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Psicologia da Personalidade

Prof.: Jose Paulo Andrade Araujo

FICHAMENTO

Erik H. Erikson

Referência: HALL, Calvin S., LINDZEY, Gardner, CAMPBELL, John B. Trad. Maria
Adriana Veríssimo Veronese. Teorias da personalidade. 4.ed. Porto Alegre: Artmed,
2000. Cap. 4 e 5.

1. Resumo
Erikson foi o principal teórico que, após a morte de Freud, trabalhou arduamente
para elaborar e ampliar a estrutura da psicanalise e reformular seus princípios
para um entendimento do homem moderno. Debruçou-se principalmente na
revisão do conceito freudiano de instinto e nas influencias das mudanças
históricas no processo de análise. As contribuições mais significativas de
Erikson se incluem sob dois aspectos: 1) uma teoria psicossocial do
desenvolvimento, da qual emerge uma concepção ampla de ego e 2) estudos
psico-histórico que exemplifiquem sua teoria psicossocial nas vidas de
indivíduos famosos. Sua teoria do desenvolvimento psicossocial faz uma
correlação entre a maturação física e mental com as influencias do ambiente
social do individuo, todavia não exclui a relevância da teoria psicossexual de
Freud nem a cognitiva de Piaget para a compreensão da personalidade. Além
disso, a personalidade é construída do nascimento à velhice, através de estágios
com características comportamentais especificas, mas que não seguem uma
cronologia rígida nem são estanques, uma vez que a consolidação doe um
estagio depende da superação do anterior, sendo o período da adolescência mais
marcante, porque marca a transição da infância para vida adulta, onde emergem
as crises e confusões de identidade.

2. Citações:
“O desenvolvimento avança em estágios – oito, ao todo, segundo o esquema de
Erikson. Os primeiros quatro estágios ocorrem durante o período de bebê e da
infância, e os três últimos durante os anos adultos e a velhice. Nos textos de
Erikson, é dada uma ênfase especial ao período da adolescência, pois é nele que
se faz a transição da infância para idade adulta. O que ocorre durante esse
estagio é de maior importância para a personalidade adulta. Identidade, crises de
identidade e confusão de identidade são indubitavelmente os conceitos mais
conhecidos de Erikson.” (p.168)
“Esses estágios consecutivos, devemos observar, não seguem um esquema
cronológico rígido. Erikson achava que cada um esquema cronológico tinha seu
próprio ritmo cronológico, e que seria enganador especificar uma duração exata
para cada estagio. Além disso, um estágio não é atravessado e então deixado
para trás. Em vez disso, cada estagio contribui para a formação da personalidade
total.” (p.168)
“O núcleo de cada estagio é uma “crise básica”, representando o desafio que o
contato com uma nova faceta da sociedade traz para o ego em
desenvolvimento”. (p.168)
“Como demonstra a discussão precedente dos estágios de vida de Erikson, ele
dotou o ego de várias qualidades que vão muito além de qualquer concepção
psicanalítica previa do ego. Essas qualidades são confiança e esperança,
autonomia e vontade, diligencia e competência, identidade e fidelidade,
intimidade e amor, generosidade e cuidado, e integridade.” (p.176)
“O tipo de ego descrito por Erikson pode ser chamado de ego criativo, embora
ele não usasse essa palavra. O ego pode encontrar, e realmente encontra,
soluções criativas para novos problema que o assediam em cada estagio da vida.
[...] O ego, de fato, lucra com o conflito e com a crise. Ele pode ser, e
normalmente é, o mestre e não o escravo do id, do mundo externo e do
superego.” (p.176)
“A concepção de ego de Erikson era bastante socializada e histórica. Além dos
fatores genéticos, fisiológicas e anatômicas que ajudam a determinar a natureza
do ego do individuo, também existem importantes influencias culturais e
históricas.” (p.176)
“Ao fazer psicoterapia com crianças Erikson, como outros, descobriu que as
crianças geralmente revelam melhor suas preocupações quando brincavam com
brinquedos do que por meio de palavras”. (p.177)
“As situações lúdicas, na analise infantil, têm um papel semelhante ao do sonho
na analise do adulto”. (p.178)
“Uma alegação mais sutil acusa Erikson de aspirar o status quo quando ele diz
que o individuo precisa aprender a conformar-se ou ajustar-se á sociedade em
que vive. Na verdade, Erikson disse que aas pessoas precisam encontrar sua
identidade dentro dos potenciais (de estabilidade ou mudança) de sua sociedade,
enquanto seu desenvolvimento deve engendrar com os requerimentos da
sociedade ou sofrer as consequenciais.” (p. 184)

3. Comentários
A teoria psicossocial de Erikson esta fundamentada no determinismo histórico
na construção da personalidade, onde o contexto social do individuo, que
abrange o ambiente familiar e extrafamiliar, influenciam fortemente o seu
comportamento, porem não o define, visto que o ego apresenta-se sempre como
instancia psíquica ativa, não passiva, em relação às exigências do mundo. Nesse
sentido, pode-se concluir que a subjetividade não é uma construção autônoma,
quando é influenciada por outras subjetividades, ou seja, se trata de uma
intersubjetividade.

Alunos:

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