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PROFESSOR
BIOLOGIA
ensino médio
1a SÉRIE
volume 1 - 2009
Ficha do Caderno 7
Proposta de Avaliação 18
Proposta de Avaliação 33
Proposta de Avaliação 42
Proposta de Avaliação 49
Considerações finais 55
Prezado(a) professor(a),
É com muita satisfação que apresento a todos a versão revista dos Cadernos do
Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5a a 8a séries do Ensino Fun-
damental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Esta nova versão
também tem a sua autoria, uma vez que inclui suas sugestões e críticas, apresentadas
durante a primeira fase de implantação da proposta.
A Proposta Curricular não foi comunicada como dogma ou aceite sem restrição.
Foi vivida nos Cadernos do Professor e compreendida como um texto repleto de sig-
nificados, mas em construção. Isso provocou ajustes que incorporaram as práticas e
consideraram os problemas da implantação, por meio de um intenso diálogo sobre o
que estava sendo proposto.
O uso dos Cadernos em sala de aula foi um sucesso! Estão de parabéns todos os que
acreditaram na possibilidade de mudar os rumos da escola pública, transformando-a
em um espaço, por excelência, de aprendizagem. O objetivo dos Cadernos sempre será
apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Posso dizer que esse objetivo foi
alcançado, porque os docentes da Rede Pública do Estado de São Paulo fizeram dos
Cadernos um instrumento pedagógico com vida e resultados.
Conto mais uma vez com o entusiasmo e a dedicação de todos os professores, para
que possamos marcar a História da Educação do Estado de São Paulo como sendo
este um período em que buscamos e conseguimos, com sucesso, reverter o estigma que
pesou sobre a escola pública nos últimos anos e oferecer educação básica de qualidade
a todas as crianças e jovens de nossa Rede. Para nós, da Secretaria, já é possível antever
esse sucesso, que também é de vocês.
Série: 1a
Com carinho, convidamos você a experi- As atividades foram planejadas para per-
mentar esta proposta de trabalho e, depois, a mitir ao aluno construir e compreender os
nos contar os resultados. conceitos básicos, e não apenas memorizá-los
mecanicamente, o que, sem dúvida, não con-
Bom trabalho! diz com esta proposta.
10
O desenvolvimento dos seres vivos pres- (água, sais minerais, gases) e outros que obtêm
supõe o consumo contínuo de compostos esses compostos se alimentando de outros se-
orgânicos, como proteínas, aminoácidos, res vivos e os transformam de acordo com suas
açúcares, polissacarídeos, lipídeos, vitami- necessidades. Diferenciar essas estratégias dos
nas, entre outros. seres vivos permitirá aos alunos compreender
as cadeias e as teias alimentares, um mecanis-
Na natureza há uma distinção evidente entre mo básico de interação e interdependência en-
organismos capazes de sintetizar tais compos- tre os seres vivos que constituem os diferentes
tos orgânicos a partir de compostos inorgânicos ambientes e biomas do planeta.
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 1
AS PLANTAS E OS ANIMAIS CRESCEM
11
Recursos: textos e gráficos presentes neste Caderno e no Caderno do Aluno; livros didáticos
de Biologia.
avaliação: releitura de anotações feitas durante a atividade; análise dos gráficos construí-
dos durante a Situação de Aprendizagem; aplicação dos conceitos aprendidos em outras
situações.
Roteiro para aplicação da Situação Reelabore a frase que ele disse, corrigindo
de aprendizagem 1 o que achar necessário.
12
Etapa 2 – Construção de gráficos e tabelas tabela e que os pontos podem ser convertidos
em valores a serem colocados nas linhas da ta-
Explique aos alunos, logo no início dos bela. (Certifique-se de que os alunos saibam
trabalhos, os objetivos do bimestre: eles es- que as linhas são as fileiras horizontais, e as
tudarão como os materiais de que são feitos colunas, as verticais; procure usar sempre essa
os seres vivos e a energia que utilizam fluem nomenclatura ao tratar de tabelas, daqui em
de um organismo para o outro. É importante diante.) Se necessário, exemplifique: o ponto
que os alunos tenham bem claro o que se es- marcado pela seta corresponderia ao valor 8
pera deles. Reforce que várias habilidades ge- no eixo x e ao 500 no y. Como sugestão, re-
ralmente associadas com a Matemática serão comendamos a utilização de uma régua, que
trabalhadas e que elas são também extrema- pode facilitar muito o reconhecimento dos va-
mente importantes para a Biologia. A primei- lores correspondentes aos pontos nos respec-
ra delas é a capacidade de ler e de construir tivos eixos.
tabelas e gráficos, bem como converter cada
um desses tipos de representação de dados em Caso a turma esteja familiarizada com
outro. a leitura e a construção de gráficos e tabe-
las, conduza esta etapa rapidamente e passe
As tabelas e os gráficos a seguir estão pre- à discussão sobre gráficos e seu significado
sentes também no Caderno do Aluno. Com biológico.
base na Tabela 1, os alunos construirão um
gráfico com o tempo no eixo x e a massa no Tempo Massa
eixo y. É possível que alguns estudantes não (dias) (gramas)
tenham familiaridade com esse procedimento; 0 0,5
nesse caso, esclareça os detalhes para a confec- 2 0,5
ção. Cada linha da tabela representa um pon-
4 0,7
to a ser colocado no gráfico. Por exemplo, no
6 1,0
tempo 0, a planta tem massa 0,5 g, e essa infor-
mação deve ir para o gráfico: o valor no eixo 8 3,0
x desse ponto será zero e no eixo y será 0,5. Se 10 5,0
necessário, você poderá construir este primeiro 12 7,0
gráfico com os estudantes, auxiliando-os, mas
14 9,0
explique que essa é uma habilidade que eles de-
16 10,0
vem desenvolver ao longo do bimestre.
18 11,0
Com base no Gráfico 1, os alunos construi- 20 11,0
rão a tabela correspondente. Explique que os Tabela 1 – Mudança na massa de uma planta ao
eixos do gráfico serão os nomes das colunas da longo do tempo.
13
2000 10.0
8.0
Massa (mg)
Massa (mg)
1500
6.0
1000
4.0
500
2.0
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo (semanas) Tempo (dias)
Gráfico 1. Gráfico 2.
14
guntas a seguir. É fundamental que a ativi- 5. Para que uma planta utiliza a clorofila?
dade seja realizada de maneira absolutamente
individual, de modo que os alunos pratiquem Para a produção de seu próprio alimento.
a busca de informações individualmente. Ob-
serve se eles utilizam o índice do livro para 6. O que é fotossíntese?
acelerar as buscas, se são capazes de encontrar
É a conversão da energia solar em energia
a informação que desejam no meio de outras
química, que será usada pela planta como
informações, se são capazes de inferir o con-
alimento. Os organismos que possuem cloro-
teúdo dos textos baseados nos títulos de capí-
fila, na presença de luz, transformam o gás
tulos e seções. Os estudantes podem também
carbônico do ar em glicose, liberando água e
valer-se de um dicionário para a pesquisa.
oxigênio no processo. Esse é o significado da
palavra fotossíntese: produção de alimento
1. Que substância faz as folhas das plantas
na presença de (ou a partir de) luz.
serem verdes?
7. Baseado no que você entendeu sobre fo-
A clorofila, um pigmento verde, que existe
tossíntese, responda: Que organismos não
nas folhas.
existiriam se não ocorresse fotossíntese?
2. O que é clorofila?
Nenhum organismo, pois as plantas, algas e
Clorofila é a designação de um grupo de pig- outros seres clorofilados não existiriam, e os
mentos presente nos cloroplastos das plantas que se alimentam deles (todos os animais e
e outros mecanismos. A clorofila é capaz de fungos) também não.
absorver a luz solar e canalizar sua energia 8. Qual das questões anteriores foi mais difí-
para a produção de alimento. cil de responder? Por quê?
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Fotossíntese
água + gás carbônico = alimento + oxigênio
(na presença de luz)
Mostre o Gráfico 3 para os estudantes. Se julgar necessário, copie-o na lousa. Leia a legenda
do gráfico, explique o que significam os eixos e mencione as unidades utilizadas. Depois, instrua os
alunos a responder às questões a seguir:
12
Teor de oxigênio (em mg/l)
10
0 12 24 12 24 12 24
Gráfico 3.
16
Três dias.
8. Por que o teor de oxigênio cai após as 18
3. Descreva, com suas palavras, o que acon- horas? Que organismos podem ser respon-
tece com a quantidade de oxigênio na água sáveis por essa queda?
ao longo de um dia.
Porque quando não há luz as algas param
A quantidade de oxigênio aumenta e depois de fazer fotossíntese. E essa queda ocorre
diminui. porque os outros organismos, como os peixes
e as próprias algas, continuam respirando e
4. Descreva, com suas palavras, o que aconte-
consumindo o oxigênio da água.
ce com o oxigênio da meia-noite às 6 horas
do primeiro dia.
Se nesse ponto da Situação de Aprendiza-
O teor de oxigênio mantém-se relativamente gem a turma já domina a leitura e a interpreta-
constante, em níveis baixos. ção de gráficos, é o momento de explorar com
mais cuidado as questões diretamente relacio-
5. Faça o mesmo para o período das 6 às 12 nadas com a fotossíntese e suas consequências
biológicas. Se achar necessário, acrescente
horas do primeiro dia.
outras perguntas às enumeradas anteriormen-
O teor de oxigênio aumenta até atingir um te, para enriquecer a discussão. Por exemplo:
pico às 12 horas. Que consequências traria um período escuro
prolongado para esse rio? E para uma flores-
ta? E para uma plantação? São questões que
6. Faça o mesmo para o período das 12 às 18
mereceriam ser abordadas, pois permitiriam a
horas do primeiro dia.
extrapolação das discussões para horizontes
O teor de oxigênio cai progressivamente. mais amplos.
17
18
lote 1 2 3
Essa parte da avaliação visa a averiguar se os estudantes são capazes de aplicar o que aprenderam
em outras situações. O desafio dos alunos inclui resolver as questões a seguir.
1. Faça um desenho esquemático que repre- 4. O que você faria para aumentar a produ-
sente como foi montado esse experimento. ção de rabanetes se pudesse construir outro
lote?
O desenho deve conter, de maneira clara,
todas as informações fornecidas, usando-se Uma possibilidade é aumentar ainda mais a
setas e legendas. quantidade de gás carbônico. Cabe esclare-
cer que a produção não aumentaria linear e
2. Compare o peso da matéria seca dos três indefinidamente com o acréscimo desse gás;
lotes depois de 20 dias. O que você pode chegaria um momento em que acrescentar
concluir? mais gás carbônico não faria diferença.
O gás carbônico é elemento importante na 5. Imagine que, em outro lote, as plantas es-
produção de matéria orgânica, fazendo as tão sendo expostas à luz artificial mesmo
plantas de rabanete crescer e aumentar sua durante a noite. Você acha que isso fará
massa, pois em atmosfera rica dessa subs- diferença no peso final das plantas? Justifi-
tância o peso das plantas é maior. que sua resposta.
3. Que substância você imagina que causou a É possível que a produção aumentasse em
diferença no peso final das plantas? virtude do maior tempo para a realização
de fotossíntese; entretanto, assim como em
O gás carbônico, que está em maior quanti- relação ao gás carbônico, existe um nível a
dade no terceiro lote. partir do qual não faz mais diferença.
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1. O papel geralmente é feito a partir da ma- Observe se o gráfico construído está com os
deira de pinheiros. Essa espécie vive em dados visíveis, se os alunos obedeceram a
média 80 anos, mas pode ser explorada a uma escala, se colocaram as grandezas em
partir dos 15 anos. A tabela abaixo fornece questão nos dois eixos indicando as unidades
dados sobre o crescimento de um pinheiro. usadas, se fizeram linhas pontilhadas, mais
Esse crescimento foi verificado medindo-se suaves, para indicar os pontos, e se traçaram
o diâmetro do tronco à medida que os anos uma linha cheia passando por eles. Essa li-
foram passando. Construa o gráfico do nha não deve ter a parte quase paralela ao
crescimento para essa árvore com base nos eixo horizontal como nos dois gráficos de
dados da tabela. crescimento analisados nesse tema.
20
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 2
PRODUTORES, CONSUMIDORES, DECOMPOSITORES
21
©Fabio Colombini
Figura 1 – Buriti.
22
©Millard H. Sharp/Photoresearches-Latinstock
Figura 2 – Onça-parda.
©Wagner Santos/Kino
Figura 3 – Pequi.
23
Figura 5 – Tamanduá.
24
©Ablestock
©Fabio Colombini
Figura 8 – Sapo.
25
©Fabio Colombini
26
sapo urutu
27
Esclareça que esse esquema também é im- tas significam “serve de alimento para”. Espe-
portante em Biologia e se chama cadeia ali- ra-se que, desta vez, os alunos executem esse
mentar. Os estudantes chegarão a diferentes procedimento muito mais rapidamente.
cadeias; vale a pena anotar três ou quatro
delas na lousa, para uma análise mais deta- f Algas microscópicas
lhada. Depois, peça aos alunos que discutam
oralmente as perguntas a seguir: f Plantas aquáticas
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1. Observe as espécies que iniciam as cadeias 4. Faça o mesmo para todas as outras espé-
alimentares. O que elas têm em comum? cies das cadeias.
níveis tróficos
Produtores Consumidores
pequi
Cadeia 1 rato silvestre urutu
buriti
plantas crustáceos
peixe carnívoro
Cadeia 2 aquáticas e algas microscópicos, peixe
ou garça
microscópicas herbívoro ou caramujo
Consumidor Consumidor
primário ou de secundário ou de
primeira ordem segunda ordem
29
Uma equipe de pesquisadores russos e franceses descobriu restos de um mamute com mais de 18 mil
anos. A expedição encontrou a raridade na Sibéria, em setembro de 2006.
O que chamou a atenção dos pesquisadores foi o grau de preservação de partes do corpo como a
cabeça, uma pata ainda coberta por pele e pelos, vísceras, como estômago e intestino, e ossos ainda
contendo tutano.
Os pesquisadores estão otimistas com relação à continuação dos trabalhos de escavação no próximo
ano. Isso porque, com a chegada do inverno, tiveram que parar o trabalho, mas sabem que o clima pre-
servará a descoberta.
30
anos. Por que, nesse caso, ele foi preserva- sob gelo e neve. Na realidade, o cadáver do
do por tanto tempo? mamute estava completamente congelado
sob uma camada espessa de gelo. Nessas
Porque o nordeste da Sibéria é uma região condições, o cadáver não apodrece nem se
muito fria, que passa a maior parte do ano “desfaz”.
Museu egípcio, na cidade do Cairo, abre exposição com 11 múmias rejuvenescidas. Quatro das mú-
mias são dos faraós Ramsés 3o, Ramsés 4o, Ramsés 5o e Ramsés 9o, todos pertencentes à 20a dinastia
(1183-1070 a.C.).
As múmias foram restauradas e “rejuvenescidas” para serem expostas pela primeira vez no centená-
rio do museu. Elas estão em uma sala com ar condicionado, privilégio que não existe nos outros salões
do museu, e sob iluminação mais fraca. O ambiente desperta nos visitantes um respeito quase sagrado.
As vitrines onde repousam as novas múmias estão equipadas com um moderno sistema regulador de
temperatura e umidade, para impedir o desenvolvimento de parasitas e bactérias.
A sala foi desenhada com um céu abobadado, ao estilo das tumbas faraônicas onde as múmias
permaneceram por milênios. Elas foram encontradas na margem oeste do Nilo, que é a “margem da
morte”. Na margem leste, a da vida, ficavam os templos e palácios do Antigo Egito.
2. Onde foram encontradas essas múmias? Porque os egípcios antigos tinham o costume
de embalsamar os corpos dos mortos, isto é,
No Egito, na margem oeste do Nilo.
tratá-los com certos líquidos que evitavam o
3. Com base no que você sabe sobre esse local, apodrecimento. Além disso, o clima seco aju-
compare-o, quanto ao clima, àquele onde da a preservação.
foi encontrado o mamute do texto anterior. 5. Os responsáveis pela conservação das mú-
O Egito é um país de clima muito quente e mias no museu preparam uma sala especial
seco (deserto), contrastando com a Sibéria, para abrigar os cadáveres. Com que tipo de
que é um dos locais mais frios do planeta. organismos eles estão preocupados?
4. Normalmente, as partes moles de um cadá- Com parasitas e bactérias que atuam como
ver de um ser humano desaparecem após decompositores.
31
32
PROPOSTA DE AVALIAçãO
Parte a
pássaro
b) milho cachorro-do-mato
gafanhoto
galinha
roedores
gafanhoto
c) galinha milho roedores cachorro-do-mato
pássaro
roedores
pássaro
d) cachorro-do-mato gafanhoto milho
galinha
2. Imagine que alguém da sua casa esque- te fazem parte de um ambiente urbano,
ceu um prato de comida com arroz, feijão, como a sua casa, podem usar essa comida
frango e salada sobre a pia. É provável que, como alimento? Represente uma teia ali-
dependendo da época do ano, no dia se- mentar envolvendo essa comida e todos os
guinte esse prato esteja cheio de formigas. organismos e elementos que você acredita
Que outros organismos que normalmen- fazer parte dessa teia alimentar.
33
1500
1250
Parte b
1000
750
Os alunos deverão interpretar o resultado 500
de um experimento, que consiste em dispor 250
34
Após reconhecer como os seres vivos biogeoquímicos. Dessa forma, esses elemen-
obtêm compostos orgânicos, os alunos po- tos químicos, em certas situações, compõem
dem compreender como a energia presente os compostos orgânicos que integram os seres
nesses compostos flui pela natureza pelos vivos e, em outras situações, compõem com-
diferentes níveis tróficos. Eles devem, por postos inorgânicos na forma de gases, água ou
exemplo, estabelecer uma relação entre o sais minerais.
montante de energia disponível nos pro-
dutores e aquele efetivamente incorporado Neste Caderno, priorizamos o ciclo do car-
nos consumidores. bono, o que nos permite compreender a dinâ-
mica dos ciclos biogeoquímicos e, também,
Os elementos químicos que compõem a de que forma as atividades humanas podem
matéria dos ecossistemas participam de ciclos interferir nesses processos naturais.
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 3
ENERGIA E MATÉRIA PASSAM PELOS SERES VIVOS
35
Conteúdo e temas: fluxo de energia e matéria nos seres vivos; ciclo do carbono.
1
Um quilojoule é igual a cerca de 0,240 caloria.
36
Peça que os alunos observem a Figura 11 de maneira geral. Depois, um ou mais voluntários
farão uma leitura cuidadosa dos dados que ela mostra.
©Conexão Editorial
consumidor primário (100,5 g)
matéria não
assimilada
85% ou seja (fezes, urina)
produtor 782 g (14 000 kJ) 290 g (5 220 kJ)
(920 g)
7,75%
ou seja 71 g
(1 270 kJ)
matéria não
matéria não assimilada
utilizada 48,5 g (873 kJ)
7,25%
gafanhoto: 5,5 g (125 kJ)
Figura 11 – As massas são expressas em grama de matéria seca por m2 por ano. Valores em vermelho
correspondem aos valores energéticos dessa matéria seca em quilojoules (kJ). O quilojoule é uma medida
de quantidade de energia, assim como a caloria (cal).
Os demais alunos completarão a Tabela 4 a seguir, cuja estrutura será copiada na lousa.
1. Quantos gramas de capim a vaca ingeriu? 3. Você diria que a vaca assimila toda a massa
782 gramas. de capim que ela come? Que parte do es-
quema indica isso?
2. Quantos gramas de fezes e urina a vaca eli-
minou? Não. Parte da massa de capim que a vaca
290 gramas. come é eliminada na forma de fezes e urina.
37
47,3%
Matéria
assimilada Perdas na respiração
Matéria
orgânica
ingerida 62,7%
Matéria do corpo do animal 15,4%
100%
Matéria não
assimilada
37,3%
Figura 12.
38
39
Quantidade disponível
Total assimilado
níveis tróficos para os níveis diferença
pelos organismos
tróficos seguintes
Produtores 21 000 11 000 10 000
Consumidores
9 000 4 800 4 200
primários
Consumidores
3 500 1 500 2 000
secundários
Consumidores
500 100 400
terciários
Tabela 5 – Exemplo de transferência de energia ao longo de uma cadeia alimentar.
40
Com base nos dados da Tabela 5, assinale 2. Com base na tabela da questão anterior
a alternativa correta: (Tabela 5), construa uma pirâmide de ener-
gia. A escala a ser utilizada na sua pirâmide
a) A quantidade de energia disponível em é a seguinte: cada 1 000 quilocalorias por
um nível trófico é menor do que aquela metro quadrado por ano (kcal/m2/ano) de-
que será transferida para o nível trófico verão ser representadas por uma barra de
seguinte. 1 cm de comprimento; a única exceção é a
barra correspondente aos produtores, que
b) A perda de energia, ao passar de um ní- não precisa estar em escala, pois será muito
vel trófico para outro, é muito reduzida maior que as outras. Dicas: você deve usar
e possibilita que as cadeias alimentares a coluna “Total assimilado pelos organis-
geralmente apresentem consumidores mos”, e seu esquema deve ficar semelhante
quaternários, ao contrário da que está ao estudado na segunda parte da Etapa 2.
exemplificada.
A pirâmide construída deverá ser semelhan-
te, em termos do formato, à pirâmide vista
c) Considerando-se cada transferência de
na Etapa 2. É importante averiguar o com-
energia de um nível trófico para outro,
primento de cada barra, que deve estar de
podemos afirmar que, quanto mais pró-
acordo com as instruções do problema.
ximo os organismos estiverem do fim da
cadeia alimentar, maior será a energia 3. (Fuvest–2005) Uma lagarta de mariposa
disponível. absorve apenas metade das substâncias
orgânicas que ingere, sendo a outra meta-
d) A coluna “Diferença” envolve a quanti- de eliminada na forma de fezes. Cerca de
dade de energia perdida na forma de ca- 2/3 do material absorvido é utilizado como
lor, em cada nível trófico, utilizada para combustível na respiração celular, enquan-
a manutenção da vida dos seus compo- to o 1/3 restante é convertido em matéria
nentes. orgânica da lagarta.
41
Sabiá
Lagarta
PROPOSTA DE AVALIAçãO
1. (Fuvest–2001) A tabela a seguir mostra me- b) Explique por que a massa seca diminui
didas, em massa seca por metro quadrado progressivamente em cada nível trófico.
(g/m2), dos componentes de diversos níveis
tróficos em um dado ecossistema. Ela diminui porque a quantidade de maté-
ria orgânica obtida em cada nível é consu-
Níveis Massa seca mida por ele e apenas o que sobra poderá
tróficos (g/m2) ser incorporado e ficar disponível para o
Produtores 809 nível seguinte.
Consumidores primários 37
Consumidores secundários 11 c) Nesse ecossistema, identifique os níveis
tróficos ocupados por cobras, gafanho-
Consumidores terciários 1,5
tos, musgos e sapos.
a) Por que se usa a massa seca por unida- Musgos: produtores; gafanhotos: consumi-
de de área (g/m2), e não a massa fresca, dores primários; sapos: consumidores secun-
para comparar os organismos encontra- dários; cobras: consumidores terciários.
dos nos diversos níveis tróficos?
Porque a quantidade de água nos organismos 2. (Fuvest–2007) A ilustração mostra a pro-
de diferentes níveis tróficos é muito variável dutividade líquida de um ecossistema, isto
e, por isso, a massa seca pode refletir melhor é, o total de energia expressa em quilocalo-
a quantidade de matéria orgânica presente rias por metro quadrado/ano, após a respi-
em cada um dos níveis. ração celular de seus componentes.
42
Consumidores terciários
(6 kcal/m2/ano)
Consumidores secundários
(67 kcal/m2/ano)
Consumidores primários
(1 478 kcal/m2/ano)
LUZ SOLAR
Sim, é correto porque os organismos que es- De todos os níveis tróficos, já que os decom-
tão na base da pirâmide produzem matéria positores são capazes de utilizar os restos
orgânica a partir de substâncias inorgânicas orgânicos de quaisquer organismos perten-
presentes no ambiente, utilizando a energia centes aos diferentes níveis.
Com base na cadeia alimentar de um lago 2. Suponha que um cientista pesou todas as
representada a seguir (já vista em situações algas e garças que existem no lago. Qual
anteriores), os alunos deverão responder às das duas espécies deve apresentar maior
seguintes questões: biomassa?
As algas.
algas caramujo peixe garça
3. O mesmo cientista observou que existe uma
1. De onde vem o carbono que está no corpo quantidade muito menor de peixes do que
das algas? E o da garça? de caramujos no lago. Explique por que ele
não se surpreendeu com esse resultado.
O carbono das algas vem do gás carbônico Porque a biomassa reduz na medida em que
presente no ar. O da garça vem do corpo dos o nível trófico aumenta; os peixes estão um
peixes. nível acima dos caramujos.
43
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 4
AS MUITAS VOLTAS DO CARBONO
44
Conteúdos e temas: fluxo de energia e matéria nos seres vivos; ciclo do carbono.
Recursos: lista de informações sobre o ciclo do carbono presente neste Caderno e no Caderno
do Aluno.
Apresente a atividade pedindo aos alunos que leiam o texto a seguir, de Eduardo Galeano.
As pessoas feitas de milho fazem o milho. As pessoas criadas da carne e das cores do milho cavam
um berço para o milho e o cobrem de boa terra e o limpam de ervas daninhas e o regam e dizem a ele
palavras de amor. E quando o milho está crescido, as pessoas de milho moem sobre pedra e o erguem e
o aplaudem e o embalam no amor do fogo e o comem, para que nas pessoas do milho o milho continue
caminhando sobre a terra, sem morrer.
45
C. Quando um coelho come uma folha de H. O motor de um carro usa a energia libe-
alface, parte do carbono da alface passa rada pela queima controlada da gasolina
a fazer parte do corpo do coelho. para gerar movimento. Nesse processo, o
motor lança gás carbônico no ar.
D. Cerca de 70% do nosso corpo é compos-
to de água. Depois dela, as substâncias I. Quando comemos qualquer alimento,
mais abundantes são aquelas compostas parte do carbono presente nesse alimen-
de carbono. to torna-se parte do nosso corpo, en-
quanto outra parte é expelida nas fezes.
Depois de fornecer essas informações, Durante a respiração, parte do carbono
indague os alunos a respeito de como os que assimilamos enquanto comemos é
animais conseguem o carbono que compõe expelida como gás carbônico.
seus corpos.
Neste momento, estimule seus alunos
a pensar sobre quais são as formas pelas
E. Nossa respiração, assim como a de to- quais o carbono é liberado dos compostos
dos os animais e plantas, consome gás orgânicos.
oxigênio e libera gás carbônico.
46
K. Nos oceanos existe uma quantidade 1. De que maneira o carbono pode “entrar”,
imensa de algas e animais microscó- ou seja, ser incorporado em uma planta?
picos. Quando morrem, esses seres
Pela fotossíntese.
progressivamente afundam e acabam
depositados no fundo do mar. 2. De que maneira o carbono pode “entrar”
em um animal?
L. A cana-de-açúcar faz fotossíntese, trans-
Por meio da alimentação.
formando o gás carbônico em açúcar.
Esse açúcar pode ser transformado em 3. De que maneira o carbono pode “sair” de
álcool, que pode ser utilizado em mo- uma planta? E de um animal?
tores de carro, da mesma forma que a
Por meio da respiração ou da morte do ve-
gasolina.
getal (quando o carbono gradualmente será
transformado em gás carbônico pelos de-
M. No oceano existem algas microscópi-
compositores). O mesmo vale para um ani-
cas capazes de fazer fotossíntese. Es-
mal, incluindo também a liberação de fezes.
sas algas servem de alimento para uma
grande quantidade de animais, entre 4. Monte um esquema: desenhe uma árvore e,
eles o krill, que é um pequeno crustá- com setas, explique como o carbono pode
ceo. O krill serve de alimento para as entrar e sair da planta.
maiores baleias do planeta, como a
baleia-azul. 5. Imagine um inseto que se alimente dessa
planta. Inclua-o no esquema, explicando
N. Quando uma árvore morre, muitas ve- como o carbono pode entrar e sair dele.
zes fungos e bactérias crescem sobre
ela. Pouco a pouco, eles digerem o car- 6. Imagine um animal predador desse inseto.
bono presente na árvore e, por meio da Da mesma maneira como fez anteriormen-
respiração, liberam gás carbônico no te, inclua-o no esquema.
ambiente.
7. Imagine uma cadeia de seres vivos que co-
O. As plantas, além de fazer fotossíntese, necte a planta que você desenhou inicial-
também respiram. Na respiração, assim mente até você. Desenhe essa cadeia e ex-
como todos os animais, as plantas libe- plique como o carbono entra e sai de todos
ram gás carbônico. os seres vivos do esquema.
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deve ser em primeira pessoa (ou seja, o nar- f o primeiro parágrafo tratará sobre a
rador é o átomo de carbono) e iniciar-se no vida do carbono no ar;
ar, com o gás carbônico, passar por um orga-
nismo produtor, dois consumidores e voltar a f o segundo tratará sobre a vida dentro
um produtor. As informações que foram lidas de um produtor;
na etapa anterior podem ser relidas aqui por
você, professor, com a intenção de dar mais f o terceiro tratará sobre a vida dentro
alternativas para os alunos. Animais e plantas dos consumidores;
expelem gás carbônico enquanto respiram; o
corpo de todos os animais e plantas, até mes- f o quarto tratará sobre a volta ao pro-
mo os aquáticos e marinhos, é composto em dutor, explicando o que o futuro pode
grande parte de carbono; fezes de animais reservar para essa porção de carbono;
contêm carbono; fungos e bactérias também
são em grande parte compostos de carbono; f muita atenção aos aspectos formais do
essas são afirmações que os estudantes possi- texto, como ortografia, concordância
velmente poderão incluir em suas narrativas. gramatical, coerência e coesão entre as
frases etc.;
Os alunos deverão respeitar as seguintes
regras para a elaboração dos textos: f o texto deverá ter um título criativo e
relacionado aos acontecimentos que ele
f deverá estar em primeira pessoa, ou narra.
seja, o narrador deverá ser uma porção
de carbono;
PROPOSTA DE AVALIAçãO
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50
. Natureza e seres vivos. São Software com três atividades em que o alu-
Paulo: Moderna, 1990. no simula alterações nos fatores abióticos e
verifica os impactos sobre as populações. Dis-
DIAS, Genebaldo Freire. Educação am- ponível em: <http://rived.proinfo.mec.gov.br/
biental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, modulos/biologia/dinamicapopulacional/>.
1992. Acesso em: 2 out. 2008.
51
52
links para outras ONGs e órgãos governa- Atende escolas para visitas monitoradas em
mentais que tratam de questões ambientais. algumas de suas estações de tratamento de
água e de esgoto na região metropolitana de
GUIA INTERATIVO DE AVES UR- São Paulo.
BANAS. Disponível em: <http://www.guia.
ib.unicamp.br>. Acesso em: 2 out. 2008. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE
DO ESTADO DE SãO PAULO. Disponível
INSTITUTO DE BOTÂNICA. Disponí- em: <http://www.ambiente.sp.gov.br>. Aces-
vel em: <http://www.ibot.sp.gov.br>. Acesso so em: 2 out. 2008.
em: 2 out. 2008.
SOCIEDADE PAULISTA DE zOOLÓ-
Recebe escolas para visitas monitoradas e ofe- GICOS. Disponível em: <http://www.spzoo.
rece cursos de educação ambiental. Em 2006, org.br>. Acesso em: 2 out. 2008.
foi inaugurada uma trilha suspensa de 360
metros de comprimento, que passa pelo inte- Contém links para os zoológicos de diversas
rior da Mata Atlântica e termina em uma das cidades paulistas.
nascentes do riacho do Ipiranga.
WWF-BRASIL. Disponível em: <http://
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. www.wwf.org.br>. Acesso em: 2 out. 2008.
Disponível em: <http://www.meioambiente.
gov.br>. Acesso em: 2 out. 2008. O site da WWF-Brasil traz informações bas-
tante atuais sobre problemas e projetos ambien-
PESQUISA NACIONAL DE SANEA- tais, principalmente brasileiros. Há também
MENTO BÁSICO. Disponível em: <http:// informações sobre os biomas brasileiros, além
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ de peças publicitárias (vídeo e áudio) de cam-
condicaodevida/pnsb/default.shtm>. Acesso panhas de preservação do meio ambiente que
em: 2 out. 2008. podem ser baixadas e usadas na sensibilização
dos alunos. Disponível em: <http://www.wwf.
Relatório da última pesquisa realizada pelo org.br>. Acesso em: 2 out. 2008.
IBGE em 2000. Contém resultados sobre o
abastecimento de água, o esgotamento sani- zÔO SAFÁRI. Disponível em: <http://
tário, a drenagem urbana e a limpeza urbana www.zoologico.sp.gov.br/zoosafari/>. Acesso
e coleta de lixo. em: 2 out. 2008.
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COnSidERaçõES FinaiS
Neste Caderno tratamos dos conceitos ceitos, visto que a maioria das questões mos-
mais importantes do início do estudo da Eco- tradas avalia também tais conhecimentos.
logia, dando destaque à fotossíntese, às rela-
ções alimentares entre os seres vivos e ao fluxo Este Caderno possibilita, ainda, que se
de matéria e energia na natureza. ofereça um repertório diversificado de ati-
vidades para os alunos, exigindo que eles
A preocupação maior, porém, foi a de ga- desempenhem um papel tão ativo quanto o
rantir uma sequência didática que lhe facilite a do(a) professor(a) no processo de construção
aprendizagem dos conteúdos novos, incluindo dos conhecimentos. Com os recursos didáti-
a retomada e a ampliação dos conhecimentos cos e metodológicos aqui sugeridos, é possí-
dos alunos. É importante perceber o interes- vel promover uma educação mais dialogada e
se em desenvolver habilidades e atitudes que aumentar consideravelmente as possibilidades
precisam ser vivenciadas tanto quanto os con- de aprendizagem.
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