Brasileira. Publicada no DOU de 16/4/2012.

Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

A Educação

47
Lei n. 12.799/2013
de 10 de abril de 2013

Dispõe sobre a isenção de pagamento de taxas para inscrição em processos seletivos de ingresso nos
cursos das instituições federais de educação superior.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber II – ter cursado o ensino médio completo em


que o Congresso Nacional decreta e eu sancio- escola da rede pública ou como bolsista integral
no a seguinte Lei: em escola da rede privada.

Art. 1o  As instituições federais de educação supe- Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
rior adotarão critérios para isenção total e parcial publicação.
do pagamento de taxas de inscrição nos processos
seletivos de ingresso em seus cursos, de acordo Brasília, 10 de abril de 2013; 192o da Indepen-
com a carência socioeconômica dos candidatos. dência e 125o da República.
Parágrafo único. Será assegurado isenção
total do pagamento das taxas referidas no caput DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
ao candidato que comprovar cumulativamente: Aloizio Mercadante – Miriam Belchior
I – renda familiar per capita igual ou inferior
a um salário mínimo e meio; Publicado no DOU de 11/4/2013.
A Educação e a Sociedade Civil

48
Decreto n. 5.154/2004
de 23 de julho de 2004

Regulamenta o § 2o do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que


estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 1o  Para fins do disposto no caput con-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, sidera-se itinerário formativo o conjunto de
da Constituição, etapas que compõem a organização da edu-
cação profissional em uma determinada área,
DECRETA: possibilitando o aproveitamento contínuo e
articulado dos estudos.
Art. 1o  A educação profissional, prevista no § 2o  Os cursos mencionados no caput arti-
art. 39 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de cular-se-ão, preferencialmente, com os cursos
1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação de educação de jovens e adultos, objetivando
Nacional), observadas as diretrizes curriculares a qualificação para o trabalho e a elevação do
nacionais definidas pelo Conselho Nacional de nível de escolaridade do trabalhador, o qual,
Educação, será desenvolvida por meio de cursos após a conclusão com aproveitamento dos refe-
e programas de: ridos cursos, fará jus a certificados de formação
inicial ou continuada para o trabalho.
I – formação inicial e continuada de traba-
lhadores; Art. 4o  A educação profissional técnica de nível
II – educação profissional técnica de nível médio, nos termos dispostos no § 2o do art.
médio; e 36, art. 40 e parágrafo único do art. 41 da Lei
III – educação profissional tecnológica de no 9.394, de 1996, será desenvolvida de forma
graduação e de pós-graduação. articulada com o ensino médio, observados:

Art. 2o  A educação profissional observará as I – os objetivos contidos nas diretrizes cur-
seguintes premissas: riculares nacionais definidas pelo Conselho
Nacional de Educação;
I – organização, por áreas profissionais, II – as normas complementares dos respec-
em função da estrutura sócio-ocupacional e tivos sistemas de ensino; e
tecnológica; III – as exigências de cada instituição de
II – articulação de esforços das áreas da ensino, nos termos de seu projeto pedagógico.
educação, do trabalho e emprego, e da ciência § 1o  A articulação entre a educação profis-
e tecnologia. sional técnica de nível médio e o ensino médio
dar-se-á de forma:
Art. 3o  Os cursos e programas de formação I – integrada, oferecida somente a quem já
inicial e continuada de trabalhadores, referidos tenha concluído o ensino fundamental, sendo o
no inciso I do art. 1o, incluídos a capacitação, curso planejado de modo a conduzir o aluno à
o aperfeiçoamento, a especialização e a atu- habilitação profissional técnica de nível médio,
alização, em todos os níveis de escolaridade, na mesma instituição de ensino, contando com
poderão ser ofertados segundo itinerários matrícula única para cada aluno;
A Educação

formativos, objetivando o desenvolvimento de II – concomitante, oferecida somente a


aptidões para a vida produtiva e social. quem já tenha concluído o ensino fundamental

49
ou esteja cursando o ensino médio, na qual a intermediárias, que possibilitarão a obtenção
complementaridade entre a educação profis- de certificados de qualificação para o trabalho
sional técnica de nível médio e o ensino médio após sua conclusão com aproveitamento.
pressupõe a existência de matrículas distintas
para cada curso, podendo ocorrer: § 1o  Para fins do disposto no caput conside-
a) na mesma instituição de ensino, apro- ra-se etapa com terminalidade a conclusão in-
veitando-se as oportunidades educacionais termediária de cursos de educação profissional
disponíveis; técnica de nível médio ou de cursos de educa-
b) em instituições de ensino distintas, ção profissional tecnológica de graduação que
aproveitando-se as oportunidades educacionais caracterize uma qualificação para o trabalho,
disponíveis; ou claramente definida e com identidade própria.
c) em instituições de ensino distintas, me- § 2o  As etapas com terminalidade deve-
diante convênios de intercomplementaridade, rão estar articuladas entre si, compondo os
visando o planejamento e o desenvolvimento itinerários formativos e os respectivos perfis
de projetos pedagógicos unificados; profissionais de conclusão.
III – subseqüente, oferecida somente a quem
já tenha concluído o ensino médio. Art. 7o  Os cursos de educação profissional
§ 2o  Na hipótese prevista no inciso I do § técnica de nível médio e os cursos de educação
1o, a instituição de ensino deverá, observados profissional tecnológica de graduação condu-
o inciso I do art. 24 da Lei no 9.394, de 1996, zem à diplomação após sua conclusão com
e as diretrizes curriculares nacionais para a aproveitamento.
educação profissional técnica de nível médio, Parágrafo único.  Para a obtenção do diplo-
ampliar a carga horária total do curso, a fim de ma de técnico de nível médio, o aluno deverá
assegurar, simultaneamente, o cumprimento concluir seus estudos de educação profissional
das finalidades estabelecidas para a formação técnica de nível médio e de ensino médio.
geral e as condições de preparação para o exer-
cício de profissões técnicas. Art. 8o  Este Decreto entra em vigor na data de
sua publicação.
Art. 5o  Os cursos de educação profissional
tecnológica de graduação e pós-graduação
organizar-se-ão, no que concerne aos objetivos, Art. 9o  Revoga-se o Decreto no 2.208, de 17
características e duração, de acordo com as de abril de 1997.
diretrizes curriculares nacionais definidas pelo
Conselho Nacional de Educação.
Brasília, 23 de julho de 2004; 183o da Indepen-
dência e 116o da República.
Art. 6o  Os cursos e programas de educação
profissional técnica de nível médio e os cursos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
de educação profissional tecnológica de gra- Haddad
duação, quando estruturados e organizados
A Educação e a Sociedade Civil

em etapas com terminalidade, incluirão saídas Publicado no DOU de 26/7/2004.

50
Decreto n. 5.622/2005
de 19 de dezembro de 2005

Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das III – educação especial, respeitadas as espe-


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos cificidades legais pertinentes;
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em IV – educação profissional, abrangendo os
vista o que dispõem os arts. 8o, § 1o, e 80 da Lei seguintes cursos e programas:
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a) técnicos, de nível médio; e
b) tecnológicos, de nível superior;
DECRETA: V – educação superior, abrangendo os se-
guintes cursos e programas:
a) seqüenciais;
CAPÍTULO I – Das Disposições Gerais b) de graduação;
c) de especialização;
Art. 1o  Para os fins deste Decreto, caracteriza- d) de mestrado; e
-se a educação a distância como modalidade e) de doutorado.
educacional na qual a mediação didático-peda-
gógica nos processos de ensino e aprendizagem Art. 3o  A criação, organização, oferta e desen-
ocorre com a utilização de meios e tecnologias volvimento de cursos e programas a distância
de informação e comunicação, com estudantes deverão observar ao estabelecido na legislação e
e professores desenvolvendo atividades educa- em regulamentações em vigor, para os respecti-
tivas em lugares ou tempos diversos. vos níveis e modalidades da educação nacional.
§ 1o  A educação a distância organiza-se § 1o  Os cursos e programas a distância
segundo metodologia, gestão e avaliação pe- deverão ser projetados com a mesma duração
culiares, para as quais deverá estar prevista a definida para os respectivos cursos na moda-
obrigatoriedade de momentos presenciais para: lidade presencial.
I – avaliações de estudantes; § 2o  Os cursos e programas a distância
II – estágios obrigatórios, quando previstos poderão aceitar transferência e aproveitar es-
na legislação pertinente; tudos realizados pelos estudantes em cursos e
III – defesa de trabalhos de conclusão de cur- programas presenciais, da mesma forma que as
so, quando previstos na legislação pertinente; e certificações totais ou parciais obtidas nos cur-
IV – atividades relacionadas a laboratórios sos e programas a distância poderão ser aceitas
de ensino, quando for o caso. em outros cursos e programas a distância e em
cursos e programas presenciais, conforme a
Art. 2o  A educação a distância poderá ser legislação em vigor.
ofertada nos seguintes níveis e modalidades
educacionais: Art. 4o  A avaliação do desempenho do es-
I – educação básica, nos termos do art. 30 tudante para fins de promoção, conclusão de
deste Decreto; estudos e obtenção de diplomas ou certificados
II – educação de jovens e adultos, nos termos dar-se-á no processo, mediante:
A Educação

do art. 37 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro I – cumprimento das atividades programa-


de 1996; das; e

51
II – realização de exames presenciais. da Educação, em colaboração com os sistemas
§ 1o  Os exames citados no inciso II serão de ensino.
elaborados pela própria instituição de ensino
credenciada, segundo procedimentos e critérios Art. 8o  Os sistemas de ensino, em regime de
definidos no projeto pedagógico do curso ou colaboração, organizarão e manterão sistemas
programa. de informação abertos ao público com os
§ 2o  Os resultados dos exames citados no dados de:
inciso II deverão prevalecer sobre os demais I – credenciamento e renovação de creden-
resultados obtidos em quaisquer outras formas ciamento institucional;
de avaliação a distância. II – autorização e renovação de autorização
de cursos ou programas a distância;
Art. 5o  Os diplomas e certificados de cursos e III – reconhecimento e renovação de
programas a distância, expedidos por institui- reconhecimento de cursos ou programas a
ções credenciadas e registrados na forma da lei, distância; e
terão validade nacional. IV – resultados dos processos de supervisão
Parágrafo único.  A emissão e registro de e de avaliação.
diplomas de cursos e programas a distância Parágrafo único.  O Ministério da Educação
deverão ser realizados conforme legislação deverá organizar e manter sistema de informa-
educacional pertinente. ção, aberto ao público, disponibilizando os da-
dos nacionais referentes à educação a distancia.
Art. 6o  Os convênios e os acordos de coope-
ração celebrados para fins de oferta de cursos
ou programas a distância entre instituições de CAPÍTULO II – Do Credenciamento
ensino brasileiras, devidamente credenciadas, de Instruções para Oferta de Cursos e
e suas similares estrangeiras, deverão ser pre- Programas na Modalidade a Distância
viamente submetidos à análise e homologação
pelo órgão normativo do respectivo sistema Art. 9o  O ato de credenciamento para a oferta
de ensino, para que os diplomas e certificados de cursos e programas na modalidade a distân-
emitidos tenham validade nacional. cia destina-se às instituições de ensino, públicas
ou privadas.
Art. 7o  Compete ao Ministério da Educação, Parágrafo único.  As instituições de pesquisa
mediante articulação entre seus órgãos, orga- científica e tecnológica, públicas ou privadas, de
nizar, em regime de colaboração, nos termos comprovada excelência e de relevante produção
dos arts. 8o, 9o, 10 e 11 da Lei no 9.394, de 1996, em pesquisa, poderão solicitar credenciamento
a cooperação e integração entre os sistemas de institucional, para a oferta de cursos ou progra-
ensino, objetivando a padronização de normas mas a distância de:
e procedimentos para, em atendimento ao dis- I – especialização;
posto no art. 80 daquela Lei: II – mestrado;
I – credenciamento e renovação de creden- III – doutorado; e
ciamento de instituições para oferta de educa- IV – educação profissional tecnológica de
A Educação e a Sociedade Civil

ção a distância; e pós-graduação.


II – autorização, renovação de autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimen- Art. 10.  Compete ao Ministério da Educação
to dos cursos ou programas a distância. promover os atos de credenciamento de ins-
Parágrafo único.  Os atos do Poder Público, tituições para oferta de cursos e programas a
citados nos incisos I e II, deverão ser pautados distância para educação superior.51
pelos Referenciais de Qualidade para a Edu-
cação a Distância, definidos pelo Ministério 51
Decreto no 6.303/2007.

52
§ 1o  O ato de credenciamento referido no demonstração de suficiência da estrutura física,
caput considerará como abrangência para tecnológica e de recursos humanos. 
atuação da instituição de ensino superior na
modalidade de educação a distância, para fim Art. 11.  Compete às autoridades dos sistemas
de realização das atividades presenciais obriga- de ensino estadual e do Distrito Federal promo-
tórias, a sede da instituição acrescida dos ende- ver os atos de credenciamento de instituições
reços dos pólos de apoio presencial, mediante para oferta de cursos a distância no nível básico
avaliação in loco, aplicando-se os instrumentos e, no âmbito da respectiva unidade da Federa-
de avaliação pertinentes e as disposições da Lei ção, nas modalidades de:
no 10.870, de 19 de maio de 2004. I – educação de jovens e adultos;
§ 2o  As atividades presenciais obrigatórias, II – educação especial; e
compreendendo avaliação, estágios, defesa de III – educação profissional.
trabalhos ou prática em laboratório, confor- § 1o  Para atuar fora da unidade da Federação
me o art. 1o, § 1o, serão realizados na sede da em que estiver sediada, a instituição deverá
instituição ou nos pólos de apoio presencial, solicitar credenciamento junto ao Ministério
devidamente credenciados. da Educação.
§ 3o  A instituição poderá requerer a am- § 2o  O credenciamento institucional previs-
pliação da abrangência de atuação, por meio to no § 1o será realizado em regime de colabo-
do aumento do número de pólos de apoio ração e cooperação com os órgãos normativos
presencial, na forma de aditamento ao ato de dos sistemas de ensino envolvidos.
credenciamento.  § 3o  Caberá ao órgão responsável pela edu-
§ 4o  O pedido de aditamento será instruído cação a distância no Ministério da Educação,
com documentos que comprovem a existência no prazo de cento e oitenta dias, contados da
de estrutura física e recursos humanos ne- publicação deste Decreto, coordenar os demais
cessários e adequados ao funcionamento dos órgãos do Ministério e dos sistemas de ensino
pólos, observados os referenciais de qualidade, para editar as normas complementares a este
comprovados em avaliação in loco. Decreto, para a implementação do disposto
§ 5 o  No caso do pedido de aditamento nos §§ 1o e 2o.
visando ao funcionamento de pólo de apoio
presencial no exterior, o valor da taxa será com- Art. 12.  O pedido de credenciamento da ins-
plementado pela instituição com a diferença tituição deverá ser formalizado junto ao órgão
do custo de viagem e diárias dos avaliadores responsável, mediante o cumprimento dos
no exterior, conforme cálculo do Instituto seguintes requisitos:52
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais I – habilitação jurídica, regularidade fiscal
Anísio Teixeira – INEP.  e capacidade econômico-financeira, conforme
§ 6o  O pedido de ampliação da abrangência dispõe a legislação em vigor;
de atuação, nos termos deste artigo, somente II – histórico de funcionamento da institui-
poderá ser efetuado após o reconhecimento do ção de ensino, quando for o caso;
primeiro curso a distância da instituição, exceto III – plano de desenvolvimento escolar, para
na hipótese de credenciamento para educação as instituições de educação básica, que contem-
a distância limitado à oferta de pós-graduação ple a oferta, a distância, de cursos profissionais
lato sensu. de nível médio e para jovens e adultos;
§ 7o  As instituições de educação superior IV – plano de desenvolvimento institucional,
integrantes dos sistemas estaduais que preten- para as instituições de educação superior, que
derem oferecer cursos superiores a distância contemple a oferta de cursos e programas a
devem ser previamente credenciadas pelo distância;
A Educação

sistema federal, informando os pólos de apoio


presencial que integrarão sua estrutura, com a 52
Decreto no 6.303/2007.

53
V – estatuto da universidade ou centro uni- Art. 13.  Para os fins de que trata este Decreto,
versitário, ou regimento da instituição isolada os projetos pedagógicos de cursos e programas
de educação superior; na modalidade a distância deverão:
VI – projeto pedagógico para os cursos e I – obedecer às diretrizes curriculares na-
programas que serão ofertados na modalidade cionais, estabelecidas pelo Ministério da Edu-
a distância; cação para os respectivos níveis e modalidades
VII – garantia de corpo técnico e adminis- educacionais;
trativo qualificado; II – prever atendimento apropriado a estu-
VIII – apresentar corpo docente com as dantes portadores de necessidades especiais;
qualificações exigidas na legislação em vigor III – explicitar a concepção pedagógica dos
e, preferencialmente, com formação para o cursos e programas a distância, com apresen-
trabalho com educação a distância; tação de:
IX – apresentar, quando for o caso, os ter- a) os respectivos currículos;
mos de convênios e de acordos de cooperação b) o número de vagas proposto;
celebrados entre instituições brasileiras e suas c) o sistema de avaliação do estudante,
co-signatárias estrangeiras, para oferta de cur- prevendo avaliações presenciais e avaliações
sos ou programas a distância; a distância; e
X – descrição detalhada dos serviços de su- d) descrição das atividades presenciais obri-
porte e infra-estrutura adequados à realização gatórias, tais como estágios curriculares, defesa
do projeto pedagógico, relativamente a: presencial de trabalho de conclusão de curso e
a) instalações físicas e infra-estrutura tec- das atividades em laboratórios científicos, bem
nológica de suporte e atendimento remoto aos como o sistema de controle de freqüência dos
estudantes e professores; estudantes nessas atividades, quando for o caso.
b) laboratórios científicos, quando for o caso;
c) pólo de apoio presencial é a unidade Art. 14.  O credenciamento de instituição para a
operacional, no País ou no exterior, para o oferta dos cursos ou programas a distância terá
desenvolvimento descentralizado de atividades prazo de validade condicionado ao ciclo avalia-
pedagógicas e administrativas relativas aos cur- tivo, observado o Decreto no 5.773, de 2006, e
sos e programas ofertados a distância; normas expedidas pelo Ministério da Educação.53 
d) bibliotecas adequadas, inclusive com § 1o  A instituição credenciada deverá iniciar
acervo eletrônico remoto e acesso por meio de o curso autorizado no prazo de até doze meses,
redes de comunicação e sistemas de informa- a partir da data da publicação do respectivo ato,
ção, com regime de funcionamento e atendi- ficando vedada a transferência de cursos para
mento adequados aos estudantes de educação outra instituição. 
a distância. § 2o  Caso a implementação de cursos autori-
§ 1o  O pedido de credenciamento da ins- zados não ocorra no prazo definido no § 1o, os
tituição para educação a distância deve vir atos de credenciamento e autorização de cursos
acompanhado de pedido de autorização de pelo serão automaticamente tornados sem efeitos.
menos um curso na modalidade. § 3 o  Os pedidos de credenciamento e
§ 2o  O credenciamento para educação a recredenciamento para educação a distância
A Educação e a Sociedade Civil

distância que tenha por base curso de pós- observarão a disciplina processual aplicável aos
-graduação lato sensu ficará limitado a esse processos regulatórios da educação superior,
nível. nos termos do Decreto no 5.773, de 2006, e
§ 3o  A instituição credenciada exclusiva- normas expedidas pelo Ministério da Educação. 
mente para a oferta de pós-graduação lato § 4o  Os resultados do sistema de avaliação
sensu a distância poderá requerer a ampliação mencionado no art. 16 deverão ser considera-
da abrangência acadêmica, na forma de adita-
mento ao ato de credenciamento.  53
Decreto no 6.303/2007.

54
dos para os procedimentos de renovação de II – suspensão do reconhecimento de cursos
credenciamento. superiores ou da renovação de autorização de
cursos da educação básica ou profissional;
Art. 15.  Os pedidos de autorização, reconhe- III – intervenção;
cimento e renovação de reconhecimento de IV – desativação de cursos; ou
cursos superiores a distância de instituições V – descredenciamento da instituição para
integrantes do sistema federal devem tramitar educação a distância.
perante os órgãos próprios do Ministério da § 1o  A instituição ou curso que obtiver
Educação. 54 desempenho insatisfatório na avaliação de que
§ 1o  Os pedidos de autorização, reconhe- trata a Lei no 10.861, de 2004, ficará sujeita ao
cimento e renovação de reconhecimento de disposto nos incisos I a IV, conforme o caso.
cursos superiores a distância oferecidos por § 2o  As determinações de que trata o caput
instituições integrantes dos sistemas estaduais são passíveis de recurso ao órgão normativo do
devem tramitar perante os órgãos estaduais respectivo sistema de ensino.
competentes, a quem caberá a respectiva su-
pervisão.
§ 2o  Os cursos das instituições integrantes CAPÍTULO III – Da Oferta de Educação
dos sistemas estaduais cujas atividades presen- de Jovens e Adultos, Educação Especial e
ciais obrigatórias forem realizados em pólos de Educação Profissional na Modalidade a
apoio presencial fora do Estado sujeitam-se a Distância, na Educação Básica
autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento pelas autoridades competentes Art. 18.  Os cursos e programas de educação
do sistema federal. a distância criados somente poderão ser im-
§ 3o  A oferta de curso reconhecido na mo- plementados para oferta após autorização dos
dalidade presencial, ainda que análogo ao curso órgãos competentes dos respectivos sistemas
a distância proposto, não dispensa a instituição de ensino.
do requerimento específico de autorização,
quando for o caso, e reconhecimento para Art. 19.  A matrícula em cursos a distância
cada um dos cursos, perante as autoridades para educação básica de jovens e adultos poderá
competente.  ser feita independentemente de escolarização
anterior, obedecida a idade mínima e mediante
Art. 16.  O sistema de avaliação da educação avaliação do educando, que permita sua inscri-
superior, nos termos da Lei no 10.861, de 14 de ção na etapa adequada, conforme normas do
abril de 2004, aplica-se integralmente à educa- respectivo sistema de ensino.
ção superior a distância.

Art. 17.  Identificadas deficiências, irregula- CAPÍTULO IV – Da Oferta de Cursos


ridades ou descumprimento das condições Superiores, na Modalidade a Distância
originalmente estabelecidas, mediante ações de
supervisão ou de avaliação de cursos ou insti- Art. 20.  As instituições que detêm prerrogativa
tuições credenciadas para educação a distância, de autonomia universitária credenciadas para
o órgão competente do respectivo sistema de oferta de educação superior a distância poderão
ensino determinará, em ato próprio, observado criar, organizar e extinguir cursos ou progra-
o contraditório e ampla defesa: mas de educação superior nessa modalidade,
I – instalação de diligência, sindicância ou conforme disposto no inciso I do art. 53 da Lei
processo administrativo; no 9.394, de 1996.
A Educação

§ 1o  Os cursos ou programas criados con-


54
Decreto no 6.303/2007. forme o caput somente poderão ser ofertados

55
nos limites da abrangência definida no ato de Parágrafo único.  A manifestação dos conse-
credenciamento da instituição. lhos citados nos incisos I e II, consideradas as
§ 2o  Os atos mencionados no caput deverão especificidades da modalidade de educação a
ser comunicados à Secretaria de Educação distância, terá procedimento análogo ao utili-
Superior do Ministério da Educação. zado para os cursos ou programas presenciais
§ 3o  O número de vagas ou sua alteração nessas áreas, nos termos da legislação vigente.
será fixado pela instituição detentora de prer-
rogativas de autonomia universitária, a qual
deverá observar capacidade institucional, tec- CAPÍTULO V – Da Oferta de Cursos e
nológica e operacional próprias para oferecer Programas de Pós-Gradução a Distância
cursos ou programas a distância.
Art. 24.  A oferta de cursos de especialização a
Art. 21.  Instituições credenciadas que não distância, por instituição devidamente creden-
detêm prerrogativa de autonomia universitária ciada, deverá cumprir, além do disposto neste
deverão solicitar, junto ao órgão competente do Decreto, os demais dispositivos da legislação
respectivo sistema de ensino, autorização para e normatização pertinentes à educação, em
abertura de oferta de cursos e programas de geral, quanto:
educação superior a distância. I – à titulação do corpo docente;
§ 1o  Nos atos de autorização de cursos su- II – aos exames presenciais; e
periores a distância, será definido o número de III – à apresentação presencial de trabalho
vagas a serem ofertadas, mediante processo de de conclusão de curso ou de monografia.
avaliação externa a ser realizada pelo Ministério Parágrafo único.  As instituições credencia-
da Educação. das que ofereçam cursos de especialização a
§ 2o  Os cursos ou programas das instituições distância deverão informar ao Ministério da
citadas no caput que venham a acompanhar a Educação os dados referentes aos seus cursos,
solicitação de credenciamento para a oferta quando de sua criação.
de educação a distância, nos termos do § 1o
do art. 12, também deverão ser submetidos ao Art. 25.  Os cursos e programas de mestrado
processo de autorização tratado neste artigo. e doutorado a distância estarão sujeitos às
exigências de autorização, reconhecimento
Art. 22.  Os processos de reconhecimento e renovação de reconhecimento previstas na
e renovação do reconhecimento dos cursos legislação específica em vigor.55
superiores a distância deverão ser solicitados § 1o  Os atos de autorização, o reconheci-
conforme legislação educacional em vigor. mento e a renovação de reconhecimento citados
Parágrafo único.  Nos atos citados no caput, no caput serão concedidos por prazo determi-
deverão estar explicitados: nado conforme regulamentação.
I – o prazo de reconhecimento; e § 2o  Caberá à Coordenação de Aperfeiçoa-
II – o número de vagas a serem ofertadas, mento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
em caso de instituição de ensino superior não editar as normas complementares a este Decre-
detentora de autonomia universitária. to, no âmbito da pós-graduação stricto sensu. 
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 23.  A criação e autorização de cursos de


graduação a distância deverão ser submetidas, CAPÍTULO VI – Das Disposições Finais
previamente, à manifestação do:
I – Conselho Nacional de Saúde, no caso Art. 26.  As instituições credenciadas para
dos cursos de Medicina, Odontologia e Psi- oferta de cursos e programas a distância pode-
cologia; ou rão estabelecer vínculos para fazê-lo em bases
II – Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, no caso dos cursos de Direito. 55
Decreto no 6.303/2007.
56
territoriais múltiplas, mediante a formação de Art. 28.  Os diplomas de especialização, mes-
consórcios, parcerias, celebração de convênios, trado e doutorado realizados na modalidade a
acordos, contratos ou outros instrumentos distância em instituições estrangeiras deverão
similares, desde que observadas as seguintes ser submetidos para reconhecimento em uni-
condições: versidade que possua curso ou programa reco-
I – comprovação, por meio de ato do Minis- nhecido pela CAPES, em mesmo nível ou em
tério da Educação, após avaliação de comissão nível superior e na mesma área ou equivalente,
de especialistas, de que as instituições vincula- preferencialmente com a oferta correspondente
das podem realizar as atividades específicas que em educação a distância.
lhes forem atribuídas no projeto de educação
a distância; Art. 29.  A padronização de normas e proce-
II – comprovação de que o trabalho em par- dimentos para credenciamento de instituições,
ceria está devidamente previsto e explicitado no: autorização e reconhecimento de cursos ou
a) plano de desenvolvimento institucional; programas a distância será efetivada em regime
b) plano de desenvolvimento escolar; ou de colaboração coordenado pelo Ministério
c) projeto pedagógico, quando for o caso, da Educação, no prazo de cento e oitenta dias,
das instituições parceiras; contados da data de publicação deste Decreto.
III – celebração do respectivo termo de
compromisso, acordo ou convênio; e Art. 30.  As instituições credenciadas para a
IV – indicação das responsabilidades pela oferta de educação a distância poderão solicitar
oferta dos cursos ou programas a distância, no autorização, junto aos órgãos normativos dos
que diz respeito a: respectivos sistemas de ensino, para oferecer
a) implantação de pólos de educação a dis- os ensinos fundamental e médio a distância,
tância, quando for o caso; conforme § 4o do art. 32 da Lei no 9.394, de
b) seleção e capacitação dos professores e 1996, exclusivamente para:
tutores; I – a complementação de aprendizagem; ou
c) matrícula, formação, acompanhamento e II – em situações emergenciais.
avaliação dos estudantes; Parágrafo único.  A oferta de educação bási-
d) emissão e registro dos correspondentes ca nos termos do caput contemplará a situação
diplomas ou certificados. de cidadãos que:
I – estejam impedidos, por motivo de saúde,
Art. 27.  Os diplomas de cursos ou programas de acompanhar ensino presencial;
superiores de graduação e similares, a distância, II – sejam portadores de necessidades es-
emitidos por instituição estrangeira, inclusive peciais e requeiram serviços especializados de
os ofertados em convênios com instituições atendimento;
sediadas no Brasil, deverão ser submetidos para III – se encontram no exterior, por qualquer
revalidação em universidade pública brasileira, motivo;
conforme a legislação vigente. IV – vivam em localidades que não con-
tem com rede regular de atendimento escolar
§ 1o  Para os fins de revalidação de diploma presencial;
de curso ou programa de graduação, a univer- V – compulsoriamente sejam transferidos
sidade poderá exigir que o portador do diploma para regiões de difícil acesso, incluindo missões
estrangeiro se submeta a complementação de localizadas em regiões de fronteira; ou
estudos, provas ou exames destinados a suprir VI – estejam em situação de cárcere.
ou aferir conhecimentos, competências e habi-
lidades na área de diplomação. Art. 31.  Os cursos a distância para a educação
A Educação

§ 2o  Deverão ser respeitados os acordos básica de jovens e adultos que foram autoriza-
internacionais de reciprocidade e equiparação dos excepcionalmente com duração inferior a
de cursos. dois anos no ensino fundamental e um ano e
57
meio no ensino médio deverão inscrever seus das condições de avaliação, de certificação de
alunos em exames de certificação, para fins de estudos e de parceria com outras instituições.
conclusão do respectivo nível de ensino. § 2o  Comprovadas, mediante processo ad-
§ 1 o  Os exames citados no caput serão ministrativo, deficiências ou irregularidades, o
realizados pelo órgão executivo do respectivo Poder Executivo sustará a tramitação de pleitos
sistema de ensino ou por instituições por ele de interesse da instituição no respectivo sistema
credenciadas. de ensino, podendo ainda aplicar, em ato pró-
§ 2o  Poderão ser credenciadas para realizar prio, as sanções previstas no art. 17, bem como
os exames de que trata este artigo instituições na legislação específica em vigor.
que tenham competência reconhecida em
avaliação de aprendizagem e não estejam sob Art. 34. Revogado.56
sindicância ou respondendo a processo admi-
nistrativo ou judicial, nem tenham, no mesmo Art. 35.  As instituições de ensino, cujos cursos
período, estudantes inscritos nos exames de e programas superiores tenham completado, na
certificação citados no caput. data de publicação deste Decreto, mais da me-
tade do prazo concedido no ato de autorização,
Art. 32.  Nos termos do que dispõe o art. 81 deverão solicitar, em no máximo cento e oitenta
da Lei no 9.394, de 1996, é permitida a orga- dias, o respectivo reconhecimento.
nização de cursos ou instituições de ensino
experimentais para oferta da modalidade de Art. 36.  Este Decreto entra em vigor na data
educação a distância. de sua publicação.
Parágrafo único.  O credenciamento institu-
cional e a autorização de cursos ou programas Art. 37.  Ficam revogados o Decreto no 2.494,
de que trata o caput serão concedidos por prazo de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto no 2.561,
determinado. de 27 de abril de 1998.

Art. 33.  As instituições credenciadas para a Brasília, 19 de dezembro de 2005; 184o da In-
oferta de educação a distância deverão fazer dependência e 117o da República.
constar, em todos os seus documentos insti-
tucionais, bem como nos materiais de divul- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
gação, referência aos correspondentes atos de Haddad
credenciamento, autorização e reconhecimento
de seus cursos e programas. Publicado no DOU de 20/12/2005.
§ 1o  Os documentos a que se refere o caput
também deverão conter informações a respeito 56
Decreto no 6.303/2007.
A Educação e a Sociedade Civil

58
Decreto n. 5.773/2006
de 9 de maio de 2006

Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação
superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da Art. 3o  As competências para as funções de re-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, gulação, supervisão e avaliação serão exercidas
da Constituição, e tendo em vista o disposto pelo Ministério da Educação, pelo Conselho
nos arts. 9o, incisos VI, VIII e IX, e 46, da Lei Nacional de Educação – CNE, pelo Instituto
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e na Lei no nais Anísio Teixeira – INEP, e pela Comissão
10.861, de 14 de abril de 2004, e, Nacional de Avaliação da Educação Superior
– CONAES, na forma deste Decreto.
DECRETA: Parágrafo único.  As competências previstas
neste Decreto serão exercidas sem prejuízo
daquelas previstas na estrutura regimental do
CAPÍTULO I – Da Educação Superior no Ministério da Educação e do INEP, bem como
Sistema Federal de Ensino nas demais normas aplicáveis.

Art. 1o  Este Decreto dispõe sobre o exercício Art. 4o  Ao Ministro de Estado da Educação,
das funções de regulação, supervisão e ava- como autoridade máxima da educação supe-
liação de instituições de educação superior e rior no sistema federal de ensino, compete, no
cursos superiores de graduação e seqüenciais que respeita às funções disciplinadas por este
no sistema federal de ensino. Decreto:
I – homologar deliberações do CNE em pe-
§ 1o  A regulação será realizada por meio de didos de credenciamento e recredenciamento
atos administrativos autorizativos do funciona- de instituições de educação superior;
mento de instituições de educação superior e II – homologar os instrumentos de avaliação
de cursos de graduação e seqüenciais. elaborados pelo INEP;
§ 2o A supervisão será realizada a fim de III – homologar os pareceres da CONAES;
zelar pela conformidade da oferta de educação IV – homologar pareceres e propostas de
superior no sistema federal de ensino com a atos normativos aprovadas pelo CNE; e
legislação aplicável. V – expedir normas e instruções para a exe-
§ 3 o A avaliação realizada pelo Sistema cução de leis, decretos e regulamentos.
Nacional de Avaliação da Educação Superior
– SINAES constituirá referencial básico para Art. 5o  No que diz respeito à matéria obje-
os processos de regulação e supervisão da edu- to deste Decreto, compete ao Ministério da
cação superior, a fim de promover a melhoria Educação, por intermédio de suas Secretarias,
de sua qualidade. exercer as funções de regulação e supervisão da
educação superior, em suas respectivas áreas
Art. 2o  O sistema federal de ensino superior de atuação.57
compreende as instituições federais de educa- § 1o  No âmbito do Ministério da Educação,
A Educação

ção superior, as instituições de educação supe- além do Ministro de Estado da Educação,


rior criadas e mantidas pela iniciativa privada e
os órgãos federais de educação superior. 57
Decreto no 6.303/2007.
59
desempenharão as funções regidas por este IV – estabelecer diretrizes para a elabora-
Decreto a Secretaria de Educação Superior, a ção, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação
Secretaria de Educação Profissional e Tecno- para autorização de cursos superiores de
lógica e a Secretaria de Educação a Distância, tecnologia;
na execução de suas respectivas competências. V – aprovar os instrumentos de avaliação
§ 2o  À Secretaria de Educação Superior para autorização de cursos superiores de tec-
compete especialmente: nologia, elaborados pelo INEP, e submetê-los
I – instruir e exarar parecer nos processos à homologação pelo Ministro de Estado da
de credenciamento e recredenciamento de ins- Educação;
tituições de educação superior, promovendo as VI – elaborar catálogo de denominações de
diligências necessárias; cursos superiores de tecnologia, para efeito de
II – instruir e decidir os processos de autori- reconhecimento e renovação de reconhecimen-
zação, reconhecimento e renovação de reconhe- to de cursos superiores de tecnologia;
cimento de cursos de graduação e seqüenciais, VII – apreciar pedidos de inclusão e propor
promovendo as diligências necessárias; ao CNE a exclusão de denominações de cursos
III – propor ao CNE diretrizes para a elabo- superiores de tecnologia do catálogo de que
ração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação trata o inciso VI;
para credenciamento de instituições; VIII – exercer a supervisão de instituições
IV – estabelecer diretrizes para a elabora- de educação superior tecnológica e de cursos
ção, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação superiores de tecnologia;
para autorização de cursos de graduação e IX – celebrar protocolos de compromisso,
seqüenciais; na forma dos arts. 60 e 61; e
V – aprovar os instrumentos de avaliação X – aplicar as penalidades previstas na legis-
para autorização de cursos de graduação e lação, de acordo com o disposto no Capítulo III
seqüenciais, elaborados pelo INEP, e submetê- deste Decreto.
-los à homologação pelo Ministro de Estado § 4o  À Secretaria de Educação a Distância
da Educação; compete especialmente:
VI – exercer a supervisão de instituições de I – instruir e exarar parecer nos processos
educação superior e de cursos de graduação, de credenciamento e recredenciamento de
exceto tecnológicos, e seqüenciais; instituições específico para oferta de educação
VII – celebrar protocolos de compromisso, superior a distância, promovendo as diligências
na forma dos arts. 60 e 61; e necessárias;
VIII – aplicar as penalidades previstas na le- II – instruir e decidir os processos de auto-
gislação, de acordo com o disposto no Capítulo rização, reconhecimento e renovação de reco-
III deste Decreto. nhecimento de cursos superiores a distância,
§ 3o  À Secretaria de Educação Profissional promovendo as diligências necessárias;
e Tecnológica compete especialmente: III – propor ao CNE, compartilhadamente
I – instruir e exarar parecer nos processos com a Secretaria de Educação Superior e a Se-
de credenciamento e recredenciamento de cretaria de Educação Profissional e Tecnológica,
instituições de educação superior tecnológica, diretrizes para a elaboração, pelo INEP, dos ins-
A Educação e a Sociedade Civil

promovendo as diligências necessárias; trumentos de avaliação para credenciamento de


II – instruir e decidir os processos de auto- instituições específico para oferta de educação
rização, reconhecimento e renovação de reco- superior a distância;
nhecimento de cursos superiores de tecnologia, IV – estabelecer diretrizes, compartilhada-
promovendo as diligências necessárias; mente com a Secretaria de Educação Superior
III – propor ao CNE diretrizes para a e a Secretaria de Educação Profissional e Tec-
elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de nológica, para a elaboração, pelo INEP, dos
avaliação para credenciamento de instituições instrumentos de avaliação para autorização
de educação superior tecnológica; de cursos superiores a distância; e
60
V – exercer a supervisão dos cursos de e renovação de reconhecimento de cursos de
graduação e seqüenciais a distância, no que se graduação e seqüenciais;
refere a sua área de atuação. II – realizar as diligências necessárias à veri-
ficação das condições de funcionamento de ins-
Art. 6o No que diz respeito à matéria objeto tituições e cursos, como subsídio para o parecer
deste Decreto, compete ao CNE: da Secretaria competente, quando solicitado;
I – exercer atribuições normativas, delibera- III – realizar a avaliação das instituições, dos
tivas e de assessoramento do Ministro de Estado cursos e do desempenho dos estudantes;
da Educação; IV – elaborar os instrumentos de avaliação
II – deliberar, com base no parecer da Secre- conforme as diretrizes da CONAES;
taria competente, observado o disposto no art. V – elaborar os instrumentos de avaliação
4o, inciso I, sobre pedidos de credenciamento e para credenciamento de instituições e autori-
recredenciamento de instituições de educação zação de cursos, conforme as diretrizes do CNE
superior e específico para a oferta de cursos de e das Secretarias, conforme o caso; e
educação superior a distância; VI – constituir e manter banco público de
III – recomendar, por sua Câmara de Edu- avaliadores especializados, conforme diretrizes
cação Superior, providências das Secretarias, da CONAES.
entre as quais a celebração de protocolo de
compromisso, quando não satisfeito o padrão Art. 8o  No que diz respeito à matéria objeto
de qualidade específico para credenciamento deste Decreto, compete à CONAES:
e recredenciamento de universidades, centros I – coordenar e supervisionar o SINAES;
universitários e faculdades; II – estabelecer diretrizes para a elaboração,
IV – deliberar sobre as diretrizes propostas pelo INEP, dos instrumentos de avaliação de
pelas Secretarias para a elaboração, pelo INEP, cursos de graduação e de avaliação interna e
dos instrumentos de avaliação para credencia- externa de instituições;
mento de instituições; III – estabelecer diretrizes para a constitui-
V – aprovar os instrumentos de avaliação ção e manutenção do banco público de avalia-
para credenciamento de instituições, elabora- dores especializados;
dos pelo INEP; IV – aprovar os instrumentos de avaliação
VI – deliberar, por sua Câmara de Educação referidos no inciso II e submetê-los à homolo-
Superior, sobre a exclusão de denominação de gação pelo Ministro de Estado da Educação;
curso superior de tecnologia do catálogo de que V – submeter à aprovação do Ministro de
trata o art. 5o, § 3o, inciso VII; Estado da Educação a relação dos cursos para
VII – aplicar as penalidades previstas no aplicação do Exame Nacional de Desempenho
Capítulo IV deste Decreto; dos Estudantes – ENADE;
VIII – julgar recursos, nas hipóteses previs- VI – avaliar anualmente as dinâmicas,
tas neste Decreto; procedimentos e mecanismos da avaliação
IX – analisar questões relativas à aplicação institucional, de cursos e de desempenho dos
da legislação da educação superior; e estudantes do SINAES;
X – orientar sobre os casos omissos na VII – estabelecer diretrizes para organização
aplicação deste Decreto, ouvido o órgão de e designação de comissões de avaliação, analisar
consultoria jurídica do Ministério da Educação. relatórios, elaborar pareceres e encaminhar
recomendações às instâncias competentes;
Art. 7o No que diz respeito à matéria objeto VIII – ter acesso a dados, processos e resul-
deste Decreto, compete ao INEP: tados da avaliação; e
I – realizar visitas para avaliação in loco nos IX – submeter anualmente, para fins de
A Educação

processos de credenciamento e recredencia- publicação pelo Ministério da Educação, re-


mento de instituições de educação superior e latório com os resultados globais da avaliação
nos processos de autorização, reconhecimento do SINAES.
61
CAPÍTULO II – Da Regulação do ato autorizativo pelo prazo máximo de
um ano.
SEÇÃO I – Dos Atos Autorizativos § 9o  Todos os processos administrativos
previstos neste Decreto observarão o disposto
Art. 9o  A educação superior é livre à iniciativa na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
privada, observadas as normas gerais da educa- § 10.  Os pedidos de ato autorizativo serão
ção nacional e mediante autorização e avaliação decididos tendo por base o relatório de ava-
de qualidade pelo Poder Público. liação e o conjunto de elementos de instrução
apresentados pelas entidades interessadas no
Art. 10.  O funcionamento de instituição de processo ou solicitados pela Secretaria em sua
educação superior e a oferta de curso superior atividade instrutória. 
dependem de ato autorizativo do Poder Público,
nos termos deste Decreto. Art. 11.  O funcionamento de instituição de
§ 1o  São modalidades de atos autorizativos educação superior ou a oferta de curso supe-
os atos administrativos de credenciamento e rior sem o devido ato autorizativo configura
recredenciamento de instituições de educação irregularidade administrativa, nos termos deste
superior e de autorização, reconhecimento e re- Decreto, sem prejuízo dos efeitos da legislação
novação de reconhecimento de cursos superio- civil e penal.58
res, bem como suas respectivas modificações. § 1o  Na ausência de qualquer dos atos au-
§ 2o  Os atos autorizativos fixam os limites torizativos exigidos nos termos deste Decreto,
da atuação dos agentes públicos e privados em fica vedada a admissão de novos estudantes pela
matéria de educação superior. instituição, aplicando-se as medidas punitivas
§ 3o  A autorização e o reconhecimento de e reparatórias cabíveis.
cursos, bem como o credenciamento de ins- § 2o  A instituição que oferecer curso antes
tituições de educação superior, terão prazos da devida autorização, quando exigida, terá
limitados, sendo renovados, periodicamente, sobrestados os processos de autorização e cre-
após processo regular de avaliação, nos termos denciamento em curso, pelo prazo previsto no
da Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. § 1o do art. 68. 
§ 4o  Qualquer modificação na forma de § 3o  O Ministério da Educação determinará,
atuação dos agentes da educação superior motivadamente, como medida cautelar, a sus-
após a expedição do ato autorizativo, relativa pensão preventiva da admissão de novos alunos
à mantenedora, à abrangência geográfica das em cursos e instituições irregulares, visando
atividades, habilitações, vagas, endereço de evitar prejuízo a novos alunos.
oferta dos cursos ou qualquer outro elemento § 4o  Na hipótese do § 3o, caberá recurso
relevante para o exercício das funções educa- administrativo ao CNE, no prazo de trinta dias,
cionais, depende de modificação do ato auto- sem efeito suspensivo.
rizativo originário, que se processará na forma
de pedido de aditamento.
§ 5o  Havendo divergência entre o ato auto- SEÇÃO II – Do Credenciamento e
rizativo e qualquer documento de instrução do Recredenciamento de Instituição de
A Educação e a Sociedade Civil

processo, prevalecerá o ato autorizativo. Educação Superior


§ 6o  Os prazos contam-se da publicação do
ato autorizativo. SUBSEÇÃO I – Das Disposições Gerais
§ 7o  Os atos autorizativos são válidos até o
ciclo avaliativo seguinte. Art. 12.  As instituições de educação superior, de
§ 8o  O protocolo do pedido de recredencia- acordo com sua organização e respectivas prer-
mento de instituição de educação superior, de rogativas acadêmicas, serão credenciadas como:
reconhecimento e de renovação de reconheci-
mento de curso superior prorroga a validade 58
Decreto no 6.861/2009.
62
I – faculdades; c) comprovante de inscrição nos cadastros
II – centros universitários; e de contribuintes estadual e municipal, quando
III – universidades. for o caso;
d) certidões de regularidade fiscal perante as
Art. 13.  O início do funcionamento de insti- Fazendas Federal, Estadual e Municipal;
tuição de educação superior é condicionado à e) certidões de regularidade relativa à Segu-
edição prévia de ato de credenciamento pelo ridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo
Ministério da Educação. de Serviço – FGTS;
§ 1o  A instituição será credenciada original- f) demonstração de patrimônio para manter
mente como faculdade. a instituição;
§ 2o  O credenciamento como universidade g) para as entidades sem fins lucrativos, de-
ou centro universitário, com as conseqüen- monstração de aplicação dos seus excedentes
tes prerrogativas de autonomia, depende do financeiros para os fins da instituição mantida;
credenciamento específico de instituição já não remuneração ou concessão de vantagens
credenciada, em funcionamento regular e com ou benefícios a seus instituidores, dirigentes,
padrão satisfatório de qualidade. sócios, conselheiros, ou equivalentes e, em
§ 3o  O indeferimento do pedido de cre- caso de encerramento de suas atividades, des-
denciamento como universidade ou centro tinação de seu patrimônio a outra instituição
universitário não impede o credenciamento congênere ou ao Poder Público, promovendo,
subsidiário como centro universitário ou facul- se necessário, a alteração estatutária corres-
dade, cumpridos os requisitos previstos em lei. pondente; e
§ 4o  O primeiro credenciamento terá pra- h) para as entidades com fins lucrativos,
zo máximo de três anos, para faculdades e apresentação de demonstrações financeiras
centros universitários, e de cinco anos, para atestadas por profissionais competentes;
universidades. II – da instituição de educação superior:
a) comprovante de recolhimento da taxa de
Art. 14.  São fases do processo de credencia- avaliação in loco, prevista na Lei no 10.870, de
mento: 19 de maio de 2004;
I – protocolo do pedido junto à Secretaria b) plano de desenvolvimento institucional;
competente, instruído conforme disposto nos c) regimento ou estatuto; e
arts. 15 e 16; d) identificação dos integrantes do corpo
II – análise documental pela Secretaria dirigente, destacando a experiência acadêmica
competente; e administrativa de cada um.
III – avaliação in loco pelo INEP;
IV – parecer da Secretaria competente; Art. 16.  O plano de desenvolvimento institu-
V – deliberação pelo CNE; e cional deverá conter, pelo menos, os seguintes
VI – homologação do parecer do CNE pelo elementos:
Ministro de Estado da Educação. I – missão, objetivos e metas da instituição,
em sua área de atuação, bem como seu histó-
Art. 15.  O pedido de credenciamento deverá rico de implantação e desenvolvimento, se for
ser instruído com os seguintes documentos: o caso;
I – da mantenedora: II – projeto pedagógico da instituição;
a) atos constitutivos, devidamente regis- III – cronograma de implantação e desen-
trados no órgão competente, que atestem sua volvimento da instituição e de cada um de
existência e capacidade jurídica, na forma da seus cursos, especificando-se a programação
legislação civil; de abertura de cursos, aumento de vagas,
A Educação

b) comprovante de inscrição no Cadastro ampliação das instalações físicas e, quando


Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da for o caso, a previsão de abertura dos cursos
Fazenda – CNPJ/MF; fora de sede;
63
IV – organização didático-pedagógica da reduzida, para utilização, com segurança e
instituição, com a indicação de número de autonomia, total ou assistida, dos espaços,
turmas previstas por curso, número de alunos mobiliários e equipamentos urbanos, das
por turma, locais e turnos de funcionamento edificações, dos serviços de transporte; dos
e eventuais inovações consideradas signifi- dispositivos, sistemas e meios de comunicação
cativas, especialmente quanto a flexibilidade e informação, serviços de tradutor e intérprete
dos componentes curriculares, oportunidades da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS;
diferenciadas de integralização do curso, ati- VIII – oferta de educação a distância, sua
vidades práticas e estágios, desenvolvimento abrangência e pólos de apoio presencial;
de materiais pedagógicos e incorporação de IX – oferta de cursos e programas de mes-
avanços tecnológicos; trado e doutorado; e
V – perfil do corpo docente, indicando X – demonstrativo de capacidade e susten-
requisitos de titulação, experiência no magis- tabilidade financeiras.
tério superior e experiência profissional não-
-acadêmica, bem como os critérios de seleção Art. 17.  A Secretaria de Educação Superior ou
e contração, a existência de plano de carreira, a Secretaria de Educação Profissional e Tecno-
o regime de trabalho e os procedimentos lógica, conforme o caso, receberá os documen-
para substituição eventual dos professores do tos protocolados e dará impulso ao processo.59
quadro; § 1o  A Secretaria competente procederá
VI – organização administrativa da insti- à análise dos documentos sob os aspectos da
tuição, identificando as formas de participação regularidade formal e do mérito do pedido.
dos professores e alunos nos órgãos colegiados § 2o  A Secretaria, após análise documental,
responsáveis pela condução dos assuntos aca- encaminhará o processo ao INEP para avaliação
dêmicos e os procedimentos de auto-avaliação in loco.
institucional e de atendimento aos alunos; § 3o  A Secretaria poderá realizar as dili-
VII – infra-estrutura física e instalações gências necessárias à completa instrução do
acadêmicas, especificando: processo, visando subsidiar a deliberação final
a) com relação à biblioteca: acervo de livros, das autoridades competentes.
periódicos acadêmicos e científicos e assinatu- § 4o  A Secretaria competente emitirá pare-
ras de revistas e jornais, obras clássicas, dicio- cer, ao final da instrução, tendo como referen-
nários e enciclopédias, formas de atualização e cial básico o relatório de avaliação do INEP
expansão, identificado sua correlação pedagógi- e considerando o conjunto de elementos que
ca com os cursos e programas previstos; vídeos, compõem o processo.
DVD, CD, CD-ROMS e assinaturas eletrônicas;
espaço físico para estudos e horário de fun- Art. 18.  O processo será encaminhado ao
cionamento, pessoal técnico administrativo e CNE, para deliberação, em ato único, moti-
serviços oferecidos; vadamente, sobre a conformidade do estatuto
b) com relação aos laboratórios: instalações e ou do regimento com a legislação aplicável, a
equipamentos existentes e a serem adquiridos, regularidade da instrução e o mérito do pedido.
identificando sua correlação pedagógica com Parágrafo único.  Da decisão do CNE caberá
A Educação e a Sociedade Civil

os cursos e programas previstos, os recursos recurso administrativo, na forma de seu regi-


de informática disponíveis, informações con- mento interno.
cernentes à relação equipamento/aluno; e des-
crição de inovações tecnológicas consideradas Art. 19.  O processo será restituído ao Ministro
significativas; e de Estado da Educação para homologação do
c) plano de promoção de acessibilidade e de parecer do CNE.60 
atendimento prioritário, imediato e diferen-
ciado às pessoas portadoras de necessidades 59
Decreto no 6.303/2007.
educacionais especiais ou com mobilidade 60
Decreto no 6.303/2007.
64
Parágrafo único.  O Ministro de Estado da do art. 63, inciso II, ficando suspensa a trami-
Educação poderá restituir o processo ao CNE tação do pedido de recredenciamento até o
para reexame, motivadamente. encerramento do processo.

SUBSEÇÃO II – Do Recredenciamento SUBSEÇÃO III – Do Credenciamento de


Campus Fora de Sede61
Art. 20.  A instituição deverá protocolar
pedido de recredenciamento ao final de cada Art. 24.  As universidades poderão pedir
ciclo avaliativo do SINAES junto à Secretaria credenciamento de campus fora de sede em
competente, devidamente instruído, no prazo Município diverso da abrangência geográfica
previsto no § 7o do art. 10. do ato de credenciamento em vigor, desde que
Parágrafo único.  O processo de recreden- no mesmo Estado. 62
ciamento observará as disposições processuais § 1o  O campus fora de sede integrará o
referentes ao pedido de credenciamento, no conjunto da universidade e não gozará de
que couber. prerrogativas de autonomia.
§ 2o  O pedido de credenciamento de cam-
Art. 21.  O pedido de recredenciamento de ins- pus fora de sede processar-se-á como adita-
tituição de educação superior deve ser instruído mento ao ato de credenciamento, aplicando-se,
com os seguintes documentos: no que couber, as disposições processuais que
I – quanto à mantenedora, os documentos regem o pedido de credenciamento.
referidos no art. 15, inciso I; e § 3o  É vedada a oferta de curso em unidade
II – quanto à instituição de educação supe- fora da sede sem o prévio credenciamento do
rior, a atualização do plano de desenvolvimento campus fora de sede e autorização específica do
institucional, do regimento ou estatuto e das curso, na forma deste Decreto.
informações relativas ao corpo dirigente, com
destaque para as alterações ocorridas após o
credenciamento. SUBSEÇÃO IV – Da Transferência de
Mantença
Art. 22.  O deferimento do pedido de recre-
denciamento é condicionado à demonstração Art. 25.  A alteração da mantença de qualquer
do funcionamento regular da instituição e instituição de educação superior deve ser sub-
terá como referencial básico os processos de metida ao Ministério da Educação.
avaliação do SINAES.  § 1o  O novo mantenedor deve apresentar
§ 1o  A Secretaria competente considerará, os documentos referidos no art. 15, inciso I,
para fins regulatórios, o último relatório de além do instrumento jurídico que dá base à
avaliação disponível no SINAES. transferência de mantença.
§ 2o  Caso considere necessário, a Secretaria § 2o  O pedido tramitará na forma de adita-
solicitará ao INEP realização de nova avaliação mento ao ato de credenciamento ou recreden-
in loco. ciamento da instituição, sujeitando-se a delibe-
ração específica das autoridades competentes.
Art. 23.  O resultado insatisfatório da avaliação § 3o  É vedada a transferência de cursos ou
do SINAES enseja a celebração de protocolo programas entre mantenedoras.
de compromisso, na forma dos arts. 60 e 61 § 4o  Não se admitirá a transferência de
deste Decreto. mantença em favor de postulante que, direta-
Parágrafo único.  Expirado o prazo do pro- mente ou por qualquer entidade mantida, tenha
A Educação

tocolo de compromisso sem o cumprimento


satisfatório das metas nele estabelecidas, será 61
Decreto no 6.303/2007.
instaurado processo administrativo, na forma 62
Decreto no 6.303/2007.
65
recebido penalidades, em matéria de educação § 1o  O disposto nesta Subseção aplica-se aos
superior, perante o sistema federal de ensino, cursos de graduação e seqüenciais.
nos últimos cinco anos. § 2o  Os cursos e programas oferecidos por
§ 5o  No exercício da atividade instrutória, instituições de pesquisa científica e tecnológica
poderá a Secretaria solicitar a apresentação de submetem-se ao disposto neste Decreto.
documentos que informem sobre as condições
econômicas da entidade que cede a mantença, Art. 28.  As universidades e centros universitá-
tais como certidões de regularidade fiscal e ou- rios, nos limites de sua autonomia, observado o
tros, visando obter informações circunstanciadas disposto nos §§ 2o e 3o deste artigo, independem
sobre as condições de autofinanciamento da de autorização para funcionamento de curso
instituição, nos termos do art. 7o, inciso III, da superior, devendo informar à Secretaria compe-
Lei no9.394, de 1996, no intuito de preservar a ati- tente os cursos abertos para fins de supervisão,
vidade educacional e o interesse dos estudantes. avaliação e posterior reconhecimento, no prazo
de sessenta dias.
§ 1o  Aplica-se o disposto no caput a novas
SUBSEÇÃO V – Do Credenciamento turmas, cursos congêneres e toda alteração que
Específico para Oferta de Educação a importe aumento no número de estudantes
Distância da instituição ou modificação das condições
constantes do ato de credenciamento.
Art. 26.  A oferta de educação a distância é § 2o  A criação de cursos de graduação em
sujeita a credenciamento específico, nos termos direito e em medicina, odontologia e psicologia,
de regulamentação própria. inclusive em universidades e centros universi-
§ 1o  O pedido observará os requisitos perti- tários, deverá ser submetida, respectivamente,
nentes ao credenciamento de instituições e será à manifestação do Conselho Federal da Ordem
instruído pela Secretaria de Educação Superior dos Advogados do Brasil ou do Conselho Na-
ou pela Secretaria de Educação Profissional e cional de Saúde, previamente à autorização pelo
Tecnológica, conforme o caso, com a colabo- Ministério da Educação. 
ração da Secretaria de Educação a Distância. § 3o  O prazo para a manifestação prevista no
§ 2o  O pedido de credenciamento de ins- § 2 é de sessenta dias, prorrogável por igual pe-
o

tituição de educação superior para a oferta de ríodo, a requerimento do Conselho interessado.


educação a distância deve ser instruído com
o comprovante do recolhimento da taxa de Art. 29.  São fases do processo de autorização:
avaliação in loco e documentos referidos em I – protocolo do pedido junto à Secretaria
regulamentação específica.  competente, instruído conforme disposto no
§ 3o  Aplicam-se, no que couber, as disposi- art. 30 deste Decreto;
ções que regem o credenciamento e o recreden- II – análise documental pela Secretaria
ciamento de instituições de educação superior. competente;
III – avaliação in loco pelo INEP; e
IV – decisão da Secretaria competente.
SEÇÃO III – Da Autorização, do
A Educação e a Sociedade Civil

Reconhecimento e da Renovação Art. 30.  O pedido de autorização de curso


de Reconhecimento de Curso Superior deverá ser instruído com os seguintes docu-
mentos:
SUBSEÇÃO I – Da Autorização I – comprovante de recolhimento da taxa de
avaliação in loco;
Art. 27.  A oferta de cursos superiores em II – projeto pedagógico do curso, infor-
faculdade ou instituição equiparada, nos ter- mando número de alunos, turnos, programa
mos deste Decreto, depende de autorização do do curso e demais elementos acadêmicos
Ministério da Educação. pertinentes;
66
III – relação de docentes, acompanhada de Parágrafo único.  O reconhecimento de
termo de compromisso firmado com a institui- curso na sede não se estende às unidades fora
ção, informando-se a respectiva titulação, carga de sede, para registro do diploma ou qualquer
horária e regime de trabalho; e outro fim. 
IV – comprovante de disponibilidade do
imóvel. Art. 35.  A instituição deverá protocolar pedido
de reconhecimento de curso, no período entre
Art. 31.  A Secretaria competente receberá os metade do prazo previsto para a integralização
documentos protocolados e dará impulso ao de sua carga horária e setenta e cinco por cento
processo. desse prazo. 63
§ 1o  O pedido de reconhecimento deverá
§ 1o  A Secretaria realizará a análise docu- ser instruído com os seguintes documentos:
mental, as diligências necessárias à completa I – comprovante de recolhimento da taxa de
instrução do processo e o encaminhará ao INEP avaliação in loco;
para avaliação in loco. II – projeto pedagógico do curso, incluindo
§ 2o  A Secretaria solicitará parecer da Se- número de alunos, turnos e demais elementos
cretaria de Educação a Distância, quando for acadêmicos pertinentes;
o caso. III – relação de docentes, constante do ca-
§ 3o  A Secretaria oficiará o Conselho Fe- dastro nacional de docentes; e
deral da Ordem dos Advogados do Brasil ou IV – comprovante de disponibilidade do
o Conselho Nacional de Saúde, nas hipóteses imóvel.
do art. 28. § 2o  Os cursos autorizados nos termos deste
§ 4o  A Secretaria procederá à análise dos Decreto ficam dispensados do cumprimento
documentos sob os aspectos da regularidade dos incisos II e IV, devendo apresentar apenas
formal e do mérito do pedido, tendo como os elementos de atualização dos documentos
referencial básico o relatório de avaliação do juntados por ocasião da autorização.
INEP, e ao final decidirá o pedido. § 3o  A Secretaria competente considerará,
para fins regulatórios, o último relatório de
Art. 32.  O Secretário competente poderá, em avaliação disponível no SINAES.
cumprimento das normas gerais da educação § 4o  Caso considere necessário, a Secretaria
nacional: solicitará ao INEP realização de nova avaliação
I – deferir o pedido de autorização de curso; in loco.
II – deferir o pedido de autorização de curso,
em caráter experimental, nos termos do art. 81 Art. 36.  O reconhecimento de cursos de
da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; ou graduação em direito e em medicina, odon-
III – indeferir, motivadamente, o pedido de tologia e psicologia, deverá ser submetido,
autorização de curso. respectivamente, à manifestação do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou
Art. 33.  Da decisão do Secretário, caberá do Conselho Nacional de Saúde.64
recurso administrativo ao CNE, no prazo de § 1o  O prazo para manifestação prevista no
trinta dias. caput é de sessenta dias, prorrogável por igual
período.
§ 2o  Nos processos de reconhecimento dos
SUBSEÇÃO II – Do Reconhecimento cursos de licenciatura e normal superior, o Con-
selho Técnico Científico da Educação Básica, da
Art. 34.  O reconhecimento de curso é con- Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento
A Educação

dição necessária, juntamente com o registro,


para a validade nacional dos respectivos 63
Decreto no 6.303/2007.
diplomas. 64
Decreto no 6.303/2007.
67
de Pessoal de Nível Superior – CAPES, poderá § 2o  Aplicam-se à renovação do reconheci-
se manifestar, aplicando-se, no que couber, as mento de cursos as disposições pertinentes ao
disposições procedimentais que regem a ma- processo de reconhecimento.
nifestação dos conselhos de regulamentação § 3o  A renovação do reconhecimento de
profissional. cursos de graduação, incluídos os de tecnologia,
de uma mesma instituição deverá ser realizada
Art. 37.  No caso de curso correspondente a de forma integrada e concomitante.
profissão regulamentada, a Secretaria abrirá
prazo para que o respectivo órgão de regula-
mentação profissional, de âmbito nacional, SUBSEÇÃO IV – Da Autorização,
querendo, ofereça subsídios à decisão do Mi- Reconhecimento e Renovação de
nistério da Educação, em sessenta dias. Reconhecimento de Cursos Superiores de
§ 1o  Decorrido o prazo fixado no caput, a Tecnologia65
Secretaria abrirá prazo para manifestação do
requerente, por trinta dias. Art. 42.  A autorização, o reconhecimento
§ 2o  Instruído o processo, a Secretaria exa- e a renovação de reconhecimento de cursos
minará os documentos e decidirá o pedido. superiores de tecnologia terão por base o ca-
tálogo de denominações de cursos publicado
Art. 38.  O deferimento do pedido de reco- pela Secretaria de Educação Profissional e
nhecimento terá como referencial básico os Tecnológica.66
processos de avaliação do SINAES.
Art. 43.  A inclusão no catálogo de denomi-
Art. 39.  O resultado insatisfatório da avaliação nação de curso superior de tecnologia com
do SINAES enseja a celebração de protocolo de o respectivo perfil profissional dar-se-á pela
compromisso, na forma do arts. 60 e 61. Secretaria de Educação Profissional e Tecnoló-
Parágrafo único.  Expirado o prazo do pro- gica, de ofício ou a requerimento da instituição.
tocolo de compromisso sem o cumprimento § 1o  O pedido será instruído com os ele-
satisfatório das metas nele estabelecidas, será mentos que demonstrem a consistência da área
instaurado processo administrativo de cassação técnica definida, de acordo com as diretrizes
de autorização de funcionamento na forma do curriculares nacionais.
art. 63, inciso II. § 2o  O CNE, mediante proposta fundamen-
tada da Secretaria de Educação Profissional e
Art. 40.  Da decisão, caberá recurso adminis- Tecnológica, deliberará sobre a exclusão de
trativo ao CNE, no prazo de trinta dias. denominação de curso do catálogo.

Art. 44.  O Secretário, nos processos de auto-


SUBSEÇÃO III – Da Renovação de rização, reconhecimento e renovação de reco-
Reconhecimento nhecimento de cursos superiores de tecnologia,
poderá, em cumprimento das normas gerais da
Art. 41.  A instituição deverá protocolar pedido educação nacional: 67 
A Educação e a Sociedade Civil

de renovação de reconhecimento ao final de I – deferir o pedido, com base no catálogo de


cada ciclo avaliativo do SINAES junto à Secre- denominações de cursos publicado pela Secre-
taria competente, devidamente instruído, no taria de Educação Profissional e Tecnológica;
prazo previsto no § 7o do art. 10. II – deferir o pedido, determinando a in-
§ 1o  O pedido de renovação de reconheci- clusão da denominação do curso no catálogo;
mento deverá ser instruído com os documentos
referidos no art. 35, § 1o, com a atualização 65
Decreto no 6.303/2007.
dos documentos apresentados por ocasião do 66
Decreto no 6.303/2007.
pedido de reconhecimento de curso. 67
Decreto no 6.303/2007.
68
III – deferir o pedido, mantido o caráter petente tiver ciência de irregularidade que lhe
experimental do curso; caiba sanar e punir.
IV – deferir o pedido exclusivamente para
fins de registro de diploma, vedada a admissão Art. 47.  A Secretaria dará ciência da represen-
de novos alunos; ou tação à instituição, que poderá, em dez dias,
V – indeferir o pedido, motivadamente. manifestar-se previamente pela insubsistência
Parágrafo único.  Aplicam-se à autorização, da representação ou requerer a concessão de
reconhecimento e renovação de reconheci- prazo para saneamento de deficiências, nos
mento de cursos superiores de tecnologia as termos do art. 46, § 1o, da Lei no 9.394, de 1996,
disposições previstas nas Subseções II e III. sem prejuízo da defesa de que trata o art. 51.
§ 1o  Em vista da manifestação da instituição,
o Secretário decidirá pela admissibilidade da
CAPÍTULO III – Da Supervisão representação, instaurando processo adminis-
trativo ou concedendo prazo para saneamento
Art. 45.  A Secretaria de Educação Superior, a de deficiências.
Secretaria de Educação Profissional e Tecno- § 2o  Não admitida a representação, o Secre-
lógica e a Secretaria de Educação a Distância tário arquivará o processo. 
exercerão as atividades de supervisão relativas,
respectivamente, aos cursos de graduação e Art. 48.  Na hipótese da determinação de sa-
seqüenciais, aos cursos superiores de tecnolo- neamento de deficiências, o Secretário exarará
gia e aos cursos na modalidade de educação a despacho, devidamente motivado, especifi-
distância. cando as deficiências identificadas, bem como
§ 1o  A Secretaria ou órgão de supervisão as providências para sua correção efetiva, em
competente poderá, no exercício de sua ativida- prazo fixado.
de de supervisão, nos limites da lei, determinar § 1o  A instituição poderá impugnar, em
a apresentação de documentos complementares dez dias, as medidas determinadas ou o prazo
ou a realização de auditoria. fixado.
§ 2o  Os atos de supervisão do Poder Pú- § 2o  O Secretário apreciará a impugnação
blico buscarão resguardar os interesses dos e decidirá pela manutenção das providências
envolvidos, bem como preservar as atividades de saneamento e do prazo ou pela adaptação
em andamento. das providências e do respectivo prazo, não
cabendo novo recurso dessa decisão.
Art. 46.  Os alunos, professores e o pessoal téc- § 3o  O prazo para saneamento de defici-
nico-administrativo, por meio dos respectivos ências não poderá ser superior a doze meses,
órgãos representativos, poderão representar aos contados do despacho referido no caput.
órgãos de supervisão, de modo circunstanciado, § 4o  Na vigência de prazo para saneamento
quando verificarem irregularidades no funcio- de deficiências, poderá ser aplicada a medida
namento de instituição ou curso superior. prevista no art. 11, § 3o, motivadamente, desde
§ 1o  A representação deverá conter a qua- que, no caso específico, a medida de cautela
lificação do representante, a descrição clara e se revele necessária para evitar prejuízo aos
precisa dos fatos a serem apurados e a docu- alunos.
mentação pertinente, bem como os demais
elementos relevantes para o esclarecimento do Art. 49.  Esgotado o prazo para saneamento de
seu objeto. deficiências, a Secretaria competente poderá
§ 2o  A representação será recebida, nume- realizar verificação in loco, visando comprovar
rada e autuada pela Secretaria competente e em o efetivo saneamento das deficiências.
A Educação

seguida submetida à apreciação do Secretário. Parágrafo único.  O Secretário apreciará


§ 3o  O processo administrativo poderá ser os elementos do processo e decidirá sobre o
instaurado de ofício, quando a Secretaria com- saneamento das deficiências.
69
Art. 50.  Não saneadas as deficiências ou admi- Art. 54.  A decisão de desativação de cursos e
tida de imediato a representação, será instaura- habilitações implicará a cessação imediata do
do processo administrativo para aplicação de funcionamento do curso ou habilitação, vedada
penalidades, mediante portaria do Secretário, a admissão de novos estudantes.
da qual constarão: § 1 o  Os estudantes que se transferirem
I – identificação da instituição e de sua para outra instituição de educação superior
mantenedora; têm assegurado o aproveitamento dos estudos
II – resumo dos fatos objeto das apurações, e, realizados. 
quando for o caso, das razões de representação; § 2o  Na impossibilidade de transferência,
III – informação sobre a concessão de prazo ficam ressalvados os direitos dos estudantes ma-
para saneamento de deficiências e as condições triculados à conclusão do curso, exclusivamente
de seu descumprimento ou cumprimento para fins de expedição de diploma.
insuficiente;
IV – outras informações pertinentes; Art. 55.  A decisão de intervenção será im-
V – consignação da penalidade aplicável; e plementada por despacho do Secretário, que
VI – determinação de notificação do repre- nomeará o interventor e estabelecerá a duração
sentado. e as condições da intervenção.
§ 1o  O processo será conduzido por auto-
ridade especialmente designada, integrante da Art. 56.  A decisão de suspensão temporária de
Secretaria competente para a supervisão, que prerrogativas da autonomia definirá o prazo de
realizará as diligências necessárias à instrução. suspensão e as prerrogativas suspensas, dentre
§ 2o  Não será deferido novo prazo para sa- aquelas previstas nos incisos I a X do art. 53
neamento de deficiências no curso do processo da Lei no 9.394, de 1996, constando obrigato-
administrativo. riamente as dos incisos I e IV daquele artigo.
Parágrafo único.  O prazo de suspensão será,
Art. 51.  O representado será notificado por ci- no mínimo, o dobro do prazo concedido para
ência no processo, via postal com aviso de recebi- saneamento das deficiências.
mento, por telegrama ou outro meio que assegure
a certeza da ciência do interessado, para, no prazo Art. 57.  A decisão de descredenciamento da
de quinze dias, apresentar defesa, tratando das instituição implicará a cessação imediata do
matérias de fato e de direito pertinentes. funcionamento da instituição, vedada a admis-
são de novos estudantes.
Art. 52.  Recebida a defesa, o Secretário apre- § 1 o  Os estudantes que se transferirem
ciará o conjunto dos elementos do processo para outra instituição de educação superior
e proferirá decisão, devidamente motivada, têm assegurado o aproveitamento dos estudos
arquivando o processo ou aplicando uma das realizados. 
seguintes penalidades previstas no art. 46, § 1o, § 2o  Na impossibilidade de transferência,
da Lei no 9.394, de 1996: ficam ressalvados os direitos dos estudantes ma-
I – desativação de cursos e habilitações; triculados à conclusão do curso, exclusivamente
II – intervenção; para fins de expedição de diploma.
A Educação e a Sociedade Civil

III – suspensão temporária de prerrogativas


da autonomia; ou
IV – descredenciamento. CAPÍTULO IV – Da Avaliação

Art. 53.  Da decisão do Secretário caberá re- Art. 58.  A avaliação das instituições de edu-
curso ao CNE, em trinta dias. cação superior, dos cursos de graduação e do
Parágrafo único.  A decisão administrativa desempenho acadêmico de seus estudantes será
final será homologada em portaria do Ministro realizada no âmbito do SINAES, nos termos da
de Estado da Educação. legislação aplicável.
70
§ 1o  O SINAES, a fim de cumprir seus obje- I – o diagnóstico objetivo das condições da
tivos e atender a suas finalidades constitucionais instituição;
e legais, compreende os seguintes processos de II – os encaminhamentos, processos e ações
avaliação institucional: a serem adotados pela instituição com vistas à
I – avaliação interna das instituições de superação das dificuldades detectadas;
educação superior; III – a indicação expressa de metas a serem
II – avaliação externa das instituições de cumpridas e, quando couber, a caracterização
educação superior; das respectivas responsabilidades dos dirigentes;
III – avaliação dos cursos de graduação; e IV – o prazo máximo para seu cumpri-
IV – avaliação do desempenho acadêmico mento; e
dos estudantes de cursos de graduação. V – a criação, por parte da instituição de
§ 2o  Os processos de avaliação obedecerão educação superior, de comissão de acompanha-
ao disposto no art. 2o da Lei no 10.861, de 2004. mento do protocolo de compromisso.
§ 1o  A celebração de protocolo de compro-
Art. 59.  O SINAES será operacionalizado pelo misso suspende o fluxo do processo regulatório,
INEP, conforme as diretrizes da CONAES, em até a realização da avaliação que ateste o cum-
ciclos avaliativos com duração inferior a:68 primento das exigências contidas no protocolo.
I – dez anos, como referencial básico para § 2o  Na vigência de protocolo de compro-
recredenciamento de universidades; e misso, poderá ser aplicada a medida prevista
II – cinco anos, como referencial básico para no art. 11, § 3o, motivadamente, desde que, no
recredenciamento de centros universitários caso específico, a medida de cautela se revele
e faculdades e renovação de reconhecimento necessária para evitar prejuízo aos alunos.
de cursos.
§ 1o Revogado. Art. 62.  Esgotado o prazo do protocolo de
§ 2o Revogado. compromisso, a instituição será submetida a
§ 3o  A avaliação, como referencial básico nova avaliação in loco pelo INEP, para verificar
para a regulação de instituições e cursos, resul- o cumprimento das metas estipuladas, com
tará na atribuição de conceitos, conforme uma vistas à alteração ou à manutenção do conceito.
escala de cinco níveis. § 1o  O INEP expedirá relatório de nova
avaliação à Secretaria competente, vedadas a
Art. 60.  A obtenção de conceitos insatisfató- celebração de novo protocolo de compromisso.
rios nos processos periódicos de avaliação, nos § 2o  A instituição de educação superior de-
processos de recredenciamento de instituições, verá apresentar comprovante de recolhimento
reconhecimento e renovação de reconhecimen- da taxa de avaliação in loco para a nova avalia-
to de cursos de graduação enseja a celebração ção até trinta dias antes da expiração do prazo
de protocolo de compromisso com a instituição do protocolo de compromisso.
de educação superior. 69
Parágrafo único.  Caberá, a critério da Art. 63.  O descumprimento do protocolo de
instituição, recurso administrativo para revi- compromisso enseja a instauração de processo
são de conceito, previamente à celebração de administrativo para aplicação das seguintes
protocolo de compromisso, conforme normas penalidades previstas no art. 10, § 2o, da Lei no
expedidas pelo Ministério da Educação.  10.861, de 2004:
I – suspensão temporária da abertura de
Art. 61.  O protocolo de compromisso deverá processo seletivo de cursos de graduação;
conter: 70 II – cassação da autorização de funcionamen-
to da instituição de educação superior ou do
A Educação

68
Decreto no 6.303/2007. reconhecimento de cursos por ela oferecidos; e
69
Decreto no 6.303/2007. III – advertência, suspensão ou perda de
70
Decreto no 6.303/2007. mandato do dirigente responsável pela ação não
71
executada, no caso de instituições públicas de em conjunto com pedido de autorização de
educação superior. pelo menos um curso superior, observando-
§ 1o  A instituição de educação superior será -se as disposições pertinentes deste Decreto,
notificada por ciência no processo, via postal bem como a racionalidade e economicidade
com aviso de recebimento, por telegrama ou administrativas.
outro meio que assegure a certeza da ciência
do interessado, para, no prazo de dez dias, Art. 68.  O requerente terá prazo de doze me-
apresentar defesa, tratando das matérias de fato ses, a contar da publicação do ato autorizativo,
e de direito pertinentes. para iniciar o funcionamento do curso, sob
§ 2o  Recebida a defesa, o Secretário apre- pena de caducidade.
ciará o conjunto dos elementos do processo e § 1o  Nos casos de caducidade do ato au-
o remeterá ao CNE para deliberação, com pa- torizativo e de decisão final desfavorável em
recer recomendando a aplicação da penalidade processo de credenciamento de instituição de
cabível ou o seu arquivamento. educação superior, inclusive de campus fora de
§ 3o  Da decisão do CNE caberá recurso ad- sede, e de autorização de curso superior, os inte-
ministrativo, na forma de seu regimento interno. ressados só poderão apresentar nova solicitação
§ 4o  A decisão de arquivamento do processo relativa ao mesmo pedido após decorridos dois
administrativo enseja a retomada do fluxo dos anos contados do ato que encerrar o processo.
prazos previstos nos §§ 7o e 8o do art. 10. § 2o  Considera-se início de funcionamento
§ 5o  A decisão administrativa final será ho- do curso, para efeito do prazo referido no caput,
mologada em portaria do Ministro de Estado a oferta efetiva de aulas.
da Educação.
Art. 69.  O exercício de atividade docente na
Art. 64.  A decisão de suspensão temporária educação superior não se sujeita à inscrição
da abertura de processo seletivo de cursos de do professor em órgão de regulamentação
graduação definirá o prazo de suspensão, que profissional.
não poderá ser menor que o dobro do prazo Parágrafo único.  O regime de trabalho do-
fixado no protocolo de compromisso. cente em tempo integral compreende a presta-
ção de quarenta horas semanais de trabalho na
Art. 65.  À decisão de cassação da autorização mesma instituição, nele reservado o tempo de
de funcionamento da instituição de educação pelo menos vinte horas semanais para estudos,
superior ou do reconhecimento de cursos de pesquisa, trabalhos de extensão, planejamento
graduação por ela oferecidos, aplicam-se o e avaliação.
disposto nos arts. 57 ou 54, respectivamente.

Art. 66.  A decisão de advertência, suspensão SEÇÃO II – Das Disposições Transitórias


ou perda de mandato do dirigente responsável
pela ação não executada, no caso de instituições Art. 70.  O disposto no § 7o do art. 10 não se
públicas de educação superior, será precedida aplica a atos autorizativos anteriores a este
de processo administrativo disciplinar, nos ter- Decreto que tenham fixado prazo determinado.
A Educação e a Sociedade Civil

mos da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.


Art. 71.  O catálogo de cursos superiores de
tecnologia será publicado no prazo de noventa
CAPÍTULO V – Das Disposições Finais e dias.
Transitórias § 1o  Os pedidos de autorização, reconhe-
cimento e renovação de reconhecimento dos
SEÇÃO I – Das Disposições Finais cursos superiores de tecnologia em tramitação
deverão adequar-se aos termos deste Decreto,
Art. 67.  O pedido de credenciamento de no prazo de sessenta dias, contados da publi-
72 instituição de educação superior tramitará cação do catálogo.
§ 2o  As instituições de educação superior em portaria ministerial, com base em proposta
que ofereçam cursos superiores de tecnologia da CONAES, ouvidas as Secretarias e o INEP.
poderão, após a publicação deste Decreto, adap-
tar as denominações de seus cursos ao catálogo Art. 76.  O Ministério da Educação e os órgãos
de que trata o art. 42. federais de educação revogarão expressamente os
atos normativos incompatíveis com este Decreto,
Art. 72.  Os campi fora de sede já criados e em até trinta dias contados da sua publicação.
em funcionamento na data de publicação do
Decreto no 3.860, de 9 de julho de 2001, pre- Art. 77.  Os arts. 1o e 17 do Decreto no 5.224,
servarão suas prerrogativas de autonomia pelo de 1o de outubro de 2004, passam a vigorar com
prazo de validade do ato de credenciamento, a seguinte redação:
sendo submetidos a processo de recredencia- “Art. 1o..............................................................
mento, que se processará em conjunto com o § 1o Os CEFET são instituições de ensino
recredenciamento da universidade, quando se superior pluricurriculares, especializados
decidirá acerca das respectivas prerrogativas na oferta de educação tecnológica nos
de autonomia. diferentes níveis e modalidades de ensino,
caracterizando-se pela atuação prioritária
Art. 73.  Os processos iniciados antes da na área tecnológica.
entrada em vigor deste Decreto obedecerão ............................................................... ” (NR)
às disposições processuais nele contidas, “Art.17 .............................................................
aproveitando-se os atos já praticados. § 4o Os CEFET poderão usufruir de outras
Parágrafo único.  Serão observados os atribuições da autonomia universitária,
princípios e as disposições da legislação do devidamente definidas no ato de seu cre-
processo administrativo federal, em especial denciamento, nos termos do § 2o do art. 54
no que respeita aos prazos para a prática dos da Lei no 9.394, de 1996.
atos processuais pelo Poder Público, à adoção § 5o A autonomia de que trata o § 4o deverá
de formas simples, suficientes para propiciar observar os limites definidos no plano de-
adequado grau de certeza, segurança e respeito desenvolvimento institucional, aprovado
aos direitos dos administrados e à interpretação quando do seu credenciamento e recreden-
da norma administrativa da forma que melhor ciamento.” (NR)
garanta o atendimento do fim público a que
se dirige. Art. 78.  Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 74.  Os processos de autorização, reco-
nhecimento e renovação de reconhecimento Art. 79.  Revogam-se os Decretos nos 1.845, de
de cursos em tramitação no CNE e já distri- 28 de março de 1996, 3.860, de 9 de julho de
buídos aos respectivos Conselheiros relatores 2001, 3.864, de 11 de julho de 2001, 3.908, de 4
seguirão seu curso regularmente, na forma de setembro de 2001, e 5.225, de 1o de outubro
deste Decreto. de 2004.
Parágrafo único.  Os processos ainda não
distribuídos deverão retornar à Secretaria com- Brasília, 9 de maio de 2006; 185o da Indepen-
petente do Ministério da Educação. dência e 118o da República.

Art. 75.  As avaliações de instituições e cursos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
de graduação já em funcionamento, para fins Haddad
de recredenciamento, reconhecimento e reno-
A Educação

vação de reconhecimento, serão escalonadas Publicado no DOU de 10/5/2006.

73
O Estudante
Lei n. 10.219/2001
de 11 de abril de 2001

Cria o Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à educação – “Bolsa Escola”, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber nima associados a ações socioeducativas, que


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono preencham, cumulativamente, os seguintes
a seguinte Lei: requisitos:
I – sejam instituídos por lei municipal,
Art. 1o  Fica criado, nos termos desta Lei, o Pro- compatível com o termo de adesão referido no
grama Nacional de Renda Mínima vinculada à inciso I do art. 5o;
educação – “Bolsa Escola”. II – tenham como beneficiárias as famílias
§ 1 o O programa criado nos termos do residentes no Município, com renda familiar
caput deste artigo constitui o instrumento per capita inferior ao valor fixado nacional-
de participação financeira da União em mente em ato do Poder Executivo para cada
programas municipais de garantia de renda exercício e que possuam sob sua responsabi-
mínima associados a ações socioeducativas, lidade crianças com idade entre seis e quinze
sem prejuízo da diversidade dos programas anos, matriculadas em estabelecimentos de
municipais. ensino fundamental regular, com freqüência
§ 2o Para os fins desta Lei, o Distrito Federal escolar igual ou superior a oitenta e cinco por
equipara-se à condição de Município. cento;
§ 3 o Os procedimentos de competência III – incluam iniciativas que, diretamente ou
da União serão organizados no âmbito do em parceria com instituições da comunidade,
Ministério da Educação, o qual poderá contar incentivem e viabilizem a permanência das
com a colaboração técnica de outros órgãos da crianças beneficiárias na rede escolar, por meio
Administração Pública Federal, em condições a de ações socioeducativas de apoio aos trabalhos
serem estabelecidas em regulamento. escolares, de alimentação e de práticas despor-
§ 4o Caberá à Caixa Econômica Federal, tivas e culturais em horário complementar ao
na qualidade de agente operador, mediante das aulas; e
remuneração e condições a serem pactuadas IV – submetam-se ao acompanhamento de
com o Ministério da Educação, obedecidas as um conselho de controle social, designado ou
formalidades legais: constituído para tal finalidade, composto por
I – o fornecimento da infra-estrutura neces- representantes do poder público e da sociedade
sária à organização e manutenção do cadastro civil, observado o disposto no art. 8o.
nacional de beneficiários; § 1o  Para os fins do inciso II, considera-se:
II – o desenvolvimento dos sistemas de I – para enquadramento na faixa etária, a
A Educação e a Sociedade Civil

processamento de dados; idade da criança, em número de anos comple-


III – a organização e operação da logística tados até o primeiro dia do ano no qual se dará
de pagamento dos beneficios; e a participação financeira da União; e
IV – a elaboração dos relatórios necessários II – para determinação da renda familiar per
ao acompanhamento, à avaliação e à auditoria capita, a média dos rendimentos brutos aufe-
da execução do programa por parte do Minis- ridos pela totalidade dos membros da família,
tério da Educação. excluídos apenas os provenientes do programa
de que trata esta Lei.
Art. 2o  A partir do exercício de 2001, a União § 2o  Somente poderão firmar o termo de
76 apoiará programas de garantia de renda mí- adesão ao programa instituído por esta Lei os
Municípios que comprovem o cumprimento do II – as normas de organização e manutenção
disposto no inciso V do art. 11 da Lei no 9.394, do cadastro de famílias beneficiárias por parte
de 20 de dezembro de 1996. dos Municípios aderentes; e
III – as normas de organização, funcio-
Art. 3o  Fica o Ministério da Educação autori- namento, acompanhamento e avaliação do
zado a celebrar convênios de cooperação com programa no âmbito federal.
os Estados, dispondo sobre a participação § 1o  Os cadastros referidos no inciso II,
destes nos programas de que trata esta Lei, bem assim a documentação comprobatória
inclusive no seu acompanhamento, avaliação das informações deles constantes, serão man-
e auditoria. tidos pelos Municípios pelo prazo de dez anos,
contado do encerramento do exercício em que
Art. 4o  A participação da União nos programas ocorrer o pagamento da participação financeira
de que trata o caput do art. 2o compreenderá o da União, e estarão sujeitos, a qualquer tempo,
pagamento, diretamente à família beneficiária, a vistoria do respectivo conselho de controle
do valor mensal de R$ 15,00 (quinze reais) social, bem assim a auditoria a ser efetuada
por criança que atenda ao disposto no inciso por agente ou representante do Ministério da
II daquele artigo, até o limite máximo de três Educação, devidamente credenciado.
crianças por família. § 2o  A auditoria referida no parágrafo ante-
§ 1 o  Para efeito desta Lei, considera-se rior poderá incluir a convocação pessoal de be-
família a unidade nuclear, eventualmente neficiários da participação financeira da União,
ampliada por outros indivíduos que com ela ficando estes obrigados ao comparecimento e à
possuam laços de parentesco, que forme um apresentação da documentação solicitada, sob
grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto e pena de sua exclusão do programa.
mantendo sua economia pela contribuição de § 3o  O Ministério da Educação realizará
seus membros. periodicamente a compatibilização entre os
§ 2o  O pagamento de que trata o caput deste cadastros de que trata este artigo e as demais
artigo será feito à mãe das crianças que servi- informações disponíveis sobre os indicadores
rem de base para o cálculo do benefício, ou, na econômicos e sociais dos Municípios.
sua ausência ou impedimento, ao respectivo § 4o  Na hipótese de apuração de divergência
responsável legal. no processo de que trata o parágrafo anterior,
§ 3o  O Poder Executivo poderá reajustar com excesso de famílias beneficiárias, caberá
os valores fixados no caput deste artigo, bem ao Ministério da Educação:
assim o valor limite de renda familiar per capita I – excluir as famílias consideradas exceden-
referido no inciso II do art. 2o para o exercício tes, em ordem decrescente de renda familiar
subseqüente, desde que os recursos para tanto per capita, no caso de divergência inferior a
necessários constem explicitamente da lei orça- cinco por cento da base calculada a partir dos
mentária anual, observado, também, o disposto indicadores disponíveis; e
no § 6o do art. 5o. II – restituir o cadastro ao Município, para
§ 4o Na hipótese de pagamento mediante adequação, nos demais casos.
operação sujeita à incidência da contribuição § 5o Em qualquer hipótese, o pagamento da
instituída pela Lei no 9.311, de 24 de outubro participação financeira da União no programa
de 1996, o benefício será acrescido do valor será devido a partir do mês subseqüente ao da
correspondente àquela contribuição. homologação do cadastro por parte do Minis-
tério da Educação.
Art. 5o  O Poder Executivo publicará o regu- § 6o A partir do exercício de 2002, a inclusão
O Estudante

lamento do programa instituído pelo art. 1o, o de novos beneficiários no programa de que trata
qual compreenderá: o art. 1o será:
I – o termo de adesão do Município, bem I – condicionada à compatibilidade entre
como as condições para sua homologação pelo a projeção de custo do programa e a lei orça-
Ministério da Educação; mentária anual nos meses de janeiro a junho; 77
II – suspensa nos meses de julho e agosto; e percepção dos benefícios do programa de que
III – condicionada à compatibilidade simul- trata o art. 2o;
tânea entre as projeções de custo do programa III – estimular a participação comunitária no
para os exercícios em curso e seguinte, a lei controle da execução do programa no âmbito
orçamentária do ano em curso e a proposta municipal;
orçamentária para o exercício seguinte nos IV – elaborar, aprovar e modificar o seu
meses de setembro a dezembro. regimento interno; e
V – exercer outras atribuições estabelecidas
Art. 6o  Serão excluídas do cálculo do benefício em normas complementares.
pago pela União as crianças:
I – que deixarem a faixa etária definida no Art. 9o  A autoridade responsável pela orga-
inciso II do art. 2o; nização e manutenção dos cadastros referidos
II – cuja freqüência escolar situe-se abaixo no § 1o do art. 5o que inserir ou fizer inserir
de oitenta e cinco por cento; documentos ou declaração falsa ou diversa da
III – pertencentes a famílias residentes em que deveria ser inscrita, com o fim de alterar
Município que descumprir os compromissos a verdade sobre o fato, bem assim contribuir
constantes do termo de adesão de que trata o para a entrega da participação financeira da
inciso I do art. 5o, bem assim as demais dispo- União a pessoa diversa do beneficiário final,
sições desta Lei. será responsabilizada civil, penal e adminis-
§ 1o  Na hipótese da ocorrência da situação trativamente.
referida no inciso III, o Ministério da Educa- § 1o  Sem prejuízo da sanção penal, o bene-
ção fará publicar no Diário Oficial da União ficiário que gozar ilicitamente do auxílio será
o extrato do relatório de exclusão, bem assim obrigado a efetuar o ressarcimento da impor-
encaminhará cópias integrais desse relatório tância recebida, em prazo a ser estabelecido
ao conselho de que trata o inciso IV do art. 2o, pelo Poder Executivo, acrescida de juros equi-
ao Poder Legislativo municipal e aos demais valentes à taxa referencial do Sistema Especial
agentes públicos do Município afetado. de Liquidação e Custódia  SELIC para títulos
§ 2o  Ao Município que incorrer na situação federais, acumulada mensalmente, calculados
referida no inciso III somente será permitida a partir da data do recebimento, e de um por
nova habilitação à participação financeira da cento relativamente ao mês em que estiver
União nos termos desta Lei quando compro- sendo efetuado.
vadamente sanadas todas as irregularidades § 2o  Ao servidor público ou agente de enti-
praticadas. dade conveniada ou contratada que concorra
para ilícito previsto neste artigo, inserindo ou
Art. 7o  É vedada a inclusão nos programas fazendo inserir declaração falsa em documento
referidos nesta Lei, por parte dos Municípios, que deva produzir efeito perante o programa,
de famílias beneficiadas pelo Programa de aplica-se, nas condições a serem estabelecidas
Erradicação do Trabalho Infantil, enquanto em regulamento e sem prejuízo das sanções
permanecerem naquela condição. penais e administrativas cabíveis, multa nunca
inferior ao dobro dos rendimentos ilegalmente
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 8o  O conselho referido no inciso IV do pagos, atualizada, anualmente, até seu paga-
art. 2o terá em sua composição cinqüenta por mento, pela variação acumulada do Índice
cento, no mínimo, de membros não vinculados de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA,
à administração municipal, competindo-lhe: divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro
I – acompanhar e avaliar a execução do de Geografia e Estatística.
programa de que trata o art. 2o no âmbito
municipal; Art. 10.  Constituirão créditos da União junto
II – aprovar a relação de famílias cadastra- ao Município as importâncias que, por ação ou
das pelo Poder Executivo municipal para a omissão dos responsáveis pelo programa no
78
âmbito municipal forem indevidamente pagas – Ministério da Educação, as dotações orça-
a título de participação financeira da União nos mentárias constantes da Lei no 10.171, de 5 de
programas de que trata esta Lei, sem prejuízo janeiro de 2001, destinadas às ações referidas
do disposto no artigo anterior. no § 1o do art. 1o desta Lei.
§ 1o  Os créditos referidos no caput serão Parágrafo único.  No presente exercício, as
lançados na forma do regulamento, e exigíveis despesas administrativas para execução do
a partir da data de ocorrência do pagamento disposto no art. 1o correrão à conta das dotações
indevido que lhe der origem. orçamentárias referidas neste artigo.
§ 2o  A satisfação dos créditos referidos no
caput é condição necessária para que o Distrito Art. 14.  A participação da União em progra-
Federal e os Municípios possam receber as mas municipais de garantia de renda mínima
transferências dos recursos do Fundo de Par- associados a ações socioeducativas previstos na
ticipação dos Estados e do Distrito Federal e do Lei no 9.533, de 1997, passa a obedecer, exclu-
Fundo de Participação dos Municípios, celebrar sivamente, ao disposto nesta Lei.
acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem
como receber empréstimos, financiamentos, Art. 15.  A Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998,
avais e subvenções em geral de órgãos ou passa a vigorar com as seguintes alterações:
entidades da administração direta e indireta “Art. 14. Os assuntos que constituem área
da União. de competência de cada Ministério são os
seguintes:
Art. 11.  Na análise para homologação dos ter- ...........................................................................
mos de adesão recebidos pelo órgão designado VII – Ministério da Educação:
para este fim, terão prioridade os firmados por ...........................................................................
Municípios: g) assistência financeira a famílias caren-
I – com os quais a União tenha celebrado, no tes para a escolarização de seus filhos ou
exercício de 2000, convênio nos termos da Lei dependentes;
no 9.533, de 10 de dezembro de 1997; ............................................................... ” (NR)
II – pertencentes aos catorze Estados de “Art. 16. Integram a estrutura básica:
menor Índice de Desenvolvimento Humano ...........................................................................
– IDH; VII – do Ministério da Educação o Conselho
III – pertencentes a micro-regiões com IDH Nacional de Educação, o Instituto Benjamin
igual ou inferior a 0,500; Constant, o Instituto Nacional de Educação
IV – com IDH igual ou inferior a 0,500 que de Surdos e até seis Secretarias.
não se enquadrem no inciso anterior; ............................................................... ” (NR)
V – e demais Municípios.
Art. 16.  Ficam convalidados os atos praticados
Art. 12.  Para efeito do disposto no art. 212 da com base na Medida Provisória no 2.140-01, de
Constituição, não serão considerados despesas 14 de março de 2001.
de manutenção e desenvolvimento do ensino
os recursos despendidos pela União nos termos Art. 17.  Esta Lei entra em vigor na data de
desta Lei, assim como os gastos pelos Estados e sua publicação.
Municípios na concessão de benefícios pecuni-
ários às famílias carentes, em complementação Brasília, 11 de abril de 2001; 180o da Indepen-
do valor a que se refere o art. 4o. dência e 113o da República.
O Estudante

Art. 13.  Fica o Poder Executivo autorizado FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
a remanejar, da unidade orçamentária 26.298 Malan – Paulo Renato Souza – Martus Tavares
– Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação para a unidade orçamentária 26.101 Publicada no DOU de 12/04/2001.
79
Lei n. 10.260/2001
de 12 de julho de 2001

Dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 5o  A participação da União no Fies dar-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono -se-á exclusivamente mediante contribuições
a seguinte Lei: ao Fundo instituído por esta Lei, ressalvado o
disposto nos arts. 10 e 16.
§ 6o  É vedada a concessão de novo financia-
CAPÍTULO I – Do Fundo de Financiamento mento a estudante inadimplente com o Fies ou
ao Estudante do Ensino Superior (FIES) com o Programa de Crédito Educativo de que
trata a Lei no 8.436, de 25 de junho de 1992.
Art. 1o  É instituído, nos termos desta Lei, o § 7o  A avaliação das unidades de ensino
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de educação profissional e tecnológica para
de natureza contábil, destinado à concessão fins de adesão ao Fies dar-se-á de acordo com
de financiamento a estudantes regularmente critérios de qualidade e requisitos fixados pelo
matriculados em cursos superiores não gra- Ministério da Educação.
tuitos e com avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério da Educação, de
acordo com regulamentação própria.71 SEÇÃO I – Das receitas do FIES
§ 1o  O financiamento de que trata o caput
poderá beneficiar estudantes matriculados em Art. 2o  Constituem receitas do FIES:72
cursos da educação profissional e tecnológica, I – dotações orçamentárias consignadas ao
bem como em programas de mestrado e dou- MEC, ressalvado o disposto no art. 16;
torado com avaliação positiva, desde que haja II – trinta por cento da renda líquida dos
disponibilidade de recursos. concursos de prognósticos administrados
§ 2o  São considerados cursos de graduação pela Caixa Econômica Federal, bem como
com avaliação positiva, aqueles que obtiverem a totalidade dos recursos de premiação não
conceito maior ou igual a 3 (três) no Sistema procurados pelos contemplados dentro do
Nacional de Avaliação da Educação Superior prazo de prescrição, ressalvado o disposto
– SINAES, de que trata a Lei no 10.861, de 14 no art. 16;
de abril de 2004. III – encargos e sanções contratualmente
§ 3o  Os cursos que não atingirem a média cobrados nos financiamentos concedidos ao
referida no § 2o ficarão desvinculados do Fies amparo desta Lei;
sem prejuízo para o estudante financiado. IV – taxas e emolumentos cobrados dos
§ 4o São considerados cursos de mestrado e participantes dos processos de seleção para o
A Educação e a Sociedade Civil

doutorado, com avaliação positiva, aqueles que, financiamento;


nos processos conduzidos pela Coordenação de V – encargos e sanções contratualmente
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior cobrados nos financiamentos concedidos no
– Capes, nos termos da Lei no 8.405, de 9 de âmbito do Programa de Crédito Educativo, de
janeiro de 1992, obedecerem aos padrões de que trata a Lei no 8.436, de 25 de junho de 1992,
qualidade por ela propostos. ressalvado o disposto no art. 16;
71
Leis nos 11.552/2007, 12.202/2010 e 12.513/2011. 72
Leis nos 10.846/2004, 11.552/2007 e 12.202/2010.

80
VI – rendimento de aplicações financeiras valor de prestações, taxa de juros, além de outras
sobre suas disponibilidades; e informações julgadas necessárias pelo MEC.
VII – receitas patrimoniais.
VIII – outras receitas.
§ 1o  Fica autorizada: SEÇÃO II – Da gestão do FIES
I – (Revogado);
II – a transferência ao FIES dos saldos Art. 3o  A gestão do FIES caberá:73
devedores dos financiamentos concedidos no I – ao MEC, na qualidade de formulador da
âmbito do Programa de Crédito Educativo de política de oferta de financiamento e de super-
que trata a Lei no 8.436, de 1992; visor da execução das operações do Fundo; e
III – a alienação, total ou parcial, a institui- II – ao Fundo Nacional de Desenvolvimento
ções financeiras, dos ativos de que trata o inciso da Educação – FNDE, na qualidade de agente
II deste parágrafo e dos ativos representados operador e de administradora dos ativos e
por financiamentos concedidos ao amparo passivos, conforme regulamento e normas
desta Lei. baixadas pelo CMN.
§ 2o  As disponibilidades de caixa do FIES § 1o  O MEC editará regulamento que dis-
deverão ser mantidas em depósito na conta porá, inclusive, sobre:
única do Tesouro Nacional. I – as regras de seleção de estudantes a serem
§ 3o  As despesas do Fies com os agentes financiados pelo FIES;
financeiros corresponderão a remuneração II – os casos de transferência de curso ou ins-
mensal de até 2% a.a. (dois por cento ao ano), tituição, suspensão temporária e encerramento
calculados sobre o saldo devedor dos financia- dos contratos de financiamento;
mentos concedidos, ponderados pela taxa de III – as exigências de desempenho acadê-
adimplência, na forma do regulamento. mico para a manutenção do financiamento,
§ 4o (Revogado). observado o disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art.
§ 5o  Os saldos devedores alienados ao am- 1o desta Lei;
paro do inciso III do § 1o deste artigo e os dos IV – aplicação de sanções às instituições de
contratos cujos aditamentos ocorreram após ensino e aos estudantes que descumprirem as
31 de maio de 1999 poderão ser renegociados regras do Fies, observados os §§ 5o e 6o do art.
entre credores e devedores, segundo condições 4o desta Lei.
que estabelecerem, relativas à atualização de V – o abatimento de que trata o art. 6o-B.
débitos constituídos, saldos devedores, prazos, § 2 o  O Ministério da Educação poderá
taxas de juros, garantias, valores de prestações contar com o assessoramento de conselho, de
e eventuais descontos, observado o seguinte: natureza consultiva, cujos integrantes serão
I – na hipótese de renegociação de saldo designados pelo Ministro de Estado.
devedor parcialmente alienado na forma do in- § 3o  De acordo com os limites de crédito
ciso III do § 1o deste artigo, serão estabelecidas estabelecidos pelo agente operador, as insti-
condições idênticas de composição para todas tuições financeiras poderão, na qualidade de
as parcelas do débito, cabendo a cada credor, agente financeiro, conceder financiamentos
no total repactuado, a respectiva participação com recursos do FIES.
percentual no mon-tante renegociado com
cada devedor;
II – as instituições adquirentes deverão CAPÍTULO II – Das Operações
apresentar ao MEC, até o dia 10 de cada mês,
relatório referente aos contratos renegociados e Art. 4o  São passíveis de financiamento pelo
O Estudante

liquidados no mês anterior, contendo o número Fies até 100% (cem por cento) dos encargos
do contrato, nome do devedor, saldo devedor,
valor renegociado ou liquidado, quantidade e 73
Leis nos 11.552/2007, 12.202/2010 e 12.431/2011.

81
educacionais cobrados dos estudantes por cada grupo não ultrapasse 5 (cinco) fiadores
parte das instituições de ensino devidamente solidários e não coloque em risco a qualidade
cadastradas para esse fim pelo Ministério da do crédito contratado;
Educação, em contraprestação aos cursos re- III – outras condições especiais para con-
feridos no art. 1o em que estejam regularmente tratação do financiamento do Fies para cursos
matriculados.74 específicos.
§ 1o (Revogado). § 8o  As medidas tomadas com amparo no
§ 2o Poderá o Ministério da Educação, em § 7o deste artigo não alcançarão contratos já
caráter excepcional, cadastrar, para fins do firmados, bem como seus respectivos adita-
financiamento de que trata esta Lei, cursos mentos.
para os quais não haja processo de avaliação
concluído. Art. 5o  Os financiamentos concedidos com
§ 3o (Revogado). recursos do FIES deverão observar o seguinte: 75
§ 4o Para os efeitos desta Lei, os encargos I – prazo: não poderá ser superior à duração
educacionais referidos no caput deste artigo de- regular do curso, abrangendo todo o período
verão considerar todos os descontos regulares e em que o Fies custear os encargos educacionais
de caráter coletivo oferecidos pela instituição, a que se refere o art. 4o desta Lei, inclusive o
inclusive aqueles concedidos em virtude de seu período de suspensão temporária, ressalvado
pagamento pontual. o disposto no § 3o deste artigo;
§ 5o O descumprimento das obrigações as- II – juros, capitalizados mensalmente, a
sumidas no termo de adesão ao Fies sujeita as serem estipulados pelo CMN;
instituições de ensino às seguintes penalidades: III – oferecimento de garantias adequadas
I – impossibilidade de adesão ao Fies por até pelo estudante financiado ou pela entidade
3 (três) processos seletivos consecutivos, sem mantenedora da instituição de ensino;
prejuízo para os estudantes já financiados; e IV – carência: de 18 (dezoito) meses conta-
II – ressarcimento ao Fies dos encargos edu- dos a partir do mês imediatamente subsequente
cacionais indevidamente cobrados, conforme ao da conclusão do curso, mantido o pagamen-
o disposto no § 4o deste artigo, bem como dos to dos juros nos termos do § 1o deste artigo;
custos efetivamente incorridos pelo agente ope- V – (Revogado);
rador e pelos agentes financeiros na correção VI – risco: as instituições de ensino partici-
dos saldos e fluxos financeiros, retroativamente parão do risco do financiamento, na condição
à data da infração, sem prejuízo do previsto no de devedores solidários, nos seguintes limites
inciso I deste parágrafo. percentuais:
§ 6o Será encerrado o financiamento em caso a) (revogado);
de constatação, a qualquer tempo, de inidonei- b) 30% (trinta por cento) por operação con-
dade de documento apresentado ou de falsidade tratada, sobre parcela não garantida por fundos
de informação prestada pelo estudante à insti- instituídos na forma do inciso III do caput do
tuição de ensino, ao Ministério da Educação, art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro de
ao agente operador ou ao agente financeiro. 2009, para as instituições de ensino inadim-
§ 7o O Ministério da Educação, conforme plentes com as obrigações tributárias federais; e
A Educação e a Sociedade Civil

disposto no art. 3o desta Lei, poderá criar c) 15% (quinze por cento) por operação con-
regime especial, na forma do regulamento, tratada, sobre parcela não garantida por fundos
dispondo sobre: instituídos na forma do inciso III do caput do
I – a dilatação dos prazos previstos no inciso art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro de
I e na alínea b do inciso V do art. 5o desta Lei; 2009, para as instituições de ensino adimplentes
II – o Fies solidário, com a anuência do com as obrigações tributárias federais;
agente operador, desde que a formação de
Leis nos 11.552/2007, 11.941/2009, 12.202/2010,
75
74
Leis nos 11.552/2007 e 12.202/2010. 12.385/2011, 12.431/2011 e 12.712/2012.
82
VII – comprovação de idoneidade cadastral § 9o  Para os fins do disposto no inciso III do
do estudante e do(s) seu(s) fiador(es) na assina- caput deste artigo, o estudante poderá oferecer
tura dos contratos e termos aditivos, observado como garantias, alternativamente:
o disposto no § 9o deste artigo. I – fiança;
§ 1o  Ao longo do período de utilização II – fiança solidária, na forma do inciso II
do financiamento, inclusive no período de do § 7o do art. 4o desta Lei;
carência, o estudante financiado fica obrigado III – (Revogado).
a pagar os juros incidentes sobre o financia- § 10.  A redução dos juros, estipulados na
mento, na forma regulamentada pelo agente forma do inciso II deste artigo, incidirá sobre
operador. o saldo devedor dos contratos já formalizados.
§ 2o  É facultado ao estudante financiado, a § 11.  O estudante que, na contratação do
qualquer tempo, realizar amortizações extra- Fies, optar por garantia de Fundo autorizado
ordinárias ou a liquidação do saldo devedor, nos termos do inciso III do art. 7o da Lei no
dispensada a cobrança de juros sobre as parcelas 12.087, de 11 de novembro de 2009, fica dis-
vincendas. pensado de oferecer as garantias previstas no
§ 3o  Excepcionalmente, por iniciativa do § 9o deste artigo.
estudante, a instituição de ensino à qual esteja
vinculado poderá dilatar em até um ano o prazo Art. 5o-A.  As condições de amortização dos
de utilização de que trata o inciso I do caput, contratos de financiamento celebrados no âm-
hipótese na qual as condições de amortização bito do Fundo de Financiamento ao Estudante
permanecerão aquelas definidas no inciso V do Ensino Superior – FIES serão fixadas por
também do caput. meio de ato do Poder Executivo federal.76
§ 4o  Na hipótese de verificação de inido-
neidade cadastral do estudante ou de seu(s) Art. 5o-B.  O financiamento da educação pro-
fiador(es) após a assinatura do contrato, ficará fissional e tecnológica poderá ser contratado
sobrestado o aditamento do mencionado do- pelo estudante, em caráter individual, ou por
cumento até a comprovação da restauração da empresa, para custeio da formação profissional
respectiva idoneidade ou a substituição do fia- e tecnológica de trabalhadores.77
dor inidôneo, respeitado o prazo de suspensão § 1 o  Na modalidade denominada Fies-
temporária do contrato. -Empresa, a empresa figurará como tomadora
§ 5o  O contrato de financiamento poderá do financiamento, responsabilizando-se inte-
prever a amortização mediante autorização gralmente pelos pagamentos perante o Fies,
para desconto em folha de pagamento, na forma inclusive os juros incidentes, até o limite do
da Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003, valor contratado.
preservadas as garantias e condições pactuadas § 2o  No Fies-Empresa, poderão ser pagos
originalmente, inclusive as dos fiadores. com recursos do Fies exclusivamente cursos
§ 6o (Vetado). de formação inicial e continuada e de educação
§ 7o  O agente financeiro fica autorizado a profissional técnica de nível médio.
pactuar condições especiais de amortização ou § 3o  A empresa tomadora do financiamento
alongamento excepcional de prazos, nos termos poderá ser garantida por fundo de garantia de
da normatização do agente operador, respeita- operações, nos termos do inciso I do caput do
do o equilíbrio econômico-financeiro do Fies, art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro de
de forma que o valor inicialmente contratado 2009.
retorne integralmente ao Fundo, acrescido dos § 4o  Regulamento disporá sobre os requisi-
encargos contratuais. tos, condições e demais normas para contrata-
O Estudante

§ 8o  Em caso de transferência de curso, ção do financiamento de que trata este artigo.
aplicam-se ao financiamento os juros relativos
ao curso de destino, a partir da data da trans- 76
Lei no 12.385/2011.
ferência. 77
Lei no 12.513/2011.
83
Art. 6o  Em caso de inadimplemento das pres- licenciatura, terá direito ao abatimento de que
tações devidas pelo estudante financiado, a trata o caput desde o início do curso.
instituição referida no § 3o do art. 3o promoverá § 3o  O estudante graduado em Medicina
a execução das parcelas vencidas, conforme que optar por ingressar em programa creden-
estabelecida pela Instituição de que trata o ciado Medicina pela Comissão Nacional de
inciso II do caput do art. 3o, repassando ao Fies Residência Médica, de que trata a Lei no 6.932,
e à instituição de ensino a parte concernente de 7 de julho de 1981, e em especialidades
ao seu risco.78 prioritárias definidas em ato do Ministro de
§ 1o  Recebida a ação de execução e antes de Estado da Saúde terá o período de carência
receber os embargos, o juiz designará audiência estendido por todo o período de duração da
preliminar de conciliação, a realizar-se no prazo residência médica.
de 15 (quinze) dias, para a qual serão as partes § 4o  O abatimento mensal referido no caput
intimadas a comparecer, podendo fazer-se será operacionalizado anualmente pelo agente
representar por procurador ou preposto, com operador do Fies, vedado o primeiro abatimen-
poderes para transigir. to em prazo inferior a 1 (um) ano de trabalho.
§ 2o  Obtida a conciliação, será reduzida a § 5o  No período em que obtiverem o abati-
termo e homologada por sentença. mento do saldo devedor, na forma do caput, os
§ 3o  Não efetuada a conciliação, terá pros- estudantes ficam desobrigados da amortização
seguimento o processo de execução. de que trata o inciso V do caput do art. 5o.
§ 6o  O estudante financiado que deixar de
Art. 6o-A. (Revogado).79 atender às condições previstas neste artigo
deverá amortizar a parcela remanescente do
Art. 6o-B.  O Fies poderá abater, na forma saldo devedor regularmente, na forma do inciso
do regulamento, mensalmente, 1,00% (um V do art. 5o.
inteiro por cento) do saldo devedor consoli-
dado, incluídos os juros devidos no período e Art. 6o-C.  No prazo para embargos, reconhe-
independentemente da data de contratação do cendo o crédito do exequente e comprovando
financiamento, dos estudantes que exercerem o depósito de 10% (dez por cento) do valor
as seguintes profissões:80 em execução, inclusive custas e honorários de
I – professor em efetivo exercício na rede advogado, poderá o executado requerer que lhe
pública de educação básica com jornada de, no seja admitido pagar o restante em até 12 (doze)
mínimo, 20 (vinte) horas semanais, graduado parcelas mensais.81
em licenciatura; e § 1o  O valor de cada prestação mensal, por
II – médico integrante de equipe de saúde ocasião do pagamento, será acrescido de juros
da família oficialmente cadastrada, com atuação equivalentes à taxa referencial do Sistema
em áreas e regiões com carência e dificuldade Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)
de retenção desse profissional, definidas como para títulos federais acumulada mensalmente,
prioritárias pelo Ministério da Saúde, na forma calculados a partir do mês subsequente ao da
do regulamento. consolidação até o mês anterior ao do pagamen-
§ 1o  (Vetado). to, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês
A Educação e a Sociedade Civil

§ 2o  O estudante que já estiver em efetivo em que o pagamento estiver sendo efetuado.
exercício na rede pública de educação básica § 2o  Sendo a proposta deferida pelo juiz,
com jornada de, no mínimo, 20 (vinte) horas o exequente levantará a quantia depositada e
semanais, por ocasião da matrícula no curso de serão suspensos os atos executivos; caso inde-
ferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido
78
Leis nos 12.202/2010 e 12.513/2011. o depósito.
79
Lei no 11.552/2007.
80
Lei no 12.202/2010. 81
Lei no 12.513/2011.

84
§ 3o  O inadimplemento de qualquer das lizar em pagamento os créditos securitizados
prestações implicará, de pleno direito, o ven- recebidos na forma do art. 14.
cimento das subsequentes e o prosseguimento
do processo, com o imediato início dos atos Art. 9o  Os certificados de que trata o art. 7o
executivos, imposta ao executado multa de 10% serão destinados pelo Fies exclusivamente ao
(dez por cento) sobre o valor das prestações não pagamento às mantenedoras de instituições
pagas e vedada a oposição de embargos. de ensino dos encargos educacionais relativos
às operações de financiamento realizadas com
Art. 6o-D.  Nos casos de falecimento ou in- recursos desse Fundo.84
validez permanente do estudante tomador do
financiamento, devidamente comprovados, na Art. 10.  Os certificados de que trata o art. 7o
forma da legislação pertinente, o saldo devedor serão utilizados para pagamento das contri-
será absorvido conjuntamente pelo Fies e pela buições sociais previstas nas alíneas a e c do
instituição de ensino.82 parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, bem como das contribuições
Art. 6o-E.  O percentual do saldo devedor de previstas no art. 3o da Lei no 11.457, de 16 de
que tratam o caput do art. 6o e o art. 6o-D, a março de 2007.85
ser absorvido pela instituição de ensino, será § 1o  É vedada a negociação dos certificados
equivalente ao percentual do risco de finan- de que trata o caput com outras pessoas jurídi-
ciamento assumido na forma do inciso VI do cas de direito privado.
caput do art. 5o, cabendo ao Fies a absorção do § 2o  (Revogado).
valor restante.83 § 3o  Não havendo débitos de caráter previ-
denciário, os certificados poderão ser utilizados
para o pagamento de quaisquer tributos admi-
CAPÍTULO III – Dos Títulos da Dívida nistrados pela Secretaria da Receita Federal do
Pública Brasil, e respectivos débitos, constituídos ou
não, inscritos ou não em dívida ativa, ajuizados
Art. 7o  Fica a União autorizada a emitir títulos ou a ajuizar, exigíveis ou com exigibilidade
da dívida pública em favor do FIES. suspensa, bem como de multas, de juros e de
§ 1o  Os títulos a que se referem o caput serão demais encargos legais incidentes.
representados por certificados de emissão do § 4o  O disposto no § 3o deste artigo não
Tesouro Nacional, com características definidas abrange taxas de órgãos ou entidades da ad-
em ato do Poder Executivo. ministração pública direta e indireta e débitos
§ 2o  Os certificados a que se refere o parágra- relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de
fo anterior serão emitidos sob a forma de coloca- Serviço – FGTS.
ção direta, ao par, mediante solicitação expressa § 5o  Por opção da entidade mantenedora, os
do FIES à Secretaria do Tesouro Nacional. débitos referidos no § 3o deste artigo poderão
§ 3o  Os recursos em moeda corrente entre- ser quitados mediante parcelamento em até 120
gues pelo FIES em contrapartida à colocação (cento e vinte) prestações mensais.
direta dos certificados serão utilizados exclusi- § 6o  A opção referida no § 5o deste artigo
vamente para abatimento da dívida pública de implica obrigatoriedade de inclusão de todos os
responsabilidade do Tesouro Nacional. débitos da entidade mantenedora, tais como os
integrantes do Programa de Recuperação Fiscal
Art. 8o  Em contrapartida à colocação direta – Refis e do parcelamento a ele alternativo, de
dos certificados, fica o FIES autorizado a uti- que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000,
O Estudante

82
Lei no 12.513/2011. 84
Lei no 12.202/2010.
83
Lei no 12.513/2011. 85
Leis nos 11.552/2007, 12.202/2010 e 12.385/2011.

85
os compreendidos no âmbito do Parcelamento § 14.  O valor de cada prestação será apurado
Especial – Paes, de que trata a Lei no 10.684, pela divisão do débito consolidado pela quanti-
de 30 de maio de 2003, e do Parcelamento dade de prestações em que o parcelamento for
Excepcional – Paex, disciplinado pela Medida concedido, acrescido de juros equivalentes à
Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, taxa referencial do Sistema Especial de Liquida-
bem como quaisquer outros débitos objeto de ção e de Custódia – SELIC para títulos federais,
programas governamentais de parcelamento. acumulada mensalmente, calculados a partir
§ 7o  Para os fins do disposto no § 6o deste da data da consolidação até o mês anterior ao
artigo, serão rescindidos todos os parcelamen- do pagamento, e de 1% (um por cento) relati-
tos da entidade mantenedora referentes aos vamente ao mês em que o pagamento estiver
tributos de que trata o § 3o deste artigo. sendo efetuado.
§ 8o  Poderão ser incluídos no parcelamento § 15.  Se o valor dos certificados utilizados
os débitos que se encontrem com exigibilidade não for suficiente para integral liquidação da
suspensa por força do disposto nos incisos III parcela, o saldo remanescente deverá ser liqui-
a V do caput do art. 151 da Lei no 5.172, de dado em moeda corrente.
25 de outubro de 1966 – Código Tributário § 16.  O parcelamento independerá de apre-
Nacional, desde que a entidade mantenedora sentação de garantia ou de arrolamento de bens,
desista expressamente e de forma irrevogável mantidos os gravames decorrentes de medida
da impugnação ou do recurso interposto, ou cautelar fiscal e as garantias de débitos transfe-
da ação judicial e, cumulativamente, renuncie a ridos de outras modalidades de parcelamento
quaisquer alegações de direito sobre as quais se e de execução fiscal.
fundam os referidos processos administrativos § 17.  A opção da entidade mantenedora
e ações judiciais. pelo parcelamento implica:
§ 9o  O parcelamento de débitos relacionados I – confissão irrevogável e irretratável dos
a ações judiciais implica transformação em pa- débitos;
gamento definitivo dos valores eventualmente II – aceitação plena e irretratável de todas as
depositados em juízo, vinculados às respectivas condições estabelecidas;
ações. III – cumprimento regular das obrigações
§ 10.  O parcelamento reger-se-á pelo dis- para com o FGTS e demais obrigações tribu-
posto nesta Lei e, subsidiariamente: tárias correntes; e
I – pela Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, IV – manutenção da vinculação ao Prouni
relativamente às contribuições sociais previstas e do credenciamento da instituição e reconhe-
nas alíneas a e c do parágrafo único do art. 11 cimento do curso, nos termos do art. 46 da Lei
da mencionada Lei, não se aplicando o disposto no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
no § 1o do art. 38 da mesma Lei; § 18.  O parcelamento será rescindido nas
II – pela Lei no 10.522, de 19 de julho de hipóteses previstas na legislação referida no
2002, em relação aos demais tributos, não se § 10 deste artigo, bem como na hipótese de
aplicando o disposto no § 2o do art. 13 e no descumprimento do disposto nos incisos III
inciso I do caput do art. 14 da mencionada Lei. ou IV do § 17 deste artigo.
§ 11.  Os débitos incluídos no parcelamento § 19.  Para fins de rescisão em decorrência
A Educação e a Sociedade Civil

serão consolidados no mês do requerimento. de descumprimento do disposto nos incisos III


§ 12.  O parcelamento deverá ser requerido ou IV do § 17 deste artigo, a Caixa Econômica
perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil Federal e o Ministério da Educação, respecti-
e, em relação aos débitos inscritos em Dívida vamente, apresentarão à Secretaria da Receita
Ativa, perante a Procuradoria-Geral da Fazenda Federal do Brasil e à Procuradoria-Geral da
Nacional, até o dia 30 de abril de 2008. Fazenda Nacional, trimestralmente, relação das
§ 13.  Os pagamentos de que trata este artigo entidades mantenedoras que o descumprirem.
serão efetuados nos termos das normas fixadas § 20.  A rescisão do parcelamento implicará
pelo Ministério da Fazenda. exigibilidade imediata da totalidade do débito
86
confessado e ainda não quitado e automática III – se optantes do Programa de Recupe-
execução da garantia prestada, restabelecendo- ração Fiscal (REFIS), não tenham incluído
-se, em relação ao montante não pago, os acrés- contribuições sociais arrecadadas pelo INSS;
cimos legais na forma da legislação aplicável IV – não estejam em atraso nos pagamentos
à época da ocorrência dos respectivos fatos dos tributos administrados pela Secretaria da
geradores. Receita Federal do Brasil.
§ 21.  As entidades mantenedoras que opta- Parágrafo único.  Das instituições de ensino
rem pelo parcelamento não poderão, enquanto que possuam acordos de parcelamentos com o
este não for quitado, parcelar quaisquer outros INSS e que se enquadrem neste artigo poderão
débitos perante a Secretaria da Receita Federal ser resgatados até 50% (cinquenta por cento) do
do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda valor dos certificados, ficando estas obrigadas
Nacional. a utilizarem os certificados restantes, em seu
§ 22.  A Secretaria da Receita Federal do poder, na amortização dos aludidos acordos
Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda de parcelamentos.
Nacional, no âmbito de suas competências,
poderão editar atos necessários à execução do Art. 13.  O Fies recomprará, no mínimo a cada
disposto neste artigo. trimestre, ao par, os certificados aludidos no art.
9o, mediante utilização dos recursos referidos
Art. 11.  A Secretaria do Tesouro Nacional no art. 2o, ressalvado o disposto no art. 16, em
resgatará, mediante solicitação da Secretaria poder das instituições de ensino que atendam
da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria- ao disposto no art. 12.88
-Geral da Fazenda Nacional, os certificados
utilizados para quitação dos tributos na forma Art. 14.  Para fins da alienação de que trata o
do art. 10 desta Lei, conforme estabelecido em inciso III do § 1o do art. 2o, fica o FIES autoriza-
regulamento.86 do a receber em pagamento créditos securitiza-
Parágrafo único.  O agente operador fica dos de responsabilidade do Tesouro Nacional,
autorizado a solicitar na Secretaria do Tesouro originários das operações de securitização de
Nacional o resgate dos certificados de que trata dívidas na forma prevista na alínea “b” do inciso
o caput. II do § 2o do art. 1o da Lei no 10.150, de 21 de
dezembro de 2000.
Art. 12.  A Secretaria do Tesouro Nacional fica Parágrafo único.  Para efeito do recebimento
autorizada a resgatar antecipadamente, me- dos créditos securitizados na forma prevista no
diante solicitação formal do Fies e atestada pelo caput será observado o critério de equivalência
INSS, os certificados com data de emissão até 10 econômica entre os ativos envolvidos.
de novembro de 2000 em poder de instituições
de ensino que, na data de solicitação do resgate, Art. 15.  As operações a que se referem os arts.
tenham satisfeito as obrigações previdenciárias 8o a 11 serão realizadas ao par, ressalvadas as
correntes, inclusive os débitos exigíveis, cons- referidas no § 1o do art. 10.
tituídos, inscritos ou ajuizados e que atendam,
concomitantemente, as seguintes condições:87
I – não estejam em atraso nos pagamentos CAPÍTULO IV – Das Disposições Gerais e
referentes aos acordos de parcelamentos devi- Transitórias
dos ao INSS;
II – não possuam acordos de parcelamentos Art. 16.  Nos exercícios de 1999 e seguintes,
de contribuições sociais relativas aos segurados das receitas referidas nos incisos I, II e V do
O Estudante

empregados; art. 2o serão deduzidos os recursos necessários


ao pagamento dos encargos educacionais con-
86
Leis nos 11.552/2007 e 12.202/2010.
87
Leis nos 11.552/2007 e 12.202/2010. 88
Lei no 12.202/2010.
87
tratados no âmbito do Programa de Crédito § 3o  Nas instituições de ensino em que não
Educativo de que trata a Lei no 8.436, de 1992. houver representação estudantil ou de pais
organizada, caberá ao dirigente da instituição
Art. 17.  Excepcionalmente, no exercício de proceder à eleição dos representantes na comis-
1999, farão jus ao financiamento de que trata são de que trata o § 1o.
esta Lei, com efeitos a partir de 1o de maio de § 4o  Após a conclusão do processo de sele-
1999, os estudantes comprovadamente carentes ção, a instituição de ensino deverá encaminhar
que tenham deixado de beneficiar-se de bolsas ao MEC e ao INSS a relação de todos os alunos,
de estudos integrais ou parciais concedidas com endereço e dados pessoais, que receberam
pelas instituições referidas no art. 4o da Lei no bolsas de estudo.
9.732, de 1998, em valor correspondente à bolsa § 5o  As instituições de ensino substituirão
anteriormente recebida. os alunos beneficiados que não efetivarem suas
Parágrafo único.  Aos financiamentos de que matrículas no prazo regulamentar, observados
trata o caput deste artigo não se aplica o dispos- os critérios de seleção dispostos neste artigo.
to na parte final do art. 1o e no § 1o do art. 4o.
Art. 20.  Ficam convalidados os atos praticados
Art. 18.  Fica vedada, a partir da publicação com base na Medida Provisória no 2.094-28, de
desta Lei, a inclusão de novos beneficiários no 13 de junho de 2001, e nas suas antecessoras.
Programa de Crédito Educativo de que trata a
Lei no 8.436, de 1992. Art. 20-A.  O Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação – FNDE terá prazo até 30
Art. 19.  A partir do primeiro semestre de 2001, de junho de 2013 para assumir o papel de agente
sem prejuízo do cumprimento das demais con- operador dos contratos de financiamento for-
dições estabelecidas nesta Lei, as instituições malizados no âmbito do FIES até o dia 14 de
de ensino enquadradas no art. 55 da Lei no janeiro de 2010, cabendo à Caixa Econômica
8.212, de 24 de julho de 1991, ficam obrigadas Federal, durante esse prazo, dar continuidade
a aplicar o equivalente à contribuição calculada ao desempenho das atribuições decorrentes
nos termos do art. 22 da referida Lei na con- do encargo.90
cessão de bolsas de estudo, no percentual igual
ou superior a 50% dos encargos educacionais Art. 21.  Esta Lei entra em vigor na data de
cobrados pelas instituições de ensino, a alunos sua publicação.
comprovadamente carentes e regularmente
matriculados.89 Art. 22.  Fica revogado o parágrafo único do
§ 1o  A seleção dos alunos a serem benefi- art. 9o da Lei no 10.207, de 23 de março de 2001.
ciados nos termos do caput será realizada em
cada instituição por uma comissão constituída Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Indepen-
paritariamente por representantes da direção, dência e 113o da República.
do corpo docente e da entidade de representa-
ção discente. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
§ 2o  Nas instituições que não ministrem Malan – Paulo Renato Souza – Martus Tavares
A Educação e a Sociedade Civil

ensino superior caberão aos pais dos alunos – Roberto Brant


regularmente matriculados os assentos reser-
vados à representação discente na comissão de Publicada no DOU de 13/07/2001.
que trata o parágrafo anterior.
90
Lei no 12.712/2012.
89
ADIn n 2.545-7.
o

88
Lei n. 11.096/2005
de 13 de janeiro de 200591

Institui o Programa Universidade para Todos – PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes
de assistência social no ensino superior; altera a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber oferecidos pela instituição, inclusive aqueles


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono dados em virtude do pagamento pontual das
a seguinte Lei:91 mensalidades.

Art. 1o  Fica instituído, sob a gestão do Minis- Art. 2o  A bolsa será destinada:
tério da Educação, o Programa Universidade I – a estudante que tenha cursado o ensino
para Todos – PROUNI, destinado à concessão médio completo em escola da rede pública ou
de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo em instituições privadas na condição de bolsista
parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de integral;
25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de II – a estudante portador de deficiência, nos
cursos de graduação e seqüenciais de formação termos da lei;
específica, em instituições privadas de ensino III – a professor da rede pública de ensino,
superior, com ou sem fins lucrativos. para os cursos de licenciatura, normal superior
§ 1o  A bolsa de estudo integral será conce- e pedagogia, destinados à formação do magis-
dida a brasileiros não portadores de diploma tério da educação básica, independentemente
de curso superior, cuja renda familiar mensal da renda a que se referem os §§ 1o e 2o do art.
per capita não exceda o valor de até 1 (um) 1o desta Lei.
salário-mínimo e 1/2 (meio). Parágrafo único.  A manutenção da bolsa
§ 2o  As bolsas de estudo parciais de 50% pelo beneficiário, observado o prazo máximo
(cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco para a conclusão do curso de graduação ou
por cento), cujos critérios de distribuição serão seqüencial de formação específica, dependerá
definidos em regulamento pelo Ministério da do cumprimento de requisitos de desempenho
Educação, serão concedidas a brasileiros não- acadêmico, estabelecidos em normas expedidas
-portadores de diploma de curso superior, cuja pelo Ministério da Educação.
renda familiar mensal per capita não exceda o
valor de até 3 (três) salários-mínimos, mediante Art. 3o  O estudante a ser beneficiado pelo
critérios definidos pelo Ministério da Educação. Prouni será pré-selecionado pelos resultados e
§ 3o  Para os efeitos desta Lei, bolsa de estu- pelo perfil socioeconômico do Exame Nacional
do refere-se às semestralidades ou anuidades do Ensino Médio – ENEM ou outros critérios a
escolares fixadas com base na Lei no 9.870, de serem definidos pelo Ministério da Educação,
23 de novembro de 1999. e, na etapa final, selecionado pela instituição
§ 4o  Para os efeitos desta Lei, as bolsas de de ensino superior, segundo seus próprios
estudo parciais de 50% (cinqüenta por cento) critérios, à qual competirá, também, aferir as
ou de 25% (vinte e cinco por cento) deverão informações prestadas pelo candidato.
ser concedidas, considerando-se todos os Parágrafo único.  O beneficiário do Prouni
O Estudante

descontos regulares e de caráter coletivo responde legalmente pela veracidade e auten-


ticidade das informações socioeconômicas por
91
Decreto no 5.493/2005 (Regulamento). ele prestadas.

89
Art. 4o  Todos os alunos da instituição, inclusi- na forma desta Lei atinja o equivalente a 8,5%
ve os beneficiários do Prouni, estarão igualmen- (oito inteiros e cinco décimos por cento) da
te regidos pelas mesmas normas e regulamentos receita anual dos períodos letivos que já têm
internos da instituição. bolsistas do Prouni, efetivamente recebida nos
termos da Lei no 9.870, de 23 de novembro de
Art. 5o  A instituição privada de ensino supe- 1999, em cursos de graduação ou seqüencial de
rior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos formação específica.
não beneficente, poderá aderir ao Prouni § 5o  Para o ano de 2005, a instituição privada
mediante assinatura de termo de adesão, de ensino superior, com fins lucrativos ou sem
cumprindo-lhe oferecer, no mínimo, 1 (uma) fins lucrativos não beneficente, poderá:
bolsa integral para o equivalente a 10,7 (dez in- I – aderir ao Prouni mediante assinatura
teiros e sete décimos) estudantes regularmente de termo de adesão, cumprindo-lhe oferecer,
pagantes e devidamente matriculados ao final no mínimo, 1 (uma) bolsa integral para cada
do correspondente período letivo anterior, 9 (nove) estudantes regularmente pagantes e
conforme regulamento a ser estabelecido pelo devidamente matriculados ao final do corres-
Ministério da Educação, excluído o número pondente período letivo anterior, conforme
correspondente a bolsas integrais concedidas regulamento a ser estabelecido pelo Ministério
pelo Prouni ou pela própria instituição, em da Educação, excluído o número corresponden-
cursos efetivamente nela instalados. te a bolsas integrais concedidas pelo Prouni ou
§ 1o  O termo de adesão terá prazo de vi- pela própria instituição, em cursos efetivamente
gência de 10 (dez) anos, contado da data de nela instalados;
sua assinatura, renovável por iguais períodos e II – alternativamente, em substituição ao
observado o disposto nesta Lei. requisito previsto no inciso I deste parágrafo,
§ 2o  O termo de adesão poderá prever a oferecer 1 (uma) bolsa integral para cada 19
permuta de bolsas entre cursos e turnos, restrita (dezenove) estudantes regularmente pagantes
a 1/5 (um quinto) das bolsas oferecidas para e devidamente matriculados em cursos efetiva-
cada curso e cada turno. mente nela instalados, conforme regulamento
§ 3o  A denúncia do termo de adesão, por a ser estabelecido pelo Ministério da Educação,
iniciativa da instituição privada, não impli- desde que ofereça, adicionalmente, quantidade
cará ônus para o Poder Público nem prejuízo de bolsas parciais de 50% (cinqüenta por cento)
para o estudante beneficiado pelo Prouni, que ou de 25% (vinte e cinco por cento) na propor-
gozará do benefício concedido até a conclusão ção necessária para que a soma dos benefícios
do curso, respeitadas as normas internas da concedidos na forma desta Lei atinja o equiva-
instituição, inclusive disciplinares, e observado lente a 10% (dez por cento) da receita anual dos
o disposto no art. 4o desta Lei. períodos letivos que já têm bolsistas do Prouni,
§ 4o  A instituição privada de ensino supe- efetivamente recebida nos termos da Lei no
rior com fins lucrativos ou sem fins lucrativos 9.870, de 23 de novembro de 1999, em cursos de
não beneficente poderá, alternativamente, em graduação ou seqüencial de formação específica.
substituição ao requisito previsto no caput § 6o  Aplica-se o disposto no § 5o deste artigo
deste artigo, oferecer 1 (uma) bolsa integral às turmas iniciais de cada curso e turno efeti-
A Educação e a Sociedade Civil

para cada 22 (vinte e dois) estudantes regu- vamente instaladas a partir do 1o (primeiro)
larmente pagantes e devidamente matricula- processo seletivo posterior à publicação desta
dos em cursos efetivamente nela instalados, Lei, até atingir as proporções estabelecidas para
conforme regulamento a ser estabelecido pelo o conjunto dos estudantes de cursos de gradu-
Ministério da Educação, desde que ofereça, ação e seqüencial de formação específica da
adicionalmente, quantidade de bolsas parciais instituição, e o disposto no caput e no § 4o deste
de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte artigo às turmas iniciais de cada curso e turno
e cinco por cento) na proporção necessária efetivamente instaladas a partir do exercício de
para que a soma dos benefícios concedidos 2006, até atingir as proporções estabelecidas
90
para o conjunto dos estudantes de cursos de sem prejuízo do estudante já matriculado,
graduação e seqüencial de formação específica segundo critérios de desempenho do Sistema
da instituição. Nacional de Avaliação da Educação Superior
– SINAES, por duas avaliações consecutivas,
Art. 6o  Assim que atingida a proporção es- situação em que as bolsas de estudo do curso
tabelecida no § 6o do art. 5o desta Lei, para o desvinculado, nos processos seletivos seguintes,
conjunto dos estudantes de cursos de graduação deverão ser redistribuídas proporcionalmente
e seqüencial de formação específica da institui- pelos demais cursos da instituição, respeitado
ção, sempre que a evasão dos estudantes bene- o disposto no art. 5o desta Lei.
ficiados apresentar discrepância em relação à § 5o  Será facultada, tendo prioridade os
evasão dos demais estudantes matriculados, a bolsistas do Prouni, a estudantes dos cursos
instituição, a cada processo seletivo, oferecerá referidos no § 4o deste artigo a transferência
bolsas de estudo na proporção necessária para para curso idêntico ou equivalente, oferecido
estabelecer aquela proporção. por outra instituição participante do Programa.

Art. 7o  As obrigações a serem cumpridas pela Art. 8o  A instituição que aderir ao Prouni fica-
instituição de ensino superior serão previstas rá isenta dos seguintes impostos e contribuições
no termo de adesão ao Prouni, no qual deverão no período de vigência do termo de adesão:93
constar as seguintes cláusulas necessárias:92 I – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas;
I – proporção de bolsas de estudo ofereci- II – Contribuição Social sobre o Lucro
das por curso, turno e unidade, respeitados os Líquido, instituída pela Lei no 7.689, de 15 de
parâmetros estabelecidos no art. 5o desta Lei; dezembro de 1988;
II – percentual de bolsas de estudo destinado III – Contribuição Social para Financia-
à implementação de políticas afirmativas de mento da Seguridade Social, instituída pela
acesso ao ensino superior de portadores de Lei Complementar no 70, de 30 de dezembro
deficiência ou de autodeclarados indígenas e de 1991; e
negros. IV – Contribuição para o Programa de
§ 1o  O percentual de que trata o inciso II Integração Social, instituída pela Lei Comple-
do caput deste artigo deverá ser, no mínimo, mentar no 7, de 7 de setembro de 1970.
igual ao percentual de cidadãos autodeclara- § 1o  A isenção de que trata o caput deste
dos indígenas, pardos ou pretos, na respectiva artigo recairá sobre o lucro nas hipóteses dos
unidade da Federação, segundo o último censo incisos I e II do caput deste artigo, e sobre a re-
da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia ceita auferida, nas hipóteses dos incisos III e IV
e Estatística – IBGE. do caput deste artigo, decorrentes da realização
§ 2o  No caso de não-preenchimento das de atividades de ensino superior, proveniente
vagas segundo os critérios do § 1o deste artigo, de cursos de graduação ou cursos seqüenciais
as vagas remanescentes deverão ser preenchidas de formação específica.
por estudantes que se enquadrem em um dos § 2o  A Secretaria da Receita Federal do
critérios dos arts. 1o e 2o desta Lei. Ministério da Fazenda disciplinará o disposto
§ 3o  As instituições de ensino superior que neste artigo no prazo de 30 (trinta) dias.
não gozam de autonomia ficam autorizadas a § 3o  A isenção de que trata este artigo será
ampliar, a partir da assinatura do termo de ade- calculada na proporção da ocupação efetiva das
são, o número de vagas em seus cursos, no limi- bolsas devidas.
te da proporção de bolsas integrais oferecidas
por curso e turno, na forma do regulamento. Art. 9o  O descumprimento das obrigações as-
O Estudante

§ 4o  O Ministério da Educação desvinculará sumidas no termo de adesão sujeita a instituição


do Prouni o curso considerado insuficiente, às seguintes penalidades:
92
Lei no 11.509/2007. 93
Leis nos 11.128/2005 e 12.431/2011.
91
I – restabelecimento do número de bolsas a financeiras, de locação de bens, de venda de
serem oferecidas gratuitamente, que será deter- bens não integrantes do ativo imobilizado e
minado, a cada processo seletivo, sempre que a de doações particulares, respeitadas, quando
instituição descumprir o percentual estabeleci- couber, as normas que disciplinam a atuação
do no art. 5o desta Lei e que deverá ser suficiente das entidades beneficentes de assistência social
para manter o percentual nele estabelecido, com na área da saúde.
acréscimo de 1/5 (um quinto); § 2o  Para o cumprimento do que dispõe o
II – desvinculação do Prouni, determinada § 1o deste artigo, serão contabilizadas, além
em caso de reincidência, na hipótese de falta das bolsas integrais de que trata o caput deste
grave, conforme dispuser o regulamento, sem artigo, as bolsas parciais de 50% (cinqüenta
prejuízo para os estudantes beneficiados e sem por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento)
ônus para o Poder Público. para estudante enquadrado no § 2o do art. 1o
§ 1 o  As penas previstas no caput deste desta Lei e a assistência social em programas
artigo serão aplicadas pelo Ministério da não decorrentes de obrigações curriculares de
Educação, nos termos do disposto em regu- ensino e pesquisa.
lamento, após a instauração de procedimento § 3o  Aplica-se o disposto no caput deste
administrativo, assegurado o contraditório e artigo às turmas iniciais de cada curso e turno
direito de defesa. efetivamente instalados a partir do 1o (primei-
§ 2o  Na hipótese do inciso II do caput deste ro) processo seletivo posterior à publicação
artigo, a suspensão da isenção dos impostos e desta Lei.
contribuições de que trata o art. 8o desta Lei § 4o  Assim que atingida a proporção estabe-
terá como termo inicial a data de ocorrência lecida no caput deste artigo para o conjunto dos
da falta que deu causa à desvinculação do estudantes de cursos de graduação e seqüencial
Prouni, aplicando-se o disposto nos arts. 32 e de formação específica da instituição, sempre
44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que a evasão dos estudantes beneficiados apre-
no que couber. sentar discrepância em relação à evasão dos
§ 3o  As penas previstas no caput deste artigo demais estudantes matriculados, a instituição,
não poderão ser aplicadas quando o descum- a cada processo seletivo, oferecerá bolsas de
primento das obrigações assumidas se der em estudo integrais na proporção necessária para
face de razões a que a instituição não deu causa. restabelecer aquela proporção.
§ 5o  É permitida a permuta de bolsas entre
Art. 10.  A instituição de ensino superior, ainda cursos e turnos, restrita a 1/5 (um quinto) das
que atue no ensino básico ou em área distinta bolsas oferecidas para cada curso e cada turno.
da educação, somente poderá ser considerada
entidade beneficente de assistência social se Art. 11.  As entidades beneficentes de assis-
oferecer, no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo tência social que atuem no ensino superior
integral para estudante de curso de graduação poderão, mediante assinatura de termo de
ou seqüencial de formação específica, sem di- adesão no Ministério da Educação, adotar as
ploma de curso superior, enquadrado no § 1o do regras do Prouni, contidas nesta Lei, para se-
art. 1o desta Lei, para cada 9 (nove) estudantes leção dos estudantes beneficiados com bolsas
A Educação e a Sociedade Civil

pagantes de cursos de graduação ou seqüencial integrais e bolsas parciais de 50% (cinqüenta


de formação específica regulares da instituição, por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento),
matriculados em cursos efetivamente instala- em especial as regras previstas no art. 3o e no
dos, e atender às demais exigências legais. inciso II do caput e §§ 1o e 2o do art. 7o desta
§ 1o  A instituição de que trata o caput deste Lei, comprometendo-se, pelo prazo de vigência
artigo deverá aplicar anualmente, em gratui- do termo de adesão, limitado a 10 (dez) anos,
dade, pelo menos 20% (vinte por cento) da renovável por iguais períodos, e respeitado o
receita bruta proveniente da venda de serviços, disposto no art. 10 desta Lei, ao atendimento
acrescida da receita decorrente de aplicações das seguintes condições:
92
I – oferecer 20% (vinte por cento), em Beneficente de Assistência Social e, posterior-
gratuidade, de sua receita anual efetivamente mente, requerer ao Ministério da Previdência
recebida nos termos da Lei no 9.870, de 23 de Social a isenção das contribuições de que trata
novembro de 1999, ficando dispensadas do o art. 55 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
cumprimento da exigência do § 1o do art. 10 § 3o  O Ministério da Previdência Social
desta Lei, desde que sejam respeitadas, quando decidirá sobre o pedido de isenção da entidade
couber, as normas que disciplinam a atuação que obtiver o Certificado na forma do caput
das entidades beneficentes de assistência social deste artigo com efeitos a partir da edição da
na área da saúde; Medida Provisória no 213, de 10 de setembro
II – para cumprimento do disposto no inciso de 2004, cabendo à entidade comprovar ao
I do caput deste artigo, a instituição: Ministério da Previdência Social o efetivo
a) deverá oferecer, no mínimo, 1 (uma) bolsa cumprimento das obrigações assumidas, até o
de estudo integral a estudante de curso de gra- último dia do mês de abril subseqüente a cada
duação ou seqüencial de formação específica, um dos 3 (três) próximos exercícios fiscais.
sem diploma de curso superior, enquadrado § 4o  Na hipótese de o CNAS não decidir
no § 1o do art. 1o desta Lei, para cada 9 (nove) sobre o pedido até o dia 31 de março de 2005,
estudantes pagantes de curso de graduação ou a entidade poderá formular ao Ministério da
seqüencial de formação específica regulares Previdência Social o pedido de isenção, inde-
da instituição, matriculados em cursos efeti- pendentemente do pronunciamento do CNAS,
vamente instalados, observado o disposto nos mediante apresentação de cópia do requeri-
§§ 3o, 4o e 5o do art. 10 desta Lei; mento encaminhando a este e do respectivo
b) poderá contabilizar os valores gastos em protocolo de recebimento.
bolsas integrais e parciais de 50% (cinqüenta § 5o  Aplica-se, no que couber, ao pedido de
por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), isenção de que trata este artigo o disposto no
destinadas a estudantes enquadrados no § 2o art. 55 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
do art. 1o desta Lei, e o montante direcionado
para a assistência social em programas não de- Art. 12.  Atendidas as condições socioeconômi-
correntes de obrigações curriculares de ensino cas estabelecidas nos §§ 1o e 2o do art. 1o desta Lei,
e pesquisa; as instituições que aderirem ao Prouni ou ado-
III – gozar do benefício previsto no § 3o do tarem suas regras de seleção poderão considerar
art. 7o desta Lei. como bolsistas do programa os trabalhadores
§ 1o  Compete ao Ministério da Educação da própria instituição e dependentes destes que
verificar e informar aos demais órgãos inte- forem bolsistas em decorrência de convenção co-
ressados a situação da entidade em relação ao letiva ou acordo trabalhista, até o limite de 10%
cumprimento das exigências do Prouni, sem (dez por cento) das bolsas Prouni concedidas.
prejuízo das competências da Secretaria da
Receita Federal e do Ministério da Previdência Art. 13.  As pessoas jurídicas de direito pri-
Social. vado, mantenedoras de instituições de ensino
§ 2o  As entidades beneficentes de assistência superior, sem fins lucrativos, que adotarem as
social que tiveram seus pedidos de renovação regras de seleção de estudantes bolsistas a que se
de Certificado de Entidade Beneficente de refere o art. 11 desta Lei e que estejam no gozo
Assistência Social indeferidos, nos 2 (dois) úl- da isenção da contribuição para a seguridade
timos triênios, unicamente por não atenderem social de que trata o § 7o do art. 195 da Cons-
ao percentual mínimo de gratuidade exigido, tituição Federal, que optarem, a partir da data
que adotarem as regras do Prouni, nos termos de publicação desta Lei, por transformar sua
O Estudante

desta Lei, poderão, até 60 (sessenta) dias após a natureza jurídica em sociedade de fins econô-
data de publicação desta Lei, requerer ao Con- micos, na forma facultada pelo art. 7o-A da Lei
selho Nacional de Assistência Social  CNAS no 9.131, de 24 de novembro de 1995, passarão a
a concessão de novo Certificado de Entidade pagar a quota patronal para a previdência social
93
de forma gradual, durante o prazo de 5 (cinco) Art. 17. (Vetado).
anos, na razão de 20% (vinte por cento) do valor
devido a cada ano, cumulativamente, até atingir Art. 18.  O Poder Executivo dará, anualmente,
o valor integral das contribuições devidas. ampla publicidade dos resultados do Programa.
Parágrafo único.  A pessoa jurídica de direito
privado transformada em sociedade de fins Art. 19.  Os termos de adesão firmados durante
econômicos passará a pagar a contribuição a vigência da Medida Provisória no 213, de 10 de
previdenciária de que trata o caput deste arti- setembro de 2004, ficam validados pelo prazo
go a partir do 1o dia do mês de realização da neles especificado, observado o disposto no § 4o
assembléia geral que autorizar a transformação e no caput do art. 5o desta Lei.
da sua natureza jurídica, respeitada a gradação
correspondente ao respectivo ano. Art. 20.  O Poder Executivo regulamentará o
disposto nesta Lei.
Art. 14.  Terão prioridade na distribuição dos
recursos disponíveis no Fundo de Financia- Art. 21.  Os incisos I, II e VII do caput do art. 3o
mento ao Estudante do Ensino Superior – FIES da Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, passam
as instituições de direito privado que aderirem a vigorar com a seguinte redação:
ao Prouni na forma do art. 5o desta Lei ou “Art. 3o .............................................................
adotarem as regras de seleção de estudantes I – possuir idade mínima de 14 (quatorze)
bolsistas a que se refere o art. 11 desta Lei. anos para a obtenção das Bolsas Atleta
Nacional, Atleta Internacional Olímpico e
Art. 15.  Para os fins desta Lei, o disposto no Paraolímpico, e possuir idade mínima de 12
art. 6o da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, (doze) anos para a obtenção da Bolsa-Atleta
será exigido a partir do ano de 2006 de todas Estudantil;
as instituições de ensino superior aderentes II – estar vinculado a alguma entidade de
ao Prouni, inclusive na vigência da Medida prática desportiva, exceto os atletas que
Provisória no 213, de 10 de setembro de 2004. pleitearem a Bolsa-Atleta Estudantil;
...........................................................................
Art. 16.  O processo de deferimento do termo VII – estar regularmente matriculado em
de adesão pelo Ministério da Educação, nos instituição de ensino pública ou privada, ex-
termos do art. 5o desta Lei, será instruído com clusivamente para os atletas que pleitearem
a estimativa da renúncia fiscal, no exercício de a Bolsa-Atleta Estudantil.” (NR)
deferimento e nos 2 (dois) subseqüentes, a ser
usufruída pela respectiva instituição, na forma Art. 22.  O Anexo I da Lei no 10.891, de 9 de
do art. 9o desta Lei, bem como o demonstra- julho de 2004, passa a vigorar com a alteração
tivo da compensação da referida renúncia, constante do Anexo I desta Lei.
do crescimento da arrecadação de impostos
e contribuições federais no mesmo segmento Art. 23.  Esta Lei entra em vigor na data de
econômico ou da prévia redução de despesas sua publicação.
de caráter continuado.
A Educação e a Sociedade Civil

Parágrafo único.  A evolução da arrecadação Brasília, 13 de janeiro de 2005; 184o da Inde-


e da renúncia fiscal das instituições privadas pendência e 117o da República.
de ensino superior será acompanhada por
grupo interministerial, composto por 1 (um) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
representante do Ministério da Educação, 1 Palocci Filho – Tarso Genro
(um) do Ministério da Fazenda e 1 (um) do
Ministério da Previdência Social, que fornecerá Publicada no DOU de 14/1/2005.
os subsídios necessários à execução do disposto
no caput deste artigo.
94
ANEXO I
Bolsa-Atleta – Categoria Atleta Estudantil
Atletas Eventualmente Beneficiados Valor Mensal
Atletas a partir de 12 (doze) anos, partici-
pantes dos jogos estudantis organizados pelo
Ministério do Esporte, tendo obtido até a 3a
(terceira) colocação nas modalidades indivi-
R$ 300,00
duais ou que tenham sido selecionados entre
(trezentos reais
os 24 (vinte e quatro) melhores atletas das
modalidades coletivas dos referidos eventos
e que continuem a treinar para futuras com-
petições nacionais. (NR)

O Estudante

95
Lei n. 11.180/2005
de 23 de setembro de 2005

Institui o Projeto Escola de Fábrica, autoriza a concessão de bolsas de permanência a estudantes


beneficiários do Programa Universidade para Todos – PROUNI, institui o Programa de Educação
Tutorial – PET, altera a Lei no 5.537, de 21 de novembro de 1968, e a Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber instituição de ensino superior a que se vincula


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono o grupo do PET ao final de suas atividades.
a seguinte Lei: § 2o  Os objetivos, os critérios de composição
e avaliação dos grupos, o processo seletivo de
Arts. 1o a 10. Revogados.94 alunos e tutores, as obrigações de bolsistas e
professores tutores e as condições para manu-
Art. 11.  Fica autorizada a concessão de tenção dos grupos e das bolsas serão definidos
bolsa-permanência, até o valor equivalente ao em regulamento.
praticado na política federal de concessão de § 3o  O processo seletivo referido no § 2o
bolsas de iniciação científica, exclusivamente deste artigo deverá observar, quanto aos alu-
para custeio das despesas educacionais, a nos, o potencial para atividade acadêmica, a
estudantes beneficiários de bolsa integral do freqüência e o aproveitamento escolar, e, quanto
Programa Universidade para Todos (Prouni), aos tutores, a titulação.
instituído pela Lei no 11.096, de 13 de janeiro de § 4o  A instituição de educação superior
2005, matriculado em curso de turno integral, integrada ao PET deverá dar publicidade
conforme critérios de concessão, distribuição, permanente ao processo seletivo, aos bene-
manutenção e cancelamento de bolsas a serem ficiários, aos valores recebidos e à aplicação
estabelecidos em regulamento, inclusive quanto dos recursos.
ao aproveitamento e à frequência mínima a ser
exigida do estudante.95 Art. 13.  Fica autorizada a concessão de bolsa
de tutoria a professores tutores participantes
Art. 12.  Fica instituído, no âmbito do Minis- do PET, em valor equivalente ao praticado
tério da Educação, o Programa de Educação na política federal de concessão de bolsas de
Tutorial – PET, destinado a fomentar grupos doutorado e mestrado no País.
de aprendizagem tutorial mediante a concessão § 1o  A bolsa de tutoria do PET será conce-
de bolsas de iniciação científica a estudantes dida diretamente a professor pertencente ao
de graduação e bolsas de tutoria a professores quadro permanente da instituição de ensino
tutores de grupos do PET. superior, contratado em regime de tempo inte-
§ 1o  O tutor de grupo do PET receberá, se- gral e dedicação exclusiva, que tenha titulação
A Educação e a Sociedade Civil

mestralmente, o valor equivalente a uma bolsa de doutor.


de iniciação científica por aluno participante, § 2o  Excepcionalmente, a bolsa de tutoria
devendo aplicar o valor integralmente no cus- poderá ser concedida a professor com titulação
teio das atividades do grupo, prestar contas dos de mestre.
gastos perante o Ministério da Educação e, no
caso de aquisição de material didático, doá-lo à Art. 14.  Fica autorizada a concessão de bolsa
de iniciação científica diretamente a estudante
94
Lei no 11.692/2008. de graduação em regime de dedicação integral
95
Lei no 12.431/2011. às atividades do PET, em valor equivalente ao
96
praticado na política federal de concessão de empregador se compromete a assegurar ao
bolsas de iniciação científica. maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte
e quatro) anos inscrito em programa de
Art. 15.  As despesas decorrentes desta Lei aprendizagem formação técnico-profissional
correrão à conta das dotações orçamentárias metódica, compatível com o seu desen-
anualmente consignadas ao Ministério da Edu- volvimento físico, moral e psicológico, e o
cação e ao FNDE, devendo o Poder Executivo aprendiz, a executar com zelo e diligência as
compatibilizar a quantidade de beneficiários tarefas necessárias a essa formação.
com as dotações orçamentárias existentes, ...............................................................................
observados os limites de movimentação e § 5o A idade máxima prevista no caput deste
empenho e de pagamento da programação artigo não se aplica a aprendizes portadores
orçamentária e financeira. de deficiência.
Parágrafo único.  Os valores dos benefícios § 6o Para os fins do contrato de aprendi-
previstos nesta Lei poderão ser atualizados zagem, a comprovação da escolaridade de
mediante ato do Poder Executivo, em periodi- aprendiz portador de deficiência mental
cidade nunca inferior a 12 (doze) meses. deve considerar, sobretudo, as habilidades
e competências relacionadas com a profis-
Art. 16.  O Poder Executivo regulamentará o sionalização.” (NR)
disposto nesta Lei. “Art. 433. O contrato de aprendizagem
extinguir-se-á no seu termo ou quando o
Art. 17. O caput do art. 3o da Lei no 5.537, de 21 aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos,
de novembro de 1968, passa a vigorar acrescido ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art.
da seguinte alínea: 428 desta Consolidação, ou ainda antecipa-
“Art. 3o ............................................................. damente nas seguintes hipóteses:
........................................................................... ............................................................... ” (NR)
d) financiar programas de ensino profissio-
nal e tecnológico. Art. 19.  Esta Lei entra em vigor na data de
............................................................... ” (NR) sua publicação.

Art. 18.  Os arts. 428 e 433 da Consolidação das Brasília, 23 de setembro de 2005; 184o da Inde-
Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto- pendência e 117o da República.
-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passam a
vigorar com a seguinte redação: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernado
“Art. 428. Contrato de aprendizagem é o Haddad – Luiz Marinho – Luiz Soares Dulci
contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o Publicada no DOU de 26/9/2005.
O Estudante

97
Lei n. 11.788/2008
de 25 de setembro de 2008

Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20
de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de
1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida
Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 3o  As atividades de extensão, de monito-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono rias e de iniciação científica na educação su-
a seguinte Lei: perior, desenvolvidas pelo estudante, somente
poderão ser equiparadas ao estágio em caso de
previsão no projeto pedagógico do curso.
CAPÍTULO I – Da Definição, Classificação e
Relações de Estágio Art. 3o  O estágio, tanto na hipótese do § 1o do
art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do
Art. 1o  Estágio é ato educativo escolar supervi- mesmo dispositivo, não cria vínculo empre-
sionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, gatício de qualquer natureza, observados os
que visa à preparação para o trabalho produ- seguintes requisitos:
tivo de educandos que estejam freqüentando I – matrícula e freqüência regular do edu-
o ensino regular em instituições de educação cando em curso de educação superior, de
superior, de educação profissional, de ensino educação profissional, de ensino médio, da
médio, da educação especial e dos anos finais educação especial e nos anos finais do ensino
do ensino fundamental, na modalidade profis- fundamental, na modalidade profissional da
sional da educação de jovens e adultos. educação de jovens e adultos e atestados pela
§ 1o  O estágio faz parte do projeto peda- instituição de ensino;
gógico do curso, além de integrar o itinerário II – celebração de termo de compromisso
formativo do educando. entre o educando, a parte concedente do estágio
§ 2o  O estágio visa ao aprendizado de com- e a instituição de ensino;
petências próprias da atividade profissional III – compatibilidade entre as atividades
e à contextualização curricular, objetivando desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no
o desenvolvimento do educando para a vida termo de compromisso.
cidadã e para o trabalho. § 1o  O estágio, como ato educativo escolar
supervisionado, deverá ter acompanhamento
Art. 2o  O estágio poderá ser obrigatório ou efetivo pelo professor orientador da instituição
não-obrigatório, conforme determinação das de ensino e por supervisor da parte concedente,
A Educação e a Sociedade Civil

diretrizes curriculares da etapa, modalidade e comprovado por vistos nos relatórios referidos
área de ensino e do projeto pedagógico do curso. no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por
§ 1o  Estágio obrigatório é aquele definido menção de aprovação final.
como tal no projeto do curso, cuja carga ho- § 2o  O descumprimento de qualquer dos
rária é requisito para aprovação e obtenção de incisos deste artigo ou de qualquer obrigação
diploma. contida no termo de compromisso caracteriza
§ 2o  Estágio não-obrigatório é aquele de- vínculo de emprego do educando com a parte
senvolvido como atividade opcional, acrescida concedente do estágio para todos os fins da
à carga horária regular e obrigatória. legislação trabalhista e previdenciária.
98
Art. 4o  A realização de estágios, nos termos dente, indicando as condições de adequação do
desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa
regularmente matriculados em cursos superio- e modalidade da formação escolar do estudante
res no País, autorizados ou reconhecidos, obser- e ao horário e calendário escolar;
vado o prazo do visto temporário de estudante, II – avaliar as instalações da parte conce-
na forma da legislação aplicável. dente do estágio e sua adequação à formação
cultural e profissional do educando;
Art. 5o  As instituições de ensino e as partes ce- III – indicar professor orientador, da área a
dentes de estágio podem, a seu critério, recorrer ser desenvolvida no estágio, como responsável
a serviços de agentes de integração públicos e pelo acompanhamento e avaliação das ativida-
privados, mediante condições acordadas em des do estagiário;
instrumento jurídico apropriado, devendo IV – exigir do educando a apresentação pe-
ser observada, no caso de contratação com riódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses,
recursos públicos, a legislação que estabelece de relatório das atividades;
as normas gerais de licitação. V – zelar pelo cumprimento do termo de
§ 1o  Cabe aos agentes de integração, como compromisso, reorientando o estagiário para
auxiliares no processo de aperfeiçoamento do outro local em caso de descumprimento de
instituto do estágio: suas normas;
I – identificar oportunidades de estágio; VI – elaborar normas complementares e
II – ajustar suas condições de realização; instrumentos de avaliação dos estágios de seus
III – fazer o acompanhamento administrativo; educandos;
IV – encaminhar negociação de seguros VII – comunicar à parte concedente do está-
contra acidentes pessoais; gio, no início do período letivo, as datas de rea-
V – cadastrar os estudantes. lização de avaliações escolares ou acadêmicas.
§ 2o  É vedada a cobrança de qualquer valor Parágrafo único.  O plano de atividades do
dos estudantes, a título de remuneração pelos estagiário, elaborado em acordo das 3 (três)
serviços referidos nos incisos deste artigo. partes a que se refere o inciso II do caput do
§ 3o  Os agentes de integração serão respon- art. 3o desta Lei, será incorporado ao termo de
sabilizados civilmente se indicarem estagiários compromisso por meio de aditivos à medida
para a realização de atividades não compatíveis que for avaliado, progressivamente, o desem-
com a programação curricular estabelecida penho do estudante.
para cada curso, assim como estagiários matri-
culados em cursos ou instituições para as quais Art. 8o  É facultado às instituições de ensino
não há previsão de estágio curricular. celebrar com entes públicos e privados convênio
de concessão de estágio, nos quais se explicitem
Art. 6o  O local de estágio pode ser selecionado o processo educativo compreendido nas ativida-
a partir de cadastro de partes cedentes, orga- des programadas para seus educandos e as con-
nizado pelas instituições de ensino ou pelos dições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei.
agentes de integração. Parágrafo único.  A celebração de convênio
de concessão de estágio entre a instituição de
ensino e a parte concedente não dispensa a
CAPÍTULO II – Da Instituição de Ensino celebração do termo de compromisso de que
trata o inciso II do caput do art. 3o desta Lei.
Art. 7o  São obrigações das instituições de ensi-
no, em relação aos estágios de seus educandos:
O Estudante

I – celebrar termo de compromisso com CAPÍTULO III – Da Parte Concedente


o educando ou com seu representante ou
assistente legal, quando ele for absoluta ou Art. 9o  As pessoas jurídicas de direito privado
relativamente incapaz, e com a parte conce- e os órgãos da administração pública direta, au-
99
tárquica e fundacional de qualquer dos Poderes I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos semanais, no caso de estudantes de educação
Municípios, bem como profissionais liberais especial e dos anos finais do ensino fundamen-
de nível superior devidamente registrados em tal, na modalidade profissional de educação de
seus respectivos conselhos de fiscalização pro- jovens e adultos;
fissional, podem oferecer estágio, observadas II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas
as seguintes obrigações: semanais, no caso de estudantes do ensino su-
I – celebrar termo de compromisso com a perior, da educação profissional de nível médio
instituição de ensino e o educando, zelando e do ensino médio regular.
por seu cumprimento; § 1o  O estágio relativo a cursos que alternam
II – ofertar instalações que tenham condi- teoria e prática, nos períodos em que não estão
ções de proporcionar ao educando atividades programadas aulas presenciais, poderá ter jor-
de aprendizagem social, profissional e cultural; nada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde
III – indicar funcionário de seu quadro que isso esteja previsto no projeto pedagógico
de pessoal, com formação ou experiência do curso e da instituição de ensino.
profissional na área de conhecimento desen- § 2o  Se a instituição de ensino adotar veri-
volvida no curso do estagiário, para orientar ficações de aprendizagem periódicas ou finais,
e supervisionar até 10 (dez) estagiários simul- nos períodos de avaliação, a carga horária do
taneamente; estágio será reduzida pelo menos à metade,
IV – contratar em favor do estagiário segu- segundo estipulado no termo de compro-
ro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja misso, para garantir o bom desempenho do
compatível com valores de mercado, conforme estudante.
fique estabelecido no termo de compromisso;
V – por ocasião do desligamento do estagi- Art. 11.  A duração do estágio, na mesma parte
ário, entregar termo de realização do estágio concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos,
com indicação resumida das atividades de- exceto quando se tratar de estagiário portador
senvolvidas, dos períodos e da avaliação de de deficiência.
desempenho;
VI – manter à disposição da fiscalização do- Art. 12.  O estagiário poderá receber bolsa ou
cumentos que comprovem a relação de estágio; outra forma de contraprestação que venha a ser
VII – enviar à instituição de ensino, com acordada, sendo compulsória a sua concessão,
periodicidade mínima de 6 (seis) meses, re- bem como a do auxílio-transporte, na hipótese
latório de atividades, com vista obrigatória ao de estágio não obrigatório.
estagiário. § 1o  A eventual concessão de benefícios
Parágrafo único.  No caso de estágio obriga- relacionados a transporte, alimentação e
tório, a responsabilidade pela contratação do saúde, entre outros, não caracteriza vínculo
seguro de que trata o inciso IV do caput deste empregatício.
artigo poderá, alternativamente, ser assumida § 2o  Poderá o educando inscrever-se e con-
pela instituição de ensino. tribuir como segurado facultativo do Regime
Geral de Previdência Social.
A Educação e a Sociedade Civil

CAPÍTULO IV – Do Estagiário Art. 13.  É assegurado ao estagiário, sempre


que o estágio tenha duração igual ou superior
Art. 10.  A jornada de atividade em estágio será a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta)
definida de comum acordo entre a instituição dias, a ser gozado preferencialmente durante
de ensino, a parte concedente e o aluno estagiá- suas férias escolares.
rio ou seu representante legal, devendo constar § 1o  O recesso de que trata este artigo deverá
do termo de compromisso ser compatível com ser remunerado quando o estagiário receber
as atividades escolares e não ultrapassar: bolsa ou outra forma de contraprestação.
100
§ 2o  Os dias de recesso previstos neste artigo IV – acima de 25 (vinte e cinco) empregados:
serão concedidos de maneira proporcional, até 20% (vinte por cento) de estagiários.
nos casos de o estágio ter duração inferior a § 1 o  Para efeito desta Lei, considera-se
1 (um) ano. quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores
empregados existentes no estabelecimento do
Art. 14.  Aplica-se ao estagiário a legislação estágio.
relacionada à saúde e segurança no trabalho, § 2o  Na hipótese de a parte concedente
sendo sua implementação de responsabilidade contar com várias filiais ou estabelecimentos, os
da parte concedente do estágio. quantitativos previstos nos incisos deste artigo
serão aplicados a cada um deles.
§ 3o  Quando o cálculo do percentual dispos-
CAPÍTULO V – Da Fiscalização to no inciso IV do caput deste artigo resultar em
fração, poderá ser arredondado para o número
Art. 15.  A manutenção de estagiários em inteiro imediatamente superior.
desconformidade com esta Lei caracteriza § 4o  Não se aplica o disposto no caput deste
vínculo de emprego do educando com a parte artigo aos estágios de nível superior e de nível
concedente do estágio para todos os fins da médio profissional.
legislação trabalhista e previdenciária. § 5o  Fica assegurado às pessoas portadoras
§ 1o  A instituição privada ou pública que de deficiência o percentual de 10% (dez por
reincidir na irregularidade de que trata este cento) das vagas oferecidas pela parte conce-
artigo ficará impedida de receber estagiários dente do estágio.
por 2 (dois) anos, contados da data da decisão
definitiva do processo administrativo corres- Art. 18.  A prorrogação dos estágios contrata-
pondente. dos antes do início da vigência desta Lei apenas
§ 2o  A penalidade de que trata o § 1o deste poderá ocorrer se ajustada às suas disposições.
artigo limita-se à filial ou agência em que for
cometida a irregularidade. Art. 19.  O art. 428 da Consolidação das Leis
do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar
CAPÍTULO VI – Das Disposições Gerais com as seguintes alterações:
“Art. 428.......................................................... .
Art. 16.  O termo de compromisso deverá ser § 1o A validade do contrato de aprendiza-
firmado pelo estagiário ou com seu represen- gem pressupõe anotação na Carteira de
tante ou assistente legal e pelos representantes Trabalho e Previdência Social, matrícula e
legais da parte concedente e da instituição de freqüência do aprendiz na escola, caso não
ensino, vedada a atuação dos agentes de inte- haja concluído o ensino médio, e inscrição
gração a que se refere o art. 5o desta Lei como em programa de aprendizagem desenvolvido
representante de qualquer das partes. sob orientação de entidade qualificada em
formação técnico-profissional metódica.
Art. 17.  O número máximo de estagiários em ...........................................................................
relação ao quadro de pessoal das entidades con- § 3o O contrato de aprendizagem não poderá
cedentes de estágio deverá atender às seguintes ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, ex-
proporções: ceto quando se tratar de aprendiz portador
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) de deficiência.
estagiário; ...........................................................................
O Estudante

II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 § 7o Nas localidades onde não houver oferta
(dois) estagiários; de ensino médio para o cumprimento do
III – de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) em- disposto no § 1o deste artigo, a contratação
pregados: até 5 (cinco) estagiários; do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência
101
à escola, desde que ele já tenha concluído o Art. 22.  Revogam-se as Leis nos 6.494, de 7
ensino fundamental.” (NR) de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março
de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei
Art. 20.  O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art.
dezembro de 1996, passa a vigorar com a se- 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de
guinte redação: agosto de 2001.
“Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão
as normas de realização de estágio em sua Brasília, 25 de setembro de 2008; 187o da Inde-
jurisdição, observada a lei federal sobre a pendência e 120o da República.
matéria.
Parágrafo único.  (Revogado).” (NR) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
Haddad – André Peixoto Figueiredo Lima
Art. 21.  Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação. Publicada no DOU de 26/9/2008.
A Educação e a Sociedade Civil

102
Lei n. 12.155/2009
de 23 de dezembro de 2009

Dispõe sobre a concessão de Bônus Especial de Desempenho Institucional – BESP/DNIT aos servidores
do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT; altera as Leis nos 11.171,
de 2 de setembro de 2005, 10.997, de 15 de dezembro de 2004, 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, e
11.507, de 20 de julho de 2007; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 2o  O período de duração das bolsas será
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono limitado à duração do curso, programa ou pro-
a seguinte Lei: jeto de extensão ou programa de permanência
............................................................................... ao qual o participante estiver vinculado, po-
dendo ser por tempo inferior ou mesmo sofrer
Art. 9o  Fica o Fundo Nacional de Desenvol- interrupção, desde que justificada.
vimento da Educação – FNDE autorizado
a conceder bolsas para alunos e professores Art. 10.  Ficam as instituições federais de edu-
vinculados a projetos e programas de ensino cação superior autorizadas a conceder bolsas a
e extensão voltados a populações indígenas, estudantes matriculados em cursos de gradu-
quilombolas e do campo. ação, para o desenvolvimento de atividades de
§ 1 o As bolsas previstas no caput serão ensino e extensão, que visem: 96
concedidas: I – à promoção do acesso e permanência de
I – até o valor equivalente ao praticado na estudantes em condições de vulnerabilidade
política federal de concessão de bolsas de ini- social e econômica; e
ciação científica, aos alunos; II – ao desenvolvimento de atividades de
II – até 3 (três) vezes o valor equivalente extensão universitária destinadas a ampliar a
ao praticado na política federal de concessão interação das instituições federais de educação
de bolsas de iniciação científica, aos alunos superior com a sociedade.
indígenas;
III – até o valor de 2/3 (dois terços) da Art. 11.  (Vetado).
bolsa de mestrado, aos docentes vinculados
aos programas e projetos de formação para o Art. 12.  As bolsas previstas nos arts. 10 e 11
exercício das funções de formadores, prepara- adotarão como referência os valores das bolsas
dores e supervisores dos cursos ou atividades correspondentes pagas pelas agências oficiais
de extensão, inclusive apoio à aprendizagem e de fomento à pesquisa, bem como as condições
acompanhamento sistemático das atividades fixadas em regulamento do Poder Executivo,
de alunos e tutores; que disporá, no mínimo, sobre: 97
IV – até o valor de uma bolsa de mestrado, I – os direitos e obrigações dos beneficiários
aos docentes vinculados aos programas e pro- das bolsas;
jetos de extensão, ou para desenvolvimento de II – as normas para renovação e cancelamen-
metodologias de ensino para as atividades de to dos benefícios;
extensão; e III – a periodicidade mensal para recebi-
V – até o valor de uma bolsa de doutorado, mento das bolsas;
O Estudante

aos docentes vinculados aos programas e proje-


tos de extensão para o exercício da coordenação
dos projetos, exigida a vinculação ao quadro 96
Decreto no 7.416/2010 (Regulamento).
permanente da instituição. 97
Decreto no 7.416/2010 (Regulamento).
103
IV – as condições de aprovação e acompa- ...............................................................................
nhamento das atividades, programas e projetos
no âmbito das instituições de educação superior Art. 16.  Esta Lei entra em vigor na data de
ou pesquisa; sua publicação.
V – a avaliação das instituições educacionais
responsáveis pelos cursos; Art. 17.  Ficam revogados:
VI – a avaliação dos bolsistas; e I – o parágrafo único do art. 11 e o inciso I
VII – a avaliação dos cursos e tutorias. do art. 16-J da Lei no 11.171, de 2 de setembro
Parágrafo único.  O quantitativo de bolsas de 2005; e
concedidas anualmente observará o limite fi- II – o art. 64 da Lei no 11.907, de 2 de feve-
nanceiro fixado pelas dotações consignadas nos reiro de 2009, na parte em que acresce o inciso
créditos orçamentários específicos existentes na I ao art. 16-J da Lei no 11.171, de 2 de setembro
respectiva lei orçamentária anual. de 2005.

Art. 13.  As despesas com a execução das ações Brasília, 23 de dezembro de 2009; 188o da In-
previstas nos arts. 9o e 10 desta Lei correrão dependência e 121o da República.
à conta de dotação orçamentária consignada
anualmente aos respectivos órgãos e entidades, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Paulo
considerando os recursos próprios captados, Bernardo Silva – Jose Pimentel – Luis Inácio
observados os limites de movimentação, em- Lucena Adams.
penho e pagamento da programação orçamen-
tária e financeira anual. Publicada no DOU de 23/12/2009 – Seção Extra.
A Educação e a Sociedade Civil

104
Decreto n. 5.493/2005
de 18 de julho de 2005

Regulamenta o disposto na Lei no 11.096, de 13 de janeiro de 2005.

O Presidente da República, no uso da atribuição § 4o  O Ministério da Educação disporá


que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Cons- sobre os procedimentos operacionais para a
tituição, e tendo em vista o disposto na Lei no adesão ao PROUNI e seleção dos bolsistas,
11.096, de 13 de janeiro de 2005, especialmente quanto à definição de nota de
corte e aos métodos para preenchimento de
DECRETA: vagas eventualmente remanescentes, inclusive
aquelas oriundas do percentual legal destinado
Art. 1o  O Programa Universidade para Todos a políticas afirmativas de acesso de portadores
– PROUNI, de que trata a Lei no 11.096, de 13 de deficiência ou de autodeclarados negros e
de janeiro de 2005, destina-se à concessão de indígenas.
bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo
parciais de cinqüenta por cento ou de vinte e Art. 3o  O professor beneficiário de bolsa inte-
cinco por cento, para estudantes de cursos de gral ou parcial, vinculada ao PROUNI, deverá
graduação ou seqüenciais de formação específi- estar no efetivo exercício do magistério da edu-
ca, em instituições privadas de ensino superior, cação básica, integrando o quadro de pessoal
com ou sem fins lucrativos, que tenham aderido permanente de instituição pública.
ao PROUNI nos termos da legislação aplicável
e do disposto neste Decreto. Art. 4o  A pré-seleção dos estudantes a serem
beneficiados pelo PROUNI terá como base
Parágrafo único.  O termo de adesão não o resultado obtido no Exame Nacional do
poderá abranger, para fins de gozo de benefícios Ensino Médio – ENEM referente à edição
fiscais, cursos que exijam formação prévia em imediatamente anterior ao processo seletivo do
nível superior como requisito para a matrícula. PROUNI para ingresso em curso de graduação
ou seqüencial de formação específica.
Art. 2o  O PROUNI será implementado por
intermédio da Secretaria de Educação Superior Art. 5o  Para fins de cálculo do número de
do Ministério da Educação. bolsas a serem oferecidas pelas instituições
§ 1o  A instituição de ensino superior inte- que aderirem ao PROUNI ou por entidades
ressada em aderir ao PROUNI firmará, em ato beneficentes de assistência social que atuem no
de sua mantenedora, termo de adesão junto ao ensino superior, são considerados estudantes
Ministério da Educação. regularmente pagantes aqueles que tenham fir-
§ 2o  As bolsas de estudo poderão ser cance- mado contrato a título oneroso com instituição
ladas, a qualquer tempo, em caso de constatação de ensino superior com base na Lei no 9.870,
de inidoneidade de documento apresentado ou de 23 de novembro de 1999, não beneficiários
falsidade de informação prestada pelo bolsista. de bolsas integrais do PROUNI ou da própria
§ 3o  É vedada a acumulação de bolsas de instituição, excluídos os inadimplentes por pe-
estudo vinculadas ao PROUNI, bem como a ríodo superior a noventa dias, cujas matrículas
O Estudante

concessão de bolsa de estudo a ele vinculada tenham sido recusadas no período letivo ime-
para estudante matriculado em instituição diatamente subseqüente ao inadimplemento,
pública e gratuita de ensino superior. nos termos dos arts. 5o e 6o daquela Lei.

105
Parágrafo único.  Para efeitos de apuração do Art. 9o  A soma dos benefícios concedidos pela
número de bolsas integrais a serem concedidas instituição de ensino superior será calculada
pelas instituições de ensino, os beneficiários de considerando a média aritmética das anualida-
bolsas parciais de cinqüenta por cento ou vinte des ou semestralidades efetivamente cobradas
e cinco por cento são considerados estudantes dos alunos regularmente pagantes, nos termos
regularmente pagantes, sem prejuízo do dis- deste Decreto, excluídos os alunos beneficiários
posto no caput. de bolsas parciais, inclusive os beneficiários das
bolsas adicionais referidas no art. 8o.
Art. 6o  As instituições de ensino superior que
aderirem ao PROUNI nos termos da regra pre- Art. 10.  A permuta de bolsas entre cursos e
vista no § 4o do art. 5o da Lei no 11.096, de 2005, turnos, quando prevista no termo de adesão, é
poderão oferecer bolsas integrais em montante restrita a um quinto das bolsas oferecidas para
superior ao mínimo legal, desde que o conjunto cada curso e turno, e o número de bolsas re-
de bolsas integrais e parciais perfaça proporção sultantes da permuta não pode ser superior ou
equivalente a oito inteiros e cinco décimos por inferior a este limite, para cada curso ou turno.
cento da receita anual dos períodos letivos
que já têm bolsistas do PROUNI, efetivamente Art. 11.  As instituições de ensino superior que
recebida nos termos da Lei no 9.870, de 1999. não gozam de autonomia ficam autorizadas,
a partir da assinatura do termo de adesão ao
Art. 7o  As instituições de ensino superior, com PROUNI, a ampliar o número de vagas em
ou sem fins lucrativos, inclusive beneficentes seus cursos, respeitadas as seguintes condições:
de assistência social, poderão converter até I – em observância estrita ao número de
dez por cento das bolsas parciais de cinqüenta bolsas integrais efetivamente oferecidas pela
por cento vinculadas ao PROUNI em bolsas instituição de ensino superior, após eventuais
parciais de vinte e cinco por cento, à razão de permutas de bolsas entre cursos e turnos, ob-
duas bolsas parciais de vinte e cinco por cento servadas as regras pertinentes; e
para cada bolsa parcial de cinqüenta por cen- II – excepcionalmente, para recompor a
to, em cursos de graduação ou seqüenciais de proporção entre bolsas integrais e parciais ori-
formação específica, cuja parcela da anualidade ginalmente ajustada no termo de adesão, única
ou da semestralidade efetivamente cobrada, e exclusivamente para compensar a evasão es-
com base na Lei no 9.870, de 1999, não ex- colar por parte de estudantes bolsistas integrais
ceda, individualmente, o valor de R$ 200,00 ou parciais vinculados ao PROUNI.
(duzentos reais).
Art. 12.  Havendo indícios de descumprimento
Art. 8o  As instituições de ensino superior, com das obrigações assumidas no termo de adesão,
ou sem fins lucrativos, inclusive beneficentes será instaurado procedimento administrativo
de assistência social, poderão oferecer bolsas para aferir a responsabilidade da instituição de
integrais e parciais de cinqüenta por cento ensino superior envolvida, aplicando-se, se for
adicionais àquelas previstas em seus respectivos o caso, as penalidades previstas.
termos de adesão, destinadas exclusivamente a § 1o  Aplica-se ao processo administrativo
A Educação e a Sociedade Civil

novos estudantes ingressantes. previsto no caput, no que couber, o disposto


Parágrafo único.  As bolsas a que se refere na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
o caput serão contabilizadas como bolsas do observando-se o contraditório e a ampla defesa.
PROUNI e poderão ser compensadas nos § 2o  Para os fins deste Decreto, considera-se
períodos letivos subseqüentes, a critério da falta grave:
instituição de ensino superior, desde que cum- I – o descumprimento reincidente da in-
prida a proporção mínima legalmente exigida, fração prevista no inciso I do art. 9o da Lei no
por curso e turno, nos períodos letivos que já 11.096, de 2005, apurado em prévio processo
têm bolsistas do PROUNI. administrativo;
106
II – instituir tratamento discriminatório Educação relatório de atividades e gastos em
entre alunos pagantes e bolsistas beneficiários assistência social, até sessenta dias após o en-
do PROUNI; cerramento do exercício fiscal.
III – falsear as informações prestadas no § 2o  Considera-se assistência social em
termo de adesão, de modo a reduzir indevida- programas não decorrentes de obrigações
mente o número de bolsas integrais e parciais curriculares de ensino e pesquisa o desenvol-
a serem oferecidas; e vimento de programas de assistência social em
IV – falsear as informações prestadas no conformidade com o disposto na Lei no 8.742,
termo de adesão, de modo a ampliar indevida- de 7 de dezembro de 1993, que não integrem o
mente o escopo dos benefícios fiscais previstos currículo obrigatório de cursos de graduação
no PROUNI. e seqüenciais de formação específica.
§ 3o  Da decisão que concluir pela imposição § 3o  O Ministério da Educação estabelece-
de penalidade caberá recurso ao Ministro de rá os requisitos de desempenho acadêmico a
Estado da Educação. serem cumpridos pelo estudante vinculado ao
PROUNI, para fins de manutenção das bolsas.
Art. 13.  Para o cálculo da aplicação em gra-
tuidade de que trata o art. 10 da Lei no 11.096, Art. 15.  As bolsas reservadas aos trabalha-
de 2005, serão contabilizadas bolsas integrais, dores da instituição de ensino superior e seus
bolsas parciais de cinqüenta por cento ou de dependentes decorrentes de convenção coletiva
vinte e cinco por cento e assistência social ou acordo trabalhista, nos termos da lei, serão
em programas não decorrentes de obrigações ocupadas em observância aos procedimentos
curriculares de ensino e pesquisa, quando se operacionais fixados pelo Ministério da Educa-
referir às turmas iniciais de cada curso e turno ção, especialmente quanto à definição de nota
efetivamente instalados a partir do primeiro de corte para seleção de bolsistas e aos métodos
processo seletivo posterior à publicação da para o aproveitamento de vagas eventualmente
referida Lei. remanescentes, sem prejuízo da pré-seleção,
Parágrafo único.  Para o cálculo previsto no conforme os resultados do ENEM.
caput, relativo às turmas iniciadas antes de 13 de Parágrafo único.  A instituição de ensino
setembro de 2004, poderão ser contabilizados superior interessada em conceder bolsas de
os benefícios concedidos aos alunos nos termos estudo vinculadas ao PROUNI, nos termos
da legislação então aplicável. do caput, deverá informar previamente ao
Ministério da Educação e encaminhar cópia
Art. 14.  A instituição de ensino superior que autenticada dos atos jurídicos que formalizam
aderir ao PROUNI apresentará ao Ministério convenção coletiva ou acordo trabalhista, com
da Educação, semestralmente, de acordo com o as respectivas alterações posteriores.
respectivo regime curricular acadêmico:
I – o controle de freqüência mínima obri- Art. 16.  As mantenedoras de instituições de
gatória dos bolsistas, correspondente a setenta ensino superior que optarem por transformar
e cinco por cento da carga horária do curso; sua natureza jurídica em sociedade de fins
II – o aproveitamento dos bolsistas no curso, econômicos, nos termos do art. 7o-A da Lei
considerando-se, especialmente, o desempenho no 9.131, de 24 de novembro de 1995, deverão
acadêmico; e assegurar a continuidade das bolsas concedidas
III – a evasão de alunos por curso e turno, às turmas iniciadas antes de 13 de setembro de
bem como o total de alunos matriculados, 2004, nos cinco anos previstos para a transfor-
relacionando-se os estudantes vinculados ao mação do regime jurídico.
O Estudante

PROUNI.
§ 1o  A entidade beneficente de assistência Art. 17.  O acompanhamento e o controle so-
social que atue no ensino superior e aderir cial dos procedimentos de concessão de bolsas,
ao PROUNI encaminhará ao Ministério da no âmbito do PROUNI, serão exercidos:
107
I – por comissão nacional, com função pre- Art. 18.  Este Decreto entra em vigor na data
ponderantemente consultiva sobre as diretrizes de sua publicação.
nacionais de implementação;
II – por comissões de acompanhamento, em Art. 19.  Fica revogado o Decreto no 5.245, de
âmbito local, com função preponderante de 15 de outubro de 2004.
acompanhamento, averiguação e fiscalização
da implementação local. Brasília, 18 de julho de 2005; 184o da Indepen-
Parágrafo único.  O Ministério da Educação dência e 117o da República.
definirá as atribuições e os critérios para a com-
posição da comissão nacional e das comissões LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
de acompanhamento.
Publicado no DOU de 19/7/2005.
A Educação e a Sociedade Civil

108
Os Professores
Lei n. 9.424/1996
de 24 de dezembro de 199698

Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização


do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7o, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber diretrizes emanadas do Conselho Nacional de


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono Educação, no prazo referido no artigo anterior;
a seguinte Lei:98 III – fornecimento das informações soli-
citadas por ocasião do censo escolar, ou para
Art. 1o a 8o (Revogados).99 fins de elaboração de indicadores educacionais.
Parágrafo único.  O não cumprimento das
Art. 9o  Os Estados, o Distrito Federal e os condições estabelecidas neste artigo, ou o for-
Municípios deverão, no prazo de seis meses necimento de informações falsas, acarretará
da vigência desta Lei, dispor de novo Plano sanções administrativas, sem prejuízo das civis
de Carreira e Remuneração do Magistério, de ou penais ao agente executivo que lhe der causa.
modo a assegurar:
I – a remuneração condigna dos professores Art. 11.  Os órgãos responsáveis pelos sistemas
do ensino fundamental público, em efetivo de ensino, assim como os Tribunais de Contas
exercício no magistério; da União, dos Estados e Municípios, criarão
II – o estímulo ao trabalho em sala de aula; mecanismos adequados à fiscalização do
III – a melhoria da qualidade do ensino. cumprimento pleno do disposto no art. 212 da
§ 1o Os novos planos de carreira e remu- Constituição Federal e desta Lei, sujeitando-se
neração do magistério deverão contemplar os Estados e o Distrito Federal à intervenção
investimentos na capacitação dos professores da União, e os Municípios à intervenção dos
leigos, os quais passarão a integrar quadro em respectivos Estados, nos termos do art. 34,
extinção, de duração de cinco anos. inciso VII, alínea e, e do art. 35, inciso III, da
§ 2o Aos professores leigos é assegurado Constituição Federal.
prazo de cinco anos para obtenção da habi-
litação necessária ao exercício das atividades Art. 12.  O Ministério da Educação e do
docentes. Desporto realizará avaliações periódicas dos
§ 3o A habilitação a que se refere o parágrafo resultados da aplicação desta Lei, com vistas à
anterior é condição para ingresso no quadro adoção de medidas operacionais e de natureza
permanente da carreira conforme os novos político-educacional corretivas, devendo a
planos de carreira e remuneração. primeira realizar-se dois anos após sua pro-
mulgação.
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 10.  Os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios deverão comprovar: Art. 13.  (Revogado).100
I – efetivo cumprimento do disposto no art.
212 da Constituição Federal; Art. 14.  A União desenvolverá política de es-
II – apresentação de Plano de Carreira e tímulo às iniciativas de melhoria de qualidade
Remuneração do Magistério, de acordo com as do ensino, acesso e permanência na escola pro-
movidos pelas unidades federadas, em especial
98
Decreto no 6.253/2007 (Regulamento).
99
Lei no 11.494/2007. 100
Lei no 11.494/2007.
110
aquelas voltadas às crianças e adolescentes em recursos, que será creditada mensal e automa-
situação de risco social. ticamente em favor das Secretarias de Educação
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
Art 15.  O Salário-Educação, previsto no art. pios para financiamento de programas, projetos
212, § 5o, da Constituição Federal e devido pelas e ações do ensino fundamental.
empresas, na forma em que vier a ser disposto § 2o (Vetado).
em regulamento, é calculado com base na § 3o  Os alunos regularmente atendidos, na
alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre data da edição desta Lei, como beneficiários
o total de remunerações pagas ou creditadas, da aplicação realizada pelas empresas contri-
a qualquer título, aos segurados empregados, buintes, no ensino fundamental dos seus em-
assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei no pregados e dependentes, à conta de deduções
8.212, de 24 de julho de 1991. 101 da contribuição social do Salário-Educação, na
§ 1o  O montante da arrecadação do Salário- forma da legislação em vigor, terão, a partir de
-Educação, após a dedução de 1% (um por cento) 1o de janeiro de 1997, o benefício assegurado,
em favor do Instituto Nacional do Seguro Social respeitadas as condições em que foi concedido,
– INSS, calculado sobre o valor por ele arreca- e vedados novos ingressos nos termos do art.
dado, será distribuído pelo Fundo Nacional de 212, § 5o, da Constituição Federal.
Desenvolvimento da Educação – FNDE, obser-
vada, em 90% (noventa por cento) de seu valor, Art. 16.  Esta Lei entra em vigor em 1o de
a arrecadação realizada em cada Estado e no janeiro de 1997.
Distrito Federal, em quotas, da seguinte forma:
I – Quota Federal, correspondente a um Art. 17.  Revogam-se as disposições em con-
terço do montante de recursos, que será desti- trário.
nada ao FNDE e aplicada no financiamento de
programas e projetos voltados para a universali- Brasília, 24 de dezembro de 1996; 175o da In-
zação do ensino fundamental, de forma a propi- dependência e 108o da República.
ciar a redução dos desníveis sócio-educacionais
existentes entre Municípios, Estados, Distrito FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo
Federal e regiões brasileiras; Renato Souza
II – Quota Estadual e Municipal, corres-
pondente a 2/3 (dois terços) do montante de Publicada no DOU de 26/12/1996.

Os Professores

Lei no 10.832/2003 e Decreto no 6.003/2006


101

(Regulamento).
111
Lei n. 11.273/2006
de 6 de fevereiro de 2006

Autoriza a concessão de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes de programas de formação


inicial e continuada de professores para a educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 4 o  Adicionalmente, poderão ser con-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono cedidas bolsas a professores que atuem em
a seguinte Lei: programas de formação inicial e continuada
de funcionários de escola e de secretarias de
Art. 1o  Ficam o Fundo Nacional de Desenvol- educação dos Estados, do Distrito Federal e
vimento da Educação – FNDE e a Coordenação dos Municípios, bem como em programas de
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Su- formação profissional inicial e continuada, na
perior – Capes autorizados a conceder bolsas forma do art. 2o desta Lei.
de estudo e bolsas de pesquisa no âmbito dos
programas de formação de professores para a Art. 2o  As bolsas previstas no art. 1o desta Lei
educação básica desenvolvidos pelo Ministério serão concedidas: 103
da Educação, inclusive na modalidade a distân- I – até o valor de R$ 100,00 (cem reais) men-
cia, que visem:102 sais, para participantes de cursos ou programas
I – à formação inicial em serviço para pro- de formação inicial e continuada;
fessores da educação básica ainda não titulados, II – até o valor de R$ 600,00 (seiscentos
tanto em nível médio quanto em nível superior; reais) mensais, para participantes de cursos de
II – à formação continuada de professores capacitação para o exercício de tutoria voltada
da educação básica; e à aprendizagem dos professores matriculados
III – à participação de professores em nos cursos referidos no inciso I do caput deste
projetos de pesquisa e de desenvolvimento de artigo, exigida formação mínima em nível mé-
metodologias educacionais na área de forma- dio e experiência de 1 (um) ano no magistério;
ção inicial e continuada de professores para a III – até o valor de R$ 900,00 (novecentos
educação básica e para o sistema Universidade reais) mensais, para participantes de cursos
Aberta do Brasil – UAB. de capacitação para o exercício das funções
§ 1o  Poderão candidatar-se às bolsas de que de formadores, preparadores e supervisores
trata o caput deste artigo os professores que: dos cursos referidos no inciso I do caput
I – estiverem em efetivo exercício no magis- deste artigo, inclusive apoio à aprendizagem e
tério da rede pública de ensino; ou acompanhamento pedagógico sistemático das
II – estiverem vinculados a um dos progra- atividades de alunos e tutores, exigida forma-
mas referidos no caput deste artigo. ção mínima em nível superior e experiência
§ 2o  A seleção dos beneficiários das bolsas de 1 (um) ano no magistério ou a vinculação
A Educação e a Sociedade Civil

de estudos será de responsabilidade dos res- a programa de pós-graduação de mestrado ou


pectivos sistemas de ensino, de acordo com doutorado; e
os critérios a serem definidos nas diretrizes de IV – até o valor de R$ 1.200,00 (mil e du-
cada programa. zentos reais) mensais, para participantes de
§ 3o  É vedada a acumulação de mais de uma projetos de pesquisa e de desenvolvimento de
bolsa de estudo ou pesquisa nos programas de metodologias de ensino na área de formação
que trata esta Lei. inicial e continuada de professores de educação
102
Leis nos 11.502/2007 e 11.947/2009. 103
Leis nos 11.502/2007 e 12.349/2010.
112
básica, exigida experiência de 3 (três) anos no Art. 6o  O Poder Executivo regulamentará:
magistério superior. I – os direitos e obrigações dos beneficiários
§ 1o (Revogado). das bolsas;
§ 2o  A concessão das bolsas de estudo de II – as normas para renovação e cancelamen-
que trata esta Lei para professores estaduais e to dos benefícios;
municipais ficará condicionada à adesão dos III – a periodicidade mensal para recebi-
respectivos entes federados aos programas ins- mento das bolsas;
tituídos pelo Ministério da Educação, mediante IV – o quantitativo, os valores e a duração
celebração de instrumento em que constem os das bolsas, de acordo com o curso ou projeto
correspondentes direitos e obrigações. em cada programa;
V – a avaliação das instituições educacionais
Art. 3o  As bolsas de que trata o art. 2o desta Lei responsáveis pelos cursos;
serão concedidas diretamente ao beneficiário, VI – a avaliação dos bolsistas; e
por meio de crédito bancário, nos termos de VII – a avaliação dos cursos e tutorias.
normas expedidas pelas respectivas instituições
concedentes, e mediante a celebração de termo Art. 7o  Os valores de que trata o art. 2o desta Lei
de compromisso em que constem os correspon- deverão ser anualmente atualizados mediante
dentes direitos e obrigações.104 ato do Poder Executivo, observadas as dotações
orçamentárias existentes.
Art. 4o  As despesas com a execução das ações
previstas nesta Lei correrão à conta de dota- Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
ções orçamentárias consignadas anualmente publicação.
ao FNDE e à Capes, observados os limites de
movimentação, empenho e pagamento da pro- Brasília, 6 de fevereiro de 2006; 185o da Inde-
gramação orçamentária e financeira anual.105 pendência e 118o da República.

Art. 5o  Serão de acesso público permanente os LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
critérios de seleção e de execução do programa, Haddad
bem como a relação dos beneficiários e dos res-
pectivos valores das bolsas previstas nesta Lei. Publicada no DOU de 7/2/2006.

Os Professores

104
Lei no 11.947/2009.
105
Lei no 11.947/2009.
113
Lei n. 11.738/2008
de 16 de julho de 2008

Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, para instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério
público da educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber proporcionais ao valor mencionado no caput


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono deste artigo.
a seguinte Lei: § 4o  Na composição da jornada de trabalho,
observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois
Art. 1o  Esta Lei regulamenta o piso salarial terços) da carga horária para o desempenho
profissional nacional para os profissionais do das atividades de interação com os educandos.
magistério público da educação básica a que § 5o  As disposições relativas ao piso salarial
se refere a alínea “e” do inciso III do caput do de que trata esta Lei serão aplicadas a todas as
art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais aposentadorias e pensões dos profissionais do
Transitórias. magistério público da educação básica alcan-
çadas pelo art. 7o da Emenda Constitucional no
Art. 2o  O piso salarial profissional nacional 41, de 19 de dezembro de 2003, e pela Emenda
para os profissionais do magistério público da Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005.
educação básica será de R$ 950,00 (novecentos
e cinqüenta reais) mensais, para a formação em Art. 3o  O valor de que trata o art. 2o desta Lei
nível médio, na modalidade Normal, prevista passará a vigorar a partir de 1o de janeiro de
no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 2008, e sua integralização, como vencimento
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da inicial das Carreiras dos profissionais da educa-
educação nacional. ção básica pública, pela União, Estados, Distrito
§ 1o  O piso salarial profissional nacional é Federal e Municípios será feita de forma pro-
o valor abaixo do qual a União, os Estados, o gressiva e proporcional, observado o seguinte:
Distrito Federal e os Municípios não poderão I – (Vetado);
fixar o vencimento inicial das Carreiras do II – a partir de 1o de janeiro de 2009, acrés-
magistério público da educação básica, para cimo de 2/3 (dois terços) da diferença entre o
a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas valor referido no art. 2o desta Lei, atualizado
semanais. na forma do art. 5o desta Lei, e o vencimento
§ 2o  Por profissionais do magistério público inicial da Carreira vigente;
da educação básica entendem-se aqueles que III – a integralização do valor de que trata
desempenham as atividades de docência ou o art. 2o desta Lei, atualizado na forma do art.
as de suporte pedagógico à docência, isto é, 5o desta Lei, dar-se-á a partir de 1o de janeiro
A Educação e a Sociedade Civil

direção ou administração, planejamento, ins- de 2010, com o acréscimo da diferença rema-


peção, supervisão, orientação e coordenação nescente.
educacionais, exercidas no âmbito das unidades § 1o  A integralização de que trata o caput
escolares de educação básica, em suas diversas deste artigo poderá ser antecipada a qualquer
etapas e modalidades, com a formação mínima tempo pela União, Estados, Distrito Federal e
determinada pela legislação federal de diretri- Municípios.
zes e bases da educação nacional. § 2o  Até 31 de dezembro de 2009, admitir-
§ 3o  Os vencimentos iniciais referentes às -se-á que o piso salarial profissional nacional
demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, compreenda vantagens pecuniárias, pagas a
114
qualquer título, nos casos em que a aplicação do Parágrafo único.  A atualização de que trata
disposto neste artigo resulte em valor inferior o caput deste artigo será calculada utilizando-
ao de que trata o art. 2o desta Lei, sendo res- -se o mesmo percentual de crescimento do
guardadas as vantagens daqueles que percebam valor anual mínimo por aluno referente aos
valores acima do referido nesta Lei. anos iniciais do ensino fundamental urbano,
definido nacionalmente, nos termos da Lei no
Art. 4o  A União deverá complementar, na 11.494, de 20 de junho de 2007.
forma e no limite do disposto no inciso VI
do caput do art. 60 do Ato das Disposições Art. 6o  A União, os Estados, o Distrito Federal
Constitucionais Transitórias e em regulamento, e os Municípios deverão elaborar ou adequar
a integralização de que trata o art. 3o desta Lei, seus Planos de Carreira e Remuneração do
nos casos em que o ente federativo, a partir Magistério até 31 de dezembro de 2009, ten-
da consideração dos recursos constitucio- do em vista o cumprimento do piso salarial
nalmente vinculados à educação, não tenha profissional nacional para os profissionais do
disponibilidade orçamentária para cumprir o magistério público da educação básica, con-
valor fixado. forme disposto no parágrafo único do art. 206
§ 1o  O ente federativo deverá justificar sua da Constituição Federal.
necessidade e incapacidade, enviando ao Mi-
nistério da Educação solicitação fundamentada, Art. 7o (Vetado)
acompanhada de planilha de custos compro-
vando a necessidade da complementação de Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
que trata o caput deste artigo. publicação.
§ 2o  A União será responsável por cooperar
tecnicamente com o ente federativo que não Brasília, 16 de julho de 2008; 187o da Indepen-
conseguir assegurar o pagamento do piso, de dência e 120o da República.
forma a assessorá-lo no planejamento e aperfei-
çoamento da aplicação de seus recursos. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
– Nelson Machado – Fernando Haddad – Paulo
Art. 5o  O piso salarial profissional nacional Bernardo Silva – José Múcio Monteiro Filho –
do magistério público da educação básica será José Antonio Dias Toffoli
atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a
partir do ano de 2009. Publicada no DOU de 17/07/2008.

Os Professores

115
Lei n. 12.772/2012
de 28 de dezembro de 2012

Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal; sobre a Carreira
do Magistério Superior, de que trata a Lei no 7.596, de 10 de abril de 1987; sobre o Plano de Carreira
e Cargos de Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e sobre o Plano de Carreiras de
Magistério do Ensino Básico Federal, de que trata a Lei no 11.784, de 22 de setembro de 2008; sobre
a contratação de professores substitutos, visitantes e estrangeiros, de que trata a Lei no 8.745 de 9
de dezembro de 1993; sobre a remuneração das Carreiras e Planos Especiais do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação, de que trata a Lei no 11.357, de 19 de outubro de 2006; altera remuneração do Plano de
Cargos Técnico-Administrativos em Educação; altera as Leis nos 8.745, de 9 de dezembro de 1993,
11.784, de 22 de setembro de 2008, 11.091, de 12 de janeiro de 2005, 11.892, de 29 de dezembro de
2008, 11.357, de 19 de outubro de 2006, 11.344, de 8 de setembro de 2006, 12.702, de 7 de agosto de
2012, e 8.168, de 16 de janeiro de 1991; revoga o art. 4o da Lei no 12.677, de 25 de junho de 2012;
e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber § 1o  A Carreira de Magistério Superior é


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono composta das seguintes classes, observado o
a seguinte Lei: Anexo I:
I – Professor Auxiliar;
II – Professor Assistente;
CAPÍTULO I – Do Plano de Carreiras e III – Professor Adjunto;
Cargos de Magistério Federal IV – Professor Associado; e
V – Professor Titular.
Art. 1o  Fica estruturado, a partir de 1o de mar- § 2o  A Carreira de Magistério do Ensino
ço de 2013, o Plano de Carreiras e Cargos de Básico, Técnico e Tecnológico é composta das
Magistério Federal, composto pelas seguintes seguintes classes, observado o Anexo I:
Carreiras e cargos: I – D I;
I – Carreira de Magistério Superior, com- II – D II;
posta pelos cargos, de nível superior, de pro- III – D III;
vimento efetivo de Professor do Magistério IV – D IV; e
Superior, de que trata a Lei no 7.596, de 10 de V – Titular.
abril de 1987; § 3 o   Os Cargos Isolados do Plano de
II – Cargo Isolado de provimento efetivo, Carreiras e Cargos de Magistério Federal são
de nível superior, de Professor Titular-Livre do estruturados em uma única classe e nível de
Magistério Superior; vencimento.
A Educação e a Sociedade Civil

III – Carreira de Magistério do Ensino Bá- § 4o  O regime jurídico dos cargos do Plano
sico, Técnico e Tecnológico, composta pelos de Carreiras e Cargos de Magistério Federal é o
cargos de provimento efetivo de Professor instituído pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro
do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, de de 1990, observadas as disposições desta Lei.
que trata a Lei no 11.784, de 22 de setembro § 5o  Os cargos efetivos das Carreiras e Car-
de 2008; e gos Isolados de que trata o caput integram os
IV – Cargo Isolado de provimento efetivo, Quadros de Pessoal das Instituições Federais de
de nível superior, de Professor Titular-Livre do Ensino subordinadas ou vinculadas ao Ministé-
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. rio da Educação e ao Ministério da Defesa que
116
tenham por atividade-fim o desenvolvimento Único de Classificação e Retribuição de Cargos
e aperfeiçoamento do ensino, pesquisa e ex- e Empregos – PUCRCE, de que trata a Lei no
tensão, ressalvados os cargos de que trata o § 7.596, de 1987, passa a pertencer ao Plano de
11 do art. 108-A da Lei no11.784, de 2008, que Carreiras e Cargos de Magistério Federal de que
integram o Quadro de Pessoal do Ministério do trata esta Lei, observada a Tabela de Correlação
Planejamento, Orçamento e Gestão. constante do Anexo II.

Art. 2o  São atividades das Carreiras e Cargos Art. 5o  A partir de 1o de março de 2013, os
Isolados do Plano de Carreiras e Cargos de Ma- cargos de Professor Titular da Carreira de
gistério Federal aquelas relacionadas ao ensino, Magistério Superior do PUCRCE passam a in-
pesquisa e extensão e as inerentes ao exercício tegrar a Classe de Professor Titular da Carreira
de direção, assessoramento, chefia, coordena- de Magistério Superior do Plano de Carreiras
ção e assistência na própria instituição, além e Cargos de Magistério Federal de que trata
daquelas previstas em legislação específica. esta Lei.
§ 1o  A Carreira de Magistério Superior
destina-se a profissionais habilitados em ativi- Art. 6o  O enquadramento no Plano de Car-
dades acadêmicas próprias do pessoal docente reiras e Cargos de Magistério Federal não
no âmbito da educação superior. representa, para qualquer efeito legal, inclusive
§ 2o  A Carreira de Magistério do Ensino para efeito de aposentadoria, descontinuidade
Básico, Técnico e Tecnológico destina-se a em relação à Carreira, ao cargo e às atribuições
profissionais habilitados em atividades acadê- atuais desenvolvidas pelos seus ocupantes.
micas próprias do pessoal docente no âmbito
da educação básica e da educação profissional e Art. 7o  O disposto neste Capítulo aplica-se,
tecnológica, conforme disposto na Lei no 9.394, no que couber, aos aposentados e pensionistas.
de 20 de dezembro de 1996, e na Lei no 11.892,
de 29 de dezembro de 2008.
§ 3o  Os Cargos Isolados de provimento CAPÍTULO II – Do Ingresso nas Carreiras
efetivo objetivam contribuir para o desenvol- e Cargos Isolados do Plano de Carreiras e
vimento e fortalecimento de competências e Cargos de Magistério Federal
alcance da excelência no ensino e na pesquisa
nas Instituições Federais de Ensino – IFE. SEÇÃO I – Da Carreira de Magistério
Superior e do cargo isolado de Professor
Art. 3o  A partir de 1o de março de 2013, a Car- Titular-Livre do Magistério Superior
reira de Magistério do Ensino Básico, Técnico
e Tecnológico e o Cargo Isolado de Professor Art. 8o  O ingresso na Carreira de Magistério
Titular do Ensino Básico, Técnico e Tecnoló- Superior ocorrerá sempre no primeiro nível da
gico, de que tratam os incisos I e II do caput Classe de Professor Auxiliar, mediante aprova-
do art. 106 da Lei no 11.784, de 2008, passam ção em concurso público de provas e títulos.
a pertencer ao Plano de Carreiras e Cargos de § 1o  No concurso público de que trata o
Magistério Federal, na forma desta Lei, observa- caput, será exigido o diploma de curso superior
da a Tabela de Correlação constante do Anexo em nível de graduação.
II, deixando de pertencer ao Plano de Carreiras § 2o  O concurso público referido no caput
de que trata o art. 105 da Lei no 11.784, de 2008. poderá ser organizado em etapas, conforme
Parágrafo único.  O Cargo Isolado de que dispuser o edital de abertura do certame, que
trata o caput passa a denominar-se Professor estabelecerá as características de cada etapa e os
Os Professores

Titular-Livre do Ensino Básico, Técnico e critérios eliminatórios e classificatórios.


Tecnológico.
Art. 9o  O ingresso no Cargo Isolado de Pro-
Art. 4o  A partir de 1o de março de 2013, a fessor Titular-Livre do Magistério Superior
Carreira de Magistério Superior do Plano ocorrerá na classe e nível únicos, mediante 117
aprovação em concurso público de provas e o edital de abertura do certame, e consistirá de
títulos, no qual serão exigidos: prova escrita, prova oral e defesa de memorial.
I – título de doutor; e § 2o  O edital do concurso público de que
II – 20 (vinte) anos de experiência ou de trata este artigo estabelecerá as características
obtenção do título de doutor, ambos na área de de cada etapa e os critérios eliminatórios e
conhecimento exigida no concurso. classificatórios do certame.
§ 1o O concurso público referido no caput
será organizado em etapas, conforme dispuser
o edital de abertura do certame, e consistirá de CAPÍTULO III – Do Desenvolvimento nas
prova escrita, prova oral e defesa de memorial. Carreiras do Plano de Carreiras e Cargos de
§ 2o O edital do concurso público de que Magistério Federal
trata este artigo estabelecerá as características
de cada etapa e os critérios eliminatórios e SEÇÃO I – Da Carreira de Magistério Superior
classificatórios do certame.
Art. 12.  O desenvolvimento na Carreira de
Magistério Superior ocorrerá mediante pro-
SEÇÃO II – Da Carreira de Magistério do gressão funcional e promoção.
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e do § 1o  Para os fins do disposto no caput, pro-
Cargo Isolado de Professor Titular-Livre do gressão é a passagem do servidor para o nível de
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico vencimento imediatamente superior dentro de
uma mesma classe, e promoção, a passagem do
Art. 10.  O ingresso nos cargos de provimento servidor de uma classe para outra subsequente,
efetivo de Professor da Carreira de Magistério na forma desta Lei.
do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e § 2o  A progressão na Carreira de Magistério
da Carreira do Magistério do Ensino Básico Superior ocorrerá com base nos critérios gerais
Federal ocorrerá sempre no Nível 1 da Classe estabelecidos nesta Lei e observará, cumulati-
D I, mediante aprovação em concurso público vamente:
de provas ou de provas e títulos. I – o cumprimento do interstício de 24
§ 1o  No concurso público de que trata o (vinte e quatro) meses de efetivo exercício em
caput, será exigido diploma de curso superior cada nível; e
em nível de graduação. II – aprovação em avaliação de desempenho.
§ 2o  O concurso público referido no caput § 3o  A promoção ocorrerá observados o
poderá ser organizado em etapas, conforme interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) me-
dispuser o edital de abertura do certame. ses no último nível de cada Classe antecedente
§ 3o  O edital do concurso público de que àquela para a qual se dará a promoção e, ainda,
trata este artigo estabelecerá as características as seguintes condições:
de cada etapa do concurso público e os critérios I – para a Classe de Professor Assistente:
eliminatórios e classificatórios do certame. ser aprovado em processo de avaliação de
desempenho;
Art. 11.  O ingresso no Cargo Isolado de Pro- II – para a Classe de Professor Adjunto:
A Educação e a Sociedade Civil

fessor Titular-Livre do Ensino Básico, Técnico ser aprovado em processo de avaliação de


e Tecnológico ocorrerá na classe e nível únicos, desempenho;
mediante aprovação em concurso público de III – para a Classe de Professor Associado:
provas e títulos, no qual serão exigidos: a) possuir o título de doutor; e
I – título de doutor; e b) ser aprovado em processo de avaliação de
II – 20 (vinte) anos de experiência ou de desempenho; e
obtenção do título de doutor, ambos na área de IV – para a Classe de Professor Titular:
conhecimento exigida no concurso. a) possuir o título de doutor;
§ 1o  O concurso público referido no caput b) ser aprovado em processo de avaliação de
118 será organizado em etapas, conforme dispuser desempenho; e
c) lograr aprovação de memorial que deverá SEÇÃO II – Da Carreira do Magistério do
considerar as atividades de ensino, pesquisa, Ensino Básico, Técnico e Tecnológico
extensão, gestão acadêmica e produção profis-
sional relevante, ou defesa de tese acadêmica Art. 14.  A partir da instituição do Plano de
inédita. Carreiras e Cargos de Magistério Federal, o
§ 4o  As diretrizes gerais para o processo de desenvolvimento na Carreira de Magistério do
avaliação de desempenho para fins de progres- Ensino Básico, Técnico e Tecnológico ocorrerá
são e de promoção serão estabelecidas em ato mediante progressão funcional e promoção, na
do Ministério da Educação e do Ministério da forma disposta nesta Lei.
Defesa, conforme a subordinação ou vincula- § 1o  Para os fins do disposto no caput, pro-
ção das respectivas IFE e deverão contemplar gressão é a passagem do servidor para o nível de
as atividades de ensino, pesquisa, extensão e vencimento imediatamente superior dentro de
gestão, cabendo aos conselhos competentes no uma mesma classe, e promoção, a passagem do
âmbito de cada Instituição Federal de Ensino servidor de uma classe para outra subsequente,
regulamentar os procedimentos do referido na forma desta Lei.
processo. § 2o  A progressão na Carreira de Magistério
§ 5o  O processo de avaliação para acesso do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico ocor-
à Classe de Professor Titular será realizado rerá com base nos critérios gerais estabelecidos
por comissão especial composta por, no nesta Lei e observará, cumulativamente:
mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) de I – o cumprimento do interstício de 24
profissionais externos à IFE e será objeto de (vinte e quatro) meses de efetivo exercício em
regulamentação em ato do Ministro de Estado cada nível; e
da Educação. II – aprovação em avaliação de desempenho
§ 6o  Os cursos de mestrado e doutorado, individual.
para os fins previstos neste artigo, serão consi- § 3o  A promoção ocorrerá observados o
derados somente se credenciados pelo Conse- interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) me-
lho Nacional de Educação e, quando realizados ses no último nível de cada Classe antecedente
no exterior, revalidados por instituição nacional àquela para a qual se dará a promoção e, ainda,
competente. as seguintes condições:
I – para a Classe D II: ser aprovado em pro-
Art. 13.  Os docentes aprovados no estágio cesso de avaliação de desempenho;
probatório do respectivo cargo que atenderem II – para a Classe D III: ser aprovado em
os seguintes requisitos de titulação concorrerão processo de avaliação de desempenho;
a processo de aceleração da promoção: III – para a Classe D IV: ser aprovado em
I – de qualquer nível da Classe de Professor processo de avaliação de desempenho;
Auxiliar para o nível 1 da Classe de Professor IV – para a Classe Titular:
Assistente, pela apresentação de titulação de a) possuir o título de doutor;
Mestre; e b) ser aprovado em processo de avaliação de
II – de qualquer nível das Classes de Pro- desempenho; e
fessor Auxiliar e de Professor Assistente para c) lograr aprovação de memorial que deverá
o nível 1 da Classe de Professor Adjunto, pela considerar as atividades de ensino, pesquisa,
apresentação de titulação de doutor. extensão, gestão acadêmica e produção profis-
Parágrafo único.  Aos servidores ocupantes sional relevante, ou de defesa de tese acadêmica
de cargos da Carreira de Magistério Superior inédita.
em 1o de março de 2013 ou na data de publi- § 4o  As diretrizes gerais para o processo de
Os Professores

cação desta Lei, se posterior, é permitida a avaliação de desempenho para fins de progres-
aceleração da promoção de que trata este artigo são e de promoção serão estabelecidas em ato
ainda que se encontrem em estágio probatório do Ministério da Educação e do Ministério da
no cargo. Defesa, conforme a subordinação ou vincula-
119
ção das respectivas IFE e deverão contemplar Art. 17.  Fica instituída a RT, devida ao docente
as atividades de ensino, pesquisa, extensão e integrante do Plano de Carreiras e Cargos de
gestão, cabendo aos conselhos competentes  no Magistério Federal em conformidade com a
âmbito de cada Instituição Federal de Ensino Carreira, cargo, classe, nível e titulação com-
regulamentar os procedimentos do referido provada, nos valores e vigência estabelecidos
processo. no Anexo IV.
§ 5o  O processo de avaliação para acesso à § 1o  A RT será considerada no cálculo dos
Classe Titular será realizado por comissão es- proventos e das pensões, na forma dos regra-
pecial composta, no mínimo, por 75% (setenta mentos de regime previdenciário aplicável a cada
e cinco por cento) de profissionais externos à caso, desde que o certificado ou o título tenham
IFE, e será objeto de regulamentação por ato sido obtidos anteriormente à data da inativação.
do Ministro de Estado da Educação. § 2o Os valores referentes à RT não serão
§ 6o Os cursos de mestrado e doutorado, para percebidos cumulativamente para diferentes
os fins previstos neste artigo, serão considera- titulações ou com quaisquer outras Retribui-
dos somente se credenciados pelo Conselho ções por Titulação, adicionais ou gratificações
Federal de Educação e, quando realizados no de mesma natureza.
exterior, revalidados por instituição nacional
competente. Art. 18.  No caso dos ocupantes de cargos da
Carreira de Magistério do Ensino Básico, Téc-
Art. 15.  Os docentes aprovados no estágio nico e Tecnológico, para fins de percepção da
probatório do respectivo cargo que atenderem RT, será considerada a equivalência da titulação
os seguintes requisitos de titulação concorrerão exigida com o Reconhecimento de Saberes e
a processo de aceleração da promoção: Competências – RSC.
I – de qualquer nível da Classe D I para o § 1o  O RSC de que trata o caput poderá ser
nível 1 da classe D II, pela apresentação de título concedido pela respectiva IFE de lotação do
de especialista; e servidor em 3 (três) níveis:
II – de qualquer nível das Classes D I e D II I – RSC-I;
para o nível 1 da classe D III, pela apresentação II – RSC-II; e
de título de mestre ou doutor. III – RSC-III.
Parágrafo único.  Aos servidores ocupantes § 2o  A equivalência do RSC com a titulação
de cargos da Carreira de Magistério do Ensino acadêmica, exclusivamente para fins de percep-
Básico, Técnico e Tecnológico em 1o de março ção da RT, ocorrerá da seguinte forma:
de 2013 ou na data de publicação desta Lei, se I – diploma de graduação somado ao RSC-I
posterior, é permitida a aceleração da promoção equivalerá à titulação de especialização;
de que trata este artigo ainda que se encontrem II – certificado de pós-graduação lato sensu
em estágio probatório no cargo. somado ao RSC-II equivalerá a mestrado; e
III – titulação de mestre somada ao RSC-III
equivalerá a doutorado.
CAPÍTULO IV – Da Remuneração do Plano § 3o  Será criado o Conselho Permanente
de Carreiras e Cargos de Magistério Federal para Reconhecimento de Saberes e Competên-
A Educação e a Sociedade Civil

cias no âmbito do Ministério da Educação, com


Art. 16.  A estrutura remuneratória do Plano a finalidade de estabelecer os procedimentos
de Carreiras e Cargos de Magistério Federal para a concessão do RSC.
possui a seguinte composição: § 4o  A composição do Conselho e suas
I – Vencimento Básico, conforme valores e competências serão estabelecidas em ato do
vigências estabelecidos no Anexo III, para cada Ministro da Educação.
Carreira, cargo, classe e nível; e § 5o  O Ministério da Defesa possuirá repre-
II – Retribuição por Titulação – RT, confor- sentação no Conselho de que trata o § 3o, na
me disposto no art. 17. forma do ato previsto no § 4o.
120
Art. 19.  Em nenhuma hipótese, o RSC poderá Art. 21.  No regime de dedicação exclusiva,
ser utilizado para fins de equiparação de titu- será admitida, observadas as condições da
lação para cumprimento de requisitos para a regulamentação própria de cada IFE, a per-
promoção na Carreira. cepção de:

I – remuneração de cargos de direção ou


CAPÍTULO V – Do Regime de Trabalho do funções de confiança;
Plano de Carreiras e Cargos de Magistério II – retribuição por participação em comis-
Federal sões julgadoras ou verificadoras relacionadas
ao ensino, pesquisa ou extensão, quando for
Art. 20.  O Professor das IFE, ocupante de o caso;
cargo efetivo do Plano de Carreiras e Cargos III – bolsas de ensino, pesquisa ou extensão
de Magistério Federal, será submetido a um pagas por agências oficiais de fomento;
dos seguintes regimes de trabalho: IV – bolsa pelo desempenho de atividades
I – 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, de formação de professores da educação básica,
em tempo integral, com dedicação exclusiva no âmbito da Universidade Aberta do Brasil
às atividades de ensino, pesquisa, extensão e ou de outros programas oficiais de formação
gestão institucional; ou de professores;
II – tempo parcial de 20 (vinte) horas sema- V – bolsa para qualificação docente, paga
nais de trabalho. por agências oficiais de fomento ou organismos
§ 1o  Excepcionalmente, a IFE poderá, me- nacionais e internacionais congêneres;
diante aprovação de órgão colegiado superior VI – direitos autorais ou direitos de pro-
competente, admitir a adoção do regime de 40 priedade intelectual, nos termos da legislação
(quarenta) horas semanais de trabalho, em tem- própria, e ganhos econômicos resultantes de
po integral, observando 2 (dois) turnos diários projetos de inovação tecnológica, nos termos
completos, sem dedicação exclusiva, para áreas do art. 13 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro
com características específicas. de 2004;
§ 2o  O regime de 40 (quarenta) horas com VII – outras hipóteses de bolsas de ensino,
dedicação exclusiva implica o impedimento pesquisa e extensão, pagas pelas IFE, nos ter-
do exercício de outra atividade remunerada, mos de regulamentação de seus órgãos cole-
pública ou privada, com as exceções previstas giados superiores;
nesta Lei. VIII – retribuição pecuniária, na forma
§ 3o  Os docentes em regime de 20 (vinte) de pro labore ou cachê pago diretamente ao
horas poderão ser temporariamente vinculados docente por ente distinto da IFE, pela partici-
ao regime de 40 (quarenta) horas sem dedicação pação esporádica em palestras, conferências,
exclusiva após a verificação de inexistência de atividades artísticas e culturais relacionadas à
acúmulo de cargos e da existência de recursos área de atuação do docente;
orçamentários e financeiros para as despesas IX – Gratificação por Encargo de Curso ou
decorrentes da alteração do regime, conside- Concurso, de que trata o art. 76-A da Lei no
rando-se o caráter especial da atribuição do 8.112, de 1990;
regime de 40 (quarenta) horas sem dedicação X – Função Comissionada de Coordenação
exclusiva, conforme disposto no § 1o, nas se- de Curso – FCC, de que trata o art. 7o da Lei no
guintes hipóteses: 12.677, de 25 de junho de 2012; e
I – ocupação de cargo de direção, função gra- XI – retribuição pecuniária, em caráter
tificada ou função de coordenação de cursos; ou eventual, por trabalho prestado no âmbito de
Os Professores

II – participação em outras ações de interesse projetos institucionais de pesquisa e extensão,


institucional definidas pelo conselho superior na forma da Lei no 8.958, de 20 de dezembro
da IFE. de 1994.

121
§ 1o  Considera-se esporádica a participação centes estáveis, com representações da unidade
remunerada nas atividades descritas no inciso acadêmica de exercício do docente avaliado
VIII do caput, autorizada pela IFE, que, no e do Colegiado do Curso no qual o docente
total,  não exceda  30 (trinta) horas anuais. ministra o maior número de aulas.
§ 2o  Os limites de valor e condições de pa-
gamento das bolsas e remunerações referidas Art. 24.  Além dos fatores previstos no art. 20
neste artigo, na ausência de disposição espe- da Lei no 8.112, de 1990, a avaliação especial de
cífica na legislação própria, serão fixados em desempenho do docente em estágio probatório
normas da IFE. deverá considerar:
§ 3o  O pagamento da retribuição pecuniária I – adaptação do professor ao trabalho, ve-
de que trata o inciso XI do caput será divulgado rificada por meio de avaliação da capacidade
na forma do art. 4o-A da Lei no 8.958, de 20 de e qualidade no desempenho das atribuições
dezembro de 1994. do cargo;
II – cumprimento dos deveres e obrigações
Art. 22.  O Professor poderá solicitar a alte- do servidor público, com estrita observância
ração de seu regime de trabalho, mediante da ética profissional;
proposta que será submetida a sua unidade III – análise dos relatórios que documentam
de lotação. as atividades científico-acadêmicas e admi-
§ 1o  A solicitação de mudança de regime de nistrativas programadas no plano de trabalho
trabalho, aprovada na unidade referida no caput, da unidade de exercício e apresentadas pelo
será encaminhada ao dirigente máximo, no caso docente, em cada etapa de avaliação;
das IFE vinculadas ao Ministério da Defesa, ou IV – a assiduidade, a disciplina, o desem-
à Comissão Permanente de Pessoal Docente – penho didático-pedagógico, a capacidade de
CPPD de que trata o art. 26, no caso das IFE iniciativa, produtividade e responsabilidade;
vinculadas ao Ministério da Educação, para V – participação no Programa de Recepção
análise e parecer, e posteriormente à decisão final de Docentes instituído pela IFE; e
da autoridade ou Conselho Superior competente. VI – avaliação pelos discentes, conforme
§ 2o  É vedada a mudança de regime de normatização própria da IFE.
trabalho aos docentes em estágio probatório.
§ 3o  Na hipótese de concessão de afastamen- Art. 25.  A avaliação de desempenho do servi-
to sem prejuízo de vencimentos, as solicitações dor ocupante de cargo do Plano de Carreiras
de alteração de regime só serão autorizadas e Cargos de Magistério Federal em estágio
após o decurso de prazo igual ao do afasta- probatório será realizada obedecendo:
mento concedido. I – o conhecimento, por parte do avaliado,
do instrumento de avaliação e dos resultados
de todos os relatórios emitidos pela Comissão
CAPÍTULO VI – Do Estágio Probatório dos de Avaliação de Desempenho, resguardando-se
Servidores do Plano de Carreiras e Cargos de o direito ao contraditório; e
Magistério Federal II – a realização de reuniões de avaliação com
a presença de maioria simples dos membros da
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 23.  A avaliação especial de desempenho Comissão de Avaliação de Desempenho.


do servidor em estágio probatório, ocupante
de cargo pertencente ao Plano de Carreiras e
Cargos de Magistério Federal, será realizada CAPÍTULO VII – Da Comissão Permanente
por Comissão de Avaliação de Desempenho de Pessoal Docente
designada no âmbito de cada IFE.
Parágrafo único.  A Comissão de Avaliação Art. 26.  Será instituída uma Comissão Per-
de Desempenho deverá ser composta de do- manente de Pessoal Docente – CPPD, em cada

122
IFE vinculada ao Ministério da Educação que Art. 29.  O art. 2o da Lei no 8.745, de 1993, passa
possua em seus quadros pessoal integrante a vigorar com a seguinte redação:
do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério “Art. 2o .............................................................
Federal. ...........................................................................
§ 5o A contratação de professor visitante e de
§ 1o  À CPPD caberá prestar assessoramento professor visitante estrangeiro, de que tratam
ao colegiado competente ou dirigente máximo os incisos IV e V do caput, tem por objetivo:
na instituição de ensino, para formulação e I – apoiar a execução dos programas de pós-
acompanhamento da execução da política de -graduação stricto sensu;
pessoal docente, no que diz respeito a: II – contribuir para o aprimoramento de
I – dimensionamento da alocação de vagas programas de ensino, pesquisa e extensão;
docentes nas unidades acadêmicas; III – contribuir para a execução de progra-
II – contratação e admissão de professores mas de capacitação docente; ou
efetivos e substitutos; IV – viabilizar o intercâmbio científico e
III – alteração do regime de trabalho do- tecnológico.
cente; § 6o A contratação de professor visitante e o
IV – avaliação do desempenho para fins de professor visitante estrangeiro, de que tratam
progressão e promoção funcional; os incisos IV e V do caput, deverão:
V – solicitação de afastamento de docentes I – atender a requisitos de titulação e com-
para aperfeiçoamento, especialização, mestra- petência profissional; ou
do, doutorado ou pós-doutorado; e II – ter reconhecido renome em sua área
VI – liberação de professores para progra- profissional, atestado por deliberação
mas de cooperação com outras instituições, do Conselho Superior da instituição
universitárias ou não. contratante.
§ 2o  Demais atribuições e forma de fun- § 7o São requisitos mínimos de titulação e
cionamento da CPPD serão objeto de regula- competência profissional para a contratação
mentação pelo colegiado superior ou dirigente de professor visitante ou de professor visi-
máximo das instituições de ensino, conforme tante estrangeiro, de que tratam os incisos
o caso. IV e V do caput:
§ 3 o  No caso das IFE subordinadas ao I – ser portador do título de doutor, no mí-
Ministério da Defesa, a instituição da CPPD é nimo, há 2 (dois) anos;
opcional e ficará a critério do dirigente máximo II – ser docente ou pesquisador de reconhe-
de cada IFE. cida competência em sua área; e
III – ter produção científica relevante, pre-
ferencialmente nos últimos 5 (cinco) anos.
CAPÍTULO VIII – Do Corpo Docente § 8 o Excepcionalmente, no âmbito das
Instituições da Rede Federal de Educação
Art. 27.  O corpo docente das IFE será consti- Profissional, Científica e Tecnológica, po-
tuído pelos cargos efetivos integrantes do Plano derão ser contratados professor visitante ou
de Carreiras e Cargos de que trata esta Lei e professor visitante estrangeiro, sem o título
pelos Professores Visitantes, Professores Visi- de doutor, desde que possuam comprovada
tantes Estrangeiros e Professores Substitutos. competência em ensino, pesquisa e extensão
tecnológicos ou reconhecimento da qualifi-
Art. 28.  A contratação temporária de Profes- cação profissional pelo mercado de trabalho,
sores Substitutos, de Professores Visitantes e de na forma prevista pelo Conselho Superior da
Os Professores

Professores Visitantes Estrangeiros será feita instituição contratante.


de acordo com o que dispõe a Lei no 8.745, § 9o A contratação de professores substi-
de 1993. tutos, professores visitantes e professores

123
visitantes estrangeiros poderá ser autorizada CAPÍTULO X – Do Enquadramento dos
pelo dirigente da instituição, condicionada à Servidores da Carreira de Magistério do
existência de recursos orçamentários e finan- Ensino Básico Federal
ceiros para fazer frente às despesas decorren-
tes da contratação e ao quantitativo máximo Art. 31.  A partir de 1o de março de 2013 ou,
de contratos estabelecido para a IFE. se posterior, a partir da data de publicação
§ 10. A contratação dos professores substitu- desta Lei, os servidores ocupantes dos cargos
tos fica limitada ao regime de trabalho de 20 da Carreira de Magistério do Ensino Básico
(vinte) horas ou 40 (quarenta) horas.” (NR) Federal, de que trata o inciso I do art. 122 da Lei
no 11.784, de 2008, poderão ser enquadrados
na Carreira de Magistério do Ensino Básico,
CAPÍTULO IX – Dos Afastamentos Técnico e Tecnológico, de que trata esta Lei, de
acordo com as respectivas atribuições, requisi-
Art. 30.  O ocupante de cargos do Plano de tos de formação profissional e posição relativa
Carreiras e Cargos do Magistério Federal, sem na Tabela de Correlação constante do Anexo V.
prejuízo dos afastamentos previstos na Lei no § 1o  Para fins do disposto no caput, os ser-
8.112, de 1990, poderá afastar-se de suas fun- vidores ocupantes dos cargos da Carreira de
ções, assegurados todos os direitos e vantagens Magistério do Ensino Básico Federal, de que
a que fizer jus, para: trata a Lei no 11.784, de 2008, deverão solicitar
I – participar de programa de pós-graduação o enquadramento à respectiva IFE de lotação
stricto sensu, independentemente do tempo até 31 de julho de 2013 ou em até 90 (noventa)
ocupado no cargo ou na instituição; dias da publicação desta Lei, se esta ocorrer
II – prestar colaboração a outra instituição posteriormente àquela data, na forma do Termo
federal de ensino ou de pesquisa, por período de Solicitação de Enquadramento constante do
de até 4 (quatro) anos, com ônus para a insti- Anexo VI.
tuição de origem; e § 2o  Os servidores de que trata o caput so-
III – prestar colaboração técnica ao Minis- mente poderão formalizar a solicitação referida
tério da Educação, por período não superior no § 1o se atendiam, no momento do ingresso
a 1 (um) ano e com ônus para a instituição de na Carreira de Magistério do Ensino Básico Fe-
origem, visando ao apoio ao desenvolvimento deral, aos requisitos de titulação estabelecidos
de programas e projetos de relevância. para ingresso na Carreira de Magistério do En-
§ 1o  Os afastamentos de que tratam os inci- sino Básico, Técnico e Tecnológico, conforme
sos II e III do caput somente serão concedidos a disposto no § 1o do art. 10.
servidores aprovados no estágio probatório do § 3o  O enquadramento de que trata o caput
respectivo cargo e se autorizado pelo dirigente dependerá de aprovação do Ministério da
máximo da IFE, devendo estar vinculados a Defesa, que será responsável pela avaliação
projeto ou convênio com prazos e finalidades das solicitações formalizadas, observando o
objetivamente definidos. disposto nos §§ 1o e 2o.
§ 2o  Aos servidores de que trata o caput po- § 4o  O Ministério da Defesa deliberará sobre
derá ser concedido o afastamento para realização o deferimento ou indeferimento da solicitação
A Educação e a Sociedade Civil

de programas de mestrado ou doutorado inde- de enquadramento de que trata o § 1o em até


pendentemente do tempo de ocupação do cargo. 120 (cento e vinte) dias.
§ 3o  Ato do dirigente máximo ou Conselho § 5o  No caso de deferimento, ao servidor
Superior da IFE definirá, observada a legisla- enquadrado serão aplicadas as regras da Car-
ção vigente, os programas de capacitação e os reira de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
critérios para participação em programas de Tecnológico do Plano de Carreiras e Cargos de
pós-graduação, com ou sem afastamento do Magistério Federal, de que trata esta Lei, com
servidor de suas funções. efeitos financeiros, se houver, a partir da data de

124
publicação do deferimento, vedados, em qual- descontinuidade em relação à Carreira, ao
quer hipótese, efeitos financeiros retroativos.  cargo e às atribuições atuais desenvolvidas pelos
§ 6o  O servidor que não obtiver o defe- seus titulares.
rimento para o enquadramento na Carreira
de Magistério do Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico permanecerá na situação em que CAPÍTULO XI – Da Estrutura
se encontrava antes da publicação desta Lei. Remuneratória do Plano de Carreiras
§ 7o  Os cargos a que se refere o caput, en- de Magistério do Ensino Básico Federal
quadrados na Carreira de Magistério do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico do Plano de Car- Art. 32.  O art. 137 da Lei no 11.784, de 2008,
reiras e Cargos de Magistério Federal, passam passa a vigorar com a seguinte redação:
a denominar-se Professor do Magistério do “Art. 137. O posicionamento dos aposen-
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. tados e dos pensionistas nas tabelas remu-
§ 8o  O prazo para exercer a solicitação refe- neratórias constantes dos Anexos LXXVII,
rida no § 1o, no caso de servidores em gozo de LXXVIII, LXXIX, LXXXIII, LXXXIV,
licença ou afastamento previstos nos arts. 81 e LXXXV, LXXVII-A, LXXXIII-A, LXXIX-A
102 da Lei no 8.112, de 1990, será estendido em e LXXXV-A desta Lei, respectivamente, será
30 (trinta) dias contados a partir do término referenciado à situação em que o servidor
do afastamento. se encontrava na data da aposentadoria ou
§ 9o  Ao servidor titular de cargo efetivo do em que se originou a pensão, respeitadas
Plano de Carreiras de Magistério do Ensino Bá- as alterações relativas a posicionamentos
sico Federal cedido para órgão ou entidade no decorrentes de legislação específica.” (NR)
âmbito do Poder Executivo Federal aplica-se,
quanto ao prazo de solicitação de enquadra- Art. 33.  A Lei no 11.784, de 2008, passa a
mento, o disposto no § 1o, podendo o servidor vigorar acrescida dos seguintes dispositivos:
permanecer na condição de cedido. “Art. 124-A. A partir de 1o de março de
§ 10.  Os cargos de provimento efetivo da 2013, os cargos do Plano de Carreiras de
Carreira de Magistério do Ensino Básico Fe- Magistério do Ensino Básico Federal ficam
deral cujos ocupantes forem enquadrados na estruturados na forma dos Anexos LXXIV-A
Carreira de Magistério do Ensino Básico, Téc- e LXXX-A, conforme correlação estabeleci-
nico e Tecnológico permanecerão integrando da nos Anexos LXXV-A e LXXXI-A desta
o Quadro de Pessoal das Instituições Federais Lei.”
de Ensino subordinadas ou vinculadas ao Mi- “Art. 132-A. A partir de 1o de março de 2013,
nistério da Defesa. a estrutura remuneratória dos titulares de
§ 11.  Os cargos vagos e os que vierem a cargos integrantes do Plano de Carreiras de
vagar da Carreira de Magistério do Ensino Magistério do Ensino Básico Federal será
Básico Federal de que trata a Lei no 11.784, de composta de:
2008, pertencentes aos Quadros de Pessoal das I – Vencimento Básico, conforme valores e
Instituições Federais de Ensino, subordinadas vigências constantes dos Anexos LXXVII-A
ou vinculadas ao Ministério da Defesa, passam e LXXXIII-A; e
a integrar a Carreira do Magistério do Ensino II – Retribuição por Titulação, conforme
Básico, Técnico e Tecnológico e a denominar-se valores e vigência constantes dos Anexos
Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecno- LXXIX-A e LXXXV-A.
lógico, nos respectivos Quadros de Pessoal a Parágrafo único.  A partir da data de 1o de
que pertencem. março de 2013, ficam extintas a Gratificação
Os Professores

§ 12.  O enquadramento e a mudança de Específica de Atividade Docente do Ensino


denominação dos cargos a que se refere este Básico Federal – GEDBF e a Gratificação
artigo não representam, para qualquer efeito Específica de Atividade Docente dos Ex-
legal, inclusive para efeito de aposentadoria, Territórios – GEBEXT.”
125
“Art. 133-A. A partir de 1o de março de sociado daquela Carreira, será reposicionado,
2013, os níveis de Vencimento Básico dos satisfeitos os requisitos, da seguinte forma:
cargos integrantes das Carreiras do Plano I – ao Professor de que trata o caput que
de Carreiras do Magistério do Ensino contar com no mínimo 17 (dezessete) anos de
Básico Federal são os constantes dos Anexos obtenção do título de doutor será concedido
LXXVII-A e LXXXIII-A desta Lei.” reposicionamento para a Classe Associado,
“Art. 135-A. A partir de 1o de março de nível 2;
2013, os valores referentes à RT são aqueles II – ao Professor de que trata o caput que
fixados nos Anexos LXXIX-A e LXXXV-A contar com no mínimo 19 (dezenove) anos de
desta Lei, observada a nova estrutura obtenção do título de doutor será concedido
das Carreiras do Plano de Carreiras do reposicionamento para a Classe Associado,
Magistério do Ensino Básico Federal de que nível 3; e
trata o art. 124-A.” III – ao Professor de que trata o caput que
“Art. 136-A. A partir de 1o de março de contar com no mínimo 21 (vinte e um) anos
2013, os integrantes do Plano de Carreiras de obtenção do título de doutor será concedido
do Magistério do Ensino Básico Federal dei- reposicionamento para a Classe Associado,
xam de fazer jus à percepção das seguintes nível 4.
gratificações e vantagens: § 1o O reposicionamento de que trata este
I – Gratificação Específica de Atividade artigo será efetuado mediante requerimento
Docente do Ensino Básico Federal – GEDBF; do servidor à respectiva IFE, no prazo de até 90
e (noventa) dias a partir da publicação desta Lei,
II – Gratificação Específica de Atividade com a apresentação da devida comprovação do
Docente dos Ex-Territórios – GEBEXT, de tempo de obtenção do título de doutor.
que trata esta Lei.” § 2o O reposicionamento de que trata o caput
será supervisionado pelo Ministério da Edu-
cação e pelo Ministério da Defesa, conforme a
CAPÍTULO XII – Disposições Finais e vinculação ou subordinação da IFE.
Transitórias § 3o Os efeitos do reposicionamento de
que trata este artigo serão considerados por
Art. 34.  Aos servidores ocupantes de cargos ocasião da aplicação da Tabela de Correlação
da Carreira de Magistério do Ensino Básico, do Anexo II.
Técnico e Tecnológico do Plano de Carreiras § 4o O reposicionamento de que trata este
e Cargos de Magistério Federal, na data de 1o artigo não gera efeitos financeiros retroativos
de março de 2013, será aplicado, para a pri- anteriores a 1o de março de 2013.
meira progressão a ser realizada, observando § 5o O reposicionamento de que trata este
os critérios de desenvolvimento na Carreira artigo não se aplica aos servidores que já se en-
estabelecidos nesta Lei, o interstício de 18 contrem no respectivo nível ou em nível supe-
(dezoito) meses. rior ao qual fariam jus a serem reposicionados.
Parágrafo único.  O interstício de que trata o
caput não será, em nenhuma hipótese, utilizado Art. 36.  Aos servidores ocupantes de cargos
A Educação e a Sociedade Civil

para outras progressões ou para servidores in- efetivos pertencentes ao Plano de Carreiras e
gressos na Carreira após a data de 1o de março Cargos de Magistério Federal serão concedidos
de 2013. 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais que
poderão ser gozadas parceladamente.
Art. 35.  Anteriormente à aplicação da Tabela
de Correlação do Anexo II, o titular de cargo de Art. 37.  Aos servidores de que trata esta Lei,
provimento efetivo da Carreira do Magistério pertencentes ao Plano de Carreiras e Cargos de
Superior do PUCRCE, em 31 de dezembro de Magistério Federal, não se aplicam as disposições
2012, posicionado na Classe de Professor As- do Decreto no 94.664, de 23 de julho de 1987.
126
Art. 38.  O quantitativo de cargos de que trata o “Art. 11. ...........................................................
art. 110 da Lei no 11.784, de 2008, vagos na data § 1o Poderão ser nomeados Pró-Reitores
de publicação desta Lei ficam transformados os servidores ocupantes de cargo efetivo da
em cargos de Professor Titular-Livre do Ensino Carreira docente ou de cargo efetivo com
Básico, Técnico e Tecnológico. nível superior da Carreira dos técnico-admi-
nistrativos do Plano de Carreira dos Cargos
Art. 39.  Ficam criados 1.200 (mil e duzentos) Técnico-Administrativos em Educação, des-
cargos de Professor Titular-Livre do Magistério de que possuam o mínimo de 5 (cinco) anos
Superior, para provimento gradual condi- de efetivo exercício em instituição federal de
cionado à comprovação da disponibilidade educação profissional e tecnológica.
orçamentária e autorização pelo Ministério do ............................................................... ” (NR)
Planejamento, Orçamento e Gestão.
Art. 43.  A parcela complementar de que tra-
Art. 40.  Ficam criados 526 (quinhentos e vinte tam os §§ 2o e 3o do art. 15 da Lei no 11.091, de
e seis) cargos de Professor Titular-Livre do 2005, não será absorvida por força dos aumen-
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, para pro- tos remuneratórios com efeitos financeiros no
vimento gradual condicionado à comprovação período de 2013 a 2015.
da disponibilidade orçamentária e autorização
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Art. 44.  Os Anexos I-C, III e IV da Lei no
Gestão. 11.091, de 2005, passam a vigorar na forma dos
Anexos XV, XVI e XVII desta Lei.
Art. 41.  A Lei no 11.091, de 12 de janeiro de
2005, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 45.  O Anexo XLVII da Lei no 12.702, de
“Art. 10. ........................................................... 7 de agosto de 2012, passa a vigorar na forma
........................................................................... do Anexo XVIII desta Lei.
§ 4o No cumprimento dos critérios estabele-
cidos no Anexo III, é permitido o somatório Art. 46.  Os Anexos XX-A, XX-B, XXV-B e
de cargas horárias de cursos realizados pelo XXV-C da Lei no 11.357, de 19 de outubro de
servidor durante a permanência no nível de 2006, passam a vigorar na forma dos Anexos
capacitação em que se encontra e da carga XIX, XX, XXI e XXII desta Lei.
horária que excedeu à exigência para pro-
gressão no interstício do nível anterior, ve- Art. 47.  A Lei no 11.784, de 22 de setembro
dado o aproveitamento de cursos com carga de 2008, passa a vigorar acrescida dos Anexos
horária inferior a 20 (vinte) horas-aula. (NR) LXXIV-A, LXXX-A, LXXV-A, LXXXI-A,
......................................................................... ” LXXVII-A, LXXXIII-A, LXXIX-A e LXXXV-
“Art. 12. ........................................................... -A, respectivamente na forma dos Anexos VII,
........................................................................... VIII, IX, X, XI, XII, XIII e XIV desta Lei.
§ 4o A partir de 1o de janeiro de 2013, o
Incentivo à Qualificação de que trata o caput Art. 48.  O § 3o do art. 1o da Lei no 8.168, de
será concedido aos servidores que possuírem 16 de janeiro de 1991, passa a vigorar com a
certificado, diploma ou titulação que exceda seguinte redação:
a exigência de escolaridade mínima para in- “Art. 1o ............................................................
gresso no cargo do qual é titular, independen- ...........................................................................
temente do nível de classificação em que esteja § 3o Poderão ser nomeados para cargo de
posicionado, na forma do Anexo IV.” (NR) direção ou designados para função gratifi-
Os Professores

cada servidores públicos federais da admi-


Art. 42.  A Lei no 11.892, de 29 de dezembro nistração direta, autárquica ou fundacional
de 2008, passa a vigorar com as seguintes não pertencentes ao quadro permanente da
alterações: instituição de ensino, respeitado o limite de
127
10% (dez por cento) do total dos cargos e LXXVIII, LXXIX, LXXX, LXXXIII, LXXXIV
funções da instituição, admitindo-se, quanto e LXXXV da Lei no 11.784, de 22 de setembro
aos cargos de direção, a nomeação de servi- de 2008;
dores já aposentados. (NR) II – os arts. 4o, 5o, 6o-A, 7o-A, 10 e os Anexos
......................................................................... ” III, IV, IV-A, V.-A e V-B da Lei no 11.344, de 8
de setembro de 2006; e
Art. 49.  Esta Lei entra em vigor na data de III – o art. 4o da Lei no 12.677, de 25 de junho
sua publicação. de 2012.

Art. 50.  Ficam revogados, a partir de 1o de Brasília, 28 de dezembro de 2012; 191o da In-
março de 2013, ou a partir da publicação desta dependência e 124o da República.
Lei, se posterior àquela data: 
I – os arts. 106, 107, 111, 112, 113, 114, DILMA ROUSSEFF – Miriam Belchior
114-A, 115, 116, 117, 120 e os Anexos LXVIII,
LXXI, LXXII, LXXIII, LXXIV, LXXVII, Publicada no DOU de 31/12/2012.
A Educação e a Sociedade Civil

128
Decreto n. 3.276/1999
de 6 de dezembro de 1999

Dispõe sobre a formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 2o A formação em nível superior de profes-


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, da sores para a atuação multidisciplinar, destinada
Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. ao magistério na educação infantil e nos anos
61 a 63 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, iniciais do ensino fundamental, far-se-á, pre-
ferencialmente, em cursos normais superiores.
DECRETA: § 3o Os cursos normais superiores deverão
necessariamente contemplar áreas de conteúdo
Art. 1 o  A formação em nível superior de metodológico, adequado à faixa etária dos alu-
professores para atuar na educação básica, nos da educação infantil e dos anos iniciais do
observado o disposto nos arts. 61 a 63 da Lei ensino fundamental, incluindo metodologias
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, far-se-á de alfabetização e áreas de conteúdo disciplinar,
conforme o disposto neste Decreto. qualquer que tenha sido a formação prévia do
aluno no ensino médio.
Art. 2o  Os cursos de formação de professores § 4o  A formação de professores para a atu-
para a educação básica serão organizados de ação em campos específicos do conhecimento
modo a atender aos seguintes requisitos: far-se-á em cursos de licenciatura, podendo
I – compatibilidade com a etapa da educação os habilitados atuar, no ensino da sua especia-
básica em que atuarão os graduados; lidade, em qualquer etapa da educação básica.
II – possibilidade de complementação de
estudos, de modo a permitir aos graduados Art. 4o Os cursos referidos no artigo anterior
a atuação em outra etapa da educação básica; poderão ser ministrados:
III – formação básica comum, com concep- I – por institutos superiores de educação, que
ção curricular integrada, de modo a assegurar deverão constituir-se em unidades acadêmicas
as especificidades do trabalho do professor na específicas;
formação para atuação multidisciplinar e em II – por universidades, centros universitários
campos específicos do conhecimento; e outras instituições de ensino superior para
IV – articulação entre os cursos de formação tanto legalmente credenciadas.
inicial e os diferentes programas e processos de § 1o  Os institutos superiores de educação
formação continuada. poderão ser organizados diretamente ou por
transformação de outras instituições de ensino
Art. 3o  A organização curricular dos cursos superior ou de unidades das universidades e dos
deverá permitir ao graduando opções que fa- centros universitários.
voreçam a escolha da etapa da educação básica § 2o  Qualquer que seja a vinculação insti-
para a qual se habilitará e a complementação de tucional, os cursos de formação de professores
estudos que viabilize sua habilitação para outra para a educação básica deverão assegurar
etapa da educação básica.106 estreita articulação com os sistemas de ensino,
Os Professores

§ 1o A formação de professores deve incluir essencial para a associação teoria-prática no


as habilitações para a atuação multidisciplinar processo de formação.
e em campos específicos do conhecimento.
Art. 5o  O Conselho Nacional de Educação,
106
Decreto n 3.554/2000.
o
mediante proposta do Ministro de Estado da 129
Educação, definirá as diretrizes curriculares VI – gerenciamento do próprio desenvolvi-
nacionais para a formação de professores da mento profissional.
educação básica. § 2o  As diretrizes curriculares nacionais para
§ 1o  As diretrizes curriculares nacionais formação de professores devem assegurar forma-
observarão, além do disposto nos artigos an- ção básica comum, distribuída ao longo do cur-
teriores, as seguintes competências a serem so, atendidas as diretrizes curriculares nacionais
desenvolvidas pelos professores que atuarão definidas para a educação básica e tendo como
na educação básica: referência os parâmetros curriculares nacionais,
I – comprometimento com os valores estéti- sem prejuízo de adaptações às peculiaridades
cos, políticos e éticos inspiradores da sociedade regionais, estabelecidas pelos sistemas de ensino.
democrática;
II – compreensão do papel social da escola; Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de
III – domínio dos conteúdos a serem so- sua publicação.
cializados, de seus significados em diferentes
contextos e de sua articulação interdisciplinar; Brasília, 6 de dezembro de 1999; 178o da Inde-
IV – domínio do conhecimento pedagógico, pendência e 111o da República.
incluindo as novas linguagens e tecnologias,
considerando os âmbitos do ensino e da gestão, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo
de forma a promover a efetiva aprendizagem Renato Souza
dos alunos;
V – conhecimento de processos de investi- Publicado no DOU de 7/12/1999.107
gação que possibilitem o aperfeiçoamento da
prática pedagógica; 107
Retificado no DOU de 08/12/99.
A Educação e a Sociedade Civil

130
As Instituições de Ensino
Lei n. 9.536/1997
de 11 de dezembro de 1997

Regulamenta o parágrafo único do art. 49 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber Parágrafo único.  A regra do caput não se


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aplica quando o interessado na transferência se
a seguinte Lei: deslocar para assumir cargo efetivo em razão
de concurso público, cargo comissionado ou
Art. 1o  A transferência ex officio a que se refere o função de confiança.
parágrafo único do art. 49 da Lei no 9.394, de 20
de dezembro de 1996, será efetivada, entre insti- Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
tuições vinculadas a qualquer sistema de ensino, publicação.
em qualquer época do ano e independente da
existência de vaga, quando se tratar de servidor Brasília, 11 de dezembro de 1997; 176o da In-
público federal civil ou militar estudante, ou seu dependência e 109o da República.
dependente estudante, se requerida em razão de
comprovada remoção ou transferência de ofício, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Paulo
que acarrete mudança de domicílio para o mu- Renato Souza – Luiz Carlos Bresser Pereira
nicípio onde se situe a instituição recebedora, ou
para localidade mais próxima desta.108 Publicada no DOU de 12/12/1997.
A Educação e a Sociedade Civil

108
ADIn no 3324-7.
132
Lei n. 10.861/2004
de 14 de abril de 2004

Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber III – o respeito à identidade e à diversidade


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono de instituições e de cursos;
a seguinte Lei: IV – a participação do corpo discente, do-
cente e técnico-administrativo das instituições
Art. 1o  Fica instituído o Sistema Nacional de de educação superior, e da sociedade civil, por
Avaliação da Educação Superior – SINAES, meio de suas representações.
com o objetivo de assegurar processo nacional Parágrafo único.  Os resultados da avaliação
de avaliação das instituições de educação supe- referida no caput deste artigo constituirão
rior, dos cursos de graduação e do desempenho referencial básico dos processos de regulação
acadêmico de seus estudantes, nos termos do e supervisão da educação superior, neles com-
art 9o, VI, VIII e IX, da Lei no 9.394, de 20 de preendidos o credenciamento e a renovação de
dezembro de 1996. credenciamento de instituições de educação
§ 1 o  O SINAES tem por finalidades a superior, a autorização, o reconhecimento e
melhoria da qualidade da educação superior, a renovação de reconhecimento de cursos de
a orientação da expansão da sua oferta, o au- graduação.
mento permanente da sua eficácia institucional
e efetividade acadêmica e social e, especial- Art. 3o  A avaliação das instituições de educa-
mente, a promoção do aprofundamento dos ção superior terá por objetivo identificar o seu
compromissos e responsabilidades sociais das perfil e o significado de sua atuação, por meio
instituições de educação superior, por meio da de suas atividades, cursos, programas, projetos
valorização de sua missão pública, da promoção e setores, considerando as diferentes dimensões
dos valores democráticos, do respeito à diferen- institucionais, dentre elas obrigatoriamente as
ça e à diversidade, da afirmação da autonomia seguintes:
e da identidade institucional. I – a missão e o plano de desenvolvimento
§ 2o  O SINAES será desenvolvido em coo- institucional;
peração com os sistemas de ensino dos Estados II – a política para o ensino, a pesquisa,
e do Distrito Federal. a pós-graduação, a extensão e as respectivas
formas de operacionalização, incluídos os
Art. 2o  O SINAES, ao promover a avaliação procedimentos para estímulo à produção aca-
de instituições, de cursos e de desempenho dos dêmica, as bolsas de pesquisa, de monitoria e
estudantes, deverá assegurar: demais modalidades;
I – avaliação institucional, interna e externa, III – a responsabilidade social da instituição,
contemplando a análise global e integrada das considerada especialmente no que se refere à
dimensões, estruturas, relações, compromisso sua contribuição em relação à inclusão social,
As Instituições de Ensino

social, atividades, finalidades e responsabi- ao desenvolvimento econômico e social, à de-


lidades sociais das instituições de educação fesa do meio ambiente, da memória cultural,
superior e de seus cursos; da produção artística e do patrimônio cultural;
II – o caráter público de todos os proce- IV – a comunicação com a sociedade;
dimentos, dados e resultados dos processos V – as políticas de pessoal, as carreiras do
avaliativos; corpo docente e do corpo técnico-administra-

133
tivo, seu aperfeiçoamento, desenvolvimento as visitas por comissões de especialistas das
profissional e suas condições de trabalho; respectivas áreas do conhecimento.
VI – organização e gestão da instituição, § 2o  A avaliação dos cursos de graduação
especialmente o funcionamento e representa- resultará na atribuição de conceitos, ordenados
tividade dos colegiados, sua independência e em uma escala com 5 (cinco) níveis, a cada uma
autonomia na relação com a mantenedora, e das dimensões e ao conjunto das dimensões
a participação dos segmentos da comunidade avaliadas.
universitária nos processos decisórios;
VII – infra-estrutura física, especialmente a Art. 5o  A avaliação do desempenho dos estu-
de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de dantes dos cursos de graduação será realizada
informação e comunicação; mediante aplicação do Exame Nacional de
VIII – planejamento e avaliação, especial- Desempenho dos Estudantes – ENADE.
mente os processos, resultados e eficácia da § 1o  O ENADE aferirá o desempenho dos
auto-avaliação institucional; estudantes em relação aos conteúdos progra-
IX – políticas de atendimento aos estudantes; máticos previstos nas diretrizes curriculares do
X – sustentabilidade financeira, tendo em respectivo curso de graduação, suas habilidades
vista o significado social da continuidade dos para ajustamento às exigências decorrentes da
compromissos na oferta da educação superior. evolução do conhecimento e suas competências
§ 1o  Na avaliação das instituições, as di- para compreender temas exteriores ao âmbito
mensões listadas no caput deste artigo serão específico de sua profissão, ligados à realidade
consideradas de modo a respeitar a diversidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhe-
e as especificidades das diferentes organizações cimento.
acadêmicas, devendo ser contemplada, no caso § 2o  O ENADE será aplicado periodica-
das universidades, de acordo com critérios mente, admitida a utilização de procedimentos
estabelecidos em regulamento, pontuação amostrais, aos alunos de todos os cursos de
específica pela existência de programas de pós- graduação, ao final do primeiro e do último
-graduação e por seu desempenho, conforme a ano de curso.
avaliação mantida pela Fundação Coordenação § 3o  A periodicidade máxima de aplicação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe- do ENADE aos estudantes de cada curso de
rior – CAPES. graduação será trienal.
§ 2o  Para a avaliação das instituições, serão § 4o  A aplicação do ENADE será acompa-
utilizados procedimentos e instrumentos di- nhada de instrumento destinado a levantar o
versificados, dentre os quais a auto-avaliação e perfil dos estudantes, relevante para a compre-
a avaliação externa in loco. ensão de seus resultados.
§ 3o  A avaliação das instituições de educa- § 5o  O ENADE é componente curricular
ção superior resultará na aplicação de conceitos, obrigatório dos cursos de graduação, sendo
ordenados em uma escala com 5 (cinco) níveis, inscrita no histórico escolar do estudante so-
a cada uma das dimensões e ao conjunto das mente a sua situação regular com relação a essa
dimensões avaliadas. obrigação, atestada pela sua efetiva participação
ou, quando for o caso, dispensa oficial pelo
A Educação e a Sociedade Civil

Art. 4o  A avaliação dos cursos de graduação Ministério da Educação, na forma estabelecida
tem por objetivo identificar as condições de em regulamento.
ensino oferecidas aos estudantes, em especial § 6o  Será responsabilidade do dirigente da
as relativas ao perfil do corpo docente, às instituição de educação superior a inscrição jun-
instalações físicas e à organização didático- to ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
-pedagógica. Educacionais Anísio Teixeira  INEP de todos os
§ 1o  A avaliação dos cursos de graduação alunos habilitados à participação no ENADE.
utilizará procedimentos e instrumentos di- § 7o  A não-inscrição de alunos habilitados
versificados, dentre os quais obrigatoriamente para participação no ENADE, nos prazos esti-
134
pulados pelo INEP, sujeitará a instituição à apli- comuns de avaliação e supervisão da educação
cação das sanções previstas no § 2o do art. 10, superior;
sem prejuízo do disposto no art. 12 desta Lei. V – submeter anualmente à aprovação do
§ 8o  A avaliação do desempenho dos alunos Ministro de Estado da Educação a relação dos
de cada curso no ENADE será expressa por cursos a cujos estudantes será aplicado o Exa-
meio de conceitos, ordenados em uma escala me Nacional de Desempenho dos Estudantes
com 5 (cinco) níveis, tomando por base padrões – ENADE;
mínimos estabelecidos por especialistas das VI – elaborar o seu regimento, a ser aprovado
diferentes áreas do conhecimento. em ato do Ministro de Estado da Educação;
§ 9o  Na divulgação dos resultados da ava- VII – realizar reuniões ordinárias mensais e
liação é vedada a identificação nominal do extraordinárias, sempre que convocadas pelo
resultado individual obtido pelo aluno exami- Ministro de Estado da Educação.
nado, que será a ele exclusivamente fornecido
em documento específico, emitido pelo INEP. Art. 7o  A CONAES terá a seguinte composição:
§ 10.  Aos estudantes de melhor desem- I – 1 (um) representante do INEP;
penho no ENADE o Ministério da Educação II – 1 (um) representante da Fundação Co-
concederá estímulo, na forma de bolsa de es- ordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
tudos, ou auxílio específico, ou ainda alguma Nível Superior – CAPES;
outra forma de distinção com objetivo similar, III – 3 (três) representantes do Ministério da
destinado a favorecer a excelência e a conti- Educação, sendo 1 (um) obrigatoriamente do
nuidade dos estudos, em nível de graduação órgão responsável pela regulação e supervisão
ou de pós-graduação, conforme estabelecido da educação superior;
em regulamento. IV – 1 (um) representante do corpo discente
§ 11.  A introdução do ENADE, como um das instituições de educação superior;
dos procedimentos de avaliação do SINAES, V – 1 (um) representante do corpo docente
será efetuada gradativamente, cabendo ao das instituições de educação superior;
Ministro de Estado da Educação determinar VI – 1 (um) representante do corpo técnico-
anualmente os cursos de graduação a cujos -administrativo das instituições de educação
estudantes será aplicado. superior;
VII – 5 (cinco) membros, indicados pelo
Art. 6o  Fica instituída, no âmbito do Minis- Ministro de Estado da Educação, escolhidos
tério da Educação e vinculada ao Gabinete do entre cidadãos com notório saber científico,
Ministro de Estado, a Comissão Nacional de filosófico e artístico, e reconhecida competência
Avaliação da Educação Superior – CONAES, em avaliação ou gestão da educação superior.
órgão colegiado de coordenação e supervisão § 1o  Os membros referidos nos incisos I e
do SINAES, com as atribuições de: II do caput deste artigo serão designados pelos
I – propor e avaliar as dinâmicas, procedi- titulares dos órgãos por eles representados e
mentos e mecanismos da avaliação institucio- aqueles referidos no inciso III do caput deste
nal, de cursos e de desempenho dos estudantes; artigo, pelo Ministro de Estado da Educação.
II – estabelecer diretrizes para organização e § 2o  O membro referido no inciso IV do
designação de comissões de avaliação, analisar caput deste artigo será nomeado pelo Presidente
relatórios, elaborar pareceres e encaminhar da República para mandato de 2 (dois) anos,
As Instituições de Ensino

recomendações às instâncias competentes; vedada a recondução.


III – formular propostas para o desenvolvi- § 3o  Os membros referidos nos incisos V
mento das instituições de educação superior, a VII do caput deste artigo serão nomeados
com base nas análises e recomendações pro- pelo Presidente da República para mandato de
duzidas nos processos de avaliação; 3 (três) anos, admitida 1 (uma) recondução,
IV – articular-se com os sistemas estaduais observado o disposto no parágrafo único do
de ensino, visando a estabelecer ações e critérios art. 13 desta Lei.
135
§ 4o  A CONAES será presidida por 1 (um) I – suspensão temporária da abertura de
dos membros referidos no inciso VII do caput processo seletivo de cursos de graduação;
deste artigo, eleito pelo colegiado, para mandato II – cassação da autorização de funciona-
de 1 (um) ano, permitida 1 (uma) recondução. mento da instituição de educação superior
§ 5o  As instituições de educação superior ou do reconhecimento de cursos por ela ofe-
deverão abonar as faltas do estudante que, em recidos;
decorrência da designação de que trata o inciso III – advertência, suspensão ou perda de
IV do caput deste artigo, tenha participado de mandato do dirigente responsável pela ação
reuniões da CONAES em horário coincidente não executada, no caso de instituições públicas
com as atividades acadêmicas. de ensino superior.
§ 6o  Os membros da CONAES exercem § 3o  As penalidades previstas neste artigo
função não remunerada de interesse público serão aplicadas pelo órgão do Ministério da
relevante, com precedência sobre quaisquer Educação responsável pela regulação e super-
outros cargos públicos de que sejam titulares visão da educação superior, ouvida a Câmara
e, quando convocados, farão jus a transporte de Educação Superior, do Conselho Nacional de
e diárias. Educação, em processo administrativo próprio,
ficando assegurado o direito de ampla defesa e
Art. 8o  A realização da avaliação das institui- do contraditório.
ções, dos cursos e do desempenho dos estudan- § 4o  Da decisão referida no § 2o deste artigo
tes será responsabilidade do INEP. caberá recurso dirigido ao Ministro de Estado
da Educação.
Art. 9o  O Ministério da Educação tornará pú- § 5o  O prazo de suspensão da abertura de
blico e disponível o resultado da avaliação das processo seletivo de cursos será definido em ato
instituições de ensino superior e de seus cursos. próprio do órgão do Ministério da Educação
referido no § 3o deste artigo.
Art. 10.  Os resultados considerados insatisfa-
tórios ensejarão a celebração de protocolo de Art. 11.  Cada instituição de ensino superior,
compromisso, a ser firmado entre a instituição pública ou privada, constituirá Comissão
de educação superior e o Ministério da Educa- Própria de Avaliação – CPA, no prazo de 60
ção, que deverá conter: (sessenta) dias, a contar da publicação desta Lei,
I – o diagnóstico objetivo das condições da com as atribuições de condução dos processos
instituição; de avaliação internos da instituição, de sistemati-
II – os encaminhamentos, processos e ações zação e de prestação das informações solicitadas
a serem adotados pela instituição de educação pelo INEP, obedecidas as seguintes diretrizes:
superior com vistas na superação das dificul- I – constituição por ato do dirigente máximo
dades detectadas; da instituição de ensino superior, ou por previ-
III – a indicação de prazos e metas para o são no seu próprio estatuto ou regimento, asse-
cumprimento de ações, expressamente defini- gurada a participação de todos os segmentos da
das, e a caracterização das respectivas respon- comunidade universitária e da sociedade civil
sabilidades dos dirigentes; organizada, e vedada a composição que privi-
A Educação e a Sociedade Civil

IV – a criação, por parte da instituição de legie a maioria absoluta de um dos segmentos;


educação superior, de comissão de acompanha- II – atuação autônoma em relação a conse-
mento do protocolo de compromisso. lhos e demais órgãos colegiados existentes na
§ 1o  O protocolo a que se refere o caput deste instituição de educação superior.
artigo será público e estará disponível a todos
os interessados. Art. 12.  Os responsáveis pela prestação de
§ 2o  O descumprimento do protocolo de informações falsas ou pelo preenchimento de
compromisso, no todo ou em parte, poderá formulários e relatórios de avaliação que impli-
ensejar a aplicação das seguintes penalidades: quem omissão ou distorção de dados a serem
136
fornecidos ao SINAES responderão civil, penal Art. 15.  Esta Lei entra em vigor na data de
e administrativamente por essas condutas. sua publicação.

Art. 13.  A CONAES será instalada no prazo Art. 16.  Revogam-se a alínea a do § 2o do art.
de 60 (sessenta) dias a contar da publicação 9o da Lei no 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
desta Lei. e os arts 3o e e 4o da Lei no 9.131, de 24 de no-
Parágrafo único.  Quando da constituição da vembro de 1995.
CONAES, 2 (dois) dos membros referidos no
inciso VII do caput do art. 7o desta Lei serão Brasília, 14 de abril de 2004; 183o da Indepen-
nomeados para mandato de 2 (dois) anos. dência e 116o da República.

Art. 14.  O Ministro de Estado da Educação LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
regulamentará os procedimentos de avaliação
do SINAES. Publicada no DOU de 15/4/2004.

As Instituições de Ensino

137
Lei n. 10.870/2004
de 19 de maio de 2004

Institui a Taxa de Avaliação in loco das instituições de educação superior e dos cursos de graduação
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 2o  A composição da comissão de avalia-


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono ção levará em consideração a complexidade e
a seguinte Lei: amplitude do curso ou da instituição, de acordo
com os seguintes critérios:
Art. 1o  Fica instituída a Taxa de Avaliação I – cursos com até 2 (duas) habilitações: 2
in loco, em favor do Instituto Nacional de (dois) avaliadores;
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio II – cursos com 3 (três) habilitações: 2 (dois)
Teixeira – INEP, pelas avaliações periódicas ou 3 (três) avaliadores;
que realizar, quando formulada solicitação III – cursos com 4 (quatro) habilitações: 3
de credenciamento ou renovação de creden- (três) ou 4 (quatro) avaliadores;
ciamento de instituição de educação superior IV – cursos com 5 (cinco) ou mais habilita-
e solicitação de autorização, reconhecimento ções: de 3 (três) a 5 (cinco) avaliadores;
ou renovação de reconhecimento de cursos V – instituições de educação superior: de 3
de graduação, previstos no inciso IX do art. (três) a 8 (oito) avaliadores.
9o e art. 46 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro § 3o  As receitas obtidas com a Taxa de Ava-
de 1996. liação in loco serão aplicadas, na forma disposta
Parágrafo único.  A Taxa de Avaliação in loco em regulamento, exclusivamente no custeio das
será também devida em caso de reavaliação de despesas com as comissões de avaliação.
que trata o § 1o do art. 46 da Lei no 9.394, de 20 § 4o  É vedado aos membros de comissão de
de dezembro de 1996. avaliação receber, a qualquer título, benefícios
adicionais, pecuniários ou não, providos pela
Art. 2o  São contribuintes da Taxa de Avaliação instituição de educação superior ou curso em
in loco as instituições de educação superior processo de avaliação.
privadas e públicas, assegurada a estas últimas § 5o  São isentas as instituições de educação
a necessária previsão orçamentária. superior públicas que atendam ao que dispõe a
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Art. 3o  A Taxa de Avaliação in loco, fixada no
valor de R$ 6.960,00 (seis mil, novecentos e Art. 4o  O credenciamento ou a renovação de
sessenta reais), será recolhida ao INEP à opor- credenciamento das instituições de educação
tunidade em que for solicitado credenciamento superior e o reconhecimento ou a renovação de
ou renovação de credenciamento de instituição reconhecimento de cursos de graduação terão
A Educação e a Sociedade Civil

de educação superior e autorização, reconhe- prazo de validade de até 5 (cinco) anos, exceção
cimento ou renovação de reconhecimento de feita às universidades, para as quais esse prazo
cursos de graduação. será de até 10 (dez) anos.
§ 1o  O valor estabelecido no caput deste Parágrafo único.  Os prazos de que trata este
artigo sofrerá acréscimo de R$ 3.480,00 (três artigo serão fixados mediante critérios estabele-
mil, quatrocentos e oitenta reais) por avaliador cidos pelo Ministério da Educação e de acordo
acrescido à composição básica da comissão de com os resultados da avaliação, podendo ser
avaliação, que será de 2 (dois) membros. por ele prorrogados.

138
Art. 5o  Os valores fixados para a Taxa de Ava- Brasília, 19 de maio de 2004; 183o da Indepen-
liação in loco somente poderão ser alterados dência e 116o da República.
em decorrência da variação dos custos para a
realização das avaliações, em periodicidade não LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
inferior a 1 (um) ano. Palocci Filho – Tarso Genro – Guido Mantega

Art. 6o  Esta Lei entra em vigor na data de sua Publicada no DOU de 20/5/2004.
publicação.

As Instituições de Ensino

139
Lei n. 11.988/2009
de 27 de julho de 2009

Cria a Semana de Educação para a Vida, nas escolas públicas de ensino fundamental e médio de
todo o País, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber Art. 4o  As matérias, durante a Semana de Edu-
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono cação para a Vida, poderão ser ministradas sob
a seguinte Lei: a forma de seminários, palestras, exposições-
-visita, projeções de slides, filmes ou qualquer
Art. 1o  Todas as escolas de ensino fundamental outra forma não convencional.
e médio da rede pública no País realizarão, em Parágrafo único.  Os convidados pelas
período a ser determinado pelas Secretarias Secretarias Estaduais de Educação para mi-
Estaduais de Educação, a atividade denominada nistrar as matérias da Semana de Educação
Semana de Educação para a Vida. para a Vida deverão possuir comprovado nível
de conhecimento sobre os assuntos a serem
Art. 2o  A atividade escolar aludida no art. 1o abordados.
desta Lei terá duração de 1 (uma) semana e ob-
jetivará ministrar conhecimentos relativos a ma- Art. 5o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
térias não constantes do currículo obrigatório, publicação.
tais como: ecologia e meio ambiente, educação
para o trânsito, sexualidade, prevenção contra Brasília, 27 de julho de 2009; 188o da Indepen-
doenças transmissíveis, direito do consumidor, dência e 121o da República.
Estatuto da Criança e do Adolescente, etc.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
Art. 3o  A Semana de Educação para a Vida Haddad
fará parte, anualmente, do Calendário Escolar
e deverá ser aberta para a participação dos pais Publicada no DOU de 28/7/2009.
de alunos e da comunidade em geral.
A Educação e a Sociedade Civil

140
Lei n. 12.031/2009
de 21 de setembro de 2009

Altera a Lei no 5.700, de 1o de setembro de 1971, para determinar a obrigatoriedade de execução


semanal do Hino Nacional nos estabelecimentos de ensino fundamental.

O Vice-presidente da República, no exercício Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
do cargo de Presidente da República Faço saber publicação.
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei: Brasília, 21 de setembro de 2009; 188o da Inde-
pendência e 121o da República.
Art. 1o  O art. 39 da Lei no 5.700, de 1o de se-
tembro de 1971, passa a vigorar acrescido do JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – Fer-
seguinte parágrafo único: nando Haddad
“Art. 39. ...........................................................
Parágrafo único: Nos estabelecimentos pú- Publicada no DOU de 22/9/2009.
blicos e privados de ensino fundamental, é
obrigatória a execução do Hino Nacional
uma vez por semana.”

As Instituições de Ensino

141
Lei n. 12.089/2009
de 11 de novembro de 2009

Proíbe que uma mesma pessoa ocupe 2 (duas) vagas simultaneamente em instituições públicas de
ensino superior.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber por uma das vagas, a instituição pública de
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono ensino superior providenciará o cancelamento:
a seguinte Lei: I – da matrícula mais antiga, na hipótese de a
duplicidade ocorrer em instituições diferentes;
Art. 1o  Esta Lei visa a proibir que uma mes- II – da matrícula mais recente, na hipótese
ma pessoa ocupe, na condição de estudante, de a duplicidade ocorrer na mesma instituição.
2 (duas) vagas, simultaneamente, no curso de § 2o  Concomitantemente ao cancelamento
graduação, em instituições públicas de ensino da matrícula na forma do disposto no § 1o
superior em todo o território nacional. deste artigo, será decretada a nulidade dos
créditos adquiridos no curso cuja matrícula
Art. 2o  É proibido uma mesma pessoa ocupar, foi cancelada.
na condição de estudante, simultaneamente, no
curso de graduação, 2 (duas) vagas, no mesmo Art. 4o  O aluno que ocupar, na data de início
curso ou em cursos diferentes em uma ou mais de vigência desta Lei, 2 (duas) vagas simultane-
de uma instituição pública de ensino superior amente poderá concluir o curso regularmente.
em todo o território nacional.
Art. 5o  Esta Lei entra em vigor após decorridos
Art. 3   A instituição pública de ensino superior
o
30 (trinta) dias de sua publicação.
que constatar que um dos seus alunos ocupa
uma outra vaga na mesma ou em outra insti- Brasília, 11 de novembro de 2009; 188o da In-
tuição deverá comunicar-lhe que terá de optar dependência e 121o da República.
por uma das vagas no prazo de 5 (cinco) dias
úteis, contado do primeiro dia útil posterior à LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Fernando
comunicação. Haddad
§ 1o  Se o aluno não comparecer no prazo
assinalado no caput deste artigo ou não optar Publicada no DOU de 12/11/2009.
A Educação e a Sociedade Civil

142
Lei n. 12.711/2012
de 29 de agosto de 2012109

Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de
nível médio e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber letivo para ingresso em cada curso, por turno, no
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas
a seguinte Lei:109 para estudantes que cursaram integralmente o
ensino fundamental em escolas públicas.
Art. 1o  As instituições federais de educação Parágrafo único.  No preenchimento das
superior vinculadas ao Ministério da Educação vagas de que trata o caput deste artigo, 50%
reservarão, em cada concurso seletivo para (cinquenta por cento) deverão ser reservados
ingresso nos cursos de graduação, por curso e aos estudantes oriundos de famílias com renda
turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um
de suas vagas para estudantes que tenham salário-mínimo e meio) per capita.
cursado integralmente o ensino médio em
escolas públicas. Art. 5o  Em cada instituição federal de ensino
Parágrafo único.  No preenchimento das técnico de nível médio, as vagas de que trata o
vagas de que trata o caput deste artigo, 50% art. 4o desta Lei serão preenchidas, por curso
(cinquenta por cento) deverão ser reservados e turno, por autodeclarados pretos, pardos e
aos estudantes oriundos de famílias com renda indígenas, em proporção no mínimo igual à
igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo (um de pretos, pardos e indígenas na população da
salário-mínimo e meio) per capita. unidade da Federação onde está instalada a
instituição, segundo o último censo do Instituto
Art. 2o (Vetado). Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Parágrafo único.  No caso de não preenchi-
Art. 3o  Em cada instituição federal de ensino mento das vagas segundo os critérios estabele-
superior, as vagas de que trata o art. 1o desta cidos no caput deste artigo, aquelas remanes-
Lei serão preenchidas, por curso e turno, por centes deverão ser preenchidas por estudantes
autodeclarados pretos, pardos e indígenas, que tenham cursado integralmente o ensino
em proporção no mínimo igual à de pretos, fundamental em escola pública.
pardos e indígenas na população da unidade
da Federação onde está instalada a instituição, Art. 6o  O Ministério da Educação e a Secretaria
segundo o último censo do Instituto Brasileiro Especial de Políticas de Promoção da Igualda-
de Geografia e Estatística (IBGE). de Racial, da Presidência da República, serão
Parágrafo único.  No caso de não pre- responsáveis pelo acompanhamento e avaliação
enchimento das vagas segundo os critérios do programa de que trata esta Lei, ouvida a
estabelecidos no caput deste artigo, aquelas Fundação Nacional do Índio (Funai).
remanescentes deverão ser completadas por
estudantes que tenham cursado integralmente Art. 7o  O Poder Executivo promoverá, no
o ensino médio em escolas públicas. prazo de 10 (dez) anos, a contar da publicação
desta Lei, a revisão do programa especial para o
Art. 4o  As instituições federais de ensino técnico acesso de estudantes pretos, pardos e indígenas,
de nível médio reservarão, em cada concurso se- bem como daqueles que tenham cursado inte-
gralmente o ensino médio em escolas públicas,
109
Decreto no 7.824/2012 (Regulamento). às instituições de educação superior. 143
Art. 8o  As instituições de que trata o art. 1o Brasília, 29 de agosto de 2012; 191o da Indepen-
desta Lei deverão implementar, no mínimo, dência e 124o da República.
25% (vinte e cinco por cento) da reserva de
vagas prevista nesta Lei, a cada ano, e terão o DILMA ROUSSEFF – Aloizio Mercadante –
prazo máximo de 4 (quatro) anos, a partir da Miriam Belchior – Luís Inácio Lucena Adams
data de sua publicação, para o cumprimento – Luiza Helena de Bairros – Gilberto Carvalho
integral do disposto nesta Lei.
Publicada no DOU de 30/08/2012.
Art. 9o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
A Educação e a Sociedade Civil

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