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SISTEMAS PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO

Legislação:
Decreto nº 6656-Gov. Estado do Pará – 9.5.1969
ABNT – NBR-8160

Objetivo:
As instalações prediais de Esgoto Sanitário visam, primordialmente o afastamento
seguro das águas servidas dos pontos de origem, que são os aparelhos sanitários e os pisos
internos, e o seu lançamento na rede pública coletora de esgoto ou a outro destino
adequado.
As instalações prediais de esgoto sanitário devem ser projetadas e executadas de
modo a:
- Promover o afastamento rápido das águas servidas
- Impedir o acesso de odores, insetos e outros animais das canalizações para o interior
dos edifícios
- Permitir a ventilação contínua da rede coletora de esgotos
- Permitir a inspeção e desobstrução rápida da rede
- Ser duradoura, estanque e impermeável a ar, gases e água
- Impedir a contaminação da água de consumo e gêneros alimentícios

PROJETO COMPLETO COMPREENDE:


a) Desenhos
- Planta baixa
- Esquema vertical
- Detalhes
b) Memória de cálculo, justificativa e especificação
c) Levantamento quantitativo de material

ESCALAS NORMAIS DE PROJETO:


Planta baixa, esq. Vertical – 1:100 e 1:50
Detalhes – 1:20

CONVENÇÕES ADOTADAS:
Esgoto primário – traço cheio grosso __________
Esgoto secundário – tracejado ou traço cheio fino _______/- - - - - -
Ventilação – pontilhado . . . . . . . . . . .
Águas pluviais – traços e ponto ____ . ____ . _____
PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO
SANITÁRIO:

CANALIZAÇÃO PRIMÁRIA: São as canalizações onde tem acesso gases provenientes


do coletor público ou de unidades de tratamento. Podem receber águas com fezes e urina.
CANALIZAÇÃO SECUNDÁRIA: São as canalizações que estão protegidas por
desconectores contra o acesso de gases provenientes do coletor público ou de unidades de
tratamento. Não recebem contribuições contendo fezes e urina.
RAMAL DE DESCARGA: É a canalização que está diretamente ligada ao aparelho
sanitário, do qual recebe os efluentes.(recebe o esgoto de um único aparelho).
RAMAL DE ESGOTO: É a canalização que recebe efluente de ramais de
descarga.(Esgoto de + de 1 aparelho).
TUBO DE QUEDA(TQ): Tubulação vertical que recebe efluente de ramais de esgoto e
eventualmente, subcoletores.
SUBCOLETORES: Canalizações geralmente horizontais, que recebem efluentes de um
ou mais tubos de queda ou ramais de esgotos.
COLETOR PREDIAL: Canalização horizontal compreendida entre a última inserção de
subcoletor, rama de esgoto, ramal de descarga ou tubo de queda, e a rede pública ou o local
de lançamento dos despejos.
CAIXA DE INSPEÇÃO(CI): Dispositivo destinado a permitir a visita para inspeção,
limpeza e desobstrução das tubulações.
CAIXA DE GORDURA(CG): Dispositivo projetado e executado para reter gorduras
advindas de atividades principalmente de cozinhas.
*CAIXA DE GORDURA SIMPLES (C.G.S) – Até duas pias de cozinha residencial
φ(interno) = 0,40 m
Capacidade de Retenção = 31 litros
φ(tubulação de saída) = 3” ou 75mm
*CAIXA DE GORDURA DUPLA(C.G.D) – Até duas pias de cozinha residencial
φ(interno) = 0,60 m
Capacidade de Retenção = 120 litros
φ(tubulação de saída) = 4” ou 100mm
*CAIXA DE GORDURA ESPECIAL(C.G.E) – Nº de pias > 12 ou grandes cozinhas
como restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc..
V = 20 + 2*N
onde: V-litros
N-nº de pessoas servidas
*CAIXA DE GORDURA INDIVIDUAL(C.G.I) – Uma pia residencial sendo uma
solução desaconselhável pelos problemas higiênicos causados.
φ(interno) = 0,30 m
Capacidade de Retenção = 18 litros
φ(tubulação de saída) = 3” ou 75mm

DESCONECTORES
Todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos com desconectores(sifões),
destinados a evitar o retorno para o ambiente interno do prédio dos gases contidos nos
esgotos, bem como, de animais que circundam em partes das instalações prediais de
esgoto.
No caso de aparelhos auto-sinfonados(vasos sanitários e alguns tipos de victórios) é
dispensada a ligação a outro desconector.
Para um desconector exercer a sua função de proteção, o fecho hídrico deve ter ujma
altura mínima de 50mm. Dentre os diversos tipos de desconectores, as caixas sifonadas
são muito empregadas por permitirem a proteção simultânea de mais de um
aparelho(lavatório, Box, bidê, banheiros e tanques) além de também recolher as águas
provenientes de lavagem de pisos.
As caixas sifonadas são produzidas no mercado com corpo nos diâmetros de
100mm, 150mm e 250mm, com 1,3 ou 7 entradas de DN40mm e saídas(parte sifonadas)
nas bitolas de DN40, 50 e 75mm.

FORMAS DE CAIXAS DE INSPEÇÃO

P/ profundidade de até 1m:


Retangular – 0,45x0,60m(mínimo)
Circular - φ0,60m(mínimo)

P/ profundidade acima de 1m:


Retangular – 1,10x1,10m(mínimo)
Circular - φ1,10m(mínimo)
TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO
SANITÁRIO – NBR – 8160/99

TABELA 1
UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO(UHC) DOS APARELHOS SANITÁRIOS E
DIÂMETRO NOMINAL MÍNIMO DOS RAMAIS DE DESCARGA

DIÂMETRO MÍNIMO
Nº DE UNIDADES
APARELHO SANITÁRIO DO RAMAL DE
HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO
DESCARGA(mm)

Bacia Sanitária 6 100(1)


Banheira de Residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
De residência 2 40
Chuveiro
Coletivo 4 40
De residência 1 40
Lavatório
De uso geral 2 40
Válvula de descar. 6 75
Caixa de descarga 5 50
Mictório
Descarga automática 2 40
De calha 2(2) 50
Pia de cozinha residencial 3 50
Pia de cozinha Preparação 3 50
Industrial Lavagem de panela 4 50
Tanque de lavar roupas 3 40
Máquina de lavar louças 2 50(3)
Máquina de lavar roupas 3 50

(1) Pode ser reduzido para 75mm caso justificado pelo dimensionamento pelo método
hidráulico e na existência de BS com saída de 75mm
(2) Por metro de calha
(3) Devem ser consideradas as recomendações dos fabricantes
TABELA 2
UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO(UHC) PARA APARELHOS NÃO
RELACIONADOS NA TABELA 1

DIÂMETRO NOMINAL MÍNIMO DO Nº DE UNIDADES HUNTER DE


RAMAL DE DESCARGA - mm CONTRIBUIÇÃO - UHC

40 2

50 3

75 5

100 6

TABELA 3
DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS DE ESGOTO

DIÂMETRO NOMINAL MÍNIMO DO Nº MÁXIMO DE UNIDADES HUNTER DE


TUBO - mm CONTRIBUIÇÃO - UHC

40 3

50 6

75 20

100 160
TABELA 4
DIMENSIONAMENTO DE TUBOS DE QUEDA

DIÂMETRO Nº MÁXIMO DE UNIDADES HUNTER DE


DO TUBO CONTRIBUIÇÃO - UHC
(mm)
Prédio de até 3 pavimentos Prédio com mais de 3 pavimentos
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
150 960 1900
200 2200 3600
250 3800 5600
300 6000 8400

TABELA 5
DIMENSIONAMENTO DE SUBCOLETORES E COLETOR PREDIAL
Nº MÁXIMO DE UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO
DIÂMETRO EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE MÍNIMA
NOMINAL DO
TUBO – mm 0,5% 1% 2% 4%

100 - 180 216 250


150 - 700 840 1000
200 1400 1600 1920 2300
250 2500 2900 3500 4200
300 3900 4600 5600 6700
400 7000 8300 10000 120000
TABELA 6
DIMENSIONAMENTO DE RAMAIS DE VENTILAÇÃO
GRUPO DE APARELHOS SEM BACIA GRUPO DE APARELHOS COM BACIA
SANITÁRIA SANITÁRIA

Nº DE UNIDADES DIÂMETRO NOMINAL Nº DE UNIDADES DIÂMETRO NOMINAL


HUNTER DE DO RAMAL DE HUNTER DE DO RAMAL DE
CONTRIBUIÇÃO VENTILAÇÃO(mm) CONTRIBUIÇÃO VENTILAÇÃO(mm)

ATÉ 12 40 ATÉ 17 50
13 a 18 50 18 a 60 75
19 a 36 75 -- --

TABELA 7
DISTÂNCIA MÁXIMA DE UM DESCONECTOR AO TUBO VENTILADOR

DIÂMETRO NOMINAL DO RAMAL DE DISTÂNCIA MÁXIMA


DESCARGA(mm) (m)

40 1,00

50 1,20

75 1,80

100 2,40
TABELA 8
DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS E BARRILETES DE VENTILAÇÃO

DN DO DIÂMETRO NOMINAL MÍNIMO DO TUBO DE


TUBO DE VENTILAÇÃO(mm)
Nº DE
QUEDA OU 40 50 75 100 150 200 250 300
UNIDADES
DO RAMAL
HUNTER DE
DE COMPRIMENTO PERMITIDO
CONTRIBUIÇÃO
ESGOTO (m)
(mm)
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
100 140 - 8 61 229 - - - -
100 320 - 7 52 195 - - - -
100 530 - 6 46 177 - - - -
150 500 - - 10 40 305 - - -
150 1100 - - 8 31 238 - - -
150 2000 - - 7 26 201 - - -
150 2900 - - 6 23 183 - - -
200 1800 - - - 10 73 286 - -
200 3400 - - - 7 67 219 - -
200 5600 - - - 6 49 186 - -
200 7600 - - - 5 43 171 - -
250 4000 - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - 18 73 225 -
250 11000 - - - - 16 60 192 -
250 15000 - - - - 14 55 174 -
300 7300 - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - 5 22 70 152
TABELAS P/ DIMENSIONAMENTO DE TANQUE SÉPTICO – NBR 7229/93
Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e ocupante
PRÉDIO Unidade Contribuição Lodo Fresco
De Esgoto(l/dia)
1-Ocupantes Permanentes
1.1-Residência
padrão alto Pessoa 160 1
padrão médio Pessoa 130 1
padrão baixo Pessoa 100 1
1.2 – Hotel(exceto lavanderia e cozinha) Pessoa 100 1
1.3 – Alojamento provisório Pessoa 80 1

2 – Ocupantes temporários
- Fábricas em geral Pessoa 70 0.30
- Escritórios Pessoa 50 0.20
- Edifícios Públicos ou Comerciais Pessoa 50 0.20
- Escolas(enternatos) e locais de Pessoa 50 0.20
Grandes permnência
- Bares Pessoa 6 0.10
- Restaurantes e similares refeição 2.5 0.10
- Cinemas, Teatros e locais de curta lugara 2 0.02
Permanência
- Sanitários Públicos vaso sanitário 480 4.0

Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária


Tempo de Detenção (T)
Contribuição Diária(Cp)
DIAS HORAS
Até 1500 1.0 24
1501 a 3000 0.92 22
3001 a 4500 0.83 20
4501 a 6000 0.75 18
6001 a 7500 0.67 16
7501 a 9000 0.58 14
mais de 9000 0.50 12
Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalos de limpeza e temperatura do mês mais frio.

Intervalo entre limpezas (anos) Valores de K por faixa de temperatura do ambiente (t) em ºC
t ≤ 10 10 < t ≤ 20 t > 20

1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217

Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil

Volume útil(m3) Profundidade útil mínima (m) Profundidade útil máxima (m)
Até 6.0 1.20 2.20
Acima de 6.0 até 10.0 1.50 2.50
Mais de 10.0 1.80 2.80

Medidas internas mínimas do tanque séptico e suas relações geométricas


- Tanques cilíndricos: Dmin = 1.10m
- Tanques prismáticos retangulares: Largura(min) = 0.80m
- Relação geométrica: 2 ≤ C/L ≤ 4

DIMENSIONAMENTO DE FILTRO ANAERÓBIO – NBR 13669/97

- Volume útil do leito filtrante (Vu)


Vu = 1,6NCT
Onde:
N – número de contribuintes
C – contribuição “per capita” de despejos (litro/dia)
T – tempo de detenção hidráulico, em dias (ver tabela 1)
O volume útil mínimo do leito filtrante deve ser de 1000 litros.

Temperatura média do mês mais frio


VAZÃO(l/dia)
Abaixo de 15ºC 15ºC a 25ºC Acima de 25ºC
Até 1500 1.17 1.00 0.92
1501 a 3000 1.08 0.92 0.83
3001 a 4500 1.00 0.83 0.75
4501 a 6000 0.92 0.75 0.67
6001 a 7500 0.83 0.67 0.58
7501 a 9000 0.75 0.58 0.50
Acima de 9000 0.75 0.50 0.50
- Área útil em planta do filtro(Au)
Au = Vu/h

Onde:
Vu – volume útil do leito filtrante em m3
h – altura total do leito filtrante já incluído a altura do fundo falso – o valor de h é limitado a
1.20m, sendo 0.60m do fundo falso e 0.60m ocupado pelo material filtrante (brita nº4 ou 5, peças
de plástico em anéis ou outros materiais resistentes ao meio agressivo).

- Altura do filtro anaeróbio – H


H = h + h1 + h2

Onde:
h - altura total do leito filtrante já incluído a altura do fundo falso
h1 – altura da calha coletora
h2 – altura livre (variável)

- Perda de carga hidráulica entre o tanque séptico e o filtro anaeróbio.


Deve ser previsto um desnível mínimo de 0.10m, entre a geratriz inferior do tubo de saída
do tanque séptico e o nível máximo da lâmina líquida no filtro anaeróbio.

- Coleta de efluentes
A coleta do efluente do filtro anaeróbio deve ser feita através de canaletas ou calhas
(com seções transversais em forma retangular, semicirculares e V) ou por tubos perfurados
(furos de ½” a cada 0.20m nas laterais a ¾”D e na geratriz superior do tubo). A distância
entre duas canaletas (calhas) ou tubos perfurados não deve ser superior a 1.5m. O
dimensionamento das canaletas(calhas) podem ser feitas pela seguinte equação:

Q = 1,3bH1.5
Onde:
Q – vazão em cada calha, em m3/s
b – largura útil, em m
H – altura da lâmina máxima na calha, em m

Segundo a NBR 13.969/97, a provável eficiência de um tratamento de esgoto através de um


tanque séptico + filtro anaeróbio é a seguinte:

DBO5 = 40 a 75%
DQO = 40 a 70%
Sólidos sedimentares = 70% ou mais

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